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Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do Apóstolo


Lições Bíblicas - 4º Trimestre de 2021 - CPAD - Para adultos
Tema: O Apóstolo Paulo - Lições da vida e ministério do apóstolo dos
gentios para a igreja de CRISTO
Comentário: Pr. Elienai Cabral
Complementos, ilustrações e vídeos: Pr. Henrique

31 de Outubro de 2021 – Dia da Reforma Protestante

TEXTO ÁUREO
“Mas nós pregamos a CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e
loucura para os gregos.” (1 Co 1.23)

VERDADE PRÁTICA
O CRISTO Crucificado, o centro da mensagem da cruz, é a encarnação da
verdadeira sabedoria para a salvação.
Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do Apóstolo
Vídeo desta Lição - https://www.youtube.com/watch?v=4CxFoMZm4FQ
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao11-jc-amortevicariadeJesus.htm - Subsídios
http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-jc-aressurreicaodeJesus.htm - Subsídios
Escrita
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/10/escrita-licao-5-jesus-cristo-e-este.html
Slides
https://ebdnatv.blogspot.com/2021/10/slides-licao-5-jesus-cristo-e-este.html
https://www.slideshare.net/henriqueebdnatv/slideshare-lio-5-jesus-cristo-e-este-crucificado-a-mensagem-do-
apstolo-3-partes-4tr21-pr-henrique-ebd-na-tv

LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 1.18 A palavra da Cruz é o poder de DEUS
Terça - 2 Co 11.3 A simplicidade da mensagem de Paulo
Quarta - 1 Ts 2.2,8,9; 2 Co 11.7 A pregação de Paulo é o Evangelho de
DEUS
Quinta - Rm 1.15-18 O Evangelho é a manifestação do poder de DEUS
Sexta - 1 Co 1.20 Onde está a sabedoria do mundo?
Sábado - 1 Co 2.3,4 A mensagem da cruz revela quem nós somos
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Coríntios 1.18-25; 2.1-5
1 Coríntios 1
18 - Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós,
que somos salvos, é o poder de DEUS. 19 - Porque está escrito: Destruirei a
sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos inteligentes. 20 - Onde
está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século?
Porventura, não tornou DEUS louca a sabedoria deste mundo? 21 - Visto
como, na sabedoria de DEUS, o mundo não conheceu a DEUS pela sua
sabedoria, aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação. 22 -
Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; 23 - mas nós
pregamos a CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura
para os gregos. 24 - Mas, para os que são chamados, tanto judeus como
gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS.
25 - Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza
de DEUS é mais forte do que os homens.
1 Coríntios 2
1 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de
DEUS, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2 - Porque
nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado.
3 - E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em grande tremor. 4 -
A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do ESPÍRITO e de
poder. 5 - para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens,
mas no poder de DEUS.

Comentários BEP - CPAD


1.21 PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO. Não é o método da pregação que é
tido como loucura pela sabedoria humana, mas a mensagem do supremo
senhorio de CRISTO crucificado e ressurreto.

2.1 NÃO FUI COM... SABEDORIA. O conteúdo da pregação de Paulo não foi
segundo a última expressão da "sabedoria" humana, quer no mundo, quer na
igreja. Antes, concentrava sua atenção, na verdade central do evangelho (a
redenção em CRISTO) e no poder do ESPÍRITO SANTO (ver a nota
seguinte). Ele tinha plena consciência das suas limitações humanas, da sua
insuficiência pessoal e dos seus temores e tremores interiores. Daí, ele não
depender de si mesmo, mas da sua mensagem bíblica e do ESPÍRITO
SANTO (v. 4). Como resultado, houve uma maior demonstração da obra e do
poder do ESPÍRITO.
2.4 EM DEMONSTRAÇÃO DO ESPÍRITO E DE PODER. (1) Como
demonstração do poder do ESPÍRITO SANTO (1.18,24), a pregação de
Paulo incluía (a) a ação do ESPÍRITO SANTO, que convence as pessoas do
pecado, da justiça e do juízo, e o testemunho que Ele dá do poder salvífico
do CRISTO ressurreto (cf. caps. 5-6; ver Jo 16.8; At 2.36-41); (b) o poder de
transformar vidas (1Co 1.26,27; cf. At 4.13); (c) o poder de levar a efeito a
santidade no crente (5.3-5); e (d) o poder de DEUS manifesto por sinais e
maravilhas (At 2.29-33; 4.29,30; 5.12; 14.3; 2 Co 12.12). (2) Vários outros
trechos do NT acentuam que a pregação do evangelho nos tempos
neotestamentários era acompanhada de poder especial do ESPÍRITO
SANTO: Mc 16.17,18; Lc 10.19; At 28.3-6; Rm 15.19; 1 Co 4.20; 1 Ts 1.5; Hb
2.4. (3) Todo ministro do evangelho deve orar para que, através do seu
ministério: (a) o povo seja salvo (At 2.41; 11.21,24; 14.1), (b) os novos
crentes sejam cheios do ESPÍRITO SANTO (At 2.4; 4.31; 8.17; 19.6), (c) os
espíritos malignos sejam expulsos (At 5.16; 8.7; 16.18), (d) os enfermos
sejam curados (At 3.6; 4.29,30; 14.10), e (e) os discípulos aprendam a
obedecer aos padrões e ensinos justos de CRISTO (Mt 28.18-20; At
11.23,26).

Resumo da Lição 5, JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A Mensagem do


Apóstolo
I – A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO
1. O ministério de pregação e o CRISTO Crucificado.
2. A palavra da Cruz é a loucura da pregação.
3. Para os judeus e gregos.
II – EXPRESSÕES-CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO
1. “Evangelho de CRISTO”.
2. “CRISTO Crucificado”.
3. “CRISTO Ressurreto”.
III – OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ
1. Uma vida no poder de DEUS.
2. Uma vida de humildade.
3. Uma vida na dependência do ESPÍRITO.

INTRODUÇÃO
Paulo pregava a respeito do mais eficiente púlpito que já existiu, o mais
atraente - A Cruz.
E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. João 12:32
E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do
Homem seja levantado, João 3:14
CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós,
porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Gálatas 3:13

O objetivo desta lição é ressaltar o centro da mensagem cristã: JESUS, e


este crucificado. O apóstolo descobriu essa verdade sobre o CRISTO
Ressurreto e, como consequência, fez de sua missão de vida pregar o
Evangelho por meio do Crucificado aos gentios. Nesse sentido, o Crucificado
é o centro da mensagem apostólica. Logo, a vida e o ministério de Paulo
estimulam-nos a ter esse mesmo propósito e firme compromisso com a
mensagem da Cruz.
Resumo da lição
Para desenvolver o propósito da lição, o primeiro tópico destaca a
centralidade da pregação de Paulo. Em Paulo, a pregação tem íntima relação
com o CRISTO Crucificado, por isso ela é considerada loucura da pregação
entre judeus e gentios. É uma mensagem humilde que faz com que o ser
humano olhe para si mesmo e peça misericórdia a DEUS pelas suas
misérias.
O segundo tópico elenca as expressões-chave na pregação de Paulo.
Expressões como “Evangelho de CRISTO”, “CRISTO Crucificado” e “CRISTO
Ressurreto” são trabalhadas de modo a resumir o conteúdo da mensagem do
apóstolo dos gentios. Podemos dizer que o Evangelho de CRISTO pode ser
sintetizado no “CRISTO Crucificado” e no “CRISTO Ressurreto”.
O terceiro tópico pontua os efeitos da mensagem do Evangelho. Esses
efeitos se revelam no crente por meio de uma vida no poder de DEUS, na
humildade e na dependência do ESPÍRITO SANTO. Ora, a mensagem da
cruz é uma mensagem de poder. A mensagem da cruz nos constrange a
viver de maneira humilde. E, finalmente, a mensagem da cruz nos ensina a
depender exclusivamente do ESPÍRITO.
Aplicação
A presente lição nos ensina que não podemos deixar de pregar mensagem
da cruz ao pecador. É uma mensagem de poder. Somos instados pelo
ESPÍRITO SANTO a proclamá-la com autoridade. Ao mesmo tempo, somos
chamados a viver de maneira humilde, pois a mensagem da cruz nos
constrange a uma atitude singela e abnegada.
É uma mensagem que nos faz contritos diante de DEUS. E, finalmente,
somos estimulados a viver na dependência do ESPÍRITO SANTO de DEUS
na obra da proclamação do Evangelho. Sem o ESPÍRITO SANTO não
podemos ser bem-sucedidos.
A mensagem da cruz nos faz depender menos de nós mesmos e mais do
ESPÍRITO SANTO. Essa mensagem traz a verdadeira sabedoria para a vida.
Amemos, portanto, a mensagem da cruz e a proclamemos até a morte!

Resumo rápido (Pr. Henrique)


I – A CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO DE PAULO
1. O ministério de pregação e o CRISTO Crucificado. Paulo, o maior
teólogo. Aprendeu diretamente do próprio JESUS e do ESPÍRITO SANTO.
Percebeu que a pregação legítima abrange a vida, morte e ressurreição de
JESUS. Sem a morte, sem o sacrifício de JESUS na cruz, não há perdão.
2. A palavra da Cruz é a loucura da pregação. A morte de cruz era sinal de
maldição. A cruz não atrai os que amam as trevas. Para quem não se
converte a cruz é sinal de fraqueza, mas para quem é salvo é lugar de vitória
sobre o pecado.
3. Para os judeus e gregos. Para judeus a cruz é escândalo (como um
messias general e dominador morreria na cruz sem conquistar Roma?). Para
Gregos que amavam tantos seus deuses que lhes pareciam tão poderosos e
cheios de pompa e sempre presentes em orgias poderia ser tão santo e tão
pobre e tão humilde? Ele não escreveu nada e nem lhes passou nenhuma
filosofia. Morrer numa cruz?
II – EXPRESSÕES-CHAVE NA DOUTRINA DE PAULO
1. “Evangelho de CRISTO”. Evangelho é boas novas, boas notícias de
salvação a todo o que crê.
2. “CRISTO Crucificado”. A sabedoria de DEUS coloca uma mensagem
simples, mas poderosa para salvação. A mensagem da cruz. JESUS ali nos
substituiu.
3. “CRISTO Ressurreto”. Se JESUS CRISTO não tivesse ressuscitado
seríamos salvos só para viver na Terra e sem futuro após a morte. Ele
ressuscitou e nos ressuscitará para estarmos para sempre com Ele.
III – OS EFEITOS DA MENSAGEM DA CRUZ
1. Uma vida no poder de DEUS. O ESPÍRITO SANTO acompanha a
mensagem da cruz e dá poder para transformar o mais vil pecador em uma
nova criatura. Depois de salvo é o mesmo ESPÍRITO SANTO que concede
poder ao crente para evangelizar. Sinais, prodígios e maravilhas são a
segunda asa do evangelho, sendo a primeira a pregação da vida, morte e
ressurreição de JESUS.
2. Uma vida de humildade. JESUS nos chama a carregar cada um sua
própria cruz. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver,
intenção, fé, longanimidade, amor, paciência,
perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e
em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou. E
também todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão
perseguições. 2 Timóteo 3:10-12 -- Sede meus imitadores, como também eu,
de CRISTO. 1 Coríntios 11:1
3. Uma vida na dependência do ESPÍRITO. JESUS era cheio do ESPÍRITO
SANTO e era guiado pelo mesmo ESPÍRITO SANTO. Sejamos seus
imitadores. E JESUS, cheio do ESPÍRITO SANTO, voltou do Jordão e foi
levado pelo ESPÍRITO ao deserto. Lucas 4:1

