INTRODUÇÃO
Segundo Kandel, James acreditava que nós teríamos dois tipos de atenção, a
involuntária e a voluntária. A involuntária é ativada por propriedades (estímulos) do mundo
externo e capturada por coisas grandes, coisas em movimento, volumes altos ou que
destoem de um certo modo fora do comum. Por outro lado, a atenção voluntária é
acionada quando estamos em alguma situação que requer nossa atenção de modo pré-
estabelecido por nós, como prestar atenção na estrada quando estamos dirigindo (JAMES
apud KANDEL, 2009).
Assim, para que a informação captada dentre os estímulos possa ser consolidada, ela
tem que ser memorizada.
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A memória é a capacidade que o sistema nervoso tem de manter e recuperar
habilidades e conhecimentos.
Apesar de parecer uma tarefa simples a memória é a grande responsável pela nossa
identidade pessoal e nosso desenvolvimento diário. Cada um de nós se lembra de
milhões de partes de informações, desde as de maior quanto as de menor grau de
importância, assim toda nossa noção de nós mesmos, como pessoas, é composta pelo
que temos em nossa memória, nas lembranças e nas experiencias e aprendizados que
conquistamos com os outros e com o tempo vivido (GAZZANIGA, 2002).
Isso se dá por ela estar diretamente ligada as nossas funções corticais que são as
responsáveis pelo nosso processo de aprendizado, e a nossa função executiva que é
definida como um conjunto de habilidades responsáveis por regular nossos pensamentos,
ações, emoções, assim como os comportamentos direcionados a realização de objetivos
e resoluções de problemas. Então ainda que sem perceber, estamos fazendo uso desse
importante recurso cognitivo a todo momento (MOURÃO & MELO, 2011).
Essa recuperação pode ser feita de modo consciente ou ser remetida de forma não
consciente por estímulos e associações, também ativados por semelhança e
reconhecimento.
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Saber desses processos nos dá um ponto de partida para entender o conceito, mas
para realmente entendermos como ela funciona precisamos saber qual informação é
inicialmente codificada, qual é armazenada e como podemos recuperá-la.
Segunda a abordagem dos três sistemas da memória (ATKINSON & SHIFFRIN, 1968)
existem diferentes sistemas e etapas de armazenamento da memória por meio dos quais
a informação deve passar para que ela possa ser lembrada. Esse sistema se consiste em
memória sensorial, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Cada um deles
determina o tempo que a informação fica retida na memória.
A primeira etapa é a memória sensorial, onde ocorre o input sensorial é nele que
ocorre o armazenamento momentâneo inicial da informação, ela dura apenas um instante,
equivalente a um segundo. Após a o input sensorial, se for ativada a atenção, vamos a
segunda etapa que é a memória de curto prazo e essa dura de vinte a trinta segundos,
ela armazena de acordo com seu significado, e caso as informações não forem ensaiadas
serão perdidas. E por último temos a memória de longo prazo. Nessa a informação é
armazenada de uma forma relativamente permanente, embora se pouco revista possa ser
difícil recuperá-la (GAZZANIGA, 2002).
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ser sete letras, já sete agrupamentos pode ser vinte e uma letras separadas em sete
grupos de três letras em cada grupo (FELDMAN, 2015).
1.1. Objetivo:
Avaliar o armazenamento de informação e memória visual de curto prazo com um
"ruído" no processo, visando a diferença de desempenho entre um grupo de quinze
pessoas na faixa etária de dezoito a vinte oito anos e outro grupo de quinze pessoas entre
cinquenta e sessenta anos.
1.2. Justificativa:
Justificamos a presente pesquisa por ser um novo meio de informações para a
comunidade científica sobre a memória de curto prazo e o seu possível decaimento na
fase adulta, trazendo resultados que auxiliam a observação dessa memória por um
conceito abstrato (cor) tanto na fase adulta quanto na juventude. Criando dessa forma, um
ponto de estudo simples e prático de como é esse decaimento para novos estudantes ou
pessoas interessados em se aprofundar mais no funcionamento da memória de curto
prazo.
1.3. Hipótese:
Vivemos em um mundo globalizado frenético e estamos sendo expostos a muitas
informações constantemente, tal fato acaba prejudicando nossa memória, um processo
fundamental para o desenvolvimento de outros processos.
Contudo, esperava-se que após a finalização dos testes que fosse evidente o
resultado sobre a interferência de ruídos, presumimos que isso interferiria na atenção e
assim consequentemente na memória, e que fosse claro a diferença de resultado em
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relação à memória em diferentes faixas etárias (jovens de 18 a 28 anos e idosos de 50 a
60 anos).
2. MÉTODO
2.1. Participantes:
Foram escolhidos 30 (trinta) participantes ao todo, no qual teve um grupo com
15 jovens com a faixa etária entre 18 e 28 anos, e o outro com 15 adultos na faixa
etária de 50 a 60 anos.
No grupo dos jovens, foram avaliadas 15 pessoas, onde nove eram do sexo
masculino e seis do sexo feminino, todos residentes da cidade de São Paulo.
Escolhidos por conta da idade e a facilidade que tinham para fazer a avaliação.
No segundo grupo, de adultos, foram avaliados também 15 pessoas, sendo
que seis foram do sexo masculino e nove do sexo feminino, todos residentes do
município de São Paulo. Escolhidos por conta da idade e da disponibilidade para
participar de uma avaliação longa.
