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CAUTAS EiE
CAMIL9CAS
TEIPBUANCO
Digitized by the Internet Archive
in 2010 with funding from
University of Toronto
http://www.archive.org/details/cartasdecamilocaOOcast
CARTAS DE CAMILO
CASTELO BRANCO.
: : : :
DO COORDENADOR
Sonetos— 1904.
Cantigas para os ranchos k iocíli.iras de S. João —
(de colab,) — 1905.
Chronicas de Praia 1905. —
Portuguezes por mãos de rsTRANiios (trad.)
I— Herculano — 1905.
II— Luiz de Camões— 1906.
Desenhadores Portugueses de «ex-lip.risd— 1908.
A Arvore & o Homem — i.** ed. 1909 ; 2.'' ed. 1913.
Versos— 1909.
Cantigas— i.^ ed. 1909; 2." ed. 1911.
Jogos Floraes de Salamanca — Poesias premiadas (de
colab.)— 19 10.
Folclore da Figueira da Foz, 2 vols. de colab.—
1910— 1912.
O Fidalgo Presunçoso— 1912.
Pompeia — 19 12.
Cantos e Dansas Portuguesas no século xvui — in
Gazeta da Figueira, (Set. a Out. de 1916).
A Murraça, de Camilo (com prefácio) 1916.
Gravura Popular Portuguesa, in Terra Porliigiicsa>
n.*'^ 9 a ... —(1907).
Cartas de Camilo- Coordenação, Prefácio c Notas
-1918.
NO PRELO
Cartas de Camilo -2 ° vol.
Terpsvchope (Doze dansas em prosa e verso.)
EM PREPARAÇÃO
Desenhadores Portugueses de «ex-libris» — 2.'' edição
ilustrada.
Auto da Barca do Purgatório^ de Gil Vicente (trad.)
CARTAS
DE
CAA4ILO
CASTELO BRANCO
COLECÇÃO, PREFACIO
E NOTAS DE M. CAR-
DOSO AL\RTHA : : : : :
í"^^)
H. ANTUNES, Editor
Rua Buenos Ayres, 145 Travessa da Espera, 11
PIO DE JANEIRO LISBOA
MDCCCC XVIII
V-'^
FEZ-SE DtSTE VOLUME, E FAR-SE-A liOS SEGUIN-
1}
i^ammmÊnm
í-%s«-
y-
que parece.
(1) A 'Hevista, uma das boas publicações lilerárias que entre nós (cm
vindo a lume, começou no Pôrlo em 15 de julho de 1903, e concluiu com o
n.° 9 do 3.° ano (15 de março de 1906,) Além das carias dadas á publicidade
pelo dr, Meira, das quais se fez depois uma tiragem em separado, inseriu ain-
da A Tijvtsla ; Fragiw7ito d'um esíuJo sobre a Itvgiiagem de Ca-
millo, pelo dr. Júlio Moreira; e As tiragens especiaes d-i obra de Camillo,
por Henrique Marqnes.
X
pág. 193, «Opulentador da lingua portugueza» lhe chamou Castilho, que era
entendido no assunto. No parecer de Camilo, era ela uma das mais
altas expressões da nacionalidade. Convicto de que linha chegado o momento
histórico do deperecimento da raça, o perigo de vida nacional, quii com a
sua obra deixar um protesto, e reagir contra os agent.s mórbidos que por Ioda
a parte surgiam, chamando cora seus livros os portugueses ao amor do
torrão natal, e fazendo ressurgir a lingua mais bela, mais rica, mais glorio-
XI
sa, «Quando perdemos a independência no fim do século XVI, diz êle nnma
medravam galhardamente no Portugal
caria a Inocêncio F, da Silva, as lettras
de D, João III,^ Era isso, a meu ver, symptoma de resurgirmos, porque o vigor
intellectual sobrevivia á derrota do pulso degenerado dos portaguezes, Hoje, po-
rem, presinto que morreremos, a um tempo, covardes e estúpidos. . , Ao latim
barbaramente infortilhado da edade-media damos como confronto este poriu-
guez que nos querem ensinar. Nós, já agora, men amigo, morreremos no acata-
mento de Luiz de Sousa. ,»
(1) «Camillo Castello Branco foi gerado no periodo mais intenso d'um
amor violento, e esse na determinação etiológica do seu
facto é importante
génio.» Paulo Osório— CíjwhV/o, a sua vida, o seu génio, a sua obra, —
Porto, 1908, pág. 155.
terária de Camilo, Certo, criou inimigos; mas todas as invejas, lodos os ran*
cores que a sua obra desencadeou, se desfizeram como o fumo no ar. Hoje, á
volta da grande figura mental do maior prosador do século XIX, ha apenas
nm silêncio respeitoso cortado por aplausos de admiração,
O publico ledor, posto que ondoyant et divers, como lodos os públicos,
conserva se-lhe fiel, e iê-o com entusiasmo- Ama a sua obra, compreendendo
que ela é muito sentida, que o seu autor se encarnou nas suas personagens, e
lhes transmitiu a própria personalidade.
Poucos escritores teem tido em Portugal um Iam multiplicado número de
edições.
XV
(1) Creio piamenfe qae Camilo leu quanto se podia ler, e escreveu ludo o
que era possível escrever. Ajunloa em si a actividade de mai(os escritores —
qaae uma literatura, Em 63 anos de existência era impossivel fazer mais,
O Dr, João de Meira prova a amplíssima cultura Camiliana no artigo
Para a biographia de Camillo, ia FoUia Ja \oiíe, do Porto, de 5 de abril
•de 1905,
XVII
simo Camilo, para que se não diga, como éle disse, que
«« respeito de cartas, as únicas que dão dinheiro em Por-
tugal são o Secretario dos Amantes; e, quando havia la-
XVIII
C. M.
Povoa de Varzim
I de y.bro 1875.
E sou de V. Es..'^
Camillo e. £3r.'^
O
Ex."'° Am.'
portando.
Quer-se pessoa q. tome a seu cargo o fazer
carrejar a mobília da estação p.^ caza. Lembra-
\a-me ir eu mesmo dirigir estas enfadonhas coi-
sas ; mas receio não poder dormir nos leitos das.
vanisa-me.
De V. Ex.^
1875-
II
P Rlberto Braga
um
Meu presado A. Braga
Alberlo Braga foi
Meu Amigo
H
12
uma hora.
Abraça-o o seu
amigo grato
C Castello branco
(] niberto Pimentel
Um dos mais opero-
sos escritores da atnalida- Meu presado coli.ega e amigo
de, e dos maiores amigos
A. Pimentel (*)
e admiradores do Mestre,
amisade e admiração qne
piedosamente prevalecem,
como o provam os volu-
Sabe perfeitamente que, aos 5
mes que escreveu toman- de agosto de 1709, o padre por-
do-o por assunto, ou á sua
tuguez-brazileiro Bartholomeu Lou-
obra, O Fomance do
l^mancista e Os Amo- renço de Gusmão, inaugurou a
res de Camillo, tantas
avul-
aerostatica, setenta e quatro annos
rezes aqui citados,
tam entre esses, Em 1900 antes que os irmãos Montgolfier
estampou a comédia iné-
dita de Camilo O Lubn-
a praticassem em França.
hoineni, escrita 50 anos O invento do padre chamou- se
antes.
Publicou ainda A,
a Passarola, em razão de ter a
Pimentel dezenas de livros forma de pássaro, crivado de mul-
sobre os mais variados
tiplicados tubos, pelos quaes coava
assuntos — história, poe-
sia, crítica, romance, cró- o vento a encher um bojo que lhe
nica, etc — dos quais lem-
dava a ascensão ; e, se o vento
brarei Atrave^ do 'Pjò-
sjdo, qA Jornada dos mingoasse, conseguia-se o mesmo
Séculos, dos
Idyllios
Reis, As amantes de D.
effeito, mediante uma serie de fol-
Anien. (')
Do seu etc.
C Castello branco
(') Esta poesia sairá já, anos antes, impressa com li-
do coração
amigo velho
Camillo Castello branco
n=il
( )
Refere-se a um descarrilamento na linha do Mi-
nho, próximo a S. Romão. Este episódio é também o
assunto de uma carta a Bulhão Pato, adiante publica-
da, e datada de 21 de Outubro de 1878, data de que esta
poderá aproximar-se.
