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Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José M i n d l i n
OBRAS COMPLETAS
DE
CASTRO ALVES
SEGU.ND0 VOLUME
OS ESCRAVOS
Texto intégral, parte inédita
COM
GONZAGA
OU A REVOLUÇÂO DE MINAS
Drama em 4 actos, segundo a ediçâo original
VARIOS INÉDITOS-CORRESPONDENCIA
conforme autographos e
manuscriptos authenticos
CASTRO ALVES
ESPUMAS FLUCTUANTES
reproducçào fiel da ediçào original de 1870
HYMNOS DO EQUADOR
publicaçoes posthumas e poesias ineditas
OS ESCRAVOS
texto intégral, parte inedita, com
A CACHOEIRA DE PAULO AFFONSO
EDIÇAO CRITICA
S." VOLUME
0 SECULO
Da liberdade e do sol —
Jaz por t e r r a . . . e là soluça
Juarez, que se debruça
E diz-lhe: "Espéra o arrebol!'
No coraçâo do Brasil!
Moços, do topo dos Andes,
Pyramides vastas, grandes,
Vos contemplam seculos mil!
"O SECULO
Do intrincado sipô.
Que importa'os dedos da jurema aduncos?
A anta, ao vel-os, occulta-se nos juncos,
Voa a rmvem de po.
De tua inspiraçâo.
O sol de tua gloria foi toldado...
Teu poema da America manchado,
Manchou-o a escravidâo.
H. HEINE (Allemagne).
Là na humida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao brazeiro, no châo,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrâo..
E a captiva desgraçada
Deita seu filho, calada,
E pôe-se triste a beijal-o,
Talvez temendo que o dono
Nâo viesse, em meio do somno,
De seus braços arrancal-o!
Récif e, 1863.
NATHANIEL LEE.
Ya desatado
El horrendo h'jracan silba contigo
2 Que muralla, que abrigo
Bastaran contra ti?
QUINTANA.
I
Por piedade, matai-me ! E' impossivel
Que me roubem da vida o unico bem!
Apenas sabe r i r . . . é tâo pequeno!
Inda nâo sabe me chamar ?.. Tambem
Senhor, vos tendes f ilhos... quem nâo tem ?
Se alguem quizesse os vender
Havieis muito chorar,
Havieis muito gemer,
Dirieis a rir — Perdâo?!
Deixai meu filho. arrancai-me
Antes a aima e o coraçâo!
/
Cf. com um manuscripto de Antonio Alves Carvalhal
em livro de versos do Poeta, cm. por D. Elisa de Cas-
tro Alves Guimarâes. E' a IV Poesia dos "Manu-
scriptos de Stenio" da ediçâo d'Os Escravos (I A Ca-
choeira de Paulo Affonso, II Manuscripto de Stenio),
de Serafim José Alves, Rio, 1883.
1) Estancia 2 1 : Porém vos, etc. Consta apenas do
manuscripto de Antonio Alves Carvalhal, que foi re-
visto e emendado pelo Poeta, e de nenhuma publicaçâo
até agora.
2) Estancia 36: Nem mais um passo.. cobardes!
etc. Lembra esta invectiva aquella do D. Jayme, de
Thomaz Ribeiro (1831-1901), semelhante no tom:
Em nome de El-rei mentis
Senhor alcaide vilâo...
0 SIBARITA ROMANO
LAVATBR.
A. HERCULANO (Trad.)
THOUAZ RIIKIIO.
Cain! Cain!
BYROK.
(TRADUZIDO DE V HUGO)
MACIEL PINHEIBO
PELLETA».
II
III
(CANTIGA DO RANCHO)
Companheiros ! jâ na serra
Erra.
A tropa inteira a pastar..
Tropeiros ! . . . junto â candeta
Eia!
Soltemos nosso trovar...
Vejo-lhe o pé resvalando
Brand'o
OS ESCRAVOS 81
No fandango a delirar.
Inda ao sorti das castanholas
Rolas
Diante do meu o l h a r . . .
"Manuela, Manuela
Bella
Como tu ninguem luziu. .
