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Coordenador e Autor

Wadson do Carmo Alonso

Autores
Claudia Barbara Domingues | Rodrigo Bronze dos Santos
Christiane Sanches | Marília Hormanez
2019
© Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei nº
9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou qualquer
parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico,
gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem
como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora.

Título | Preparatório para provas em psicologia VUNESP


Editor | Fernanda Fernandes
Projeto gráfico e diagramação| Fabrício Sawczen
Capa | Fabrício Sawczen
Revisor Ortográfico | Thais Alvarenga
Conselho Editorial | Caio Vinicius Menezes Nunes
Paulo Costa Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Sheila de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva

Dados Internacionais de Catalogação-na- Publicação (CIP)

P297 Preparatório para provas em psicologia


- VUNESP / Wadson Alonso, coordenação
geral. – Salvador : SANAR, 2019.

174 p. ; 14x21 cm.

ISBN 978-85-5462-159-9

1. Psicologia - Problemas, questões, exer-


cícios. 2. Psicodiagnóstico. 3. Psicanálise. 4.
Psicopatologia. 5. Fundação Vunesp. I. Alon-
so, Wadson, coord.
CDU: 159.9

Elaboração: Fábio Andrade Gomes - CRB-5/1513

Editora Sanar Ltda.


Av. Prof. Magalhães Neto, 1856 - Pituba,
Cond. Ed. TK Tower, sl. 1403.
CEP: 41810-012 - Salvador - BA
Telefone: 71.3497-7689
atendimento@editorasanar.com.br
www.editorasanar.com.br
Autores

Wadson do Carmo Alonso


Coordenador e Autor

Especialista em Terapia Familiar pela Unyleya, graduado em Psicologia pela USP Ribeirão Preto,
onde desenvolveu pesquisas na Área de Psicologia Vocacional. Trabalha como Psicólogo Judiciário
do TJSP desde 2014, atuando em processos de Vara de Infância e Juventude, Varas de Família e
Varas Criminais.

Claudia Barbara Domingues Rodrigo Bronze dos Santos

Psicóloga Judiciária do Tribunal de Justiça Psicólogo graduado pela Universidade de


de São Paulo; Graduação em Psicologia (USP) São Paulo (USP). Atualmente atua como psicó-
com Especialização em Psicologia Jurídica. logo na vara de infância e juventude, nas varas
Experiência no atendimento a crianças, ado- de família e nas varas de violência doméstica de
lescentes, adultos e famílias na área da saúde Guarulhos.
pública e judiciária.

Christiane Sanches Marília Hormanez

Mestre Distúrbios do Desenvolvimento Graduada em Psicologia pela Universidade


(Mackenzie) Graduação Psicologia (Mackenzie) de São Paulo (USP), com extensão universitá-
Especialista Psicologia Hospitalar ( Santa Casa ria no Mestrado Integrado em Psicologia da
) Formação em Psicanálise da Criança ( Sedes Universidade do Porto (Portugal). Atualmente
Sapientiae) Aperfeiçoamento em atendimen- desenvolve o mestrado na área de Psicologia
to a crianças e adolescentes em situação de em Saúde e Desenvolvimento na Universidade
violência doméstica ( Sedes Sapientiae) Apri- de São Paulo (USP).
moramento a atendimentos de grupos em Ins-
tituição de Saúde ( Cogeae - Puc). Psicóloga do
Tribunal Justiça de São Paulo. Coordenadora de
Grupo de Estudo Vara de Família- TJSP. Membro
do Departamento de Psicanálise de Criança-
Sedes Sapientiae. Experiência em docência de
graduação e pós graduação. Psicóloga clínica e
supervisora. Coordenadora de grupo de estudo
sobre pacientes em situacao limite - suicídio.
Organizadora e co-autora Violação de Direitos
de crianças e adolescentes. Editora Summus.
2014. Foi psicóloga do Centro de Referência às
Vítimas de Violência - Sedes Sapientiae e Hos-
pital Infantil Darcy Vargas.
Apresentação

O livro Preparatório para provas em psicologia VUNESP é o mais organizado


e completo livro para os Psicólogos que desejam ser aprovados em provas realiza-
das pela banca VUNESP em todo o Brasil. Fruto de um rigoroso trabalho de seleção
de questões de concursos e elaboração de novos conteúdos, atende às mais diver-
sas áreas de conhecimento na Psicologia.

A presente obra foi redigida a partir do uso de 5 premissas didáticas que julga-
mos ser de fundamental importância para todo estudante que deseja ser aprovado
nos mais diversos exames na Psicologia:

1. Questões comentadas, alternativa por alternativa (incluindo as falsas), por


autores especializados;
2. 100% das questões são selecionadas de provas realizadas pela VUNESP
nos últimos anos;
3. Questões selecionadas com base nas disciplinas e assuntos mais recor-
rentes nas provas;
4. Breve abordagem no início de cada capítulo sobre os assuntos e como
são abordados pela banca;
5. Questões categorizadas por assunto e grau de dificuldade sinalizadas de
acordo com o seguinte modelo:

FÁCIL

INTERMEDIÁRIO

DÍFICIL

O livro Preparatório para provas em psicologia VUNESP será um grande faci-


litador para seus estudos, sendo uma ferramenta diferencial para o aprendizado e,
principalmente, ajudando você a conseguir os seus objetivos.

Bons Estudos!

Fernanda Fernandes
Editora
Sumário

1. Psicopatologia...................................................................................... 11

2. Violência............................................................................................... 29

3. Psicologia Organizacional e do Trabalho.................................................. 39

4. Avaliação Psicológica............................................................................. 45

5. Psicoterapias........................................................................................ 65

6. Ética e Resoluções................................................................................. 77

7. Medotologia Científica........................................................................... 95

8. Psicologia Jurídica............................................................................... 103

9. Psicologia Social.................................................................................. 117

10. Desenvolvimento................................................................................ 125

11. Psicologia de Grupos............................................................................ 149

12. Psicanálise.......................................................................................... 155


Psicopatologia
Wadson do Carmo Alonso
1
INTRODUÇÃO

Prezad@ Concurseir@,
Para a elaboração das respostas sobre as doenças mentais, escolheu-se a consul-
ta nos manuais CID-11 e DSM-V. Compreendemos que seria apropriado instruir você,
com as informações mais atuais sobre as doenças mentais, pois a tendência dos con-
cursos será a adequação das perguntas aos novos critérios diagnósticos, havendo nas
respostas aqui uma instrução que repercutirá em ganhos a longo prazo.
Esclarece-se que a consulta a CID-11 foi aberta pela OMS já em 2018 e será libe-
rada para uso nos governos e comunidade internacional somente em 2021. Acredita-
mos que usando esta versão mais recente o candidato terá ganhos nos concursos que
advirão no futuro.
As questões foram organizadas iniciando pela temática de aspectos históricos da
Psicopatologia, avançando para o desenvolvimento humano, transtornos da infância
e transtornos da adultez.
Observou-se que a banca vem dando especial atenção para transtornos de perso-
nalidade (TP’s), especialmente o Borderline e as Síndromes Ansiosas. A modalidade te-
rapêutica mais requisitada foi a Terapia Cognitivo-Comportamental, seguindo a ten-
dência da produção cientifica nacional e internacional.
Aconselhamos que foque seus estudos nos TP’s e nas bases psicoterápicas da TCC
para Transtornos Depressivos, de Humor, Ansioso. Estude também o TDAH, que rece-
beu alterações importantes no DSM-V.
A banca demonstrou maior afinidade com o manual DSM (APA), portanto, aconse-
lhamos que seus estudos sejam através dele. Manuais gerais de Psicopatologia tam-
bém podem ser úteis para o estudo de sintomas e caraterísticas básicas de cada do-
ença.
Por fim, esclarecemos que para este capítulo, os termos Transtorno Mental e Do-
ença Mental foram tomados como sinônimos.
12 ▕ Psicopatologia

