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MOSTREM A ELES QUEM SOMOS

A Partir do momento que negligenciamos uma parte da nossa história,


estamos matando uma parcela da nossa raiz cultural e ancestral, a quem interessa
omitir essas memorias, por que somos induzidos a fechar os olhos para tudo o que
foi constituído por nossos ancestrais, culturalmente e socialmente.

Exterminados, humilhados e escravizados, para justificar essas barbáries o


olhar do colonizador nos remete a um povo totalmente hostil e perigoso, fazendo de
tudo para que sua existência fosse apagada, proibiram de falar sua língua nativa, os
obrigaram a aceitar uma fé que não era deles, os transforaram em objetos
descartáveis.

É inimaginável pensar de maneira palatável a historiografia brasileira, sem


adicionar inimagináveis povos que participaram dos acontecimentos históricos que
viriam, posteriormente, se desenvolver em um símbolo, mesmo que capenga, nos
tempos atuais.

Os grandes povos indígenas residentes nesse território que mais a frente viria
a se tornar o Brasil, também foram importantes com sua participação em diversos
processos históricos, seja com alianças junto aos colonizadores para as lutas contra
aldeias indígenas inimigas, nos embates contra os próprios colonizadores(por vezes
fazendo o uso de táticas militares soberbas), nas guerras coloniais contra outras
nações colonizadoras que tentaram invadir essas terras, na implantação do próprio
sistema político e administrativo da época, tribos tupis, tapuias, kiriris e tantos outros
grupos que viriam a participar de inúmeros feitos que subsequentemente viriam a
ser de inimaginável importância para a formulação de um pensamento de uma futura
nação unificada.

No entanto a figura desses povos indígenas é relatada como de pouca


importância e sofre com características pejorativas, seja a figura preconceituosa, de
que o indígena não participou do desenvolvimento colonial, com a ideia de que todo
indígena é preguiçoso, que se vitimizam ou os caracterizando como figuras
folclóricas.

A Invasão cometida pelo homem branco europeu, nas terras indígenas, tem
que ser tratada de forma contraria de como é tratada hoje, ainda que todas as fontes

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históricas estejam sob a ótica deles, seus contos e relatos enaltecendo seus feitos,
devem ser interpretados do olhar diferente no qual somos ensinados no período
colegial e no consenso popular, trazendo nossos professores a repassar um ensino
com um olhar mais ao lado do colonizado e não do colonizador.

Por isso a importância das leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que estabelecem a


inclusão de temas obrigatórios como a história da África e das culturas afro-brasileira
e indígena.

Mostrar e ensinar a verdadeira história dos povos indígenas, significa


conhecer melhor as várias etnias que deram origem ao povo brasileiro e sua
importância no contexto geral do que hoje chamamos de sociedade, como por
exemplo: na língua brasileira há várias palavras oriundas do acervo linguístico
indígena, e muitos conhecimentos e técnicas dos dias atuais também foram
incorporados a partir da cultura indígena, como a manipulação da cerâmica e do
cultivo de vários alimentos.

Agindo de forma incisiva em projetos de pesquisa da história nacional e


direcionando o ensino para uma matriz coesa e realista em torno do que realmente
aconteceu, tratando os documentos históricos que em sua maioria são parciais ao
lado dos colonizadores, subvertendo sua visão em algo proveitoso daqueles que são
verdadeiramente donos dessa terra.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

FUJIMOTO, Juliana; A guerra indígena como guerra colonial: as


representações e o lugar da belicosidade indígena e da antropofagia no
Brasil Colonial (séculos XVI e XVII). 1. ed. Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas: USP, 2016. p. 1-270.

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