COMENTÁRIOS DIVERSOS

Predição do Messias Vindouro


Quando analisado, o Judaísmo parecia uma simples religião de promessas e
esperanças. Em seu âmago, a tristeza mesclava-se com o esplendor. Todo
judeu sentia pesadamente o jugo de Roma; ansiava e orava pelo dia em que
a nação seria liberta, e os exércitos de Roma, expulsos. Os mesmos
peregrinos que se gloriavam no Templo também choravam amargamente em
suas casas, clamando ao Senhor por livramento. Todos os sacrifícios e
cerimônias perderiam o significado se os judeus tivessem de continuar sob o
jugo de um rei estrangeiro. Certamente, um dia DEUS haveria de livrar e
abençoar o seu povo, como fizera no passado.
Havia um grupo organizado de judeus patriotas, conhecidos como zelotes,
que realizavam reuniões secretas e planejavam uma revolta contra Roma. As
autoridades romanas mantinham-se ocupadas em procurá-los e castigá-los.
Mas a sociedade trabalhava ocultamente, mantendo viva a esperança de
que, um dia, DEUS enviaria um libertador poderoso como Moisés, que tiraria
seu povo do cativeiro e novamente o exaltaria sobre todas as nações.
Havia uma coisa que Gamaliel ensinava com grande convicção. Não era um
simples raio de esperança. Tratava-se do ensinamento dos antigos profetas
sobre a vinda de um líder enviado por DEUS. Ele reuniria o povo de todas as
partes do mundo para expulsar os romanos, e reinaria em Jerusalém para
todo o sempre. Essa era a promessa que DEUS fizera a Davi: seu trono
jamais desapareceria, por mais negro que o céu se tornasse. Esse grande
Redentor, que traria a salvação a Israel, era o Messias.
Saulo sabia que a vinda do Messias tinha sido mencionada pelos profetas há
mais de mil anos. E Gamaliel falava disso mais que qualquer rabino de Tarso,
pois o esperava a qualquer momento. O sábio professor lia passagem após
passagem sobre o CRISTO nos profetas, e até descobria promessas de sua
vinda na Tora. Contava como seria o Messias e como julgaria todas as
nações. Ele esmagaria o mal e reinaria com justiça.
Todo judeu sabia que o Messias pertenceria a tribo real de Judá, e nasceria
em Belém, pois o profeta Miquéias predissera-o claramente. O professor de
Saulo contou-lhe que, quando Ele viesse, ficaria oculto por algum tempo. A
seguir, reuniria o povo e marcharia sobre Jerusalém, para dispersar os
romanos e reinar para sempre pelo poder de DEUS.

Duas Opiniões
O que Saulo não sabia, até então, é que os rabinos estavam divididos em
suas opiniões sobre o Messias. Alguns liam que Ele seria um príncipe
poderoso, livrando seu povo pela guerra, e que as montanhas seriam tingidas
de vermelho com o sangue dos seus inimigos. Certos rabinos chegavam a
afirmar que chamas sairiam de sua boca para destruir os opositores.
Havia um grupo menor, porém, que estava muito confuso com certas
passagens, como o capítulo 53 de Isaías e o Salmo 22. Esses versículos
deixavam claro que o Messias muito sofreria. Ao mesmo tempo, ninguém
podia negar que Ele viria para reinar com poder. Portanto, cresceu a idéia de
que haveria dois Messias - um sofredor; e o outro, um rei triunfante. Nas
sinagogas e nos alpendres fechados do Templo, essa diferença era discutida
e defendida com grande eloqüência pelos eruditos.
Saulo começou a ver muito claramente que as esperanças da nação
dependiam desse Salvador vindouro. Passou então a procurar zelosamente
um líder e guerreiro, que reunisse grandes exércitos para lutar contra Roma.
Os rabinos contavam muitas histórias sobre o Messias que estava para vir.
Algumas delas não passavam de sonhos absurdos e tolos. Outras eram
fantásticas e irreais, não se baseando de modo algum nas promessas de
DEUS. As últimas eram produto da imaginação de um povo oprimido, que
não compreendia os caminhos de DEUS. Alguns dos rabinos odiavam tanto
os romanos, que descreviam o Messias fazendo toda sorte de crueldades
contra estes, a fim de vingar os judeus.
Os anos gastos por Saulo nos estudos foram cheios de reverência, mas, até
certo ponto, também de rotina e monotonia. Não havia incentivo para
desenvolver qualquer coisa original; o estudo servia apenas para aumentar a
capacidade de sua memória. Com esse treinamento, não é de surpreender
que a vida de Saulo se tornasse cada vez mais estreita.
Os fariseus eram a sua única companhia e, pouco a pouco, achou-se ele
mergulhado cada vez mais nas regras humanas. Seu gosto pela discussão
fez com que se transformasse no centro de muitas disputas. Sempre que
surgia a oportunidade de defender os sacerdotes ou rabinos, ou o sistema de
adoração do Templo contra os estrangeiros, Saulo entrava na arena com a
língua afiada e o espírito em chamas.
CRUZ
Um pilar vertical com uma viga horizontal fixada perto do topo, onde os
condenados eram executados no mundo romano.
Formas;
(1) Crux simplex, a cruz simples, a saber, um pilar único ou estaca vertical;
(2) cr«x commissa ou crux humilus, a de S. Antônio, na forma de um “T”;
(3) crux clecus- sata, a de S. André, na forma de um “X”;
(4) crux im,missa, a cruz latina;
(5) Cruz de George, formada por dois pedaços de mesmo comprimento;
(6) cruz tripla, 3 cruzes em uma fileira, usada pelos sacerdotes e dignatários
da igreja a partir do século V. Aceita-se de forma geral que CRISTO foi
crucificado na crux immissa, ou cruz latina, visto que as Escrituras declaram
que a inscrição “Este é JESUS, o rei dos judeus”, foi colocada sobre a sua
cabeça (Mt 27.37; cf. Mc 15.26; Lc 23.38; Jo 19,19). Acredita-se que na cruz
de S. André, e na cruz de S. Antônio isso não poderia ter sido feito. As
tradições cristãs primitivas afirmam que JESUS morreu sobre uma ctuz latina
(Irineu, Against Heresies, ii.24.4; Justino, Trypho, 91).
A cruz de tau consistia de galhos ou estacas verticais plantadas
permanentemente no campo de execução. Seu topo se afilava até um
determinado ponto. O patíbulo era uma barra de madeira que pesava pouco
mais de 56 quilos, com uma cavidade redonda esculpida no seu centro que
se ajustava à ponta da haste. Algumas autoridades acreditam que esta era a
cruz preferida pelos executores romanos, e que o título da placa podia ser
fixado em um pedaço de madeira e pregado no patibulum, acima da cabeça
ao criminoso.
A cruz, como um sinal, pode ter sido usada pelos primeiros cristãos judeus de
Jerusalém, antes da destruição da cidade em 70 d.C. Ossuários (caixas
retangulares de pedra onde se depositavam ossos humanos) foram
encontrados em 1945 no subúrbio de Talpio-th, sendo que um deles estava
marcado em cada um dos quatro lados com uma cruz rudimentar, como um
sinal de mais. Um ossuário marcado de forma similar foi encontrado em um
cemitério aparentemente cristão no Monte das Oliveiras (FLAP, pp. 331ss.).
Na cidade de Herculano, destruída em 79 d.C. pela erupção do Monte
Vesúvio, uma casa escavada mostrava uma cruz latina gravada na parede de
cimento em cima de um pequeno gabinete de madeira, considerado como um
local de oração ou altar (FLAP, pp. 363ss.).
Símbolo oo emblema. A cruz é o símbolo de uma morte sob a maior culpa e a
pior maldição (Gl 3.13). Thayer diz que a cruz era “um instrumento conhecido
como a punição mais cruel e vergonhosa, emprestada aos gregos e romanos
pelos fenícios; a ela foram condenados - entre os romanos, desde o tempo de
Constantino O Grande - os criminosos mais execráveis, os piores escravos,
assaltantes, autores e cúmplises de revoltas, e ocasíonalmente nas
províncias, para o divertimento arbitrário dos governadores, também os
homens justos e paríficos, e até mesmo os próprios cidadãos romanos” (J. H.
Thayer, A Greek-English Lexicon of the New Testament, p. 586). Por isso a
cruz, para nós cristãos, se tomou o sinal de que CRISTO tomou sobre si a
culpa, e assim pagou a penalidade pelos nossos pecados (Como previsto em
Isaías 53 e declarado por Paulo em Gl 3.13).
No Antigo Testamento, a morte era por apedrejamento entre os judeus (Dt
21.20,21), e assim o corpo morto era pendurado sobre uma árvore on estaca
como uma advertência às pessoas (Dt 21.22,23; Js 10.26). Este ato de
pendurar o corpo em uma árvore era considerado como uma maneira
particular de maldição (seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas
certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o pendurado é maldito de
DEUS; assim, não contaminarás a tua terra, que o Senhor, teu DEUS, te dá
em herança. Deuteronômio 21:23), isto explica o texto de Gálatas 3.13.
“CRISTO nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós,
porque está escrito. Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”, A
cruz (stauros, “estaca”) é também chamada “árvore” ou “madeiro” (jnylon) no
Novo Testamento (Act 5.30; 10.39; 1 Pe 2.24) e assim é relacionada à
concepção do Antigo Testamento de profunda humilhação e vergonha (Hb
12.2). Aqui pode ser vista a continuidade de uma idéia de vergonha e
maldição, expressa em duas culturas diferentes.
Aquele que era condenado à crucificação era primeiro espancado ou açoitado
com um flagrum, um chicote com várias tiras de couro, em cujas pontas eram
colocadas bolas de chumbo ou ossos de carneiro. Após este flagelo, a vítima
nua era forçada a carregar o pesado patibulum, ou a barra transversal da sua
cruz, ao lugar da sua execução. A intensidade dos sofrimentos de CRISTO,
até mesmo antes da sua crucificação, é revelada pelo fato de que, depois de
uma noite de tortura e açoites, Ele estava fraco demais para carregar a sua
própria cruz. Ela foi, então, colocada sobre Simão, de Cirene (Mt 27.32; Mc
15.21; Lc 23.26).
No Gólgota, os soldados devem ter lançado JESUS ao chão e esticado os
seus braços sobre a barra para que fosse pregado. O algoz deve ter usado
pregos fortes e grandes, de forma quadrada, cujos lados deveriam medir
aproximadamente um terço de polegada, e dado um simples golpe entre o
osso carpal ou ossos do pulso na altura da mão da vitima não atravessando a
palma). Geralmente rasgava-se o nervo mediano. Edward R. Bloomquist,
M.D., explica que “o tecido da palma da mão não poderia sustentar o peso do
corpo, e a vítima cairia no chão poucos minutos depois de ter sido levantada”
(p.48), embora JESUS tenha mostrado suas mãos a Tomé (E, dizendo isso,
mostrou-lhes as mãos e os pés. Lucas 24:40). Então cremos qe as mãos
foram furadas e pregadas e seus braços amarrados.
Ele ainda explica que os pés eram pregados (pelo espaço do segundo
metatarsiano) a fim ae dar à vitima um "degrau” cruel para se suportar, de
forma que ainda pudesse respirar. De outra forma, o corpo sucumbido
pendurado pelos braços entraria em um espasmo tetânico que impediría a
exalação. A vítima, então, seria rapidamente sufocada devido à incapacidade
de usar seus músculos respiratórios, A medida que as horas se passavam, o
corpo ficava banhado pelo suor, a sede se tornava intensa, e a dor e o
choque eram tremendos. Ali é dada como exemplo a descoberta, em 1968,
de um túmulo nas proximidades de Jerusalém, onde um prego de ferro
atravessou os ossos do calcanhar de uma pessoa que fôra crucificada.
Quebrar as pernas significava que a vítima não poderia mais se sustentar
sobre o prego a fim de poder respirar, e assim ela morrería logo (Jo 19.32).
Como JESUS já estava morto, quando os soldados quebraram as pernas
daqueles que haviam sido crucificados à sua direita e à sua esquerda,
simplesmente deram seu golpe de misericórdia ao apunhalar com uma lança
o lado direito do esterno, chegando ao seu coração (“A Doctor Looks at the
Crucifixion”, Christian Herald (Marco de 1964], 35,46-48).
Quando se descobre o que significava ser pendurado em uma árvore, na
revelação do Antigo Testamento, e ser crucificado nos dias de CRISTO,
entende-se uma das razões pelas quais a cruz era uma pedra de tropeço
para os judeus (1 Co 1.23; Gl 5.11). Outra razão era que ela significava a
total impossibilidade de justificação pelas obras, até mesmo ao manter-se a
perfeita lei de DEUS (Rm 9.31- 33). Ao mesmo tempo, para os gregos com
suas filosofias, a pregação da cruz era uma loucura. Contudo, ela libera o
poder de DEUS para salvar o homem e revela a infinita sabedoria do Senhor
(1Co 1.24). Quanto mais o crente entende o pecado, sua origem, natureza e
poder, a queda do homem e a devastação resultante, mais ele enxerga quão
maravilhosa e suficiente foi a morte substitutiva de CRISTO na cruz. JESUS
era o cordeiro de DEUS oferecido em sacrifício, representando o altar de
sacrifícios ou de holocaustos do culto levítico.
Quando JESUS diz que ao ser levantado a todos atrairia a si estava falando
da cruz e a mensagem que nela estva embutida. O sacrifício substituto ou
vicário. Uma vítima inocente morrendo em lugar de pecadores.