01
(SECRETARIA ASSISTENCIAL SOCIAL • Eixo 1 – Diagnóstico de transtor-
ARUJÁ – VUNESP - 2015) A formu- no mental (episódio depressivo gra-
lação diagnóstica multiaxial ve, anorexia, dependência alcoólica,
envolve o levantamento de: etc.);
• Eixo 2 – Diagnóstico de Personalida-
ⒶⒶ sintomas mentais e transtornos men- de e Desenvolvimento Intelectual
tais, estilo de personalidade e transtor- (Personalidade Histriônica, borderli-
nos de personalidade e do desenvolvi- ne, retardo mental leve, etc.);
mento, problemas de saúde em geral, • Eixo 3 – Diagnóstico de Distúrbios So-
avaliação de incapacidade e problemas máticos associados (diabetes, hiper-
sociais. tensão, insuficiência renal, etc.);
ⒷⒷ sintomas mentais e transtornos men- • Eixo 4 – Problemas Psicossociais e
tais, estilo de personalidade, avaliação da eventos da vida desencadeantes ou
capacidade cognitiva e afetiva, proble- associados (viuvez, morte, desem-
mas de saúde em geral, potencialidades prego, etc.);
latentes e recursos da comunidade. • Eixo 5 – Avaliação Global do nível de
ⒸⒸ estilo de personalidade e transtornos funcionamento Psicossocial (família,
de personalidade e do desenvolvimento, trabalho, escola, etc.) – subdividido
problemas de saúde em geral, deficiên- em dois subeixos – Avaliação Psicodi-
cias motoras, recursos pessoais e recur- nâmica do caso (quais conflitos afeti-
sos da comunidade. vos são mais mobilizadores) e Formu-
ⒹⒹ transtornos do desenvolvimento e lação cultural do caso (aspectos cul-
personalidade, problemas de saúde em turais do contexto que afetam o cur-
geral, capacidade cognitiva e motora, for- so de desenvolvimento da doença e
ça egoica, mecanismos de defesa e capa- paciente)³.
cidade para o insight. Alternativa B: INCORRETA. Recursos da
ⒺⒺ problemas de saúde em geral, avalia- Comunidade não eram critério.
ção de incapacidade, sintomas mentais e Alternativa C: INCORRETA. Idem a anterior.
transtornos mentais, força egoica, meca- Alternativa D: INCORRETA. Itens não corres-
nismos de defesa, avaliação intelectual e pondentes aos Eixos.
capacidade para o insight. Alternativa E: INCORRETA. Idem a anterior.

02
DIFICULDADE
(PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VU-
DICA DO AUTOR: Essa ferramenta não per- NESP - 2016) Considerando a na-
tence ao CID-10 e CID-111, sendo que foi tureza e a causa dos distúrbios
suprimida no DSM V². No referido manu- mentais, pode-se afirmar que:
al, os organizadores esclarecem os mo-
tivos de terem suprimido esse método ⒶⒶ os comportamentos e sintomas que
diagnóstico, apontando vários motivos, caracterizam os diversos transtornos men-
como a falta de precisão dos critérios, a tais são determinados por uma constela-
não correlação direta de doenças físicas ção de fatores de origem intrapsíquica.
com as mentais, a harmonização com os ⒷⒷ todo transtorno psíquico pode ser re-
novos códigos Z do CID-11. duzido, em seus aspectos fundamentais,
Alternativa A: CORRETA. Os eixos de avaliação a uma série de manifestações de caráter
presentes eram³: psicofisiológico e neuronal.
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ⒸⒸ fatores inconscientes determinam to- que restringe a origem dos transtornos


dos os comportamentos e sintomas exi- mentais a uma causa apenas.
bidos pelos indivíduos acometidos por Alternativa D: INCORRETA. A alternativa que pa-
um transtorno mental. rece também se basear no constructo teó-
ⒹⒹ os sintomas associados a um trans- rico psicanalítico ao evocar a ideia de forças
torno mental são resultado de uma série intrapsíquicas conflitantes. Contudo, essa
de forças conflitantes que servem a um tese é mais apropriada para compreender
único propósito: a sobrevivência. o desenvolvimento da Personalidade, não
ⒺⒺ um único comportamento ou sinto- sendo suficiente para explicar os transtor-
ma serve a diversas funções e soluciona nos mentais dentro da Psicopatologia.
muitos problemas de um paciente com Alternativa E: CORRETA. Ao que parece,
um transtorno mental. a afirmativa faz referência à tese
Psicanalítica de que um sintoma é uma
via de expressão de um desejo e sua
DIFICULDADE
manifestação traz alívio para o conflito
DICA DO AUTOR: O desafio dessa ques- inconsciente. Ela também pode ser
tão está na amplitude que o enuncia- interpretada sob o prisma dos ganhos
do permite deduzir quando questio- secundários que um paciente consegue
na de maneira simplória qual a natu- quando está sintomático, como maior
reza e causa das doenças mentais, is- atenção do cuidador, privilégios, etc³.
so porque a Psicopatologia floresceu no
século XX com diversas escolas de co-

03
nhecimento sobre o psiquismo, cére- (SECRETARIA ASSISTENCIAL SOCIAL
bro e o desenvolvimento humano. É ARUJÁ – VUNESP - 2015) A mãe de
uma questão mal formulada e indica a um menino de sete anos conta
restrição de olhar da banca examinadora à psicóloga, à qual foi encaminhada, que
sobre os fenômenos psíquicos, sempre seu filho, há aproximadamente oito me-
complexos, multideterminados e de ses, parece não ouvir o que ela lhe fala, o
difícil avaliação objetiva. A dica para que a deixa muito brava. Também refere
essa questão está em analisar todas as que ele evita tarefas ou atividades que re-
alternativas, inferir de qual Escola de Psi- queiram esforço mental contínuo, esque-
copatologia ela se refere e eliminar o que ce-se frequentemente das atividades diá-
é absurdo. rias, fala sem parar e comete erros nas ta-
Alternativa A: INCORRETA. A alternativa exclui refas da escola, como se por descuido. A
os fatores sociais e culturais do processo profissional, a partir de tal relato, deveria
de adoecimento, priorizando apenas as investigar, de modo mais aprofundado, a
questões subjetivas. possibilidade de qual transtorno?
Alternativa B: INCORRETA. Tal afirmativa se
baseia em uma concepção puramente ⒶⒶ "Síndrome de Rett".
materialista do psiquismo humano, que ⒷⒷ Transtorno misto de linguagem re-
Dalgalarrondo³ classificaria como uma ceptiva-expressiva.
tese monista (só existe uma realidade). ⒸⒸ Transtorno global do desenvolvi-
Tal concepção não é a que baseia os ma- mento.
nuais CID (OMS) e DSM (APA). ⒹⒹ Síndrome de Tourette.
Alternativa C: INCORRETA. Novamente, uma ⒺⒺ Transtorno de déficit de atenção e hi-
tese monista, de lastro Psicanalítico, peratividade.
14 ▕ Psicopatologia

