Você está na página 1de 41

Produto 05 | Consolidação dos resultados das

Consultas Públicas referentes ao prognóstico e cenários


dos recursos hídricos do Estado do Pará

Revisão 1 – Fevereiro/2020
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 4
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5
2.CONSULTAS PÚBLICAS ................................................................................................... 6
2.1 Santarém (MRHs Baixo Amazonas, Tapajós e Calha Norte) ................................... 6
2.2 Altamira (MRH Xingu) ............................................................................................. 8
2.3 Belém (MRHs Costa Atlântica Nordeste e Portel-Marajó).......................................10
2.4 Marabá (MRH Tocantins-Araguaia) ........................................................................12
3.FORMULÁRIOS APLICADOS .......................................................................................... 15
3.1 Resultados dos formulários aplicados ....................................................................19
3.1.1 Forças (Strengths) ..........................................................................................25
3.1.2 Fraqueza (Weaknesses) .................................................................................27
3.1.3 Oportunidades (Opportunities) ........................................................................29
3.1.4 Ameaças (Threats) ..........................................................................................31
4.CONSIDERAÇÕES DAS CONSULTAS PÚBLICAS PARA AS DIRETRIZES, PROGRAMAS
E METAS DO PERH/PA...................................................................................................... 33

1
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em


Santarém............................................................................................................................... 7
Figura 2.2 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Altamira
.............................................................................................................................................. 9
Figura 2.3 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Belém
............................................................................................................................................ 11
Figura 2.4 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Marabá
............................................................................................................................................ 13
Figura 3.1 – Representatividade das cidades-polo quanto aos formulários respondidos ..... 19
Figura 3.2 – Representatividade dos assuntos respondidos nos formulários....................... 20
Figura 3.3 – Principais forças identificadas por cidade-polo ................................................ 21
Figura 3.4 – Principais fraquezas identificadas por cidade-polo .......................................... 22
Figura 3.5 – Principais oportunidades identificadas por cidade-polo.................................... 23
Figura 3.6 – Principais ameaças identificadas por cidade-polo............................................ 24
Figura 3.7 – Forças identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo ...................... 26
Figura 3.8 – Fraquezas identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo ................ 28
Figura 3.9 – Oportunidades identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo .......... 30
Figura 3.10 – Ameaças identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo ................ 32
Figura 4.1 – Porcentagem média da dimensão SWOT por cidade-polo .............................. 33
Figura 4.2 – Mapa de palavras dos temas-chave identificados............................................ 36

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Assuntos abordados no formulário da segunda rodada de Consultas Públicas do


PERH/PA ............................................................................................................................ 15
Tabela 4.1 – Assuntos do formulário aplicado e seus respectivos temas-chave .................. 34

2
LISTA DE SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas


APP Área de Preservação Permanente
CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos
COSANPA Companhia de Saneamento do Estado do Pará
CPTEC Centro de Projeções de Tempo e Estudos Climáticos
DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
FAPESPA Fundação Amazônica Paraense de Amparo à Pesquisa
FEPIPA Federação dos Povos Indígenas do Pará
FUNAI Fundação Nacional do Índio
GEE Gases de Efeito Estufa
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ICMBio Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change
MMA Ministério do Meio Ambiente
MRH Macrorregião Hidrográfica
OIT Organização Internacional do Trabalho
ONG Organizações não Governamentais
PERH Plano Estadual de Recursos Hídricos
SEMAS Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade
TDR Termo de Referência
TI Terras Indígenas
UFPA Universidade Federal do Pará
UHE Usina Hidrelétrica
UNIFESSPA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
VGX Volta Grande do Xingu

3
APRESENTAÇÃO

O presente documento corresponde ao Produto 05 – Consolidação dos resultados das


Consultas Públicas referentes ao prognóstico e cenários dos Recursos Hídricos no Estado do
Pará, relativo ao Contrato nº 029/2018 – SEMAS celebrado entre a Secretaria Estadual de
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS/PA) e a Companhia Brasileira de Projetos e
Empreendimentos (COBRAPE).
O Termo de Referência (TDR), parte integrante do contrato, estabelece os seguintes produtos
a serem desenvolvidos:
• Produto 01 – Proposta de bases metodológicas para a construção do PERH/PA;
• Produto 02 – Diagnóstico dos recursos hídricos no Estado do Pará;
• Produto 03 – Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes ao
diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado do Pará;
• Produto 04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA;
• Produto 05 – Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes ao
prognóstico e cenários dos recursos hídricos do Estado do Pará;
• Produto 06 – Propostas de diretrizes, programas e metas do PERH/PA;
• Produto 07 – Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes às
diretrizes, programas, metas e mecanismos de monitoramento e avaliação da
implementação do PERH/PA;
• Produto Final – Documento Consolidado, sumário executivo e banco de dados do
PERH/PA.
Este documento apresenta os resultados das contribuições obtidas nos quatro eventos
realizados na segunda rodada de Consultas Públicas, as quais foram referentes à
consolidação do prognóstico dos recursos hídricos do estado. Esta etapa é fundamental para
que, no estudo, juntamente com análises resultantes de metodologias técnicas aplicadas para
a prospecção dos recursos hídricos do estado, sejam incluídas as visões e anseios da
sociedade paraense sobre a situação e a gestão de suas águas, de modo a embasar a
proposição de diretrizes, programas e metas do PERH/PA, objeto a ser tratado na próxima
etapa do estudo.

4
1. INTRODUÇÃO

Com a finalização do exercício de prospecção dos recursos hídricos paraenses, este foi
apresentado a sociedade, possibilitando que esta ressaltasse pontos e assuntos que possam
não ter sido considerados na metodologia adotada, e que, portanto, são passíveis de
complementação no Documento Consolidado do PERH/PA. A importância deste contato com
a sociedade também implicará na incorporação de suas carências e conhecimento sobre as
potencialidades de suas regiões na próxima etapa do estudo, as quais foram trazidas à luz do
PERH/PA a partir da aplicação de formulários temáticos ao público presente nos eventos,
bem como disponibilizado no site do Plano.
Conforme já realizado na primeira rodada, esta também foi composta por quatro eventos de
Consultas Públicas realizados nas seguintes cidades-polo, na respectiva ordem em que
ocorreram: (i) em Santarém, com representantes das Macrorregiões Hidrográficas (MRHs)
Baixo Amazonas, Tapajós e Calha Norte, (ii) no município de Altamira que envolveu
representantes da MRH Xingu; (iii) em Belém, com representantes das MRHs Costa Atlântica
Nordeste e Portel-Marajó; e (iv) em Marabá, contando com representantes da MRH Tocantins-
Araguaia. Assim, abrangeu-se as sete macrorregiões hidrográficas em que o estado é
dividido.
Ressalta-se que a participação da sociedade não foi tomada apenas por meio de suas
respostas nos questionários, mas também através de sua fala em espaços abertos para que
os participantes pudessem tanto esclarecer suas dúvidas quanto ao conteúdo apresentado,
bem como registrar sua ótica dos recursos hídricos de sua respectiva região, com as medidas
e cuidados que entendem serem necessários para a melhoria da gestão de suas águas.
Os resultados obtidos da participação da sociedade nesta fase do estudo são apresentados
no presente documento, o qual está dividido em três capítulos. O primeiro trata-se do capítulo
em questão, de Introdução do Produto. Já no Capítulo 2 são apresentados os relatos das
Consultas Públicas propriamente ditas, com descrições dos eventos e quantitativos da
participação social, além da descrição das contribuições realizadas por meio de
manifestações diretas. O Capítulo 3 tem como objetivo apresentar as participações obtidas
por meio dos formulários respondidos, gerando dados para a análise da matriz FOFA, também
conhecida como análise SWOT, a qual subsidiará a próxima etapa do PERH/PA, de Propostas
de diretrizes, programas e metas, conforme é elucidado no Capítulo 4.
Faz parte ainda deste Produto o documento que contém os apêndices referentes aos dados
brutos das listas de presença dos eventos, questionários respondidos de maneira impressa,
os registros fotográficos de cada evento realizado, assim como o Mapa-Vivo com as
anotações feitas pelos participantes de cada cidade polo.

