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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS


CURSO DE MATEMÁTICA LICENCIATURA

Sabrina Paris de Lima

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK


DESTINADO A COMPARTILHAR CONCEITOS DE GEOMETRIA
PLANA

Santa Maria, RS
2019
Sabrina Paris de Lima

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK DESTINADO A


COMPARTILHAR CONCEITOS DE GEOMETRIA PLANA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Graduação em
Matemática Licenciatura do Centro de
Ciências Naturais e Exatas da
Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do título de licenciada em
Matemática.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Carmen Vieira Mathias

Santa Maria, RS
2019
Sabrina Paris de Lima

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK DESTINADO A


COMPARTILHAR CONCEITOS DE GEOMETRIA PLANA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Graduação em
Matemática Licenciatura do Centro de
Ciências Naturais e Exatas da
Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para
obtenção do título de licenciada em
Matemática.

Aprovado em 05 de dezembro de 2019

_________________________________________
Carmen Vieira Mathias, Dr.ª (UFSM)
(Presidente/Orientador)

_________________________________________
Márcio Rocha Lima, Me. (CMSM)

_________________________________________
Fabiane Cristina Höpner Noguti, Dr.ª (UFSM)

_________________________________________
Cláudia Candida Pansonato, Dr.ª (UFSM) – Suplente

Santa Maria, RS
2019
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a minha família, pelo apoio incondicional e por sempre


me incentivarem a seguir em frente, apesar de todas as dificuldades.

Ao meu companheiro Patrick, pelos inúmeros conselhos dados, pelas noites em


claro que me acompanhou e também pelo fato de sempre enxugar minhas lágrimas nos
momentos em que isto se fez necessário.

Aos meus amigos, por me auxiliaram em dos diversos momentos transcorridos


durante a trajetória do curso. Sou grata por terem vibrado comigo em meus momentos de
alegria e por me acolherem, nos dias em que a tristeza chegou, de modo que sempre me
trouxeram sorrisos de maneiras inesperadas.

E por fim, mas não menos importante, agradeço à minha orientadora, a professora
Dr.ª Carmen Mathias, por toda a paciência, ensinamentos e paixão envolvida em sua
prática docente. Espero um dia ser uma profissional, que assim como ela, inspire os
outros, de modo a demonstrar que nem mesmo o céu é o limite quando se deseja muito
algo.
“Não só devemos compreender a matemática, como
devemos saber como comunicar visualmente essa
matemática.”
Steve Cunningham
RESUMO

O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK DESTINADO A


COMPARTILHAR CONCEITOS DE GEOMETRIA PLANA

AUTORA: Sabrina Paris de Lima


ORIENTADORA: Carmen Vieira Mathias

No momento presente fala-se amplamente sobre a utilização das chamadas Tecnologias Digitais
(TD) no âmbito escolar. Documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orientam os professores na inserção dessas mídias
em sala de aula, para auxiliarem o desenvolvimento dos alunos, no que se refere a diversos
conceitos matemáticos, principalmente geométricos. Neste sentido, existem inúmeros recursos
que podem ser utilizados, dentre eles destaca-se, o software de matemática dinâmica GeoGebra.
Desta forma, o presente trabalho objetiva explorar potencialidades da ferramenta GeoGebraBook
no processo de estruturação de conceitos referentes à área de Geometria Plana. Para isto, realizou-
se inicialmente uma pesquisa que, quanto aos procedimentos técnicos, se classifica como
bibliográfica, onde foram identificados trabalhos de conclusão de curso (TCC) e dissertações das
áreas de Matemática, Educação e Ensino que abordassem os tópicos GeoGebraBook e Geometria.
A partir desta busca retiram-se conclusões acerca da utilização desta ferramenta nestes níveis de
ensino. Posteriormente, criou-se um protocolo de construção de um GeoGebraBook, onde são
exibidas algumas funcionalidades do mesmo. A partir disso, apresenta-se o que foi construído
por meio do livro digital, material este, subsidiado com base no conceito de visualização, definido
por Leivas (2009). Além disso, relatou-se melhorias realizadas nos applets, assim como
dificuldades e ideias surgidas durante este processo de construção, o qual é contínuo. Com este
trabalho, planeja-se contribuir com a divulgação e a exploração da ferramenta GeoGebraBook,
por meio da produção de um livro digital com enfoque nos conceitos geométricos.

Palavras-chave: GeoGebra. GeoGebraBook. Geometria Dinâmica.


ABSTRACT

THE GEOGEBRABOOK BUILDING PROCESS TO SHARE FLAT


GEOMETRY CONCEPTS

AUTHOR: Sabrina Paris de Lima


ADVISOR: Carmen Vieira Mathias

At the moment we talk about the use of Digital Technologies in the school environment. Official
documents such as the National Curriculum Parameters and the Common National Curriculum
Base guide teachers in the insertion of these media in the classroom, to assist students’
development regarding various mathematical concepts, especially geometrical ones. In this sense,
there are numerous resources that can be used, among which stands out, the GeoGebra dynamic
math software. Thus, the present work aims to explore the potentialities of the GeoGebraBook
tool in the process of structuring concepts related to the Flat Geometry area. To this end, a research
was initially carried out, which, regarding the technical procedures, is classified as bibliographic,
where it was identified papers of completion of course and dissertations in the areas of
Mathematics, Education and Teaching that address the topics GeoGebraBook and Geometry.
From this search, conclusions are drawn about the use of this tool at these educational levels.
Later, a protocol was created to build a GeoGebraBook, where some features of it are displayed.
From this, we present what was built through the digital book, this material, subsidized based on
the concept of visualization, defined by Leivas (2009). In addition, improvements in applets were
reported, as well as difficulties and ideas that arose during this ongoing process of construction.
With this work, we plan to contribute to the dissemination and exploitation of the GeoGebraBook
tool, through the production of a digital book focusing on geometric concepts.

Key words: GeoGebra. GeoGebraBook. Dynamic Geometry.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Interface inicial do site GeoGebra...................................................................31


Figura 2 - Página de cadastro...........................................................................................32
Figura 3 - Parte da interface da página de criação de uma nova atividade GeoGebra.....33
Figura 4 - Antiga versão da construção “Comparando medidas de segmentos 2”...........38
Figura 5 - Nova versão da construção “Comparando medidas de segmentos 2”.............39
Figura 6 - Processo de construção do caso ALA..............................................................40
Figura 7 - Folha de trabalho “Retas paralelas e ângulos”................................................41
Figura 8 - Folha de trabalho “Calculando a medida de ângulos”.....................................42
Figura 9 - Questão apresentada na folha de trabalho “Calculando a medida de
ângulos”...........................................................................................................................43
Figura 10 - Folha de trabalho “Ponto simétrico”.............................................................44
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 10
2. METODOLOGIA............................................................................................ 16
3. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................... 18
3.1 SOBRE TECNOLOGIAS DIGITAIS............................................................... 18
3.1.1 Sobre o GeoGebra............................................................................................ 19
3.2 SOBRE VISUALIZAÇÃO................................................................................ 22
4. TRABALHOS RELACIONADOS................................................................. 25
5. O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK........... 31
6. GEOGEBRABOOK: GEOMETRIA DINÂMICA E VISUAL................... 36
7. CONCLUSÃO.................................................................................................. 46
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 47
10

1. INTRODUÇÃO1

A Geometria sempre esteve muito presente em minha vida, principalmente


quando ingressei na graduação. Nos semestres iniciais da licenciatura em Matemática
participei do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID),
subprojeto Matemática, onde integrei um grupo denominado “Matemática e Arte”, no
qual explorávamos relações entre Geometria e diferentes tipos de obras de arte. Estas
relações baseavam-se principalmente na identificação de representações de entes
geométricos nas pinturas.

A título de exemplificação vou descrever uma das atividades executadas, que tinha
como objetivo conceituar polígono. Ela ocorria de maneira gradual, por meio da
identificação de inúmeros contornos em diferentes obras de arte (incluindo artistas como:
Tarsila do Amaral, Wassily Kandinsky, Mondrian, Malevitch-Kasimir, dentre outros).
Sendo assim, classificávamos estes contornos em: formados apenas por segmentos de
reta, não formados apenas por segmentos de reta e os que não continham nenhum
segmento de reta. Desta forma, aos poucos íamos nos aproximando do conceito de linhas
poligonais, para finalmente chegarmos no significado de polígono.

Este contato inicial com os conceitos geométricos ocorreu concomitantemente ao


processo de cursar a disciplina de Geometria Plana. Nesta última, em minha concepção,
as demonstrações realmente faziam sentido. Foi ao longo do andamento desta que percebi
que poderia “criar” minhas próprias demonstrações da maneira que me fosse mais
convincente (essa percepção sempre esteve mais conturbada em outros momentos do
curso).

