Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Santa Maria, RS
2019
Sabrina Paris de Lima
Santa Maria, RS
2019
Sabrina Paris de Lima
_________________________________________
Carmen Vieira Mathias, Dr.ª (UFSM)
(Presidente/Orientador)
_________________________________________
Márcio Rocha Lima, Me. (CMSM)
_________________________________________
Fabiane Cristina Höpner Noguti, Dr.ª (UFSM)
_________________________________________
Cláudia Candida Pansonato, Dr.ª (UFSM) – Suplente
Santa Maria, RS
2019
AGRADECIMENTOS
E por fim, mas não menos importante, agradeço à minha orientadora, a professora
Dr.ª Carmen Mathias, por toda a paciência, ensinamentos e paixão envolvida em sua
prática docente. Espero um dia ser uma profissional, que assim como ela, inspire os
outros, de modo a demonstrar que nem mesmo o céu é o limite quando se deseja muito
algo.
“Não só devemos compreender a matemática, como
devemos saber como comunicar visualmente essa
matemática.”
Steve Cunningham
RESUMO
No momento presente fala-se amplamente sobre a utilização das chamadas Tecnologias Digitais
(TD) no âmbito escolar. Documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orientam os professores na inserção dessas mídias
em sala de aula, para auxiliarem o desenvolvimento dos alunos, no que se refere a diversos
conceitos matemáticos, principalmente geométricos. Neste sentido, existem inúmeros recursos
que podem ser utilizados, dentre eles destaca-se, o software de matemática dinâmica GeoGebra.
Desta forma, o presente trabalho objetiva explorar potencialidades da ferramenta GeoGebraBook
no processo de estruturação de conceitos referentes à área de Geometria Plana. Para isto, realizou-
se inicialmente uma pesquisa que, quanto aos procedimentos técnicos, se classifica como
bibliográfica, onde foram identificados trabalhos de conclusão de curso (TCC) e dissertações das
áreas de Matemática, Educação e Ensino que abordassem os tópicos GeoGebraBook e Geometria.
A partir desta busca retiram-se conclusões acerca da utilização desta ferramenta nestes níveis de
ensino. Posteriormente, criou-se um protocolo de construção de um GeoGebraBook, onde são
exibidas algumas funcionalidades do mesmo. A partir disso, apresenta-se o que foi construído
por meio do livro digital, material este, subsidiado com base no conceito de visualização, definido
por Leivas (2009). Além disso, relatou-se melhorias realizadas nos applets, assim como
dificuldades e ideias surgidas durante este processo de construção, o qual é contínuo. Com este
trabalho, planeja-se contribuir com a divulgação e a exploração da ferramenta GeoGebraBook,
por meio da produção de um livro digital com enfoque nos conceitos geométricos.
At the moment we talk about the use of Digital Technologies in the school environment. Official
documents such as the National Curriculum Parameters and the Common National Curriculum
Base guide teachers in the insertion of these media in the classroom, to assist students’
development regarding various mathematical concepts, especially geometrical ones. In this sense,
there are numerous resources that can be used, among which stands out, the GeoGebra dynamic
math software. Thus, the present work aims to explore the potentialities of the GeoGebraBook
tool in the process of structuring concepts related to the Flat Geometry area. To this end, a research
was initially carried out, which, regarding the technical procedures, is classified as bibliographic,
where it was identified papers of completion of course and dissertations in the areas of
Mathematics, Education and Teaching that address the topics GeoGebraBook and Geometry.
From this search, conclusions are drawn about the use of this tool at these educational levels.
Later, a protocol was created to build a GeoGebraBook, where some features of it are displayed.
From this, we present what was built through the digital book, this material, subsidized based on
the concept of visualization, defined by Leivas (2009). In addition, improvements in applets were
reported, as well as difficulties and ideas that arose during this ongoing process of construction.
With this work, we plan to contribute to the dissemination and exploitation of the GeoGebraBook
tool, through the production of a digital book focusing on geometric concepts.