5
2. CONSULTAS PÚBLICAS

Os resultados obtidos do exercício de prospecção dos recursos hídricos originaram o Produto


04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA, o qual foi apresentado à sociedade
paraense na segunda rodada de Consultas Públicas, realizado nos meses de Novembro e
Dezembro de 2019, nas seguintes datas:
• 21/11/2019: evento realizado em Santarém, reunindo representantes das MRHs Baixo
Amazonas, Tapajós e Calha Norte;
• 27/11/2019: evento realizado em Altamira, reunindo representantes da MRH Xingu;
• 03/12/2019: evento realizado em Belém, reunindo representantes das MRHs Costa
Atlântica Nordeste e Portel-Marajó); e
• 05/12/2019: evento realizado em Marabá, reunindo representantes da MRH
Tocantins-Araguaia.
De modo similar à primeira rodada, a condução dos eventos teve início com uma breve
introdução realizada pela equipe da SEMAS/PA para explanação sobre o PERH/PA, a fase
em que este se encontrava e a apresentação do que seria abordado na Consulta Pública.
Apresentada a equipe técnica da COBRAPE, esta explicou sobre o formulário temático
entregue na chegada de cada participante, esclarecendo seu conteúdo e preenchimento com
exemplos ilustrativos.
Neste momento também foi abordado o chamado Mapa-Vivo, explicando que se tratava dos
resultados apontados na primeira rodada de eventos que haviam sido realizados
anteriormente, e que estes estavam impressos para que participantes pudessem escrever e
apontar pontos positivos e negativos da região, localizando estes geograficamente nos mapas
quando possível.
Foram, então, apresentados os resultados do Produto 04 – Proposição de Prognóstico e
Cenário do PERH/PA com foco nas MRHs referentes à respectiva cidade-polo da Consulta
Pública. Em sequência, houve dois momentos para a participação propriamente dita: o
primeiro para sanar dúvidas sobre o estudo, o preenchimento dos formulários e dos Mapas-
Vivos, seguido da oportunidade de fala aberta, permitindo a expressão de opiniões e ideias
relacionadas aos recursos hídricos da região e demais contribuições ao PERH/PA.
Ao total, somaram-se 220 participantes nas quatro Consultas Públicas realizadas, verificando-
se que, a exemplo da primeira rodada, em sua maioria eram atores da Sociedade Civil
organizada e do Poder Público, que identificou-se novamente poucos participantes do setor
de Usuários de Água.
A seguir é apresentada a descrição de cada evento mais detalhadamente.

2.1 Santarém (MRHs Baixo Amazonas, Tapajós e Calha Norte)


• Data do evento: 21 de novembro de 2019.
• Horário: início às 8h30 e conclusão às 12h.
• Endereço: Universidade Federal do Estado do Pará – UEPA Campus Santarém – Av.
Plácido de Castro, 1399, Aparecida. CEP: 68040-090. Santarém - PA.
• Municípios da MRH Tapajós: Aveiro, Belterra, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Novo
Progresso, Rurópolis, Santarém e Trairão;
• Municípios da MRH Calha Norte: Alenquer, Almeirim, Curuá, Faro, Monte Alegre,
Óbidos, Oriximiná, Prainha e Terra Santa;

6
• Municípios da MRH Baixo Amazonas: Medicilândia, Mojuí dos Campos, Placas,
Porto de Moz, Prainha, Rurópolis, Santarém e Uruará.
O primeiro evento da segunda rodada de Consultas Públicas foi realizado em Santarém, no
qual contabilizou-se o total de 43 participantes que assinaram a lista de presença. Destes,
como mostra a Figura 2.1, registram-se que 9 (21%) representam atores do segmento
estratégico de Poder Público, enquanto que 34 (79%) dos presentes correspondiam a
Sociedade Civil. Não houve registro de atores do segmento de Usuários de água.

Figura 2.1 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Santarém

Fonte: COBRAPE, 2019.

Alguns comentários foram feitos sobre a metodologia utilizada, como por exemplo a análise
SWOT, se esta havia sido aplicada como uma análise de risco no Produto 04, tendo sido
explicado que esta metodologia não foi utilizada na concepção do prognóstico, mas sim nas
contribuições recebidas nas Consultas Públicas por meio dos formulários temáticos
respondidos. Dúvidas sobre as metodologias utilizadas para a estimativa de DBO e Fósforo
também foram sanadas, explicando que os valores de partida são da situação atual
apresentada no Produto 02 – Diagnóstico dos recursos hídricos no Estado do Pará com base
no Cadastro de Outorgas e demais estimativas, e aplicadas tendências para que sejam
obtidos os valores para o horizonte do PERH/PA, que é 2040.
Houve dúvida sobre qual seria a base legal para a elaboração do PERH/PA, tendo sido
esclarecido que o Plano de Recursos Hídricos é previsto como um instrumento de gestão de
recursos hídricos tanto na Política Federal como na Estadual de Recursos Hídricos, instituídas
pela Lei Federal 9.433/97 e Lei Estadual 6.381/01. Estas legislações preveem, ainda, o
conteúdo mínimo de tais estudos, como por exemplo que devem ser compostos pelo
diagnóstico da situação atual, avaliação quali-quantitativa dos balanços entre disponibilidades
e demandas futuras, além de estabelecimento de metas para melhoria dos recursos
disponíveis e quais medidas a serem tomadas para que tais objetivos possam ser atingidos.
Ademais, pode-se citar a Resolução CONAMA 357/05, que embasa as análises de qualidade
das águas por meio dos padrões estabelecidos para as classes de enquadramento dos corpos
d’água, as quais são definidas pelos usos preponderantes mais restritivos da água, sejam tais
usos atuais ou ainda pretendidos; a Resolução CERH/PA nº 5, de 03 de setembro de 2008,
que dispõe sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos e dá outras providências; além da
Resolução CERH/PA nº 10, de 03 de setembro de 2010, que dispõe sobre os critérios para
análise de Outorga Preventiva e de Direito de Uso de Recursos Hídricos e dá outras
providências.

7
O envolvimento maior das demais MRHs na gestão dos recursos hídricos foi demonstrado
como um anseio dos participantes, questionando se os aspectos institucionais foram
analisados quanto as Macrorregiões e incluídas tais avaliações no prognóstico. Foi solicitado
que a participação no CERH/PA não seja restrita apenas à capital paraense, sugerindo que o
órgão tenha uma reformulação de modo que todas as regiões possam efetivamente colaborar
dentro do Conselho, a fim de efetivar os instrumentos e a Política Estadual de Recursos
Hídricos. Sobre os aspectos institucionais, esclarece-se que os instrumentos de gestão de
recursos hídricos foram o principal subsídio para a formulação dos Níveis de Risco dos
Balanços Hídricos apresentados no Capítulo 5 do Produto 04 – Proposição de Prognóstico e
Cenário do PERH/PA, e que a partir desta avaliação, na próxima fase do PERH/PA serão
propostas implementações dos instrumentos de gestão e melhoria dos já efetivados, além de
medidas necessárias em demais aspectos, não apenas institucionais mas também de caráter
estrutural, em cada MRH paraense.
Outra preocupação demonstrada pelos presentes foi quanto ao PERH/PA e efetivação das
medidas propostas por este sejam adequadas a realidade paraense, visto a grande dimensão
do estado. Neste sentido, foi explicado que as análises foram realizadas por bacias
hidrográficas menores, as áreas de gestão denominadas Unidades de Análise do Prognóstico
(UAPs) apresentadas no item 2.3.2 do Produto 04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do
PERH/PA, o que permite uma análise mais detalhada quanto as particularidades e prioridades
de cada região, de modo que, na próxima fase do PERH/PA, a proposição de diretrizes,
programas e metas seja mais condizente com a realidade de cada UAP.
A mobilização que antecede o evento foi questionada por alguns participantes, os quais
expressaram insatisfação com o número de participantes e com a falta de representantes do
segmento de Usuários de Água, tendo sido justificado pela equipe técnica da SEMAS de que
foram enviados centenas de convites para as mais diversas instituições presentes nas três
Macrorregiões Hidrográficas englobadas nesta Consulta Pública, e que a participação nesta
também foi prejudicada devido a ocorrência de outros eventos ocorrendo na mesma data e
período desta.

2.2 Altamira (MRH Xingu)


• Data do evento: 27 de novembro de 2019.
• Horário: início às 8h30 e conclusão às 12h.
• Endereço: Auditório I do Centro de Convenções e Cursos – Ac. Dois, 530 - Premem,
CEP: 68372-577. Altamira - PA.
• Municípios compreendidos na MRH Xingu: Água Azul do Norte, Altamira, Anapu,
Bannach, Brasil Novo, Cumaru do Norte, Gurupá, Itaituba, Medicilândia, Novo
Progresso, Ourilândia do Norte, Placas, Porto de Moz, Rurópolis, São Félix do Xingu,
Senador José Porfírio, Trairão, Tucumã, Uruará e Vitória do Xingu.
Na Consulta Pública realizada na cidade-polo de Altamira houve registro da presença de 34
participantes que assinaram a lista de presença do evento. Conforme mostrado na Figura 2.2
sobre a representatividade dos atores estratégicos, 12 (35%) dos presentes correspondiam
ao segmento de Poder Público, e os 22 (65%) demais participantes representavam a
Sociedade Civil. Neste evento não foi registrada a participação de Usuários de Água.

8
Figura 2.2 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Altamira

Fonte: COBRAPE, 2019.