Alternativa D: INCORRETA. De acordo com o


DIFICULDADE
CID-11, a Síndrome de Tourette é caracte-
DICA DO AUTOR: Grife os verbos para focar rizada pela presença dupla de tiques vo-
quais sinais e sintomas o enunciado traz, cais e motores. Sintomas não apresenta-
facilita no afunilamento de possibilida- dos na queixa da mãe¹.
des, pois geralmente são referenciados Alternativa E: CORRETA. O paciente de TDAH
os sintomas patognomônicos e estude tem sua capacidade de organizar e
pelo DSM, que apresenta mais detalhes. completar tarefas prejudicadas, assim
Alternativa A: INCORRETA. A Síndrome de Rett como graves dificuldades em controlar
é um transtorno genético, mais típico no impulsos, expressas através da dificulda-
sexo feminino, caracterizada por retar- de em manter a atenção a estímulos. É
do mental profundo e desabilidade seve- também um transtorno que se evidencia
ra nas áreas da locomoção e fala. No pre- melhor na fase escolar. Lendo a queixa da
sente caso, temos um menino que vem mãe, fica claro que estes são os principais
apresentando características de desen- sintomas do quadro total apresentado na
volvimento típico no âmbito da aprendi- queixa³.
zagem. Seu problema se refere à capaci-
dade de concentração¹.

04
Alternativa B: INCORRETA. Um indivíduo com (SECRETARIA ASSISTENCIAL SOCIAL
esse transtorno apresenta as dificuldades ARUJÁ – VUNESP - 2015) Certas
associadas com o Transtorno da Lingua- características observadas em
gem Expressiva (por ex., um vocabulário quadros psicopatológicos, como o au-
acentuadamente limitado, erros nos tismo, psicoses e demências graves, con-
tempos verbais, dificuldade para evocar fundem-se com as da deficiência men-
palavras ou produzir frases com a tal. Diversamente dos quadros de doen-
extensão ou complexidade apropriadas ça mental, os portadores de deficiência
em termos evolutivos, e dificuldade geral mental:
para expressar ideias), juntamente com
um prejuízo no desenvolvimento da ⒶⒶ geralmente apresentam dificuldades
linguagem receptiva (por ex., dificuldade no contato social.
para compreender palavras, frases ou ⒷⒷ frequentemente têm o relaciona-
tipos específicos de palavras). No caso mento interpessoal prejudicado.
em tela, não existe queixa sobre falta ⒸⒸ raramente requerem o uso de medi-
de compreensão ou dificuldade de cação psicotrópica.
se expressar. Excluindo a hipótese de ⒹⒹ usualmente necessitam da participa-
Transtorno de Linguagem². ção familiar para sua melhor adaptação.
Alternativa C: INCORRETA. Primeiramente, ⒺⒺ via de regra revelam embotamento
um TGD (Transtorno Global do afetivo.
Desenvolvimento), como a própria
nomenclatura já diz, apresenta sinais de
DIFICULDADE
alteração nos primeiros anos de vida, e o
caso em tela apresenta alterações a partir DICA DO AUTOR: Nesse caso, o critério de
da fase escolar. Secundariamente, não exclusão é o método para responder as
foram apresentados sintomas referentes questões, pois todas as alternativas, com
ao TGD como ausência de interesse por exceção da correta, trazem sintomas de
seres humanos, estereotipias motoras, uma mesma doença. Mas deve-se res-
evitação de contato afetuoso³. saltar que essa questão foi mal formula-
Wadson do Carmo Alonso ▏ 15

da pela banca e merecia ter sido anulada, cesso, em três ocasiões diferentes, sem-
pois foge do escopo de Psicólogos opi- pre após o rompimento de algum rela-
narem sobre Medicação. Contudo, caro cionamento amoroso. Tem muita dificul-
concurseiro, você deve estar preparado dade de controlar a raiva, o que acabou
para todo tipo de questionamento. provocando alguns episódios críticos no
Alternativa A: INCORRETA. Dificuldades de in- ambiente de trabalho. Queixa-se de sen-
teração social são mais comumente en- timentos de vazio e de se sentir persegui-
contradas em portadores de Transtornos da no ambiente familiar. Durante a dis-
do espectro Autista³. cussão desse caso, em uma equipe, um
Alternativa B: INCORRETA. Idem a alternativa profissional levanta a hipótese de que a
A. Portadores de deficiência mental po- paciente tem um transtorno de persona-
dem ter dificuldades de relacionamento, lidade borderline. Esta hipótese está cor-
mas que é relacionado a sua dificuldade reta porque a paciente:
aprendizagem e adaptação, e não de evi-
tação de outros seres humanos³. ⒶⒶ apresenta uma expectativa ansiosa,
Alternativa C: CORRETA. O uso de medicação um comportamento de esquiva e crises
pode ser um aliado no tratamento, caso de violência imotivadas.
existam outros sintomas associados co- ⒷⒷ utiliza mecanismos de defesa primi-
mo muita agitação, agressividade ou im- tivos, demonstra embotamento afetivo
pulsividade, mas a condição intelectual e incapacidade para estabelecer víncu-
não melhora positivamente com medica- los.
ção. Contudo, a conduta medicamentosa ⒸⒸ exibe raiva intensa e inadequada,
é algo que foge do escopo de condutas comportamento de automutilação e
de Psicólogos³. comportamento suicida recorrente.
Alternativa D: INCORRETA. Deficiência ⒹⒹ tem um estilo pessimista para expli-
intelectual traz consigo dificuldades car os acontecimentos, masoquismo mo-
de adaptação ao contexto em que ral e alexitimia.
se vive, por conta dos prejuízos na ⒺⒺ demonstra escrúpulos e inflexibilida-
capacidade global de aprender e reter de excessivos, devotamento exagerado
aprendizagens, nesse sentido, de acordo ao outro e sintomas egossintônicos.
com Dalgalarrondo³, esse paciente
necessita de apoio contínuo e em dife-
DIFICULDADE
rentes níveis.
Alternativa E: INCORRETA. A partir do nível DICA DO AUTOR: Estude pelo DSM-V.
Leve, o sujeito pode apresentar possíveis Alternativa A: INCORRETA. Os sintomas são
dificuldades de regulação das emoções claramente ligados a uma dificuldade de
com os pares da mesma idade, mas não contensão de impulsos de fases da men-
embotamento afetivo como regra. Esta te em que predominava a indiferencia-
se aplica mais aos TGD’s do espectro ção eu/não eu. Outro fator, no caso em
autista³. tela, a mulher não esquiva, ela provoca
conflitos²,³.
Alternativa B: INCORRETA. De modo algum

