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ESCOLA SUPERIOR NAUTICA INFANTE D. HENRIQUE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MAR{TIMA. Navios-Tanque Navios-Tanque Petroleiros Jorge Trindade Abril 2012 Navios- Tanque indice 1 Aspectos Construtivos LL Classificagio 1.2 Navios Combinados . 1.3 Estrutura 2 Sistema de Carga ¢ Descarga 241 Descrigao Geral « 2.2 Accionam 224 2.2. 10 das Bombas de Carga Hidréulico Eléctrico Vapor 2.3 Comparagio dos Sistemas de Aecionamento das Bombas de Carga 3 Equipamentos 3.1 Sistemas de Bucanamentos . . . eee e eee BA B12 B13 Bld BLS B16 Linhas de undo... .. Linhas de Queda, Encanamentos na Casa das Bombas ©... . 0.6.0... oe Linhas no Convés.. 2... Linhas de Lavagem de Tanqui Linhas de Gas Inerte no Convés 3.2 Vailvulas BBL B32 333 B34 B35 Bombas de Carga. . Bombas Centrifugas .... Curvas de Funcionamento Cavitagio Associagio de Bombas . . . . Instalagio 34 Drenagem dos Tangues. 06 eee 3.5 Aquecimento da Carga 3.6 Descarga e Ventilagio ..... cee eee eee BTL Instrumentagao . Sondas Navios- Tanque 1 Aspectos Construtivos 1.1 Classificagio Os navies petroleiros constituem cerca de 50% do porte da frota mundial. A classificagio dos navios pelo porte é a seguinte: ~ Handysize (15 000 - 50 000 dwt); ~ Panamax(60 000 - 80 000 dwt); ~ Aframax(80 000 - 120 000 dwt) = Suezmax (120 000 - 170 000 dwt); - VLCC (200 000 - 300 000 dwt); = ULCC (> 300 000 dwt). Para além do porte, 0 tipo de carga transportada também permite distinguir varios tipos de navios petroleiros. Assim, temos navios que transportam: = petréleo bruto ( “erude”): ~ produtos brancos (“clean products”); ~ produtos protos (“dirty product Os navios de produtos brancos transportam produtos refinados que exigem adequado reves- timento dos tanques de carga para evitar contaminagées. Os navios de transporte de produtos: pretos dispdem usualmente de aqueeimento dos tanques, necessério para 0 transporte de fuel © outros produtos relativamente viscosos. 1.2 Navios Combinados OBO 0 00 sio designagies de navios combinados, também chamados combo ou combi, i. navios que combinam a capacidade de transporte de grancis s6lidos ¢ Iiquidos - Ore/Bulk/Oil © Ore/Oil, respectivamente. Sfio navios com capacidade para o transporte a granel de cargas secas ot liquidas. Nas Fig. 1 ¢ 2 esto representadas secgdes transversais de nayios combinados: 00 ¢ OBO. Figura 1: Navio combinado OO. Navios- Tanque Figura 2: Navio combinado OBO. Na coneepgiio dete tipo de navios esteve sempre presente a reducaio das viagens em Iastro. Em particular, visavam o tréfego de petrdleo-bruto desde 0 médio oriente, minério de ferro & carvio da Austrélia, Africa do Sul e Brasil. Para a descarga do granel sélido, os seus tanques de carga dispoem de escotilhas de grande dimensio, ver Fig. 3. < Figura 3: Escotilhas dos tanques de carga num navio combinado OBO. A flexibilidade de operagio destes navios foi-se perdendo com a adequacio das novas construgies a rotas especificas ¢, actualmente, este conceito é j4 pouco popular. Desde 1980, poucos navios deste tipo foram construfdes. 1.3 Estrutura Os projectos dos petroleiros produzides por estaleiros de hoje, apesar de aprovados por todos, as principais sociedades de classificagio, sao baseados no pressuposto de que o armador ind realizar todos as reparagbes que se veulam a revelar necessérias durante toda a sua vida titil do navio. O projecto, embora importante, néo portanto o tinico factor para determinar a integridade da estrutura a longo prazo. A histéria do projecto estrutural dos navios mostra u trajecto de evolugao ¢ nao de revolugao. Os projectistas aprendem com experiéncias passadas, © cada novo navio tende @ ser o desenvolvimento de um projeto anterior de suck sobretudo uma consequéncia do facto das tensdes na estrutura de um navio no mar resultaren da complexa interagao de muitas variiveis essa. Isto 6 A nocessidade de easco duplo, para prevonir ou reduzir 0s derrames de petréleo, levou a fossem padronizados para outros tipos de navios, incluindo petroleiros: pela Convengio Tnter- nacional para a Prevencio da Poluigio por Navios, ou Convencio MARPOL. Apesar de este ser 0 motivo pelo qual 0 casco duplo foi introduzido na regulamentagao internacional (IMO) Navios- Tanque -s (Estados Unidos), 0 easco duplo nao protege contra s de alta. energin, joria da. poluigio 1s grandes acidentes por petréleo, Figura 4: Elementos estruturais de um navio de casco duplo. Os navios tanque petroleiros sao divididos nas seguintes seecdes = seegio da proas = seecio dos tanques; = seegio da popa Por norma, os alojamentos, casa de controlo da carga e restantes éreas de servigo deve estar a.ré da seeciio dos tanques de carga. Devem estar previstos meios para prevenir a entrada nos, alojamentos de produtos em resultado de derrames no convés. As entradas para os alojan © Areas de servigo, bem como a aspiragao da ventilagao para estas areas nao pode estar voltada para a zona dos tanques de carga. De igual forma, as vigias viradas para os tanques de carga, bem como as laterais mais préximas, nao podem abrir. tos Os navios tanque petroleiros tém, geralmente, 8 a 12 tanques de carga, Cada um destes tanques 6 dividido por anteparas na direegao vante-ré para reduzir 0 efeito do espelho Tiquido na estabilidade do navio. Os t so numerados de vante para ré designados por BB, Figura 5: Navio tanque petroleiro. A separagio da seccio dos tanques de earga ¢ das seegdes da proa ¢ da popa é leita por cofferdam’s. Os eofferdam anteparas, para dar protegio contra agos vazios entre d Navios- Tanque ndio on colisio. Os navios tanques dispoem de cafferdam’s a vante entre os tanques de carga. o calor, propagagio de i ca ré dos tanques de earga ¢, por vezes, tambés A casa das bombas alberga todas as bombas ligadas as linhas de carga de um navio deste tipo. Geralmente, a casa das bombas abrange a largura total do navio. Embora seja raro, alguns navios 1ém duas casas das bombas. Na Fig. 6 representa-se a localizagao ¢ 0 arranjo tipieo da casa das bombas de um navio tanque petroleiro. Figura 6: Localizacio ¢ arranjo da casa das bombas. A Agua de lastro é colocada a bordo para manter a estabilidade do navio quando este est ‘a navegar sem, ou com pouca, carga. Os