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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ –

UNIOESTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

TEORIA DO CONHECIMENTO II

PROFESSOR: TOMAS FARCIC MENK

TURMA: 2º ANO MATUTINO

TOLEDO, PR

2021
ANÁLISE DA INTRODUÇÃO DA CRÍTICA DA RAZÃO
PURA

Este trabalho tem como objetivo expor de maneira sucinta e didática alguns
conceitos expostos por Immanuel Kant na sua obra magma, que é a Crítica da Razão
Pura. Os conceitos analisados por Kant são: a priori, a posteriori, juízos sintéticos,
juízos analíticos e metafísica. Estes conceitos são fundamentais para a formulação do
problema da Crítica da Razão Pura, que é como são possíveis juízos sintéticos a priori.

Immanuel Kant nasceu em Köningsberg no dia 22 de abril de 1724, e faleceu em


12 de fevereiro de 1804, na mesma cidade. A cidade atualmente se chama Kaliningrado
e fica na fronteira entre a Alemanha e a Rússia. Suas obras foram de grande influência
para a filosofia. Kant trata de fazer uma síntese entre o racionalismo e o empirismo.
Suas principais obras são: Crítica da razão pura, Crítica da razão prática,
Fundamentação da metafísica dos costumes, O que é Esclarecimento e etc.

Immanuel Kant é considerado um divisor de águas dentro da história da


filosofia, assim como Aristóteles. Suas obras são de tremenda importância nas mais
diversas áreas do conhecimento filosófico como, por exemplo, a teoria do conhecimento
da qual iremos tratar aqui e a ética na qual sua obra é fundamental para a compreensão
desta disciplina e que se chama Fundamentação da Metafísica dos Costumes. A Crítica
da Razão Pura é a obra pilar para a construção de seus escritos futuros.

Dentro da obra, Kant procura dialogar com as duas correntes filosóficas até
então dominantes dentro da filosofia que são: o racionalismo representado sobretudo
por Descartes e o empirismo representado por ninguém menos que David Hume. São
estas duas correntes filosóficas com qual Kant irá dialogar na sua obra para procurar de
maneira dialética se apropriar e assim fazer uma síntese, que por consequência criará
algo novo dentro da história da filosofia, que é o que Kant fará ao término de suas
obras.

No início de sua introdução Kant afirma que todo o conhecimento provem da


experiência e é assim que através de nossos sentidos podemos conhecer a realidade e os
objetos que nos rodeiam. Mas só conhecemos através de nossas faculdades mentais, que
nos levam a aprender tais fenômenos.
Porém segundo Kant (2018, pag. 36) todo nosso conhecimento se inicia com a
experiência, porém isso não prova que todo conhecimento derive da experiência. Um
exemplo disso, e que Kant irá utilizar ao formular sua tese é que, a matemática, a
geometria e a física são conhecimentos que provém da razão e somente desta, já os
conhecimentos que provém de outras ciências como, por exemplo, as engenharias e as
ciências humanas provém da experiência.

Aqui já entram em cena dois conceitos fundamentais para compreendermos a


introdução, e esses conceitos são a priori e a posteriori. Kant em sua introdução se
pergunta se há um conhecimento que pode se derivar somente da razão, não se
fundamentando na experiência. E ele afirma que os conhecimentos que advém da razão
pura são conhecimentos a priori e os que vem da experiência são conhecimentos a
posteriori.

Kant dá um exemplo no qual o observador conclui automaticamente que os


alicerces de sua casa estão para cair. Esse conhecimento não se deriva exclusivamente
do puro raciocínio, ou seja, de conhecimentos a priori, mas sim de conhecimentos a
posteriori, pois o mesmo saberá que os alicerces da sua casa irão cair.