Como essas experiências iniciais ocorreram quase que simultaneamente, tudo foi
muito interessante, pois pude observar a importância de sabermos como definir o que é
um polígono, por exemplo, na graduação, ao mesmo tempo em que observei como isto
pode ser de fato levado para dentro da sala de aula, por meio da contextualização.

Além dessas vivências, no início do ano de 2018 comecei a fazer parte do projeto
intitulado “Atividades investigativas em um ambiente de Geometria Dinâmica”, no qual

1
Faço uso da primeira pessoa do singular, em parte da introdução, por se tratar de minhas experiências e
aproximações com o tema da pesquisa durante o curso de graduação.
11

o objetivo era conceber e desenvolver um material didático com dinamicidade


relacionado a conceitos geométricos. Para produzirmos isto, utilizamos o software
GeoGebra2, pois, este recurso reforça o papel das representações gráficas, facilita a
visualização das propriedades intrínsecas aos elementos e permite a manipulação dos
mesmos.

Portanto neste projeto, juntamente com minha orientadora, realizamos a


construção de um GeoGebraBook3 (ao longo do texto será também referido por e-book),
baseado nos capítulos iniciais de Neto (2013), de modo que nos fundamentamos em
exercícios, exemplos, dentre outros itens que consideramos relevantes e que pudessem
ser construídos com régua e compasso para comporem a estrutura de nosso livro digital.

A ideia, ao longo do e-book, era deixar de maneira mais simplificada e dinâmica


os conceitos que estavam no livro físico, acreditando que esta prática traria maior clareza
no entendimento e compreensão destes. Nossas construções passam por diferentes níveis
de dificuldades. Por exemplo, no capítulo 1, criamos um worksheet4, o qual foi
denominado como “conceitos de semirretas”, onde possuíamos o objetivo de explicar o
que é uma semirreta, para posteriormente realizarmos uma atividade com a preocupação
de verificar se duas semirretas seriam coincidentes ou se uma delas estava contida na
outra. Este foi um dos casos mais simples. Ademais criamos alguns outros tipos de
worksheets (folhas de trabalho) os quais expõem variadas construções geométricas
(incluindo demonstrações), mostrando o passo a passo deste processo.

É importante ressaltar que durante todo o processo do projeto em questão, a


preocupação se dava com relação às possibilidades ofertadas pelo software GeoGebra.
Mais especificamente, o foco era dado em termos de conceitos, de como deixá-los
visualmente atrativos por meio do uso dessa tecnologia e que não houve, por opção, a
utilização de um referencial teórico voltado para os processos de ensino específicos. Desta
forma, observadas as potencialidades existentes em materiais deste tipo (livro digital),

2
Disponível em https://www.geogebra.org/download
3
GeoGebraBook é a antiga denominação para o que atualmente é chamado de “Livro” no site oficial do
software GeoGebra. Durante este trabalho iremos nos reportar principalmente a nomenclatura mais antiga.
Em alguns momentos ainda, o site faz referência ao livro como “LivroGeoGebra”.
4
É uma página interativa (arquivo html) que consiste em uma figura dinâmica que pode conter explicações,
instruções e tarefas. A figura dinâmica que está presente nessa página é construída no GeoGebra e pode ser
facilmente exportada para um arquivo html (HOHENWARTER; PREINER; YI, 2007, tradução nossa).
12

resolvemos investigá-los, com mais afinco, entrando nesse âmbito ainda não explorado,
até então, das teorias de ensino, por meio deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
E como uma das características mais relevantes das construções geradas pelo projeto é a
visualização, definimos (decisão tomada em conjunto com minha orientadora) que este
seria o conceito norteador (teoria) que subsidiaria todos os worksheets que estão
disponíveis no e-book.

Ao analisar documentos oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais-


PCN (BRASIL, 1998) e a Base Nacional Comum Curricular-BNCC (BRASIL, 2018),
observamos que estes ressaltam a importância da utilização de demonstrações no
desenvolvimento de diversos conceitos da área de Geometria. Além disso, destacam ainda
a possibilidade de inserção de Tecnologias Digitais, as TD (principalmente softwares) em
sala de aula.

No que se refere aos PCN, podemos destacar dois itens de sua fala quanto ao uso
dos computadores na aula de Matemática. O primeiro nos diz que a partir desta utilização,
poderá ocorrer um auxílio no processo de construção do conhecimento. Já o segundo
relata que mediante aos computadores podemos possuir um “[...] meio para desenvolver
autonomia pelo uso de softwares que possibilitem pensar, refletir e criar soluções”
(BRASIL, 1998, p. 44). Ainda com relação a esta tecnologia, destaca que:
[...]tudo indica que pode ser um grande aliado do desenvolvimento
cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que possibilita o
desenvolvimento de um trabalho que se adapta a distintos ritmos de
aprendizagem e permite que o aluno aprenda com seus erros. (BRASIL,
1998, p. 44)
Já com relação ao documento mais recente, a BNCC, temos em destaque a
inserção dos chamados softwares de geometria dinâmica, propriamente ditos (sem a
necessidade da menção dos computadores), desde os anos iniciais do Ensino
Fundamental. A partir disto, podemos citar como exemplo, a habilidade “(EF04MA18)
Reconhecer ângulos retos e não retos em figuras poligonais com o uso de dobraduras,
esquadros ou softwares de geometria.” (BRASIL, 2018, p. 293), que pode ser encontrada
na unidade temática de Geometria, do 4º ano.
Ao longo da BNCC podemos nos deparar com outras menções neste sentido, em
diferentes habilidades, principalmente naquelas referidas a área de Geometria, em todos
os anos do Ensino Fundamental, assim como do Ensino Médio.
Além destas considerações, o documento enfatiza ainda a importância de os
alunos serem
13

[...] capazes de reconhecer as condições necessárias e suficientes para


obter triângulos congruentes ou semelhantes e que saibam aplicar esse
conhecimento para realizar demonstrações simples, contribuindo para
a formação de um tipo de raciocínio importante para a Matemática, o
raciocínio hipotético-dedutivo. (BRASIL, 2018, p. 272)
Neste sentido, considerando as orientações dos documentos, acreditamos que as
TD podem trazer melhorias para o processo de ensino dos conceitos geométricos, assim
como facilitar o desenvolvimento de conjecturas, por parte dos alunos, no momento em
que se fizer necessário a apresentação de alguma demonstração.

No que se refere a utilização de tecnologias em sala de aula, em um sentido mais


amplo, Sampaio e Leite (2013), abordam discussões referentes a interferência que estas
causam na formação de professores. Segundo o ponto de vista das autoras:

Se as tecnologias fazem parte da vida do aluno fora da escola (e isto


acontece cada vez mais e das mais diversas formas), elas devem fazer
parte também de sua vida dentro da escola. Um dos motivos para que
assim seja está na constatação de que o sucesso do aluno na escola, no
trabalho e na vida depende, entre outras coisas, da capacidade do
professor de incorporar as experiências e conhecimentos dos alunos,
utilizando-os como ponto de partida e como referência para a
sistematização de conteúdos, para o desenvolvimento de uma visão
crítica sobre a realidade, enfim, para a superação da visão empírica
trazida pelo aluno e para a aquisição de uma visão mais elaborada sobre
o mundo de modo geral, visando permitir-lhe uma participação social
mais efetiva. (SAMPAIO; LEITE, 2013, p. 73)

Sob esta perspectiva, a utilização de ambientes como o GeoGebra, poderão trazer


uma melhor compreensão de inúmeros conceitos de Geometria, uma vez que este visa
trazer um novo olhar sobre os entes geométricos. Além do mais, a partir do uso deste
recurso, os professores estarão buscando esta incorporação, citada por Sampaio e Leite
(2013), dos conhecimentos tecnológicos dos alunos para serem o ponto de partida, assim
como a referência no desenvolver e sistematização dos conceitos geométricos.

Evidentemente isto irá depender da maneira que o material desenvolvido


utilizando o software estará disposto, desde a sua organização, os conteúdos envolvidos
até a sua estrutura (construção). Sendo assim, por meio desta concepção, refletindo sobre
como se dará o processo de utilização das tecnologias, Kenski (2013), também traz
reflexões a respeito da ação docente, dizendo que:

A necessidade, portanto, não é a de usar o meio para continuar fazendo


o mesmo. É preciso mudar as práticas e os hábitos docentes e aprender
a trabalhar pedagogicamente de forma dinâmica e desafiadora, com o
apoio e a mediação de softwares, programas especiais e ambientes
virtuais. (KENSKI, 2013, p. 97)
14

Desta forma desejamos utilizar o software GeoGebra para realizarmos algo


diferente, de maneira que ressaltemos a importância da construção de um material
didático, com enfoque em conceitos geométricos, no desenvolvimento do rigor necessário
no ensino da Geometria.