tanques de Agua. de lastro completamente separados (segregados) do sistema de carga ¢ de © 6leo combustivel. Estes tanques estéio permanentemente afectados ao transporte de lastro, Este arranjo, normalmente designado por SBT (Segregated Ballast Tanks) em que a Agua de lastro contida nos tanques de lastiro segregadio nunea entra em contacto com um dleo, reduz o risco de poluigio aquando dee deslastro do navio. dlevem ser equipados com pelo menos dois, Os navios petroleiras com 70.000 DWT ¢ acim tanques de residuos (slop-tank’s). Os slop-tank’s sio usados nos navios tanque para recolher as misturas de dleo ¢ Agua resultantes da lavagem dos tanques de carga. Estes tanques deve ter a capacidade necesséria para reter os resfduos gerados na lavagem de tanques, resfduos de dleo ¢ de residuos de lastro sujo. Emi regra, a capacidade total destes tanques nio deve ser 3% da eapacidade de carga do navio. menor qui 2 Sistema de Carga e Descarga Existem actualmente mais de 1200 navios tanque petroleitos em todo 0 mundo que trans- portam petréleo bruto a longas distaneias. Destes, ecrea de 98% usa na propulséo grandes motores diesel. Os restantes, envolvidos num trAfego mais especializado, desde 0 Alasca até a costa oeste dos Estados Unidos, usam propulsio diescl-eléctriea, Depois do sistema de pro- pulsao, 0 sistema mais importante num navio tanque petroleiro & 0 de desearga do navio. O sistema de descarga de carga é constituide por um conjunto de bombas, dispositives de accio- namento, encanamentos ¢ ccassérios, cuidadosamente concebidos para permitir a descarga dos tanques de uma. forma eficiente e se as de bombagem sio geralmente accio- nados por vapor, gracas & boa compatibilidade destes s diosel de grande porte. a. Estes sist temas com a propulsio por motores Navios- Tanque 21 Deserigio Geral Nos navios tanque, as bombas de carga sio normalmente instaladas num espago localizado na extremidade posterior dos tanques de carga, a casa das borbas. As bombas estiio ligadas aos tanques de carga através de uma rede de encanamentos que percorre os tanques de earga a pequena ¢ do dos tanques censo de enealhe, as normas internacionais proibom a passagem de tubagem por baixo dos tanques de carga, ncia de do fu Para evitar derrames Os produtos transportados so em geral uma mistura de hidrocarbonetos liquidos, com componentes muito voléteis que facilmente formam. vapores quando a pressio & reduzida, Quando um navio tanque inicia a bombagem da carga, a presséio do quido na aspiracio da bomba é relativamente elevada, porque o nivel de liquido esta bem acima da bomba. Existe uma perda de pressfio, devida ao atrito, aproximadamente proporcional ao quadrado da velocidade de escoamento. Conlorme o liquido vai sendo descarregado para terra, 0 nivel nos tanques baixa, reduzindo assim a pressao na aspiragao da bomba, Quando as perdas por atrito igualarem a pressio originada pela altura do Kquido, a pressfio na aspiragio da bomba é aproximadamente igual & pressio atmosfériea. A continuagao da bombagem vai reduzir ainda mais a pressio e provocar a formagio de vapores na aspiragio da bomba de carga. Se 0 corpo da bomba ficar cheio de vapores provoca uma redugao muito grande na capacidade de aspiragao da bomba, A fim de retardar esta perda de aspiracéo, ¢ permitir optimizar a drenagem dos tanques de carga, a velocidade das bombas de carga deve ser varidvel, couseguindo a baixa velocidade reduzir as perdas por atrito, Para prevenir explosdes na casa das bombas, o regulammentos profbem a localizagio nesse espaco de motores eléctricos e equipamentos similares. O equipamento deve estar localizado na casa das méquinas do navio e movimentar as bombas através de veios que passam da easa das maquinas para a casa das bombas através de bucins estanques. De acordo com as normas internacionais, enquanto um navio-tanque est a descarregar a sua carga, 0 espago no interior dos tanques deve ser preenchido com gas inerte, a fim de proporcionar uma atmosfera segura, ndo-explosiva. O gas inerte pode ser qualquer mistura dee gs néo-corrosivo, com menos de 5% de oxigénio. As fontes mais comuns deste gis si0 05 gases de combustao, lavados ¢ arrefecidos, das caldeiras do navio ou de um gerador de gas inerte. Um gerador de gas inerte 6 um equipamento, integrando um queimador, uma torre de lavagem, ventiladores © um sistema de controlo, que qucima éleo diesel. Em seguida, 05 produtos de combustdo passam através de uma torre de lavagem onde para além de lavados si também arrefecides por égua do mar, O resultado 6 uma mistura gasosa. predominantemente constituida por azoto ¢ didxido de earbono, ¢ com menos de 5% de oxigénio. 2.2 Accionamento das Bombas de Carga Existem trés tipos de accionamento para as bombas de carga que podem ser usados em navios tanque: hidréulico, eléctrico, ¢ vapor. Para todos eles, a sua localizs maquinas do navio. fio deverd ser a casa das 2.2.1 Hidrdulico Os sistemas hidréulicos de accionamento consistem de bombas hidréulicas que fornecem éleo hidrdulico a alta pressio (200 a 300 bar) para os actuadores/motores na casa das bombas ou para uma rede de distribuigao ¢ alimentacao no conyés, no caso das bombas do tipo “deepeel” distribudas pelos tanques de carga. O éleo hidrdulico retorna posteriormente Aa bomba de Navios- Tanque alimentagao. As bombas hidr cléctricos. Se os jeas podem ser accionadas por motores diesel ou por motores iado dircctamente por um motor dies de accionamento € de cerca de 27%. Se o sistema for accionado por motores eléetricos com, poténcia fornecida a partir de geradores dies tema for accios cl, aeficiéncia do sistema el, a cficiéneia ronda os 25%. Os gases de combusiiio dos motores diesel que acci emas hidrulicos nao sao nan os apropriados para a utilizagio como gas inerte devido ao elevad teor de oxigénio neles existente. Torna-se portanto necesséria a utilizagao de um gerador de gés inerte dedicado durante as operagées de descarga. Se considerarmos o combustivel necessdrio para o funcionamento do gcrador de gés inerte, 0 rendimento térmico do sistema hidréulico de descarga baixa para cerea de 16% no caso do accionamento directo por motores diesel ¢ cerca de 15% no caso do. accionamento diesel-eléctrico. Para este tipo de accionamento das bombas de carga, 0 navio deve dispor de olevada poténcia instalada quanto a diesel geradores ou motores diesel para o accionamento dos sis temas hidrdulicos. A titulo de exemplo, um VLCC precisaria de um acréscimo de cerca de 12 MW, para além dos normais requisitos de poténeia do navio, dedicado ao accionamento do sistema de descarga. 