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Nathalia Masson
@profnathmasson
O MUNICÍPIO NA ESTRUTURA FEDERATIVA BRASILEIRA
Autonomia municipal
Art. 1º, CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito e tem como fundamentos: (...).
Art. 18, CF/88: A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos,
nos termos desta Constituição.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 650.
Formação de Novos Municípios
Art. 18, § 4º, CF/88: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade
Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 15, de 1996)
- São 4 os requisitos para a formação de novos municípios:
(1) Edição de LC Federal, fixando genericamente o período em que poderemos ter a
formação de novos Municípios, dentre outras regras;
(2) Apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;
(3) Consulta popular por meio de plebiscito, convocado pela AL do Estado. É o TRE que
conduz a manifestação plebiscitária, que de forma alguma poderá ser substituída por
uma pesquisa de opinião ou um abaixo-assinado;
(4) Aprovação de Lei Ordinária Estadual.
- A LC Federal não foi até hoje editada. Isso significa que de 1996 em diante nenhum novo
Município poderia ter sido criado.
ADCT, art. 96: “Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de
Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos
estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação”.
ADI 4.992-RO, Rel. Min. Gilmar Mendes: O Plenário confirmou medida cautelar (noticiada no
Informativo 712) e julgou procedente pedido formulado em ação direta para assentar a
inconstitucionalidade da Lei 2.264/2010, do Estado de Rondônia. A norma questionada cria o
Município de Extrema de Rondônia a partir de desmembramento de área territorial do Município
de Porto Velho; fixa seus limites territoriais; e informa os distritos a integrarem a nova
municipalidade. O Tribunal registrou a existência de inúmeros precedentes da Corte quanto à
impossibilidade de criação de Municípios em desconformidade com a Constituição (art. 18, § 4º).
Art. 30, CF/88: Compete aos Municípios:
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual.
Competência legislativa municipal
STF
Foro dos Infrações penais
Congressistas comuns (art. 53, § 1º e art.
102, I, b, CF/88)
AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso: As normas da Constituição de 1988 que estabelecem
as hipóteses de foro por prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente,
aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em
razão dele.
Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado
Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo
ocupando o cargo de parlamentar federal.
Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito
não apresentar relação direta com as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado.
https://www.jota.info/stf/do-supremo/celso-de-mello-aplica-nova-regra-do-foro-privilegiado-para-ministro-do-tse-04042019
- Foro por prerrogativa de função dos Prefeitos
(i) Crime comum
Art. 29, CF/88: O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição,
na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII, pela
Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Súmula 702, STF: A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se
aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência
originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.
(ii) Crime de responsabilidade
Súmula 209, STJ: Compete a Justiça Estadual processar e julgar Prefeito por desvio de
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.
O NÃO CABIMENTO DE ADI NO STF PARA IMPUGNAR LOM
- Leis e outros atos normativos municipais não poderão ser avaliados no STF por meio da
interposição de ADI.
- Leis e outros atos normativos municipais poderão ser avaliados no TJ por meio da
interposição de ADI em âmbito estadual.
Legitimados do art. 103:
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1358.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 1359.
- O partido político estará representado no CN quando possuir, ao menos, um
representante, ou na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal.
- De acordo com o STF, o ajuizamento da ação é feito pelo diretório nacional do partido
(e não pela executiva ou diretório regional ou municipal, ainda que a lei seja estadual ou
municipal).
- Se, no curso da ação, o partido político perder sua representação parlamentar no CN, a
ação direta não ficará prejudicada.
- Governador é legitimado especial e pode impugnar lei editada em outra esfera da
Federação, desde que comprove a pertinência temática.
- O STF já se manifestou no sentido de que o art. 103, da CF/88, não é norma de
repetição obrigatória para as demais entidades federadas (inaplicabilidade do princípio
da simetria).
- Em fevereiro de 2017, no RE 650.898, o STF decidiu que os tribunais de justiça podem
realizar controle concentrado de constitucionalidade em âmbito estadual utilizando
como parâmetro normas da CF, desde que sejam normas de repetição obrigatória pelos
Estados. Segundo entendeu a Corte, se a norma é de repetição obrigatória, não há
nenhuma discricionariedade para o Estado membro em incorporar ou não: a absorção é
compulsória e pode se dar textualmente ou até implicitamente.