Significados figurados da cruz


1. Tomar a própria cruz.
CRISTO diz: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome
sobre si a sua cruz [Lucas acrescenta, cada dia] e siga-me” (Mt 16.24; Mc
8.34; Lc 9.23). Eis aqui uma analogia clara de se carregar o patíbulo, citado
acima. O Senhor JESUS CRISTO conclama os crentes a estar prontos para
sacrificar os seus interesses egoístas e suportar diariamente reprovações,
mal-entendidos e vergonha ao trabalhar para Ele, como Ele fez em sua vida e
morte (Mt 10.38; 16.24-26; Mc 8.34-38; Lc 9.23-26).
2. A pregação da expiação substitutiva.
Este é o significado ligado à cruz em muitas passagens nas epístolas de
Paulo (1 Co 1.18; Gl 6.14; Fp 3.18; Cl 1.20). Ela expressa todo o conceito da
obra de CRISTO, de ter tomado sobre si mesmo todos os nossos pecados,
doenças, enfermidades e maldiçoes, como nosso representante (Is 53.4; 2
Co 5.21; Gl 3.13; 1 Pe 2.24). Através da cruz, CRISTO reconciliou o pecador
com DEUS, e fez a paz entre DEUS e o pecador (Cl 1.20), de maneira que
DEUS agora está propício ou bem disposto em relação ao pecador, e Paulo
poderia, portanto, escrever. “Rogamos-vos, pois, da parte de CRISTO que
vos reconcilieis com DEUS” (2 Co 5.20; cf Rm 5.10).
3. Um símbolo da união do crente com CRISTO, e o compartilhamento
de uma nova vida Divina.
Na morte de CRISTO, o crente morreu, nele, para o pecado e para o sistema
do mundo (Rm 6.4ss.; Gl 6.14), e agora deve viver como Paulo, que escreve:
“Já estou crucificado com CRISTO; e vivo, não mais eu, mas CRISTO vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de DEUS, o
qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). Bibliografia.
Johannes Schneider, 'Staurns etc” TDNT, VII, 572-584. R. A. K. e J.R. -
Dicionário Bíblico Wycliffe

PAIXÃO DE CRISTO - Sofrimento até a morte.


A expressão “paixão de CRISTO” tem a sua origem na tradução do infinitivo
aorista do verbo pascho em Atos 1.3, onde Lucas diz que CRISTO “depois de
ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas”. O verbo
aqui colocado no particípio significa “sofrer”, e é freqüentemente usado para
se referir aos sofrimentos e à morte de CRISTO (Mt 26.21; 17.12), e
especificamente à morte de CRISTO em Lucas 22.15; 24.26. A expressão
não deve ser confundida com as “paixões dos homens”, que se referem às
emoções humanas (Act 14.15; Tg 5.17). O seu uso em relação a CRISTO
personifica a idéia dos seus sofrimentos e da morte na cruz.

O cumprimento das profecias


A morte sacrificial de CRISTO foi antecipada no sistema de sacrifícios do
Antigo Testamento, e também foi o assunto freqüente das profecias do Antigo
Testamento (Sl 22.69; Is 53; Zc 12.10; 13.7; cf. Ap 1.7). CRISTO predisse
constantemente os seus próprios sofrimentos e a sua morte, ao longo do
ministério da sua vida e especialmente à medida que se aproximava do seu
final (Mt 16.21; 17.22,23; 20.17-19; 26.12,28,31; Mc 9.31; 14.8,24,27; Lc
9.22,44,45; 18.31-34; 22.20; Jo 2.19-21; 10.17,18; 12.7). Também houve uma
antecipação no anúncio de João Batista (Jo 1.29), quando CRISTO foi
apresentado como “o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo”, e
especialmente no Evangelho de João em diversas passagens clássicas
(3.14-16; 6.51; 10.11; 11.49-52; 12.24; 15.13).
A crucificação - uma morte atormentadora prescrita pela lei romana para
aqueles que não eram cidadãos romanos - juntamente com o sepultamento
de CRISTO, estão descritos nos quatro Evangelhos (Mt 27.31-56; Mc 15.20-
41; Lc 23.26-49; Jo 19.16-37). A ordem dos acontecimentos nos Evangelhos
inclui a tentativa de JESUS de carregar a cruz até o lugar da crucificação. Por
Ele não ter conseguido fazer isso, Simão, de Cirene (uma cidade no norte da
África), foi obrigado a carregar a cruz (Mt 27.32; Mc 15.21; Lc 23.26).
Somente João não menciona Simão. O lugar da crucificação, descrito como
Gólgota, é interpretado como “o lugar da Caveira” (Mt 27.33; Mc 15.22; Jo
19.17). Somente Lucas o chama de Calvário (Lc 23.33), o que dá no mesmo,
já que este nome significa lugar da caveira e Gólgota significa caveira.

A ordem dos acontecimentos que se seguiram ao ato da crucificação é a


seguinte:
(1) CRISTO recusando o vinagre com fel (Mt 27.34; Mc 15.23);
(2) a crucificação de CRISTO juntamente com dois ladrões (Mt 27.35-38; Mc
15.24-28; Lc 23.33-38; Jo 19.18-24);
(3) a sua primeira frase na cruz “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23.34);
(4) os soldados lançando sortes sobre as suas vestes, como cumprimento da
profecia (Sl 22.18; Mt 27,35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.23,24);
(5) a zombaria dos judeus (Mt 27.39-44; Mc 15.29-32; Lc 23.35-37);
(6) a zombaria dos dois ladrões, embora mais tarde um deles viesse a crer
(Mt 27.44; Mc 15.32; Lc 23.39-43);
(7) a segunda frase de CRISTO “hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43);
(8) a terceira frase de CRISTO “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19.26,27);
(9) as três horas de escuridão (Mt 27.45; Mc 15.33; Lc 23.44);
(10) a quarta frase de CRISTO “DEUS meu, DEUS meu, por que me
desamparaste?” (Mt 27.46,47; Mc 15.34,35);
(11) a quinta frase de CRISTO “Tenho sede” (Jo 19.28);
(12) a sexta frase de CRISTO “Está consumado” (Jo 19.30);
(13) a sétima e última frase de CRISTO “Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito” (Lc 23.46);
(14) CRISTO entregando o seu espírito (Mt 27.50; Mc 15.37; Lc 23.46; Jo
19.30);

Imediatamente após a sua morte, o véu do templo rasgou-se em dois, de alto


a baixo, e os sepulcros se abriram (lembrando que não havia mais arca da
Aliança e nem tábuas da lei e nem vaso contendo o Maná e nem a Vara de
Arão no santo dos santos). Mais tarde, os soldados quebraram as pernas dos
dois ladrões, mas como encontraram CRISTO morto, eles lhe perfuraram a
lateral do corpo, como cumprimento das Escrituras, atingindo-lhe o coração
do qual saiu sangue e água como testemunho de sua morte como homem já
que nasceu com água da bolsa amniótica e sangue da placenta (Jo 19.31-37;
cf. Zc 12.10; Ap 1.7) - Este é aquele que veio por água e sangue, isto é,
JESUS CRISTO; não só por água, mas por água e por sangue. E o
ESPÍRITO é o que testifica, porque o ESPÍRITO é a verdade. 1 João 5:6 -
Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu
sangue e água. João 19:34
O corpo de CRISTO foi solicitado por José de Arimatéia, que, juntamente
com Nicodemos, preparou-o para o sepultamento e colocou-o num sepulcro
novo, em um horto. Ao sepultamento de CRISTO seguiu-se a sua
ressurreição no primeiro dia da semana. A Importância Teológica da Morte de
CRISTO, o significado central da morte de CRISTO, está contido em três
palavras importantes - redenção, propiciação e reconciliação. De acordo com
Romanos 3.24, os que crêem em CRISTO são “justificados gratuitamente por
sua graça, pela redenção que há em CRISTO JESUS”. A idéia da redenção é
a do resgate por meio do pagamento de um preço. A imagem envolve tanto a
redenção pelo pagamento, como a libertação do objeto da redenção.
CRISTO, em sua morte, também constituiu uma propiciação ou uma
satisfação da justiça de DEUS (Is 53.11), como explicado pelo apóstoIo Paulo
em Romanos 3.25,26. Da mesma forma, em seu sacrifício, “DEUS estava em
CRISTO reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus
pecados” (2 Co 5.19). Por meio da morte de CRISTO, o pecador desfruta
uma transformação, tanto em sua situação como em sua natureza, recebe a
vida eterna e conseqüentemente se reconcilia com DEUS e com os seus
santos padrões.