Foram registradas algumas dúvidas dos participantes quanto aos dados apresentados e
metodologia utilizada para a prospecção dos recursos hídricos paraenses, como por exemplo
se a bacia do Rio Xingu havia sido considerada totalmente ou apenas a porção dentro do
território do estado, e como havia sido feita a avaliação quanto a qualidade dos corpos hídricos
da região se parte da bacia abrangida por outros estados não foi analisada, e também devido
ao Pará ainda não dispor de corpos d’água com enquadramento próprio e não realizar
monitoramento efetivo da qualidade de suas águas.
Neste sentido, foi esclarecido que, devido ao estudo ser específico e contratado para os
recursos hídricos englobados apenas no território paraense, não são feitas estimativas de
cargas poluidoras que venham de montante para o estado, considerando-se tais águas
entram nos limites paraenses em quantidade e qualidade suficientes para os usos destinados.
Tal conceito é utilizado nos Planos Estaduais de Recursos Hídricos das demais unidades
federativas no país, e embora implique em uma simplificação, não distorce os resultados
obtidos no nível de escala em que tais estudos são feitos, permitindo ainda identificar as áreas
mais críticas quanto a qualidade das águas, como apresentado no item 5.3 do Produto 04 –
Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA, as quais serão prioritárias e alvo de maior
atenção na próxima etapa do Plano, de proposição de diretrizes, programas e metas
relacionadas aos recursos hídricos do estado.
Quanto a avaliação da qualidade das águas de corpos que ainda não tenham enquadramento
estabelecido em legislação, explicou-se que esta teve como embasamento os padrões de
qualidade previstos para a Classe 2 conforme disposto no Art. 42 da Resolução CONAMA
nº 357/05. Já as cargas poluidoras são estimadas tendo como base os valores apresentados
no Cadastro de Outorgas de Lançamento, além das estimativas baseadas nas cargas
oriundas das populações urbanas e rurais, e do uso e ocupação do solo. Assim, estes
resultados obtidos podem ser comparados com os padrões previstos em legislação,
permitindo-se analisar qualitativamente as águas no território paraense.
Também foram comentadas as demandas sobre a atividade de piscicultura, indústrias e
mineração na região, com questionamentos sobre como foi realizada a estimativa de
crescimento para estes. Para a piscicultura foi esclarecido que foi considerado o mesmo
crescimento do setor pecuário e que este só pode ser considerado em locais onde já se tenha
informação atual da prática desta atividade, ressaltando a importância de que todos os
usuários estejam inventariados no Cadastro de Outorgas para que possa ser dimensionada
corretamente a representatividade de cada setor e atividade quanto ao uso dos recursos
hídricos do estado. Para as indústrias, explicou-se conforme detalhado no item 4.2.4 do

9
Produto 04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA, que estas foram divididas
entre relacionadas às atividades agropecuárias e aos centros urbanos, e que o crescimento
destas se deu pelas projeções populacionais rurais e urbanas, respectivamente.
Já a atividade minerária teve sua projeção por uma metodologia diferenciada, devido à
importância que o setor vem ganhando dentro da economia paraense, como demostrada na
análise apresentada no item 4.2.5 do produto sobre o prognóstico, baseando-se nos dados
de demandas atuais e perímetros de pesquisa e exploração mineral no estado.
Semelhantemente à primeira rodada de eventos, houve relatos sobre a contaminação das
águas da região por metais pesados e em decorrência do uso de agrotóxicos e esgotos
domésticos, além da questão que envolve a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Tais assuntos,
como já citado, haviam sido abordados no evento anterior realizado na cidade de Santarém e
foram analisados e aprofundados no Produto 03 – Consolidação dos resultados das Consultas
Públicas referentes ao diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado do Pará.

2.3 Belém (MRHs Costa Atlântica Nordeste e Portel-Marajó)


• Data do evento: 03 de dezembro de 2019.
• Horário: início às 8h30 e conclusão às 12h.
• Endereço: Auditório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará:
Avenida Almirante Barroso, nº 1155. Marco, Belém – PA. CEP 66093-020.
• Municípios da MRH Costa Atlântica Nordeste: Abaetetuba, Abel Figueiredo, Acará,
Ananindeua, Augusto Corrêa, Aurora do Pará, Barcarena, Belém, Benevides, Bom
Jesus do Tocantins, Bonito, Bragança, Breu Branco, Bujaru, Cachoeira do Piriá,
Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Colares, Concórdia do Pará, Curuçá, Dom
Eliseu, Garrafão do Norte, Goianésia do Pará, Igarapé-Açu, Igarapé-Miri, Inhangapi,
Ipixuna do Pará, Irituia, Jacundá, Mãe do Rio, Magalhães Barata, Maracanã,
Marapanim, Marituba, Moju, Nova Esperança do Piriá, Nova Timboteua, Ourém,
Paragominas, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru, Rondon do Pará, Salinópolis, Santa
Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Santa Luzia do Pará, Santa Maria do Pará,
Santarém Novo, Santo Antônio do Tauá, São Caetano de Odivelas, São Domingos do
Capim, São Francisco do Pará, São João da Ponta, São João de Pirabas, São Miguel
do Guamá, Tailândia, Terra Alta, Tomé-Açu, Tracuateua, Ulianópolis, Vigia e Viseu;
• Municípios da MRH Portel-Marajó: Afuá, Anajás, Anapu, Bagre, Breves, Cachoeira
do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Limoeiro do Ajuru, Melgaço, Muaná, Novo
Repartimento, Pacajá, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São
Sebastião da Boa Vista e Soure.
No evento realizado em Belém foram registrados 100 participantes segundo a lista de
presença. Como pode ser verificado na Figura 2.3, deste total de presentes, 62 (62%)
correspondiam a atores da Sociedade Civil organizada, 33 (33%) eram representantes do
segmento estratégico do Poder Público, e 5 (5%) dos participantes configuravam como
Usuários de Água.

10
Figura 2.3 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Belém

Fonte: COBRAPE, 2019.

A questão do saneamento na região de Belém foi abordada pelos presentes desta Consulta
Pública, os quais enfatizaram os baixos níveis de esgotamento sanitário na capital paraense,
e evidenciaram a importância de que sejam propostas metas exequíveis do ponto de vista
financeiro, e que deve ser incluído tal levantamento no PERH/PA. Sobre este assunto,
esclarece-se que o Termo de Referência (TDR) para a elaboração do Plano prevê que sejam
feitas estimativas destes custos de melhoria do saneamento no estado, o que, portanto, estará
incluído na próxima etapa do PERH/PA, de proposição de diretrizes, programas e metas.
Alguns participantes questionaram a falta dos municípios de Araguaia, Redenção e São Félix
do Xingu não estarem sendo abordados na apresentação exposta no evento em questão,
tendo sido explicado que são apresentadas as informações apenas do recorte das MRHs
abrangidas para cada cidade-polo, no caso da ocorrida em Belém, apenas as MRHs Costa
Atlântica Nordeste e Portel-Marajó. Entretanto, todos os 144 municípios paraenses foram
compreendidos nas análises e avaliações elaboradas para o PERH/PA.
A falta de utilização de dados primários, bem como de visitas a campo, foi novamente
levantada pelos participantes como ocorrido na primeira rodada de Consultas Públicas. Como
já explicado no evento anterior, foi reforçado que a utilização de informações de fontes
secundárias é prevista no TDR do PERH/PA, e que sua elaboração é baseada em fontes de
dados consolidadas e amplamente utilizadas nas mais diversas áreas de pesquisa. Ademais,
embora não tenha sido prevista visita a campo, a equipe técnica da COBRAPE realizou
algumas viagens com o intuito de reconhecer a realidade do estado para que o Plano possa
ser concebido o mais próximo da realidade paraense.
Do mesmo modo, importante esclarecer que a elaboração do PERH/PA é apenas o ponto de
partida para a efetivação da gestão de recursos hídricos, o qual subsidiará a melhoria e
implementação dos demais instrumentos de gestão, além de permitir, através de uma ótica
macro do estado, a identificação de quais são as regiões mais críticas e prioritárias para o
aprofundamento de estudos, o que caracteriza os Planos de Bacias Hidrográficas, que
permitirá a identificação de soluções para os problemas particulares a cada região
hidrográfica.
Outras questões que também haviam sido levantadas nos eventos da rodada anterior e que
mais uma vez foram discutidas nesta Consulta Pública foi quanto a solicitação de realização

11
de Consulta Prévia aos povos tradicionais conforme prevista na Convenção 1691, sobre os
grandes empreendimentos no estado, e a qualidade das águas. Sobre a Consulta Prévia,
esclarece-se que não se aplica ao PERH/PA uma vez que é um documento com o objetivo de
orientar a gestão de recursos hídricos no estado, não prevendo medidas legislativas ou
administrativas que afetem tais populações, como estabelecido no documento da OIT.
Quanto aos grandes empreendimentos, os participantes presentes expressaram preocupação
sobre a questão ambiental principalmente da instalação das obras de derrocagem no Pedral
do Lourenço, entre os municípios de Marabá e Baião, o Projeto Volta Grande do Xingu em
Altamira, e também de construção da Ferrovia Paraense, que ligará Barcarena, Marabá e
Santana do Araguaia, citando como exemplo o ocorrido na Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Como já descrido no Produto 03 – Consolidação dos resultados das Consultas Públicas
referentes ao diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado do Pará, como tais
empreendimentos estão sendo implementados concomitantemente à elaboração do Plano,
informações e dados consistentes sobre estes projetos são de difícil obtenção, o que dificulta
ou ainda impossibilita a análise de quais os reflexos destes sobre os recursos hídricos
paraenses. Contudo, as informações obtidas sobre tais empreendimentos estão sendo
inseridas nas análises realizadas do PERH/PA, tendo o Projeto Volta Grande do Xingu já
avaliado também no Produto 03.
Sobre os aspectos qualitativos das águas paraenses, foi relatada a contaminação de
populações indígenas com chumbo oriundo da atividade de mineração na região do Rio Xingu,
tendo sido questionada a abordagem do PERH/PA sobre a questão de contaminação dos
recursos hídricos por metais pesados no estado. Neste sentido foi explicado que tal lacuna é
reconhecida devido ao fato de não se ter monitoramento e maiores estudos sobre este tipo
de contaminação. Porém, para sanar tal falta, o PERH/PA já prevê que na próxima etapa do
Plano serão propostos programas para aprofundar o conhecimento sobre este assunto, além
de medidas para o fortalecimento da gestão dos recursos hídricos através da implementação
dos demais instrumentos, inclusive o enquadramento de corpos hídricos, o qual está
diretamente ligado à asseguração da qualidade das águas conforme os usos a que são
destinadas.