2.2.2 Eléctrico ‘Tecnologia relativamente recente permite o uso de motores eléctricas AC de velocidade varidvel no accionamento das bombas de carga. Nesto sistema, a poténcia eléetrica oriunda dos gorado- res eléetricos do navio é fornecida a dispositivos de controle de velocidade através de grandes transformadores. Estes dispositivos permitem variar a frequéncia da energia el quentemente, a velocidade de rotagio dos motores cléetricos de accionamento das bombas. 0 rendimento global nesto sistema de accionamento das bombas de carga, desde o motor diesel que acciona o alternador até bomba, ronda os 38%. Tal como acontece nos sistemas hidraulicos anteriormente referidos, os gases de combustaio produzidos pelos motores diesel nao sio apropriados para serem utilizados como gas incrte. ‘Tambéan neste easo, 0 recurso a. geradores dedicados de gas inerte durante as operagoes de descarga provoca a reducao do rendimento térmico global da instalagio durante aquele perfodo. Se somarmos 0 combustivel consumido pelo gerador de gas inerte ao combustivel consumido pelos diesel-geradores, o rendimento térmico global, até as bombas, ronda os 20%, Esta forma de accionamento das bombas de carga exige a instalagio de grandes unidades diescl-geradoras, para satisfagdo dos requisitos de poténcia dos sistema. 2.2.3 Vapor sistema de accionamento a vapor das bombas de carga cousiste em uma ou duas caldeiras 1 produzir vapor sobreaquecido, para alimentar turbinas que accionam as bombas ¢ desear- regam vapor para um condensador circulado por égua do mar. Os condensados voltam, posteriormrnte As caldeiras como gua de alimentacao. A velocidade das bombas é regulada ajustando o caudal de vapor de gua que é admitido nas turbinas. O rendimento global des- tes sistemas ¢ de forma geral baixo ¢ dependente do sobreaquecimento do vapor conseguido na caldeira ¢ do vacuo no condensador, rondando os 15 a 20%. Os gases de combustiio das caldeiras constituem uma excelente fonte para a produgio de gés inerte, facilmente contendo menos de 5% de oxigénio conforme exigido pela regulamentagio. Assim, nio é necessirio qualquer consumo adicional de combustivel para a produgdo de gés inerte durante a desearga do navio. Também nao é necessiria poténcia eléctrica adicional uma vez que aquela que & Navios- Tanque mt it “ath ab Figura vapor. istema de lastro ¢ carga com accionamento por motores eléctricos ¢ turbinas a exigida pela alimentagao de agua a cald disponibilidade dos geradores existentes. © pela circulagio do condensador estao dentro da. Figura 8: Turbo-Bomba de carga accionada por uma turbina a vapor. Navios- Tanque 2.3 Comparagio dos Sistemas de Accionamento das Bombas de Carga A escolha do sistema de accionamento das bombas de carga dos navies tanque petroleiros: depende do sistema de propulsiio. Menos de 10% dos sistemas siio actualmente hidréulicos ow eléctrieos. A oportunidade de efectuar 0 “retrofitting” dos sistemas é reduzida se nfio mesmo mula. O equipamento, bem como a sua disposigio na casa da maquina do navio, é parte integrante do projecto da instalagao do méquinas do navio, Os sistemas de accionamento dléctrieo ¢ hidréulico requerem mais espago em pisos superiores da easa da méquina que wma instalacao a vapor dificuliando a sua instalacio numa casa da maquina jé existente. Na perspectiva da operagio ¢ manutengao, 0 sistema de vapor 6 0 mais simples, Também 6 investimento de capital exigido 6 muito mais reduzido quando comparado com aquele que 6 requerido pela opcio do accionamento eléetrico ou hidraulico. O iinico ponto fraco do mento das bombas de carga por turbinas a vapor é 0 cor entanto, este problema esbate-se quando consideramos 0 consumo de combustivel associado 0 funcionamento do gerador de gas inerte nos outros sistemas. A diferenca no rendimento global fiea entdo mito reduzida. accion 10 de combustivel. No A utilizagao do sistemas hidréulieos de accionamento das bombas de carga é mais vulgar em pequenos navios-tanque que carregam simultancamente um grande ntimero de produtos. Para este tipo de aplicacio 0 navio, tipicamente com cerca de 40.000 DWT mas podendo ir até as 70.000 DWT, tem uma bomba em cada tanque, com encanamentos de carga ¢ descarga dedicados, prevenindo qualquer tipo de contaminagao dos produtos transportados. Alguns na- vios de maior dimensio equipados com este sistema foram projectados para trifegos comerciais especificos. 0 accionamento por motor eléctico, sendo 0 que apresenta melhor rendimento, é aquele que requer maior investimento inicial na aquisi¢ao ¢ instalagio. Exige uma grande disponibilidade instalada de produgio de energia eléctrica apenas necessria para as operagdes de bombagem. Durante o restante periodo de operago do navio, as necessidades de energia eléctrica rondam 05 10% da poténcia exigida pelas bombas de carga. Quando consideramos 0 consumo de combustivel pelo gerador de gas inerte, a vantagem relativamente ao sistema de vapor revela- se marginal face aos elevado investimento inicial. Existem alguns navios novos a operar em tniifegos muito espeeificos equipados com sistemas de descarga com accionamento eléctrico. Em particular, devem dedicar-se a viagens curtas, pasando uma fraccio importante do seu tempo de operacéio em porto, de tal forma que os ganhos conseguidos no sistema de descarga consigam compensar © maior investimento inicial e os eustos de manutengio. A maior parte dos navios tanque petroleiros siio projectados para operar earregando petrélco bruto no golfo Pérsico ¢ transporté-lo para a Europa, Japao ou para as costas leste ou oeste dos Estados-Unides. Estas sio tipicamente viagens com durag&o superior a 30 dias. Se considerarmos uma. viagem de lastro com igual duracko, eada um destes navios faré uma média anual de 6 viagens. Isto significa que o sistema de descarga iri operar 6 vezes, um a dois dias em cada operacao, por ano, ‘Trata-se de um