Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
a mulher moderna
17
Alexandra Kolontai
1 T o m e m o s c o m o e x e m p lo a m o ra l sim p lista d o h o m e m e m su a s r e la
çõ e s s e x u a is, m o ra l q u e c o n sid e ra co m o u m fa to n atu ral e in e v itá v e l...
a p ro stitu ição . D ora, a hero ín a de v an g u ard a da n o v ela d e W in itch e n co ,
A A u to lea ld a d e , é um a m u lh e r q u e se sen te in te rio rm e n te liv re e q u e
assim ila sem su b m e te r à crítica essa v erd ad e m a scu lin a d o m u n d o b u r
g u ês. C o m u m a fin a lid a d e su p erio r, p ara d e m o n s tr a r a p ro fu n d id a d e
d e s e u s e n tim e n to p elo h o m e m q u e am a, p a ra a firm ar s u a p e rs o n a li
d ad e e e v id e n c ia r q u ão se p a ra d o s estão seu s se n tim e n to s d e u m a s im
p le s a g ita ç ã o sa n g u ín e a , D o ra co m p ra u m h o m em ... A falsa v e ra c id a
d e m a s c u lin a d e cla sse é aceita n e s te caso p o r u m a m u lh e r q u e asp ira
a lib e rta r-se , b u s c a n d o u m a v e rd a d e su p erio r.
18
a nova mulher e a moral sexual
19
Alexandra Kolontai
120
a nava mulher e a moral sexual
211
Alexandra Kolontai
22
a nova mulher e a moral sexual
23
Alexandra Kolontai
25
Alexandra Kolontai
vida econôm ica e social, não pode ser realizada sem luta.
Cada passo dado nesse sentid o provoca conflitos, que
eram com pletam ente desconhecidos das heroínas anti
gas. São esses conflitos que inundam a alm a da mulher,
os que pouco a pouco cham am a atenção dos escritores e
acabam por converter-se em m anancial de inspiração ar
tística. A m ulher transform a-se gradativam ente. E de ob
jeto da tragédia m asculina converte-se em sujeito de sua
própria tragédia.
2
o amor e a nova moral
tre a nata da sociedade alem ã, este livro foi saud ado com
aplau sos por alguns e com m ostras de desagrado e in
dignação p or outros, sorte com um a todo sincero investi
gador da verdade.
O fato de que o livro de M eisel-H ess careça de um a
série de qualidades científicas, o fato de que se possa re
provar a falta de m étodo e análise, o fato de que não siga
um procedim ento sistem ático, e que seu pensam ento seja
em algu ns m om entos inseguro e sinuoso, e que repita
coisas já expostas, não pode dim inuir de m odo algum o
valor desse trabalho.
U m hálito de frescor se desprende do livro. A in vesti
gação da verdade enche as páginas vivas e apaixonadas
desta exposição, na qual se reflete um a vibrante alm a de
m ulher, que conhece perfeitam ente a vida. O s pensam en
tos de M eisel-H ess não são novos, flutuam no am biente,
enchem e saturam toda a nossa atm osfera m oral.
Os problem as que M eisel exam ina nos são conhecidos.
Todos nós tem os m editado sobre eles, vivêm o-los em toda
a sua dor. N ão há nenhum a pessoa que depois de refletir
sobre esse problem a não haja chegado por um cam inho
ou por outro, às conclusões gravadas nas páginas do livro
A Crise Sexual. M as, fiéis à hipocrisia que nos dom ina, con
tinuam os adorando publicam ente o velho ídolo: a m oral
burguesa. O m érito de M eisel-H ess é sem elhante ao do
m enino do conto de Andersen. M eisel-H ess atreveu-se a
gritar à sociedade "q u e o rei está n u ", ou seja, que a m oral
sexual contem porânea não passa de uma vã ficção.
Com efeito, as norm as m orais que regulam a vida se
xual do hom em não pod em ter m ais do que duas finali
dades, dois objetivos. Prim eiro, assegurar à hum anidad e
28
3 nova mulher e a moral sexual
29
Alexandra Kolontai
30
a nova mulher e a moral sexual
31
Alexandra Kolontai
32
a nova mulher e a moral sexual
33
Alexandra Kolontai
|34
a nova muiher e a mora! sexual
35 I
Alexandra Kolontai
371
Alexandra Kolontai
40
a nova mulher e a moral sexual
41
Alexandra Kolontai
43
Alexandra Kolontai
44
a nova mulher e a moral sexual
45
Alexandra Kolontai
46
a nova mulher e a moral sexual
47
Alexandra Kolontaì
ç ã o ; e q u e n o s é a in d a in d ic a d o p e la h is t o r ia da
in interrupta luta de classes e dos diversos grupos sociais,
opostos por seus interesses e suas tendências.