24
28-9-84.
Do seu velho e grato amigo
Camillo Castello branco
Adeus, etc.
(I)
Esta carta foi publicada pelo seu destinatário no-
Diário Illiísirado de i de abril de 1887, pospondo-lhe os.
seguintes curiosos comentários que a esclarecem.
( ) Do livro Rainha sem reino.
28
31. £P.
fr=íl
í^^
A^ /; R Rle?^andíJé da Conceição
í:::^
z^;^^
^ TTl^ku^L^L^
E', dos poetas de se-
Meu Amigo
gunda grandeza, um dos
mais dignos de atenção e O meu nome ao dispor de V.
leitura, pela curiosa evo-
Ex.**; e q.^" eu poder, escreverei
lução do seu espirito tra-
duzida na obra que dei- com a melhor vontade.
xou, evolução que vai, na
Vim p.^ o campo, cuidando que
(rase de Th, Braga, «des-
último subsequentemente
esciiptos d'ella. Vejo-a mais na
insertas são anteriores á
celebérrima polémica en- dispensa que no gabinete —e faz
tre os dois, polémica a que
deu origem o romance A
bem
Corja; os despojos dessa
luta, esparsos pelos jor-
De V. Ex.^
nais temporáneos. foram Am.° obg.° e coU.^
depois reunidos na Bohe-
mia do Espirito, O va- C Castello branco
lor de Conceição, que ou-
sara meair-se com um
S. M. de Seide
dos maiores polemistas.
29 de Junho 1876
34
4
35_
Meu Amigo
De \'. Ex."
Am.*^ e cr.° obg.'^"
Seide
8 de Dez.o 78
C Castello branco
fl Alfredo Carvalhais
fí
Ex.'^° Snr.
Nada mais sei dç^te
de V. Ex.'-'
adm.*"' e collega
C Castello branco
18-9-79
VI
R Rlice ^Aoderno
Ex.'"^ Snr.
E' grande a bagagem
literária desta ilustre mi-
em pu-
Leem-se depressa os versos de
caelense, dispersa
blicações não só açoria- V. Ex.^ porque são bons — são a
nas, como do continente e
Brazil, ressaltando em to-
alma em flor e perfumes dos 19-
P fllvaro dç Castelões
~^
E' nm ilustre enge-
Ir=n
VIII
R RIves Mendes
o cónego Aniónio Al-
es Mendes da Silva Ri-
t*ro, falecido ha poucos
nos, foi, durante a saa
eração, o detentor das
Ao seu presadissimo amigo
randes iradições da pa- Ex.™° Alves Mendes agradece
enética portuguesa.
Aliando a elevados
oles de palavra qualida-
de escritor distinto, CAMILLO CASTELLO BRANCO
eixou vários livros apre-
iados pelo seu valor in-
rínseco moldados em fi-
o exemplar da Pátria litteraria q.
lmo dizer, Sobressaem
ntre eles o volume de vale mais que a pátria geographi-
iagens Itália (1878); O ca (').
^riorado de Cedofeú
a-ySSl), e Herculano
!), célebre oração fú-
ebre do grande historia- S. MIGUEL DE SEIDE.
or. A maior parte dos
eas opúsculos oratórios
ca reunida nosvolumes
Utcursos (Inéditos e
ri
ispersos) Lisboa, 1889;
Orações e ''Discursos,
'orto, 1906),
Também se distin-
aio como polemista \0s
teus pUigios
^homista ou
(1883)
íolista ?
;
to permanente de Cami-
lo lhe deveram trazer,
Além de vários originais e
traduções que subscreveu
com 03 pseudónimos de
(1)Nome com que Camilo escre-
Lopo de Souza e Gastão via aD. Ana Plácido durante o tempo
Vidal de Negreiros, deu a que duraram o? seus amores secretos.
lume, com o seu nome,
Vid. António Cahra.\—Cami//o cie Perfil.
I.IÍ7 coada por ferros,
Este telegrama é datado de Bra-
em 1862,
ga, 6 de Julho de 1859.