Notícias STF
Quarta-feira, 01 de fevereiro de 2017
Plenário decide pela constitucionalidade de pagamento de 13º e férias a prefeitos e vices
O Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu nesta quarta-feira (1º) o julgamento do
Recurso Extraordinário (RE) 650898, com repercussão geral reconhecida, no sentido de que o
pagamento de abono de férias e 13º salário a prefeitos e vice-prefeitos não é incompatível
com o artigo 39, parágrafo 4º, da Constituição da República. Por maioria, venceu o voto
proposto pelo ministro Luís Roberto Barroso, que divergiu parcialmente do relator, ministro
Marco Aurélio.
O RE 650898 foi interposto pelo Município de Alecrim (RS) contra acórdão do Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) que julgou inconstitucional a lei municipal (Lei
1.929/2008) que previa o pagamento de verba de representação, (...)
(...) terço de férias e 13º aos ocupantes do Executivo local. Para o TJ, a norma feriria aquele
dispositivo constitucional, que veda o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono,
prêmio, verba de remuneração ou outra parcela remuneratória aos subsídios dos detentores de
mandatos eletivos.
O julgamento foi retomado com o voto-vista do ministro Luiz Fux, que seguiu a divergência
aberta, em fevereiro de 2016, pelo ministro Barroso. De acordo com a corrente divergente –
seguida também pelos ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Dias Toffoli e Gilmar Mendes –, o
terço de férias e o 13º são direitos de todos os trabalhadores, inclusive dos agentes políticos.
A posição do relator quanto a este tema foi seguida pelos ministros Edson Fachin, Ricardo
Lewandowski e Cármen Lúcia. Para eles, prefeitos e vice-prefeitos, ministros e secretários,
deputados, senadores e vereadores são agentes políticos, diferentes dos servidores públicos em
geral. (...)
(...) A decisão foi unânime no outro tema discutido no RE 650898. O município alegava que
o TJ, no julgamento de ação direta de inconstitucionalidade contra lei municipal, não
poderia verificar a existência de ofensa à Constituição Federal. Nesse ponto, todos os
ministros votaram pelo desprovimento do recurso.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
Poderes da CPI
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
Fonte: MASSON, Nathalia. Manual
de Direito Constitucional. 7ª. ed.
Salvador: Juspodivm, 2019, p. 805.
CPIs Municipais
- As CPIs em âmbito municipal serão instauradas em homenagem aos princípios da
simetria e da separação de poderes.
ADI 3619/SP, Rel. Min. Eros Grau: Asseverou-se que os requisitos indispensáveis à
criação de Comissões Parlamentares de Inquérito encontram-se dispostos no art. 58, §
3º, da CF, preceito de observância compulsória pelas casas legislativas estaduais
(princípio da simetria).
CPIs Municipais
Quanto aos poderes das comissões investigativas dos Municípios, não há equivalência
com os poderes das CPIs federais ou estaduais. O encolhimento das atribuições
persecutórias na esfera municipal justifica-se por:
(1) não haver Poder Judiciário em âmbito municipal
(2) não estarem os parlamentares municipais (Vereadores) sujeitos ao mesmo regime de
prerrogativas dos demais membros do Poder Legislativo – Vereadores não possuem
imunidade formal
CHEFE DO PODER EXECUTIVO – LICENÇA
Art. 83, CF/88: O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
ADI 3.647-MA, Rel. Min. Joaquim Barbosa: O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação
direta ajuizada pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro - PMDB para declarar a
inconstitucionalidade do § 5º do art. 59 e do parágrafo único do art. 62, ambos da Constituição do Estado
do Maranhão, com redação dada pela Emenda Constitucional estadual 48/2005, dação dada pela Emenda
Constitucional estadual 48/2005, que estabelece que não constituirá impedimento, para efeito de
substituição do Governador pelo Vice-Governador, o afastamento do primeiro do país ou do Estado por até
quinze dias, e veda que qualquer um deles se ausente, por período superior a quinze dias, sem licença da
Assembleia Legislativa. Tendo em conta o princípio da simetria, entendeu-se haver afronta ao art. 79
("Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.") e ao
art. 83 ("O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional,
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo."), ambos da CF, haja
vista que o legislador estadual não poderia nem excluir das causas de impedimento, para fins de
substituição, o afastamento do Governador por até quinze dias do país ou do Estado, sob pena de acefalia
da chefia do Poder Executivo, nem excluir a sanção de perda do cargo prevista na Constituição Federal.
Obrigado!!!