Apresentação
Estudaremos os aspectos morfológicos do ciclo evolutivo da epidemiologia, do diagnóstico, do
tratamento e do controle
dos gêneros Leishmania, Trypanosoma, Plasmodium e
Toxoplasma.
Veremos ainda as medidas de diagnóstico e de prevenção das infecções promovidas por esses
parasitas.
Objetivos
Reconhecer aspectos biológicos, de diagnóstico e de tratamento, de
protozoários parasitas humanos no sangue
invasores das células;
A grande maioria das espécies tem por habitat, de forma permanente ou temporária, o
tubo digestório de insetos.
L.(L.) amazonensis
L.(L.) venezuelensis
L.(L.) enriettii
L.(L.) aristidesi
L.(L.) pifanoi
L.(L.) hertigi
L.(L.) deanei
Quadro 1 - Subgêneros das diversas espécies de Leishmania | (
Fonte: Adaptado de FONSECA, 2014.)
Leishmania braziliensis
Leishmania mexicana
Leishmania donovani
Sobre o ciclo evolutivo, temos a transmissão da forma promastigota pela picada do inseto
vetor contaminado. Um díptero
hematófago da família Psycodidae, conhecido como flebotomíneo
(CDC, 2017; REY, 2008).
Figura 2 – Ciclo evolutivo de Leishmania | (Fonte: Adaptado de
CDC,.)
As espécies de Leishmania infectam o homem e outros mamíferos nas regiões quentes do Velho e
do Novo Mundo (Europa e
Américas, respectivamente), causando as doenças chamadas de
leishmanioses ou leishmaníases (REY, 2008).
Saiba mais sobre as leishmanioses
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O diagnóstico laboratorial ocorre por biópsia ou raspagem de lesões em que, após o preparo do
material (lâminas
fixadas e coradas), verificamos lesões ricas em parasitos.
Quadro 2 – Classificação das espécies do gênero Trypanosoma | Fonte:
Adaptado de REY, 2008, p. 282.
Figura 4 – Ciclo evolutivo de T. brucei | (Fonte: Adaptado de
CDC, 2017, on-line.)
Atenção
Atenção
O controle da infecção está relacionado ao controle do vetor. Dessa forma, são fundamentais
os programas de vigilância
entomológica em todos os municípios e medidas de higiene em áreas
endêmicas para a presença do vetor (silvestre).
Medidas de higiene como lavar frutas e
verduras que possam estar expostas as fezes de triatomíneo; atenção ao consumo
de frutos de
palmeira (habitat de triatomíneos) (REY, 2008) (Figura 07).
Figura 7 – Ciclo evolutivo de Trypanosoma cruzi | (Fonte: CDC, 2017.)
Esporozoários
Protozoários pertencentes ao filo Apicomplexa, classe
Sporozoea (divisão Sporozoa).
Apresentam como
características serem parasitas intracelulares obrigatórios;
ciclo biológico
em que alternam reprodução assexuada e
reprodução sexuada, e uma estrutura no polo anterior
do
corpo, o complexo apical, utilizado para penetração em
células do hospedeiro (BRENER,
2015).
O conoide é uma organela de onde partem os microtúbulos que ficam aderidos à face interna da
membrana celular (veja a
figura acima).
1 2
Esporozoítas Criptozoítas
Organismos alongados com presença do complexo apical. Arredondados sem aparelho apical.
3 4
5 6
7 8
Microgametas Macrogameta
Gameta masculino. Gameta feminino.
9 10
Figura 10 – Ciclo de Plasmodium | ( Fonte: CDC, 2018, on-line.)
Gênero Toxoplasma
O gênero Toxoplasma é representado por uma única espécie, o Toxoplasma gondii. Esse
parasita causa a toxoplasmose,
uma zoonose cosmopolita que tem o gato como hospedeiro
definitivo (hospedeiro em que ocorre a reprodução sexuada). O
hospedeiro em que ocorre a
reprodução assexuada é denominado de hospedeiro intermediário (BRENER, 2015; REY, 2008).
Assim como outros membros de Apicomplexa, também apresenta o complexo apical (veja a figura
11) e se desenvolve a
partir de três formas evolutivas. A Taquizoíta, que
está presente na fase aguda da infecção, é móvel. Ela se multiplica
rapidamente por
endodiogenia (Figuras 11 e 12) – vacúolo parasitóforo; formato de meia lua com uma das
extremidades
afiladas e é resistente à ação do suco gástrico.
Figura 11 – Endodiogenia: Processo de reprodução assexuada que resulta na formação de
duas células filhas no interior de uma célula mãe que posteriormente se degenera
|
(Fonte: (REY, 2008).
Oocistos são compostos por esporozoítos e indicam a forma de resistência do parasita. Eles se
formam nas células
intestinais dos felídeos não imunes (hospedeiro definitivo), sendo
eliminados ainda imaturos pelas fezes. A esporulação
(diferenciação em oocisto maduro,
infectante) ocorre no ambiente, entre um a cinco dias após a eliminação. O oocisto
esporulado é composto por dois esporocistos com quatro esporozoítos (Figura 13).
O ciclo biológico apresenta duas fases distintas: O ciclo assexuado e o ciclo sexuado (também
chamado de entroepitelial).
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botões para ver as informações.
Ciclo Assexuado
Ciclo Sexuado
Bovinos e outros animais silvestres também se infectam com cistos teciduais após a ingestão
de oocistos esporulados do
ambiente. Os humanos se infetam, a partir do consumo de carne,
com cistos de bradizoítas, ou por água ou alimentos
contaminados por oocistos esporulados
(CDC, 2017).
Figura 14 – Ciclo evolutivo do T. gondii | (Fonte: Adaptado de CDC, 2017,
on-line.)
Oocistos no ambiente;
Órgãos transplantados;
Placenta.
Os oocistos são viáveis no solo por até um ano ou mais (temperatura e umidade), sendo
resistentes às altas temperaturas
(60°C) e ao congelamento.
As medidas de controle estão relacionadas a hábitos de higiene, como lavar as mãos antes e
depois de manipular alimento;
com o cozimento adequado das carnes (evitar cruas e mal
passadas); evitar ingestão de leite cru; controle da população de
gatos de rua; dar um
destino adequado para as fezes de gatos com limpeza diária das caixas de higiene;
alimentação dos
gatos com ração; cobertura dos tanques de areia quando não estiverem em uso
e pré-natal com acompanhamento
sorológico da gestante.
Atenção
Atividades
1. Quais são as formas evolutivas dos gêneros Leishmania
e Trypanosoma?
2. O que é cinetoplasto?
Ensinavam 1
“Aprendia-se fazendo, o que tornava inseparáveis o saber, a vida e o trabalho” (COIMBRA,
1989, p. 15)
Referências
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. 2019. Disponível em:
https://www.cdc.gov/. Acesso em: 31 out. 2019.
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Leia os textos:
Parasito (Trypanosoma
cruzi);
Vetor (triatomíneos).
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