As Diferentes Teorias Sobre a Expiação


Na história da igreja, foram apresentadas várias teorias sobre a expiação. A
ortodoxia histórica apoiou o conceito de uma expiação substitutiva, também
descrita como vicária ou penal. Isto se refere à morte de CRISTO, como
basicamente dirigida a DEUS e à satisfação do seu caráter santo, e das suas
justas exigências em relação aos pecadores (cf. Jo 1.29; 2 Co 5.21; Gl 3.13;
Hb 9.20; 1 Pe 2.24). A expiação substitutiva é indicada por meio do uso das
preposições peri, hyper e anti, usadas em relação ao sacrifício de CRISTO
em beneficio do pecador.
A teoria da confissão vicária baseia-se na idéia de que DEUS poderia
perdoar, se o homem pudesse arrepender-se adequadamente, e confessasse
os seus pecados. Como ele não podería fazê-lo, CRISTO o fez em seu lugar.
As Escrituras apóiam o conceito substitutivo de que CRISTO realmente
morreu no lugar no pecador, e que isso trouxe uma base de justiça para que
DEUS perdoasse e salvasse os pecadores arrependidos (Is 53.11; Rm
3.25,26; 1 Pe 2.24). A morte de CRISTO é, portanto, essencial, não somente
para a fé e para a salvação humana, mas para o programa divino de
redenção, e constitui um fundamento da doutrina cristã. - Dicionário Bíblico
Wycliffe

A Crucificação
Não é de admirar que os sacerdotes e rabinos hajam se reunido no palácio
de Caifás, para planejar furtivamente a prisão e morte de JESUS, antes que o
povo se amotinasse. Foi nessa ocasião que Judas fez um trato com eles para
entregar-lhes o Senhor por trinta moedas de prata.
No Getsêmani, o Messias orava ajoelhado, enquanto os discípulos dormiam.
Os inimigos chegaram em meio à oração. Guiados por Judas, entraram no
horto com espadas e porretes. O traidor sabia que JESUS ia sempre orar no
Getsêmani. A multidão estava decidida a levá-lo à força ao sumo sacerdote.
O Sinédrio foi convocado no palácio do sumo sacerdote. Não queriam deixar
a reunião para o dia seguinte, temendo que o povo viesse a sabê-lo e
exigisse a soltura de JESUS. Agora que as autoridades tinham-no em seu
poder, cuidariam para que nada os detivesse. O tribunal reuniu-se então à
noite, e a sentença foi lida: "Morte ao Nazareno!"
Porém, segundo a lei romana, nenhum tribunal judaico tinha competência
jurídica para aplicar a pena de morte. Por conseguinte, era necessário levar
JESUS a Pilatos. No entanto, ao saber que JESUS era galileu, o governador
romano, para livrar-se daquela responsabilidade, enviou-o a Herodes,
representante de César em toda a Galiléia. O rei Herodes, porém, mandou-o
de volta a Pilatos que, procurando agradar os judeus, entregou-lhes o Senhor
para que fosse crucificado. A execução se deu num monte chamado Calvário
(ou Caveira), não muito longe dos muros da cidade.
Com a morte de JESUS, os sacerdotes e rabinos suspiraram aliviados. O
problema estava finalmente resolvido. O povo não mais seria perturbado pelo
falso CRISTO. Isso seria o fim do pequeno grupo que o seguia. Por sentirem-
se desanimados e derrotados, seus discípulos retornaram à vida antiga mais
mistificados que nunca; o coração pesava-lhes de tristeza pela forma como
tudo terminara.

A RESSURREIÇÃO E A ASCENSÃO
No primeiro dia da semana, findo o sábado, o pequeno e abatido grupo
ganhou vida com o maior milagre já ocorrido: JESUS saíra da sepultura e
aparecera aos discípulos! Eles experimentaram então o sabor da vitória. Esta
certeza jamais os abandonaria; levaria-os a preferir a morte a negar o que
tinham visto com os próprios olhos.
Durante quarenta dias, o Salvador encontrou-se com os discípulos, provando-
lhes a realidade de sua ressurreição, e fortalecendo-lhes a fé. Mas veio o dia
em que Ele os deixou, pois tinha de retomar o seu lugar na glória do Pai.
Diante deles, JESUS subiu aos céus até ser ocultado por uma nuvem.
Antes de deixá-los, porém, prometera-lhes que, em breve, receberiam o dom
do ESPÍRITO SANTO que os habilitaria a pregar o Evangelho a partir de
Jerusalém até alcançar os confins da terra.

O EVANGELHO DE SAULO
Quando alguém se converte a CRISTO de modo tão inesperado e radical
quanto Saulo, passa a sentir de imediato um forte desejo de partilhar sua
experiência com todos. Diante de um testemunho como o seu não há como
disfarçar as emoções. A experiência de um homem que viu a glória divina nos
aquece o coração.
Saído de um ambiente tão rígido como o do farisaísmo, o choque que Saulo
recebeu foi enorme. Seu modo de pensar modificara-se tão rapidamente, que
ele precisava de tempo para descansar e refletir. Queria repensar o passado,
observar lógica e tranqüilamente o futuro, e preparar-se para a grande obra a
que DEUS o chamara. O Senhor não dissera que ele devia levar o nome de
CRISTO diante dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel?
Saulo era um pensador profundo. Não tomava nenhuma atitude sem antes
raciocinar e pesar as conseqüências. Algumas pessoas a tudo analisam;
outras, não se preocupam com nada. A mente de Saulo era analítica; teve
necessidade de refletir para ajustar-se aos fatos que lhe abalaram a estrutura
existencial.
Ao despedir-se dos cristãos de Damasco, isolou-se na Arábia a fim de
concentrar-se nesta nova etapa de sua vida.
Na Epístola aos Gálatas, Saulo revela que, depois de sua conversão, não se
dirigiu aos apóstolos em Jerusalém, ou para quaisquer outros, a fim de se
inteirar do Evangelho que mais tarde pregaria. O Evangelho foi-lhe revelado
diretamente por DEUS. Em várias ocasiões, apóstolo o enfatizou: "Porque eu
recebi do Senhor o que também vos ensinei" (1 Co 11.23).
Na Arábia
No deserto, longe do burburinho da vida urbana, com as rochas e areias
ardentes durante o dia, e as estrelas silentes à noite, despojou-se Saulo das
amarras de uma vida inteira, libertando-se da Lei e da tradição judaicas. Na
quietude da Arábia, andou com DEUS. Aqui, o Senhor revelou a Saulo as
grandes verdades que viriam a ser as âncoras de sua pregação. Foi aqui
também que reestudou as Escrituras, e meditou sobre as grandes doutrinas
que iria em breve ensinar em todas as igrejas. Aprendeu o valor da
comunhão com DEUS, tornando-se-lhe sensível à vontade.
Foi no deserto que Moisés veio a encontrar DEUS. Naquele mesmo Monte na
Arábia onde Paulo agora estava a ter um encontro pessoal com JESUS
(Monte Horebe). E foi num momento de desespero, que Elias procurou a
quietude do deserto. No deserto, o maná alimentou o povo de DEUS por
quarenta anos. Que lugar seria mais propício para Saulo reencontrar-se com
o Senhor? Onde poderia ser alimentado diariamente pelo pão do céu senão
aqui?
É impossível saber os detalhes daqueles dias de consagração. Mas de uma
coisa não temos dúvida: Saulo deixou o deserto plenamente convicto e
preparado para apresentar as razões de sua fé. Ele sabia que, no exato
momento em que abrisse os lábios na sinagoga, os fariseus opor-se-lhe-iam
amargamente, tachando-o de hipócrita, traidor. Por isso, deveria estar
preparado a fim de apresentar tanto a sua defesa quanto a de JESUS com
toda a sua força e poder.
Na defesa da fé, seria imprescindível que tivesse idéias muito claras acerca
da salvação oferecida por CRISTO. Falar de uma experiência é simples, mas
debater com os filósofos e defensores de outras religiões exige um
conhecimento bem definido e pontos de vista sólidos. Além de justificar a
morte de CRISTO conforme predita nas Escrituras, Saulo teria de explicar
porque isso foi necessário e por que DEUS o exigiu.
Ao pensar no propósito da vida e na felicidade de que ora desfrutava, Saulo
concluiu: o que aprendera na escola rabínica era de fato uma poderosa
verdade. O supremo propósito do ser humano é receber o favor divino. Mas a
única maneira de se obter tal favor é submeter-se à justiça de DEUS.
Somente Ele pode conceder-nos a paz.