05
(PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VU- está escrito qualquer mecanismo de
NESP - 2016) Uma mulher de embotamento afetivo. Essa mulher
trinta anos apresenta um com- apresenta afetos expandido e alto poten-
portamento de automutilação e já tentou cial litigante.
se matar, tomando comprimidos em ex-
16 ▕ Psicopatologia

Alternativa C: CORRETA. De acordo com o


DIFICULDADE
que expõe Dalgalarrondo³, quanto à no-
sologia do CID-11 e DSM-V, essa pacien- DICA DO AUTOR: A questão permite dois
te apresenta comportamentos autolesi- diagnósticos dependendo da interpre-
vo constantemente, humor impulsivo e tação, poderia ser mais bem elaborada. E
explosivo, sentimentos intensos de vazio, estude pelo DSM-V.
relações pessoais muito instáveis, ideias Alternativa A: INCORRETA. Os sintomas princi-
de perseguição. Sendo necessários cinco pais desse TP é o embotamento afetivo, a
critérios para a confirmação de diagnósti- alexitimia e a solidão, aspectos não apon-
co no DSM-V, pode-se dizer que essa pa- tados na descrição do caso²,³.
ciente está diagnosticada. Alternativa B: INCORRETA. Esse TP geralmente
Alternativa D: INCORRETA. Essa alternativa le- não apresenta sintomas psicóticos²,³.
va a um duplo diagnóstico, esses sinto- Alternativa C: INCORRETA. Os pacientes de TP
mas podem ser de Depressão ou algum Borderline podem apresentar aqueles
transtorno de personalidade como os mesmos sintomas inicialmente descritos,
evitativos. mas a paranoia vem aliada a confabula-
Alternativa E: INCORRETA. Essas são ções de pessoas que querem prejudicá-
características do Transtorno de -la, portanto, ideias de perseguição e sin-
Personalidade Obsessiva²,³. tomas psicóticos aparecem mais episodi-
camente em momentos de estresse²,³.
Alternativa D: CORRETA. Observa-se que o ca-

06
(PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VU- deamento de sintomas leva ao diagnós-
NESP - 2016) Uma dona de casa tico inicialmente de Depressão, com pre-
de quarenta e nove anos pro- sença de reminiscências de lembranças
cura um serviço de saúde mental, quei- passadas e depois a erupção de uma alu-
xando-se que não tem nenhum valor e cinação, demonstrando a piora gradativa
muito preocupada com o fato de que seu dos sistemas de defesa, típicas das psico-
pai havia batido nela, quando era uma ses. Contudo, em momentos de estresse,
criança, por ser uma “menina má”. Ela in- o paciente Borderline também apresenta
formou que se corta frequentemente pa- um autoconceito depreciativo para o mal
ra se punir, e referiu que escuta vozes e pode apresentar sintomas psicóticos³.
que lhe dizem: “Você é má” e “Você mere- Essa questão ficou pouco clara na elabo-
ce morrer”. O fragmento do caso apresen- ração.
tado sugere como diagnóstico: Alternativa E: INCORRETA. Estas são
características do Transtorno de
ⒶⒶ um transtorno de personalidade es- Personalidade Obsessiva²,³.
quizoide.
ⒷⒷ um distúrbio de personalidade his-

07
triônica. (PREFEITURA DE S. J. DOS CAMPOS
ⒸⒸ um transtorno de personalidade bor- - VUNESP - 2015) Durante uma
derline. avaliação diagnóstica, identi-
ⒹⒹ uma depressão psicótica. ficam-se numa pessoa as seguintes ca-
ⒺⒺ uma dissociação de personalida- racterísticas: pensamento quase psicó-
de. tico, comportamento de automutilação,
preocupação com abandono, sensação
de ser alguém especial e comportamen-
to regressivo durante o atendimento. Es-
Wadson do Carmo Alonso ▏ 17

ses sinais indicam que a pessoa sofre com Alternativa E: INCORRETA. Esse TP se
um: caracteriza por embotamento afetivo,
retraimento social, dentre outros ligados
ⒶⒶ transtorno de personalidade border- a sua excentricidade, incoerentes com os
line. propostos pelo enunciado²,³.
ⒷⒷ transtorno de estresse pós-traumáti-
co.

08
ⒸⒸ transtorno de conduta. (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - VU-
ⒹⒹ transtorno de ansiedade generaliza- NESP - 2018) A psicoterapia de
da. grupo é uma estratégia muito
ⒺⒺ transtorno de personalidade esqui- utilizada no tratamento de alguns trans-
zoide. tornos mentais. É correto afirmar que es-
sa abordagem terapêutica é especial-
mente benéfica para os pacientes com
DIFICULDADE
transtorno de personalidade:
DICA DO AUTOR: Sintomas típicos de porta-
dores do TP Borderline. ⒶⒶ borderline, desde que possam des-
Alternativa A: CORRETA. O paciente com es- carregar livremente sua agressividade
se transtorno apresenta essa dinâmica de nos elementos do grupo, que atuarão co-
sintomas que pioram em momentos de mo um bloqueio externo.
estresse, a sensação de ser alguém im- ⒷⒷ narcisista, pois eles encontram no
portante que depois descompensa pa- setting grupal expectadores apropriados
ra ideias persecutórias também são típi- para suas necessidades de admiração e
cas²,³. Ao final, supõe-se que houve uma afirmação pessoal.
falha na redação, acredita-se que o corre- ⒸⒸ antissocial, que encontram na confi-
to seria comportamento agressivo (e não guração grupal um ambiente apropria-
regressivo) durante o atendimento. Ten- do para o controle de sua tendência à re-
dência a regressões não foram encontra- gressão.
dos nos manuais consultados, diferente ⒹⒹ esquizoide, uma vez que as reações
dos ataques de raiva, cujos profissionais positivas dos membros do grupo podem
estão sempre na linha de frente para en- ajudá-lo a se sentir mais confortável na
frentá-los. interação social.
Alternativa B: INCORRETA. O estresse pós- ⒺⒺ obsessivo-compulsiva, que podem,
-traumático se caracteriza, sobretudo por nesse tipo de processo, se concentrar no
sintomas ansiosos e não quase psicóticos universo do diálogo com os pares, evi-
e como esse TP3,2. tando contato direto com seus próprios
Alternativa C: INCORRETA. Transtorno que tem sentimentos.
seu início já na infância, se caracteriza
por sujeitos com forte enfrentamento de
DIFICULDADE
figuras de autoridade e comportamentos
violentos, que podem colocar a DICA DO AUTOR: A melhor forma de respon-
integridade de outros em risco²,³. der essa questão é pelo critério de elimi-
Alternativa D: INCORRETA. O TAG se caracte- nação dos absurdos.
riza por outros conjuntos de sintoma. Vi- Alternativa A: INCORRETA. A literatura traz
de questão da Prefeitura de Alumínio²,³. uma vasta argumentação sobre a respos-
ta positiva desses pacientes a psicotera-
pias individual ou em grupo. Contudo, o
18 ▕ Psicopatologia

