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Texto I - A Gestão Financeira Descentralizada e o Programa Dinheiro

Direto na Escola.

O objetivo do conteúdo apresentado é orientar a Gestão de Recursos


Financeiros da Escola, subsidiando o seu planejamento, a aplicação de seus
recursos e o seu devido acompanhamento. Dessa forma, atuar com
transparência e de maneira democrática, sobre a importância do planejamento
e dos recursos financeiros que chegam a unidade escolar.
Por isso, este texto foi criado com a finalidade de tornar transparente o
recebimento, a aplicação e o acompanhamento dos recursos recebidos pela
gestão escolar, por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola.
O planejamento é o processo mediante o qual se estabelece
claramente o que fazer e como fazer. Para que esse processo se efetive, é
necessário que se determine as prioridades, o encaminhamento das ações e
que envolvam a participação do público interessado. No caso da escola, esse
público é formado por professores e demais servidores administrativos, equipe
gestora, estudantes, pais e comunidade em geral.
A implementação do planejamento participativo na escola é um órgão
colegiado, e deve contar com a participação de representantes de todos os
segmentos da comunidade local e escolar, possibilitando, assim, uma melhor
aplicação dos recursos financeiros da escola, como também uma gestão mais
transparente e democrática, surgindo assim a figura dos conselhos escolares.

A natureza Jurídica do Conselho Escolar

Com tal denominação é uma Sociedade Civil com personalidade


jurídica de direito privado, sem fins lucrativos. Regido por estatuto, em
concordância com as diretrizes fixadas pela Secretaria Municipal de Educação.
O Conselho Escolar agrega representantes dos pais, alunos,
funcionários, professores e direção da escola, construindo-se como meio
permanente da prática democrática e participativa nos aspectos elaborativo,
deliberativo e fiscalizador. É o órgão gestor que cria mecanismos de
participação efetiva e democrática da comunidade escolar.
Realizada a cada dois anos, a eleição para Conselhos Escolares nas
escolas públicas municipais busca a comunidade escolar para junto à direção
garantir uma gestão efetivamente democrática.
O Conselho Escolar tem papel decisivo na democratização da
educação e da escola. Ele é um importante espaço no processo de
democratização, na medida em que estimula a participação da comunidade
escolar na vida da escola, propondo alternativas e soluções aos problemas
encontrados no cotidiano escolar.
É o Conselho Escolar a Unidade Executora (UEx), entidade, o
responsável pelo recebimento, execução das despesas e prestação de contas
dos recursos destinados às referidas escolas.

Como os conselhos escolares devem funcionar?

Os Conselhos Escolares devem se reunir com periodicidade: conforme


o Estatuto, em reuniões bimestrais, que contam com a participação de
todos os segmentos da comunidade escolar. Essas assembléias são
soberanas nas suas decisões, ou seja, qualquer deliberação em contrário só
terá validade se novamente apresentada e referendada por outra assembléia-
geral.

As assembléias-gerais podem ser convocadas, entre outros, para o


esclarecimento do papel dos Conselhos Escolares (e eleição dos seus
membros, se for o caso); para divulgar as propostas de trabalho das escolas e
para fazer um balanço das atividades realizadas. Tanto as assembléias
quanto as reuniões do Conselho Escolar devem ser realizadas com a
presença da maioria dos representantes, sendo todas as discussões, votações
e decisões registradas em atas, que serão lidas, aprovadas e assinadas
e colocadas à disposição da comunidade escolar.

Quais os aspectos positivos da implantação dos conselhos


Escolares?

Sendo os Conselhos Escolares o sustentáculo do projeto político-


pedagógico das escolas, a sua implantação traz, entre outras, as seguintes
vantagens:

• as decisões refletem a pluralidade de interesses e visões que existem entre


os diversos segmentos envolvidos;

• as ações têm um patamar de legitimidade mais elevado;

• há uma maior capacidade de fiscalização e controle da sociedade civil sobre a


execução da política educacional;

• há maior transparência das decisões tomadas;

• tem-se a garantia de decisões efetivamente coletivas;

• garante-se espaço para que todos os segmentos da comunidade escolar


possam expressar suas idéias e necessidades, contribuindo para as
discussões dos problemas e a busca de soluções.

• para que haja uma participação efetiva dos conselheiros, é importante:

• eleger BEM os representantes;

• participar das decisões em igualdade de condições;


• informar com antecedência a pauta da reunião;

• expressar sempre as opiniões, mesmo se contrárias às do grupo;

• garantir o respeito às decisões tomadas;

• convocar reuniões extraordinárias para assuntos urgentes.

Como pessoa jurídica, quais são os compromissos dos conselhos


escolares?

- na legalização, atualização dos documentos e nos cadastramentos;

- encaminhar os documentos dos Conselhos (ata de posse e estatuto) para


registro em cartório;

- providenciar o cadastramento dos Conselhos Escolares no Cadastro Nacional


de Pessoa Jurídica (CNPJ);

- acompanhar toda e qualquer alteração dos membros dos Conselhos


Escolares, atualizando-os junto à Receita Federal e a rede bancária;

- o cadastramento e recadastramento dos Conselhos Escolares como Unidade


Executora (UEX), no Programa Dinheiro Direto nas Escolas (PDDE), no Plano
de Desenvolvimento da Escola (PDE), no Funcionamento das Escolas aos
Finais de Semana (FEFS), no Programa de Informática (ProInfo), no Programa
de Acessibilidade, no Mais Educação e no Escola Ativa;

Obrigações Fiscais do Conselho Escolar

-Declaração da Relação Anual das Informações Sociais (RAIS) junto ao MTE;


No 1º trimestre do ano. O período de declaração é amplamente divulgado pelos
meios de comunicação;

- Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (DIRPJ) junto a Receita


Federal; No 2º trimestre do ano, O período de declaração é amplamente
divulgado pelos meios de comunicação;

- Declaração de Créditos e Tributários Federais (DCTF), semestral, junto a


Receita Federal.

