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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

DIÁLOGOS PÓSTUMOS

Willian James, Titchener e Freud

Docente: Sávio Passafaro Peres

Discentes: Adriana Oliveira Costa (12695502)

Marcos Josué Costa Dias (12680645)

Yukari Teodoro Costa Fukuti (12540840)

Ribeirão Preto - SP
2021
Titchener, sentado em sua poltrona tomando chá forte com leite, lembra-se
das desventuras passadas e de seus debates teóricos mal resolvidos em vida, e
inclusive os póstumos, pois, apesar de morto, jamais deixou de perder a
curiosidade e de acompanhar os desdobramentos da psicologia. Enquanto ele
fazia as suas digressões diárias, o seu telefone toca, trazendo-o de volta à
realidade. Titchener sai de sua poltrona e atende o telefone: era o seu amigo dos
tempos da Associação Americana de Psicologia.
Christopher, seu amigo, cumprimenta Titchener com uma fria saudação
inglesa e fala como estava com saudade do amigo, e que esse deveria visitá-lo
mais vezes. Titchener concorda e dá em seguida uma gargalhada típica de um
fumante enquanto olhava para o cinzeiro. Christopher retoma a conversa e
questiona-o se ele tinha saudade dos tempos em vida quando eles eram
psicólogos. Titchener responde que sim e também fala do seu desejo de debater
com outros psicólogos. O amigo responde, “pois chame uns teóricos para discutir,
já estamos mortos e nem o céu é mais o limite”. Os dois amigos gargalham da
frase e Titchener responde, “é de fato uma boa ideia, inclusive você poderia vir à
minha casa e ‘já matamos dois coelhos com uma cajadada só’. Além de eu chamar
uns psicólogos com quem eu estava afim de conversar”; responde Christopher, “ah
amigo! Infelizmente não poderei participar desse banquete póstumo, estarei
fazendo umas atividades complementares. Sabe como os anjos são exigentes!”. A
conversa segue um pouco depois e os amigos se despedem.
Titchener não perde tempo e pega a lista telefônica celeste, telefona para
Freud e William James, explica a proposta e ambos aceitam e marcam de se
encontrar na praça dos Serafins. Na praça, os teóricos se cumprimentam e não
perdem tempo com formalidades, sentam-se nos bancos da praça e quando iriam
iniciar a conversa, chega Sócrates e Platão discutindo sobre a teoria da alma
tripartite, olham para os cavalheiros, Titchener fita-os e convida-os ao debate,
Sócrates questiona, “qual é o assunto do debate?”, Titchener responde que eles
iriam iniciar um debate acerca dos sistemas psicológicos. Mestre e discípulo se
olham e decidem ficar nesse debate.

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Olá, caro leitor, antes de prosseguir o relato, eu tenho plena consciência do
quão entediante está essa história, mas prometo torná-la mais interessante, mas é
necessário entender os seus objetivos. Os versados em filosofia me conhecem por
escrever obras buscando discutir temas filosóficos diluindo-os em uma narrativa
literária, é este o caso, mas com diferença de ser uma obra póstuma, apesar de
pessoalmente criticar o conhecimento obtido através do mundo empírico, é
impossível não considerar os seus méritos. Assim, o objetivo desta obra é, em
primeiro lugar, discutir a consolidação da psicologia como ciência e os limites do
conhecimento obtido empiricamente. Adeus, leitor!

Sócrates inicia o diálogo e pede para os teóricos apresentarem os seus


modelos — apesar de Sócrates estar morto, jamais deixou de se informar dos
desdobramentos do mundo físico. Assim, não precisa se preocupar com o quão
informado ele está —, "comece por você William James”.

— Ao meu ver, a mente, ou melhor, aquilo que entendemos como tal, pode
ser entendida em três aspectos: consciência, hábito e emoção. Além disso, o
estudo da psicologia não se resumiria a estas variáveis, mas também, a entender
as condições para que isto ocorra, estas condições seriam aspectos sociais,
biológicos e circunstanciais.
— A consciência seria um fenômeno que se distingue dos demais pelos
quais as outras ciências estudam, isto é, as regras que são válidas para o estudo
da natureza não são para a mente, uma vez que, em primeiro, a mente tal como se
apresenta, somos incapazes de dividi-la em tantas partes quantas forem
necessárias de acordo com algum critério. É inviável fragmentá-la e depois buscar
entender esses componentes.
— Ela é como um rio, não devemos falar da mente como uma partícula
divisível, mas como um “fluxo de consciência” que tem um conjunto de atributos
que em geral auxiliam na capacidade adaptativa dos seres humanos.

Titchener se sente incomodado, e pensa ser um absurdo estas propostas e


interrompe James.

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— Me desculpe pela interrupção. Suas ideias são interessantes, mas
discordo no aspecto da dividir o objeto estudado. Não vejo ser possível inclusive
entender qualquer coisa que seja senão através disso. Seja física, biologia ou
qualquer outra ciência. É necessário entender cada componente da mente,
destrinchar a anatomia da psique.

— Como eu havia dito anteriormente, a mente não é um fenômeno qualquer,


não percebemos ela de forma a ser possível fragmentá-la. Não temos a
possibilidade de manuseá-la, assim é pouco útil investigar esses fragmentos.
Todos os exemplos de ciência que você deu, são de áreas do conhecimento pelo
qual é possível observar o objeto estudado de forma independente, em nossas
pesquisas, isso não é possível, não conseguimos pegar na mão o desejo e
quebrá-lo. — responde James.

— Mas há algo que não possa ser entendido dessa maneira? Embora
reconheça essa dificuldade da separação do nosso campo de investigação e
também reconheça a necessidade de estudar as funções, não entendo o porquê de
não ser possível fazer isso. — responde Titchener.

Lembra-se que havia falado que interromperia, pois bem, a discussão aqui é
primeiramente epistemológica, antes mesmo de ser psicológica. Titchener é
representante de uma abordagem mais intelectualizada e que fundamenta-se no
método cartesiano, enquanto, James é um dos pais do pragmatismo, e que apesar
de ser ilustrando em ciências, via com certo desgosto a abordagem de Titchener.
Quando James afirmou que era necessário investigar a consciência tal como
se apresenta, significa uma atitude aberta ao objeto investigado de maneira a não
se importar com atitudes a priori, James não nega o rigor, mas adota o valor efetivo
das coisas como métrica da realidade. Dessa maneira, James não vinha utilidade
em investigar os elementos fixos e absolutos da mente, mas criar uma teoria que
aja como ferramenta. A própria noção de verdade seria, na sua perspectiva,
apenas o qual útil uma noção é.

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Ao meu ver, tal noção é absolutamente absurda, o que é útil para um, não é
para outrem, além disso, o próprio uso instrumental da teoria em si é um problema.
Não é atoa que o desenvolvimento do funcionalismo — escola que James foi um
dos predecessores — foi em grande parte estimulado e utilizado como parte do
endosso do racismo científico. Devemos sempre prezar pela verdade, a utilidade
não deve ser um fator, pois nada diz a respeito do objeto necessariamente. Vi em
vida os efeitos da lógica pragmatista, quando era vivo, denominava-se sofistas, vi
minha Atenas ser destruída pelo domínio da retórica e desprezo pela verdade.
Embora, os sofistas e os adeptos do pragmatismo não sejam os mesmos e nem
partam das mesmas concepções, o que há em comum entre eles é o uso
instrumental da verdade.
A problemática da instrumentalização é que em última instância ambas
levam a uma degeneração da existência dos fatos, e na pior das hipóteses, em um
mundo em que os diálogos são apenas conversações entre lunáticos. Além das
implicações sociais desta lógica, se a verdade não é buscada, e o que interessa é
o útil, imagine o qual uma teoria nessa perspectiva mune as oligarquias e os
tiranos. Pense no aparato midiático que funcionaria como mecanismo para
determinar o que é útil ou não. Não é necessário estender mais críticas a tal
abordagem.
Por outro lado, Titchener compromete-se a buscar a verdade, mas também
não é isento de críticas. Sua abordagem erra em justamente buscar fragmentar a
psique simplesmente, compreensível em termos históricos, mas efetivamente nem
todos os objetos de estudo podem ser reduzidos em partes menores. A física com
o desenvolvimento da noção de campo e a gestalt com fenômeno phi fornecem
subsídios para afirmar isso solidamente.
O ponto é que tal fenômeno é simplesmente irredutível, a compreensão do
objeto envolve necessariamente considerar as propriedades decorrentes da
interação que o todo gera, o todo é maior que as partes e não simplesmente a sua
soma.