incentivo & manutengao dos sistemas de descarga com turbinas de vapor cuja fiabilidade tem sido provada ao longo dos ano: temas hidrdulicos no proporcionam reducio significativa de combustivel quando se considera aquele que € consumico no gerador de gs inerte c os sistema eléetricos tém os ja referidos maiores eneargos quanto ao investimento inicial. Muitos dos navies em que foi feita esta opeaio por bombas eléctricas, a propulsio é diesel-eléctrica, Quando a propulsio do navio é do tipo digsel-cléetrica, 0 encargo associado as bombas eléctricas é reduzido, No entanto, estes navios nao S80 competitivos com aqueles euja propulsao é realizada por motores diesel lentos em vingens longas, devido ao reduzido rendimento da propulsio diesel-eléetriea. Os sis- Navios- Tanque 3 Equipamentos 3.1 Sistemas de Encanamentos O tratam 10 © movimentagio da carga inclui todas as operagées de transporte de carga, bem como as operagées de carga ¢ descarga, lavagem de tanques, com carga ou com Agua, cimento da carga, movimentagio de lastro, etc. © principal elemento do sistema de novimentagao da carga mim navio tanque petroleiro sistema das linhas de ‘Um navio tanque para 6 transporte de petréleo bruto esté equipado com um conjunto de inhas que permite eficientes operagoes de canga ¢ descarga do navio. Na descarga do navio, a carga passa pela casa das bombas do navio onde é bombeada para terra. O objectivo final passa por manter a carga em seguranga desde que entra nos tanques, durante © transporte ©, finalmente, durante toda a operagio de descarga, ‘Trata-se sempre de operagées em. que a carga ndlo se encontra visivel. A instrumentagio instalada evidenciard onde ¢ como a carga escoa. A seguranca das operagies resulta de checklists Enibora o prinefpio de operagio ¢ a coustituicao dos navios seja semelhante, cada navio tem as suas especificidades. Os esquem das operagies a inspeceao visual das Tinhas. As vélvulas devem estar numeradas ¢ marcadas de acordo com, os desenhos ¢ as linhas devem ser verificadas em toda a sua extensao disponivel. is das linhias de carga sio muito titeis no planeamento Para ter a certeza que 0 éleo escon da forma pretendida, um método fidvel 6 A ligacdo entre trogos de encanamento é feita por flanges. Flanges sio anéis de aco soldados nas extremidades do encanamento. As superficies das flanges sio planas, permitindo a vedagao do fluido com a interposigao de uma junta, O mimero de orificios para passagem dos parafusos de aperto das flanges corresponde frequentemente ao difanctro do eneanamento em polegadas permitindo mais facil identificacao ¢ seleccio das reduces exigidas para ligagao dos bracoes de carga/descarga. As linhas de carga repousam sobre suportes, soldados no fundo dos tanques, anteparas ¢ fundo da casa das hombas. Para reduzir o desgaste a deformagio onde ocorre contacto & interposto um calgo de material macio entre os suportes ¢ a tubagem, 3.1.1 Linhas de Fundo A titulo de exemplo, consideremos um navio tanque petroleire com 4 tanques centrais ¢ 5 pares de tanques laterais para transporte de carga. Q sistema das linhas de fundo (bottom: lines) est representado na Fig. 9. As linhas de canga esto localizadas nos tanques centrais do navio, suportadas a cerea de um metro do fundo do tanque. Vailvulas de crossover, duas valvulas em cada crossover permitem comunicar as as linhas de fundo. Quando é feito 0 transporte de mais de um produto, 05 regulamentos obrigam a segregagio dos produtos por duas valvulas. Para permitir que estas linhas acompanhem os movimentos do navio, originados pelas condigées de mar e pelas variagées térmieas, as linhas de carga devem dispor de unides flexfveis, ¢ juntas de dilatacao. Junto A entrada da linha no tanquo, uma ramifieagao da linha de fundo acaba na zona A ré do tanque de carga. E por aqui que o dlco entra no tanque durante a carga do navio ¢ sai targa. Nos tanques centrais as aspiragées pri mente a meio ¢ as duas aspiragdes de siripping situam-se nas extremidades do tanque, uma pais esto situadas aproximada- 9 Navios- Tanque F IPE a sar : UTE oot e { 5 bombordo e o1 ra a estibordo. A aspiragéo tem a forma de um funil invertido ¢ & habitualmente designada como “pata de clefante”. A Grea da secgao tranversal inferior da “pata de elefante” deve ser uma vez e meia a da secgio de passagem da linha de carga. Por baixo da “pata de clefante” esto soldadas algumas barras para orientac&o ¢ controle do escoat bombas. nto perm lo reduzir a cavitacao nas 3.1.2 Linhas de Queda Desde a drea dos manifold uo convés, as linhas de queda (drop lines) comunicam as linhas do convés com as linhas de fundo, conforme representado na Fig. 10. Estas linhas sio usadas; na operagio de carga do navio, permitindo isolar a casa das bombas durante esta operacdo. Nao obstante a casa das bombas se encontrar isolada da carga, deve ser mantida uma rotina de inspeccao ¢ de verificagio da atmosfera prévia A entrada na casa das bombas. Durante a operagio de desearga do navio, as vélvulas nas linhas de queda deve ser mantidas fechadas. Figura 10: Linhas de queda. 10 Navios- Tanque 3.1.8 Encanamentos na Casa das Bombas Num navio tanque petroleiro, a casa das bombas 6 a zona de comunicagio entre os tanques de carga ¢ 08 manifold onde as linhas do navio sio ligadas As linhas de terra, As linhas de fundo encaminham 0 éleo até As bombas de carga. Podemos considerar a casa das bombas dividida em duas partes: uma zona de aspiragao uma zona de descarga, ou de pressio. AS linhas de fundo terminam nas bombas de carga podendo comunicar pelos crossover existentes. O primeiro crossover depois da zona dos tanques esté identificado na Fig. 11 como “Crude oil suction -x-over line”. E designado prequentemente como “stripping crossover”, atravessa tranversalmente as linhas de fundo permitindo descarregar com qualquer bomba de carga principal a partir de qualquer linha de fundo. Figura 11: Encanamentos na casa das bombas. Continuando no sentido das bombas de carga, encontramos uma vélvula em cada Tinka, habitualmente designada por vélvula da antepara porque regra geral se encontra junto da antepara de separagao entre a zona de carga ¢ a casa das bombas. Do lado de pressiio das bombas encontra-se uma valvula, vélvula de descarga, de