Assim, o objetivo geral deste trabalho é explorar potencialidades da ferramenta


GeoGebraBook na estruturação de conceitos referentes à área de Geometria Plana.

Para atingir tal objetivo, contamos com os seguintes objetivos específicos:

• Identificar pesquisas a nível de trabalhos de conclusão de curso (TCC) das áreas


de Matemática, Educação e Ensino que abordem os tópicos GeoGebraBook e
Geometria Plana.
• Utilizar uma abordagem que mobiliza a visualização, de modo que este conceito
subsidie as interações presentes no material didático voltado para o ensino de
conceitos geométricos.
• Analisar quais recursos do software GeoGebra podem ser utilizados na construção
do material didático.
• Produzir um material didático com enfoque nos conceitos de Geometria Plana,
para a Educação Básica, que tenha dinamicidade e seja visualmente atrativo no
GeoGebraBook.

Esse trabalho é composto por sete capítulos.

O primeiro apresenta a introdução, onde existe o relato de como ocorreu o contato


inicial com a área de Geometria Plana, além de explicar o surgimento deste TCC, a partir
do projeto.

No segundo descrevemos como ocorreu o processo de nossas pesquisas, assim


como, a escolha das atividades e exemplos selecionados para a construção do
GeoGebraBook (livro digital).

No terceiro capítulo, apresentamos uma revisão de literatura, a qual explora um


pouco do conceito de TD, de maneira ampla. De modo que, logo na sequência
particularizamos este assunto, destacando um pouco sobre o software GeoGebra e
posterior a isto, tratamos do conceito de visualização.
15

Já no quarto capítulo, denominado “Trabalhos Relacionados”, iniciaremos


expondo os resultados de nossa pesquisa bibliográfica. Pesquisa esta, que ocorreu em dois
níveis diferentes de ensino, o de mestrado e o de graduação.

O capítulo em sequência aborda o processo de construção de um GeoGebraBook,


onde relatamos como ocorre este procedimento no site oficial do software GeoGebra,
assim como algumas outras possibilidades existentes nesta página da web.

O sexto capítulo apresenta parte do material que foi desenvolvido, principalmente


aqueles que são necessários para explicar algumas alterações que foram feitas nos
materiais, curiosidades e dificuldades encontradas no processo de construção do e-book.

E por fim, o último capítulo apresenta as considerações finais do trabalho, de


modo que realizamos um fechamento das ideias expostas ao longo do texto, relatamos
algumas ideias surgidas ao longo do processo e expomos alguns planejamentos futuros.
16

2. METODOLOGIA

Tendo como foco o objetivo geral deste trabalho realizamos uma consulta sobre
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas
neste âmbito, a nível de dissertações de mestrado. Para tanto, adotamos as ideias da
pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa.

Segundo Gil (2008, p. 50), a pesquisa desenvolvida a partir de um material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos, é dita uma pesquisa
do tipo bibliográfica. O autor ainda destaca algumas vantagens existentes em pesquisas
deste tipo, sendo que a principal delas é “[...] permitir ao investigador a cobertura de uma
gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”
(Ibid., p. 50).

Com relação a abordagem qualitativa, acreditamos que seja condizente com nossa
pesquisa, uma vez que, “[...] passa a depender muito da capacidade e do estilo do
pesquisador” (Ibid., p. 175). Além disso, como neste tipo de abordagem “[...] não há
fórmulas ou receitas predefinidas para orientar os pesquisadores” (Ibid., p. 175), será
necessário que seja feita a definição de nossos padrões de análise na continuidade dessa
pesquisa.

Além disso, o referido autor, atenta para o fato de que muitas vezes podem ocorrer
incoerências nas fontes pesquisadas e que desta forma “[...] convém aos pesquisadores
assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos” (Ibid., p. 51).

Quanto a teoria que está nos norteando, que subsidiou o processo de construção
do GeoGebraBook, definimos que utilizamos o conceito de visualização de Leivas
(2009). Por meio deste conceito, buscamos um novo propósito para o material
confeccionado, visando auxiliar o processo de formação de imagens mentais do indivíduo
que entrar em contato com este.

No que se refere sobre como se deu a constituição do livro, inicialmente


realizamos a identificação dos exemplos, das demonstrações, dos exercícios e das
atividades presentes em Neto (2013), os quais foram construídos. Para construí-los
realizamos as adaptações necessárias do conteúdo descrito no livro, para o software
17

GeoGebra. Destacamos que este processo ocorre da maneira mais dinâmica possível, de
forma que as ferramentas do referido recurso sejam amplamente utilizadas.

Além disso, dependendo da complexidade dos conceitos geométricos envolvidos,


inserimos questões e textos explicativos (com definições e teoremas anteriores que serão
necessários). Todas essas ferramentas e adendos são adicionados em prol da facilitação
da compreensão da ideia do worksheet que ficará disposto no GeoGebraBook.
Destacamos ainda que mantivemos a separação em capítulos com a mesma nomenclatura
do livro original, de forma a facilitar a identificação e a correspondência entre ambos os
instrumentos de aprendizagem.

O acesso ao GeoGebraBook é livre, de maneira que está visível a todos que


desejarem usufruir de seu conteúdo. Pensamos também em realizar a divulgação deste
material em redes sociais, visando assim, aumentar o alcance para a maior quantidade de
pessoas, assim como o seu número de acessos e de compartilhamentos. Maiores
detalhamentos sobre o passo a passo da construção do livro digital em questão serão dados
posteriormente, na sequência do desenvolvimento deste trabalho.
18

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 SOBRE TECNOLOGIAS DIGITAIS

Atualmente é difícil imaginarmos a realidade sem a presença das inúmeras


tecnologias existentes, uma vez que estas já fazem parte de nossa vida há tanto tempo.
Necessitamos destas para tantas atividades, que fica praticamente impossível pensarmos
na sua ausência completa. A relevância destas vai além, tornando-se uma nova área do
conhecimento. Perante a isto podemos verificar que, a cada dia mais:

O mundo vem observando um grande avanço em um novo campo do


conhecimento – o das tecnologias digitais de informação e
comunicação, as TIC’s – que repercute com grande impacto em nossa
maneira de ser, pensar e agir. Nas últimas décadas, temos aprendido a
conviver com a evolução rápida dos computadores, seus periféricos e
uma infinidade de programas e softwares, interligado em redes, o que
permite o acesso imediato a bancos de dados em todo o mundo e a
comunicação sem fronteiras entre as pessoas. (KENSKI, 2013, p. 99)

Estas inúmeras possibilidades que nos são disponibilizadas, muitas vezes acabam
gerando certa confusão ou acúmulo de informações, de maneira que seja necessário o uso
consciente destas mídias. Isto pode ser dificultado quando ainda se está na infância ou
pré-adolescência, devendo estes casos possuírem suporte ou apoio dos responsáveis.

Desta maneira as diferentes inovações tecnológicas possuem diversos reflexos


dentro da sala de aula. Isto pode ser comparado, pelo fato de que o contato dos alunos
com essas mídias ocorre diariamente e quase que constantemente. Sendo assim, como
educadores, não podemos simplesmente ignorar a existência destas, excluindo-as de
dentro das salas de aulas por completo, atribuindo-lhes somente adjetivos negativos. Ao
invés disso, é necessário que sejam repensadas as formas de utilizar as tecnologias no
contexto educacional, pois segundo Sampaio e Leite (2013, p. 15) “[...] torna-se
necessário preparar o professor para utilizar pedagogicamente as tecnologias na formação
de cidadãos que deverão produzir e interpretar as novas linguagens do mundo atual e
futuro”. Essa interpretação, depende do uso que façamos das tecnologias e da forma que
as utilizemos, de maneira útil e prudente.

A produção e a interpretação das novas linguagens do mundo futuro dependem


dos alunos que atualmente se encontram no ambiente escolar. Neste sentido é válido o
levantamento de questões que visem trazer uma reflexão para os alunos sobre como
19

gerenciar a utilização destas mídias. Uma vez que momentos de reflexão como estes não
aconteçam, teremos um aumento no número de pessoas que “[...] não estão sendo
capacitadas a interpretar criticamente as referidas mensagens e as diversas linguagens que
a tecnologia utiliza, nem a entender e participar das consequências que ela provoca”
(SAMPAIO; LEITE, 2013, p. 17).