1. INTRODUÇÃO1
A título de exemplificação vou descrever uma das atividades executadas, que tinha
como objetivo conceituar polígono. Ela ocorria de maneira gradual, por meio da
identificação de inúmeros contornos em diferentes obras de arte (incluindo artistas como:
Tarsila do Amaral, Wassily Kandinsky, Mondrian, Malevitch-Kasimir, dentre outros).
Sendo assim, classificávamos estes contornos em: formados apenas por segmentos de
reta, não formados apenas por segmentos de reta e os que não continham nenhum
segmento de reta. Desta forma, aos poucos íamos nos aproximando do conceito de linhas
poligonais, para finalmente chegarmos no significado de polígono.
Como essas experiências iniciais ocorreram quase que simultaneamente, tudo foi
muito interessante, pois pude observar a importância de sabermos como definir o que é
um polígono, por exemplo, na graduação, ao mesmo tempo em que observei como isto
pode ser de fato levado para dentro da sala de aula, por meio da contextualização.
Além dessas vivências, no início do ano de 2018 comecei a fazer parte do projeto
intitulado “Atividades investigativas em um ambiente de Geometria Dinâmica”, no qual
1
Faço uso da primeira pessoa do singular, em parte da introdução, por se tratar de minhas experiências e
aproximações com o tema da pesquisa durante o curso de graduação.
11
2
Disponível em https://www.geogebra.org/download
3
GeoGebraBook é a antiga denominação para o que atualmente é chamado de “Livro” no site oficial do
software GeoGebra. Durante este trabalho iremos nos reportar principalmente a nomenclatura mais antiga.
Em alguns momentos ainda, o site faz referência ao livro como “LivroGeoGebra”.
4
É uma página interativa (arquivo html) que consiste em uma figura dinâmica que pode conter explicações,
instruções e tarefas. A figura dinâmica que está presente nessa página é construída no GeoGebra e pode ser
facilmente exportada para um arquivo html (HOHENWARTER; PREINER; YI, 2007, tradução nossa).
12
resolvemos investigá-los, com mais afinco, entrando nesse âmbito ainda não explorado,
até então, das teorias de ensino, por meio deste Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
E como uma das características mais relevantes das construções geradas pelo projeto é a
visualização, definimos (decisão tomada em conjunto com minha orientadora) que este
seria o conceito norteador (teoria) que subsidiaria todos os worksheets que estão
disponíveis no e-book.
No que se refere aos PCN, podemos destacar dois itens de sua fala quanto ao uso
dos computadores na aula de Matemática. O primeiro nos diz que a partir desta utilização,
poderá ocorrer um auxílio no processo de construção do conhecimento. Já o segundo
relata que mediante aos computadores podemos possuir um “[...] meio para desenvolver
autonomia pelo uso de softwares que possibilitem pensar, refletir e criar soluções”
(BRASIL, 1998, p. 44). Ainda com relação a esta tecnologia, destaca que:
[...]tudo indica que pode ser um grande aliado do desenvolvimento
cognitivo dos alunos, principalmente na medida em que possibilita o
desenvolvimento de um trabalho que se adapta a distintos ritmos de
aprendizagem e permite que o aluno aprenda com seus erros. (BRASIL,
1998, p. 44)
Já com relação ao documento mais recente, a BNCC, temos em destaque a
inserção dos chamados softwares de geometria dinâmica, propriamente ditos (sem a
necessidade da menção dos computadores), desde os anos iniciais do Ensino
Fundamental. A partir disto, podemos citar como exemplo, a habilidade “(EF04MA18)
Reconhecer ângulos retos e não retos em figuras poligonais com o uso de dobraduras,
esquadros ou softwares de geometria.” (BRASIL, 2018, p. 293), que pode ser encontrada
na unidade temática de Geometria, do 4º ano.
Ao longo da BNCC podemos nos deparar com outras menções neste sentido, em
diferentes habilidades, principalmente naquelas referidas a área de Geometria, em todos
os anos do Ensino Fundamental, assim como do Ensino Médio.
