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Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação
Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica
Assistentes
Cátia Batista Raimundo
Carla Lopes
Roberto Farias
Texto e conteúdo
Prof. Anderson Luís Pinheiro de A. Filgueiras
C.E. Professora Maria Nazareth Cavalcanti Silva
Revisão de texto
Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à experiência
autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma orientação de
estudos.
Meta: Apresentar tópicos da Geografia alinhados com o currículo básico, importantes para compreensão
de fenômenos naturais e sociais, seus processos históricos e o desenvolvimento do senso crítico.
Objetivos da Aula: Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de:
Sumário
1. INTRODUÇÃO 06
2. Aula 01 – O racismo 07
3. Aula 02 – A xenofobia 09
7. ATIVIDADES PROPOSTAS 18
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 19
9. RESUMO 19
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1. Introdução
Muito mais que se preparar para as provas, entender os fenômenos sociais que
envolvem nosso país e o mundo, é importante para compreendê-lo melhor, buscar
alternativas que solucionem problemas, por vezes históricos, e por fim, aperfeiçoar as
relações, promovendo a justiça e o bem estar social.
Ainda nessa obra, vamos jogar luz sobre a questão da fome no Brasil e no
mundo, entender que o volume da produção de alimentos sempre foi superior à
capacidade de consumo da população global, mas que o problema persiste por outros
motivos.
Por último e não menos importante, vamos nos debruçar sobre a questão
agrária brasileira, compreender como é a sua estrutura, as relações de trabalho e os
movimentos de luta pela posse da terra.
A geografia é uma ciência que busca compreender o mundo através dos seus
fenômenos naturais e sociais. Escrevemos essa obra buscando ajudá-lo a se apropriar
dos movimentos desse mundo dinâmico.
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2. Aula 1 - O racismo
O racismo é uma forma de preconceito e discriminação baseada num termo
controverso, que sociologicamente é revisto e do qual a genética também inicia uma
revisão: a raça. No século XIX, compreendia-se que a cor da pele e a origem geográfica
de indivíduos promoviam uma diferenciação de raças.
O racismo é um mal que afeta a vida de muitas pessoas e, como uma relação de
entendimento ultrapassada e errada, deve ser superado.
Se a lei conferiu liberdade jurídica aos escravos, estes nunca foram de fato
integrados à economia e, sem assistência do Estado, muitos negros caíram em
dificuldades após a liberdade.
Assim, os negros foram abandonando a sua cultura africana, substituída por valores
brancos, o que faz das vítimas do racismo o seu próprio carrasco.
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de 1989, tornou o racismo um crime inafiançável.
Essas ações reverberam nas instituições públicas e privadas, no Estado e nas leis
que alimentam a exclusão da população negra. Elas se materializam, por exemplo, na
ausência de políticas públicas que possam promover melhores condições de vida a
essa população.
Havia a ideia de uma falsa harmonia na qual senhores brancos “cediam espaço” a
alguns mulatos a quem se afeiçoavam, desde que não ameaçassem sua liderança. O
mito da democracia racial consiste em transformar, no campo do discurso, essa
situação de exceção em regra.
O Brasil é o país com a maior população negra fora da África em números absolutos.
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No entanto, essa população, que é majoritária na composição da sociedade brasileira,
está sub-representada em todos os âmbitos da vida social. Isso acontece porque,
embora haja igualdade jurídica, há mecanismos informais de discriminação que filtram o
seu acesso a oportunidades, qualificação e esferas de decisão.
3. Aula 2 - A xenofobia
A xenofobia é o nome que utilizamos em referência ao sentimento de hostilidade e
ódio manifestado contra pessoas, por elas serem estrangeiras (ou por serem
enxergadas como estrangeiras). Esse preconceito social tornou-se mais comum em
virtude do grande fluxo de migrações que tem acontecido.
A xenofobia é manifestada contra diferentes grupos em todo o planeta. Na Europa,
por exemplo, os árabes e muçulmanos têm sido alvo de grande preconceito, assim
como os mexicanos e latinos, em geral, nos Estados Unidos. No Brasil, também se
vivencia esse problema, principalmente contra os imigrantes venezuelanos e haitianos.
