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Altera os arts. 1.211-A, 1.211-B e 1.211-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código
de Processo Civil, e acrescenta o art. 69-A à Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que
regula oprocesso administrativo no âmbito da administração públicafederal, a fim de
estender a prioridade na tramitação deprocedimentos judiciais e administrativos às
pessoas que especifica.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
saber que o Congresso Nacional
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
“Art. 1.211-A. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença grave, terão
prioridade de tramitação em todas as instâncias.
Mens Legislatoris
Além de estender o benefício aos portadores doenças graves, a alteração, segundo
o parecer nº 358/2008 da Comissão e Constituição de Justiça do Senado
objetivou…
(…) adequar, em termos, o art. 1211-A do Código de Processo Civil – CPC com o art. 71 da
Lei nº. 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, para que melhor seja aplicada a Justiça Social.
(…) a palavra interveniência não deve ser utilizada no dispositivo a ser alterado, pois nem
sempre a intervenção traduz interesse na antecipação do resultado processual. A nosso ver,
é preferível que o dispositivo limite sua abrangência a pessoa idosa ou portadora de
enfermidade que figure como parte ou tenha interesse processual.
• Razão do Veto
“A classificação de qualquer enfermidade como grave depende da análise das condições
físicas e do estado de saúde do seu portador e não da doença em si. A maior parte delas
apresenta estágios e graus de incapacidade variados, não sendo possível classificá-las
objetivamente a partir de um critério de gravidade. Diante disso, a gravidade da
enfermidade deve ser aferida pela autoridade judiciária em cada caso concreto, com base
nas provas que acompanharão o requerimento de prioridade apresentado.”
(…) a concessão da prioridade deve se limitar aos idosos e aos portadores de doença
grave, de modo que se suprima a indicação expressa de todas
as doenças consideradasgraves, por se tratar de matéria estranha ao CPC.
§ 2o (VETADO)
§ 3o (VETADO)” (NR)
Mens Legislatoris
Ante a similitude das redações, coloca-se a questão de saber se também a presente
alteração é meramente expletiva do que dispõe o estatuto do idoso (a exemplo da
modificação do art. 1211 a em relação à idade), ou se pretendeu o legislador inovar
ao editá-la.
“(…)não nos parece adequada a definição do procedimento para a identificação dos autos
dos processos que tramitam com prioridade, por se tratar de matéria de competência
interna dos Tribunais.”
Dispositivos Vetados
(§§2º e 3º do art.
1211-B) e Razões dos Vetos. Ineficiência da
Fixação de Prazo Para o Julgamento de
Recursos. Responsabilidade da Pessoa Jurídica
de Direito Público Pelos Danos Causados Por
Seus Agentes.
A fixação de prazo para o julgamento dos recursos que tramitam em regime de prioridade é
ineficiente para assegurar a celeridade almejada, haja vista que inúmeros fatores, muitas
vezes de ordem material e operacional, são causas da morosidade da tramitação processual
e não podem ser superadas pelo simples estabelecimento de prazo máximo para
julgamento.
Uma observação crítica há de ser feita. Observe o leitor que, dentre as razões do
veto, não constou a da dispensa da inclusão em pauta do recurso ( art. 1211-B, §2º),
exemplo perfeito do corriqueiro hábito de sacrificar-se garantias constitucionais
pétreas no altar dos ilusórios benefícios hipotéticos. Já se demonstrou, em outra
ocasião, a importância do comparecimento do advogado à sessão de julgamento, e é
a inclusão do feito em pauta o meio
de possibilitá-la. Não é esta a sede
para, de novo, examinar a matéria,
mas nunca será demais averbar que
a promessa de quiméricas
melhorias tem sido o mecanismo
predileto de supressão de direitos
fundamentais. Felizmente, quis a
sorte dos enfermos e idosos que, mirando no que viu, acertasse a Presidência
também no que não enxergou, evitando terríveis prejuízos ao jurisdicionado ao
vetar o infeliz preceito.
Art. 1.211-C. Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficiado,
estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, em união
estável. (NR)
Uma vez que o estatuto do idoso, em seu art. 71, §2º, condiciona, na hipótese de
falecimento do beneficiado, a continuidade do regime de tramitação prioritária à
idade do cônjuge ou companheiro sobrevivente, nada se pode opor à constatação de
sua revogação pelo art. 1211-C do CPC com a redação dada pela lei 12008/09.
Doravante, qualquer que seja a sua idade, subsistirá a prioridade.
“Benefício ao cônjuge
Em caso de falecimento do idoso parte ou interessado no processo, a nova lei traz novas
garantias. A partir de agora, independentemente da idade, o cônjuge sobrevivente,
companheiro ou companheira, em união estável, também terá a prioridade na tramitação
daquele processo em que o idoso falecido tinha o benefício. Anteriormente, o CPC garantia
a manutenção da preferência apenas quando o cônjuge tinha mais de 65 anos.”
Art. 4º A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte art.
69-A:
III – (VETADO)
§ 4o (VETADO)
Enumeração Taxativa
das “Doenças
Graves”. Controle
Pelo Poder Judiciário.
A enumeração taxativa das enfermidades graves, solução que se demonstrou haver
sido deliberadamente repelida em se tratando de “processos judiciais”, foi mantida
nos procedimentos administrativos federais. Ante a dicção do Art. 5º,XXXV da CF,
as portas do Judiciário estarão abertas aos portadores de outras doenças graves a
que a prioridade na tramitação não for concedida.
O veto do §4º funda-se nas mesmas razões que acarretaram o do §3º do art. 1211-B
do CPC. O §3º padece dos vícios invocados para a não chancela do §2º do Código e,
além disso, segundo a mensagem presidencial, a lei 9748/1999…
(…) já regulamenta a matéria de forma mais adequada, uma vez que, além de fixar o prazo
máximo de trinta dias para o julgamento de recurso, prevê a possibilidade de sua
prorrogação pelo mesmo período, ante justificativa explícita da administração, o que
resguarda não apenas a celeridade, mas também o interesse do próprio beneficiário, em
caso de necessidade de prazo maior para a conclusão da instrução e julgamento do recurso.
O não ingresso do inciso III no mundo normativo deve-se a que, de acordo com os
Ministérios da Justiça, da Fazenda e da Previdência Social: