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ENGEN HARIA CIVIL

NOTAS DE AULAS
Mecânica dos
Solos

1ª Edição
Leandro Bertaco Lúcio (2021.01)
Mecânica dos Solos

4 Compactação em
Solos

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Notas de Aula

4.1 Introdução

Entende-se por compactação dos solos o melhoramento artificial de suas propriedades por
meios mecânicos que provocam a redução do índice de vazios via compressão ou expulsão dos
gases. O processo sempre envolve redução de volume.

A importância da compactação dos solos está no aumento e na estabilização da resistência,


na diminuição da deformabilidade e na redução da permeabilidade que se obtém ao sujeitar o solo
a técnicas convenientes que aumentem seu peso específico e diminuam seus vazios.

Mesmo sendo uma técnica milenar, com evidências de uso de rolos compressores pelos
maias, no Peru, e sem esquecer os exemplares vias do império romano, a construção de estradas,
até a década de trinta do século passado, era feita em bases empíricas, havendo situações em que o
mesmo solo, compactado com os mesmos procedimentos de compactação, podia resultar em uma
estrada muito boa ou muito ruim, dependendo da época do ano que fosse construída. Ralph Proctor
(1933), a partir de observações de campo e em laboratório, estabeleceu os princípios fundamentais
da compactação moderna: a qualidade da compactação, depende, principalmente, da quantidade
de água no solo antes da compactação e da energia empregada em tal processo. O primeiro ponto,
até então completamente desconhecido, explicava com clareza o comportamento citado
anteriormente.

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Mecânica dos Solos

4.2 Ensaio de compactação

Atualmente, existem muitos métodos para simular no laboratório as condições de campo.


Historicamente, o primeiro destes métodos é devido a Proctor e é conhecido como ensaio Proctor
Normal. Consiste em compactar o solo, em três camadas, em um molde de dimensões e forma
especificadas, por meio de golpes de um soquete, também especificado, que se deixa cair
livremente de uma altura prefixada. O molde é um cilindro de 0,95 litro, 10,2 cm de diâmetro e
11,7 cm de altura, provido de uma extensão desmontável (colarinho) de igual diâmetro e 5 cm de
altura. O soquete é de 2,5 kg e cai de uma altura de 30,5 cm. O solo é compactado em três camadas,
com 26 golpes em cada uma, distribuídos na área da seção circular do cilindro.

Com os dados anteriores, a energia específica de compactação fica em torno de 5,95


kg.cm/cm3 (600 kJ/m3) calculada pela Equação (4.1):

𝑁𝑛ℎ𝑊
𝐸𝑒 = (4.1)
𝑉
onde:
Ee = energia específica
N = número de golpes por camada
n = número de camadas
W = massa do soquete
h = altura de queda do soquete
V = volume do molde

Figura 4.1 - Ensaio de Compactação.

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Notas de Aula

Os dados que determinam a energia específica, Ee, neste ensaio foram estabelecidos por

Proctor como os adequados para reproduzir os pesos específicos secos que podiam ser atingidos,
economicamente, com os equipamentos disponíveis naquela época.

Figura 4.2 - Curva de compactação.

Com estes procedimentos de compactação, Proctor estudou a influência que a umidade do


solo exercia no processo, descobrindo que tal valor era de fundamental importância na
compactação pretendida. Com efeito, observou que para umidades crescentes, a partir de valores
baixos, se obtinha valores maiores de pesos específicos, portanto, melhor compactação do solo.
Porém esta tendência não se mantinha, visto que, ao passar a umidade de certo valor, os pesos
específicos secos obtidos passavam a diminuir, resultando em uma pior compactação da amostra.
Proctor concluiu que, para um determinado solo e para cada energia de compactação, existe uma
umidade chamada ótima, que leva a um máximo peso específico seco conforme mostrado
na Figura 4.2.

Isto é explicável tendo-se em conta que, a baixas umidades, a água está em forma capilar
nos solos finos, tendendo, então, a formar torrões dificilmente desagregáveis que dificultam a
compactação. O aumento de umidade diminui a força capilar, fazendo com que uma mesma
energia de compactação produza melhores resultados. Porém, se há água em excesso, a ponto de o
ar nos vazios estar em forma de bolhas oclusas, a baixa permeabilidade do solo controla o processo,
impedindo uma boa compactação, posto que não podendo fluir instantaneamente a água absorve
parte do impacto do soquete.

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A partir das fórmulas de índices físicos, pode-se obter a curvas 𝑤 𝑥 𝛾𝒅 para diferentes
graus de saturação com a expressão:

𝑆𝑟 𝛾𝑤 1
𝑤= ( − ) (4.2)
100 𝛾𝑑 𝐺𝑠

A Figura 4.2 mostra a curva de saturação de 100% que pode ser obtida com a Eq. 6.2. A

mesma equação permite calcular o grau de saturação correspondente à umidade ótima, o qual se
situa na faixa de 80% a 90% para a maioria dos solos.

Devido ao rápido desenvolvimento dos equipamentos de compactação de campo, a


energia do Proctor Normal começou a se tornar inadequada. Isto conduziu a uma modificação na
prova, aumentando-se a energia do ensaio através de um soquete de maior massa (4,536 kg),
caindo de uma altura maior (45,7 cm) e aumentando também o número de camadas. Criou-se,

então, o Proctor Intermediário (Ee = 12,9 kg.cm/cm³) e o Proctor Modificado (Ee = 27,4

kg.cm/cm³).

Diferentes combinações de cilindros, soquetes, número de camadas e número de golpes

podem ser utilizadas para se obter as energias desejadas. A Tabela 6.1 mostra algumas

combinações de acordo com a norma ABNT/NBR 7182. O cilindro pequeno (do ensaio Proctor
Normal) tem um volume de 1000 cm3 e pode ser usado somente quando a amostra, após a
preparação, passa integralmente na peneira de 4,8 mm. O cilindro grande (também usado no

ensaio CBR) tem volume de 2085 cm³.

Tabela 4.1 - Energias de compactação mais utilizadas.

Ensaio

Cilindro Variáveis de compactação Normal Intermediário Modificado

Pequeno Soquete Pequeno Grande Grande

Número de camadas 3 3 5

Golpes por camada 26 21 27

Grande Soquete Grande Grande Grande

Número de camadas 5 5 5

Golpes por camada 12 26 55

Energia específica (kg.cm/cm3) 5,95 12,9 27,4

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Notas de Aula

A escolha da energia de compactação depende do tipo de equipamento disponível e da


importância da camada compactada, além de fatores econômicos. Em subleitos e aterros
rodoviários, geralmente, emprega-se a energia Proctor Normal, em sub-bases rodoviárias
emprega-se a energia do ensaio Proctor Intermediário, enquanto para bases pode-se empregar a
energia do Proctor Intermediário ou Modificado. Para o corpo de barragens, bases de pavimentos
de aeroportos e lastros de ferrovias geralmente emprega-se a energia do Proctor Modificado.

Como mostra a Figura 4.3, o peso específico seco cresce, a princípio, ao aumentar a
umidade, diminuindo depois de ultrapassada a umidade ótima. Nota-se ainda que o peso
específico seco máximo obtido nos ensaios de maior energia é maior que o obtido nos de menor
energia, ao mesmo tempo que a umidade ótima decresce com o aumento da energia de
compactação, o que está de acordo com as explicações anteriores. Unindo-se os pontos relativos
aos valores máximos de peso específico aparente seco para as diversas energias, obtém-se a
chamada “linha das máximas”.

O ponto de máximo peso específico seco depende do tipo de solo submetido ao processo de
compactação. Solos argilosos apresentam baixos valores de pesos específicos secos máximos (da
ordem de 14 a 15 kN/m³) e elevadas umidades ótimas (entre 25% e 30%). À medida que os grãos
ficam maiores, há uma tendência de se encontrar pesos específicos máximos mais elevados e
umidades ótimas mais baixas. Areias com pedregulho, pouco argilosas, apresentam pesos
específicos secos máximos da ordem de 20 a 22 kN/m³ na energia Normal, para umidades ótimas
na faixa de 8 a 10%.

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Figura 4.3 - Curvas com diferentes energias de compactação.