2.4 Marabá (MRH Tocantins-Araguaia)


• Data do evento: 05 de dezembro de 2019.
• Horário: início às 8h30 e conclusão às 12h.
• Endereço: Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA Campus
Marabá. Folha 31, Quadra 7, Lote Especial s/n – Nova Marabá, CEP: 68507-590.
Marabá - PA.
• Municípios compreendidos na MRH Tocantins-Araguaia: Água Azul do Norte,
Baião, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande do Araguaia, Breu Branco, Cametá,
Canaã dos Carajás, Conceição do Araguaia, Curionópolis, Eldorado dos Carajás,
Floresta do Araguaia, Igarapé-Miri, Itupiranga, Jacundá, Limoeiro do Ajuru, Marabá,
Mocajuba, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Oeiras do Pará, Palestina do Pará,
Parauapebas, Pau d' Arco, Piçarra, Redenção, Rio Maria, Santa Maria das Barreiras,

1 BRASIL. DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004, que Promulga a Convenção nº 169 da Organização
Internacional do Trabalho - OIT sobre Povos Indígenas e Tribais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5051.htm>.

12
Santana do Araguaia, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, São
João do Araguaia, Sapucaia, Tucuruí e Xinguara.
O último evento da segunda rodada de Consultas Públicas do PERH/PA registrou 43
presentes, dos quais 23 (53%) eram representantes da Sociedade Civil, 14 (33%)
correspondiam a atores do Poder Público, e 6 (14%) foram caracterizados como do segmento
estratégico de Usuários de Água, como pode ser verificado na Figura 2.4.

Figura 2.4 – Segmento dos atores estratégicos participantes da Consulta Pública em Marabá

Fonte: COBRAPE, 2019.

Similarmente ao registrado em Belém, no evento de Marabá também houve dúvida quanto a


abrangência dos municípios de cada MRH, mais especificamente Oeiras do Pará, que foi
apontada por um participante como integrante da região do Marajó, e não do Baixo Tocantins.
Nesse sentido foi esclarecido que, por mais que o município não esteja compreendido na
MRH da cidade-polo em questão, todas as contribuições são bem-vindas, registradas e
igualmente contempladas no PERH/PA, sendo solicitado que todos os municípios englobados
por uma MRH sejam convidados para que aconteça uma maior participação.
Outra abordagem registrada na Consulta Pública é quanto as fontes de dados utilizadas,
sendo sugerido que seja dada prioridade para dados de fontes estaduais, que possuem
informações mais atuais. Ademais, foi recomendada a diferenciação entre a agricultura
familiar e comercial, ambas presentes no estado, para que esta seja considerada no estudo
para que não haja uma contradição com a realidade da região. Foi comentado também que a
agricultura familiar e a indústria de cooperativa são vistas como potencialidades, mas a
agricultura de extensão e a expansão industrial sem o cuidado com o meio ambiente são tidas
como ameaça pelas populações tradicionais, solicitando que seja registrado no âmbito do
Plano.
Sobre este assunto, deve ser esclarecido que a busca por informações e dados mais atuais
e completos o possível é uma atividade que vem sendo continuamente realizada durante o
desenvolvimento dos estudos para o PERH/PA. Contudo, ressalta-se que a visão do Plano
deve ser homogênea para todo o estado a fim de identificar as áreas mais críticas e que serão
prioritárias para melhoria da gestão dos recursos hídricos. Muitas informações e dados
obtidos não abrangem todo o estado com o mesmo nível de detalhe, de modo que nem
sempre é possível a consideração destes nas análises, visto que distorce a avaliação
comparativa entre as regiões.
Por este motivo que foram utilizados principalmente os dados de fontes federais, e não
diferenciada a agricultura familiar e da agricultura comercial. Sabe-se a grande diferença entre
ambas no que se refere a impacto nos recursos hídricos, porém tal distinção não é disponível

13
em dados georreferenciados como o de uso e ocupação do solo, os quais são de extrema
importância para a articulação prospectiva do estado. Além disso, tal diferenciação tem maior
efeito quando realizadas análises em escala de bacias hidrográficas, porém a abrangência do
PERH/PA é de nível estadual.
A participação popular na elaboração do Plano foi um tema bastante comentado durante a
Consulta Pública realizada em Marabá, com solicitações de que as comunidades tradicionais,
indígenas, quilombolas e ribeirinhos sejam incluídos não apenas por meio destes eventos,
mas desde o início da elaboração dos estudos. Neste sentido, a equipe técnica da SEMAS
esclareceu que, nesta segunda rodada de Consultas Públicas, realizou oficinas colaborativas
para maior participação de indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, e que para a
próxima rodada está sendo verificado como melhorar ainda mais a participação destes grupos
na construção do PERH/PA.
A preocupação quanto a grandes empreendimentos também foi abordada neste evento, com
questionamentos sobre se o Plano daria legalidade a estes, e se o PERH/PA fornece diretrizes
para a gestão de barragens na região. Foi, então, esclarecido que o Plano não possui caráter
deliberativo para a implantação de empreendimentos, ou ainda, quanto a gestão territorial ou
licenciamento ambiental, mas sim é um instrumento voltado a dar diretrizes para a gestão dos
recursos hídricos, incluindo sobre outros instrumentos para aperfeiçoar o sistema já existente.
Quanto à barragens, no item 4.1 do Produto 02 – Diagnóstico dos recursos hídricos no Estado
do Pará foram apresentadas análises quanto as barragens existentes no estado, enquanto
que o item 4.3.1 do Produto 04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA traz as
análises sobre as barragens inventariadas no estado e os possíveis conflitos decorrentes da
concretização destes projetos. Ademais, a equipe técnica da SEMAS informou que foi firmada
uma parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) para o cadastramento de todas as
barragens no estado, licenciadas ou não, e notificando os empreendimentos que estão
irregulares e precisam ser fiscalizados.
Como na rodada anterior, os presentes expressaram novamente o desejo pela implantação
de um Comitê de Bacias na região, ao que foi esclarecido pela equipe da SEMAS que a
iniciativa para este deve partir da população, mas que a Secretaria possui uma gerência de
apoio a gestão participativa, na qual é possível solicitar uma capacitação especificamente
sobre os Comitês, e que a SEMAS está à disposição para que este anseio possa ser efetivado.

14
3. FORMULÁRIOS APLICADOS

Em cada um dos eventos da segunda rodada de Consultas Públicas, após a apresentação


dos resultados obtidos no Produto 04 – Proposição de Prognóstico e Cenário do PERH/PA,
foi disponibilizado aos participantes um momento para que estes pudessem preencher os
formulários temáticos, para que pudessem ser registradas as percepções dos presentes
quanto às “Forças”, “Fraquezas”, “Oportunidades” e “Ameaças” (Matriz FOFA, também
conhecida como Análise SWOT) da região em que vivem. Ademais, estes formulários também
foram disponibilizados no site do PERH/PA, para que pudessem ser respondidos por aqueles
que, por algum motivo, não puderam comparecer aos eventos mais ainda gostariam de
contribuir com o estudo.
Esta atividade permite, então, a inclusão da visão dos indivíduos, especialmente na próxima
etapa do PERH/PA, de proposição de diretrizes, programas e metas, de forma que os anseios
e desejos da população estejam presentes na gestão dos recursos hídricos paraenses.
Os formulários foram construídos de modo que abordassem os principais assuntos
relacionados aos recursos hídricos do estado, tendo como base as contribuições recebidas e
pontos levantados na primeira rodada de Consultas Públicas. A Tabela 3.1 apresenta tais
assuntos, tanto os já elencados preliminarmente nos formulários, constando no APÊNDICE o
modelo distribuído, bem como os acrescentados pelos participantes através do
preenchimento.