56
II (')
III
Anna Augttsfo.»
Minha filha
vo. (')
Ad.*, adoradinha.
Teu
Cam.°
D
Creio que cheguei ao termo da vida.
Resigna-te, m.^ querida, e até á morte, adora-
da Anna Augusta. Agarra-te á vida que é a ta-
boa salvadora d'este que está ao pé de mim
íilho
Camillo (*)
NiNINHA
Teu
D
Filha
Mmi lio
D
M.* FILHA
Manda ao Florindo.
São 9 da noute.
Teu
fni
lL=iJ
M.^ FILHA
10 Vá da manhan.
Parei no Louvre, e provavelmente não passa-
rei d'aqui. Viver na Foz, sem a m.* Annica, não
comprehendo. Irabalhar forade caza também
não. Fiquei aqui a ver se posso estar alguns
dias como diversão de ares. Se não poder, vou-
me embora e iremos depois fazer o passeio pela
provincia.
Tenho a cabeça m}° azoada, e a vista não
me alcança o q. escrevo.
Não mandes nada de roupa, p.'" emq.'"
Beijo-te os olhos e o coração.
Recados aos Filhos.
Teu
e.
63
Na estação
Teu
Camillo
Teu
Camillo
n==n
I>=1J
Teu m.'*' do c.
C. Castello branco
O
66
Minha filha
Beija-te o teu
Camillo
O
X
correspondente de Camilo
DRIXO t)A SlI.VA (')
De V. Ex.^
affectivo e obg."'° admirador
S. INI. de Seide
i8 de Março 18S5
o que é peor.
bemos I
mente.
Agradece-lhe todas as suas finezas o de
V. Ex.^
s. c. 5-4-75.
C. e. ^r."'
Meu Amigo
Meu Amigo
De V. Ex.^
C Casíello £8ranco
XIII
R Rntónio Vicente
Meu bom Amigo
Sefundo ama nota es-
tampada no jornal O I.e-
me. n.o 19, de 3 de abril Quem lhe disse que eu não irei
de 1913, «António Vicente ao Porto .^
rr=n
l!=U
gnadamente.
Am.° do c.
n==n
XIV
fl fizevedo Castro
Ex.'"^ Sr.
o brazileiro José An-
W.nio de Azevedo Castro,
natural do Rio, formou se Não precisava V. Ex.^ interpor
no seu país em sciências
sociais e jurídicas. En-
medianeiro para me communicar a
trando na política e no honra da sua carta. Recebi as
iornalismo. dirigia algu-
duas quasi simultaneamente, por
mas publicações periódi'
cas, e exerceu durante o isso não respondi á primeira.
império diversos cargos pú-
Tenho um grande dissabor em.
blicos, já no seu país, já
De V. Ex.^
criado e respeitador
S. Miguel de Seide,
17-1-86
Ex.*»" Sr.
Ao dispor de V. Ex.^
o coUega e servidor m.'" agradecido
Seide
5/5/86
XV
fl Bulhão Pato
1
\ Querido Amigo
Manejando tão bem a
prosa como o ve'so, é so-
Voltando do Porto encontrei a tua
bretudo como poela que
Bulhão Pato marca na cartinha. Vou averiguar o que per-
nossa literatura. Foi o úl-
guntas, e depois te responderei
t mo dos banos românti-
cos. Sem reqaintes de mais espaçadamente. Mas já te
forma nem altos voos de
posso dizer que o pobre Paganino,
inspiração, lê-se no entan-
to com prazer a sua ; de q."^ me contaste ahi o tristís-
musa é facil, ligeira, amá-
simo romance, não tinha, que eu
vel, por vezes ferindo uma
delicada nota de ironia. saiba, familia em Guimarcães (^).
Da sua lo.iga obra
apontarei: Versos, 'Ki-
quita, Cantos e Sáty- Gostaria muito de te abraçar
raa, Hoje, Flores Agres-
nesta tua casa; mas não te acon-
tes, Livro do Monie —
poesia; e em prosa: Di- selho a que venhas agora ao norte,
gressões e novellas, Sob nos
com a ferocíssima invernia q.
os ciprestes, Tatua-
gens, Tortiigue^es na está fustigando. Imagina tu que o
índia, Na bréclia, 'T{e-
thermometro marcou ante-hontem,
na7t e os sábios da
^Academia, etc. no Porto, 1 grau negativo! Brr!