Desta forma, relacionado a importância do processo de interpretação crítica, nos


questionamos sobre como ocorre a abordagem da Geometria em sala de aula e
percebemos que muitas vezes “[...] o não apoderamento de formas mais avançadas do
pensamento geométrico tem limitado os estudantes no desenvolvimento de abstrações e
de formas rigorosas de argumentação” (SOUZA; FERRAIOL, 2018, p. 1).

Sendo assim, a ideia que possuímos é que por meio do uso do software GeoGebra
seja possível construir um material didático útil e eficiente, valendo-se de diversas
construções geométricas, de modo a resgatar parte deste formalismo necessário nas
formas rigorosas de argumentação.

3.1.1 Sobre o GeoGebra

Os ambientes que possibilitam a exploração de conceitos geométricos, os ditos


“ambientes de geometria dinâmica”, “[...] foram identificados como um rico e eficiente
recurso que vem contribuir para a efetivação de uma proposta de ensino que privilegia
uma aprendizagem interativa, onde o sujeito é o agente maior de sua aprendizagem”
(FERREIRA; SOARES; LIMA, 2009, p. 204). Uma vez que isso seja colocado em
prática, estamos buscando mudar o panorama geral em torno da antiga aula de
Matemática, pois, sabemos que:

Historicamente os sistemas de representação do conhecimento


matemático tem caráter estático. Vê-se isto observando os livros ou
assistindo uma aula “clássica”. Este caráter estático muitas vezes
dificulta a construção do significado, e o significante passa a ser um
conjunto de símbolos e palavras ou desenhos a ser memorizado. Assim
sendo, não deve ser surpreendente quando os alunos não conseguem
transferir um conceito ou teorema para situação que não coincide com
a prototípica registrada a partir da apresentação do livro ou do
professor. (GRAVINA; SANTAROSA, 1999, p. 79)
20

Desta forma, pretendemos alterar a existência deste caráter estático, por meio da
manipulação destes ambientes, buscando assim que estes sejam caracterizados como uma
nova forma de significação aos conteúdos pretendidos pelos alunos, podendo auxiliar no
abandono do “estudo” por memorização.

Ainda de acordo com Ferreira, Soares e Lima (2009, p. 185) temos que, por meio
desta manipulação, as “[...] dificuldades, geralmente encontradas na necessária passagem
do conhecimento de natureza empírica àquele de natureza formal, podem ser minimizadas
ou superadas”. Neste sentido, a partir de pesquisas existentes em torno deste tema,
pensamos ser relevante a utilização destes recursos, devido as diversas possibilidades que
eles trazem consigo. Dentre estas, destacamos o fato de contribuir para a formalização do
pensamento.

Por meio deste trabalho, dentre os softwares de matemática dinâmica existentes,


escolhemos o GeoGebra, para assim construirmos o material didático. Esta escolha se deu
pelo fato de que:

[...] esse recurso tecnológico possibilita que os docentes desencadeiem


mudanças nas práticas pedagógicas criando um ambiente interativo
como a exploração de objetos geométricos e algébricos dinamicamente,
com finalidade de servir como instrumento mediador e facilitador do
ensino e aprendizagem da matemática, além de possibilitar aos
professores e alunos a construção, manipulação de figuras geométricas
e investigação de novas estratégicas de conteúdos matemáticos.
(SAMPAIO; GUEDES, 2018, p. 4)

Esta manipulação e as possibilidades de investigação instigam o processo de


criação de conjecturas, sendo este elemento fundamental para trazer a formalização do
pensamento. De acordo com o Manual de Ajuda do GeoGebra, nesse software “[...] as
representações de um mesmo objeto estão ligadas de modo dinâmico e adaptam-se de
modo automático às mudanças realizadas em qualquer uma delas, não importando como
esses objetos foram criados” (HOHENWARTER; HOHENWARTER, 2009, p. 6).

Este tipo de inovação e facilidade, talvez seja a chave para a interligação dos
conceitos matemáticos existentes (tanto para os alunos, quanto para qualquer um que
esteja interessado no assunto). No meio das inúmeras possibilidades existentes no referido
recurso, destacamos também a alternativa de criação de um GeoGebraBook (e-book), o
qual:
21

[...] corresponde a uma coleção de materiais e planilhas baseada no


software. Ele permite que sejam organizados applets5 pessoais do
GeoGebra ou materiais favoritos com o uso do GeoGebra em livros
didáticos online, dinâmicos e interativos para aprender e ensinar em
todos os níveis de educação. (LONDERO, 2017, p. 48)

No que se refere a motivação da produção de um material deste tipo, temos,


segundo Lima e Mathias (2018) que:

Uma das vantagens da criação de um GeoGebraBook seria o fato de não


haver necessidade de instalação do software GeoGebra para utilizá-lo,
bastando apenas possuir o acesso à internet. Desta forma, é possível que
o professor encontre ou produza algum material deste tipo que seja útil
para ser compartilhado em sua aula e este será de fácil acesso para
todos, até mesmo quando os alunos estiverem em casa ou por meio de
dispositivos móveis (LIMA e MATHIAS, 2018, p. 5).

Sendo assim, acreditamos que por meio dos diversos pontos citados, este recurso
possua grande potencial de exploração, podendo trazer contribuições em diferentes níveis
educacionais no ensino de conceitos de Geometria Plana. O foco deste trabalho, porém,
será principalmente na Educação Básica, onde muitas vezes, alguns profissionais deixam
lacunas a respeito de diversos conceitos matemáticos, incluindo os geométricos, por
motivos diversos (principalmente por falta de tempo).

No que se refere a materiais que já foram desenvolvidos, Nóbriga (2019) apresenta


o conceito de “Demonstrações Matemáticas Dinâmicas”, o qual é fundamentado na
Teoria dos Registros de Representação Semiótica. Por meio da utilização deste conceito
realizou a produção de um livro dinâmico de matemática, o qual apontou, de maneira
inicial, grande potencial na autonomia de aprendizagem, assim como no auxílio na
compreensão de diversos conceitos.

Nosso trabalho, difere de Nóbriga (2019) no sentido de que realizaremos


construções dinâmicas, não somente de demonstrações, mas também de tudo aquilo que
consideramos relevante e que merece destaque na aprendizagem dos conceitos
geométricos. Além disso, o e-book produzido, tem como aporte teórico a visualização, a
qual será definida na seção seguinte.

5
Em computação, um applet é qualquer aplicativo pequeno que executa uma tarefa específica que é
executada no escopo de um mecanismo de widget dedicado ou de um programa maior, geralmente como
um plug-in. Estes não são programas de aplicativos com recursos completos e devem ser facilmente
acessados, sendo projetados para serem colocados em páginas da web.
22

3.2 SOBRE VISUALIZAÇÃO

A visualização é um dos elementos-chave no desenvolver deste trabalho.


Acreditamos que por meio desta, trazemos o diferencial na abordagem da Geometria por
meio da utilização de um software. No que se refere a esta área, temos que:
[...] pesquisas apontam um ensino dessa disciplina na escola básica que
se limita ao uso de fórmulas, não privilegiando outras dimensões
consideradas essenciais para o desenvolvimento de um pensamento
geométrico, apoiado, por exemplo, no tripé imaginação, intuição e
visualização [...]. (LEIVAS, 2009, p. 18)

Mas como podemos definir o que é visualização? Uma vez que esta confere um
papel tão significativo a este trabalho, devemos esclarecer o que representa, visto que
possibilita inúmeras interpretações, como veremos na sequência.

Santos (2014) aponta diversas possibilidades de concepções quando estamos nos


referindo ao conceito de visualização. Segundo esta, temos que “o sentido da palavra
‘visualização’ é discutido em diversas áreas do saber, como psicologia, matemática,
educação matemática, etc.” (SANTOS, 2014, p. 22).

Desta forma, dentre as concepções existentes, destacaremos, no mesmo sentido da


autora, àquelas que se referem a visualização como elemento estruturante na formação de
imagens mentais para o desenvolvimento do pensamento visual. A partir disso, temos
que:

[...] é possível na abstração, implicitamente presente em grande parte


das proposições matemáticas, criar uma imagem mental, um modelo,
mesmo não sendo nítido aos olhos, mas à mente, sendo assim possível
dar movimento e concretude ao pensamento. (Ibid., p. 26)

Neste sentido, observamos que este processo de visualização está intrínseco em


conceitos de diversas áreas da matemática, não necessariamente estando relacionado a
problemas puramente geométricos. Ela é necessária em âmbitos distintos, uma vez que o
processo de abstração também é.

Visto que que há a possibilidade de inserção da visualização em distintas áreas,


Santos (2014) classifica ela em três tipos: geométrica, algorítmica e contextualizada.