Além destas considerações, o documento enfatiza ainda a importância de os
alunos serem
13
2. METODOLOGIA
Tendo como foco o objetivo geral deste trabalho realizamos uma consulta sobre
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas
neste âmbito, a nível de dissertações de mestrado. Para tanto, adotamos as ideias da
pesquisa bibliográfica com uma abordagem qualitativa.
Com relação a abordagem qualitativa, acreditamos que seja condizente com nossa
pesquisa, uma vez que, “[...] passa a depender muito da capacidade e do estilo do
pesquisador” (Ibid., p. 175). Além disso, como neste tipo de abordagem “[...] não há
fórmulas ou receitas predefinidas para orientar os pesquisadores” (Ibid., p. 175), será
necessário que seja feita a definição de nossos padrões de análise na continuidade dessa
pesquisa.
Além disso, o referido autor, atenta para o fato de que muitas vezes podem ocorrer
incoerências nas fontes pesquisadas e que desta forma “[...] convém aos pesquisadores
assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos” (Ibid., p. 51).
Quanto a teoria que está nos norteando, que subsidiou o processo de construção
do GeoGebraBook, definimos que utilizamos o conceito de visualização de Leivas
(2009). Por meio deste conceito, buscamos um novo propósito para o material
confeccionado, visando auxiliar o processo de formação de imagens mentais do indivíduo
que entrar em contato com este.
GeoGebra. Destacamos que este processo ocorre da maneira mais dinâmica possível, de
forma que as ferramentas do referido recurso sejam amplamente utilizadas.
3. REVISÃO DE LITERATURA
Estas inúmeras possibilidades que nos são disponibilizadas, muitas vezes acabam
gerando certa confusão ou acúmulo de informações, de maneira que seja necessário o uso
consciente destas mídias. Isto pode ser dificultado quando ainda se está na infância ou
pré-adolescência, devendo estes casos possuírem suporte ou apoio dos responsáveis.
gerenciar a utilização destas mídias. Uma vez que momentos de reflexão como estes não
aconteçam, teremos um aumento no número de pessoas que “[...] não estão sendo
capacitadas a interpretar criticamente as referidas mensagens e as diversas linguagens que
a tecnologia utiliza, nem a entender e participar das consequências que ela provoca”
(SAMPAIO; LEITE, 2013, p. 17).
Sendo assim, a ideia que possuímos é que por meio do uso do software GeoGebra
seja possível construir um material didático útil e eficiente, valendo-se de diversas
construções geométricas, de modo a resgatar parte deste formalismo necessário nas
formas rigorosas de argumentação.
Desta forma, pretendemos alterar a existência deste caráter estático, por meio da
manipulação destes ambientes, buscando assim que estes sejam caracterizados como uma
nova forma de significação aos conteúdos pretendidos pelos alunos, podendo auxiliar no
abandono do “estudo” por memorização.
Ainda de acordo com Ferreira, Soares e Lima (2009, p. 185) temos que, por meio
desta manipulação, as “[...] dificuldades, geralmente encontradas na necessária passagem
do conhecimento de natureza empírica àquele de natureza formal, podem ser minimizadas
ou superadas”. Neste sentido, a partir de pesquisas existentes em torno deste tema,
pensamos ser relevante a utilização destes recursos, devido as diversas possibilidades que
eles trazem consigo. Dentre estas, destacamos o fato de contribuir para a formalização do
pensamento.
Este tipo de inovação e facilidade, talvez seja a chave para a interligação dos
conceitos matemáticos existentes (tanto para os alunos, quanto para qualquer um que
esteja interessado no assunto). No meio das inúmeras possibilidades existentes no referido
recurso, destacamos também a alternativa de criação de um GeoGebraBook (e-book), o
qual:
21
Sendo assim, acreditamos que por meio dos diversos pontos citados, este recurso
possua grande potencial de exploração, podendo trazer contribuições em diferentes níveis
educacionais no ensino de conceitos de Geometria Plana. O foco deste trabalho, porém,
será principalmente na Educação Básica, onde muitas vezes, alguns profissionais deixam
lacunas a respeito de diversos conceitos matemáticos, incluindo os geométricos, por
motivos diversos (principalmente por falta de tempo).
5
Em computação, um applet é qualquer aplicativo pequeno que executa uma tarefa específica que é
executada no escopo de um mecanismo de widget dedicado ou de um programa maior, geralmente como
um plug-in. Estes não são programas de aplicativos com recursos completos e devem ser facilmente
acessados, sendo projetados para serem colocados em páginas da web.
22
Mas como podemos definir o que é visualização? Uma vez que esta confere um
papel tão significativo a este trabalho, devemos esclarecer o que representa, visto que
possibilita inúmeras interpretações, como veremos na sequência.
6
Quando este termo aparecer destacado em itálico, estaremos nos referindo a visualização como sendo o
processo de formação de imagens mentais e não somente ao ato de visualizar/enxergar em si.
24
4. TRABALHOS RELACIONADOS
Nesta seção iniciaremos com uma pesquisa de trabalhos que possuam relação com
o que desenvolvemos, a qual foi desempenhada na disciplina CCM1000 (Trabalho de
Conclusão de Curso I). Esta verificação foi feita no sentido de examinar o que já foi
desenvolvido em pesquisas, a nível de dissertações de mestrado, envolvendo conceitos
como GeoGebraBook e Geometria Plana.
Para isto, nos baseamos em uma tabela com a listagem de Programas de Pós-
Graduação7, desenvolvida por Ritter e Bulegon (2016, p. 588), em sua pesquisa
relacionada a Probabilidade Geométrica. Iniciamos nossa investigação nestes programas
listados e no período de 2015 a 2018. A procura de trabalhos ocorreu por meio do título,
de maneira que buscamos aqueles que continham as palavras “GeoGebraBook” e
“GeoGebra”. Observamos que a quantidade de trabalhos foi dividida em dois tipos: (I)
trabalhos cujo título continha as palavras “GeoGebraBook” e “Geometria” ou conceitos
relacionados a Geometria e (II) trabalhos cujo título continha a palavra “GeoGebra” ou
“GeoGebraBook”.
7
A utilização desta tabela deve-se ao fato do trabalho de Ritter e Bulegon (2016) tratar-se da revisão de
literatura de um conceito relacionado a Geometria. Sendo assim, resolvemos fazer uso dos programas que
estavam listados pelas autoras. Destacamos que alguns dos sites disponibilizados na tabela original já não
funcionavam quando fomos realizar a busca, principalmente por terem alterado seu endereço eletrônico e
além disso, acreditamos que alguns dos programas citados não estejam mais em vigor. O contato com este
trabalho ocorreu ainda no projeto e como já foi citado no texto resolvemos manter em TCC II a pesquisa
inicial realizada em TCC I.
26
(continua)
Tipo Tipo
Programa de Pós-graduação IES UF
(I) (II)
Educação em Ciências e Matemática IFES ES 0 1
Educação em Ciências e em Matemática UFPR PR 0 0
Educação em Ciências e Matemática UFG GO 0 0
Educação em Ciências e Matemática PUCRS RS 0 1
Educação em Ciências e Matemáticas UFPA PA 0 0
Educação Matemática UESC BA 0 2
Educação Matemática UFJF MG 0 1
Educação Matemática UFOP MG 0 4
Educação Matemática UFMS MS 0 1
Educação Matemática PUCSP SP 0 3
Educação Matemática e Ensino de Física UFSM RS 1 5
Educação Matemática e Tecnológica UFPE PE 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFAL AL 0 3
Ensino de Ciências e Matemática UEPB PB 0 3
Ensino de Ciências e Matemática CEFET/RJ RJ 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFPEL RS 0 0
Ensino de Ciências e Matemática ULBRA RS 0 1
Ensino de Ciências e Matemática FUFSE SE 0 1
Ensino de Ciências e Matemática IFSP SP 0 0
Ensino de Ciências e Matemática UFN RS 0 3
Ensino de Ciências Exatas UNIVATES RS 0 0
Ensino de Ciências Exatas UFSCAR SP 0 2
Ensino de Ciências Naturais e
UFRN RN 0 1
Matemática
27
(conclusão)
Tipo Tipo
Programa de Pós-graduação IES UF
(I) (II)
Ensino de Ciências Naturais e
UNICENTRO PR 0 0
Matemática
Ensino de Ciências Naturais e
FURB SC 0 0
Matemática
Ensino de Matemática UFRJ RJ 0 0
Ensino de Matemática UFRGS RS 0 6
Mestrado Profissional de Matemática em
UFSM/FURG RS 0 5
Rede Nacional8
TOTAL 1 43
Fonte: Os autores.