regulagio de pressiio ou de regulagio do candal. A designagio mais prépria ser como vilvula de descarga mas as outras sao também populares. E com esta valvula que é ajustada a contra-pressao € 0 caudal na bomba, E recomendado que © arranque da bomba seja realizado com esta valvula fochada. Depois destas vilvulas as rise lines conduzer 0 dleo para 0 convés. ‘A casa das bombas aloja ainda outro equipamento para manobra da carga ¢ do lastro, A bomba de lastro ¢ exclusivamente dedicada ao lastro segregado, O sistema de lastro segregado 6 completamente segregado do sistema de carga. A bomba de lastro comunica com o pique de vante © com os tanques laterais n° 3, bombordo ¢ estibordo. A bomba de lastro dispoe da sia prdpria ¢aixa de fundo para aspiragio ¢ descarga para o mar. u Navios- Tanque A bomba de stripping tem as suns linhas dedicadas, através das quais oner, se drenat para terra através da via stripping cross fas tiltimas fraegSes de carga nos tanques, nas bombas principais ¢ nas linhas, inha de menor diametro no convés (linha MARPOL). a Linhas no Convés Quando as rise lines chegam ao convés, as suas extensdes passam a ser designadas por linhas do convés (deck lines). F frequente numerar ¢ marcar as linhas de carga no convés a partir de um dos bordos do navio. Em cada uma das linhas de carga existe uma vélvula que permi isolar a linha da casa das bombas, a deck master valve ou cargo master valve (Fig. 12). ; lant r : - FE fs i . e i i jl Figura 12: Encanamentos no convés. linhas de carga no convés terminam nos manifold crossovers. E. por estes manifolds auc 0 navio se Tiga ao terminal por mangueiras ou bragos de carga. A numeragao dos manifold est de acordo com a linha do convés a que pertenee. Os rnanifold crossovers pertitem operar trocando linhas de queda, linhas de convés ou manifolds, de acordo com que manifolds © navio sta ligndo a terra. Também encontramos no convés uma linha de carga de menor didmetro, a linha MARPOL. Esta linha esté ligada a um manifold j4 depois (no exterior) da vélvula de manifold. Fica ligada A “presentation flange”. O objectivo desta linha é permitir a drenagem dos tanques, linhas ¢ bombas. E importante manter fechada a vilvula de manifold para prevenit o retorno de produto ao navio. Nos navios tanque deve estar disponivel, nos dois bordos do navio, ligagio para envio de astro sujo ou de Agua contaminada com éleo em instalagées de recepgao em terra. 5 Linhas de Lavagem de Tanques Situam-se também no convés as linhas do sistema de lavagem de tanques (Crude Oil Washing). A partir destas Tinhas principais, estendem-se derivagdes para cada uma das méquinas de lavagem instaladas nos tanques. Esta linha tem origem no crossover do COW existente na casa das bombas. Este crossover permite usar qualquer uma das bombas de carga na lavagem, do tanques contribuindo assim para a obtengao de varias alternativas na operagio do sistema cow. 2 Navios- Tanque 3 fom | ganas | eazy apes 7 x Eapbs aiid . San ! S g fa] FO ar ony PERE Figura 13: Linhas de lavagem dos tanques 3.1.6 Linhas de Gas Inorte no Convés: A partir do selo hidriulico no convés, as linhas de gis inerte fazem a distribuicio de gis incrte nos tanques do navio. E frequente encontrarmos no final da linhas principal de gis inerte, junto ao castelo da proa, um mastro de descarga (vent ou master miser) para permitir inertizar a linha. A este mastro poderao estar ainda ligadas as descargas das vélvulas P/V das linhas de gas inerte. Said oe word aa? iE yo -) £ t : tj 5 a Bf me 5 iiina % Figura 14: Encanamentos de gas inerte. 3.2 Valvulas Nos sistemas de tratamento ¢ manobra da carga dos navios Lanque petroleiros sio predomi- nantemente utilizadas valvulas: ~ de eunha; = de globo; = de borboleta. 1B Navios- Tanque Figura 15: Vélvulas de borboleta, cunha e globo (da esquerda para a direita). As operagio lenta. Sao, por exemple, utilizadas frequentemente como valvulas de costado on fundo. vélvulas de cunha proporcionam uma. boa ¢ fivel vedagio tornam-se no entanto de As valvulas de globo sto tanbém muito utilizadas. Este tipo de vilvula é habitualmente usado no sistema de pressiio/ vacuo om quo fica ¢ seu cargo 0 controlo da pressio nos tanques. A vélvulla abre quando a pressao atinge um certo valor (pressure set-point) bem como quando wm determinado vacuo (vacuum set-point) acontece. Sao valvulas usadas no sistema no sistema de distribnigao de gis inerte. Este tipo de vélvula pode ser coneebida como valvula de retorno, caracteristica vantajosa cm algumas aplicagoes. Tanto as vélvulas de cunha como as de globo siio normalmente manobradas manualmente, As valvulas de borboleta podem ser operadas manualmente ou hidraulicamente. A facilidade ha sua operagao hidraulica torna as vélvulas deste tipo como as mais utilizadas a bordo dos navios-tanque. Outras vantagens decorrentes do seu uso sio a construgio simples, facil desmontagem ¢ montagem para manutengao, operacio répida e segura. Deficiente vedagio resulta normalmente do mau estado dos vedantes eirculares ou do actuador hidréulico no fechar completamente a valvula, Bombas de Carga De acordo com 0 sen principio de funcionamento, as bombas podem ser elassificadas como: ta de uma = de deslocamento positive, quando © anmento de pressio @ conseguido ac redugio de volume disponivel para o liquide: - alternativas de émbolo, rotativas, paraluso, ete. ~ dinamicas, quando o aumento de pressdo é obtido pela aceleracao do fluido: = com diferentes tipos de rotor (fluxo radial, misto ow axial), dentro de um corpo em. forma de espiral, caracol ou voluta, 3.3.1 Bombas Centrifugas A utilizagao de bombas centrifugas como bombas de carga é muito frequente nos navios tanque petroleiros. Os principais elementos constituintes de uma bomba centrifuga sao: - a careaga, corpo ou voluta, normalmente construido em ferro fundido, onde esto aloja- das as ligagSes de aspiragio ¢ descarga; u Navios- Tanque = 0 veio, em ago; = 6 impulsor ou rotor, cujo projecto depende das condigdes de funcionamento pret 6 obtido nort = os rolamentos ou chumaceiras que suportam as cargas axiais ¢ radiais originadas pelo movimento do rotor: = retentores de vedaciio, ou bucins meciinicos, para vedaciio do veio onde este atravessa 0 corpo da bomba. ‘escarge