O primeiro tipo, a visualização geométrica, é a mais comum de ser encontrada na


literatura. Esta “trata-se de ver o que está ante os olhos, ou também ver com os olhos da
23

mente, utilizando-se de conceitos e construções próprios da geometria, a fim de fazer


relações matemáticas tanto geométricas quanto algébricas” (SANTOS, 2014, p. 27).

Já o segundo tipo, a visualização algorítmica,

[...] é uma espécie de visualização de formas de argumentação,


basicamente ver algebricamente algo geométrico. Isso acontece
quando, por exemplo, não conseguimos “ver” uma demonstração
geométrica, tendo que partir assim para o uso exclusivo dos algoritmos.
(Ibid., p. 34)

Esta pode ser bem exemplificada quando estamos tratando de conhecimentos da


área de Geometria não-euclidiana, local onde as figuras e representações geométricas não
conseguem expressar os conceitos descritos em toda sua completude.

Além destes tipos de visualizações apresentadas, temos ainda a “contextualizada”.


Representa a contextualização da matemática não somente com a realidade, mas também
da matemática em si mesma, contextualizando certos conceitos.

Como exemplo, temos o uso das integrais, em que podemos utilizá-las


para determinar a área sob uma curva do plano cartesiano, ou então para
analisar a relação entre aceleração, velocidade e a posição de uma
partícula, também as integrais duplas e triplas nos auxiliam para o
cálculo do volume, além de poder ser aplicada em outras situações. Ou
seja, com o uso das integrais exemplificamos três sentidos diferentes
dados ao mesmo significado. (Ibid., p. 34)

Uma vez que sejam conhecidas algumas das classificações do conceito de


visualização, podemos perceber a importância e o tamanho da dimensão que este conceito
pode tomar. Verificamos assim, que o ato de visualizar algo, vai muito além do
significado da palavra em si, podendo referir-se também a formas de argumentação, assim
como a modos distintos de representações de uma mesma noção.

Neste sentido, o conceito norteador de nosso trabalho, para a visualização6, pode


ser dado por “[...] um processo de formar imagens mentais, com a finalidade de construir
e comunicar determinado conceito matemático, com vistas a auxiliar na resolução de
problemas analíticos ou geométricos” (LEIVAS, 2009, p. 22).

6
Quando este termo aparecer destacado em itálico, estaremos nos referindo a visualização como sendo o
processo de formação de imagens mentais e não somente ao ato de visualizar/enxergar em si.
24

Este processo de formulação de imagens mentais, de acordo com Leivas (2009),


pode ser dito como a realização da abstração de certo conceito, por meio de
representações, as quais auxiliem na intuição.
25

4. TRABALHOS RELACIONADOS

Nesta seção iniciaremos com uma pesquisa de trabalhos que possuam relação com
o que desenvolvemos, a qual foi desempenhada na disciplina CCM1000 (Trabalho de
Conclusão de Curso I). Esta verificação foi feita no sentido de examinar o que já foi
desenvolvido em pesquisas, a nível de dissertações de mestrado, envolvendo conceitos
como GeoGebraBook e Geometria Plana.

Para isto, nos baseamos em uma tabela com a listagem de Programas de Pós-
Graduação7, desenvolvida por Ritter e Bulegon (2016, p. 588), em sua pesquisa
relacionada a Probabilidade Geométrica. Iniciamos nossa investigação nestes programas
listados e no período de 2015 a 2018. A procura de trabalhos ocorreu por meio do título,
de maneira que buscamos aqueles que continham as palavras “GeoGebraBook” e
“GeoGebra”. Observamos que a quantidade de trabalhos foi dividida em dois tipos: (I)
trabalhos cujo título continha as palavras “GeoGebraBook” e “Geometria” ou conceitos
relacionados a Geometria e (II) trabalhos cujo título continha a palavra “GeoGebra” ou
“GeoGebraBook”.

A seguir apresentamos o Quadro 1 com os respectivos Programas de Pós-


Graduação consultados, Instituição de Ensino Superior (IES) e a quantidade de trabalhos
relacionados.

7
A utilização desta tabela deve-se ao fato do trabalho de Ritter e Bulegon (2016) tratar-se da revisão de
literatura de um conceito relacionado a Geometria. Sendo assim, resolvemos fazer uso dos programas que
estavam listados pelas autoras. Destacamos que alguns dos sites disponibilizados na tabela original já não
funcionavam quando fomos realizar a busca, principalmente por terem alterado seu endereço eletrônico e
além disso, acreditamos que alguns dos programas citados não estejam mais em vigor. O contato com este
trabalho ocorreu ainda no projeto e como já foi citado no texto resolvemos manter em TCC II a pesquisa
inicial realizada em TCC I.
26

Quadro 1 – Programas de Pós-Graduação consultados

(continua)

Tipo Tipo
Programa de Pós-graduação IES UF
(I) (II)
Educação em Ciências e Matemática IFES ES 0 1
Educação em Ciências e em Matemática UFPR PR 0 0
Educação em Ciências e Matemática UFG GO 0 0
Educação em Ciências e Matemática PUCRS RS 0 1
Educação em Ciências e Matemáticas UFPA PA 0 0
Educação Matemática UESC BA 0 2
Educação Matemática UFJF MG 0 1
Educação Matemática UFOP MG 0 4
Educação Matemática UFMS MS 0 1
Educação Matemática PUCSP SP 0 3
Educação Matemática e Ensino de Física UFSM RS 1 5
Educação Matemática e Tecnológica UFPE PE 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFAL AL 0 3
Ensino de Ciências e Matemática UEPB PB 0 3
Ensino de Ciências e Matemática CEFET/RJ RJ 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFPEL RS 0 0
Ensino de Ciências e Matemática ULBRA RS 0 1
Ensino de Ciências e Matemática FUFSE SE 0 1
Ensino de Ciências e Matemática IFSP SP 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFN RS 0 3
Ensino de Ciências Exatas UNIVATES RS 0 0
Ensino de Ciências Exatas UFSCAR SP 0 2
Ensino de Ciências Naturais e
UFRN RN 0 1
Matemática
27

(conclusão)

Tipo Tipo
Programa de Pós-graduação IES UF
(I) (II)
Ensino de Ciências Naturais e
UNICENTRO PR 0 0
Matemática
Ensino de Ciências Naturais e
FURB SC 0 0
Matemática
Ensino de Matemática UFRJ RJ 0 0
Ensino de Matemática UFRGS RS 0 6
Mestrado Profissional de Matemática em
UFSM/FURG RS 0 5
Rede Nacional8

TOTAL 1 43
Fonte: Os autores.

Após a realização deste breve mapeamento, podemos perceber que a maior


demanda de dissertações ocorre na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS),
seguido da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Logo após temos os Mestrados
Profissionais em Rede Nacional (PROFMAT) e a Universidade Federal do Ouro Preto
(UFOP).

Dentre as instituições onde ocorreram as pesquisas, encontramos somente um


resultado que correspondesse a busca da palavra “GeoGebraBook” juntamente com
algum conceito da área de Geometria. Esta dissertação é oriunda da UFSM e foi escrita
por Nadine Londero, a qual possui como título “Explorando recursos do GeoGebraBook
no estudo de quádricas a partir de diferentes representações”. Desta forma, esta
dissertação é a que mais se aproxima do que visamos desenvolver ao longo deste Trabalho
de Conclusão de Curso.

Além disso, podemos destacar que na coluna destinada a quantidade de trabalhos


com a palavra “GeoGebra” ou “GeoGebraBook” no título, todos os valores atribuídos
referiam-se somente a palavra “GeoGebra”. A partir disso, podemos concluir que dentre

8
Devido ao elevado número de instituições que oferecem esse curso, decidimos buscar apenas nas IES do
estado do Rio Grande do Sul.
28

todos os programas analisados, encontramos somente um trabalho que aparentemente


evidenciasse a relevância da utilização da ferramenta GeoGebraBook.

Ressaltamos que como nossa busca baseou-se no título dos trabalhos, pode ocorrer
que existam dissertações dentre os anos de 2015 a 2018, nestas IES, as quais exponham
o conceito de GeoGebraBook e expliquem seu funcionamento, além de funcionalidades.
Porém, a uma primeira vista concluímos que este não esteja sendo empregado em larga
escala neste nível de ensino.

Após a busca de dissertações em alguns Programas de Pós-Graduação (realizada


em CCM1000), foi feita uma nova pesquisa, agora baseada somente em termos de
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de universidades federais do estado do Rio
Grande do Sul. Acreditamos que esta pesquisa, estará retratando um reflexo mais
significativo do que está sendo feito, uma vez que ocorre em um mesmo nível de ensino
do que estamos desenvolvendo.