Falecea ha an"s. no
Até um destes dias.
Feu voluntário exílio do
Monte (Caparica) em qua- Teu de sempre
se completa pobreza.
\
Camillo
Teu do coração
C. C. branco
Camillo
R Cândido de Figueiredo
Ill."^° Ex."^" Sr.
Demasiado conhecido
é este nome para que eu
o relembre aqui, Tem-
peramento de complexas Agradeço-lhe o brinde do seu'
aptidões, romancista, poe-
livro. Já conhecia versos de V.
ta, crítico, jornalista, filó-
logo, foi neste último ra- Ex.^, bem que, em idade muito
mo do saber aue fixou os
de prosa, escassamente os leio e
seus estudos e atenções,
dando-nos trabalhos de poucas vezes os intendo. Entendi^
grande valor, ta's como o
porem, os de V. Ex.^, e parecem-
"Biccionatio da Liiifriia
e a de Garrett, e a de todos os
Miséria, Quadros Cam-
biantes, Tasto, Figuras grandes obreiros num momento de
literárias, etc,
desalentada fadiga. Escreva ;
por-
L-
que d'hoje a 10 annos V. Ex.*
hade ter muitíssimas saudades do tempo em qua
escreveu o seu bellissimo livro.
De V. Ex.«
adm.*^'' affectivo e cr.°
Porto, 10 de
Fevereiro i868.
Porto, 6 de
fevereiro 1868
D
109
De V. Ex.«
Porto 17 de
Março 1868
De V. Ex.^
adm.^'' e coUega obgd.'""
Camillo Castello ^.'^"
Porto
7,6 71
V. Ex."
tão admirador qt.° agradecido
Porto
3/2/71
112
1873
Ramáiana.
113
De V. Ex.'
collega e am." obgd."^"
e. Castello B.""
Coimbra,
190/75
n
III.'"" Ex. Sr.
De V. Ex.^
Collega e am.° obg.°
Camillo Castello éBranco
De \\ Ex.^
adm.'''" e cr.^ obgd.°
Camillo Castello branco
C. de V. Ex.a,
Quinta de Seide,
28/5/81.
Ex.^° A.M.°
n==n
[LJ]
Meu Amigo
de glorias litterarias.
S. Miguel de Seide,
i8 de Abril de 188^.
De y. att.° \'."'
e cr.° oh."^^
Camillo Castello branco
S. C. 9-3-So
III."" Snr.
[Til
Ro Conde de Monsaraz
o l.<^ conde de Mon- A Aí A CEDO Papança.
saraz, Dr, António de Ma-
cedo Papança, foi, sem Muito obrigado pelas Telas
favor, um dos primeiros
poetas porfaíueses do sea
Históricas. Muito talento, versos
tempo, e o nosso primeiro assombrosamente bem feitos, e
poeta regionalista. Filia Jo
na escola parnasiana, tra-
muita injustiça.
duziu Coppéi, escreveu
as TeUs Históricas, Ca-
e
Do seu admirador
Ui.^-ina de oAthayde, Carnillo Castello £Branco
e!c
é o maravilíioso volume
0=0
Musa Q/lli^mtejaiia, onde
a pitoresca vida e paisa-
gem daauela província são
pintadas nas cores mais
flagrantes, e fun lamente Agradeço a V. Ex.a lembrar-se
sentidas Faleceu era Lis-
boa em 1913
d' este seu admirador, em annos
já tão frios e incapazes de admi-
rações pelas formosas coisas da poesia.
Tem V. Ex." o condão de ser bom e amo-
ravel no meio dos seus satanismos métricos.
Os da escola de V. Ex.'\ por via de regra
alinham todas as consoantes perversas que podem,
e nem sempre respeitam Deus mais do que
que a grammatica. Quando fallo na escola, não
% comparo V. Ex.^ como idealista aos da filhos
De V.* Ex.^
n R
10
XX
De V. etc.