2.2. Instrumentos:
Utilizamos como instrumento para analisar a memória de curto prazo dos
participantes o aplicativo de celular do jogo Genius, o qual consiste em luzes das cores
vermelho, verde, azul e amarelo que piscam em sequências aleatórias que, ao fim da
rodada, o jogador precisa repeti-la usando sua memória de curto prazo, a sequência pisca
uma luz adicional aleatória a cada rodada bem-sucedida. Utilizamos dessa característica
do jogo como instrumento para mensurar o quanto longe cada participante chegou. O
teste foi composto por duas rodadas.
Na primeira rodada, os participantes jogaram o Genius durante 30 (trinta) minutos,
sem nenhuma interferência externa. Somente o sistema de cores esteve ligado, sem o
som do jogo.
Na segunda parte foi solicitado que, novamente, realizassem o jogo durante 30
(trinta) minutos, mas dessa vez foi adicionado o agravante de um som, gravado, de violino
desafinado em volume médio, o qual não foi prejudicial aos tímpanos.
Os resultados de ambas as rodadas de cada participante foram computados a partir
da gravação de tela dos celulares ou anotações feitas pelo aluno que monitorou o teste. A
análise foi feita por dois membros do grupo, cada um ficou com uma faixa etária e ao final
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da organização das informações coletadas, ocorreu a comparação entre os grupos,
chegando assim aos resultados presente nessa pesquisa.
2.3. Procedimentos:
Após explicado os métodos de como os resultados seriam avaliados, oque o
participante teria que fazer durante a pesquisa e os seus respectivos direitos, tanto de
desistir a qualquer momento quanto o ressarcimento de qualquer prejuízo que tivesse por
conta da pesquisa, os participantes selecionados tiveram que assinar o Termo de
Consentimento (TCLE) para poder dar início ao jogo.
Após assinado, a pesquisa foi feita em ambientes calmos, onde a preferência foi
cômodos com o mínimo de estímulos externos que pudessem atrapalhar o participante
desenvolver a mesma. Sendo escolhidos cômodos com poucos estímulos, onde o
participante ficou sentado em uma cadeira ou sofá enquanto fazia ambas as partes da
avaliação com a presença de um dos integrantes do grupo para monitorar.
A execução do jogo feita pelo participante foi dividida em duas etapas. Na primeira
etapa o participante jogou aproximadamente 30 (trinta) minutos, apenas com a opção de
cores do jogo ligada, sem som. Na segunda etapa as características eram iguais a
primeira, porém teve o acréscimo de um “ruído”, o som de um violino desafinado.
Ressaltando que os participantes foram: Jovens de 18 a 28 anos e adultos de 50 a 60
anos.
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Todos foram assegurados que estaremos à disposição para esclarecer suas
dúvidas do início até o fim da pesquisa. Com isso, tiveram a total liberdade, em qualquer
etapa da pesquisa, de se recusarem a cooperar com ela. Deixamos claro que
manteremos a total confidencialidade de seus dados e sua privacidade, e que arcaremos
com o ressarcimento de qualquer tipo de dano ou de gasto durante e por conta da
pesquisa.
50 60 53 55 59
idade dos adultos entre a faixas-etária de 50-60 anos. Com 33% representando a idade
de 50 e 60 anos e sendo a maior e 7% a menor, representando as idades de 55 e 59
anos. Dessa forma, dos 15 participantes, dez tinham as idades de 60 e 50 anos, dois as
idades de 55 e 59 e os últimos três a idade de 53 anos.
Jovens 18 - 28 Anos
15 14.2
13 11.8
11 Já os 15 adultos entre
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7.5 50 e 60 anos tiveram a
6.8
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média máxima de 9,26 sem
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interferência e de 8,46 com
3
1 interferência. E suas
Media Máxima Média Mínima
medidas mínimas foram de
Sem Interferência Com Interferência
4,46 sem interferência e de
4,06 com interferência do som.
Adultos 50 - 60 anos
15
13
11
9.26
9 8.46
3.2. RESULTADOS E
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5 4.06 4.46 DISCUSSÃO –
3 Comparação
1
Media Máxima Média Mínima
8
entre 18 e 28 anos se saíram melhor no jogo em comparação ao grupo dos adultos de
idade entre 50 e 60 anos em ambas as etapas da avaliação.
2
que entrevistamos
0 teve um melhor
Media Máxima Média Mínima
desempenho em
Jovem Adultos
relação ao grupo
de adultos, porém a interferência do som do violino interferiu mais na atenção deles,
diminuindo o desempenho da memória de curto prazo, em relação ao desempenho sem a
distração. Já os adultos, apesar de terem tido um desempenho menor se mantiveram
mais constantes em seu desempenho mesmo com o agravante do som, mostrando assim
que os jovens foram mais suscetíveis a distração do que os adultos.
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Acreditamos que os adultos ficaram com mais dificuldades de compreenderem e de
lembrarem de situações novas que lhes foram apresentadas rapidamente ou poucas
vezes, assim os atrapalhando no desempenho do jogo que utilizamos para avaliar o
desempenho da memória de curto prazo. Ao considerar as inúmeras pesquisas
envolvendo resultados onde se pode conferir a relação entre o envelhecimento e o
declínio da memória, pode-se dizer que esse resultado não foi uma surpresa. Porém, eles
tiveram uma atenção voluntária maior, conseguindo assim que a interferência de
estímulos externos não fosse um agravante no desempenho do jogo.
Já os jovens se saíram melhor no jogo, mas quando ocorreu a interferência externa a
sua atenção involuntária foi ativada, mudando sua atenção para os estímulos sensoriais
(som) externos atrapalhando assim o desempenho da sua memória no jogo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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