Ao adotar esse enfoque, considera-se que qualquer forma de violência baseada nas
diferenças de origens geográfica, linguística ou étnica de uma pessoa pode ser
considerada como xenófoba. Em resumo, a xenofobia é o medo ou ódio por
estrangeiros ou estranhos, e está vinculada a atitudes e comportamentos
discriminatórios e frequentemente culmina em atos de violência, como diferentes tipos
de abuso e exibições de ódio.
É importante destacar o sentido em que a palavra “estranho” está sendo utilizada
nessa definição. Nem sempre a xenofobia se direciona a um estrangeiro. Por vezes, ela
pode ocorrer em relação a pessoas de determinada etnia dentro de um mesmo país,
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com costumes e cultura diferentes e que não correspondem à etnia predominante
dentro daquele território. Como exemplo, podemos citar o fato de descendentes de
turcos sofrerem com xenofobia na Alemanha, graças aos estereótipos que se
relacionam a eles, mesmo que, na verdade, tenham nacionalidade alemã. Neste texto,
no entanto, abordaremos mais os dados relacionados à xenofobia a estrangeiros,
buscando contemplar um cenário global.
Em diferentes partes do mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Europa,
destaca-se a xenofobia contra pessoas de origem árabe ou que praticam o islamismo.
Esse preconceito está diretamente relacionado com o estereótipo que existe a respeito
de árabes e muçulmanos, vistos como terroristas.
Esse estereótipo popularizou-se por causa da ação de grupos terroristas
fundamentalistas islâmicos que atuam em determinadas partes do Oriente Médio e do
norte da África e que ficaram famosos por atentados terroristas. A xenofobia contra
árabes e muçulmanos tem contribuído para marginalizar esses grupos, que não
recebem as mesmas oportunidades e são vistos com desconfiança por muitos, sendo
vítimas de violência.
Outro caso de xenofobia muito comum acontece nos Estados Unidos contra
mexicanos e latinos (inclusive os brasileiros), em geral. Uma grande quantidade de
pessoas do México e de outras nações da América Central muda-se para os Estados
Unidos. Em razão desse grande fluxo de migração, a xenofobia pode manifestar-se em
pessoas temerosas de que, com a chegada dos imigrantes, a quantidade de empregos
diminua ou que a violência aumente, etc.
Os brasileiros em muitas partes do mundo, principalmente na Europa e nos Estados
Unidos, são vítimas da xenofobia e, por isso, tratados de maneira preconceituosa. Essa
realidade, porém, não impede que aqui em nosso país exista xenofobia contra outras
pessoas. No Brasil, existem práticas da xenofobia contra estrangeiros, mas também
contra brasileiros oriundos de diversas regiões do país.
Como já foi dito anteriormente, alguns grupos de estrangeiros que sofrem bastante
com a xenofobia são os haitianos e venezuelanos, por causa do grande número de
migrantes dessas nacionalidades no Brasil. Outras nacionalidades que são
frequentemente alvos de preconceito em nosso país são bolivianos, angolanos,
moçambicanos e pessoas de outras nacionalidades africanas.
Mas há também outro lado da xenofobia no Brasil. Aquela que é reproduzida contra
os próprios brasileiros que são originários de outras regiões do país. Isso é muito
comum em locais que recebem grande quantidade de pessoas à procura de emprego e
de uma vida melhor. Em geral, esse preconceito manifesta-se muito contra pessoas das
Regiões Norte e Nordeste do Brasil.
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A xenofobia, geralmente, está diretamente relacionada com o racismo, o preconceito
contra pessoas por causa de suas características físicas, principalmente cor de sua
pele. Isso é perceptível quando presenciamos pessoas de origens distintas recebendo
um tratamento diferente por causa de sua aparência.
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Democrática da Coreia, no Iraque e Tajiquistão. El Salvador e Guatemala são os países
latino-americanos de pior situação em relação à oferta de alimentos à população.