Fragmenio de Caria
Seu admirador
Camillo Castello branco
i9-2."'-8o.
h D. Eufrásia Carlota de Sá
Lisboa, 28 de Dezembro
Esta senhora era pro-
prietária duma casa de [de 1860?]
hóspedes no Pôrlo, rua do
Bomjardim, onde Camilo Minha Amiga
viveu algum tempo, Quan-
do D, Ana Plácido, por
imposição do primeiro Sei que D. Anna está em Coim-
marido, que achava in-
bra, donde decerto não sahirá hoje
sustentável a cohabitação,
se recolheu a casa do ne-
nem amanhan. Em Lisboa
talvez
gociante Agostinho Fran- tenho alguma segurança porque
cisco Velho. D, Eufrásia,
num dos três dias que du- confio em amigos mas, se o ho-
;
Seu do c.
Camillo
D
Minha Amiga
Mmi lio
R Eugénio de Castro
... Sr. Eugénio de Castro :
E. de C. conseguia criar
uma arte sua, que tem
imposto ao respeito de
gregos e troianos em ma- (•) Entende-se esta referência com
téria literária.
a poesia intitulada Chora ! que o poeta,
então de 15 anos de idade, inseriu a pag.
97 do livro Canções de Abril 1884). Tinha morrido a pe-
i
D
XXIII
R Guilhermino de Barros
"A Ill.™° Amigo
Foi nm dos mais lem-
brados companheiros da
mocidade do Romancista. Tive o prazer de ver em mi-
Em 1848 (Vid Bohémia nha casa seu thio, e por elle tive
do Espirito) frequenta-
vam ambos a paupérri- as mais lisongeiras novas de V.
ma biblioteca de ViiaRial
S.^ De mim o que posso dizer-llie
de Traz-os-Montes,
Escreveu um loman- é que estudo tlieologia, e d'aqui
ce histórico, O Caslello deduza V, S.^ o meu futuro tão
de Monsanlo, Foi lam-
bem poeta de certo rele- imprevisto ! Vou aqui redigir um
vo; atesta-o o seu vol . de jornal chamado o Christianismo, (O
versos Cantos do fim do
século, (Lisboa, 1894). Vi uma sua excellente poesia
Com este livro concorreu religiosa no CathoLico. Em nome
em 1886 ao prémio D.
Luís !, da Academia das da grandiosa inspiração que lh'a
Sciências, tendo Pinheiro
deu, peço-lhe que escreva alguma
Chagas dad i então do li-
De V. S.*
Am.° obrigad."'°
C. Castello £3r.'^
Meu Amigo :
Amigo agradecido
C. Castello B.'^
e. Castello £3."^
D
Meu caro G.
De V. S. am.° e obg."^'*
C. Castello £8S°
O
156
Meu Amigo :
Seu do coração
e. Castello ^.^°
Meu AiMiGo
25 de janeiro de 1879.
Seu dedicado
e. Castello ^.'°
Dl
XXIV
h Henrique Coutinho
12
Foi negociante de chape- Meu amigo Henrique Coutinho (')
laria no Porto, e Camilo
seu freguez e amigo. Exer-
cea depois o lugar de oficial
Se eu tivesse uma posteridade
na antiga Procuradoria Ré- intelligente e que herdasse os sen-
gia do Porto. Reside atual-
em Lisboa, onde vol-
timentos da minha alma, V. Ex.*
mente
tou a entregar-se á vida q. é novo, teria de presenciar com
comercial.
Cheio de piedosa saudade
prazer a gratidão dos meus filhos.
Abraça-o cordealm.**
o seu amigo
S/C 16/3/85.
Seide, 26-3-85.
De V. Ex.^
amigo obrigadíssimo
Camillo Castello branco
O
XXV
R ]úlio de Castilho
(SEGUNDO VISCONDE DE CASTILHO)
Meu am.° e Ex."^" Sr.
