1.1. A humanidade de Cristo. Paulo pregava sobre a humanidade de Cristo, que nasceu de mulher: “Mas, vindo a plenitude dos
tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4); possuiu um corpo: “Porque nele habita
corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9); e foi chamado literalmente de homem: “[...] muito mais a graça de Deus,
e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo [...]” (Rm 5.15). Mas ele defendia a Cristo, de forma apaixonada,
mostrando que Ele não era apenas um personagem histórico, um revolucionário, um sábio ou um filósofo. Não. Paulo exaltava a
superioridade de Cristo, mostrando que era maior e mais excelente que todos os homens: “Deus se manifestou em carne [...]”
(1Tm 3.16).
1.2. A divindade de Jesus. Ademais de pregar a humanidade de Cristo, Paulo também pregava a sua divindade. Um texto que
ilustra nitidamente as duas naturezas de Cristo nos sermões e escritos paulinos é o de Filipenses 2.5-11. Nele vemos o Deus que se
fez homem sem deixar de ser Deus (Cristo Jesus), e o homem que recobrou a glória divina sem deixar de ser homem (Jesus
Cristo). Além de operar sinais, Ele evidencia Sua divindade ao ressuscitar. Jesus está vivo!
1.3. A messianidade de Jesus. A revelação da superioridade de Cristo e a prova da Sua divindade iluminaram a mente de Paulo.
Que mudança tão radical esta descoberta provocou neste homem! Poucos dias antes, isso seria considerado, para ele, uma blasfêmia.
Agora, porém, Paulo via como uma verdade incontestável, pela qual ele daria a própria vida. O apóstolo, durante todo o seu
ministério, aonde quer que chegasse, procurava demonstrar pelas Escrituras que Jesus era o Verbo encarnado, o Filho de Deus e o
Messias desejado (Ag 2.7; At 9.22; 13.14-42; 14.1; 18.28). Paulo encontrou em Jesus a resposta da busca de toda a sua vida: “E
ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9.5).
2.1. “[...] nós pregamos a Cristo crucificado [...]”. A pregação poderosa nos lábios de Paulo era a pregação do Cristo crucificado:
“Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co 2.2). Era a loucura de Deus mais sábia
do que os homens: “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os
homens” (1Co 1.25). Era a incompreensível atitude divina de se fazer homem, servo obediente e se submeter à mais dolorosa, cruel
e constrangedora das mortes: a crucificação. Paulo pregou Cristo crucificado em todos os lugares por onde passou (At 13.28,29;
17.3; 26.23; 1Tm 2.5,6). Esse era o assunto que dominava a mente e a pregação do servo do Senhor. Imitemos o apóstolo Paulo.
Proclamemos Cristo e este crucificado.
2.2. “[...] que é escândalo para os judeus [...]”. Os judeus não compreenderam que o Messias viria como o “servo sofredor”
profetizado por Isaías (Is 53.1-11). Os descendentes de Abraão tinham por certo que o Messias viria com toda força e imponência
reais, para libertá-los do jugo romano e implantar o reino messiânico na terra, com sede em Jerusalém. Paulo, porém, não se
envergonhava do Evangelho que pregava: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê [...]” (Rm 1.16). Eis um exemplo a ser imitado. Aleluia!
2.3. “[...] e loucura para os gregos [...]”. Os gregos esperavam um sábio nos moldes dos grandes filósofos, com um sistema de
pensamento complexo e sofisticado. Entretanto, o Cristo do Senhor veio humilde: “Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te
vem, manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal de carga” (Mt 21.5), nascendo numa
manjedoura (Lc 2.7), como filho de um carpinteiro (Mt 13.55), sem aparência ou formosura (Is 53.2,3), sem ter onde reclinar a
cabeça (Lc 9.58). Seu discurso era simples, mas poderoso: “E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se
admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo autoridade; e não como os escribas” (Mt 7.28,29). E morreu
crucificado. Um escândalo! Pois só os malditos seriam pendurados no madeiro: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-
se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3.13). Jesus não veio satisfazer
as questões filosóficas, acadêmicas e intelectuais dos homens. Ele veio trazer salvação a todos os homens, ricos ou pobres, sábios
ou leigos. A mensagem do Evangelho transforma a vida de todos que crerem no Cristo crucificado, não importando suas origens,
ideologias ou convicções.
3.1. A mensagem de Paulo era simples. Ele não se estribava no seu conhecimento acadêmico e filosófico, nem na sua oratória,
para pregar o Evangelho. Ele colocava-os à disposição de Deus, até porque foi chamado para pregar também “[...] diante dos reis
[...]” (At 9.15; 26.26-32). Paulo tinha conhecimento e aptidões específicas, mas confiava inteiramente no poder do Evangelho (At
16.31). Ele afirmou com muita convicção: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não
fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria” (1Co 2.1).
3.2. A mensagem de Paulo demonstrava o Espírito Santo. Persuasão é o meio do homem de convencer o seu próximo. O meio
de Deus de convencer o homem é a demonstração do poder do Espírito Santo. Vejamos isso em Paulo: a) Ele foi cheio do Espírito
Santo desde a sua conversão: “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que
te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo” (At 9.17); b) Ele foi
separado pelo Espírito Santo para a obra missionária (At 13.2): “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo:
Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”; c) Seu ministério foi marcado pelo poder do Espírito
Santo (At 13.6-11; 19.6); e, d) “Pelo poder dos sinais e prodígios, e pela virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde
Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo” (Rm 15.19).
3.3 A mensagem de Paulo era poderosa. O poder reside na verdade contida na mensagem. O que Paulo pregava não era fruto da
sua mente, mas da revelação de Deus: “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas
a nossa capacidade vem de Deus. O qual nos fez também capazes de ser ministros [...]” (2Co 3.5,6a). Ele tinha convicção daquilo
que pregava: “[...] eu recebi do Senhor o que vos ensinei [...]” (1Co 11.23). Com a mesma confiança do apóstolo Paulo, preguemos
as verdades incontestáveis da Bíblia Sagrada, e o poder do Evangelho será suficiente para alcançar os corações e mentes daqueles
que nos ouvirem (2Tm 4.1-5).
3.4 A mensagem de Paulo era de salvação a todos os homens. A mensagem do Cristo crucificado é destinada a todos os homens,
sem exceção (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1Pd 1.17). Pois a salvação é ofertada a todos indistintamente: “Porque a graça de Deus
se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11). Outros textos bíblicos apontam para essa realidade da
pregação do apóstolo Paulo (Rm 5.1,10,11; 2Co 5.18-20; Ef 2.16). Sendo assim, a pregação da cruz é a mensagem de Salvação
para a humanidade.
CONCLUSÃO
Estudamos na lição de hoje que a mensagem paulina era exclusivamente cristocêntrica. Essa mensagem não somente
abrange a sabedoria e a verdade, mas também o poder ativo de Deus, para salvar, curar, expulsar demônios e redimir as almas do
poder do pecado.
REFERÊNCIAS
• BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Brasil: Editora Vida, 1991.
• CABRAL, Elienai. O Apóstolo Paulo: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a igreja de Cristo. CPAD, 2021.
• BALL, Charles Ferguson. A vida e os tempos do apóstolo Paulo. CPAD.
• BRUCE, F. F. Paulo, o apóstolo da graça. VIDA NOVA.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010.