desafio da modalidade em grupo para o ⒶⒶ perseveram em uma modalidade de


terapeuta é justamente manejar os aces- pensamento psicótico, independente-
sos de raiva desses pacientes a fim de não mente das condições com as quais se de-
esfacelar o grupo. Além disso, descarre- param no ambiente externo.
gar livremente qualquer tipo de emoção, ⒷⒷ utilizam como principal estratégia
vai contra a terapêutica basal para os Bor- defensiva a racionalização, o que impe-
derlines que devem criar mecanismos de de o contato com os afetos reprimidos
autocontrole dos impulsos³,7. e com o seu temor de entrar em conflito
Alternativa B: INCORRETA. Caso um paciente nos relacionamentos.
aceite terapia e se vincule ao grupo ou ao ⒸⒸ exibem capacidade para sublima-
grupoterapeuta, a psicoterapia de grupo ção somente quando se deparam com si-
pode ser benéfica, mas não no sentido da tuações de pressão no ambiente externo
afirmação, e sim porque em grupo ele al- que podem provocar um colapso.
ternará papéis, receberá feedback de ou- ⒹⒹ demonstram desconforto em situa-
tros participantes sobre suas posturas ções de proximidade física e não gostam
autocentradas e presenciará formas dife- de se envolver em relacionamentos ínti-
rentes de lidar com as pessoas². mos, por medo da dependência.
Alternativa C: INCORRETA. Idem a anterior, ⒺⒺ são incapazes de reunir forças do ego
acrescentando-se que esse tipo de TP para retardar a descarga de impulsos,
não tende a regressão e sim ao sabota- para modular manifestações afetivas e
mento, conflito e dispersão dos vínculos orientar o comportamento.
grupais³.
Alternativa D: CORRETA. Essa é a alternati-
DIFICULDADE
va com afirmações menos absurdas da
questão, portanto a única a ter um pouco DICA DO AUTOR: Tendo em vista a frequên-
mais de sentido. Especificamente sobre cia de questões sobre Pacientes Borderli-
esse TP, caso o paciente se vincule a pro- ne, sugere-se que o candidato se dedique
posta de tratamento, os benefícios apon- a estudá-lo com mais profundidade, como
tados na afirmativa poderão fazer parte a construção história de sua formulação.
de seu processo terapêutico³. Alternativa A: INCORRETA. Pacientes Borderli-
Alternativa E: INCORRETA. Esse tipo de ne apresentam um rol de defesas incons-
transtorno tende a prepotência e ao cientes primitivas, mas que não chegam
desmerecimento da capacidade de a fazê-los perder o contato com a reali-
outros, nesse sentido, a convivência en- dade, como os delirantes. Sintomas psi-
tre pares pode ser benéfica. O absurdo da cóticos podem surgir quando se encon-
questão está no evitar o contato consigo tram em contextos de estresse e instabi-
mesmo, tendo em vista que este é um lidade ambiental. Tão logo esse contexto
dos objetivos universais de todo proces- se reorganiza, os sintomas psicóticos re-
so psicoterapêutico². metem³,8.
Alternativa B: INCORRETA. Segundo o men-
cionado teórico, a principal defesa acio-

09
(PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - VU- nada é a Cisão do Ego, motivo pelo qual
NESP - 2018) Os pacientes bor- as representações internalizadas de si e
derline, na visão de Otto Ker- do objeto serão também patológicas: in-
nberg, um dos principais teóricos que teiramente boa ou inteiramente má8.
abordou esse tipo de organização da per- Alternativa C: INCORRETA. A capacidade subli-
sonalidade: mação está ativa a todo momento, sendo
Wadson do Carmo Alonso ▏ 19

que esta é uma defesa intensamente usa- Alternativa B: INCORRETA. Os pacientes com
da quando o paciente se encontra aderi- esse transtorno se caracterizam por
do a um processo psicoterápico e não a ideias e comportamentos repetitivos e
um contexto de estresse8 ,3. intrusivos, não por apresentarem prazer
Alternativa D: INCORRETA. Tais características no sofrimento do outro².
se enquadram nos transtornos do Cluster Alternativa C: INCORRETA. Transtorno relativo
A (TP Esquizotípica, Esquizoparanoide e a alterações da ansiedade e não de
Esquizoide)³. Personalidade, embora, pessoas com TP
Alternativa E: INCORRETA. Segundo Vidal e Antissocial podem apresentar Transtor-
Lowenkron8, Kernberg afirma que o de- nos de Ansiedade².
senvolvimento do Ego e Superego se faz Alternativa D: INCORRETA. Apesar de algumas
prejudicado por conta da natureza pré- características similares, o TP Narcisista
-genital de sua agressividade, acarretan- tende a não apresentar comportamentos
do na enorme deficiência em tolerar a an- tão sexualmente intensos e por vezes
siedade, gerando uma tendência a “erup- bizarros como os Antissociais. O sadismo é
ção de estados afetivos primitivos”8. uma das características do TP Antissocial².
Alternativa E: INCORRETA. Esse tipo de
paciente tende a evitação do contato

10
(PREFEITURA DE S. J. DOS CAMPOS - afetivo e convivência social².
VUNESP - 2015) As parafilias que
envolvem crueldade explícita

11
feita a outros estão com frequência pre- (MPE - VUNESP - 2013) É carac-
sentes em pacientes com: terística comum aos transtornos
de personalidade apresentar:
ⒶⒶ transtorno da personalidade antisso-
cial. ⒶⒶ pouco interesse no estabelecimento
ⒷⒷ transtorno obsessivo-compulsivo. de relações interpessoais.
ⒸⒸ transtorno de pânico. ⒷⒷ comportamentos antissociais asso-
ⒹⒹ transtorno da personalidade narcísica. ciados a doenças mentais de outra natu-
ⒺⒺ transtorno da personalidade esqui- reza.
zoide. ⒸⒸ comportamento inflexível e invasi-
vo que alcança várias situações pessoais
e sociais.
DIFICULDADE
ⒹⒹ padrões de comportamentos este-
DICA DO AUTOR: Estude o DSM. Ele possui reotipados associados a lesões cerebrais.
uma classificação específica para as Para- ⒺⒺ um senso de ego inflado decorrente
filias, que podem não estar associadas a da baixa capacidade de introspecção.
TP’s. Contudo, o enunciado traz o aspec-
to do sadismo, ou seja, o prazer em fazer
DIFICULDADE
ou assistir o sofrimento de outro.
Alternativa A: CORRETA. O TP Antissocial é de- DICA DO AUTOR: A questão foi mal formula-
finido, segundo o DSM, como “um padrão da. Com exceção da letra D, que apresen-
difuso de indiferença e violação do direito ta um item excludente, as outras alterna-
dos outros”². A tendência ao prazer pelo so- tivas apresentam aspectos que podem
frimento do outro e pela crueldade é uma aparecer nos TP’s. A escolha da alternati-
das características de seus pacientes². va C como certa exclui os TP’s que se ca-
20 ▕ Psicopatologia