Minha travessa morena,
Pena
Pena tem de quem te viu ! . . .
Mas tu es um passarinho
— Ninho
Fizeste no peito m e u . . .
Eu sou a bocca — es o canto
Tanto
Que sem ti nâo canto eu.
A lua a beijar a f l o r . . .
A' sombra dos arvoredos
Ledos
Os ventos choram de amor.
0 PASSARO E A FLOR
TRAGEDIA NO MAR
II
Do Hespanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Italia o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traiçâo,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto as lavas do vulcâo!
Os marinheiros Hellènes,
Que a vaga ionia creou,
Bellos piratas morenos
Do mar que Ulysses cortou,
Homens que Phydias talhara,
Vâo cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu..
Nautas de todas as plagas,
Vos sabeis achar nas vagas
As melodias do céu ! . . .
III
IV
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiôes de homiens negros como a noite,
Horrendos a d a n s a r . . .
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!.
O' mar, porque nâo apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrâo?
Astros ! noites ! tempestades !
Rolai das immensidades !
Varrei os mares, tufâo!.
VI
POEMA
EPILOGO
ESCHYI.O.
O horizonte sem f i m . . .
Onde branqueja a caravana errante
E o camelo monotono, arque jante,
Que desce de Ephraim..
Vi a sciencia desertar do E g y p t o . . .
Vi meu povo seguir — Judeu maldito
112 CASTRO ALVES
Filho da perdiçâo.
Depois vi minha proie desgraçada,
Pelas garras d'Eurepa arrebatada,
— Amestrado falcâo.
(FRAGMENTO)
(FRAGMENTO)
An.», DE MUSSET.
II
III
IV
VI
VII
VIII
II
III
Recife, 1865.
A CACHOEI RA
DE
PAULO-AFFONSO
POEMA
ORIGINAL. BRAZILEIRO
MANUSCRIPTOS DE STENIO
BAHIA
IMPRENSA ECONOMICA
22 — Rua dos Algibebos — 22
1876
H. HEINE (.Reisebilder).
A TARDE
MARIA
O BAILE NA FLOR
E em lindbs cardumefe
Subtis vagalumes
Accendem os lûmes
P'ra o baile na flor.
OS ESCRAVOS 141
E as brèves
Phalenas
Vâo levés,
Serenas,
Em bando
Girando,
Walsando,
Voando
No ar ! . . .
NA MARGEM
A QUEIMADA
LUCAS
TYRANA
"Trovadores da floresta!
Nâo digam a ninguem, nâo,
Que Maria é a baunilha
Que me prende o coraçâo.
OS ESCRAVOS 147
A SENZALA
E o écho responde : — Eu ! . . .
E o écho responde — E r r a !
O NADADOR
NO BARCO
ADEUS
MUDO E QUEDO
Em meio as ondas
la Lucas r o l a r . . .
Um grito fraco,
Uma tremula mâo susteve o escravo...
E a pallida, creança, desvairada,
Aos pés caiu-lhe a desfazer-se em pranto.
NA F O N T E
II
III
IV
VI
VII
VIII
"Rugitavam os palmarès..
Em torno dos nenuphares
Zumbiam pejando os ares
Mil insectos de rubim..
Eu n'aquelle leito brando
Rolava alegre cantando...
Subito., um ramo estalando
Salta um homem junto a mim!"
NOS CAMPOS
"Fugi desvairada!
Na moita intrincada,
Rasgando uma estrada,
Fugaz me embrenhei.
Apenas vestindo
Meus negros cabellos,
E os seios cobrindo
Com os tremulos dedos,
Ligeira voei!
"Saltei as torrentes.
Trepei dos rochedos
Aos cimos ardentes,
Nos invios caminhos,
Cobertos de espinhos,
Meus passos mesquinhos
Com sangue marquei !
OS ESCRAVOS 101
"Avante ! corramos !
Corramos ainda !. ..
Da selva nos ramos
A sombra é infinda.
A matta possante
Ao filho arquejante
Nâo nega um abrigo.