Tabela 3.1 – Assuntos abordados no formulário da segunda rodada de Consultas Públicas do


PERH/PA

Descrição dos assuntos Descrição dos assuntos


Participação da sociedade na gestão de recursos
Potencial para expansão do setor agrícola.
hídricos.
Articulação da gestão de recursos hídricos com a
Potencial de crescimento da indústria.
gestão ambiental e a gestão do uso do solo.
Avançar na implementação dos instrumentos de Potencial para expansão da criação de animais
gestão de recursos hídricos. (pecuária).
Fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos
Uso intensivo de agrotóxicos (poluição gerada).
Hídricos.
Desmatamento. Tecnologia nas atividades produtivas.
Incêndios Florestais. Crescimento da exploração mineral.
Redução de Áreas Protegidas. Uso inadequado do solo.
Criação de Áreas Prioritárias à Conservação. Identificação de conflitos do uso da água.
Ocupação irregular de Áreas de Proteção
Garimpos ilegais.
Permanente (APPs).
Baixo nível de conservação da biodiversidade e
Presença de metais pesados nos rios.
preservação dos ecossistemas aquáticos.
Ausência de Reserva Legal nas propriedades
Erosão e Assoreamento dos rios.
rurais.
Gestão e destinação adequada do Lixo. Qualidade das águas superficiais.
Qualidade das águas subterrâneas /
Desperdício de água.
Contaminação de Aquíferos.
Lançamento de cargas poluidoras sem
Ocorrência de Alagamentos.
tratamento.
Degradação de rios urbanos. Ocorrência de Secas e Estiagens.
Boa qualidade das águas para fornecimento nas
Ocupação Urbana descontrolada.
residências (abastecimento de água).

15
Descrição dos assuntos Descrição dos assuntos
Falta de tratamento de esgoto urbano. Poluição nos rios.
Ampliação dos serviços de saneamento. Diminuição da água nos igarapés.
Desaparecimento de pequenas nascentes de
Comprometimento da saúde pública.
igarapés.
Doenças de Veiculação Hídrica. Baixo nível de consciência ambiental.
Conservação de Mananciais de Abastecimento Ampliação do conhecimento hidrológico
Público. superficial e subterrâneo.
Regularização dos usuários no instrumento de Implementação de ações de educação ambiental
outorgas. voltada à água e à biodiversidade.
Fortalecimento da fiscalização ambiental e de Estabelecimento de programas regionais de
uso dos recursos hídricos. compensação ambiental.
Estabelecimento de programas de
Intensificação do uso da água.
monitoramento.
Manifestações peculiares da cultura popular
Boa qualidade das águas para recreação
regional relacionada às águas e/ou à
(banhistas).
biodiversidade.
Racionalização do uso da água. Manejo para preservação das nascentes
Ampliação da oferta hídrica (reservatórios de uso
Grilagem, invasão terras protegidas/públicas
múltiplo).
Potencial para Geração de Energia. Geração de renda e empregos
Potencial para Navegação e para o Setor
Iniciativas privadas
Portuário.
Potencial para Turismo (relacionado a recursos
Arrecadação de recursos
hídricos).
Trechos de rios com potencial para esportes
Aproveitamento da água da chuva
aquáticos.
Trechos de rios com potencial para pesca
Demarcação de áreas indígenas
amadora.
Participação da sociedade na gestão de recursos
Região com pesca artesanal.
hídricos.
Articulação da gestão de recursos hídricos com a
Presença de Reservas Extrativistas.
gestão ambiental e a gestão do uso do solo.
Avançar na implementação dos instrumentos de
Potencial para expansão do setor agrícola.
gestão de recursos hídricos.
Fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos
Potencial de crescimento da indústria.
Hídricos.
Potencial para expansão da criação de animais
Desmatamento.
(pecuária).
Uso intensivo de agrotóxicos (poluição gerada). Incêndios Florestais.
Tecnologia nas atividades produtivas. Redução de Áreas Protegidas.
Crescimento da exploração mineral. Criação de Áreas Prioritárias à Conservação.
Ocupação irregular de Áreas de Proteção
Uso inadequado do solo.
Permanente (APPs).
Baixo nível de conservação da biodiversidade e
Identificação de conflitos do uso da água.
preservação dos ecossistemas aquáticos.
Ausência de Reserva Legal nas propriedades
Garimpos ilegais.
rurais.
Presença de metais pesados nos rios. Gestão e destinação adequada do Lixo.
Erosão e Assoreamento dos rios. Desperdício de água.
Lançamento de cargas poluidoras sem
Qualidade das águas superficiais.
tratamento.
Qualidade das águas subterrâneas /
Degradação de rios urbanos.
Contaminação de Aquíferos.

16
Descrição dos assuntos Descrição dos assuntos
Boa qualidade das águas para fornecimento nas
Ocorrência de Alagamentos.
residências (abastecimento de água).
Ocorrência de Secas e Estiagens. Falta de tratamento de esgoto urbano.
Ocupação Urbana descontrolada. Ampliação dos serviços de saneamento.
Poluição nos rios. Comprometimento da saúde pública.
Diminuição da água nos igarapés. Doenças de Veiculação Hídrica.
Desaparecimento de pequenas nascentes de Conservação de Mananciais de Abastecimento
igarapés. Público.
Regularização dos usuários no instrumento de
Baixo nível de consciência ambiental.
outorgas.
Ampliação do conhecimento hidrológico Fortalecimento da fiscalização ambiental e de
superficial e subterrâneo. uso dos recursos hídricos.
Implementação de ações de educação ambiental
Intensificação do uso da água.
voltada à água e à biodiversidade.
Estabelecimento de programas regionais de Boa qualidade das águas para recreação
compensação ambiental. (banhistas).
Estabelecimento de programas de
Racionalização do uso da água.
monitoramento.
Manifestações peculiares da cultura popular
Ampliação da oferta hídrica (reservatórios de uso
regional relacionada às águas e/ou à
múltiplo).
biodiversidade.
Manejo para preservação das nascentes Potencial para Geração de Energia.
Potencial para Navegação e para o Setor
Grilagem, invasão terras protegidas/públicas
Portuário.
Potencial para Turismo (relacionado a recursos
Geração de renda e empregos
hídricos).
Trechos de rios com potencial para esportes
Iniciativas privadas
aquáticos.
Trechos de rios com potencial para pesca
Arrecadação de recursos
amadora.
Aproveitamento da água da chuva Região com pesca artesanal.
Demarcação de áreas indígenas Presença de Reservas Extrativistas.
Participação da sociedade na gestão de recursos
Potencial para expansão do setor agrícola.
hídricos.
Articulação da gestão de recursos hídricos com a
Potencial de crescimento da indústria.
gestão ambiental e a gestão do uso do solo.
Avançar na implementação dos instrumentos de Potencial para expansão da criação de animais
gestão de recursos hídricos. (pecuária).
Fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos
Uso intensivo de agrotóxicos (poluição gerada).
Hídricos.
Desmatamento. Tecnologia nas atividades produtivas.
Incêndios Florestais. Crescimento da exploração mineral.
Redução de Áreas Protegidas. Uso inadequado do solo.
Criação de Áreas Prioritárias à Conservação. Identificação de conflitos do uso da água.
Ocupação irregular de Áreas de Proteção
Garimpos ilegais.
Permanente (APPs).
Baixo nível de conservação da biodiversidade e
Presença de metais pesados nos rios.
preservação dos ecossistemas aquáticos.
Ausência de Reserva Legal nas propriedades
Erosão e Assoreamento dos rios.
rurais.
Gestão e destinação adequada do Lixo. Qualidade das águas superficiais.
Qualidade das águas subterrâneas/
Desperdício de água.
Contaminação de Aquíferos.

17
Descrição dos assuntos Descrição dos assuntos
Lançamento de cargas poluidoras sem
Ocorrência de Alagamentos.
tratamento.
Degradação de rios urbanos. Ocorrência de Secas e Estiagens.
Boa qualidade das águas para fornecimento nas
Ocupação Urbana descontrolada.
residências (abastecimento de água).
Falta de tratamento de esgoto urbano. Poluição nos rios.
Ampliação dos serviços de saneamento. Diminuição da água nos igarapés.
Desaparecimento de pequenas nascentes de
Comprometimento da saúde pública.
igarapés.
Doenças de Veiculação Hídrica. Baixo nível de consciência ambiental.
Conservação de Mananciais de Abastecimento Ampliação do conhecimento hidrológico
Público. superficial e subterrâneo.
Regularização dos usuários no instrumento de Implementação de ações de educação ambiental
outorgas. voltada à água e à biodiversidade.
Fortalecimento da fiscalização ambiental e de Estabelecimento de programas regionais de
uso dos recursos hídricos. compensação ambiental.
Estabelecimento de programas de
Intensificação do uso da água.
monitoramento.
Manifestações peculiares da cultura popular
Boa qualidade das águas para recreação
regional relacionada às águas e/ou à
(banhistas).
biodiversidade.
Racionalização do uso da água. Manejo para preservação das nascentes.
Ampliação da oferta hídrica (reservatórios de uso
Assuntos acrescentados pelos participantes.
múltiplo).
Potencial para Geração de Energia. Grilagem, invasão terras protegidas/públicas.
Potencial para Navegação e para o Setor
Geração de renda e empregos.
Portuário.
Potencial para Turismo (relacionado a recursos
Iniciativas privadas.
hídricos).
Trechos de rios com potencial para esportes
Arrecadação de recursos.
aquáticos.
Trechos de rios com potencial para pesca
Aproveitamento da água da chuva.
amadora.
Região com pesca artesanal. Demarcação de áreas indígenas.
Presença de Reservas Extrativistas.
Fonte: COBRAPE, 2019.