Há também uma tendência de achatamento da curva de compactação para solos menos


argilosos, porém isso depende da natureza do material. Solos de origem laterítica tendem a
apresentar o trecho seco (abaixo da ótima) mais íngreme que os solos não lateríticos.

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4.3 Estrutura de um solo compactado

O solo fino, quando está no “ramo seco”, tem, na maioria das vezes, uma estrutura
floculada. Com o aumento da umidade a compactação tende a tornar o solo com uma estrutura
dispersa, isto é, com uma certa orientação nas partículas, conforme mostra a Figura 4.4. Nos solos
grossos a estrutura passa de fofa para compacta. É claro que o comportamento do solo compactado
se vê fortemente influenciado por esta mudança de estrutura, principalmente, no que se refere à
permeabilidade e compressibilidade.

Figura 4.4 - Estrutura de solos compactados.

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4.4 Ensaio harvard ou miniatura

O ensaio de compactação proposto por Proctor tem a desvantagem de não simular


corretamente a situação real, uma vez que no campo não ocorre a compactação por golpes, e sim
por amassamento. Por este motivo, foi proposto o ensaio Harvard (mais conhecido no Brasil como
ensaio Miniatura) onde se usa um pequeno molde de cerca de 60 cm³ de volume e compacta-se o
solo em 5 camadas com 25 golpes em cada, através de um pistão fixado a uma mola calibrada, que
se distende quando a força aplicada sobre ela é de 90 N. A forma da curva de compactação obtida

neste ensaio é semelhante à de Proctor, porém mais próxima da curva de campo. A Figura

6.5 mostra esta situação.

Figura 4.5 - Comparação de ensaios.

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4.5 Influência da saturação

Pode parecer mais conveniente compactar o solo com uma umidade abaixo da ótima

(w1 < wót), pois sua resistência seria mais elevada; ao mesmo tempo, porém, o maior volume de

vazios facilitaria o acesso da água, podendo a umidade aumentar o suficiente para atingir o ramo
descendente da curva. Assim, com o solo quase saturado (nas épocas de chuvas intensas), passaria

a haver uma umidade w2 e a sua resistência seria praticamente nula. Se, ao contrário, o solo for

compactado próximo da wót, a variação da resistência com a saturação será muito menor como

pode se ver na Figura 6.6 (Caputo, 1980).

Figura 4.6 - Saturação x resistência.

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4.6 Índice de Suporte Califórnia - ISC

Este índice, mais conhecido como CBR, Califórnia Bearing Ratio, refere-se a resistência à

penetração de um solo tendo como referência a resistência à mesma penetração em uma brita

padrão, conforme mostra a Eq. 6.3:

𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎
𝐼𝑆𝐶 = 100 (4.3)
𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑛𝑎 𝑏𝑟𝑖𝑡𝑎 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜

A determinação em laboratório do ISC é feita sobre amostras compactadas na energia e

umidade que serão usadas no campo. Basicamente, o ensaio consiste em fazer com que um pistão
de 4,96 cm de diâmetro penetre com uma velocidade de 1,27 mm/min em um corpo de prova
compactado. A tensão necessária para que o cilindro penetre 2,54 mm dividida pela tensão

necessária para a mesma penetração na brita padrão (70 kgf/cm2) fornecerá o ISC desta amostra.

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4.7 Compactação no campo

Os princípios que governam a compactação de solos no campo são, essencialmente, os


mesmos vistos para ensaios em laboratório. Assim, os pesos específicos máximos obtidos são,
fundamentalmente, função do tipo de solo, da quantidade de água e da energia de compactação
aplicada pelo equipamento que se utiliza, a qual depende do tipo e peso do equipamento e do
número de passadas sucessivas aplicadas.

Em função da distância e condições locais, escolhe-se a “área de empréstimo” que

fornecerá o material para o aterro. Equipamentos diversos, especialmente os scrapers retiram o

solo a ser compactado e o depositam no local do aterro, em camadas de 10 cm até 40 cm,


dependendo do equipamento a ser usado na compactação, com a umidade o mais próximo possível
da exigida. Faz-se a correção final da umidade, se necessário, e inicia-se a compactação com rolos
pés-de-carneiro, rolos lisos, rolos pneumáticos, equipamentos vibratórios ou equipamentos de
impulsão.