racterizam pelo isolamento social como


DIFICULDADE
os esquizoides. Caberia recurso.
Alternativa A: INCORRETA. Poderia ser aplicado DICA DO AUTOR: Sabendo o mais dedutivo
ao TP Esquizoide, Esquizotípica, Evitativa²,³. e simples em torno desta doença mental,
Alternativa B: INCORRETA. Os comportamentos por exclusão você facilmente chegaria à
antissociais não são melhor explicados alternativa correta.
por outro tipo de doença nos casos de Alternativa A: INCORRETA. Pessoas com essa
TP²,³. doença desconhecem as situações que
Alternativa C: CORRETA. Geralmente, é uma os deixam ansiosos²,³.
característica predominante em seis Alternativa B: CORRETA. Única alternativa
dos dez TP’s classificados: TP Borderline, com sintomas coerentes a respeito de
Antissocial, Histriônica, Paranoide, Narci- pessoas com TAG. Essa doença se carac-
sista, Dependente²,³. teriza por preocupações constantes que
Alternativa D: INCORRETA. Lesões cerebrais mantém os processos psíquicos todos
não estão diretamente associadas aos em vigilância e o corpo em alerta, acarre-
TP’s²,³. tando nos sintomas descritos²,³.
Alternativa E: INCORRETA. Característica mais Alternativa C: INCORRETA. Sintomas mais
comum aos TP Borderline, Antissocial, próximos do Transtorno de Pânico²,³.
Histriônica e Narcisista²,³. Alternativa D: INCORRETA. Característica de
outros transtornos da Ansiedade como
Fobia Social²,³.

12
(PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VUNESP Alternativa E: INCORRETA. Características de
- 2016) Os pacientes com trans- Fobia Social e também Mutismo Seletivo,
torno de ansiedade generaliza- em caso de paciente criança³.
da (TAG):

13
ⒶⒶ conhecem a situação que os deixa (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO - VU-
ansiosos, mas não conseguem se sentir NESP - 2018) A conduta adotada pa-
no controle da situação quando expos- ra encaminhamento de pacientes
tos a ela. com transtorno de pânico geralmente as-
ⒷⒷ sofrem com uma ansiedade difusa, ir- socia o uso de medicamentos e a psicote-
ritação permanente, e estão sempre hi- rapia psicodinâmica. Essa conduta é:
pervigilantes, sem uma definição clara
sobre o que os deixa ansiosos. ⒶⒶ desaconselhável, porque a medica-
ⒸⒸ apresentam uma sensação incontro- ção impede a mentalização e comprome-
lável de terror diante da possibilidade de te o entendimento das fantasias agressi-
serem acometidos por uma crise de an- vas características desse tipo de paciente.
siedade. ⒷⒷ acertada, pois permite que a ansie-
ⒹⒹ relacionam sua ansiedade a pensa- dade antecipatória desses pacientes se-
mentos e medos específicos, que são ja eliminada, o que favorece a compreen-
mobilizados sempre que eles se deparam são da angústia de castração característi-
com pessoas desconhecidas. ca desse transtorno.
ⒺⒺ passam a se isolar depois de passa- ⒸⒸ inadequada, uma vez que, elimina-
rem por situações reais de risco ou amea- dos os temores por meio da medicação, é
ça, diante das quais não conseguiram impossível acessar os conteúdos incons-
reagir de modo apropriado. cientes que produzem e sustentam as cri-
ses de pânico.
Wadson do Carmo Alonso ▏ 21

14
ⒹⒹ adequada, uma vez que os ataques (MPE - VUNESP - 2013) Os transtor-
de pânico e a agorafobia podem ser con- nos de ansiedade são as doen-
trolados farmacologicamente e a terapia ças psiquiátricas mais comuns.
ajuda os pacientes a superarem seus te- Fazem parte desse grupo:
mores.
ⒺⒺ questionável, pois o controle das cri- ⒶⒶ transtorno obsessivo-compulsivo e
ses de pânico e da ansiedade antecipató- fobias.
ria desses pacientes torna inócua a inter- ⒷⒷ transtornos dissociativos e somato-
pretação dos conteúdos que provocam a formes.
crise. ⒸⒸ transtorno do pânico e transtorno de
despersonalização.
ⒹⒹ transtorno de personalidade esquiva
DIFICULDADE
e distimia.
DICA DO AUTOR: Existe um grande consen- ⒺⒺ transtorno histriônico e parafilias.
so entre os profissionais da Saúde Men-
tal sobre a eficácia da combinação entre
DIFICULDADE
terapia medicamentosa e psicoterápica.
Alternativa A: INCORRETA. O nível de mobili- DICA DO AUTOR: Letras A e C trazem doen-
zação dos sintomas nesse transtorno pa- ças relacionadas às Síndromes Ansiosas,
ralisa a vida do sujeito, sendo imprescin- portanto, confundiriam o candidato e ca-
dível o uso de psicotrópicos9,11. beria recurso.
Alternativa B: INCORRETA. Primeiramente, Alternativa A: CORRETA. Dois transtornos
não se pode dizer que a angústia com forte componente ansioso¹,²,³.
antecipatória será eliminada, ela pode Alternativa B: INCORRETA. Transtornos
ser amenizada, mas nunca desaparece. somatoformes não estão ligados às
Secundariamente, a explicação síndromes ansiosas¹,²,³.
psicanalítica não é coerente, pois a Alternativa C: INCORRETA. Os dois transtornos
intenção dessa modalidade não é a dessa alternativa fazem também parte
tomada de consciência do paciente de do rol de transtornos ansiosos¹,²,³.
um preceito teórico. Alternativa D: INCORRETA. Transtornos
Alternativa C: INCORRETA. Idem a letra A. de Personalidade podem ser uma
Alternativa D: CORRETA. Alternativa com comorbidade em diversos tipos de
a explicação mais coerente dentre doenças da ansiedade, e distimia está
todas. De fato, a medicação melhora associada a quadros de alteração do
neuroquimicamente o cérebro e psico- humor¹,²,³.
logicamente essa contenção da angústia Alternativa E: INCORRETA. A má formulação
ajuda o paciente a desbravar seu mundo da alternativa por si só já seria o suficiente
interno em uma psicoterapia, qualifican- para descartá-la das possíveis certas.
do seu autocuidado psíquico9,11. Primeiramente, hoje em dia se diz Trans-
Alternativa E: INCORRETA. A conduta tomada torno da Personalidade Histriônica, e as
está de acordo com o consenso sobre a parafilias se encontram entre os transtor-
boa evolução de se associar a terapia nos ou disfunções sexuais, nos grandes
medicamentosa e psicoterapêutica9,11. manuais DSM V e CID-11 ¹,²,³.
22 ▕ Psicopatologia