Ademais, foram também aplicados os chamados Mapas-Vivos, nos quais os participantes


puderam escrever suas percepções e marcar nos mapas a localizações de suas observações.
Tal preenchimento se deu de forma que foi possível incorporar as informações destes mapas
na análise SWOT dos formulários, visto que em sua grande maioria eram diretamente
relacionados aos assuntos apresentados neste.
A seguir serão apresentados os dados obtidos a partir da participação social nos eventos
desta segunda rodada de Consultas Públicas no âmbito do PERH/PA, e as respostas obtidas
daqueles que preencheram o formulário já citado, sendo que, nos resultados das análises
SWOT propriamente ditos estão incluídos os preenchimentos dos Mapas-Vivos.

18
3.1 Resultados dos formulários aplicados
A cidade-polo que registrou o maior número de formulários foi Santarém, com 41 formulários
preenchidos, representando 93% dos presentes no evento; já Belém teve o menor índice
nesta participação visto que apenas 21% de seus participantes responderam, somando 21
formulários. Em Altamira e Marabá, somaram-se 14 e 21 preenchimentos que representam
41% e 51% dos participantes nos eventos, respectivamente. Assim, totalizaram-se
96 formulários respondidos nessa rodada, com a representatividade de cada evento
apresentada na Figura 3.1.

Figura 3.1 – Representatividade das cidades-polo quanto aos formulários respondidos

Fonte: COBRAPE, 2019.

As respostas recebidas nesses formulários, apresentadas na Figura 3.2 agrupadas para o


estado todo e exibindo os dez assuntos mais apontados, demonstraram a preocupação dos
participantes presentes nos eventos, principalmente, quanto ao desmatamento, listado como
a principal ameaça; a fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos, como a
segunda maior fraqueza; o baixo nível de conservação da biodiversidade; e preservação dos
ecossistemas aquáticos e desperdício de água, visto que tais assuntos apareceram tanto
listados como fraquezas e também como ameaças às águas do estado.
Quanto aos pontos positivos, destacam-se a criação de Áreas Prioritárias à Conservação
como o segundo assunto mais citado tanto como força como oportunidade; a questão de
trechos de rios com potencial para esportes aquáticos; e a articulação da gestão de recursos
hídricos com a gestão ambiental e a gestão do uso do solo, os quais também foram citados
como forças e oportunidades.
Embora o mesmo formulário distribuído aos participantes dos eventos da segunda rodada de
Consultas Públicas tenha sido disponibilizado para preenchimento online por aqueles que não
puderam comparecer aos eventos, mas tinham interesse em contribuir com o PERH/PA, não
houve registros de participação por este meio.
Os dez principais assuntos apontados pelos participantes na Análise SWOT (ou Matriz FOFA),
por cidade-polo, como forças são apresentadas na Figura 3.3, como fraquezas na Figura 3.4,
oportunidades na Figura 3.5 e ameaças na Figura 3.6, permitindo-se identificar as percepções
e anseios de seus participantes para sua região. Estes resultados por evento são
aprofundados a seguir.

19
Figura 3.2 – Representatividade dos assuntos respondidos nos formulários

Fonte: COBRAPE, 2019.

20
Figura 3.3 – Principais forças identificadas por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

21
Figura 3.4 – Principais fraquezas identificadas por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

22
Figura 3.5 – Principais oportunidades identificadas por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

23
Figura 3.6 – Principais ameaças identificadas por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

24
3.1.1 Forças (Strengths)
Foi verificado que alguns assuntos foram listados em comum entre as 10 principais forças de
cada região apresentadas na Figura 3.7, sendo eles:
• Avançar na implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos;
• Boa qualidade das águas para fornecimento nas residências (abastecimento de
água);
• Participação da sociedade na gestão de recursos hídricos;
• Potencial para Turismo (relacionado a recursos hídricos);
• Região com pesca artesanal;
• Trechos de rios com potencial para esportes aquáticos.
O potencial turístico relacionado aos recursos hídricos foi citado entre as principais forças nas
quatro Consultas Públicas, demonstrando que a população tem conhecimento de seus
atrativos em todo o estado.
Ademais, os item sobre a cultura popular e regional relacionada às águas e a participação da
sociedade na gestão de recursos hídricos já haviam sido abordados amplamente nas falas
dos participantes, tanto na primeira rodada de eventos, principalmente em Santarém e
Altamira como apresentado nos itens 2.2 e 2.4 do Produto 03 – Consolidação dos resultados
das Consultas Públicas referentes ao diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado do Pará,
demonstrando-se a diversidade de povos tradicionais na região e o desejo de participarem na
construção do PERH/PA, corroborando as falas dos participantes também dos eventos
objetos de relato neste documento, nas quais foi demonstrado o desejo por uma maior
participação das regiões no CERH/PA e também sobre a criação de Comitês de Bacias.
O potencial do setor portuário, que embora na primeira rodada tenha sido demonstrada
preocupação quanto aos grandes empreendimentos portuários planejados para a região
abrangida pela cidade-polo de Santarém, nesta rodada pôde-se verificar que a população
reconhece a vocação portuária de seus rios, preocupando-se apenas com as implicâncias
desse crescimento na pesca artesanal e utilização de agrotóxicos com o crescimento da
agricultura decorrente dos novos complexos portuários, conforme descrito também no item
2.2 do Produto 03. Tal potencial de navegação e portuário também foi ressaltado nos
formulários correspondentes à Consulta de Marabá.
De modo similar ao evento de Santarém, um dos assuntos destacados foi quanto ao potencial
para a geração de energia na região dos Rios Xingu e Tapajós, o que também havia sido
relatado pelos participantes da primeira rodada de Consultas Públicas (itens 2.1 e 2.2 do
Produto 03) e citado novamente na segunda rodada, mencionando a preocupação quanto as
consequências da construção e operação da UHE Belo Monte, porém novamente
reconhecendo que as regiões possuem vocação para tal atividade.

25
Figura 3.7 – Forças identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

26
3.1.2 Fraqueza (Weaknesses)
Quanto às fraquezas, os assuntos em comum aos dez principais apontados dentre os
participantes no evento são:
• Baixo nível de consciência ambiental;
• Degradação de rios urbanos;
• Falta de tratamento de esgoto urbano;
• Fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos.
• Ocupação Urbana descontrolada;
• Participação da sociedade na gestão de recursos hídricos;
• Poluição nos rios.
A questão da presença de metais pesados nas águas, garimpos ilegais e conflitos pelo uso
de água foram assuntos apontados como fraquezas principalmente na região da cidade-polo
de Altamira, percebendo-se que tal resultado se deu em concordância com as falas dos
participantes da primeira rodada, conforme apontado no item 2.1 do Produto 03 –
Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes ao diagnóstico dos Recursos
Hídricos no Estado do Pará.
Em Belém, os assuntos evidenciados que diferiram das demais cidades foram quanto a
gestão e destinação adequada do lixo; boa qualidade das águas para fornecimento nas
residências (abastecimento de água), a qual pode-se relacionar com os relatos dos eventos
da primeira rodada sobre a questão dos mananciais; além da ocupação irregular de Áreas de
Proteção Permanente (APPs).
O lançamento de cargas poluidoras sem tratamento foi um assunto bastante assinalado pelos
participantes das cidades-polo de Santarém e Marabá, podendo-se relacionar a questão da
baixa qualidade de água destacada na fala dos presentes na primeira rodada de eventos,
tendo sido comentada a questão dos baixos índices de saneamento, contaminação por
metais, pesticidas e coliformes fecais na água que a população consome, como citado nos
itens 2.2 e 2.3 do Produto 03.
Os assuntos identificados como fraquezas pelos participantes respondentes dos formulários
disponibilizados nas quatro Consultas Públicas podem ser verificados na Figura 3.8.