8
Devido ao elevado número de instituições que oferecem esse curso, decidimos buscar apenas nas IES do
estado do Rio Grande do Sul.
28
Ressaltamos que como nossa busca baseou-se no título dos trabalhos, pode ocorrer
que existam dissertações dentre os anos de 2015 a 2018, nestas IES, as quais exponham
o conceito de GeoGebraBook e expliquem seu funcionamento, além de funcionalidades.
Porém, a uma primeira vista concluímos que este não esteja sendo empregado em larga
escala neste nível de ensino.
9
Repositório Digital da UFRGS: https://lume.ufrgs.br/
Repositório Digital da UFSM: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/26
29
TOTAL 1 11
Fonte: Os autores.
O primeiro passo a ser dado, refere-se à criação de uma conta no site oficial do
software GeoGebra10. Para isto, na interface inicial da página eletrônica (figura 1) deve-
se clicar em “Entrar no sistema”, item este que pode ser encontrado no canto superior
direito.
Fonte: Os autores.
Após este clique, obtemos a opção de login com uma conta já existente no
GeoGebra, assim como em outras redes sociais e, além disso, nesta mesma aba, existe a
opção de “Criar conta”. Para criar uma conta é necessário informar um e-mail, assim
como devem ser escolhidos um nome de usuário e uma senha, conforme indica a figura
2.
10
https://www.geogebra.org/
32
Fonte: Os autores.
O item 1 refere-se a criação do que o site chama de folder, que seria basicamente
uma pasta, onde podemos criar e guardar atividades, livros, importar arquivos com a
extensão .ggb (applets do GeoGebra) que já estejam prontos no computador e até mesmo
criar outro folder, caso isso seja relevante para a organização que quisermos, tudo de
maneira privada.
Fonte: Os autores.
ver o que foi criado. Todos os materiais ou atividades, quando finalizadas, estarão
disponíveis para visualização por meio da aba “Materiais”, assim como todos os outros
itens também. Além disso, podemos selecionar um grupo alvo, ou seja, a idade indicada
para o público a que se destina o material.
Desta forma, podemos criar uma nova folha de trabalho (worksheet), conforme
descrito para o item 2, no momento em que quisermos adicioná-la ou realizar a busca de
algum material já criado (seu ou de outros autores). Para este último caso, atentamos para
o fato de que se seu livro for classificado como “Público” as folhas de trabalhos desejadas
também devem ser, pois em caso contrário, quando for buscar por estas, elas não
aparecerão nas opções de busca, não sendo possível adicioná-las ao livro.
Este é o local onde possuímos acesso a diversos dos materiais que estão sendo
desenvolvidos por pessoas de todo o mundo (mas geralmente o site nos mostra os
resultados em português). Como alguns destes resultados são selecionados e caso esteja
interessado em algum material específico, podemos procurá-lo na barra de busca (pelo
nome do autor, da folha de trabalho, do livro, etc.). Enfatizamos ainda que podemos fazer
uma cópia dos materiais os quais consideremos relevantes, para assim realizarmos
modificações, compreender como o autor realizou tal construção, além de podermos
utilizar estes em sala de aula.