15
(MPE - VUNESP - 2013) Um dado mente se sentem desrespeitados quando
importante para o diagnóstico na atenção primária, os Médicos afirmam
de pacientes com somatização que suas dores não têm causa orgânica
é que esses pacientes costumam: e refutam encaminhamentos para a Saú-
de Mental14.
ⒶⒶ admitir com facilidade a relação entre Alternativa D: INCORRETA. Seus discursos
seus males e fatores estressores. orbitam majoritariamente em torno de
ⒷⒷ apresentar relatos minuciosos e coe- seus sintomas²,³,14.
rentes quanto aos males que os afligem. Alternativa E: INCORRETA. Geralmente, os
ⒸⒸ ser dramáticos e exagerados ao rela- sintomas são difusos e não se enquadram
tar queixas somáticas múltiplas. em um único quadro clínico²,³,14.
ⒹⒹ mostrar disposição para falar de
questões pessoais outras, além da saúde.
ⒺⒺ limitar os sintomas relatados aos de 2. PSICOPATOLOGIA, HISTÓRIA
um único quadro clínico. DA PSICOLOGIA E PSIQUIATRIA

16
(MPE - VUNESP - 2013) Karl Jaspers,
DIFICULDADE
considerado um dos fundadores
DICA DO AUTOR: Tais transtornos têm seu do existencialismo, em sua obra
início na história antiga com os questio- Psicopatologia Geral, descreve a Psicopa-
namentos sobre a histeria, portanto, to- tologia como uma disciplina voltada para:
da nosologia desses distúrbios tem al-
gumas características em comum com a ⒶⒶ a definição de categorias nosológicas
mesma14. que orientem as práticas psiquiátricas.
Alternativa A: INCORRETA. Segundo o DSM-V, ⒷⒷ a identificação de fatores que com-
alguns pacientes associam com aspectos prometem a saúde mental no século XX.
de vida, conquanto outros neguem qual- ⒸⒸ as práticas sociais que estigmatizam
quer fonte de sofrimento que não os so- a existência dos doentes mentais.
máticos. De modo geral, são pacientes ⒹⒹ a definição de um modelo teórico
que constroem seu existir através das do- universal das doenças mentais.
res, são concretos e possuem dificulda- ⒺⒺ a explicação causal dos fenômenos e
des de transpor reflexões além delas². a compreensão das vivências subjetivas.
Alternativa B: INCORRETA. Pode haver relatos
minuciosos dos sintomas, mas do ponto
DIFICULDADE
de vista clínico são incoerentes².
Alternativa C: CORRETA. O termo dramático DICA DO AUTOR: Esta foi a única pergunta
vem sendo aos poucos abandonado pelos sobre História da Psicopatologia encon-
grandes manuais que se preocupam trada, observando-se que a banca não
em descrever doenças e não os sujeitos buscou mais esse tipo de conhecimento.
doentes. O DSM-V alterou a nomenclatura Muitos graduados de Psicologia podem
de Transtornos Somatoformes para não ter tido esse teórico, que mesmo nas
Transtorno de Sintomas Somáticos, mas escolas de Psiquiatria, é pouco estudado
deixa claro que o mais importante é atualmente em virtude da divergência
como esses sintomas se apresentam e de sua proposta com o atual estabeleci-
são interpretados pelo paciente de forma do via manuais nosológicos4,5,6.
excessivamente preocupada e com
necessidade de chamar a atenção. Comu-
Wadson do Carmo Alonso ▏ 23

Alternativa A: INCORRETA. Jaspers propu- 3. PSICOPATOLOGIA E DESENVOLVIMENTO


nha que a Psicopatologia deveria supe-

17
rar o modelo classificatório e atomista (PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VUNESP
que preponderava nas ciências médicas - 2016) As mulheres grávidas
a partir do séc. XVII, mas que ainda tem que consomem grandes quan-
muita força nos dias atuais, haja vista os tidades de bebidas alcoólicas muitas ve-
grandes manuais de Doenças Mentais4,5,6. zes dão à luz a bebês com síndrome fe-
Alternativa B: INCORRETA. A obra jasperiana tal alcoólica. As crianças atingidas por es-
é vasta na filosofia, seguindo a tradição sa síndrome:
alemã. Essa identificação de fatores vem
contra sua proposta com a Psicopatolo- ⒶⒶ nascem surdas, cegas, têm a cabeça
gia, que era a superação da lógica posi- anormalmente pequena, mas não apre-
tivista da busca causal das doenças psí- sentam déficits cognitivos.
quicas4,5,6. ⒷⒷ apresentam fraqueza nos dentes e
Alternativa C: INCORRETA. O estigma da ossos e têm problemas renais, sinais que
doença mental poderia ser elemento para não impedem seu desenvolvimento psi-
compreensão do sofrimento psíquico no comotor.
sujeito, mas ele não procurou realizar ⒸⒸ apresentam problemas neurológicos
estudos específicos sobre isso4,5,6. e infecções frequentes, que as levam a
Alternativa D: INCORRETA. Sua proposta com a óbito antes de completarem um mês de
Psicopatologia Geral era de compreender vida.
como o homem total vivencia seu ⒹⒹ desenvolvem-se normalmente do
sofrimento e sua enfermidade, não se ponto de vista físico e emocional, mas, às
tratando de uma ciência que visava vezes, apresentam dificuldade de apren-
estudar as doenças. Percebe-se, em sua dizagem.
obra, que o humano era mais importante ⒺⒺ crescem em um ritmo mais lento,
do que as doenças4,5,6. apresentam déficits cognitivos e habili-
Alternativa E: CORRETA. Para Jaspers, a tarefa dades motoras limitadas.
inicial deveria consistir precisamente
em distinguir os fenômenos subjetivos,
DIFICULDADE
descrevê-los e nomeá-los. Trabalhava-se
apenas com os fenômenos trazidos pelos DICA DO AUTOR: Sabendo o mais dedutivo e
pacientes da forma que eles vivenciavam. simples em torno dessa doença mental,
Na prática, propunha que a descrição e por exclusão você facilmente chegará à
delimitação daqueles deveriam ser rea- alternativa correta.
lizada por meio de parâmetros observá- Alternativa A: INCORRETA. As crianças podem
veis tais como a maneira que surgiam, nascer com lesões no cérebro, no cora-
contexto de aparecimento, conteúdo ção, no esqueleto e nos rins. Exclui-se,
etc4,5,6. portanto, as caraterísticas elencadas³.
Alternativa B: INCORRETA. A questão confunde,
pois conforme apontado acima, pode ha-
ver problemas com ossos e rins, bem como
o desenvolvimento psicomotor³.
Alternativa C: INCORRETA. Não existem dados
suficientes para uma afirmativa tão
fechada a respeito da morte no primeiro
mês de vida.
24 ▕ Psicopatologia

