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UNIPLAC
INTRODUÇÃO ............................................................................................................4
1 DA TUTELA ANTECIPADA ................................................................................7
1.1 Prestação Jurisdicional..............................................................................7
1.2 Tutela Definitiva e Tutela Provisória .........................................................8
2 O INSTITUTO DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA ..............................................11
2.1 Evolução do Processo Civil Brasileiro e a Antecipação da Tutela.......11
2.2 Conceito e natureza jurídica da tutela antecipada .................................13
2.3 Momento para a concessão da medida ..................................................14
2.4 Tutela cautelar e tutela antecipada..........................................................19
2.5 Pressupostos processuais à concessão da Tutela Antecipada ...........23
2.5.1 Legitimidade ............................................................................................23
2.5.2 Prova inequívoca e verossimilhança .......................................................25
2.5.3 Receio de dano irreparável ou de difícil reparação .................................27
2.5.4 Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório..............28
2.5.5 Fundamentação da decisão antecipatória...............................................32
2.5.6 Inexistência do perigo de irreversibilidade..............................................33
3 AS ALTERAÇÕES NO ARTIGO 273 DO CPC .................................................36
3.1 A execução provisória da tutela antecipada ..........................................36
3.2 Tutela antecipada e as obrigações de fazer, de não fazer e de entregar
coisas ...................................................................................................................38
3.3 A parte incontroversa da demanda .........................................................40
3.4 A fungibilidade entre tutela cautelar e antecipação da tutela...............41
CONCLUSÃO ...........................................................................................................45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................47
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INTRODUÇÃO
assegura o amplo acesso à Justiça, tanto nas lesões como nas ameaças a direito,
se vê premido a abandonar o processo lento e demorado, passando a tutelar os
direitos, ainda que de forma provisória, com mais celeridade e tempestividade.
Para tratar da tutela antecipada, tema de interesse não apenas para a ciência
processualística, mas, sobretudo, para o dia a dia da atividade forense, o presente
trabalho restringe-se à abordagem evolutiva do instituto nos limites do artigo 273 do
CPC, apresentando aspectos gerais, pressupostos e as modificações
implementadas pela Lei 10.444/2002. É importante ressaltar que é um instituto em
fase de amadurecimento e aprimoramento; complexo, de muitas controvérsias no
mundo jurídico e de amplo alcance nos diversos ramos do Direito Processual
brasileiro.
1 DA TUTELA ANTECIPADA
Logo, prestar a tutela jurisdicional nada mais é que o Estado, através de seu
Poder Judiciário, de forma imparcial, fazer atuar a vontade da lei, protegendo os
direitos dos indivíduos contra eventuais lesões ou ameaças de lesão, quer sejam
direitos de ordem patrimonial, de ordem física, moral, etc.
“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”
(inciso LIV), que aos litigantes é assegurado “o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes” (inciso LV) e que “a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação” (inciso LXXVIII). O compromisso de
apreciar as lesões ou ameaças a direitos, ou seja, o compromisso de prestar a tutela
jurisdicional se apresenta como um dever do Estado, tendo que ser cumprido de
forma diligente, sob pena de se inaugurar a falência dos padrões de convivência
social e do próprio Estado de Direito.
Verifica-se que esta primeira etapa de reformas foi marcada pela introdução
de novos mecanismos, dando nova estruturação e ferramentas para os operadores
do direito nos seus diferentes níveis. Já a segunda fase de reformas, iniciada em
1994, ao contrário da primeira, buscou aperfeiçoar os mecanismos já existentes, de
tal forma que a prestação jurisdicional ganhasse maior dinâmica, celeridade e
praticidade, ou seja, buscou armas contra os males corrosivos do tempo no
processo.
revogado pela Lei 11.232/2005, mas transportado para o artigo 475-O, trata da
exigência de caução idônea nas hipóteses de levantamento de depósito em dinheiro
ou da prática de atos que possam provocar grave dano ao executado.
EMENTA
VOTO
[...]
auxílio, uma mera garantia, uma cautela de que o processo principal chegaria ao fim
satisfatoriamente, tentavam na própria cautelar acelerar o processo principal. E isso
não era acautelar. Neste sentido, se manifestou Theodoro Júnior:
relação com o periculum in mora e o fumus boni iuris daquela. Porém, apesar desta
estrita relação é inadmissível confundi-las ou pretender tratamento igual para
ambas.
Sempre haverá urgência em razão do perigo Nem sempre haverá o fator urgência, como
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2.5.1 Legitimidade
Quem é parte legítima para requerer a antecipação da tutela? Considerando
que o legislador ao instituir o artigo 273 do CPC pensou no autor, que
provavelmente tem razão na demanda e que aguarda, comumente, anos e anos por
uma solução no Judiciário, dir-se-ia que somente o autor é parte a quem a lei
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concede a legitimidade para pedir tutela antecipatória. Porém, não é isso que a letra
do dispositivo legal expressa ao dispor que “o juiz poderá, a requerimento da parte,
antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida [...]”. Logo, autor e
réu são parte no processo, podendo o requerimento de tutela antecipada ser feito
tanto pelo autor quanto pelo réu.