poe Figura 16: Elementos constituintes de uma. bomba centrifuga. Os impulsores das bombas centrifugas podem ser do tipo aberto, semi-aberto ou fechado. Figura 17: Impulsor fechado (& esquerda), semi-aberto (ao centro) ¢ aberto (A direita) O prinefpio de funcionamento das bombas centrifugas podo ser doserito da seguinte forma: - O impulsor Lransmite energia cinética ao liquide: ~ Corea de 50 % desta energia é convertida na voluta em energia potencial (pressao, altura de coluna de liquide); = Quando 0 fluido percorre as pas do rotor cria-se uma zona de pressao reduzida na entradas - A pressio atmosférica ou a pressio do sistema e a pressfio estiitica de quido actuam na aspiragao da bomba obrigando 0 Iquido a entrar no seu corpo: = Esta pressio de adn so, acrescida da pressio criada pelo movil voluta, produz 0 fluxo de liquido. jento do impulsor na Navios- Tanque os Figura 18: Principio de funcionamento das bombas centrifugas. As principais vantagens na utilizagao de bombas centrifugas resultam do facto de este tipo de bombas proporcionar um caudal continuo de liquido, exigir pequeno b poténcia uniforme durante o funcionamento. ‘irio de arranque De uma forma geral, pode-se referir que as bombas centrifugas apresentam: mplicidade de construgao, compacta ¢ leve; ~ poueas pecas méveis, auséncia de valvulas e de componentes com movimento alternativo: ~ auséneia de toleraneias muito rigorosass ~ pequenas perdas de poténeia na transmissio; caudal constante: = funcionam 10cm vazio sem aumento significative de pressfio: = auséncia de contacto do lubrificante com o fluido; vida prolongada e custo razoavel; poueas avarias ¢ fécil manutengao. ASPIRAGHO SIMPLES _ASPIRACAO DUPLA ASPRAGAD DUPLA Figura 19: Bombas com aspiracio simples on dupla. Um tipo particular de bomba centrifuga, mais frequente em navios tanque quimicos ¢ de transporte de gases liqueleitos, inas que também podemos encontrar em navios tanque petroleiros ¢ a bomba deepwell. Estas bombas, também centrilugas (ver Fig. 20), funcio imersas no tanque de carga. Neste caso o accionamento da bomba é normalmente do tipo hidrdulico ¢ feito a partir do convés, Fig. 21 16 Navios- Tanque Figura 20; Reprosontagio em corte de uma bomba centrifuga do tipo deeprnell. Pigura 21: Accionamento de uma bomba do tipo deepwell. 3.3.2 Curvas de Funcionamento Os principais dados caracteristicos relatives a uma bomba centrifuga sio: ~ a.sua capacidade (ou seja, 0 seu candal nominal, normalmente expresso em m4/h); ~ a pressfio correspondente a um dado caudal, expresso coluna de liquide ; MPa, kPa, bar, metros de ~ a poténeia exigida ao seu accionamento, W, kW. curvas caracteristicas so curvas que relacionam a altura manométrica e o candal de uma bomba a velocidade constante, como as representadas na Fig. 22. A altura manométrica 6 a energia fornecida unidade de peso de fluido em escoamento. Desprezando as variacy de energia cinética ¢ de energia potencial gravitica, temos: RP @ 7 Navios- Tanque designando por pz € py a pressio na desearga © na aspiragio da bomba, respectivamente, ¢ 7 © peso especifico do fhuido. ALTURA CAUDAL, Figura 22: Curva caracteristica altura/eaudal. Dependendo da geometria das pas do rotor esta relacao pode apresentar diversas formas. Evolugdes quase planas ou caindo abruptamente como nas linhas a tracejado nio sie regra goral dosojaveis excopto para aplicagées especiais. A situagao normal é a de uma redugao suave da altura de clevagéio com o caudal conforme representado pela linha a cheio. As curvas earacterfsticas completas incluem ainda as curvas do rendimento da bomba, da poténcia absorvida e a indicagao do N PSH, A viscosidade do liquido provoca uma alteragao na curva caraeteristica da bomba. A tendéncia resultante de um aumento da viscosidade do liquido pode ser visto qualitativamente na Fig. 23. — REFERENCA = FLUIDO MAIS VISCOSO 4] 5) vorencia - Figura 23: Influencia da viscosidade. Para além da relagao altura-candal, as curvas de desempenho da bomba permitem rela- cionar 0 caudal com a poténcia, 0 rendimento © com 0 NPSTf,, conforme represeutado na Pig. 24 A poténcia itil eorresponde A energin absorvida pelo fluido ao escoar-se através da bomba: Nu =7VH (2) 18 Navios-Tanque | cube 4 m a mic 100 @ Flow rate (m'mr) Figura 24: Curvas de desempenho de uma bomba, em que V € 0 caudal voliimico do escoamento. Designando por rendimento global 7, 0 rend- mento que considera as perdas volumétricas, hidréulicas ¢ mecinicas, a pote mento exigida pela bomba é dada por: cia de acciona- 3.3.3. Cavitagio A sigla NPSIT resulta do inglés “Net Positive Suction Head” que, traduzido literalm para portugués significa altura liquida positiva na aspiragao. Esta varidvel é extremamente importante para o des Devo ser considerado o NPSH da bomba, NPSH, (r de requerido), ¢ 0 NPSH da instalagao, NPSIHq (d de disponivel). Entio: mmpenho de uma bomba centrifuga. - o NPSH, 6 uma caracterfstica da bomba, determinada pelo seu projecto e através de ensaios. Ea altura manomeétrica necessaria para fazer chegar o liquido a toda a parte de aspiracdo e vencer as perdas por atrito desde a boca de aspiragio da bomba até as pais do rotor e para aumentar a velocidade do liq dove ser obrigatoriamente fornecido com as eurvas caracteristicas. jdo. Este é um dado do fabricante que ~ o NPSHyq 6 uma caracteristica da. instala io hidrdulica. E a altura manométrica que o 19 Navios- Tanque liquido tem na boca de aspiragio da bomba acima da sua pressio de vapor NPSHq = Ho ~ Hy + Hs ~ Hy @ em que, ~ Ha & a pressio atmosférica/absoluta, em m de coluna de liquido; ~ Hy: pressio de vapor do Iiquido & temperatura de bombagem, em m de coluna de liquide ~ H,: altura geométrica ou hidrostatiea acima ou abaixo do eixe da bomba, em m; = Hy: perdas na aspiragao, tubagem ¢ acessérios & velocidade de projecto, em m de coluna de liquide, Uma das consequéncias de a instalagio nfo garantir o suficiente N PSH, (superior, ¢ com margem de seguranga, ao NPSH,) € a ocorréncia do fenémeno da cavitagio. A cavitagio o fendmeno associado a formagao ¢ colapso, por condensagao stibita, de bolhas de vapor num liquido. As bolhas de vapor sfio formadas quando a pressio estatiea local do Ifquido em movimento diminui até atingir umn valor igual ou inferior ao da pressio do vapor desse liquido essa temperatura. Quando a bolha se desloca, acompanhando 0 caudal de liqu into sujeita a uma pressio superior, 0 seu colapso ocorreré Jo, para uma zona do es pidamente. A implosio causa uma onda de choque de grande intensidade que, ocorrendo repetidamente, vai originar a progressiva erosio (ver Fig, 25) ou eventualmente até a fractura do rotor. bos de vapor N/ eX Figura 25: Formagao ¢ colapso das bolhas de vapor ¢ a crasio do impulsor dovida 4 cavitagio. © fendmeno da cavitacdo, conforme jé referido extremamente nocivo para o funcionamento das bombas centrifugas, manifesta-se: ~ um ruido caracteristico, “como se estivesse a passar aria pela bomba” ~ vibragao anormal, = redugio da altura de elevagao ¢ da eapacidade. 