27
Figura 3.8 – Fraquezas identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

28
3.1.3 Oportunidades (Opportunities)
Na Figura 3.9 são apresentadas as dez principais oportunidades elencadas nas respostas dos
formulários preenchidos nas Consultas Públicas. Os assuntos identificados como
oportunidades em comum pelos participantes dos quatro eventos da segunda rodada foram:
• Ampliação do conhecimento hidrológico superficial e subterrâneo;
• Avançar na implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos;
• Estabelecimento de programas de monitoramento;
• Estabelecimento de programas regionais de compensação ambiental;
• Implementação de ações de educação ambiental voltada à água e à biodiversidade.
A ampliação do conhecimento hidrológico superficial e subterrâneo e o estabelecimento de
programas de monitoramento estiveram entre as principais oportunidades registradas nos
quatro eventos da segunda rodada, corroborando as falas registradas na primeira rodada de
Consultas Públicas, que expressavam o anseio dos participantes em que o PERH/PA
englobasse ambos os assuntos e desse diretrizes para que haja melhoria de conhecimento
das águas paraenses.
Semelhantemente aos pontos identificados como forças, a participação da sociedade na
gestão dos recursos hídricos foi apontada como uma oportunidade principalmente para a
região abrangida pela cidade-polo de Altamira, juntamente com o reconhecimento do
potencial de crescimento da indústria nesta área, reforçando as manifestações dos
participantes já apresentadas tanto no presente documento como no Produto 03 –
Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes ao diagnóstico dos Recursos
Hídricos no Estado do Pará, demonstrando o desejo da população em participar mais
ativamente das decisões tomadas quanto ao gerenciamento das águas de sua região.
Para os participantes da Consulta de Santarém, dentre os principais assuntos apontados e
que foi mencionado particularmente a esta região, destaca-se o manejo para preservação das
nascentes como o quarto assunto mais citado pelos respondentes. Este tema pode
correlacionar-se com a questão da qualidade das águas apresentada pelos participantes da
primeira rodada de eventos, demonstrando que a população pode ver neste ponto uma
ferramenta importante para a melhoria qualitativa de seus recursos hídricos.
A questão de ampliação dos serviços de saneamento foi apontada como a terceira maior
oportunidade pelos respondentes de Belém e Marabá, podendo-se conectar tal visualização
dos participantes com os índices médios de saneamento das regiões compreendidas nestas
cidades-polo: os municípios abrangidos pelas MRHs Costa Atlântica-Nordeste, Portel-Marajó
e Tocantins-Araguaia possuem um índice médio de abastecimento urbano em torno de 60%,
enquanto que cerca de 80% da população urbana não conta com coleta nem tratamento de
seus efluentes, de acordo com os dados apresentados no item 2.5.1 do Produto 02 –
Diagnóstico dos recursos hídricos no Estado do Pará. Desse modo, identifica-se o anseio da
população pela melhoria das condições destes serviços.

29
Figura 3.9 – Oportunidades identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

30
3.1.4 Ameaças (Threats)
Os principais assuntos marcados como ameaças em pelo menos três dos quatro eventos
realizados foram os seguintes:
• Baixo nível de conservação da biodiversidade e preservação dos ecossistemas
aquáticos;
• Crescimento da exploração mineral;
• Desmatamento;
• Diminuição da água nos igarapés;
• Erosão e Assoreamento dos rios;
• Redução de Áreas Protegidas;
• Uso intensivo de agrotóxicos (poluição gerada).
Particularmente em Altamira, a poluição dos rios apareceu como uma das principais ameaças
à região, em concordância com a preocupação já demonstrada pelos presentes na primeira
rodada de eventos, na qual foi relatada a contaminação por metais pesados oriundos de
garimpos na bacia do Rio Xingu, e também do uso de agrotóxicos como relatado no item 2.1
do Produto 03 – Consolidação dos resultados das Consultas Públicas referentes ao
diagnóstico dos Recursos Hídricos no Estado do Pará.
Entretanto, apenas em Belém a questão de garimpos ilegais e presença de metais pesados
nos rios foram listados entre os dez principais assuntos vistos como ameaças. Quando
verificados os dados apresentados nas análises sobre a atividade minerária e garimpeira no
estado (item 2.3.6 do Produto 02 – Diagnóstico dos recursos hídricos no Estado do Pará –
Parte A), identificam-se 9 processos minerários de lavra garimpeira na MRH Costa Atlântica-
Nordeste, além de 126 requerimentos deste tipo de lavra, conjuntamente na macrorregião
supracitada e em Portel-Marajó, indicando que estas áreas são sujeitas à exploração mineral
não legalizada, sendo os impactos desta atividade relatados como uma preocupação pela
população.
A ocupação urbana descontrolada entre os principais assuntos elencados como ameaça aos
recursos hídricos foi constatada apenas pelos participantes do evento em Marabá, de modo
que se entende a necessidade de um melhor planejamento da ocupação das áreas, o que é
objeto de estudo dos Macrozoneamentos Ecológico-Econômicos. Já em Santarém, as
principais ameaças identificadas particularmente para a região são o desperdício de água, a
ocupação irregular de Áreas de Proteção Permanente (APPs) e a fragilidade do sistema de
gestão de recursos hídricos.

31
Figura 3.10 – Ameaças identificadas nos formulários aplicados por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

32
4. CONSIDERAÇÕES DAS CONSULTAS PÚBLICAS PARA AS DIRETRIZES,
PROGRAMAS E METAS DO PERH/PA

A comparação dos resultados obtidos dos formulários respondidos, entre as dimensões Força,
Fraqueza, Oportunidade e Ameaça sem distinção dos assuntos, conforme apresentada na
Figura 4.1, permite que sejam feitas as seguintes observações pertinentes:
• A percepção de forças inerentes à cada região é significativamente inferior às outras
dimensões, com exceção de Altamira, onde os participantes têm a visão de que as
forças superam as fraquezas;
• As compreensões sobre ameaças contabilizaram mais registros que as percepções
de oportunidades, mais expressivamente em Belém e Santarém, com a exceção
novamente de Altamira;
• A identificação de fraquezas é similar em todas as cidades-polo, exceto em Altamira,
podendo-se supor que a população desta região reconhece mais forças e
oportunidades para seus recursos hídricos do que fraquezas e ameaças, detendo,
assim, uma visão mais positiva sobre suas águas que as demais.

Figura 4.1 – Porcentagem média da dimensão SWOT por cidade-polo

Fonte: COBRAPE, 2019.

De modo a auxiliar a próxima etapa do PERH/PA, os assuntos apresentados nos formulários


aplicados foram simplificados em formato de temas-chave, apresentados na Tabela 4.1,
acumulando-se os resultados obtidos a fim de auxiliar na proposição de diretrizes, programas
e metas específicos para cada região.

33
Tabela 4.1 – Assuntos do formulário aplicado e seus respectivos temas-chave
Assuntos Tema-chave
Participação da sociedade na gestão de recursos hídricos. Participação Pública
Articulação da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental e a
Gestão Integrada
gestão do uso do solo.
Avançar na implementação dos instrumentos de gestão de recursos
Instrumentos de Gestão
hídricos.
Fragilidade do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos. Fragilidade do Sistema
Desmatamento. Desmatamento
Incêndios Florestais. Incêndios Florestais
Redução de Áreas
Redução de Áreas Protegidas.
Protegidas
Criação de Áreas Prioritárias à Conservação. Criação APCBs
Ocupação irregular de Áreas de Proteção Permanente (APPs). Ocupação em APPs
Baixo nível de conservação da biodiversidade e preservação dos Ecossistemas
ecossistemas aquáticos. impactados
Ausência de Reserva Legal nas propriedades rurais. Ausência RL
Gerenciamento de
Gestão e destinação adequada do Lixo.
Resíduos
Desperdício de água. Desperdício de Água
Lançamento de cargas poluidoras sem tratamento. Esgoto não tratado
Degradação de rios
Degradação de rios urbanos.
urbanos
Boa qualidade das águas para fornecimento nas residências
Abastecimento de água
(abastecimento de água).
Falta de tratamento de esgoto urbano. Esgoto não tratado
Ampliação do
Ampliação dos serviços de saneamento.
saneamento
Doenças de Veiculação
Comprometimento da saúde pública.
Hídrica
Doenças de Veiculação
Doenças de Veiculação Hídrica.
Hídrica
Conservação de
Conservação de Mananciais de Abastecimento Público.
Mananciais
Regularização de
Regularização dos usuários no instrumento de outorgas.
usuários
Fortalecimento da fiscalização ambiental e de uso dos recursos
Fiscalização ambiental
hídricos.
Intensificação da
Intensificação do uso da água.
demanda
Boa qualidade das águas para recreação (banhistas). Balneabilidade
Racionalização do uso da água. Racionalização da água
Ampliação da
Ampliação da oferta hídrica (reservatórios de uso múltiplo).
disponibilidade
Potencial para Geração de Energia. Potencial energético
Potencial para Navegação e para o Setor Portuário. Potencial hidroviário
Potencial para Turismo (relacionado a recursos hídricos). Potencial turístico
Trechos de rios com potencial para esportes aquáticos. Potencial esportivo
Trechos de rios com potencial para pesca amadora. Potencial pesqueiro
Região com pesca artesanal. Pesca artesanal
Presença de Reservas Extrativistas. Reservas extrativistas
Potencial para expansão do setor agrícola. Potencial agrícola
Potencial de crescimento da indústria. Potencial industrial