A fome aberta ocorre em períodos em que acontecem guerra em um determinado
lugar, desastres ecológicos ou pragas que compromete drasticamente o fornecimento
de alimentos, isso acarreta a morte de milhares de pessoas.
Atualmente esse tipo de fome não tem ocorrido. Hoje existem vários organismos
humanitários que fornecem alimentos às áreas afetadas por conflitos etc.
A fome oculta possui outra característica, é aquela no qual o indivíduo não ingere a
quantidade mínima de calorias diárias, o resultado disso é a desnutrição ou subnutrição
que assola 800 milhões de pessoas em todo mundo.
A subnutrição fragiliza a saúde tornando a pessoa acessível a doenças. Houve uma
diminuição relativa no mapa da fome, mas a realidade ainda é alarmante.
Observando esse panorama nota-se que a fome ou subnutrição não é decorrente da
produção insuficiente de alimentos, pelo contrário, ano após ano a produção tem
aumentado o volume, e é fato que a produção de alimentos é mais do que suficiente
para suprir as necessidades da população mundial.
Não existe consenso sobre como resolver o problema da fome do mundo, embora
ela venha diminuindo (lentamente!) nas últimas décadas.
Muitas pessoas, países e ONGs (Organizações não Governamentais) investem
tempo, dinheiro e recursos para combater a fome no mundo, acreditando que só assim
ela irá acabar. Outras pessoas acreditam que somente isso não é suficiente, pois seria
necessário combater as desigualdades econômicas e sociais que existem tanto entre os
países quanto dentro deles, aumentando, principalmente, a distribuição de renda.
Durante muito tempo, os políticos e pensadores achavam que o problema da fome
agravava-se com o crescimento das populações e a falta de recursos alimentares para
elas. Hoje, no entanto, sabemos que isso não é verdade, pois a tecnologia nas
produções agropecuárias e demais tipos de alimentos é bastante avançada, de forma
que os atuais níveis de produção são mais que suficientes para alimentar todo o
mundo.
O problema é que essa produção ocorre de forma desigual. Alguns países produzem
mais e outros produzem menos, fator que está diretamente relacionado às
características econômicas e políticas pelas quais passam esses países.
Apesar dessas conclusões, não existem certezas plenas sobre as causas e as
maneiras de se combater.
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China compra 80% da soja produzida no Brasil. A maior parte vai para a produção de
ração para bovinos, suínos e aves.
O Brasil saiu do Mapa a Fome elaborado pela FAO em 2014. A entidade apontou
que no período de 2002 a 2013, o Brasil implantou programas para aumentar e
melhorar a oferta de alimentos à população.
Entre os pontos está a inserção em 2010 do princípio Constitucional de que "todo ser
humano tem direito à alimentação adequada" na ocasião do lançamento do Programa
Fome Zero.
Segundo a FAO, outros programas considerados fundamentais para a saída do
Brasil do Mapa da Fome são o Bolsa Família - para distribuição de renda - e o PAF
(Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Além da geração de renda e fomento à agricultura, houve aumento na oferta da
merenda escolar, redução do analfabetismo e a criação de meios para subsidiar a
educação, como o Fies (Fundo de Investimento no Ensino Superior).
O IBGE classifica o problema da fome em três níveis nomeados de “níveis de
insegurança alimentar”:
Leve - existe a preocupação com a quantidade, bem como com a qualidade, dos
alimentos.
Moderada - existe limitação na quantidade de alimentos.
Grave - existe a fome decorrente da real falta de alimentos.
Embora esteja mais radicado em determinadas regiões, o problema existe em todo o
país. O Nordeste é a região do Brasil onde esse problema é mais grave, seguindo-se a
região Norte.
No Maranhão, mais de 60% da população passa por dificuldades para de alimentar
em condições. Segue-se Piauí, Amazonas e Pará. Em situação grave, o Acre é o
estado que mais se destaca.
No que respeita às zonas, o problema da fome incide em 6,3% na zona rural contra
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3,1% detectado na zona urbana.