No que concerne a Metafísica clássica elaborada por seus antecessores, Kant


afirma que os problemas dela derivados são problemas que se referem a razão pura, ou à
conhecimentos a priori, quais são esses conhecimentos? Ou melhor quais são esses
problemas? São os problemas clássicos da filosofia, como Deus, a alma, a imortalidade,
a liberdade e etc. estes problemas, ou melhor a Metafísica enquanto área de
conhecimento derivada a resolver estes problemas também será afetada, pois como
mostrará Kant existem possibilidades, ou melhor existem limites para a razão, ou para a
Metafísica resolver esses problemas.

Em uma referência a Platão, Kant prossegue na sua introdução afirmando que


por serem os conhecimentos a posteriori de difícil entendimento e de limites tão
estreitos, é que foi criada a teoria do eidos, ou seja, a teoria das ideias. Foi pela
facilidade que os conhecimentos a priori produzem para a nossa mentalidade e
entendimento que foi criado esta teoria tão celebre dentro da história da filosofia.

Kant irá criar dois celebres juízos, os juízos sintéticos e os juízos analíticos,
assim segue ele:
Em todos os juízos, nos quais se pensa a relação entre um sujeito e um predicado
(apenas considero os juízos afirmativos, porque é fácil a aplicação aos negativos),
esta relação é de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo que
está contido (implicitamente) nesse conceito A, ou B está totalmente fora do
conceito A, embora em ligação com ele. No primeiro caso chamo analítico ao juízo,
no segundo, sintético. Portanto, os juízos (os afirmativos) são analíticos, quando a
ligação do sujeito com o predicado é pensada por identidade; aqueles, porém, em
que essa ligação é pensada sem identidade, deverão chamar-se juízos sintéticos (...).
(Kant. 2018, pag. 42 e 43).

Kant continua sua exposição a respeito dos juízos e afirma (2018, pag. 43):
quando afirmo que todos os corpos são extensos, enuncio um juízo analítico, pois não
preciso ultrapassar o conceito que ligo à palavra corpo para encontrar a extensão. Em
contrapartida, quando digo que todos os corpos são pesados, aqui o predicado é
diferente do conceito geral e é considerado um juízo sintético.

Os juízos que se baseiam na experiência, ou seja, a posteriori são todos juízos


sintéticos e os juízos que derivam da pura racionalidade, são juízos analíticos. Porém
aqui, cabe mostrar que Kant cria um outro conceito que é o problema que irá transpassar
toda a sua obra e a qual se mostrará a resolução, qual é: é o conceito de juízos sintéticos
a priori. E como são possíveis tais juízos? A isso Kant dedicará todo a sua obra.

No que se refere a metafísica, conceito e disciplina basilar dentro da história da


filosofia Kant afirma que ela está em crise, muito diferente da lógica, disciplina que se
encontra atualmente com suas bases sólidas e de conhecimentos seguros. É por isso, que
Kant afirma que a metafísica está em crise, pois para ele durante a história da filosofia
ninguém se preocupou em demonstrar como são possíveis os conhecimentos desta
disciplina de maneira cientifica.

Nosso filósofo afirma que mesmo a metafísica se encontrando em estado de


esboço, ou seja, no seu início a natureza de sua razão se torna indispensável. Para ele é
na metafísica, onde principalmente se encontram os juízos sintéticos a priori. Nesse
sentido, a metafísica trabalha no que concerne aos seu fins com juízos sintéticos a priori.

Para concluirmos, podemos afirmar que todos os conceitos tratados na


introdução, como a priori, a posteriori, juízos sintéticos, juízos analíticos, juízos
sintéticos a priori e metafísica são de fundamental importância para compreendermos o
desenvolvimento de sua obra. Como já afirmamos, a Crítica da Razão Pura é uma obra
fundamental na história da filosofia e um divisor de águas na disciplina de teoria do
conhecimento.
BIBLIOGRAFIA

Kant, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Tradução Manuela Pinto dos


Santos e Alexandre Fradique Morujão. 9º edição. Ed. Calouste Gulbenkian.
Lisboa, 2018.

Pascal, Georges. Compreender Kant. Introdução e tradução de Raimundo


Vier. 5. Ed. Vozes. Petrópolis, RJ, 2009.

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