Entendendo o Dom da Justiça de DEUS


A história do homem sempre foi o relato do desvio da justiça divina e do
deliberado afastamento de DEUS. Muitos são os que, embora se julguem
justos e condenem os outros, jamais sentiram comunhão com DEUS. Outros,
como os judeus, dependem de sua obediência à Lei para obter o favor divino.
Saulo viveu desse modo até encontrar a JESUS. Mas agora, podia ver quão
vazia era a vida dos judeus: por não haverem recebido a JESUS, achavam-
se na mesma condição dos gentios.
Os gentios falharam em sua busca pela justiça. Não porque DEUS haja se
ocultado deles, pois Ele lhes dera suficiente conhecimento para que viessem
a ser conduzidos pela justiça. Eles porém não quiseram seguir a luz;
tentaram extingui-la. E já que não alcançaram o favor de DEUS, fizeram-se
filhos da ira. Quanto aos judeus, gabavam-se de suas muitas vantagens
sobre o resto do mundo. Embora possuíssem a Lei e os Profetas, não tiraram
proveito deles.
O que importa diante de DEUS não é saber o que é certo, mas praticar o que
é justo. Antes, Saulo acreditava que guardar a Lei era a única maneira de se
agradar a DEUS. Isso, porém, jamais lhe havia proporcionado satisfação
espiritual. Por outro lado, estava ciente de que, como depositário da Lei de
DEUS, tinha mais responsabilidades espirituais do que os gentios. Agora,
contudo, já não podia ignorar: tanto os judeus como os gentios, haviam
falhado na busca da justiça divina; encontravam-se ambos expostos à ira de
DEUS.
Nem os judeus nem os gentios eram bons, por haverem ambos herdado a
natureza pecaminosa de Adão. Tal natureza torna a pessoa fraca demais
para ser justa. A Lei, por descrever claramente o pecado, teria sido um
precioso guia para conduzir-nos à vida santa. Mas como curar uma natureza
tão enferma? Aquilo que queremos fazer, não o fazemos; e aquilo que não
queremos, isso o fazemos. DEUS outorgou a Lei com o propósito de mostrar-
nos qual o padrão de sua justiça.
Todos esses pensamentos formavam-se na mente de Saulo à medida que o
Senhor lhe transmitia gradualmente a mensagem que deveria ensinar em
todas as igrejas. Seu dia mais ditoso foi aquele em que DEUS ofereceu-lhe
um plano de salvação que não dependia de se guardar a Lei. Foi aí que
compreendeu que jamais alcançaria a justiça divina por seu próprio esforço.
Com o passar dos dias, Saulo começou a entender mais claramente todo o
quadro da salvação oferecida por DEUS. E essa revelação, obtida na Arábia,
foi mencionada repetidamente por ele como "o meu evangelho". Saulo não a
obteve mediante estudo ou leitura, nem a recebera de homem algum. Foi
diretamente e pessoalmente por intermédio de JESUS que chegou ao
conhecimento de tais fatos.

1 Coríntios 1
18 - Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para
nós, que somos salvos, é o poder de DEUS. 19 - Porque está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos
inteligentes. 20 - Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o
inquiridor deste século? Porventura, não tornou DEUS louca a
sabedoria deste mundo? 21 - Visto como, na sabedoria de DEUS, o
mundo não conheceu a DEUS pela sua sabedoria, aprouve a DEUS
salvar os crentes pela loucura da pregação. 22 - Porque os judeus
pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; 23 - mas nós pregamos a
CRISTO crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os
gregos. 24 - Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos,
lhes pregamos a CRISTO, poder de DEUS e sabedoria de DEUS. 25 -
Porque a loucura de DEUS é mais sábia do que os homens; e a fraqueza
de DEUS é mais forte do que os homens.

A Eficácia do Evangelho. O Caráter do Evangelho - 1 Coríntios 1:17-31 -


Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Temos aqui:
I
A maneira em que Paulo pregava o evangelho e a cruz de CRISTO: “não em
sabedoria de palavras” (v. 17), “palavras persuasivas de sabedoria humana”
(1Co 2.4), não pela ostentação da oratória ou a exatidão da linguagem
filosófica, das quais os gregos se orgulhavam tanto e que parece terem sido
particularmente recomendadas por alguns chefes de facções dessa igreja
que mais se opunham ao apóstolo. Ele não pregava o evangelho dessa
maneira, “para que a cruz de CRISTO se não faça vã”, pois senão o resultado
seria atribuído à força da arte, e não da verdade; não à simples doutrina de
um JESUS crucificado, mas à oratória poderosa daqueles que a difundiam, e
com isso a honra da cruz seria diminuída ou obscurecida. Paulo tinha sido
educado na erudição dos judeus, aos pés de Gamaliel, mas com a pregação
da cruz ele deixou de lado a sua erudição. Ele pregava um JESUS crucificado
numa linguagem clara, e dizia às pessoas que JESUS, que havia sido
crucificado, era o Filho de DEUS e o Salvador dos homens, e que todos que
queriam ser salvos deveriam arrepender-se de seus pecados e acreditar nele,
e submeter-se ao seu governo e às suas leis. Esta verdade não precisava de
nenhuma roupagem artificial; ela brilhava com a maior majestade em sua
própria luz e prevalecia no mundo pela sua autoridade divina e a
demonstração do ESPÍRITO, sem qualquer ajuda humana. A clara pregação
de um JESUS crucificado era mais poderosa que toda a oratória e filosofia do
mundo pagão.
II
Temos os diferentes aspectos dessa pregação: para os que se perdem, ela é
loucura, mas para aqueles que são salvos ela “é o poder de DEUS” (v. 18).
Ela é “escândalo para os judeus e loucura para os gregos. Mas, para os que
são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a CRISTO, poder
de DEUS e sabedoria de DEUS” (vv. 23,24): 1. O CRISTO crucificado é um
escândalo para os judeus. Eles não podiam suportar isso. Eles tinham a idéia
de que seu Messias esperado seria um grande príncipe e por isso nunca
reconheceriam como seu libertador e rei alguém que assumisse uma
aparência tão humilde na vida e morresse de morte tão execrável. Eles o
desprezaram e o olharam como execrável, porque Ele foi levantado no
madeiro, e porque Ele não os satisfez com um sinal para sua mente, embora
seu poder divino se mostrasse em inúmeros milagres. Os judeus queriam um
sinal (v. 22). Ver Mt 12.38. 2. Ele era loucura para os gregos. Eles riam da
história de um Salvador crucificado e desprezavam o modo como os
apóstolos a contavam. Eles procuravam a sabedoria. Eles eram homens de
saber e de leitura, homens que tinham cultivado as artes e as ciências, e
tinham sido, durante algum tempo, por assim dizer, a grande fonte de
conhecimento e erudição. Não havia nada na clara doutrina da cruz que se
adequasse ao gosto deles, nem cedesse à sua ostentação, nem satisfizesse
a um temperamento curioso e questionador: eles o acolhiam, portanto, com
escárnio e desdém. Que esperança havia em ser salvo por alguém que não
pôde salvar-se a si mesmo? E confiar em alguém que foi condenado e
crucificado como um malfeitor, um homem de nascimento desprezível e de
condição pobre e que morreu uma morte tão vil e ignominiosa? Era isso que
o orgulho da razão humana e da erudição não podia apreciar. Os gregos
pensavam ser quase uma estupidez receber tal doutrina e prestar essa alta
consideração a tal pessoa: e assim eles foram justamente deixados para
perderem-se em seu orgulho e obstinação. Observe que é justo da parte de
DEUS abandonar a si mesmos aqueles que derramam tal desdém orgulhoso
sobre a sabedoria e a graça divinas. 3. Para aqueles que são chamados e
salvos, Ele é “poder de DEUS e sabedoria de DEUS”. Aqueles que são
chamados e santificados, que receberam o evangelho e são iluminados pelo
ESPÍRITO de DEUS, discernem mais descobertas gloriosas da sabedoria e
do poder de DEUS na doutrina do CRISTO crucificado do que em todos as
outras coisas. Observe que aqueles que são salvos são reconciliados à
doutrina da cruz e conduzidos a um conhecimento experimental dos mistérios
do CRISTO crucificado.
III
Nós temos aqui o triunfo da cruz sobre a sabedoria humana, de acordo com a
antiga profecia (Is 29.14): “destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a
inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde
está o inquiridor deste século? Porventura, não tornou DEUS louca a
sabedoria deste mundo?” (vv. 19,20). Toda a erudição valiosa deste mundo
foi confundida, frustrada e obscurecida pela revelação cristã e os triunfos
gloriosos da cruz. Os políticos e os filósofos pagãos e os rabinos e doutores
judeus, os curiosos pesquisadores dos segredos da natureza, foram todos
apresentados e expostos ao embaraço. Esse esquema mostra-se fora do
alcance do mais profundo dos estadistas e filósofos e dos maiores
pretendentes à erudição entre os judeus e os gregos. Quando DEUS se
propôs a salvar o mundo, Ele estabeleceu um modo por si mesmo; e com boa
razão, pois “o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria” (v. 21).
Toda ciência orgulhosa do mundo pagão não podia efetivamente trazer o
mundo para DEUS. Apesar de toda a sua sabedoria, ainda prevalecia a
ignorância e a iniqüidade ainda abundava. Os homens estavam cheios por
seu conhecimento imaginário e completamente alienados de DEUS; e por
isso aprouve a DEUS salvar os crentes pela loucura da pregação – nem tanto
na verdade, mas na opinião comum.
1. O conteúdo pregado era loucura aos olhos dos homens sábios segundo o
mundo. Nossa vida através de alguém que morreu, nosso ser abençoado por
alguém que foi feito maldição, nosso ser justificado por alguém que foi
condenado por si mesmo, era tudo tolice e inconsistência aos homens
cegados por sua opinião própria e unidos a seus próprios preconceitos e
descobertas orgulhosas de sua razão e filosofia.
2. O modo de pregar o evangelho também era tolice para eles. Nenhum dos
homens famosos pela sabedoria ou eloqüência foram empregados para
implantar a igreja ou propagar o evangelho. Uns poucos pescadores foram
chamados e enviados com esta missão. Esses foram comissionados para
discipularem as nações; esses vasos escolhidos para carregar o tesouro do
conhecimento salvador ao mundo. À primeira vista, neles não havia nada que
parecesse grande ou elevado o suficiente para vir de DEUS, e os orgulhosos
pretendentes à erudição e à sabedoria desprezavam a doutrina por causa
daqueles que a dispensavam. E ainda “a loucura de DEUS é mais sábia do
que os homens” (v. 25). Aqueles métodos da conduta divina, que homens
presunçosos estão dispostos a censurar como insensata e fraca, têm mais
sabedoria bem-sucedida, sólida e verdadeira do que toda a erudição e
sabedoria que estão entre os homens: porque vede, irmãos, a vossa
vocação; que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os
poderosos, nem muitos os nobres que são chamados (v. 26). Vocês vêem a
condição do cristianismo; poucos homens eruditos, ou autoridades, ou de
nobre procedência, são chamados. Há uma grande quantidade de
insignificância e fraqueza na aparência exterior de nossa religião. Pois: (1)
Poucos personagens distintos em qualquer desses casos foram escolhidos
para o trabalho do ministério. DEUS não escolheu filósofos, nem oradores,
nem estadistas, nem homens prósperos, poderosos e de interesse no mundo,
para publicar o evangelho da graça e da paz. Não os homens sábios segundo
a carne, embora homens estivessem dispostos a pensar que uma reputação
de sabedoria e erudição poderia ter contribuído muito para o sucesso do
evangelho. Não o poderoso e nobre, embora homens estivessem dispostos a
imaginar que pompa secular e poder seriam os meios para sua aceitação no
mundo. Mas DEUS não vê como o homem vê. Ele tem escolhido as coisas
loucas do mundo, as coisas fracas do mundo, as coisas comuns e
desprezíveis do mundo, homens de vil nascimento, de classe baixa, sem
ampla educação, para serem os pregadores do evangelho e implantadores
da igreja. Seus pensamentos não são como os nossos pensamentos, nem
seus caminhos como os nossos caminhos. Ele é um juiz melhor que nós
acerca de quais instrumentos e medidas servirão aos propósitos de sua
glória. (2) Poucos da classe distinta foram chamados para ser cristãos. Como
os pregadores eram pobres e miseráveis, assim geralmente eram os
convertidos. Poucos sábios, poderosos e nobres abraçaram a doutrina da
cruz. Os primeiros cristãos, entre os judeus e os gregos, eram fracos, simples
e humildes, homens de capacitação desprezível em relação aos seus
aperfeiçoamentos mentais, e de grau e condição muito desprezíveis em
relação ao seu estado exterior; e ainda assim, que descobertas gloriosas não
há da sabedoria divina em todo o esquema do evangelho e, nessas
circunstâncias particulares, de seu sucesso!
IV
Temos um relatório de quão admiravelmente tudo está adequado: 1. Para
derrubar todo orgulho e ostentação dos homens. DEUS escolheu “as coisas
loucas deste mundo para confundir as sábias” – homens que não possuem
nenhuma instrução para confundir os maiores eruditos; “as coisas fracas
deste mundo para confundir as fortes” – homens de grau e circunstâncias
desprezíveis para confundir e prevalecer contra todo poder e autoridade dos
reis terrenos; “e as coisas vis deste mundo e as desprezíveis” – coisas que os
homens têm em baixa estima, ou em extremo desdém, para despejar desdém
e desgraça sobre tudo que eles valorizam e veneram; “e que não são, para
aniquilar (desprezar) as que são” – a conversão de gentios (de quem os
judeus tinham pensamentos vis e desprezíveis) estava para abrir um caminho
para a abolição daquela constituição da qual eles estavam tão afeiçoados e a
respeito da qual eles se valorizavam tanto a ponto de, por causa dela,
desprezarem o resto do mundo. É comum para os judeus falarem dos gentios
sob essa imagem, como coisas que não são. Assim, no livro apócrifo de
Ester, ela é apresentada louvando a DEUS que não daria o cetro àqueles que
nada são (Et 14.11). Esdras, em um dos livros apócrifos que estão sob seu
nome, fala a DEUS dos pagãos como aqueles que são reputados como nada
(2 Ed 6.56,57). E o apóstolo Paulo parece ter esta linguagem comum aos
judeus em seu ponto de vista quando chama Abraão de “pai de todos nós,
perante aquele no qual creu, a saber, DEUS, que chama as coisas que não
são como se já fossem” (Rm 4.17). O evangelho era adequado para destruir
o orgulho de judeus e gregos, para envergonhar o saber orgulhoso e a
erudição dos gregos; e para derrubar aquela constituição sobre a qual os
judeus se valorizavam e desprezavam todo o mundo, pois “para que
nenhuma carne se glorie perante ele” (v. 29), não pode haver nenhuma
pretensão para orgulhar-se. A sabedoria divina tinha somente o instrumento
do método da redenção; a graça divina somente a revelou, tornando-a
conhecida. Ela mostra, em ambos os aspectos, os limites humanos. E a
doutrina e a descoberta prevaleceram a despeito de toda oposição que
encontraram da parte das artes e da autoridade humanas: assim,
efetivamente, DEUS escondeu e envergonhou todo orgulho humano. A
dispensação do evangelho é um instrumento para o homem humilde. Mas: 2.
Ela está admiravelmente adequada para glorificar a DEUS. Há uma grande
porção de poder e de glória na essência e na vida do cristianismo. Embora os
ministros fossem pobres e incultos, e os convertidos geralmente de classes
desprezíveis, ainda assim a mão do Senhor concordava com os pregadores e
era poderosa nos corações dos ouvintes, e JESUS CRISTO era
verdadeiramente engrandecido e honrado a ministros e cristãos. Tudo o que
temos, o temos de DEUS como a fonte e em e através de CRISTO como o
canal condutor. DEUS o fez para nós “sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção” (v. 30): tudo de que precisamos ou podemos desejar. Somos tolos,
ignorantes e cegos em relação às coisas de DEUS, com todo o nosso
conhecimento arrogante; e Ele é feito sabedoria para nós. Somos culpados,
detestáveis à justiça, e Ele é feito justiça, nossa grande redenção e sacrifício.
Somos depravados e corruptos, e Ele é feito santificação, a primavera de
nossa vida espiritual. A partir dele, o cabeça, ela é comunicada a todos os
membros de seu corpo místico por meio do seu ESPÍRITO SANTO. Estamos
em algemas, e Ele é feito redenção para nós, nosso Salvador e Libertador.
Observe que onde CRISTO é feito justiça para qualquer alma, Ele também é
feito santificação. Ele nunca manda embora a culpa do pecado sem libertar
do seu poder. Porque Ele é feito justiça e santificação, para que, no fim, Ele
possa ser feito completa redenção, possa libertar a alma do verdadeiro ser do
pecado, e soltar o corpo das algemas da sepultura: e o que é projetado em
tudo é “que toda carne glorie-se no Senhor” (v. 31). Observe que é a vontade
de DEUS que todo o nosso glorificar deva ser no Senhor, e a nossa salvação
seja somente através de CRISTO. Foi efetivamente planejado para ser assim.
O homem é humilhado, e DEUS é glorificado e exaltado por todo esse plano.
1 Coríntios 2
1 - E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho
de DEUS, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. 2 -
Porque nada me propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este
crucificado. 3 - E eu estive convosco em fraquezas, e em temor, e em
grande tremor. 4 - A minha palavra e a minha pregação não consistiram
em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração
do ESPÍRITO e de poder. 5 - para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria dos homens, mas no poder de DEUS.

