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DIREITO CONSTITUCIONAL

Nathalia Masson

@profnathmasson
O MUNICÍPIO NA ESTRUTURA FEDERATIVA BRASILEIRA
 Autonomia municipal
Art. 1º, CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: (...).
Art. 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 650.
 Formação de Novos Municípios
Art. 18, § 4º, CF/88: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 15, de 1996)
- São 4 os requisitos para a formação de novos municípios:
(1) Edição de LC Federal, fixando genericamente o período em que poderemos ter a
formação de novos Municípios, dentre outras regras;
(2) Apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;
(3) Consulta popular por meio de plebiscito, convocado pela AL do Estado. É o TRE que
conduz a manifestação plebiscitária, que de forma alguma poderá ser substituída por
uma pesquisa de opinião ou um abaixo-assinado;
(4) Aprovação de Lei Ordinária Estadual.
- A LC Federal não foi até hoje editada. Isso significa que de 1996 em diante nenhum novo
Município poderia ter sido criado.
ADCT, art. 96: “Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de
Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos
estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação”.
ADI 4.992-RO, Rel. Min. Gilmar Mendes: O Plenário confirmou medida cautelar (noticiada no
Informativo 712) e julgou procedente pedido formulado em ação direta para assentar a
inconstitucionalidade da Lei 2.264/2010, do Estado de Rondônia. A norma questionada cria o
Município de Extrema de Rondônia a partir de desmembramento de área territorial do Município
de Porto Velho; fixa seus limites territoriais; e informa os distritos a integrarem a nova
municipalidade. O Tribunal registrou a existência de inúmeros precedentes da Corte quanto à
impossibilidade de criação de Municípios em desconformidade com a Constituição (art. 18, § 4º).
Art. 30, CF/88: Compete aos Municípios:
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual.
 Competência legislativa municipal

- Art. 30, CF/88


- A fiscalização das condições de higiene de bares e restaurantes situados em território
municipal é de patente interesse local
RE 594.057-RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski: Assim, cuida de regulação legislativa
atinente a assunto de peculiar interesse local, relativo à fiscalização de condições de
higiene de bares e restaurantes situados em seu território, cuja competência para legislar
pertence aos Municípios. Sendo assim, em razão dos precedentes citados, verifica-se que
o município apresenta competência para legislar sobre a proibição de utilização de
embalagens devassáveis, por se tratar de matéria que envolve normas sanitárias de
patente interesse local.
- A fixação do horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais é da
competência dos Municípios
* Súmula vinculante nº 38: É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.
* Súmula nº 19, STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da
competência da União.
- As normas referentes a segurança e conforto dos usuários dos serviços bancários são de
interesse local
RE 251.542-SP, Rel. Min. Celso de Mello: O Município pode editar legislação própria, com
fundamento na autonomia constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com objetivo
de determinar, às instituições financeiras, que instalem, em suas agências, em favor dos
usuários dos serviços bancários (clientes ou não), equipamentos destinados a
proporcionar-lhes segurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras) ou a
propiciar-lhes conforto, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento
de cadeiras de espera, ou colocação de bebedouros, ou, ainda, prestação de atendimento
em prazo razoável, com a fixação de tempo máximo de permanência dos usuários em fila
de espera.
- É de competência municipal a lei que fixa um tempo razoável de espera dos usuários
dos serviços de cartórios
RE 397.094 - DF, Rel. Min. Sepúlveda Pertence: Distrito Federal: competência legislativa
para fixação de tempo razoável de espera dos usuários dos serviços de cartórios. 1. A
imposição legal de um limite ao tempo de espera em fila dos usuários dos serviços
prestados pelos cartórios não constitui matéria relativa à disciplina dos registros públicos,
mas assunto de interesse local, cuja competência legislativa a Constituição atribui aos
Municípios, nos termos do seu art. 30, I. A LD 2.529/2000, com a redação da LD
2.547/2000, não está em confronto com a Lei Federal 8.935/90 - que disciplina as
atividades dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, nos termos do art.
236, § 1º, da Constituição - por tratarem de temas totalmente diversos. 3. RE conhecido e
desprovido.
- De acordo com o STF, é constitucional atribuir às Guardas municipais o exercício do poder de
polícia no trânsito, inclusive para a imposição de sanções administrativas
RE 658.570/MG, Rel. Min. Marco Aurélio: É constitucional a atribuição às guardas municipais do
exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas
legalmente previstas. Com base nesse orientação, o Plenário, por maioria e em conclusão de
julgamento, desproveu recurso extraordinário em que se discutia a possibilidade de lei local
designar a guarda municipal para atuar na fiscalização, no controle e na orientação do trânsito e do
tráfego, em face dos limites funcionais dispostos no art. 144, § 8º, da CF (“§ 8º - Os Municípios
poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações,
conforme dispuser a lei”) — v. Informativo 785. A Corte destacou que o poder de polícia não se
confundiria com a segurança pública. O exercício daquele não seria prerrogativa exclusiva das
entidades policiais, a quem a Constituição outorgara, com exclusividade, no art. 144, apenas as
funções de promoção da segurança pública.
- O município não pode, ao argumento de que está tratando da ordenação do solo
urbano, impedir que determinado estabelecimento comercial se instale em certa área,
sob pena de afrontar o princípio da livre concorrência
Súmula vinculante nº 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada
área.
 A Constituição Federal veda a criação de Tribunais de Contas nos Municípios
Art. 31, CF/88:
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
ADI 687, Plenário, Rel. Min. Celso de Mello: A Constituição da República impede que os
Municípios criem os seus próprios Tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais
(CF, art. 31, § 4º), mas permite que os Estados-membros, mediante autônoma
deliberação, instituam órgão estadual denominado Conselho ou Tribunal de Contas dos
Municípios (...) incumbido de auxiliar as Câmaras Municipais no exercício de seu poder
de controle externo (CF, art. 31, § 1º). Esses Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios – embora qualificados como órgãos estaduais (CF, art. 31, § 1º) – atuam, onde
tenham sido instituídos, como órgãos auxiliares e de cooperação técnica das Câmaras de
Vereadores.
ADI 5763/CE, Rel. Min. Marco Aurélio: A Constituição Federal não proíbe a extinção de
Tribunais de Contas dos Municípios. Esse é o entendimento do Plenário que, por maioria,
julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada
contra emenda à Constituição do Estado do Ceará, que extinguiu o Tribunal de Contas dos
Municípios desse ente federado.
IMUNIDADES
 Deputados Federais e Senadores

Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito


Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 835.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito
Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 841.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito
Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 843.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito
Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm,
2019, p. 851.
 Deputados Estaduais e Distritais
Art. 27, § 1º, CF/88: Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-sê-lhes
as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração,
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Art. 32, § 3º, CF/88: Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art.
27.
Súmula nº 3, STF: A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita à Justiça do Estado.
(Superada)
 Vereadores
Art. 29, CF/88: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

STF
Foro dos Infrações penais
Congressistas comuns (art. 53, § 1º e art.
102, I, b, CF/88)
AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso: As normas da Constituição de 1988 que estabelecem
as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente,
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em
razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado
Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo
ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito
não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.

Foi fixada, portanto, a seguinte tese:


O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do
cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 862.
Notícias STF
Terça-feira, 12 de junho de 2018
1ª Turma remete à primeira instância inquérito contra senador Blairo Maggi
Por maioria, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão nesta terça-feira (12), declinou
da competência no Inquérito (INQ) 4703, no qual o senador licenciado Blairo Maggi (PR-MT), atualmente no
cargo de ministro da Agricultura, e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT),
Sergio Ricardo de Almeida, são investigados pela suposta compra de vaga no TCE-MT. Segundo a decisão, o
inquérito, em que já houve o oferecimento da denúncia, será encaminhado à primeira instância da Justiça
Comum em Mato Grosso.
Em julgamento da questão de ordem no INQ 4703, prevaleceu o voto do relator, ministro Luiz Fux, no sentido
de que, como os fatos investigados são referentes ao período em que Maggi ocupava o cargo de governador
de Mato Grosso e Almeida o de deputado estadual, a competência do STF para processar e julgar o feito se
encerrou. O ministro adotou como fundamento o precedente do Plenário que, ao julgar questão de ordem
na Ação Penal (AP) 937, definiu que os parlamentares federais só devem ser julgados no STF em relação a
crimes supostamente cometidos no exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
Acompanharam o voto do relator os ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Marco Aurélio.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de
Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2019, p. 1047.
STJ - AP 866, Ministro Luís Felipe Salomão: Diante da recente e notória decisão do Plenário do
Supremo Tribunal Federal, ao julgar questão de ordem na AP 937, da relatoria do Ministro
Roberto Barroso, conferindo nova e conforme interpretação ao art. 102, I, b e c da CF,
assentando a competência da Corte Suprema para processar e julgar os membros do Congresso
Nacional exclusivamente quanto aos crimes praticados no exercício e em razão da função pública,
e que tem efeitos prospectivos, em linha de princípio, ao menos em relação às pessoas
detentoras de mandato eletivo com prerrogativa de foro perante este Superior Tribunal de
Justiça (CF, art. 105, I, "a"), faz-se necessária igual observância da regra constitucional a justificar
eventual manutenção, ou não, do trâmite processual da presente ação penal perante a Corte
Especial deste Tribunal Superior. (...) 4. No caso em exame, é ação penal na qual foi ofertada
denúncia em face de RICARDO VIEIRA COUTINHO, atual Governador do Estado da Paraíba, pela