N ão é a p rim eira vez que a H u m an id ad e atravessa
um p erío d o d e agu da crise sexual. N ão é a p rim eira vez
qu e as ap aren tem en te firm es e claras p rescrições da m o
ral cotid iana, no dom ínio da união sexual, são destru ídas
pelo aflu xo de n o vos id eais sociais. A h u m an id ad e p as
sou p o r u m a é p o ca de crise se x u a l v e rd a d e ira m e n te
agu d a d u ran te os p erío d o s do R en ascim en to e da R e
form a, no m om en to em que u m a form id ável m o d ifica
ção social relegava a segu n d o p lan o a aristocracria feu
dal, orgu lh osa de sua nobreza, acostu m ad a ao dom inar
sem lim itações, e em seu lu gar em ergia u m a n o v a força
social, a b u rg u esia ascen d en te, que crescia e se d esen
volv ia ca d a v ez m ais, com m aio r im p u lso e pod er. O
cód ig o da m oral sexu al do m u n d o feu dal, n ascid o no
seio da so cied ad e aristocrática, com u m sistem a de eco
n o m ia com u n al e b asead o n o s p rin cíp io s au to ritário s de
c a sta s, d e v o ra v a a v o n ta d e in d iv id u a l d os m em b ro s
dessa so cied ad e que tentavam p erm an ecer isolad os. O
velho cód igo m oral en trav a em choqu e com novos p rin
cíp ios, que im p u n h am à classe b u rg u esa em form ação.
A m oral sexual d a nova b u rgu esia b aseava-se em p rin
cíp ios rad icalm en te op o sto s aos p rin cíp io s m orais m ais
essen ciais do cód ig o feu dal. Em su b stitu ição ao p rin cí
pio de castas, ap arecia u m a severa in d ivid u alização: os
estreitos lim ites da p equ en a fam ília b u rgu esa. O fator
de colab oração, essen cial n a socied ad e feu d al, caracte
rística de su a econ om ia com u n al, tan to com o da e co n o
m ia region al, era su b stitu íd o pelo p rin cíp io da concor-
Alexandra Kolontai
52
a nova mulher e a moral sexual
53
Alexandra Kolontai
54
a nova mulher e a moral sexual
55
Alexandra Kolontai
56
a nova mulher e a moral sexual
57
Alexandra Kolontai
58
a nova mulher e a moral sexual
59
Alexandra Kolontai
611
Alexandra Kolontai
62
a nova mulher e a moral sexual
63
Alexandra Kolontai
RU
Alexandra Kolontai
66
a nova mulher e a moral sexual
67
Alexandra Kolontai
68
a nova mulher e a moral sexual
n em o c ó d ig o da m o ra l s e x u a l, e la b o ra d o s g ra d a ti-
vam en te pelo proletariado, correspond em à m oral das
e x ig e n cia s b u rg u esas de classe. P o rtan to , e n q u a n to a
m oral sexual, nascida das necessidades da classe op erá
ria, converte-se para ela num instrum ento novo da luta
social, os m odernism os de segunda m ão que dessa m o
ral extrai a burguesia, não fazem m ais do que destruir,
definitivam ente, as bases de sua sup erioridade social.
A tentativa dos intelectuais burgueses de substitu ir o
m atrim ônio indissolú vel pelos laços m ais livres, m ais fa
cilm ente desligáveis do m atrim ônio civil, atinge as bases
da estabilid ad e social da burgu esia, bases que não p o
dem ser outras senão a fam ília m onogàm ica b asead a no
conceito da propriedade.
Na classe operária, sucede tudo ao contrário. A m aior
liberdade na união entre os sexos condiz, totalm ente, com
as suas tarefas históricas fundam entais. E até pod em os
dizer que derivam diretam ente dessas tarefas. O m esm o
sucede com a negação do conceito de subordinação, no
m atrim ônio, rom pendo os últim os laços artificiais da fa
m ília burguesa. O contrário acontece, na classe p roletá
ria. O fator de subordinação de um m em bro desta classe
social a um outro é o m esm o que o conceito de p roletaria
do. Não convém , de m odo algum , aos interesses da clas
se revolu cionária atar um de seus m em bros, visto que
cada um de seus representantes, in d epend entes d iante
de tudo, tem a incum bência e o dever de servir aos in te
resses de sua classe e não aos de um a célula fam iliar iso
lada. O dever do m em bro da sociedade proletária é antes
de tudo contribu ir para o triunfo dos interesses de sua
classe, p or exem p lo, atuar nas greves e participar em todo
69
Alexandra Kolontaì
70
a nova mulher e a moral sexual
71
Alexandra Kolontai