Freud, até então calado, dá uma tragada em seu charuto antes de interferir
na conversa:

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— Permita-me interrompê-los, caros amigos, mas há muito do que vocês
não presenciaram em vida da Psicologia. Entretanto, devo concordar com o bom e
velho Titchener, ao menos em partes. É evidente que é possível estabelecer
critérios para se dividir a mente, ou vocês creem que seus instintos e seus valores
morais possam se encaixar no mesmo patamar? Creio que não. Meus anos de
estudo me levaram à constatação acerca do inconsciente e o pré-consciente da
mente humana, ou seja, sua parte disciplinada e a outra, de natureza destrutiva,
constituída de seus desejos. Caso contrário, por que haveria tanta guerra no
mundo, se não para satisfazer a pulsão destrutiva de morte, mascarada sob
pretextos políticos e “civilizados”?

— Ora, meu caro, sejamos um tanto mais pragmáticos quanto a isso. —


Responde James, exaltado — Não é possível que haja uma predeterminação
quanto à natureza da mente humana. Se quer falar de experiência em vida, creio
que a minha seja bastante útil para provar meu ponto. No meu tempo, havia quem
afirmava que todo evento ocorria por uma causa prévia, anterior e inevitável, mas
isso não é verdade. O pensamento, tal como já disse, está em fluxo constante,
sempre sujeito a mudanças, e isto constitui a graça do livre-arbítrio. As guerras
ocorrem porque têm uma finalidade, seja abater o time inimigo, conquistar
territórios ou fazer sobressair uma ideologia, e quem não sobrevive a elas,
claramente não está apto para conviver em sociedade. E exatamente como a
guerra, funciona a consciência: de modo adaptativo e em busca de um fim, um
objetivo.
— Entendo o quanto esse tema possa ser traumático para você, James, já
que isso o remete a sua depressão, mas é fato que a mente e as ações humanas
são, de certa forma, determinadas pela natureza de nossas cognições. Ademais,
sua concepção de “pensamento fluido” me parece um tanto fraca. Essa mudança
que você menciona diz respeito ao quanto o Super-eu consegue domar o ID, e não
deriva de lugar nenhum, como você propõe. Nossas ações, que refletem o seu
próprio Eu, são motivadas por pulsões e princípios, vindos de diferentes lugares de
nossa mente. A ponta do iceberg, ou pré-consciente, apenas atrasa seus desejos
primários do prazer, localizados no inconsciente, tão vasto e desconhecido quanto

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ao resto do iceberg. Sua experiência depressiva, inclusive, é reprimida pelo seu
inconsciente, de modo que…

Estou de volta, eu Platão! Como é possível vê, as discussões estão


acaloradas, diria um verdadeiro “Casos de Família”, recomendo que continue a
leitura e depois volte para ler os meus comentários, de toda forma, é interessante
notar o método de Freud, uma abordagem idiográfica e que busca entender a
mente humana como um todo, distingue-se dos teóricos da psicologia por, em
primeiro lugar, ignorar o debate metodológico e, em segundo, analisa a psique
como um todo, diferentemente, os psicólogos buscaram entender partes do que
era entendido como objeto da psicologia, assim havia psicólogos da motivação,
aprendizagem e outras áreas.
Por outro lado, a psicanálise se desenvolve de forma muito atrelada a
terapia, buscava ,antes de tudo, respostas aos dilemas psicológicos da sociedades
— as neuroses — , id, ego e superego eram as variáveis intervenientes de Freud.
Utilizava-se desses construtos para explicar um comportamento que parecia ser
claramente a manifestação de uma mente cindida. A metáfora da guerra, da
ruptura não se restringia ao plano exógeno, mas também endógeno.
Na sua teoria, Freud define o ego como a parte do terreno de disputa, o id
seria a força instintiva pelo qual era dividido em instintos e duas pulsões: vida e de
morte; o superego, como um eu julgador internalizado. O ego como palco dessas
duas forças, o superego busca coibir e controlar, o id realizar-se através da
procura do objeto desejado. A guerra entre eles jamais cessaria, e apesar da
aparente vitória do superego, o fato é que muitos dos nossos comportamentos
seriam apenas oriundos dessa força abismal e inconsciente — id —. A guerra
seria apenas um exemplo macrocósmico dessa guerra que acontece
perpetuamente na alma do homem.