Da prática antiga dos indianos de utilizar-se da passagem de animais como meio de


compactação, os ingleses observaram que o carneiro, pela relação peso e área de sua pata, era um
dos animais que mais eficientemente compactava argilas. O atual rolo pé-de-carneiro (Figura 4.7)
originou-se desta observação.

Os rolos pés-de-carneiro têm como característica fundamental a compactação do solo de


baixo para cima, exercendo um efeito de amassamento no mesmo por meio de protuberâncias de
mais ou menos 15 cm de altura, em forma de uma pata de carneiro. Os demais equipamentos de
compactação mencionados compactam o solo da superfície para baixo. Outra vantagem do rolo
pé-de-carneiro é a superfície irregular ao final da compactação de cada camada, o que permite
ótima aderência com a camada subsequente. Os outros equipamentos de compactação podem
exigir a escarificação da superfície da camada recém compactada, antes do lançamento de uma
nova, para evitar o surgimento de caminhos preferenciais de fluxo ou mesmo de cisalhamento.

Os rolos pés-de-carneiro são recomendados para solos argilosos, pois este tipo de
equipamento proporciona grande concentrações de tensões e o efeito de amassamento necessário
para a desagregação dos grumos na compactação adequada destes materiais. Um rolo pé-de-
carneiro típico exerce uma pressão de contato da ordem de 2000 a 5000 kPa.

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Figura 4.7 - Rolo Pé-de-carneiro.

Os mais antigos exemplares de rolos lisos foram encontrados em ruínas de cidades maias
e eram feitos de pedra, muito embora alguns historiadores afirmem que os maias não utilizavam
a roda. Hoje em dia os rolos lisos (Figura 4.8) são mais utilizados para acabamento superficial uma
vez que seu uso como equipamento de compactação exige o lançamento de camadas muito
delgadas de no máximo 10 cm.

Figura 4.8 - Rolo liso.

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Ressalva deve ser feita para os rolos lisos vibratórios que são muito recomendados para a
compactação de solos não coesivos, como areias, pedregulhos e até matacões em enrocamento de
barragens.

Os rolos pneumáticos (Figura 4.9) podem ser pesadíssimos, chegando a compactar


satisfatoriamente camadas com mais de 40 cm. Têm a vantagem de, com o enchimento ou
esvaziamento dos pneus, poder-se variar a pressão aplicada no solo, tipicamente, em torno de 600
kPa. Os solos arenosos com finos pouco plásticos são os que apresentam melhores resultados.

Figura 4.9 - Rolo pneumático.

Há ainda equipamentos mais leves de compactação tipo placas vibratórias usadas em


compactação para áreas de trânsito de pessoas, como calçadas, quadras ou aterros internos de
residências.

Em áreas de difícil acesso para compactadores de maior porte é comum o uso de


compactadores de impulsão, tipo “sapo” (Figura 4.10). Consiste de um equipamento em que
um motor de explosão provoca “pulos” até determinada altura. Um operador, manualmente,
direciona o equipamento de forma que este caia na área desejada. O número de repetição
destas quedas provoca a compactação que se deseja.

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Mecânica dos Solos

Figura 4.10 - Compactador tipo “sapo”.

Há ainda processos pouco usados no Brasil e que se caracterizam mais como de melhoria
localizada de solos do que, propriamente, de compactação de aterros, como é o caso da vibro-
flotação, da utilização de explosivos e do uso de grandes blocos de aço de até 400 kN (40 tf), que são
levantados por guindastes e caem de uma altura que pode chegar a 40 m.

6.8- CONTROLE DA COMPACTAÇÃO

A compactação produzida nos solos pelos diferentes equipamentos é, evidentemente,


influenciada pelo número de vezes sucessivas que estes passam sobre o aterro. A relação entre os
pesos específicos secos obtidos em campo e o número de passadas, a princípio, cresce rapidamente,
porém após um certo número de passadas o efeito de uma passada posterior diminui e já não mais
compensa outras passadas do equipamento. Na prática, o número econômico de passadas está
entre 5 e 10 vezes. O número de passadas necessárias para obter-se um certo peso específico seco
é função do equipamento de campo usado; um equipamento mais pesado conseguirá isto mais
rapidamente que um mais leve. Atualmente, a tendência é trabalhar com equipamentos pesados a
fim de reduzir o número de passadas.