Corramos ainda!
Corramos ! avante !
"Debalde! a floresta
— Madrasta impiedosa
A pobre chorosa
Nâo quiz abrigar !
Na douda
Corrida,
Vencida,
Perdida,
Quem me ha de salvar?"
Castro A l v e s — 2." vol. 11
162 CASTRO ALVES
NO MONTE
SANGUE DE AFRICANO
AMANTE
ANJO
DESESPERO
HTSTORIA DE UM CRIME
U L T I M O ABRAÇO
Mas nâo!
Quando um padre nos perdôa,
Quarido Deus tem piedade,
De um filho no coraçâo
Uma mâe nâo bâte â tôa.
MAE P E N I T E N T E
O SEGREDO
E descaiu profundo
Em longo meditar...
Apôs sombrio e fero
Viram-n'o murmurar:
CREPUSCULO SERTANEJO
O BANDOLIM DA DESGRAÇA
A CANOA P H A N T A S T I C A
O SÂO FRANCISCO
A CACHOEIRA
UM RAIO DE LUAR
Mais s'inclinou.
N'esse instante o luar bateu-lhe em cheio,
E um riso â flor dos labios da creança
A' flux boiou!
— "Acorda!"
— "Quem me chama?"
— "Escuta!"
— "Escuto.
— "Nada ouviste?"
— "Inda nâo.
— " E ' porque o vento
Escaceou."
— "Ouço a g o r a . . . da noite na calada
Uma voz que resomna cava e funda
E apôs cançou!"
— "Sabes que voz é esta?"
— " N â o ! semelha
Do agonisante o derradeiro engasgo,
Rouco estertor. "
E calados ficaram, mudos, quedos,
Mâos contrahidas, boccas sem alento.
Hora de horror !.
OS ESCRAVOS 185
LOUCURA DIVINA
E DO INFINITO
os ESCRAVOS
Os ESCRAVOS
O Seculo
Ao romper d'alva
Visâo dos mortos
Mater dolorosa
Confidencia
O Sol e o Povo
Tragedia no lar
O Sybarita romano
A creança
A cruz da estrada
Bandido negro
A America
O remorso
Canto de Bugjargal
A orphâ na sepultura
Antithèse
Cançâo do violeiro
Supplica
O vidente
A mâe do captivo
Manuela
Fabula
Estrophes do solitario
Tragedia no mar
Lucia
Prometheu
Vozes d'Africa
192 CASTRO ALVES
Palmarès ( i )
O derradeiro amor de Byron
Adeus meu canto
Cachoeira de Paulo Affonso
A REPUBLICA DE PALMARÈS
Poema
Historico-Dramatico
por
CASTRO ALVES
1870
e noutra pagina:
A REPUBLICA DE PALMARÈS
Personagens
Ismael
Branca
Jubala
Obi
O ultimo Zumbi
A virgem
A Africana
Feiticeiro etiope
Caçadores, Guerreiros negros, Mulheres, Colonos,
etc., etc.
\mik
ou.
A REVOLUÇÂO DE MINAS
Drama Lustorîco brazileiro
POR
A. DE C A S T R O ALVES
Precedido de uma oarta d'o Exm. Sr. ConselMro José de
Alenoar e de outra do 111 m. Sr. Maohado de Assis
RIO DE JANEIRO
NA LIVRARlA DO EÇITOR
A. A . E> <V O H U Z « O U T I N H O
TS rtua do S. J o s é 75
1875
ReproduçSo do Irontespicio da ediçâo original do Gonzaga.
ACTO I
Os escravos
(A scena représenta um bosque braslleiro, dependente da
chacara do tenente coronel Joâo Carlos. A' direita e
â esquerda grandes massiços de arvores. No fundo, a
planicie que se perde, n'um horizonte de montanhias.
No primeiro piano, 6. esquerda, um tronoo partido. —
E ' ao romper do dia).
SCENA I
GONZAGA e LUIZ
SCENA II
SCENA III
os MESMOS e LUIZ
Luiz. — Senhor!