Sendo assim, nossas buscas foram feitas em duas universidades: a Universidade


Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). A datação dos trabalhos foi determinada pelo mesmo período definido
anteriormente, ou seja do ano de 2015 até 2018.

Destacamos que utilizamos a mesma classificação definida anteriormente: (I)


trabalhos cujo título continha as palavras “GeoGebraBook” e “Geometria” ou conceitos
relacionados a Geometria e (II) trabalhos cujo título continha a palavra “GeoGebra” ou
“GeoGebraBook”. Além disso, a pesquisa foi definida inicialmente pelo título e
posteriormente, naqueles trabalhos que possuímos maior interesse, realizamos uma
análise e descrição do mesmo.

A partir da busca realizada nos repositórios9 das universidades, podemos observar


os seguintes resultados de TCC, no quadro que segue:

9
Repositório Digital da UFRGS: https://lume.ufrgs.br/
Repositório Digital da UFSM: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/26
29

Quadro 2 – Resultados das pesquisas nos repositórios

IES UF Cidade Tipo (I) Tipo (II)

UFRGS RS Porto Alegre 1 5

UFSM RS Santa Maria 0 6

TOTAL 1 11

Fonte: Os autores.

Encontramos no repositório da UFRGS, apenas um resultado correspondente para


a palavra “GeoGebraBook”, possuindo relação com a área de Geometria, no que se refere
a TCC. Além deste, apareceram outros quatro resultados (a palavra GeoGebraBook não
era evidenciada no título destes), porém, estes não caracterizavam trabalhos da graduação
e sim de outros níveis de ensino, como mestrado e doutorado.

O resultado encontrado possui como título “Geometria dinâmica 3D: uma


experiência com GeoGebraBook no ensino de Geometria Espacial” e foi escrito por Alana
Gomes Tomaz Louzada. Podemos observar ao longo de uma análise breve deste trabalho
que possuímos diversas semelhanças, principalmente no que se refere a forma de utilizar
a ferramenta livro, disponibilizada pelo GeoGebra.

Louzada (2018) utilizou este para apresentar atividades dinâmicas relacionadas a


conceitos de Geometria Espacial, assim como realizar diversos questionamentos
referentes ao que estava sendo ensinado. A autora chegou a implementar essas atividades
e, além disso, fez uma análise em cima dos dados obtidos. Em suas palavras, temos uma
avaliação do que foi realizado:

Portanto, penso que essa pesquisa mostrou como o uso de tecnologias


digitais, em especial o uso do GeoGebra 3D, contribuiu para uma
construção da noção espacial. Contudo, a intenção dessa pesquisa foi
também mostrar aos professores que o uso de softwares pode trazer
contribuições significativas à aprendizagem dos alunos. O presente
trabalho, além de ser uma pesquisa de trabalho de conclusão de curso,
almejou, entre os objetivos apresentados no texto, instigar e fazer um
convite, mesmo que implícito, aos professores que possam exercitar
uma reflexão sobre as práticas pedagógicas utilizadas e seu alcance na
formação dos sujeitos em sala de aula. (LOUZADA, 2018, p. 75)

Quanto aos cinco resultados encontrados na classificação do tipo (II), obtemos


todos os trabalhos correspondendo em seu título somente a palavra “GeoGebra”. Ou seja,
30

não possuímos nenhum outro resultado para a palavra “GeoGebraBook”, a nível de


graduação, além de Louzada (2018).

Nas buscas realizadas pelo repositório da UFSM, não encontramos nenhum


resultado para a palavra “GeoGebraBook”. Ou seja, novamente caímos na situação
descrita anteriormente, onde todas as correspondências da classificação (II), são
referentes somente ao nome do software. Dos resultados encontrados, podemos descrever
que diversos possuem como motivação o conceito de função (introdução ao conceito de
função, funções polinomiais, funções quadráticas...) e o tema de Geometria Plana e
Geometria Espacial também aparecem, mas em menor escala (baseada na observação dos
títulos).

Neste sentido, destacamos ser interessante a exploração do recurso livro


(GeoGebraBook), o qual, ainda não foi amplamente utilizado. Pretendemos, então,
evidenciar quais são seus pontos positivos, as oportunidades de melhoria e quais são as
suas potencialidades de utilização, uma vez que este âmbito ainda não recebeu grandes
destaques.
31

5. O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE UM GEOGEBRABOOK

O primeiro passo a ser dado, refere-se à criação de uma conta no site oficial do
software GeoGebra10. Para isto, na interface inicial da página eletrônica (figura 1) deve-
se clicar em “Entrar no sistema”, item este que pode ser encontrado no canto superior
direito.

Figura 1 - Interface inicial do site GeoGebra.

Fonte: Os autores.

Após este clique, obtemos a opção de login com uma conta já existente no
GeoGebra, assim como em outras redes sociais e, além disso, nesta mesma aba, existe a
opção de “Criar conta”. Para criar uma conta é necessário informar um e-mail, assim
como devem ser escolhidos um nome de usuário e uma senha, conforme indica a figura
2.

10
https://www.geogebra.org/
32

Figura 2 - Página de cadastro.

Fonte: Os autores.

Mesmo anteriormente ao processo de criação da conta ser concluída, é possível


obter acesso a mais de 1 milhão de construções, atividades gratuitas, exemplos,
exercícios, aulas e jogos envolvendo matemática e ciência. Mas, caso seja encontrado
algum material considerado interessante, para poder salvá-lo como “Favorito”, devemos
possuir um login, para assim, obtermos seu acesso quando desejarmos, de maneira mais
rápida.

Ademais, é possível também realizar a importação de arquivos. Para realizar esta


ação, deve-se acessar o item “Materiais”, na interface inicial do site. Depois de acessá-lo
deve-se ir para a aba “Seus materiais” e neste item existe a opção “Create”, onde
possuímos as seguintes possibilidades:

1. Criar um novo folder

2. Criar nova atividade GeoGebra

3. Criar um novo livro

4. Enviar um arquivo ggb


33

O item 1 refere-se a criação do que o site chama de folder, que seria basicamente
uma pasta, onde podemos criar e guardar atividades, livros, importar arquivos com a
extensão .ggb (applets do GeoGebra) que já estejam prontos no computador e até mesmo
criar outro folder, caso isso seja relevante para a organização que quisermos, tudo de
maneira privada.

O item 2 refere-se à criação de uma nova folha de trabalho (worksheet), a qual


contempla diversas possibilidades como a inclusão de textos, imagens, vídeos e
aplicações do GeoGebra, conforme ilustra a figura 3.

Figura 3 - Parte da interface da página de criação de uma nova atividade GeoGebra.

Fonte: Os autores.

Essas ferramentas podem ser utilizadas e organizadas da maneira desejada, para


viabilizar a compreensão de algum conceito.

As atividades possuem três possibilidades de visibilidade: público, partilhado e


privado. No primeiro caso, o material construído ficaria aberto para todas as pessoas,
aparecendo nos resultados de pesquisa e até mesmo no feed de notícias do site. No
segundo caso, podemos compartilhar o material com usuários desejados, ou seja, somente
os que possuem o link podem visualizá-lo, não aparecendo nos resultados de pesquisa de
outros usuários. Já no último caso, somente quem desenvolveu a atividade (material) pode
34

ver o que foi criado. Todos os materiais ou atividades, quando finalizadas, estarão
disponíveis para visualização por meio da aba “Materiais”, assim como todos os outros
itens também. Além disso, podemos selecionar um grupo alvo, ou seja, a idade indicada
para o público a que se destina o material.

O item 3, aborda a criação de um novo livro (GeoGebraBook). Inicialmente


devemos criar um título para este, identificar seu idioma, apresentar uma breve descrição,
adicionar etiquetas (palavras chave, que são facilitadoras para encontrar os materiais, no
caso em que estejam públicos), selecionar um grupo alvo, assim como selecionar a sua
visibilidade. Após estas informações serem salvas é que os materiais escolhidos poderão
ser adicionados para comporem a estrutura do livro.

Para a composição dos elementos do GeoGebraBook, podemos criar um novo


capítulo, adicionar um capítulo já existente (até mesmo de e-books construídos por outros
usuários) ou podemos iniciar o processo com as folhas de trabalho (sem criar capítulos).
Para a seleção dos materiais existem duas possibilidades, mas o processo inicia-se
clicando no item “Adicionar projeto”.

Desta forma, podemos criar uma nova folha de trabalho (worksheet), conforme
descrito para o item 2, no momento em que quisermos adicioná-la ou realizar a busca de
algum material já criado (seu ou de outros autores). Para este último caso, atentamos para
o fato de que se seu livro for classificado como “Público” as folhas de trabalhos desejadas
também devem ser, pois em caso contrário, quando for buscar por estas, elas não
aparecerão nas opções de busca, não sendo possível adicioná-las ao livro.