Um dos parâmetros que se usa para verificar se a compactação de campo atende às

exigências do projeto é o Grau de Compactação, obtido com a (4.4):

𝛾𝑑 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑚𝑝𝑜
𝐺𝐶 = 100 (4.4)
𝛾𝑑 𝑚á𝑥. 𝑑𝑒 𝑙𝑎𝑏𝑜𝑟𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑜

Para sua determinação, mede-se no campo, por meio de ensaios adequados (o ensaio de
frasco de areia ou similar), o 𝛾𝒅 do aterro compactado. Compara-se este valor com o 𝛾𝒅 máximo de

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laboratório aplicando a fórmula do GC. Se GC < 100%, não se atingiu o 𝛾𝒅 exigido. Se GC > 100% a

compactação é satisfatória.

Não se deve compactar o solo muito acima de um grau de compactação de 100%, pois
pode-se gerar um cisalhamento prévio do material. Tampouco deve-se tentar compensar a falta de
umidade de compactação, aumentando-se o grau de compactação com várias passadas do rolo. Isto
pode gerar um solo de estrutura “colapsível”, o qual pode perder grande parte de sua resistência
quando saturado, além de sofrer grandes deformações volumétricas.

Na prática, há quase sempre uma tolerância definida pelo projetista quanto à umidade e

ao GC (por exemplo, 𝑤 = ± 2% 𝑑𝑎 𝑤ó𝒕 e GC > 95%). Em geral, especifica-se um grau de

compactação de 100% para as camadas superiores (pelo menos os últimos 20 cm) de aterros
rodoviários e para as camadas do pavimento (sub-bases e bases).

O controle da umidade de compactação no campo é tão relevante quanto o grau de


compactação. Dependendo da forma da curva de compactação, uma variação de 1% de umidade
em torno da ótima pode resultar em grandes variações de peso específico e de outras propriedades
do solo compactado. Há várias formas de controle de umidade, desde os métodos mais precisos em
laboratório (como o método da estufa), até métodos rápidos de campo (como o método da
frigideira). Há também aparelhos para controle de umidade em campo como o “speedy” (pouco
preciso), aparelhos à base de resistividade e densímetros nucleares.

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Mecânica dos Solos

4.8 Aterros experimentais

Para definir o número de “passadas” do rolo compressor que se dispõe, a fim de atingir

o GC especificado, deve-se lançar mão dos aterros experimentais. Para isto, prepara-se, no local da

obra, uma área experimental aplainada e compactada. Sobre essa área dispõem-se as camadas do
aterro experimental em faixas. Cada trecho da faixa terá uma certa umidade em torno da ótima.
As camadas são então compactadas com o equipamento escolhido. Por meio de ensaios adequados,
determina-se, em cada trecho das faixas, os pesos específicos e as umidades ao fim de 2, 4, 8, 12 e

16 passadas. Com o resultado destas observações, pode-se traçar a curva número de passadas

x 𝛾𝒅 mostrada na Figura 6.11, que permite que se escolha o número de passadas conveniente para
compactar o aterro com aquele equipamento. Obtém-se curvas que tendem assintoticamente a
valores de 𝛾𝒅 . Uma delas, com uma determinada umidade, indicará o 𝛾𝒅 máximo para os esforços
de compactação do equipamento utilizado. O 𝛾𝒅 máximo de laboratório poderá ser superior ou

inferior a este valor. Se for inferior (neste caso GC > 100%), determinar-se-á o número de passadas

necessário para que o rolo disponível leve o solo ao peso específico desejado. Se, por outro lado, o

𝛾𝒅 máximo de laboratório for superior ao 𝛾𝒅 máximo obtido no aterro experimental (GC < 100%)

então o equipamento é insuficiente.

Figura 4.11 - Aterros experimentais.

O aterro experimental deverá ser repetido toda vez que o tipo de solo e o equipamento
disponível mudem.

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