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Higiene e Segurança no

Trabalho

Prof. Aldo Muro Júnior


O que é segurança no trabalho?

◼ Segurança do trabalho pode ser entendida


como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes
de trabalho, doenças ocupacionais, bem
como proteger a integridade e a
capacidade de trabalho do trabalhador.
Escopo da Segurança no Trabalho
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas
como Introdução à Segurança, Higiene e Medicina
do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em
Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia
na Engenharia de Segurança, Comunicação e
Treinamento, Administração aplicada à Engenharia
de Segurança, O Ambiente e as Doenças do
Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de
Pesquisa, Legislação, Normas Técnicas,
Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção
do Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação,
Proteção contra Incêndios e Explosões e Gerência
de Riscos.
Produção x produtividade

◼ Produção ◼ Produtividade
Staff
◼ O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa
compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por
Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro
do Trabalho. Estes profissionais formam o que
chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.
Também os empregados da empresa constituem a CIPA
- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem
como objetivo a prevenção de acidentes e doenças
decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida
e a promoção da saúde do trabalhador.
Juridicidade
◼ A Segurança do Trabalho é definida por normas
e leis. No Brasil a Legislação de Segurança do
Trabalho compõe-se de Normas
Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras
Rurais, outras leis complementares, como
portarias e decretos e também as convenções
Internacionais da Organização Internacional do
Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
Situações-problema:
◼ Trabalhadores dos laranjais paulistas.
◼ Trabalhadores rurais.
◼ Trabalhadores de empresa cervejeira.
◼ Produtividade mensal bancária.
◼ Trabalhadores rurais dos municípios
goianos.
◼ Professores.
◼ Caso Wilian.
Acidentes e doenças
profissionais
◼ A saúde tem custos no trabalho?
◼ Há nexo causal (concausidade) entre as
doenças do trabalho – físicas e somáticas
e o meio ambiente ao qual está inserido o
trabalhador brasileiro?
◼ O Direito positivo contempla a saúde
mental dentro do meio ambiente do
trabalho?
Conceito de saúde no trabalho:
◼ Conceito normal: Presença de agentes
patogênicos: “A doença é visível:
diagnosticável através de em exames
laboratoriais, radiológicos, etc.”
◼ Conceito de saúde no trabalho: NÃO
DOENÇA.
◼ Patologias psíquicas e mentais não aparecem
em exames laboratoriais – “frescura”
Para Salvador Allende:

“Saúde é o bem-estar físico,


mental e social”
Saúde mental

◼ Hipócrates definiu os abalos na saúde mental do


homem inserido na organização social .

◼ Paracelsus, na idade média, já catalogava


algumas doenças relacionadas com o meio
ambiente do trabalho.
Saúde do trabalhador brasileiro

◼ As interações com o meio ambiente do


trabalho extrapola a pessoa do obreiro – a
tônica do medo e da opressão no mundo
do trabalho atinge:
◼ Toda a célula de produção.
◼ A família do trabalhador.
◼ A sociedade como um todo.
O trabalhador assediado:
◼ Violência física, moral ou sexual:
◼ Afeta a integridade física do trabalhador.
◼ Aumenta os riscos de acidente do trabalho.
◼ Início: patologias invisíveis: síndrome ansioso-
depressiva e baixas no trabalho.
◼ Dorsalgias, lombalgias, fibromialgia, depressão,
síndrome do pânico, miosites, sino e tenosinovites.
◼ Alterações emocionais, cognitivas, densitivas, que
ultrapassam a capacidade do trabalhador em
controlá-las.
Causa do desarranjo no meio
ambiente do trabalho:
◼ Trabalho repetitivo e monótono.
◼ Falta de rotinas de rodízios na produção.
◼ Assédio (inclusive sexual).
◼ Pressão por aumento na produtividade.
◼ Metas mensais.
◼ Responsabilidade: Empregador.
Mundo hodierno

◼ O capital passou a ter mãos e ouvidos.


◼ O empregador e seus prepostos agem
como verdadeiros pelegos modernos:
◼ Câmaras nos banheiros.
◼ Revista íntima.
◼ Metas inatingíveis.
Importante lembrar:

◼ O trabalho é fonte de complementação da


educação humana.
◼ O trabalho é meio de formação de
cidadania.
◼ O trabalho tem significado e, portanto,
modifica a visão do mundo à nossa
imagem e semelhança.
Causa: Capitalismo

◼ Teorias Ricardianas: vantagens


comparativas – mais produção com
menores salários – deslocamento do
capital para países de periferia.
◼ O conceito de Homem Natural –
Rousseau, não contemplou o conceito do
Homem Econômico ao qual se
transformou.
Após 1970 – fomentada pelas
Revolução tecnológica
◼ Empresas alteraram suas rotinas de
produção.
◼ Fragmentação da produção em várias
partes – intra-firm sourcing.
◼ Flexibilização das relações de emprego.
◼ Desmantelamento das relações sociais e
sindicais no mundo do trabalho
Descentralização da produção:

◼ Redução nos salários.