suposta prática de 12 (doze) crimes de responsabilidade de prefeitos (art. 1º, inciso XIII, do DL
201/67), (...)
(...) decorrente da nomeação e admissão de servidores contra expressa disposição de lei,
ocorridos entre 01.01.2010 e 01.02.2010, quando o denunciado exercia o cargo de
Prefeito Municipal de João Pessoa/PB, ou seja, delitos que, em tese, não guardam
relação com o exercício, tampouco teriam sido praticados em razão da função pública
atualmente exercida pelo denunciado como Governador.
Nessa conformidade, reconhecida a inaplicabilidade da regra constitucional de
prerrogativa de foro ao presente caso, por aplicação do princípio da simetria e em
consonância com a decisão da Suprema Corte antes referida, determino a remessa dos
autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, para distribuição a uma das
Varas Criminais da Capital, e posterior prosseguimento da presente ação penal perante o
juízo competente.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1092.
Celso de Mello aplica nova regra do foro privilegiado para ministro do TSE
Denúncia da PGR contra Admar Gonzaga por violência doméstica será enviada para TJDF
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, determinou o envio para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios de denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior
Eleitoral, por violência doméstica.
O ministro atendeu pedido da PGR e aplicou a nova regra do foro privilegiado, que estabelece que a prerrogativa se limita aos crimes
que tenham vínculo com a função pública desempenhada, o que não é o caso. Dodge argumenta que sua tese leva em conta
entendimento da 1ª Turma da Corte.
“Entendeu-se que a intenção plenária não foi restringir a mudança dessa orientação jurisprudencial ao universo dos parlamentares
federais e que a interpretação da necessidade de observância dos critérios de concomitância temporal e de pertinência temática
entre a prática do fato ilícito e o exercício do cargo não foi feita em consideração ás prerrogativas específicas dos congressistas”,
afirmou a chefe do MPF.
“Na hipótese dos autos, na linha do entendimento da aplicabilidade da interpretação restritiva aos demais cargos dotados de
prerrogativa de foro especial, ainda que alheios ao Parlamento, constata-se que o crime imputado ao denunciado na denúncia (lesão
corporal no contexto de violência doméstica) não se relaciona com às funções exercidas pelo ministro do TSE”, escreveu Dodge.
“Assim, não subsiste o foro por prerrogativa de função do Supremo para processar e julgar o denunciado, afastando-se,
consequentemente, a atribuição da PGR para atuar no feito”, completou.

https://www.jota.info/stf/do-supremo/celso-de-mello-aplica-nova-regra-do-foro-privilegiado-para-ministro-do-tse-04042019
- Foro por prerrogativa de função dos Prefeitos
(i) Crime comum
Art. 29, CF/88: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se
aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência
originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
(ii) Crime de responsabilidade

(i) Impróprio: Poder Judiciário (art. 1º, Decreto-Lei nº 201/67);

(ii) Próprio: Câmara de Vereadores (art. 4º, Decreto-Lei nº 201/67).

- O art. 4°, do Decreto-Lei 201/67, menciona as infrações político-administrativas que o


Prefeito pode cometer. São verdadeiros crimes de responsabilidade, por isso o
julgamento é realizado na Câmara dos Vereadores. São chamados de crimes de
responsabilidade próprios.
Fonte: MASSON, Nathalia.
Manual de Direito
Constitucional. 7ª. ed. Salvador:
Juspodivm, 2019, p. 1092.
Súmula 208, STJ: Compete a Justiça Federal processar e julgar Prefeito municipal por
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Súmula 209, STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar Prefeito por desvio de
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
O NÃO CABIMENTO DE ADI NO STF PARA IMPUGNAR LOM
- Leis e outros atos normativos municipais não poderão ser avaliados no STF por meio da
interposição de ADI.

- Leis e outros atos normativos municipais poderão ser avaliados no TJ por meio da
interposição de ADI em âmbito estadual.
 Legitimados do art. 103:

Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1359.
- O partido político estará representado no CN quando possuir, ao menos, um
representante, ou na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
- De acordo com o STF, o ajuizamento da ação é feito pelo diretório nacional do partido
(e não pela executiva ou diretório regional ou municipal, ainda que a lei seja estadual ou
municipal).
- Se, no curso da ação, o partido político perder sua representação parlamentar no CN, a
ação direta não ficará prejudicada.
- Governador é legitimado especial e pode impugnar lei editada em outra esfera da
Federação, desde que comprove a pertinência temática.
- O STF já se manifestou no sentido de que o art. 103, da CF/88, não é norma de
repetição obrigatória para as demais entidades federadas (inaplicabilidade do princípio
da simetria).
- Em fevereiro de 2017, no RE 650.898, o STF decidiu que os tribunais de justiça podem
realizar controle concentrado de constitucionalidade em âmbito estadual utilizando
como parâmetro normas da CF, desde que sejam normas de repetição obrigatória pelos
Estados. Segundo entendeu a Corte, se a norma é de repetição obrigatória, não há
nenhuma discricionariedade para o Estado membro em incorporar ou não: a absorção é
compulsória e pode se dar textualmente ou até implicitamente.
Notícias STF
Quarta-feira, 01 de fevereiro de 2017
Plenário decide pela constitucionalidade de pagamento de 13º e férias a prefeitos e vices
O Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu nesta quarta-feira (1º) o julgamento do
Recurso Extraordinário (RE) 650898, com repercussão geral reconhecida, no sentido de que o
pagamento de abono de férias e 13º salário a prefeitos e vice-prefeitos não é incompatível
com o artigo 39, parágrafo 4º, da Constituição da República. Por maioria, venceu o voto
proposto pelo ministro Luís Roberto Barroso, que divergiu parcialmente do relator, ministro
Marco Aurélio.
O RE 650898 foi interposto pelo Município de Alecrim (RS) contra acórdão do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que julgou inconstitucional a lei municipal (Lei
1.929/2008) que previa o pagamento de verba de representação, (...)
(...) terço de férias e 13º aos ocupantes do Executivo local. Para o TJ, a norma feriria aquele
dispositivo constitucional, que veda o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de remuneração ou outra parcela remuneratória aos subsídios dos detentores de
mandatos eletivos.
O julgamento foi retomado com o voto-vista do ministro Luiz Fux, que seguiu a divergência
aberta, em fevereiro de 2016, pelo ministro Barroso. De acordo com a corrente divergente –
seguida também pelos ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes –, o
terço de férias e o 13º são direitos de todos os trabalhadores, inclusive dos agentes políticos.
A posição do relator quanto a este tema foi seguida pelos ministros Edson Fachin, Ricardo
Lewandowski e Cármen Lúcia. Para eles, prefeitos e vice-prefeitos, ministros e secretários,
deputados, senadores e vereadores são agentes políticos, diferentes dos servidores públicos em
geral. (...)
(...) A decisão foi unânime no outro tema discutido no RE 650898. O município alegava que
o TJ, no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade contra lei municipal, não
poderia verificar a existência de ofensa à Constituição Federal. Nesse ponto, todos os
ministros votaram pelo desprovimento do recurso.

Tese: Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis


municipais utilizando como parâmetro a Constituição Federal, desde que se trate de
normas de reprodução obrigatória pelos Estados.
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
 Requisitos para a criação

Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
 Poderes da CPI

Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual
de Direito Constitucional. 7ª. ed.
Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
 CPIs Municipais
- As CPIs em âmbito municipal serão instauradas em homenagem aos princípios da
simetria e da separação de poderes.
ADI 3619/SP, Rel. Min. Eros Grau: Asseverou-se que os requisitos indispensáveis à
criação de Comissões Parlamentares de Inquérito encontram-se dispostos no art. 58, §
3º, da CF, preceito de observância compulsória pelas casas legislativas estaduais
(princípio da simetria).
 CPIs Municipais
Quanto aos poderes das comissões investigativas dos Municípios, não há equivalência
com os poderes das CPIs federais ou estaduais. O encolhimento das atribuições
persecutórias na esfera municipal justifica-se por:
(1) não haver Poder Judiciário em âmbito municipal
(2) não estarem os parlamentares municipais (Vereadores) sujeitos ao mesmo regime de
prerrogativas dos demais membros do Poder Legislativo – Vereadores não possuem
imunidade formal
CHEFE DO PODER EXECUTIVO – LICENÇA
Art. 83, CF/88: O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
ADI 3.647-MA, Rel. Min. Joaquim Barbosa: O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação
direta ajuizada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB para declarar a
inconstitucionalidade do § 5º do art. 59 e do parágrafo único do art. 62, ambos da Constituição do Estado
do Maranhão, com redação dada pela Emenda Constitucional estadual 48/2005, dação dada pela Emenda
Constitucional estadual 48/2005, que estabelece que não constituirá impedimento, para efeito de
substituição do Governador pelo Vice-Governador, o afastamento do primeiro do país ou do Estado por até
quinze dias, e veda que qualquer um deles se ausente, por período superior a quinze dias, sem licença da
Assembleia Legislativa. Tendo em conta o princípio da simetria, entendeu-se haver afronta ao art. 79
("Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.") e ao
art. 83 ("O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo."), ambos da CF, haja
vista que o legislador estadual não poderia nem excluir das causas de impedimento, para fins de
substituição, o afastamento do Governador por até quinze dias do país ou do Estado, sob pena de acefalia
da chefia do Poder Executivo, nem excluir a sanção de perda do cargo prevista na Constituição Federal.
Obrigado!!!

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