Alternativa D: INCORRETA. Não possuem Alternativa B: INCORRETA. Idem a letra A.


graves sequelas em diversas áreas Alternativa C: INCORRETA. A aprendizagem é
que afetarão o sujeito por todo seu uma das áreas mais afetadas nos casos
desenvolvimento. mencionados pelo enunciado.
Alternativa E: CORRETA. Os sintomas descritos Alternativa D: INCORRETA. Tal como a apren-
são os mais comumente associados a dizagem, a cognição é profundamente
esta síndrome³. afetada.
Alternativa E: CORRETA. Geralmente, pessoas
que foram expostas a tais condições du-

18
(PREFEITURA DE S. J. DOS CAMPOS rante a gestação apresentam QI na faixa
– VUNESP - 2015) Uma varieda- limítrofe (QI entre 70-79). Os danos po-
de de fatores físicos presentes dem ser evitados caso a gestante assuma
durante a gestação, tais como: infecções, comportamentos mais protetivos³.
consumo de drogas, temperatura, pres-
são e nutrição podem prejudicar o cére-
bro de um recém-nascido e provocar de- 4. PSICOPATOLOGIA E PSICOTERAPIAS
ficiência mental. O déficit resultante des-

19
ses fatores: (VUNESP PREFEITURA DE S. J. DOS
CAMPOS - VUNESP - 2015) Para os
ⒶⒶ é sempre profundo e não pode ser pacientes que sofrem com
revertido de nenhuma forma. quadros de fobia, transtorno de pânico,
ⒷⒷ varia de leve a profundo e não pode transtornos alimentares, disfunções se-
ser atenuado por nenhuma terapêutica. xuais, autismo e dependência química,
ⒸⒸ é considerado leve e não interfere a abordagem terapêutica mais indicada
na aquisição de habilidades e na é a:
aprendizagem.
ⒹⒹ compromete moderadamente a me- ⒶⒶ psicanálise.
mória, mas não afeta a cognição. ⒷⒷ terapia interpessoal.
ⒺⒺ é geralmente menos severo e, na ⒸⒸ terapia centrada na pessoa.
maioria dos casos, pode ser evitado. ⒹⒹ técnica do psicodrama.
ⒺⒺ terapia comportamental.
DIFICULDADE
DIFICULDADE
DICA DO AUTOR: Novamente uma questão
mais apropriada para médicos do que DICA DO AUTOR: Procure sempre estar em
Psicólogos, uma vez que envolve uma sé- contato com artigos científicos produzi-
rie de fatores de risco na gestação que fo- dos nos últimos três ou cinco anos. Quan-
ge do escopo de conhecimento dos Psi- to a essa questão, está mal elaborada e
cólogos. Contudo, o básico sobre Defici- sem embasamento científico nos acha-
ência Cognitiva é o suficiente para res- dos atuais sobre o tratamento dos qua-
ponder a questão. dros ansiosos. Novamente, a banca traz
Alternativa A: INCORRETA. Afirmativas com afirmativas de cunho assertivo e restrito
precisão taxativa como essa são sempre que ignoram toda a riqueza que as mo-
duvidosas, pois no âmbito da saúde hu- dalidades psicoterapêuticas trazem de
mana, pode não haver cura para alguma benefícios aos seus pacientes quando
doença ou deficiência, mas sempre exis- bem aplicadas. Do ponto de vista des-
tem tratamentos. se autor, qualquer modalidade psicote-
Wadson do Carmo Alonso ▏ 25

rapêutica quando bem aplicada por pro- significantes. Essa descrição é caracterís-
fissional estudioso e competente traz ga- tica da abordagem:
nhos aos seus usuários.
Alternativa A: INCORRETA. De acordo com o ⒶⒶ psicanalítica.
divulgado em manuais sobre psicotera- ⒷⒷ cognitivo-comportamental.
pias, a psicanálise tem poucos estudos ⒸⒸ psicodramática.
que demonstram sua eficácia em tipos ⒹⒹ fenomenológica.
específicos de doença mental9. ⒺⒺ analítica.
Alternativa B: INCORRETA. Modalidade
terapêutica breve e focal desenvolvida
DIFICULDADE
especificamente pensando no paciente
deprimido9. DICA DO AUTOR: Sabendo o básico sobre
Alternativa C: INCORRETA. Não existem dados as bases de cada Escola de pensamen-
que mostram ser essa a modalidade to aprendido na graduação, o candidato
“mais” indicada, apesar de também trazer consegue responder essa questão.
benefícios para o paciente. Alternativa A: INCORRETA. O quadro de as-
Alternativa D: INCORRETA. Segundo Vaz10, pectos apresentados se refere a indícios
existem estudos que indicaram a eficácia de avaliações racionais feitas pelos pa-
do psicodrama em pacientes ansiosos. cientes, o que não se encaixa em uma
Contudo, seu estudo demonstra uma ca- avaliação com base psicanalítica, que en-
rência de pesquisas específicas entre es- fatizaria aspectos de estrutura de perso-
se tipo de doença mental e o Psicodrama. nalidade, defesas, aspectos contratrans-
Alternativa E: CORRETA. De acordo com a ferenciais e transferenciais.
banca, esta seria a resposta correta. Alternativa B: CORRETA. A descrição é perfei-
Contudo, estudos apontam que a tamente enquadrada no modelo que Be-
Terapia comportamental é eficaz em ck9,12,13 apresenta para compreender a di-
casos de Fobias específicas (medo de nâmica de pensamentos disfuncionais,
animais, armas, andar de avião, etc.). A sempre depreciativas, características des-
Literatura da área traz massivamente que se tipo de pacientes.
a modalidade terapêutica mais estudada Alternativa C: INCORRETA. As categorias
e eficaz para esses transtornos ansiosos abordadas não são próprias dessa escola
é a Terapia Cognitivo-Comportamental psicoterapêutica em que o corpo e a ação
individual ou em grupo11. ganham tantas importâncias quantos as
crenças expressas pelo discurso falado e
fluxo de pensamento.

20
(PREFEITURA DE ALUMÍNIO - VU- Alternativa D: INCORRETA. Idem as anterio-
NESP - 2016) Os pacientes depri- res, essa escola tenderia a avaliar as sig-
midos tendem a atribuir seus nificações do sujeito na sua relação com
reveses a insuficiências pessoais, sem o mundo, ao invés de buscar generalida-
considerar explicações circunstanciais. des sintomáticas.
Eles concentram-se, seletivamente, em Alternativa E: INCORRETA. Idem a primeira
eventos negativos, enquanto ignoram os alternativa, essa escola tenderia a
positivos, fazem projeções indevidamen- enfatizar aspectos dinâmicos da
te pessimistas acerca do futuro e tiram personalidade e outros constructos mui-
conclusões negativas sobre seu valor co- to próprios como a Persona, a Sombra,
mo pessoa, baseando-se em eventos in- Arquétipos, etc.

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