◼ Falta de EPI.
◼ Ações não maculam a imagem das
grandes empresas.
◼ Trabalho jejuno de proteção Celetizada.
◼ Trabalho informal.
◼ Majoração das horas trabalhadas.
Declaração de rendimento.
(Fonte: IBGE)
Carga horária do trabalhador
pátrio – em horas semanais
Desemprego x emprego
informal
◼ Municípios pequenos: ausência de CTPS.
◼ Trabalhador rural: ausência de CTPS.
◼ Jovem e excluído tecnológico: dificuldade
de ingresso em emprego formal.
◼ Consequência: Medo – sujeição a relação
de trabalho sem relação de emprego –
informalidade – carência de controle
estatal.
Desemprego no Brasil
Pequena empresa, empresa
familiar e trabalho informal:
◼ Menor ou nenhuma preocupação com o
meio ambiente do trabalho no qual o
obreiro está inserido.
◼ Menor vinculação do trabalhador ao seu
posto de trabalho – trabalhador
descartável.
◼ Maior incidência de doenças e de
acidentes do trabalho.
Evolução das doenças profissionais,
no Brasil, durante o interregno
1.970 a 2.002.
Fonte: IBGE.
Evolução das doenças profissionais
comparada a de trabalhadores
brasileiros
Fonte: IBGE.
Direito comparado:
◼ Finlândia: planifica os trabalhadores segundo
sua capacidade intelectual, para reduzir os riscos
psicológicos.
◼ Suiça: tutela o trabalhador contra pressão
excessiva no ambiente do trabalho.
◼ Japão: indeniza as famílias dos trabalhadores
que padeceram por excesso de trabalho.
◼ Inglaterra: recordistas em doenças provocadas
por estresse, gasta bilhões de dólares com
prevenção do meio ambiente do trabalho.
Brasil:
◼ Há, efetivamente, leis para tutelar o meio
ambiente do trabalho?
◼ Há controle estatal das doenças do
trabalho?
◼ Há como relacionar a doença do
trabalhador com o meio ambiente no qual
está inserido durante sua atividade
laborativa?
◼ Quem arca com o ônus da doença física e
psicológica do trabalhador pátrio?
Acidente do trabalho:
MTb: “É aquele que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da
empresa, ou ainda pelo exercício
do trabalho de segurados
especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional,
permanente ou temporária, que
cause a morte, ou a perda, ou
redução de capacidade para o
trabalho”.
Para fins previdenciários e
laboralistas:
◼ Equiparam-se a acidentes do trabalho:

✓ ACIDENTES IN ITINERE.
✓ DOENÇAS PROFISSIONAIS.
✓ DOENÇAS DO TRABALHO.
Meio ambiente artificial do
trabalho:

◼ “Art. 225. Todos têm direito ao meio


ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público, e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá-lo para as presentes
e futuras gerações”.
Classificação do legislador
ordinário do meio ambiente do
trabalho:
◼ Lei n.º 6.938/81 define o meio ambiente
como sendo:
◼ “O conjunto de condições, leis, influências
e interações de ordem física, química e
biológica que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas”.
Lei Civil

◼ Classificação de bens:
❑ Bens públicos – de uso comum do povo.
❑ Bens particulares – direito de propriedade.

❑ Bens que pertencem a todos e à ninguém

simultaneamente - Bens Difusos:

➢ Meio ambiente.
Meio ambiente artificial do
trabalho é um direito difuso e
transindividual
Ônus da doença do trabalho:
Previdência e trabalhador
GRUPOS DE Valores dos benefícios pagos (R$)
ESPÉCIES

2000 % 2001 % 2002 %

TOTAL DE
BENEFÍCIOS 896.536.000,00 970.616.000,00 1.468.357.000,00
PAGOS PELA
PREVIDÊNCIA

Doença:
Aposentadoria e 339.156.000,00 37,83 322.715.000,00 32,45 647.757.000,00 44,14
benefício

Acidente 3.930.000,00 0,44 3.397.000,00 0,37 3.948.000,00 0,29


Acidentes do trabalho em 2.002:
◼ 388.000 acidentes:
◼ 14% de aumento em relação a 2.001; e
◼ 5,0% de aumento em relação a 2.001.
◼ Sexo:
◼ 78% homens;
◼ 22% mulheres.
◼ Setores:
◼ Agrícola: 7,0%;
◼ Industria: 46%; e
◼ Serviços: 45%.
◼ Faixa Etária:
◼ 20 a 29 anos: 37%;
◼ 30 a 39 anos: 30%; e
◼ 40 a 49 anos: 20%
Doenças profissionais relacionadas ao
sistema nervoso comparadas com a
perda da audição
Fonte: INSS.
Comparação do quantitativo pago
pelo INSS para doenças e acidentes
do trabalho.
Fonte: INSS.
“O homem é o único animal
que sente prazer no trabalho,
logo quando o trabalho não é
fonte de prazer o trabalho
está doente e, portanto, não
deve existir”.

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