34
Assuntos Tema-chave
Potencial para expansão da criação de animais (pecuária). Potencial pecuário
Uso intensivo de agrotóxicos (poluição gerada). Agrotóxicos
Tecnologia nas atividades produtivas. Tecnologia
Crescimento da exploração mineral. Exploração mineral
Uso inadequado do solo. Uso inadequado do solo
Identificação de conflitos do uso da água. Conflitos por água
Garimpos ilegais. Garimpos ilegais
Presença de metais pesados nos rios. Metais pesados nos rios
Erosão e Assoreamento dos rios. Erosão e assoreamento
Qualidade das águas
Qualidade das águas superficiais.
superficiais
Qualidade das águas
Qualidade das águas subterrâneas / Contaminação de Aquíferos.
subterrâneas
Ocorrência de Alagamentos. Alagamentos
Ocorrência de Secas e Estiagens. Secas e estiagens
Ocupação urbana
Ocupação Urbana descontrolada.
descontrolada
Poluição nos rios. Poluição nos rios
Redução da
Diminuição da água nos igarapés.
disponibilidade
Desaparecimento de pequenas nascentes de igarapés. Redução de nascentes
Baixo nível de consciência ambiental. Educação ambiental
Ampliação do conhecimento hidrológico superficial e subterrâneo. Educação ambiental
Implementação de ações de educação ambiental voltada à água e à
Educação ambiental
biodiversidade.
Estabelecimento de programas regionais de compensação ambiental. Compensação ambiental
Estabelecimento de programas de monitoramento. Monitoramento
Manifestações peculiares da cultura popular regional relacionada às
Movimentos culturais
águas e/ou à biodiversidade.
Preservação de
Manejo para preservação das nascentes.
nascentes
Grilagem, invasão terras protegidas/públicas. Invasão de terras
Geração de renda e empregos. Geração de renda
Iniciativas privadas. Iniciativa privada
Arrecadação de recursos. Arrecadação de recursos
Ampliação da
Aproveitamento da água da chuva.
disponibilidade
Demarcação de terras
Demarcação de áreas indígenas.
protegidas
Fonte: COBRAPE, 2019.

Assim, foram elaborados os mapas de palavras, que são representações visuais dos
principais assuntos citados e destacam os temas mais frequentes a partir de suas menções,
permitindo a identificação daqueles que são mais referenciados por letras maiores visando
maior ênfase. Estes podem ser verificados na Figura 4.2.
Os mapas de palavras-chave são úteis para identificar, de forma geral, aqueles temas e
assuntos mais relevantes durante as Consultas Públicas, de acordo com os formulários
respondidos pelos participantes. Devido à sua simples visualização, as análises desses
mapas são de fácil observação.

35
Figura 4.2 – Mapa de palavras dos temas-chave identificados

FORÇAS FRAQUEZAS

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

Fonte: COBRAPE, 2019.

36
Os mapas de palavras-chave evidenciam temas que possibilitam a articulação com outros
níveis de Planejamento de Recursos Hídricos, nacional e regional, listados a seguir:
• Plano Nacional de Recursos Hídricos
a. Componente de Desenvolvimento da Gestão Integrada dos Recursos Hídricos
(GIRH) no Brasil
i. Programa de Estudos Estratégicos sobre Recursos Hídricos;
ii. Programa de Desenvolvimento Institucional da GIRH no Brasil;
iii. Programa de Desenvolvimento e Implementação de Instrumentos de
Gestão de Recursos Hídricos;
iv. Desenvolvimento Tecnológico, Capacitação, Comunicação e Difusão
de Informações em Gestão Integrada de Recursos Hídricos;
b. Componente de Articulação Intersetorial, Interinstitucional e Intra-Institucional
da GIRH
i. Programa de Articulação Intersetorial, Interinstitucional e Intra-
Institucional da Gestão de Recursos Hídricos;
ii. Programa de Usos Múltiplos e Gestão Integrada de Recursos Hídricos;
iii. Programas Setoriais voltados aos Recursos Hídricos;
c. Componente de Programas Regionais de Recursos Hídricos;
i. Programa Nacional de Águas Subterrâneas;
ii. Programa de Gestão de Recursos Hídricos Integrados ao
Gerenciamento Costeiro, Incluindo as Áreas Úmidas;
iii. Programa de Gestão Ambiental de Recursos Hídricos na Região
Amazônica;
iv. Programa de Conservação das Águas do Pantanal, em Especial suas
Áreas Úmidas;
v. Programa de Gestão Sustentável de Recursos Hídricos e Convivência
com o Semi-Árido Brasileiro;
d. Componente de Gerenciamento da Implementação do PNRHP
i. Programa de Gerenciamento Executivo e de Monitoramento e
Avaliação da Implementação do PNRH.
• Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos rios Tocantins e
Araguaia
a. Temas estratégicos do Plano e Diretrizes para Ações
i. Articulação Interinstitucional;
ii. Irrigação;
iii. Compatibilização de Conflitos de Uso da Água;
iv. Qualidade das Águas.
• Plano Estratégico de Recursos Hídricos dos Afluentes da Margem Direita do Rio
Amazonas
a. Temas estratégicos
i. Articulação interinstitucional;
ii. Compatibilização de conflitos de uso dos recursos hídricos;
iii. Atores envolvidos em conflitos Geração de hidrelétrica;
iv. Qualidade das águas;
v. Monitoramento hidrológico, sedimentométrico e de qualidade das
águas;
vi. Aumentar/melhorar o conhecimento existente sobre os recursos
hídricos e os ecossistemas aquáticos da MDA;

37
vii. Gestão especial dos recursos hídricos em áreas sensíveis;
viii. Estudos para gestão de recursos hídricos subterrâneos.
Os assuntos e temas-chave descritos originarão as diretrizes para os programas e metas que
serão propostos pelo PERH/PA, abrangendo minimamente os itens a seguir, conforme
previsto pelo Termo de Referência:
• Proposição de arranjo ou recomendações de ordem institucional para
aperfeiçoamento da gestão dos recursos hídricos.
• Recomendações gerais para os setores usuários, governamental e sociedade civil.
• Proposição de programas de aperfeiçoamento tecnológico e de capacitação de
recursos humanos, inclusive com aumento de produtividade e de valorização
profissional, das equipes técnicas especializadas em recursos hídricos do Órgão
Gestor.
• Proposição de mecanismos de articulação do PERH/PA com os Planos Estaduais:
Indústria e Comércio; Agricultura, Pecuária e Irrigação; Saneamento; Resíduos
Sólidos; dentre outros, aportando subsídios a estes planos em relação aos temas de
interesse para a gestão dos recursos hídricos.
• Recomendações para o aperfeiçoamento da participação da sociedade civil na
formulação e implantação dos planos e programas de recursos hídricos.
• Metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos
recursos hídricos disponíveis.
• Prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos.
• Diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
• Diretrizes e prioridades para conservação e recuperação ambiental de Áreas Críticas
Degradadas e Áreas de Preservação Permanente – APPs.
• Propostas para a criação de áreas sujeitas à restrição de uso, com vistas à proteção
dos recursos hídricos.
• Proposta de controle da exploração de recursos minerais em leito e margens de rios
e proposições para lavra com menor impacto ambiental.
• Proposição de intervenções ou medidas de adaptação à variabilidade climática.
• Identificação de áreas prioritárias para a elaboração de estudos de vazão ecológica.
• Diretrizes e critérios para propostas de enquadramento dos corpos de água em
classes de usos preponderantes.
• Diretrizes para o transporte fluvial nos cursos de água onde haja tráfego de
embarcações.
• Diretrizes para o controle da exploração de recursos minerais em leito e margens de
rios.
• Proposição de diretrizes para monitoramento onde houver risco de comprometimento
da reserva por superexplotação ou onde as águas subterrâneas forem vulneráveis à
contaminação.
A análise de todos os temas discutidos e abordados até esta etapa do Plano permite a
identificação da situação dos recursos hídricos do Estado do Pará e sua relevância perante a
sociedade paraense, com suas preocupações sobre o futuro das águas do estado caso não
ocorra uma gestão adequada que permita o controle dos principais impactos e usos sobre os
recursos hídricos dentro do Pará.

38
Os principais impactos identificados pelos balanços hídricos desenvolvidos nas fases de
diagnóstico e prognóstico do PERH/PA, assim como os temas mais evidenciados pela
participação da sociedade paraense durante as duas primeiras rodadas de Consultas
Públicas, fundamentam as principais diretrizes para elaboração de programas e metas do
Plano Estadual dos Recursos Hídricos do Pará. Essas análises possibilitam afirmar que são
necessários – e prioritários – programas relacionados à redução de impactos sobre a
qualidade dos recursos hídricos, como a descrição de técnicas de manejo adequado sobre o
uso do solo, detalhamentos sobre o saneamento nos principais centros urbanos do estado.
Além disso, serão elencados programas que reforçam e fortalecem os instrumentos da gestão
de recursos hídricos previstos pela legislação estadual e federal, para que a implantação
destes instrumentos, dentre os quais encontra-se o próprio Plano de Recursos Hídricos, sejam
prioridade e que possibilitem subsidiar os demais programas que serão desenvolvidos no
PERH/PA. Tal hierarquização será, também, definida na próxima etapa de elaboração do
Plano, após a consolidação do hall de programas e metas a serem propostas, sempre visando
a melhor efetividade e desenvolvimento do sistema de gestão de recursos hídricos do estado
do Pará.

39

Você também pode gostar