O quarto e último item citado, refere-se apenas ao envio/importação de arquivos


para o site. Destacamos que possuem permissão apenas arquivos com as seguintes
extensões: ggb, ggt, csv, mp3, mid. Além disso, estes não devem ser maiores do que 2
megabytes. Após selecionarmos o “ficheiro” (denominação que a página usa), o
procedimento torna-se similar ao que realizamos com as folhas de trabalho (nova
atividade GeoGebra), pois devemos adicionar um título, visibilidade, etiquetas e outros
elementos onde entram todas as possibilidades ilustradas na figura 3 (texto, apliqueta
GeoGebra, web, questão, vídeo, imagem e ficheiro PDF).
35

Destacamos que os materiais adicionados de maneira avulsa, poderão ser


selecionados para fazer parte de algum livro que esteja sendo desenvolvido (atentando
somente para a particularidade da visibilidade já citada).

Além da descrição do processo de criação de um GeogebraBook, ressaltaremos


algumas outras características existentes na página eletrônica do software. Por exemplo,
na aba “Materiais”, possuímos as opções “Favoritos” e “Explore” as quais ainda não
haviam sido citadas. A primeira opção é o local onde ocorre a visualização dos materiais
salvos como favoritos. Já na segunda opção possuímos inúmeras possibilidades. Ao
acessarmos este item de exploração, a página nos mostra algumas das áreas da
Matemática as quais podemos nos direcionar: Aritmética, Geometria, Trigonometria,
Cálculo, Probabilidade, Álgebra, Funções ou Estatística. Podemos também selecionar a
opção Matemática, de maneira mais ampla, caso seja desejado.

Este é o local onde possuímos acesso a diversos dos materiais que estão sendo
desenvolvidos por pessoas de todo o mundo (mas geralmente o site nos mostra os
resultados em português). Como alguns destes resultados são selecionados e caso esteja
interessado em algum material específico, podemos procurá-lo na barra de busca (pelo
nome do autor, da folha de trabalho, do livro, etc.). Enfatizamos ainda que podemos fazer
uma cópia dos materiais os quais consideremos relevantes, para assim realizarmos
modificações, compreender como o autor realizou tal construção, além de podermos
utilizar estes em sala de aula.

O site do software GeoGebra possui ainda outras possibilidades, de modo que


deixamos a cargo de outras pesquisas a exploração de todas as funcionalidades oferecidas
por essa página eletrônica. Mas, mesmo assim, gostaríamos de salientar que este espaço
nos possibilita um local de troca de experiências e conhecimentos de uma maneira
diferenciada. De modo que pode ser chamada de comunidade, sendo uma rede social
voltada para o ensino.

Ademais, tudo isto ocorre em grande proporção, uma vez que age de maneira
internacional, facilitando a observação de como pessoas do mundo inteiro utilizam esta
ferramenta cheia de possibilidades. Na seção seguinte destacaremos certas características
do material construído ao longo deste trabalho, algumas oportunidades de melhoria e
aspectos positivos identificados ao longo do processo.
36

6. GEOGEBRABOOK: GEOMETRIA DINÂMICA E VISUAL

O GeoGebraBook construído, objeto de estudo deste trabalho, passou por


diferentes versões. Como já foi citado anteriormente, ele teve início a partir do projeto,
cujoobjetivo era basicamente realizar a transposição do que estava em um livro físico para
um livro digital por meio da utilização do software GeoGebra11. Porém, acabamos
observando a relevância do material que estávamos construindo e percebemos que ele
poderia receber melhorias, tanto na estética (visual), quanto no processo da construção
das folhas de trabalho em si.

Acreditamos que não era válida a ideia de que nossas construções se tratassem
apenas de meras exposições (mesmo que com a dinâmica do software), sem explicação
ou maiores esclarecimentos. A partir disso, visando o processo de melhoramento deste
material, definimos que nos basearíamos no conceito de visualização descrito por Leivas
(2009). Por meio da inserção deste conceito, aperfeiçoamos o material construído,
deixando este mais intuitivo. Seja por meio de cores, correspondências ou explicações
durante a demonstração, enfim, adicionamos tudo aquilo que acreditamos trazer
aprimoramento ao processo de compreensão do material, ou ainda, ao processo de criação
de uma imagem mental acerca do conhecimento.

O título do e-book é “Geometria”, o mesmo nome da obra de Neto (2013) a qual


nos baseamos. Atualmente, como tivemos que realizar o processo de revisão de todos os
materiais que já haviam sidos construídos anteriormente, ele possui 2 capítulos postados
e disponíveis ao público no site12.

No que se refere ao tipo de material que pode ser encontrado neste GeoGebraBook
destacaremos alguns dos conceitos, aqueles que julgamos como primordiais para a
elaboração do presente trabalho.

No primeiro capítulo denominado “Conceitos Geométricos Básicos”, possuímos


inicialmente uma quantidade de oito folhas de trabalho destinadas a compreensão do
conceito de segmento de reta. Nestes, exploramos as possibilidades de transporte de
segmento, adição e multiplicação por um escalar e principalmente o processo de

11
As construções realizadas neste trabalho fazem uso do aplicativo “GeoGebra Clássico 5”.
12
O GeoGebraBook “Geometria” pode ser acessado pelo link: https://www.geogebra.org/m/fkme98g2
37

comparação de medidas. Ainda relacionado a parte de segmentos, foi construído um


applet que explora a desigualdade triangular, de modo intuitivo.

Além desta parte que trata de conceitos relacionados a segmentos, abordamos


conceitos como semirretas, retas perpendiculares e ângulos. Neste último, exploramos
também o processo de transporte de ângulo, para uma reta dada, assim como o transporte
de dois ângulos de modo que o ângulo transportado representasse a soma dos que foram
dados. E para finalizar este primeiro capítulo foram apresentadas duas construções: uma
que destaca as principais características dos três tipos distintos de triângulos (escaleno,
isósceles e equilátero) e outra que aborda o número de diagonais de diferentes polígonos
assim como a sua nomenclatura.

Ressaltamos que as duas últimas construções citadas, das diferenciações dos


triângulos e das diagonais dos polígonos, foram resultado de ideias surgidas ao longo do
processo. Desta forma, é importante destacar que nosso e-book não retrata de maneira fiel
somente as construções propostas por Neto (2013), de modo que em alguns momentos
criamos alguns applets, nos quais consideramos os conceitos relevantes e que mereçam
uma exploração maior13.

E no que se refere a modificações que foram realizadas nas construções do projeto,


destacaremos o caso da folha de trabalho do primeiro capítulo, denominada “Comparando
medidas de segmentos 2”. A figura 4 ilustra o antigo formato desta.

13
Por exemplo: no applet das diagonais dos polígonos existe também a exploração da nomenclatura destes.
𝑛(𝑛−3)
Este acabou surgindo a partir de uma demonstração (Todo n-ágono convexo possui exatamente
2
diagonais.) dada no texto corrido. Sendo assim, existe uma ordem cronológica, de modo que em alguns
momentos, somente quando achamos necessário, surgem construções a parte como esta.
38

Figura 4 – Antiga versão da construção “Comparando medidas de segmentos 2”.

Fonte: Os autores.

Neste formato a construção já era dada de modo que estivesse pronta e possuía
apenas uma observação relatando a ideia chave do exercício. No projeto estávamos
apenas preocupadas com a possibilidade da dinamicidade do applet, e de fato ela existia
nesta construção (era possível movimentar os pontos, modificar os segmentos e observar
que sempre seria verdade que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅). Porém, percebemos que ela sozinha não dizia
𝐴𝐷 = 𝐵𝐶
muito, não explicava como aquela construção foi concebida, por onde iniciamos, etc.
Sendo assim, a reformulamos e obtivemos um resultado totalmente distinto e que
acreditamos, mais esclarecedor (figura 5).
39

Figura 5 – Nova versão da construção “Comparando medidas de segmentos 2”.

Fonte: Os autores.

A principal alteração que realizamos foi a adição do controle deslizante “Reflita


sobre o problema”. A partir deste, programamos os elementos para aparecerem aos
poucos, juntamente com frases explicativas relacionadas ao que estava aparecendo na
tela. Esta pequena mudança trouxe uma grande diferença em todo o processo de
compreensão desta folha de trabalho, para aqueles que a utilizarão.

A ferramenta controle deslizante é uma das nossas maiores aliadas em todas as


construções. Por meio dela, vamos revelando parte das demonstrações, das construções
40

dos elementos, além de inserirmos frases questionadoras. Sendo assim podemos destacar
que esta é uma das principais ferramentas que utilizamos em todos os applets.