Uma observação que, por vezes, não é feita: para a tutela antecipada
o dano pode ser reparável ou basta que seja “apenas” de difícil
reparação? Não pode haver dúvidas, assim, de que, mesmo nos
casos em que haja possibilidade de reparação - a bem conhecida
tutela reparatória de que ocupa o item 2.2 -, é possível a
antecipação da tutela jurisdicional. Basta que a reparação seja difícil.
Assim, por exemplo, quando uma futura execução parecer
extremamente custosa, dada a inexistência de patrimônio penhorável
ou disponível do devedor, e assim por diante. (BUENO, 2007, p. 43)
Sabe-se que o processo foi feito para servir à parte e não para a parte servir-
se do processo, o que impõe ao Estado a adoção de uma atitude punitiva, eis que
ele tem o dever de zelar pelo tratamento igualitário das partes no processo. É dever
judicial controlar o patamar ético do processo. Com o intuito de criar novos
mecanismos para coibir atitudes desleais das partes dentro do processo, positivou o
legislador, através das expressões — abuso do direito de defesa e propósito
protelatório — a intenção do Estado de buscar maior efetividade na distribuição da
justiça.
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4. [...] 5. [...]
É o meu voto.
Verifica-se que o dispositivo constante do inciso II, do artigo 273, do CPC foi
introduzido pelo legislador com a finalidade de coibir a utilização das vias judiciais
como forma favorecer o locupletamento da parte que não tem direito, face a lentidão
da prestação jurisdicional provocada pelo emprego de defesa infundada.
Contudo, o art.588 do CPC foi revogado pela Lei 11.232/2005 e todo o seu
conteúdo transportado e inserido no artigo 474-O do mesmo diploma legal. Houve
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apenas uma mudança de endereço, com singelas alterações, uma vez que o
legislador preservou toda a essência do dispositivo, que antes residia no Livro II, Do
Processo de Execução, agora situado no Livro I, Do Processo de Conhecimento,
Título VII do Processo e do Procedimento, Capítulo X, do Cumprimento da
Sentença. Assim, com a revogação do art.588, impõe-se que se aplique à efetivação
da tutela antecipada o novo regramento da execução provisória, estampado no
art.475-O do CPC.
Vale ressaltar que essa exigência da lei não pode impedir que o jurisdicionado
que tem razão promova a execução provisória efetiva em virtude de não possuir
recursos suficientes para prestar caução. É tarefa de o magistrado invocar os
princípios que regem o Direito, em especial os ditames constitucionais, para
ponderar e decidir sobre a dispensa ou não da caução.
Conforme a redação do caput do art.461 do CPC (na ação que tenha por
objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer) bem como do caput do
art.461-A (na ação que tenha por objeto a entrega de coisa), o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. O magistrado
está, assim, autorizado a tomar providências executivas e coercitivas (concessão
liminarmente, multa diária, multa por tempo de atraso, fixação de prazo para
cumprimento do preceito, busca e apreensão, imissão na posse, remoção de
pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva) que
garantam ao credor tudo aquilo que ele obteria, ainda que não totalmente
coincidente, se o devedor tivesse adimplido com a obrigação.
Logo, observa-se que para a concessão da tutela específica nas ações que
tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, exige-se
menos que nas demais demandas em que é postulada a tutela antecipada com
arrimo no artigo 273 do Código de Processo Civil.
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Nesse sentido, Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery esclarecem
que:
A tutela específica pode ser adiantada, por força do CPC 461, § 3º,
desde que seja relevante o fundamento da demanda (fumus boni
juris) e haja justificado receio de ineficácia do provimento final
(periculum in mora). É interessante notar que, para adiantamento da
tutela de mérito na ação condenatória em obrigação de fazer ou não
fazer, a lei exige menos do que para a mesma providência na ação
de conhecimento tout court (CPC 273). É suficiente a mera
probabilidade, isto é, a relevância do fundamento da demanda, para
a concessão da tutela antecipatória da obrigação de fazer ou não
fazer, ao passo que o CPC 273 exige, para as demais antecipações
de mérito: a) a prova inequívoca; b) o convencimento do juiz acerca
da verossimilhança da alegação; c) ou o periculum in mora (CPC
273, I) ou o abuso do direito de defesa do réu. (CPC 273, II). (NERY
JUNIOR, 2003, p. 782)
A incontrovérsia das partes pode dar-se no plano do direito e/ou no plano dos
fatos; podendo, assim, surgir a autocomposição em relação à parte do pedido, o
julgamento antecipado da lide, dispensando produção de provas de um dos pedidos
ou parte deles.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DIDIER Jr, Fredie. BRAGA, Paula Sarno. OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito
processual civil. Bahia: Podivm, 2007, Vol. 2.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº. 648.886 – SP. Segunda
Seção. Ministra Nancy Andrigh, DJ de 06/09/2004.
NERY JUNIOR, Nelson. Código de processo civil comentado. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2007.
NERY JUNIOR, Nelson, NERY, Rosa Maria Andrade. Código de processo civil
comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. 7. ed. rev. e
ampl. São Paulo: RT, 2003.
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____. Curso de processo civil: processo de conhecimento. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998 a. Vol. 1.
____. Curso de processo civil: processo de execução. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998 b. Vol.2.
____. Curso de processo civil: processo cautelar. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1998 c. Vol. 3.