A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de pessoas no
Brasil e no mundo. Apesar dos grandes avanços econômicos, sociais, tecnológicos, a
falta de comida para milhares de pessoas no Brasil continua. Esse processo é resultado
da desigualdade de renda, a falta de dinheiro faz com que cerca de 32 milhões de
pessoas passem fome, mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade
mínima diária de calorias, ou seja, se alimentam de forma precária.
Número extremamente elevado, tendo em vista a extensão territorial do país que
apresenta grande potencial agrícola. Mas isso é irrelevante, uma vez que existe uma
concentração fundiária e de renda. Grande parte do dinheiro do país está nas mãos de
somente 10% da população brasileira.
O difícil é entender um país onde os recordes de produção agrícola se modificam de
maneira crescente no decorrer dos anos, enquanto a fome faz parte do convívio de um
número alarmante de pessoas. A monocultura tem como objetivo a exportação, pois
grande parcela da produção é destinada à nutrição animal em países desenvolvidos.
Mesmo com programas sociais federais e estaduais o problema da fome não é
solucionado, o pior é que ela se faz presente em pequenas, médias e grandes cidades
e também no campo, independentemente da região ou estado brasileiro.
A solução para a questão parece distante, envolve uma série de fatores estruturais
que estão impregnados na sociedade brasileira. Fornecer cestas básicas não resolve o
problema, apenas adia o mesmo, é preciso oferecer condições para que o cidadão
tenha possibilidade de se auto-sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração
digna.
Num país cuja agricultura é bastante desenvolvida é constrangedor conhecer esses
números, o que se explica pelo fato de a maior parte dos produtos agrícolas brasileiros
serem objeto de exportação, bem como pelo resultado da desigualdade social oriunda
da má distribuição de renda da sociedade brasileira somado, ainda, a outros agravantes
tais como a seca, as inundações, a destruição de lavouras provocadas por pragas ou
desastres naturais.
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pobres.
A coroa portuguesa realizou um sistema de distribuição de grandes extensões de
terras, chamadas de sesmarias, destinadas apenas àquelas pessoas que tivessem
grandes somas de riquezas e que fossem capazes de investir na produção de cana-de-
açúcar. Dessa forma, a ocupação do espaço agrário brasileiro foi marcada pela
formação de latifúndios (que são propriedades rurais muito extensas), visando à
produção predominante de um único tipo de produto (o açúcar).
Foi assim durante toda a história agrária do Brasil. Depois do declínio da cana-de-
açúcar, instalou-se uma economia mineradora, que intensificou a extração de ouro e
prata no país, sobretudo na região Centro-Oeste. Essa atividade também ocorreu
envolvendo os grandes proprietários, utilizando-se de mão de obra escrava e invadindo
os territórios indígenas.
O século XIX conheceu o auge da economia cafeeira e da pecuária, além de
também ter se caracterizado, não diferentemente dos tempos anteriores, pela
concentração de terras nas mãos de poucas pessoas e pela exploração dos
trabalhadores no campo, mesmo após o fim da escravidão.
Durante o século XX, a situação não mudou, apesar dos avanços na legislação e dos
debates realizados, sobretudo, durante a década de 1950, quando foram criadas as
Ligas Camponesas – uma organização de trabalhadores rurais em busca da Reforma
Agrária. Ela foi extinta pelo regime militar que se instaurou no Brasil a partir de 1964.
Atualmente, apesar do café ainda ser um importante elemento para a economia
brasileira, o principal produto cultivado no espaço agrário brasileiro é a soja, seguida
pela cana-de-açúcar. Não diferente do passado, ainda existe uma elevada
concentração de terras. O que mudou é que, a partir da década de 1970, em um
processo chamado de Revolução Verde, houve a substituição do homem pela máquina
no campo, gerando uma massa de desempregados.
Esse processo, aliado à industrialização do país, contribuiu para a intensificação da
migração de pessoas do campo para a cidade, também conhecida por êxodo rural, que
foi um dos responsáveis pelo atual momento de inchamento populacional nos grandes
centros urbanos do país.
A história da reforma agrária brasileira se inicia tardiamente, no final dos anos 50 e
início dos anos 60, quando a reivindicação pelas “reformas de base” (agrária, urbana,
bancária e estudantil) tomou corpo e passou a fazer parte das discussões populares.