No segundo capítulo, denominado “Congruência de Triângulos” foram


construídos applets que abordam o processo de construção de triângulos motivando os
três casos de congruência: Lado-Ângulo-Lado (LAL), Ângulo-Lado-Ângulo (ALA) e
Lado-Lado-Lado (LLL). Em todas estas construções podemos observar o passo a passo
do que está sendo feito (assim como na maioria), buscando deixar de maneira clara e
concisa o que está sendo desenvolvido no material. Podemos exemplificar um pouco de
como buscamos realizar isto, na figura 6.

Figura 6 – Processo de construção do caso ALA.

Fonte: Os autores.

Por meio do uso do controle deslizante é possível observar o processo de


construção do triângulo desejado, a partir do que foi dado. Destacamos que esta atividade
tomou a forma acima após ser reformulada, visando auxiliar o desenvolvimento da
visualização e a intuição da pessoa que fizer uso do material, de modo que potencialize o
ensino de Geometria.

Podemos citar ainda outros worksheets que foram construídos neste mesmo
capítulo: a bissetriz de um ângulo dado, o ponto médio de um segmento, retas
perpendiculares a partir de pontos dados, o ponto simétrico de um ponto dado, construção
41

de triângulos dados dois lados e uma mediana ou dada uma bissetriz, um lado e um
ângulo.

Além das construções citadas, geralmente criadas a partir exemplos e exercícios,


podemos citar também algumas demonstrações importantes, tais como: a do teorema do
ângulo externo e a da soma dos ângulos internos de um triângulo. Existem também
construções dos problemas propostos por Neto (2013), as quais algumas vezes geram
demonstrações, como é o caso da folha de trabalho “Retas paralelas e ângulos” (figura 7).

Figura 7 – Folha de trabalho “Retas paralelas e ângulos”.

Fonte: Os autores.

Destacamos que neste worksheet colocamos um link de acesso para outra


construção do livro, a qual poderá auxiliar no entendimento da folha em questão, pois
utiliza um conceito que será necessário para a compreensão da referida atividade. Então,
caso o possível usuário não tenha visualizado esta construção ainda, pode possuir um
acesso rápido para posteriormente voltar para a folha de trabalho que possui interesse.
Realizamos esta ação em diversos outros casos, sempre que achamos necessário.

Outro elemento interessante que foi utilizado em algumas folhas de trabalho foi a
opção “Questão”. Como é o caso da construção denominada “Calculando a medida de
ângulos” (figura 8).
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Figura 8 – Folha de trabalho “Calculando a medida de ângulos”.

Fonte: Os autores.

Quando postamos este worksheet no GeoGebraBook, percebemos que a partir


dele, poderia ser explorado um questionamento, imaginando a situação de uma maneira
um pouco distinta do que foi apresentado. Sendo assim, modificamos o problema para o
caso do ângulo de 180º, como ilustra a figura 9.
43

Figura 9 – Questão apresentada na folha de trabalho “Calculando a medida de ângulos”.

Fonte: Os autores.

A partir de questionamentos como estes, fica facilitada a percepção do quanto os


alunos compreenderam sobre os conceitos que estão no material. Desta forma, sempre
que possível, adicionaremos questões neste sentido.

Evidenciaremos também o fato de que algumas das construções realizadas


dispendem de mais tempo que outras. Um fator relevante é o que escolhemos construir.
Quando escolhemos colocar algum problema proposto pelo autor, neste momento,
buscamos realizar a solução da maneira mais plausível e concisa, de modo que não traga
maiores complicações ou deixe dúvidas para quem irá utilizar o livro digital.

Em outros casos, a dificuldade se dá no momento em que vamos modificar a


construção realizada. A ideia é que aquilo que esteja disposto no applet obedeça
rigorosamente a sua definição matemática, podendo haver movimentação nos pontos
(afinal queremos a dinamicidade). Porém, em muitos casos, ocorre uma limitação na
utilização do software para deixar uma construção de maneira tão ampla e geral o quanto
gostaríamos (colocamos controles deslizantes em raios, tamanhos de segmentos, etc. para
deixarmos o mais amplo possível). Sendo assim, é necessário particularizarmos alguns
casos, fazendo-se necessário o bom senso (ou boa compreensão) do visualizador de
perceber que ao mover alguns pontos, não necessariamente ocorre um erro na construção
44

e sim uma restrição técnica. A figura 10 ilustra um exemplo de uma situação como a
descrita.

Figura 10 – Folha de trabalho “Ponto simétrico”.

Fonte: Os autores.

Observamos que na parte superior da figura 10, temos o ponto simétrico A’


aparecendo. Já na parte inferior este ponto deixa de existir, pois a circunferência centrada
no ponto A, deixa de intersectar a reta r. Sendo assim, toda a construção deixa de existir.
Este seria apenas um dos casos em que isto ocorre.

Nesse caso, aproveitamos para colocar uma observação chamando a atenção para
este fato, logo abaixo deste worksheet (quando o postamos no GeoGebraBook), a qual
serve, até mesmo para orientar as pessoas que o visualizarem.
45

Por meio da realização da construção deste livro digital pudemos observar que
ocorreram também algumas falhas, as quais ainda serão corrigidas. Dentre estas
destacamos o fato de quando tentamos visualizar o GeoGebraBook por meio de um
dispositivo móvel, onde em alguns casos o botão de ampliar/reduzir a tela cheia fica em
cima do controle deslizante que construímos. Percebemos então que o canto inferior
direito não é um bom local para colocarmos objetos em que deva ocorrer movimentação
no applet, sendo este um novo aperfeiçoamento e cuidado que deverá ser adotado em
todos os worksheets.

Dessa maneira, buscamos ao longo deste capítulo, mostrar parte dos processos
ocorridos que geraram a atual constituição de nosso livro digital, a qual não é imutável.
Uma vez que as TD estão sempre avançando e ademais, o próprio software GeoGebra
está sempre passando por atualizações, isto acaba sendo uma realidade. Sendo assim, é
provável que em pouco tempo, sejam disponibilizadas novas ferramentas, de maneira que
facilitem modificações desejadas em construções antigas. Estas novas ferramentas ou
novas atualizações abrirão espaço para novas ideias e assim estaremos em constante
movimento e mutação, assim como esse mundo tecnológico que nos cerca.
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7. CONCLUSÃO

O ensino de Geometria necessita do desempenho de certo tipo de visualização.


Este é um elemento de extrema relevância e que como vimos ao longo deste trabalho, não
se limita a conceitos geométricos, de modo que pode ser conceituado, segundo Leivas
(2009), como um processo de formação de imagens mentais, com a finalidade de construir
e comunicar certo conceito matemático. Sendo assim, a partir deste conceito, buscamos
auxiliar o desempenho da abstração, no que se refere a conceitos da área de Geometria
Plana, por meio da confecção de um GeoGebraBook, de modo que este fosse construído
da maneira mais intuitiva possível.

No que se refere a mudanças futuras ou até mesmo a uma nova fonte de pesquisa,
podemos destacar que por meio da construção deste material, sentimos algumas
dificuldades por não estarmos utilizando conhecimentos de programação.
Compreendemos que poderíamos realizar applets interessantes e com uma dinamicidade
ainda maior do que já foi realizado, caso fizéssemos uso destes conhecimentos. Somente
com os comandos básicos prontos, os quais são disponibilizados na barra de ferramentas,
muitas vezes não conseguimos desenvolver várias ações, algumas que sejam até mesmo
de feedback para a pessoa que estiver utilizando aquela folha de trabalho. Posto isto,
deixamos o apelo de que seria relevante a inclusão, na grade curricular do curso, de
alguma disciplina que abordasse, mesmo que de maneira simples, conceitos básicos de
programação para alunos do curso de licenciatura em Matemática.

Apesar dos empecilhos ocorridos durante o processo de construção do livro


digital, percebemos que há uma demanda real de utilização das TD no âmbito da sala de
aula. Sendo assim, é necessário que esforços como estes sejam realizados, para que, em
algum momento, este processo de utilização seja naturalizado nas salas de aulas, assim
como já está em nossa vida pessoal. Desta forma, seguindo as orientações dos documentos
oficiais que norteiam nossa Educação Básica, almejamos durante este trabalho construir
um material que seja de fácil utilização nas escolas. Neste sentindo, destacamos que
pretendemos, de maneira futura, realizar a aplicação deste GeoGebraBook no ambiente
escolar, para assim verificarmos quais impactos este causará. E, com isso poderemos
observar quais serão as novas melhorias que deverão ser realizadas neste material, sendo
estas constantes.
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REFERÊNCIAS

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