GONZAGA. — Vem câ. (Aos companheiros). Vêem
este homem?
CLAUDIO. — Por Deus ! é um negro.
GONZAGA. —- Sabem a que classe pertence?
CLAUDIO. — Um escravo ou um liberto.
GONZAGA. — Que é ainda um escravo, se este
homem tiver a desgraça de ter mai, filho, irmâ,
amante, uma mulher, uma familia, emfim, algum
desses fios que prendem o homem â vida como a
estrella ao firmamento. E sabeis porque? E' que a
mai de cujo seio elle sahiu é escrava e o fruto
murcha quando o tronco soffre, é que a mulher que
elle tem no coraçâo é escrava e o verme que morde
o coraçâo mata o corpo, é que o filho de seu amor
é escravo, e o ninho desaba quando o passarinho
204 CASTRO ALVES
• SCENA IV
SCENA V
TODOS. — Silverio!
SILVERIO. — Elle mesmo, meus amigos, quando
me julgavam talvez muito longe. Ah! e por pouco
que me nâo acho agora inda mais do que esperava,
porque, a falar-lhes a verdade, chego em linha
recta das plagas do outro mundo, da provincia de
Satanaz, capital das mulheres bonitas e dos homens
de bom gosto. (A Gonzaga), Ah ! meu caro, sempre
te direi que o teu cavallo é terrivel e dâ tâo bellos
pulos que bem pôde atirar um homem atravez das
estrellas, nem mais nem menos que nas barbas da
Eternidade. Safa! Que a nâo ser o Luiz, a estas
horas nâo poderia mais molhar minha espada no
sangue de um tyrano, nem minha boca n'um beijo
de mulher...
Luiz. — Nada, Sr. Silverio, é que eu e o murzelo
jâ somos conhecidos velhos... mas o bom do cavallo
parece que foi ferido mais do que esperava no seu
orgulho ou nos seus flancos... do que Vm. nâo
tinha muita necessidade, honra lhe seja feita.
SILVERIO. — Nâo tinha necessidade !. Achas
que sô por prazer eu me arriscaria no lombo daquelle
majdito animal? Imaginem, meus senhores, que eu
GONZAGA OU A REVOLUÇÂO DE MINAS 211
SCENA VI
SCENA VII
SCENA VIII
SILVERIO e CARLOTA
SCENA IX
SCENA X
AS MESMAS e GONZAGA
MARIA. — Gonzaga !
GONZAGA (que tem entrado as ultimas notas do
canto). — Maria!
MARIA. — Oh ! es tu ?
SCENA XI
FI M DO PRIMEIRO ACTO
GONZAGA OU A REVOLUÇÂO DE MINAS 223
ACTO II
Anjo e Demonio
SCENA I
SCENA II
os MESMOS e LUIZ
SCENA III
SCENA IV
CLAUDIO. — Retiremo-nos.
TIRADENTES. — Isto teria ares de fuga. Eu fico.
O GOVERNADOR (que se tem semtado ao pé do te-
nente-coronel). — Temos um lindo baile, Sr. te-
nente-coronel. E' uma verdadeira illusâo, faz-me
crer que estou em Portugal ; bem se vê que o senhor
é um officiai do rei.
O TENENTE-CORONEL. — Muito me honra, Sr.
Visconde, o elogio de V. Ex.
O GOVERNADOR. — O m e u . . . Oh ! Sr. coronel.
Eu sou um rustico como Tito ; amo o retiro e a so-
lidâo, para pensar nas cousas do estado, vivo la na
minha Cachoeira do Campo, e mal me recordo ainda
do modo por que se pisam as tapeçarias de Ufn
GONZAGA OU A REVOLUÇÂO DE, MINAS 229
SCENA V
SCENA VI
os MESMOS e SILVERIO
SCENA VII
CLAUDIO e TIRADENTES
SCENA VIII
GONZAGA e MARIA
SCENA IX
OS MESMOS e CARLOTA
SCENA X
MARIA e GONZAGA
SCENA XI
OS MESMOS e CARLOTA
SCENA X I I