I ilho do eminente poeta
António Feliciano de Casti- São respeitáveis os escrúpulos
lho, e êle próprio um poeta
de V. Ex.^ Eu só por mim não
distintissimo , historiador
bibliógrafo, arqueóloío, jor- ouso deliberar se V. Ex.^ pode re-
nalista Em 1889 publicou ceber impeccavelmente os 2:200
as Míinuelinas, formosas
poesias inspiradas, como reis (')• Isto é matéria costeira e
o nome do livro indica, na
época do rei venturoso Mas (') Eis como o sr. Alberto Telles re-
o sen titulo de glória é a fere o caso no seu apreciável volume
obra Lisboa Antiga, onde
Camillo Castello Branco na cadeia da
o escritor se revela em todas
De V. Ex.^
Adm.^'' e am.° dedicadíssimo
CARTAS a
II —Alberto Braga 7
III — AlbertoPimentel 15
IV — Alexandre da Conceição 31
V —Alfredo Carvalhais 37
VI — Alice Moderno 41
VII — Álvaro de Castelões 45
VIII — Alves Mendes 49
IX — Ana Augusta Plácido 53
X — António Alexandrino da Silva 69
XI —António A. dos Santos Silva 73
XII —António Francisco Barata 77
XIII —António Vicente 83
XIV — Azevedo Castro 89
XV — Rarão da Trovisqueira 95
XVI -Bulhão Pato 99
XVII —Cândido de Figueiredo 105
XVIII — Casimiro José Vieira 119
XIX — Conde de Monsaraz. 125
XX —Domingos Manuel Fernandes 131
XXI— Eufrásia Carlota de Sá. . .
137
XXII— Eugénio de Castro 143
XXIII — Guilhermino de Barros 147
XXIV— Henrique Coutinho 16
XXV— Júlio de Castilho. 167
.< ERROS DA ESCRITURA.)
cológico.
Pág, 75, nola, leia Gni.in em vez de Guido.
Pág. 80, linha 1, leia devolver em vez de desenvoher.
Pág. 158, linha 18, leia Eslou commenlaado, em vez de Ente commen-
lando.
LISBOA
= CENTRO TYPOGRAPHICO COLONIAL
= Largo Bordalio Pinheiro, 28
===^
1918
SONK riSIAS POUl L(il Ksr^s
POR
M. CARDOSO MARTHA
A APARECER BREVEMENTE
CA/nil9CAS=
TCIPBUANCQ
^-
CARTAS DE CAMILO
CASTELO BRANCO.
DO COORDENADOR:
O Pagode (Jornal de caricaturas)— 1902 (3 n.°').
Sonetos — 1904.
Cantigas para os ranchos b fogueiras de S, JoÃo -^
(de colab.)— 1905.
Chronicas de Praia — 1905.
PORTUQUEZES POR MÃOS DE ESTRANHOS (trad.): I — HER-
CULANO —
1905. II — Luiz de Cauõks 1906. —
Desenhadores Portugueses de «ex-libris» — 1908.
A Arvore & o Homem - 1.» ed. 1909; 2.* ed. 1913.
Versos - 1909.
Cantigas - 1.» ed. 1909; 2.» ed. 1911.
Jogos Floraes de Salamanca — Poesias premiadas (de
colab. com vários) - 1910.
Folclore da Figueira da Foz, 2 vols. de colab. COm
Augusto Pinto - 1910-1912.
O Fidalgo Presunçoso — 1912.
Pompeia — 1912.
Cantos e Danças Portuguesas no século xviii — in
CAMILO
CASTELO BRANCO
COLECÇÃO, PREFÁCIO
E NOTAS DE M. CAR-
DOSO MARTHA : : : : :
II
^
Carnillo Castello Branco
t-
16
De V. Ex.^ etc.
]
vis e eclesiásticos do
soens: — valer aos afflictos. — He I país, coligiu materiais
preciosos, que lhe per-
pois a V. S.' que me dirijo :
— I
;
mitiram a publicação
úos Portugaliae Monu-
serei eu minha atrevida
feliz nesta ;
De V. S."
servo muito admirador
é de Villa do Conde.
De V. S.*
Att.° ven.or e cr.°
S. C. 5 de Janeiro
de 1868
Camillo Castello Branco
De V. S.'
Att.° Ven."'