Se destacando em meio às demais, a reivindicação pela reforma agrária, exigia a
extinção do latifúndio existente desde a época de colonização do Brasil e a melhoria
das condições de vida no campo.
De fato, já havia no Brasil, uma discussão em torno do modelo fundiário e os
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possíveis obstáculos que ele impunha ao desenvolvimento do país. Na década de 40
houve diversas propostas de lei para a reforma agrária baseadas nos modelos
adotados por países da Europa e EUA, mas nenhuma delas foi aprovada.
No Brasil o modelo de colonização contribui para a perpetuação de um sistema
fundiário baseado na grande propriedade, afinal, o início da colonização no Brasil se
deu através da concessão de grandes latifúndios no nordeste do país (as Capitanias
Hereditárias e Sesmarias), e o processo de criação dos latifúndios apenas aumentou
com a vinda de diversos imigrantes ao Brasil e a mecanização da agricultura
principalmente durante o período da ditadura militar.
A primeira iniciativa em prol da reforma agrária foi a criação da SUPRA –
Superintendência Regional de Política Agrária – em 1962 em resposta a criação das
Ligas Camponesas no Nordeste e com o objetivo de promover a reforma agrária no
Brasil. Mas, só no início de março de 1964 foi elaborado um decreto que desapropriava
terras em torno de rodovias federais e as destinava ao propósito da reforma. Porém, a
iniciativa veio tarde demais, pois no final do mesmo mês um golpe de estado iniciou o
período da Ditadura Militar que por 21 anos distorceu completamente a questão.
Contraditoriamente, logo no início da ditadura os militares aprovaram a Lei N.º 4.504
sobre o Estatuto da Terra, o primeiro documento oficial sobre a reforma agrária no
Brasil e criaram o IBRA e o INDA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e Instituto
Nacional de Desenvolvimento Agrário, respectivamente) em substituição a SUPRA, e
também, o INCRA (Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária) com o intuito
de realizar a reforma agrária, manter o cadastro nacional de imóveis rurais e administrar
as terras públicas da União.
Porém, os militares ao invés de alavancar a reforma, apenas pioraram a situação ao
incentivar as culturas de exportação, como a soja, e a mecanização do processo
produtivo. Estas medidas favoreciam os latifúndios e fizeram com que, ao invés de
diminuir, o número de latifundiários aumentasse consideravelmente.
Após esse período, diversos programas de ação regional, também chamados de
“projetos de colonização”, foram criados, como o PIN (Programa de Integração
Regional), o PROTERRA (Programa de Redistribuição de Terras e de Estímulo à
Agroindústria do Norte e Nordeste), o PROVALE (Programa Especial para o Vale do
São Francisco), o POLAMAZÔNIA (Programa de Pólos Agropecuários e Agrominerais
na Amazônia), e o POLONORDESTE (Programa de Desenvolvimento de Áreas
Integradas do Nordeste). Mas nenhum deles trouxe resultados muito significativos.
A esta altura o Estatuto da Terra servia apenas para tratar das questões referentes a
política agrícola, enquanto que a questão da reforma agrária e do modelo fundiário
brasileiro permaneciam praticamente como no século XVI.
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Na década de 80 os movimentos sociais em torno da reforma agrária tomam força ao
mesmo tempo em que surgem conflitos importantes no norte do país em torno de terras
ocupadas irregularmente. Com o fim de resolver este problema são criados os
Ministérios Extraordinários para Assuntos Fundiários e dos Grupos Executivos de
Terras do Araguaia/Tocantins e do Baixo Amazonas (GETAT e GEBAM). Também sem
muita representatividade.