O Ministério do Apóstolo - 1 Coríntios 2:1-5 - Comentário Bíblico -


Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Nessa passagem, o apóstolo prossegue seu intento e recorda os coríntios
como ele agiu quando pregou o evangelho pela primeira vez no meio deles.
I
Em relação à matéria ou assunto que ele nos narra (v. 2): “porque nada me
propus saber entre vós, senão a JESUS CRISTO e este crucificado” – para
não mostrar nenhum outro conhecimento além deste, para não pregar nada,
para não descobrir o conhecimento de nada, a não ser JESUS CRISTO e
este crucificado. Observe que CRISTO, em sua pessoa e funções, é o
resumo e a essência do evangelho, e deve ser o grande assunto da pregação
de um ministro do evangelho. Sua função é apresentar a bandeira da cruz e
convidar as pessoas para virem a ela. Ninguém que ouviu Paulo pregar o
achou tocando tão continuamente a mesma tecla, que ele diria que não
conhecia nada a não ser CRISTO e este crucificado. Qualquer que fosse
outro conhecimento que ele tivesse, esse era o único conhecimento que ele
descobriu e mostrou-se preocupado em propagar entre seus ouvintes.
II
Também a maneira em que ele pregava o evangelho é aqui observável. 1.
Negativamente. Ele não veio “entre eles com sublimidade de palavras ou de
sabedoria” (v. 1). Seu discurso e “pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria humana” (v. 4). Ele não aparentava ser um
excelente orador ou um filósofo profundo, nem se insinuou em suas mentes,
pela ostentação de palavras, ou por uma exibição pomposa de uma razão
profunda e de um saber extraordinário e hábil. Ele não se colocou para
cativar o ouvido por excelentes divagações e expressões eloqüentes, nem
para agradar ou divertir a imaginação com elevados vôos de idéias sublimes.
Nem seu discurso, nem a sabedoria que ele ensinava, tinham o sabor da
habilidade humana. Ele as aprendeu em uma outra escola. A sabedoria
divina não precisava ser atraente com os ornamentos humanos. 2.
Positivamente. Ele veio entre eles anunciando “o testemunho de DEUS” (v.
1). Ele impulsionou uma revelação divina e deu provas suficientes pela sua
autoridade, tanto pela concordância com as antigas profecias quanto por
operações miraculosas; e lá ele deixou o assunto. Ornamentos de discurso,
habilidade filosófica e argumentos não poderiam acrescentar nenhum peso
ao que veio recomendado por tal autoridade. Ele estava com eles em
fraqueza, e em temor, e grande tremor, e ainda a sua palavra e pregação
eram “em demonstração do ESPÍRITO e de poder” (vv. 3,4). Seus inimigos
na igreja de Corinto falavam muito desdenhosamente dele: mas a sua
presença pessoal é fraca, e a palavra, desprezível (2 Co 10.10).
Possivelmente ele tenha tido um corpo de baixa estatura e uma voz fraca,
mas, embora não tivesse tão boa oratória como alguns, está claro que não
era nenhum pregador desprezível. Os homens de Listra viram nele o deus
pagão Mercúrio que descera até eles na forma de homem, porque ele era o
pregador principal (At 14.12). E ele nem queria coragem nem determinação
para levar adiante o seu trabalho; ele não era aterrorizado em nada pelos
seus adversários. E ele também não era ostentador. Ele não se vangloriava
orgulhosamente de si mesmo, como seus opositores. Ele conduziu-se em sua
ocupação com muita modéstia, preocupação e cuidado. Ele se comportou
com grande humildade entre eles, não como alguém vaidoso com a honra e a
autoridade outorgadas a ele, mas alguém preocupado em mostrar-se fiel, e
temeroso de si mesmo, para que não administrasse mal a sua confiança.
Observe que ninguém conhece o medo e o tremor dos ministros fiéis, que
são zelosos pelas almas com um bom zelo; e um profundo sentimento de sua
própria fraqueza é a ocasião para esse temor e tremor. Eles conhecem como
são insuficientes e são por essa razão assustados e trêmulos por si mesmos.
Mas, embora Paulo administrasse sua vida com essa modéstia e
preocupação, ele ainda falava com autoridade: “em demonstração do
ESPÍRITO e de poder”. Ele pregava as verdades de CRISTO na forma nativa
deles, com um discurso claro. Ele expunha a doutrina como o ESPÍRITO a
entregava, e deixava que o ESPÍRITO, pela sua operação exterior em sinais
e milagres, e suas influências internas nos corações dos homens,
demonstrasse a sua verdade e obtivesse acolhida.
III
Aqui está o fim mencionado para o qual ele pregava CRISTO crucificado
dessa maneira: “para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos
homens, mas no poder de DEUS” (v. 5) – que eles não pudessem ser
arrastados por motivos humanos, nem dominados por meros argumentos
humanos, para que não fosse dito que a retórica ou a lógica os tivessem
tornado cristãos. Mas, quando nada além de CRISTO crucificado era pregado
claramente, o sucesso devia ser totalmente atribuído ao poder divino que
acompanhava a palavra. Sua fé devia ser fundada, não na sabedoria
humana, mas na evidência e na operação divinas. O evangelho era tão bem
pregado que DEUS podia aparecer e ser glorificado em tudo.