3.3.4 Associagao de Bombas Para satislaver as necessidades de wma aplicagio, quer em termos da allura de elevacio, quer em termos do eaudal, ocorrem frequ jemente nas instalagdes de climatizagio associagies de 20 Navios- Tanque bombas centrifugas. Estas associngdes de bombas, conforme 0 objective pretendido podem ocorrer em paralelo ou em série. Funcionamento em Paralelo A associagio cle bombas com a mesma capacidade em paralelo multiplica 0 caudal mantendo- 5¢.a mesma pressio (Fig. 26). Este tipo de aplicagao ocorre quando é necessério um grande cau dal com pressio relativamente baixa ou para sistemas que exigem caudais varidveis permitindo- se assim parar as unidades quando conveniente. As caracteristicas das bombas associadas em. paralelo deve ser iguais, canactealstica = — ALTURA- CAUDAL-? BomBas. canactenisTic® POTENCIA 1 BOMBA é canabren® Sere > g feast bomen Spl == Forencin-2 sothaas CAUDAL Figura 26: Funcionamento em Paralelo. Funcionamento em Série A associagéio de bombas om série aumenta a pressio com o mesmo caudal (Fig. 27), co respondente a uma delas. Este tipo de associagao ¢ apropriado para sistemas que requere presses elevadas com candais relativanente baixos, A circulagao de um liquido numa rede hidraulica, que compreende unides diversas, vélvulas © permutadores de calor requer tama pressio capaz de vencer as perdas de carga dovidas A velocidade, ou a altura dindimica (geralmente pouco significativa), as perdas de pressio devidas a0 atrito ¢ superar a pressio estitica. Assim, por toda a rede de tubagem, a altura do sistema 6 soma algébrica da pressao estaitica na aspiragao da bomba ¢ das perdas de carga produzidas, em todo o sistema, Como estas perdas de carga aumentam aproximadamente com o quadrado, do caudal, quando se representa a altura ou pressio do em funeaio do caudal surge uma eurva (curva earacteristica do sistema) de forma parabélica como se pode ver na Fig. 28 tiea altura Jo das curvas carac- Uma dada bomba centrifuga funciona de acordo com a sua propria caracter caudal. O caudal fornecido pela bomba é determ tei se diminui nado pela int sticas da bomba ¢ do sistema (ponto I da Fig.). Se, actuando numa valvula reguladora, nto vaiese desloear para o ponto 2. Voltando a0 ponto 1, se fosse pretendido agora um caudal superior (ponto 3) ter-se-ia de por alguma facilitar a circulagdo do Iiquido reduzindo as perdas de carga, Em alternativa, 0 mesmo caudal poderé © caudal, 0 ponto de funcionan er obtido aumentando a velocidade de rotagao da bomba ou aumentando o didmetro do rotor da bomba tendo-se passado assim para a curva caracteristica altura-candal da bomba representada a tracejado que cruza a caracteristica do sistema no ponto 4 A seleceao de uma bomba deve resultar de uma andlise cuidada das condigies de funcio- namento pretendidas © baseando-se nas curvas caracteristieas fornecidas pelo fabricante. De uma forma geral, as bombas esto projectadas para que funcionem com pleno rendimento na 2 Navios- Tanque CARACTERISTICA ALTURA- CAUDAL-2 BOMBAS cARAC TERISTICA-1. 80MBA\ ALTURA ‘CAUDAL \cionamento em Série, Figura 27: Bu ALTURA -ALTURA ESTATICA) CAUDAL Figura 28: Curvas caracter eas da bomba ¢ do sistema. zona média da sua curva caracteristica altura-caudal. A scleegio no ponto de maximo rendi- mento ou ligeiramente deslocado para a esquerda contribui para reduzir 0 rufdo ¢ as vibragoes produzidas. A scleccao demasiado distaneiado para a direita do ponto de maximo rendimento devo ser ovitado para reduzir a possibilidade de ocorréncia de cavitagio devida ao aumento do NPSH, 3.3.5 Instalagio Na instalagiio de uma bomba centrifuga devem ser tidos 1 seguintes aspectos: consideragio, 1 re outros, os = a tubagem de aspiragao deve ser o mais rectilinea possivel na proximidade da bomb; 2 Navios- Tanque ‘Curvas caracteristicas altura-caudal para impulsor. i NSH Rendimento ‘da bomba, Poténcia do motor ‘CAUDAL, Figura 20; Curvas earacteristicas de uma familia de bombas. Bolsa de a ‘Bolsa de a A Correcto. Correcto Figura 30: Instalagio de bombas eentrifugas. - 0 dimetro da tubagem de aspiragio pode ser superior ao da entrada na bomba mas a redugio na aspiragio da bomba deve ser exeéntrica para que a superficie superior da tnbagem permanega alinhada; 2B Navios- Tanque = na tubagem de aspiragio nao deve ter pontos elevads onde © ar ou vapor se possa acumular; ~ deve ser montada uma valvula de retencdo na descarga da bomba; ~ os suportes das ligacdes da tubagem de aspiragio e descarga devem ser independentes ¢ nao devem exercer esforcos sobre a. bomba (Fig. 31). Figura 31: Suportes na tubagem de uma bomba, 3.4. Drenagem dos Tanques Para além de uma bomba de dreno ¢ de um ou mais ejectores, os uavios tanque estiio equi pados com um sistema vacuum stripping que d4 as bombas de carga a capacidade de manter a aspiragao mesmo com wma pequena quantidade de carga nos tanques. Na Fig. 32 esta ropresontado do forma esquematica um exemplo de um destes sistemas. ro gg Spee Figura 32: Representagiio esquematica do sistema de stripping. mu Navios- Tanque 3.5 Aquecimento da Carga Para além dos sistemas de manobra ja descritos, 0 navio tanque dove dispor dos sistemas de aquecimento necessérios para o transporte de algunas cargas. As fracgées mais pesadas, como por exemplo 0 HFO, quando frias tornam-se demasiado viscosas. Por forma a que estes produtos possam ser carregados ¢ descarregados atempada- mente, 6 necessério mantélos aquecidos. 