Ainda na década de 80 (1985) o então Presidente José Sarney elabora um plano
previsto no Estatuto da Terra, o PNRA (Plano Nacional de Reforma Agrária) para o qual
é criado a MIRAD (Ministério Extraordinário para o Desenvolvimento e a Reforma
Agrária). Porém suas metas são irreais e acabam fracassando. Em 1987 é extinto o
INCRA e dois anos depois a MIRAD e a responsabilidade sobre a reforma agrária
passa a ser do Ministério da Agricultura. No governo de Fernando Collor (1990-1992) os
projetos de colonização são encerrados e não é feita nenhuma desapropriação de
terras com o intuito de reforma agrária, que só é retomada em 1992 com a posse de
Itamar Franco. Em 1996 é criado o Ministério Extraordinário de Política Fundiária ao
qual é incorporado o INCRA. E, finalmente em 2000 é criado o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) ao qual o INCRA é definitivamente vinculado.
Os governos seguintes prosseguiriam com projetos em torno da reforma agrária, até
que em 2003 um relatório publicado pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária, criado em 1970) declara que o governo de Fernando Henrique
Cardoso realizou o maior assentamento da história do Brasil com 635 mil famílias
assentadas nas cinco regiões brasileiras.
A questão é que embora os números de assentamentos impressionem pela
magnitude, dados fornecidos pelo próprio INCRA mostram que a maioria das famílias
assentadas não recebe a infra-estrutura necessária para se instalar e produzir no
campo. A maioria dos acampados à espera de terras é gente desempregada que saiu
das cidades em busca de um pedaço de terra e não possui experiência com o trabalho
no campo. Ou então, pessoas que já foram donos de terra que e por causa de
problemas financeiros tiveram de abandonar suas propriedades. Estes fatos nos
mostram que o problema da reforma agrária no Brasil exige uma solução muito mais
complexa do que simplesmente distribuir pedaços de terra.
Quando pensamos em reforma agrária, a primeira coisa que nos vem à cabeça é
uma redistribuição de terras. Na prática, ela não está muito longe disso.
Uma reforma agrária é uma reorganização das terras no campo. Acontece quando
grandes porções de terra, até então concentradas na mão de um ou de poucos
proprietários, são divididas em pequenas porções e distribuídas a outros donos, até
então impossibilitados do acesso à terra.
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A questão agrária é um importante elemento no debate brasileiro. Nosso país é, ao
mesmo tempo, fortemente dependente do agronegócio e altamente concentrador de
terra.
O Brasil nunca realizou uma reforma agrária estrutural, ou seja, com grandes
distribuições de terras, aos moldes da Revolução Francesa ou da Lei de Propriedade
Rural dos Estados Unidos.
Apesar disso, o tema esteve presente com força, a partir da segunda metade do
século XX, nos debates políticos brasileiros.
7. Atividades Propostas
2- (Unespar 2017) Afirmar que o racismo no Brasil é sutil, significa fechar os olhos
para a crueldade a que foi historicamente submetida a população negra. Verificam-se,
então, dois mecanismos que se conjugam, traduzindo algumas facetas do racismo
brasileiro. Por um lado, temos a ‘quase invisibilidade’ da questão racial. Embora os
inúmeros dados demonstrativos da situação injusta e crítica vivenciada pelos negros
no Brasil estivessem em desníveis há décadas, somente nos últimos anos eles foram
trazidos a público, no bojo dos debates sobre a implementação de políticas
afirmativas, em decorrência das iniciativas do movimento negro. Por outro lado,
coloca-se a crença no mito da democracia racial e na ideia de que o Brasil teria
superado a escravidão e o racismo por meio do processo de miscigenação que, por
sua vez, nos teria livrado de problemas existentes apenas em outras paragens, tais
como Estados Unidos ou a África do Sul”. (PACHECO; SILVA, 2007).
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
9. RESUMO
É preciso combater toda forma de preconceito, em um mundo tão global, onde todos
os povos e costumes estão em todos os cantos, não há espaço para a intolerância, é
preciso assegurar direitos e respeito para que qualquer um possa se sentir seguro em
qualquer ambiente.
Sobre a questão da fome, ficou claro em nossas leituras que o problema está
relacionado ao destino da produção de alimentos. Alguns países subdesenvolvidos,
como o Brasil, são campeões na produção de gêneros agrícolas, mas boa parte do que
é produzido é exportado para servir de matéria-prima para a indústria de cosméticos,
biocombustível, ração animal, dentre outros.
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10. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
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