A MORTE VICÁRIA DE JESUS - PORQUE PRIMEIRAMENTE VOS


ENTREGUEI O QUE TAMBÉM RECEBI: QUE CRISTO MORREU POR
NOSSOS PECADOS, SEGUNDO AS ESCRITURAS
1 CORÍNTIOS 15.3 - CRISTOLOGIA - A doutrina de JESUS CRISTO -
Esequias Soares

A morte de JESUS deve ser estudada como fato histórico com suas
relevantes implicações teológicas no plano divino da redenção humana. A
morte não foi acidente de percurso, estava previsto nas Escrituras Sagradas,
e esse acontecimento afetou e ainda afeta a vida de todos os humanos. Não
se trata apenas da morte de um justo, mas de um sacrifício como oblação
pelos nossos pecados, que DEUS recebeu e propôs como propiciação pelas
nossas ofensas (Rm 3.25). O aspecto histórico está nos evangelhos, o
teológico, em Atos, nas epístolas e em Apocalipse.

A MORTE DE JESUS NO PLANO DIVINO


No capítulo sete, JESUS, Sacerdote Eterno, falou-se sobre o sacrifício como
tema central do Antigo Testamento e que esse sistema sacrificial implicava
expiação, redenção, perdão e castigo vicário. O primeiro anúncio da vinda do
Messias já vinculava a sua morte: “esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar” (Gn 3.15). Isso fala de seu sofrimento e, também, de sua glória.
Os detalhes são revelados progressivamente no transcorrer do tempo.
Depois do dilúvio, DEUS escolheu o patriarca Abraão e prometeu suscitar
dentre os seus descendentes o Redentor, pois a promessa divina feita a
Abraão era: “À tua semente darei esta terra” (Gn 12.7). Segundo o apóstolo
Paulo, é uma profecia messiânica, pois essa Semente diz respeito ao
Messias (Gl 3.16). Dentre os filhos de Jacó, DEUS escolheu Judá, para ser
um dos progenitores da Semente da Mulher (Gn 49.10). Judá é o pai de
Perez (Gn 38.26-30), dele descendeu o rei Davi (Rt 4.18-22). A partir daí, os
profetas apresentaram detalhes da obra e da identidade de JESUS.
A morte física de JESUS aconteceu “segundo as Escrituras” (1 Co 15.3), isso
significa que estava prevista no Antigo Testamento por figuras e tipos, a
começar pelo ritual do tabernáculo, e de maneira direta pelos profetas. A
descrição do cordeiro da Páscoa, desde o êxodo do Egito, aponta para
CRISTO e o seu sacrifício: “não levarás daquela carne fora da casa, nem
dela quebrareis osso” (Êx 12.46). Os soldados quebraram as pernas dos dois
malfeitores que foram crucificados ao lado do Senhor JESUS, mas não
quebraram as pernas do Mestre: “Mas, vindo a JESUS e vendo-o já morto,
não lhe quebraram as pernas... para que se cumprisse a Escritura, que diz:
Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.33, 36).
O altar do sacrifício é outro tipo significativo. É identificado como altar dos
holocaustos, altar de bronze ou de ofertas queimadas. Era uma caixa de mais
ou menos 2,50m de comprimento e a mesma medida a sua largura, sua
altura de aproximadamente 1,75m, de madeira de cetim e revestida de
bronze ou cobre (a palavra hebraica é a mesma para esses metais), com
quatro pontas, uma em cada canto (Êx 29.1, 20). As pontas eram aspergidas
com sangue na consagração de sacerdotes (Êx 29.12), no dia da expiação
(Lv 16.18) e na oferta pelo pecado, quando o pecador apresentava o
substituto para o sacrifício (Lv 4.18, 25, 34). As marcas de sangue nas quatro
pontas do altar apontam para as quatro marcas de sangue na cruz: na parte
superior proveniente da coroa de espinhos, os cravos nos braços direito e
esquerdo e o dos pés: o altar do sacrifício, onde o Filho de DEUS morreu em
nosso lugar. Não há necessidade de se apresentar mais exemplos para
mostrar os tipos e as figuras do sacrifício do Calvário.
O salmo 22 começa com as palavras que JESUS pronunciou do alto da cruz:
“DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46). A
passagem paralela do evangelho de Marcos, a citação está em aramaico:
“Eloí, Eloí, lemá sabactâni? Isso, traduzido, é: DEUS meu, DEUS meu, por
que me desamparaste?” (Mc 15.34), mas o Targum de Jonathan usa “Eli”,
igual ao hebraico, no salmo 22.1 [22.2]. O salmo é profético e descreve
alguém abandonado, mas com uma fé inabalável em DEUS. O versículo 8
cumpriu-se na crucificação: “Confiou no SENHOR, que o livre; livre-o, pois
nele tem prazer” (Cf Mt 27.43); da mesma forma, o 18: “Repartem entre si as
minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica” (Cf Mc 15.24; Lc 23.34;
Jo 19.23, 24). Isaías 53 descreve a cena do Calvário com abundância de
detalhes. Segundo Alfred Edersheim, o Targum de Jonathan e o Targum de
Jerusalém “adotam com franqueza a interpretação messiânica destas
profecias” (EDERSHEIM, 1997, p. 90). O profeta Zacarias anunciou de
antemão que o Messias seria traspassado (12.10 Cf Jo 19.34, 37).
JESUS afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nele, sendo
sua paixão e morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27;
44-46). Os quatro evangelhos apontam essa morte como cumprimento das
Escrituras dos Profetas (Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24, 36, 37). O
sacrifício de JESUS é a conclusão lógica dos ensinamentos do Antigo
Testamento.

A CRUCIFICAÇÃO
O relato da execução de JESUS está registrado nos quatro evangelhos
sinóticos. Eles devem ser entendidos como uma narrativa completa. Há
apenas um evangelho descrito e apresentado em quatro maneiras. Há muita
coisa em comum neles, mas há também muitas coisas peculiares que só
aparecem em cada um deles, havendo muito mais coisas em comum e
semelhantes do que diferenças. Quando se fala da harmonia dos evangelhos
isso quer dizer, mediante fatos e provas, que os evangelhos não se
contradizem. Nenhum deles é completo, o que falta em um, aparece no outro.
De modo que as aparentes discrepâncias são, na verdade, complementos
dessas narrativas, formando um só evangelho, narrando a vida de JESUS
CRISTO. Muitas coisas que JESUS fez e ensinou não foram escritas (Jo
21.25). DEUS permitiu que fosse registrado apenas o suficiente para a
salvação da humanidade. Todos eles tinham como meta apresentar em
ordem a narrativa do nascimento, ministério, paixão e ressurreição de
JESUS.
Somente Mateus mencionou a abertura dos sepulcros e a ressurreição dos
mortos quando JESUS morreu (27.50-53), apenas Lucas registrou o
arrependimento de um dos dois malfeitores crucificados ao lado do Senhor
JESUS (23.40-43). João foi o único a escrever que JESUS carregou, ele
mesmo, às costas, a cruz (19.17), que falou com Maria, sua mãe, desde o
alto da cruz (19.26, 27) e que ele foi traspassado (19.34). Das sete palavras
da cruz, as frases proferidas por CRISTO do alto da cruz, uma foi registrada
por Mateus e Marcos: “DEUS meu, DEUS meu, por que me desamparaste?”
(Mt 27.46; Mc 15.34); três por Lucas: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem” (23.34), “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso”
(v 43), “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (v. 46) e as outras três por
João: “Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí tua mãe” (19.26, 27), “Tenho sede” (v.
28) e “Está consumado” (v. 30). Esses são alguns exemplos de detalhes de
cada narrativa.
JESUS esteve na cruz durante seis horas, depois de uma longa noite de
interrogatório e de uma sessão de tortura. Quando o prenderam no
Getsêmani, ele foi conduzido à casa do sumo sacerdote para o primeiro
interrogatório (Lc 22.54), ali mesmo começou a tortura física e a zombaria: “E
os homens que detinham JESUS zombavam dele, ferindo-o. E, vendando-lhe
os olhos, feriam-no no rosto e perguntavam-lhe, dizendo: Profetiza-nos: quem
é que te feriu?” (Lc 22.63, 64). Pela manhã cedo, ele foi conduzido ao
sinédrio (Lc 22.66), onde a sessão de interrogatório prosseguiu e de lá para o
governador romano da Judéia, Pôncio Pilatos (Lc 23.1), que logo o remeteu
de volta a Herodes, mas antes, em sua presença, foi zombado e ultrajado,
em seguida foi devolvido para Pilatos (Lc 23.7, 11). Então, foi torturado,
recebeu uma coroa de espinhos, um bastão real e um manto de púrpura (Mt
27.29; Jo 19.2), escarnecendo-se dele, pois dizia ser o rei dos judeus. Foi
crucificado às nove horas da manhã: “E era a hora terceira, e o crucificaram”
(Mc 15.25).20 A injustiça era tanta que até a natureza se revoltou, o sol
negou a sua luz em pleno dia, houve trevas em toda a terra desde um pouco
antes do meio-dia até às três horas das tarde (Lc 23.44-46).
Somente Lucas registrou as ipsis litteris (por suas palavras) de JESUS, ao
entregar o espírito ao Pai: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc
23.46). Era uma oração registrada no livro dos Salmos: “Nas tuas mãos,
entrego o meu espírito” (31.5 ARA), que as crianças judias recitavam como
oração ao anoitecer. O relato de Lucas mostra de maneira inconfundível que
JESUS se entregou por nós, ele deu sua vida pelos pecadores, como ele
mesmo havia prometido, “a minha vida”, disse “ninguém ma tira de mim, mas
eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18). JESUS entregou o espírito com “grande
brado” (Mc 15.37) ou com “grande voz” (v. 46; Mt 27.50). O termo “está
consumado” (Jo 19.30), tanto em grego τετέλεσται (τελεω teleo -Tetelestai
- "Está Consumado" ou "Totalmente Pago"), como em aramaico ‫משלַׁ ם‬ ַׁ
(moshallam), tem o mesmo significado. O brado de JESUS no alto da cruz
declara haver concluído a obra da redenção entregando ao Pai o seu espírito
indica triunfo, e não mero “está acabado” como um derrotado. Ele foi
crucificado, mas vitorioso, cumpriu a sua missão com sucesso, aleluia!
O “véu do templo” era a cortina que separava o lugar santo do lugar
santíssimo, ou santo dos santos, lugar da presença de DEUS onde somente
o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx 26.33;
30.10; Lv 16.15). O véu rasgado mostra que a morte de JESUS abriu a todos
os seres humanos o caminho para DEUS (Hb 6.19, 20; 10.19, 20).
A morte de JESUS causou o maior impacto de toda a sua vida. O centurião
reconheceu haver crucificado um homem justo, e a multidão “voltava batendo
nos peitos” (Lc 23.48) como gesto de aturdimento. Estava ali participando de
um espetáculo de zombaria, de repente, as palavras de JESUS com a reação
da natureza despertaram a consciência daquelas pessoas que voltavam para
casa batendo dos peitos como gesto de lamentação pelo horrendo crime,
sem precedente na História, era uma sensação coletiva de culpa e vergonha.
Essa estranha reação foi um preparativo para o povo receber a mensagem
do evangelho, pregado pelo apóstolo Pedro, no dia de Pentecostes (At 2.23).