'
obter muitas assignaturas, t'as re-
mais ilustre. Nasceu •
se bacharelou em dl- \
ctuosas.
Nada me dizes sobre o A. Gama? Não lhe
entregaste a papelada?
Do c. desejo allivios aos teus padecim.tos
Tem juizo, e trata de ti a valer.
Do teo
14 Caniillo.
A. Avelino César Calisto
Avelino Ceiar Au- III.""» e Ex.*"*» Sr. Doutor Ave-
gusto Maria CaliSto,
lino César Callisto.
natural de Coimba,
foi lente catedrático
de Direito na Univer-
sidade, onde se dou-
Na 27. lição lithographada,
torara em 1868. E' au- proferida por V. Êx.* na aula de
tor dal:4U;!s compên-
Direito Ecclesiastico Portuguez,
dios escolares.
Tornou-se mufto po- no corrente mez de março, lê-se
pular em Coimbrapeias
o seguinte período
suas manias mavórtí-
cas e outras excentri- . -E no emtanto, a intelUgen-
cidades.
cia do grande Marquez já foi
posta em duvida por uma das inteUigencias de
maior vulto da nossa moderna litteratura. Mas
desgraçada intelllgencía ! Ella é posta em al-
moeda e ao serviço de qualquer causa em troca
de miseráveis e mesquinhos interesses. Intelli-
gencia mercenária que convenientemente dirigida
seria a gloria de um paiz, e d' este modo a des-
honra de uma litteratura e do paiz a que per-
tence.
Venho pedir a V. Ex." a mercê de declarar
se o abaixo assignado é o escriptor a quem
V. Ex.^ dirige as allusões injuriosas do periodo
trasladado.
S. Miguel de Seide,
23 de março de 1883.
Camillo Castello Branco ^
I
A Epistola de V. £x.* ao Sr.
18S2. Doutorou-se em ;
e admirador sincero
'
Camillo Castello Branco
'
i
Entusiasta por coisas I
3 de setembro de 1866.
1 de teatro, tem si lo au- |
pela primeira vez trou- ; sua ida para Coimbra. Vá. Re-
xe a Lisboa Sarah
'
! Bernhardt
ceba aquella iniciação do futuro,
lem na sua baga- que o ha de ter magnifico.
gem lits) ária osroman- honro-me muito
ces Dois génios dif-
Honra-me e
j
ferentes (1866J sobre a \ com a dedicatória do seu romance.
I
!
qual
que
versa a carta
seguo, Eulália
| — £ sobremodo me lisongeia as-
\
(ibCS); os dramas O sociando o meu nome ao de seu
Bobo, Arco de Sant'
'
Atina, Os Fidalgos da
pai no livro da sua juventude lit-
I
Casa Mourisca e O |
teraria (^) já bella, já esperanço-
'
Sei lo da Roda, e as 1
sissima.
;
comédias Na boca do \
!
lobo, O primeirodes- \ Disponha d'este cenóbio do
gosto, Comedia e tra-
\
j
Minho onde tracto de bestificar-
j
gedia, O marido de
duas mulheres, etc.
|
me e engordar.
Entrou na questão
j
Penna e Espadail^QGi.
!
|
\
Nada averiguei à-
Amigo de. CASimiio
cêrca deste corres-
pondente de Camilo, Sinto que esteja longe, nesta
por mais diligências
occaslão em qiie tanto queria fa-
que empregasse.
lar-lhe no assumpto cuesobre
lhe escrevo. Eu quizera ser um rico,, para me-
lhorar a sorte das infelizes religiosas de Lorvão.
Deus cingiu-me n'um annel de pobresa, onde me
é forçoso ver restringidos os voos da minha
alma, incompatíveis com as minhas posses.
Lembrou-me um meio e só esse tenho: é o
cabedal da minha pouca intelligencia. Resolvi
publicar as minhas poesias completas applicando
o producto áquellas senr.*^ mas, para isto,
preciso que V. convide os assignantes por meio
do jornal. O administrador, o gerente, e o en-
carregado da cobrança deve ser Francisco Pe-
reira de Azevedo.
Se approvação do meu amigo,
isto tivesse a