0 comércio de produtos petroliferos é actualmente tio diversificado que os navios tanqne podem numa viagem estar a operar cin dguas tropicals ¢, na viagem seguinte operar no Arctico. E portanto necessdrio que os navios tanque disponham de um sistema de aquecimento de carga capaz de fazer face a condigies extremas. Dado que um navio tanque carregado tem reduzido bordo livre, a temperatura da gua do mar em que singra 0 navio é da maior importancia, Aguas frias reduzem rapidamente a temperatura da carga tornando 0 processo de aquecimento da carga muito mais exigente. aquecimento da carga nos tanqucs ¢ feito com vapor. Cada tanque tem, para cada serpentina, valvulas de vapor ¢ condensados que permitem controlar individualmente a temperatura da carga em cada tanque. As serpentinas situam-se na zona inferior dos tanques de carga. Quando 6 necessirio aquecer a carga, 6 aberto vapor a cada um dos tanques de carga aquecendo 0 produto que se eneontra na sua vizinhanga, O élco aquecide sobe no tanque gerando uma circulagao convectiva da carga no Langue. As cargas de HFO exigem ser mantidas a uma temteratura entre os 45°C © 0s 60°C. Nesta gama de temperatura, a generalidade dos HFO sao facilmente transfegaveis. No caso dos, 6leos lubrificantes, com grande diversidade quanto a sua estabilidade, densidade ¢ viscosidade, deve ser atendidas instrugdes especilicas para 0 seu. aquecimento. 3.6 Descarga e Ventilagao Para evitar a excessiva perda de carga por evaporagio, ¢ controlar a descarga para. a atmosfera de vapores perigosos, os tanques devem dispor também de um sistema de descarga e ventilacio apropriado, Os sistemas de descarga ¢ ventilagio dos tanques de carga sao completamente segregados da ventilagao dos outros compartimentos do navio. O arranjo © a posigao das; aberturas dos tanques de carga no convés, das quais possam ocorrer descargas de vapores inflamaveis, deve ser tal que previna a entrada em espacos fechados, ou a sua acumulagio Junto de méquinas ¢ equipamentos no convés que possam actuar como fonte de inflamacio. No capitulo T-2 da SOLAS, a regra 59 define normas a verificar quanto ao projecto dos sistemas de descarga de vapores ¢ ventilagio dos Lanques de carga dos navios tanque petrolei- O sistema de descarga ¢ ventilagio dos tanques deve ser projectado ¢ operado por forma aassegurar que ndo so atingidos os valores limite de pressio ¢ de vacuo no tanque: ~ pelo escoamento de pequenas quantidades de vapores, ar ou gis inerte em resultado de variagéio das condigées térmicas através das vélvulas P/V; ~ pelo escoamento de grandes quantidades de vapores, ar ou giis inerte durante as operagies de carga ¢ lastro on descarga. O sistema de ventilagio pode ser independente para cada tanque de carga ou combinado com outros tanques ¢ pode ainda incorporar encanamentos do sistema de gas inerte, Quando Navios- Tanque 1 Figura 38: Valvula P/V num tanque de carga. a ventilagao é comum a. varios tanques, valvulas, ou outros meios admissiveis para o eleito, deverdo proporcionar condigoes de isolamento em seguranga (with locking devices) de qualquer tum dos tanques, Em qualquer sitnagao, deveré continuar a ser permitido 0 escoamento através das vélvulas P/V causado pela variagio das condigdes térmicas no tanque, 3.7 Instrumentagio 3.7.1 Sondas Sondas de Flutuador Neste tipo de cquipamentos, 0 sensor de nivel & um flutuador, Nas sondas mecinicas de flutuador, o movimento resulta da impulsio da béia e de uma forea originada por um meca- nismo de equilibrio, A leitura do nivel de Iiquido no tanque ¢ feita numa fita que acompanha (6 movimento do flutuador, eonforme representado na Fig. 34. 7 w mY = nna Figura 34: Sonda meefinica de flutuador, Sondas de Accionamento Eléctrico Neste tipo de sondas, representado esquematicamente na Fig. 35, 0 elemento sensor detecta a superficie livre do liquido e acompanha as varingdes de nivel por meio de um servomecanisto. A indicagio de nivel pode ser leita por diversos métodos mecinicos ou eléetricos. A cabeca 26 Navios- Tanque da sonda permite normalmente detectar a superficie livre ¢ indicar & unidade de controlo a disténeia desde essa superficie. A unidade de controlo vai entiio procurar esta disténcia através do accionamento do motor eléetrico de accionamento do tambor de armazenagem da fita. ater constante Figura 35: Sonda de accionamento eléetrieo. Sondas Capacitivas Estas sondas avaliam o nivel de Iiquido por comparacio da eapacidade mento parcialmente submerso com a capacidade de um elemento semelhante, completamente submerso. Na Fig. 36 est representada ese Ia deste tipo. O detector compara o elemento “D” parcialmente submerso com o elemento totalmente submerso “C”. Sao também contados os elementos completamente submersos permitindo assim a avaliagio do nivel no tanque. ctriea de um ele- naticamente uma son Figura 36: Sonda capacitiva. Sondas Pneumiticas ou Hidréulicas Para 0 funcionamento deste tipo de sondas é instalado um sensor de pressiio junto ao fundo 7 Navios- Tanque do tanque. As alteragées de pressio sio transmitidas de forma electronica, pneumética ou hidrdulica para uma localizagio remota. Um exemplo de uma sonda deste tipo, em que é tusado um tubo capilar para a transmissio da informagao esta representado escquematicamente na Fig, 37. Figura 37: Sonda hidréulica. Sondas Radar Existem varios tipos de sondas que usam o mesmo principio de funcionamento. As mais, vulgares (Saab Tank Radar na Fig. 38) medem 0 intervalo de tempo entre uma emissio de sinal ¢ a recepeaio da sua refleegio na superficie livre. Os instrumentos montados no topo do tanque medem o espaco vazio do tanque ¢, quando colocados no fundo do tanque avaliam a altura de liquido. Este prineipio de funcionamento esié representado na Fig. 39. >" 7 al Figura 38: Sondas do tipo Saab Tank Radar, Sondas Radioactivas © principio de funcionamento deste tipo de sondas haseia-se na atenuagio da radiagio provocada pelo iquido. A Fig. 40 mostra trés possibilidades de utilizagio deste prinefpio de funcionamento, 28 ascacto edcsote Navios- Tanque t | l ! ssi Figura 39: Pr ito das sondas tipo radar. icipio de funcionam ——— =e ‘sole ‘sti a Sir ky rong Figura 40: Funcionamento das sondas do tipo radioactivo. 29

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