O SACRIFÍCIO VICÁRIO
A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de DEUS”
(Rm 3.23) e que o homem é completamente incapaz de salvar-se a si mesmo
(Is 64.6), de ir ao céu pela sua própria força, justiça e bondade. Assim, DEUS
proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl
85.10). O sacrifício de JESUS satisfez toda a justiça da lei e dos profetas. O
Antigo Testamento não somente anuncia a vinda de JESUS com sua paixão
e morte como também apresenta a importância do sangue, no sacrifício,
apontando para o Calvário: “... é o sangue que fará expiação...” (Lv 17.11).
Isso é confirmado no Novo Testamento... sem derramamento de sangue, não
há remissão” (Hb 9.22). “Expiação”, portanto, significa reconciliação, é a
restauração de uma relação quebrada. Na cruz fomos reconciliados com
DEUS (2 Co 5.19; Ef 2.23-26).
O termo “vicário” vem do latim vicarius, que significa “o que faz as vezes de
outro, substituto” (SARAIVA, 2000, p. 1273). Morte vicária significa morte
substitutiva, pois JESUS morreu em nosso lugar (1 Co 15.3; Gl 2.20). Os
apóstolos entenderam o significado teológico na morte de JESUS, pois DEUS
propôs o sangue de seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm
3.25; 1 Pe 3.18; 1 Jo 2.1,2).
Os muçulmanos negam peremptoriamente a morte de JESUS. O Alcorão
ensina textualmente que JESUS não morreu. Essa é a mais grotesca
negação do cristianismo, pois os céticos sempre têm questionando o
significado de eventos ligados aos ensinos e às obras de CRISTO. Porém,
rechaçar a História, afirmando que JESUS não morreu, é um disparate, pois
toda a estrutura bíblica gravita em torno desse acontecimento: a paixão e a
morte de JESUS é contada como parte de sua vida terrena nos quatro
evangelhos, sendo as evidências externas sólidas e indestrutíveis.
Há inúmeras referências à morte de CRISTO no Antigo Testamento, alguns
exemplos foram citados acima. O próprio JESUS predisse, várias vezes, a
sua morte; dois exemplos são suficientes para confirmar esse fato:
Desde então, começou JESUS a mostrar aos seus discípulos que convinha ir
a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e
dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia ... E, subindo JESUS a
Jerusalém, chamou à parte os seus doze discípulos e, no caminho, disse-
lhes: Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos
príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e condená-lo-ão à morte” (Mt 16.21;
20.17, 18).
Historiadores judeus e romanos atestaram a morte de JESUS. O fato foi
registrado por Josefo:
Nesse mesmo tempo, apareceu JESUS, que era um homem sábio, se é que
podemos considerá-lo simplesmente um homem, tão admiráveis eram as
suas obras. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade
e foi seguido não somente por muitos judeus, mas também por muitos
gentios. Ele era o CRISTO. Os mais ilustres dentre os de nossa nação
acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o
haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte. Ele
lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas
haviam predito, dizendo que ele faria muitos outros milagres. É dele que os
cristãos, os quais vemos ainda hoje, tiraram o seu nome (Antiguidades, Livro
18.4.772).
Josefo não era cristão e por isso muitos críticos duvidam da autenticidade da
menção de JESUS em sua obra. Porém, nada há nos manuscritos que
justifiquem tal suspeita, ela é fundamentada apenas nos adjetivos que o
historiador aplicou a JESUS.21 A literatura judaica antiga menciona a morte
de JESUS, o Talmud Babilônico declara a morte de JESUS na véspera da
Páscoa (Sanh. 43a). Tácito, o historiador romano, afirma: “CRISTO, foi
executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos” (Anais
XV.44.2,3). Luciano de Samosata, satirista grego e zombador dos cristãos,
por volta de 170 escreveu: “Os cristãos, como todos sabem, adoram um
homem até hoje – o distinto personagem que iniciou seus novos rituais – foi
crucificado por causa disso” (MCDOWELL, 1995, p. 60). A confirmação
bíblica e histórica da morte de JESUS é fato incontestável. A verdade é que a
cruz de CRISTO sempre foi escândalo para os que perecem (1 Co 1.23).
O homem precisava e precisa de JESUS, ele que se tornou o nosso
sacrifício, morreu em nosso lugar para abrir o caminho ao céu. O que é tão
ofensivo na cruz? O orgulho do homem faz com que se rebele contra a
sentença de DEUS. O incrédulo ofende-se porque DEUS não aceita seus
esforços pessoais! O sacrifício de JESUS CRISTO mostra que o homem é
completamente incapaz de ir ao céu, à presença de DEUS, pela própria
bondade e força. JESUS deixou isso claro: “Disse-lhe JESUS: Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo
14.6); “sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5).

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 5 - CPAD - JESUS CRISTO, e Este Crucificado, A


Mensagem do Apóstolo

OBJETIVO GERAL - Ressaltar que JESUS CRISTO, e este crucificado, é o


centro da mensagem cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Destacar a centralidade da pregação de Paulo;
Elencar as expressões-chave na doutrina de Paulo;
Pontuar os efeitos da mensagem da cruz.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR


Nos dias de Paulo, nem todos acreditavam na possibilidade de que um
homem crucificado seria o Filho de DEUS. Para os judeus, isso era
blasfêmia; para os gregos, loucura. Entretanto, o apóstolo Paulo não deixava
de falar a respeito do CRISTO Crucificado tanto para os judeus quanto para
os gentios. Nele, está a verdadeira sabedoria de vida.
Converse com seus alunos e mostre que a cruz de CRISTO não pode ser
ignorada em nossa mensagem. Essa é a razão de pregar as boas novas de
salvação. Ore ao Senhor, pedindo que os alunos não tenham vergonha da
cruz e, corajosamente, possam repetir as palavras do poeta: "Sim eu amo a
mensagem da cruz / Té morrer eu a vou proclamar".

PONTO CENTRAL - JESUS CRISTO, o Crucificado, é o centro da


mensagem cristã.

SÍNTESE DO TÓPICO I - JESUS CRISTO, o Crucificado, é o centro da


mensagem de Paulo.
SÍNTESE DO TÓPICO II - “Evangelho de CRISTO”, “CRISTO crucificado” e
“CRISTO ressurreto” são expressões-chave na doutrina de Paulo
SÍNTESE DO TÓPICO III - Os efeitos da mensagem da cruz se revelam por
meio de uma vida no poder de DEUS, de humildade e dependência do
ESPÍRITO SANTO.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO TOP1


Escreva na lousa a seguinte indagação: Por que a mensagem da Cruz é
considerada loucura da pregação? Dê um tempo para que os alunos
elaborem uma reposta. Após passar o tempo determinado, permita que cada
aluno exponha a sua própria resposta. Aqui, não é importante saber se as
repostas estão corretas. A ideia é introduzir a aula a partir do conhecimento
prévio dos alunos. Depois das respostas deles, faça a exposição deste
primeiro tópico e, ao final, peça aos alunos que respondam à pergunta
novamente, comparando com as respostas anteriores. A Escola Dominical é
uma oportunidade de conhecer a cultura bíblica de modo proativo.

CONHEÇA MAIS TOP2


*A Cruz de CRISTO
“A cruz de CRISTO está cheia do poder de DEUS, porque foi o meio pelo
qual JESUS realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e
morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos
de sabedoria e filosofia humanas implicaria furtá-la do seu poder, ou seja, da
sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto
que os teólogos liberais estão fazendo hoje”. Para ler mais, consulte o “I & II
Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções”, editado pela CPAD,
p.28.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP2


“Paulo não se envergonhava porque pregava sobre as Boas Novas a respeito
de CRISTO, uma mensagem de salvação que tem o poder de transformar
vidas e é destinada a todos, sem exceção. Quando você sentir-se
constrangido, lembre-se do significado das Boas Novas. Se fixar sua atenção
somente em DEUS e naquilo que Ele está fazendo, não em sua inaptidão,
você não sentirá vergonha de anunciar o evangelho. [...] As Boas Novas
revelam como DEUS foi justo em seu plano para nos salvar e como podemos
estar prontos e adequados para a vida eterna. Ao confiar em CRISTO, nosso
relacionamento com DEUS tornar-se perfeito” (Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.1552).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO TOP3


“[...] A cruz de CRISTO está cheia do poder de DEUS, porque foi o meio pelo
qual JESUS realizou nossa salvação quando derramou o seu sangue e
morreu por nós. Tentar explicar a cruz ou deduzir sua importância em termos
de sabedoria e filosofia humanas implicaria furtá-la do seu poder, ou seja, da
sua capacidade de transformar os pecadores em santos. É exatamente isto
que os teólogos liberais estão fazendo hoje. Mas Paulo proclamou seu poder
para salvar, libertar do pecado e de Satanás, curar, restabelecer a comunhão
com DEUS – e o mesmo devemos fazer. O ESPÍRITO SANTO tornará reais a
cruz e o seu poder para os corações famintos (cf. Rm 1.16). [...] DEUS sabe
que a sabedoria humana não pode conhecê-lo. Em sua sabedoria, agradou-
lhe usar a pregação do que o mundo chamou de tolice a fim de salvar os que
creem. A pregação da cruz, junto com a declaração de que o JESUS
crucificado e ressuscitado é o Senhor e Salvador [...]” (HORTON, Stanley. I &
II Coríntios: Os Problemas da Igreja e suas Soluções. Rio de Janeiro: CPAD,
2017, p.29).

PARA REFLETIR - A respeito de “‘JESUS CRISTO, e Este Crucificado’ – A


Mensagem do Apóstolo”, responda:
Que mentalidade havia na época de Paulo? Havia uma mentalidade na época
paulina em que “a palavra da cruz” era uma afronta aos religiosos e filósofos.
Por que a cruz era considerada loucura? A cruz era considerada loucura
porque chocava a sabedoria humana.
O que significa a palavra “Evangelho”? A palavra “evangelho” significa “boa-
nova; boa notícia que se leva as pessoas”.
Segundo a lição, por que os homens não conseguem alcançar a sabedoria
divina? Os homens não conseguem alcançar a sabedoria divina, pois estão
escravos do pecado e, por isso, para eles é loucura.
O que a mensagem da cruz nos ensina? A mensagem da cruz nos ensina a
depender do ESPÍRITO, não de nós mesmos.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 87, p. 38.

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