O cumprimento dos compromissos acima citados é de inteira responsabilidade


do Presidente da Diretoria do Conselho Escolar (Diretor da escola), sendo
orientado pelo Núcleo de Apoio aos Conselhos Escolares (NACE).

O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

Criado em 1995, o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) tem


por finalidade prestar assistência financeira para as escolas, em caráter
suplementar, a fim de contribuir para manutenção e melhoria da infraestrutura
física e pedagógica, com consequente elevação do desempenho escolar.
Também visa fortalecer a participação social e a autogestão escolar.

Conforme Resolução nº 6, de 27 de fevereiro de 2018, os repasses dos


recursos dar-se-ão em duas parcelas anuais, devendo o pagamento da
primeira parcela ser efetivado até 30 de abril e o da segunda parcela até 30 de
setembro de cada exercício às EEx, UEx e EM que cumprirem as
exigências de atualização cadastral até a data de efetivação dos pagamentos.
O programa engloba várias ações que possuem finalidades e públicos-
alvo específicos, embora a transferência e gestão dos recursos sigam os
mesmos moldes operacionais do PDDE.
As Ações Agregadas estão agrupadas em três tipos de contas da seguinte
forma:

PDDE Integral PDDE Estrutura PDDE Qualidade

Escola Acessível Ensino Médio Inovador

Água na Escola Atleta na Escola


Mais Educação
Novo Mais Educação
Escola do Campo Mais Cultura na Escola

Escolas Sustentáveis Mais Alfabetização

A destinação do PDDE

O PDDE destina-se às escolas públicas da educação básica das redes


estaduais, municipais e do Distrito Federal, às escolas privadas de educação
especial, mantidas por entidades sem fins lucrativos, registradas no Conselho
Nacional de Assistência Social (CNAS) como beneficentes de assistência
social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público e aos
polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) que ofertem
programas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação
básica.
As escolas e os alunos da rede pública e privada de educação especial
precisam estar inscritos no Censo Escolar do ano anterior e a lista de alunos
dos polos da UAB deve ser informada ao FNDE pela Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes). As escolas públicas
com mais de 50 alunos matriculados devem criar suas UEx e a aderir ao
programa por meio do Sistema PDDEWeb (https://www.fnde.gov.br/pdde)
até o último dia útil de outubro.
Já as entidades mantenedoras (EM) devem encaminhar ao FNDE, para
a Coordenação de Habilitação e Empenho de Projetos Educacionais (COHEP),
até o último dia útil de outubro, os seguintes documentos:

 Cadastro do órgão /entidade e do dirigente;


 Certidão conjunta positiva de débitos com efeito de negativa relativos a
tributos federais e à Dívida Ativa da União;
 Certificado de regularidade de situação - CRS, referente ao FGTS;
 Cláusula do estatuto da entidade com previsão de atendimento
permanente, direto e gratuito aos portadores de necessidades especiais,
conforme autorização do Art. 22 da Lei 11.947, de 16 de junho de 2009;
 Cópia da ata de eleição e posse da diretoria da entidade;
 Cópia do CPF e da carteira de identidade do dirigente da entidade;
 Cópia do estatuto da entidade;
 Declaração de funcionamento emitida por três autoridades locais com fé
pública;
 Extrato do cadastro informativo dos créditos não quitados de órgãos e
entidades federais - CADIN; e
 Prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ.

As UEx, EEx e EM precisam, ainda, estar adimplentes com a


prestação de contas de exercícios anteriores. Atendidos os requisitos acima, a
assistência financeira ao público-alvo do programa é concedida sem a
necessidade de celebração de convênio, acordo, contrato, ajuste ou
instrumento congênere.
Com estes requisitos atendidos, é preciso aderir ao programa por meio
do sistema online do PDDE. Quem deve fazer esse procedimento?

 escolas com até 50 alunos: quem faz o pedido é a Secretaria Municipal ou


Estadual, reconhecida como Entidade Executora (EX);

 escolas com mais de 50 alunos: a própria escola deve constituir uma UEx
(Unidade Executora Própria) e fazer o pedido por conta própria;
Quem faz o pedido para as escolas privadas de Educação Especial são
as Entidades Mantenedoras (EM). Mas, nesse caso, o processo não é pelo
sistema online.
É preciso enviar uma série de documentos para o FNDE realizar a
análise e aprovar o acesso ao benefício. O prazo para se inscrever no
programa é o último dia útil de outubro. Os repasses são feitos em duas
parcelas: a primeira até 30 de abril e a segunda até 30 de setembro.
Também é importante manter registro de como os recursos são usados
por guardar todas as notas fiscais, registrar tudo em um livro razão na
instituição e, quando possível, etiquetar os materiais comprados.

Fique de olho:

Link de acesso: https://www.fnde.gov.br/pdde/

Legislação: Resolução n. 09, de 02 de março de 2011 – Conselho Deliberativo


do FNDE.

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