— Ora, não tente me psicanalisar, seu drogado!

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— Cavalheiros, não percamos a classe — interrompe Titchener — creio que
ambos estejam sendo enganados por seus próprios vieses, derivados de suas
experiências. Não é possível determinar um método apenas por isso, e nesse
sentido, espero que reconheçam suas falhas. Primeiramente, Freud, não é sequer
possível nomear o que você faz de Ciência, uma vez que não existe um método
bem definido para tirar suas conclusões. A minha impressão é que tudo o que diz
é derivado de hipóteses fantasiosas da sua mente, possivelmente derivadas de
seus problemas com sua própria sexualidade. Ou será que isso também foi
severamente reprimido no seu inconsciente a ponto de não perceber sua
parcialidade?

— Ora, pois não tente usar minha própria Ciência contra mim! — Grita
Freud, derrubando o charuto de sua mão.
— Pseudociência, quem sabe. E quanto a você, William, saiba que seu
método introspectivo é completamente inverificável e, portanto, passível de
desconfiança. Além disso, não é plausível estudar a função do estado psíquico
sem antes entender no que, de fato, se baseia tal estado. Assim, reforço minha
ideia de se estudar os fenômenos apenas depois de se analisar a experiência
consciente e determinar quais seus elementos constituintes. Tomem como
exemplo, o próprio conceito de afeto. Os elementos desse fenômeno podem ser
definidos em intensidade, duração e qualidade, ou seja, o agrado ou desagrado.
Dessa forma, o afeto corresponde aos elementos básicos das emoções, sendo
essencial seu estudo fragmentado. — diz Titchener, com bastante calma.

Titchener não se aprofunda ao caracterizar a psicanálise como


pseudociência, mas esse é o meu trabalho aqui. Além da discussão de como Freud
tirou suas conclusões e outros pontos nesse sentido, é interessante ressaltar o
critério de Popper para identificar algo como ciência, segundo a sua elaboração, a
falseabilidade de uma teoria seria o aspecto demarcador.
O leitor pode ficar confuso com a afirmação anterior, mas tudo faz sentido,
pois, vejamos, caso eu digo para você que 2 + 2 = 1, é certo o estranhamento, mas
e se porventura diga que há uma pedra mágica que é invisível, desprovida de

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massa, ou melhor, da matéria capaz de ser quantificado pelos métodos desse
mundo, tal afirmação soará no mínimo estranha, todavia, ela não é logicamente
falsa, não podemos provar que ela é falsa em si mesma… Que pedra estranha
não é mesmo?
Esta pedra especial apresenta uma condição curiosa, ela não pode ser
confirmada e nem o seu oposto. O estranhamento é oriundo disto, e a ciência tem
como um dos seus fundamentos justamente a verificabilidade, é necessário que os
objetos e suas enunciações teóricas sejam passíveis de serem provados
verdadeiros ou falsos.
E, quando falamos da psicanálise, existem conceitos que esse processo é
inviável. Assim, a psicanálise falha em ser ciência, pois parte do seu endosso
teórico é simplesmente inatingível, quando não conseguimos encontrar aspectos
que possam ser indícios de falhas, uma teoria falseável na medida que fornece
alguma viabilidade de ser considerada falsa, não se resume em ser verificável, pois
é simplesmente impossível, por exemplo, “pegar a mente” de todas as pessoas é
confirmar se há tais entidades. A questão é que estas entidades são inatingíveis!
Prove que não existe esta pedra mágica ou id, ego, superego e você terá o
mesmo problema em ambas situações. A falseabilidade deve ser entendida como
ideias que sejam passíveis de serem falseadas, que haja meios, seja por
implicações teóricas — uma conclusão teórica necessária, que caso não, há um
erro nos pressupostos — ou outras formas de verificar não se é verdadeira, mas,
falsa.
Agora, podemos explicar melhor o que Titchener quis dizer, ele quis dizer
que a psicanálise é uma abordagem que não se submete a isso e que tem a
pretensão de ser ciência. Fim! Pode voltar para leitura.

— Aí é que você se engana, meu caro Titch — Começa Freud — os


afetos não são tão importantes quando se quer compreender a personalidade do
ser humano. É por isso que trabalhei com o conceito de “pulsão”, que ao contrário
do que muitos pensam, não são herdados. Além do mais, eles servem para reduzir
a discrepância interior, como a sede, fome e o sexo. Vale ressaltar que temos
instintos “de vida” e instintos “de morte”.

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— Mas Titch, algo que sempre achei estranho e errado da sua parte, foi sua
falta de interesse pelas diferenças individuais da mente humana. Estudar as
generalidades é muito fácil, o difícil é penetrar na alma dos que são considerados
“loucos”, dos neuróticos e dos perversos. A graça da psicologia é estudar essas
mentes fora da curva. O quê, exatamente, na psique desses indivíduos, os fazem
tão diferentes do resto da sociedade? É decepcionante ver seu desinteresse por
essa parcela da população tão interessante… — Termina Freud
— Freud, Freud… Você me faz rir com uma pergunta tão boba quanto essa.
Apesar de realmente achar desinteressante esses indivíduos, minha preferência
pelos sãos não se resume apenas ao meu gosto pessoal. Caso você não saiba,
meu método de estudo se utiliza da introspecção experimental sistemática para
obter dados para a análise, e isso requer muito treino Freud, muito treino… Talvez
você não saiba muito bem o que é isso, uma vez que gostava era dos estudos de
caso. Mas para te explicar: como eu iria treinar um louco para fazer uma
introspecção? Chega a ser engraçado pensar numa situação dessas. A mente
desses indivíduos, como você mesmo diz, é diferente da nossa. Sem contar que
meu objetivo sempre foi descobrir as leis que regem a mente humana, e leis não
permitem exceção. É algo fundamental da ciência, mas como seu método não se
utiliza disso, é compreensível sua dúvida - Ri Titchener
A medida que Titchener falava, Freud ia fechando a cara e formando uma
expressão de desdém, porém, antes de ter a oportunidade responder, James se
adiantou:
— Pois eu discordo dos dois quanto às teorias de pulsão e afeto. O que
ocorre na verdade são emoções decorrentes do nosso estado fisiológico. Ou seja:
ficamos tristes porque choramos e não o contrário. Sendo assim, meus caros
amigos, para vencermos a nós próprios e sermos donos da nossa mente, é preciso
controlarmos primeiro a nossa parte fisiológica.
Titchener, que já fazia algum tempo havia começado a ficar de saco cheio
de toda essa conversa que não chegava em acordo nenhum, sentiu falta da sua
paz e vida calma que vivia no céu antes de ter a péssima ideia de reviver um
debate caloroso. Apreendendo os sentimentos que se passava na alma de
Titchener, Sócrates decide finalizar o debate.

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Após os teóricos se retirarem da praça, eu e o meu mestre Sócrates
continuamos discutindo e decido fazer um pequeno diálogo a partir disso, se
chamará "Diálogos Póstumos”, e quem sabe um bom espírita decida fazer uma
psicografia desta pequena obra.

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REFERÊNCIAS

Goodwin, C. James. (2005). História da psicologia moderna. São Paulo: Cultrix.

Fierro, Catriel. (2013). Principios: la relevancia de William James en la


enseñanza de la historia de la psicología. Assunção: Eureka. Universidade
Católica "Ntra. Sra. De la Asunción".

Filosofia Vermelha: A carta de Freud a Einstein. [Locução de]: Glauber Ataide.


Spotify, 4 de abril de 2020. Podcast.

Fiscina, Luciano. A proposta de psicologia de Edward B. Titchener um caso


polêmico na história da psicologia: restabelecendo seu lugar na
historiografia contemporânea. 2008. 190 f. Dissertação (Mestrado em História
da Ciência) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.

AYER, A. J. As questões centrais da filosofia. Trad. Alberto Oliva e Luís Alberto


Cerqueira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1973

COLEÇÃO TEMAS DE FORMAÇÃO: Filosofia. 1. ed. [S. l.: s. n.], 2013. ISBN
978-85-7983-498-1. Disponível em:
https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/141301/4/unesp-nead-ebook-redefo
r-filosofia-audiodesc.pdf. Acesso em: 28 jun. 2021.

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