Ademais, tudo isto ocorre em grande proporção, uma vez que age de maneira
internacional, facilitando a observação de como pessoas do mundo inteiro utilizam esta
ferramenta cheia de possibilidades. Na seção seguinte destacaremos certas características
do material construído ao longo deste trabalho, algumas oportunidades de melhoria e
aspectos positivos identificados ao longo do processo.
36
Acreditamos que não era válida a ideia de que nossas construções se tratassem
apenas de meras exposições (mesmo que com a dinâmica do software), sem explicação
ou maiores esclarecimentos. A partir disso, visando o processo de melhoramento deste
material, definimos que nos basearíamos no conceito de visualização descrito por Leivas
(2009). Por meio da inserção deste conceito, aperfeiçoamos o material construído,
deixando este mais intuitivo. Seja por meio de cores, correspondências ou explicações
durante a demonstração, enfim, adicionamos tudo aquilo que acreditamos trazer
aprimoramento ao processo de compreensão do material, ou ainda, ao processo de criação
de uma imagem mental acerca do conhecimento.
No que se refere ao tipo de material que pode ser encontrado neste GeoGebraBook
destacaremos alguns dos conceitos, aqueles que julgamos como primordiais para a
elaboração do presente trabalho.
11
As construções realizadas neste trabalho fazem uso do aplicativo “GeoGebra Clássico 5”.
12
O GeoGebraBook “Geometria” pode ser acessado pelo link: https://www.geogebra.org/m/fkme98g2
37
13
Por exemplo: no applet das diagonais dos polígonos existe também a exploração da nomenclatura destes.
𝑛(𝑛−3)
Este acabou surgindo a partir de uma demonstração (Todo n-ágono convexo possui exatamente
2
diagonais.) dada no texto corrido. Sendo assim, existe uma ordem cronológica, de modo que em alguns
momentos, somente quando achamos necessário, surgem construções a parte como esta.
38
Fonte: Os autores.
Neste formato a construção já era dada de modo que estivesse pronta e possuía
apenas uma observação relatando a ideia chave do exercício. No projeto estávamos
apenas preocupadas com a possibilidade da dinamicidade do applet, e de fato ela existia
nesta construção (era possível movimentar os pontos, modificar os segmentos e observar
que sempre seria verdade que ̅̅̅̅ ̅̅̅̅). Porém, percebemos que ela sozinha não dizia
𝐴𝐷 = 𝐵𝐶
muito, não explicava como aquela construção foi concebida, por onde iniciamos, etc.
Sendo assim, a reformulamos e obtivemos um resultado totalmente distinto e que
acreditamos, mais esclarecedor (figura 5).
39
Fonte: Os autores.
dos elementos, além de inserirmos frases questionadoras. Sendo assim podemos destacar
que esta é uma das principais ferramentas que utilizamos em todos os applets.
Fonte: Os autores.
Podemos citar ainda outros worksheets que foram construídos neste mesmo
capítulo: a bissetriz de um ângulo dado, o ponto médio de um segmento, retas
perpendiculares a partir de pontos dados, o ponto simétrico de um ponto dado, construção
41
de triângulos dados dois lados e uma mediana ou dada uma bissetriz, um lado e um
ângulo.
Fonte: Os autores.
Outro elemento interessante que foi utilizado em algumas folhas de trabalho foi a
opção “Questão”. Como é o caso da construção denominada “Calculando a medida de
ângulos” (figura 8).
42
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
e sim uma restrição técnica. A figura 10 ilustra um exemplo de uma situação como a
descrita.
Fonte: Os autores.
Nesse caso, aproveitamos para colocar uma observação chamando a atenção para
este fato, logo abaixo deste worksheet (quando o postamos no GeoGebraBook), a qual
serve, até mesmo para orientar as pessoas que o visualizarem.
45
Por meio da realização da construção deste livro digital pudemos observar que
ocorreram também algumas falhas, as quais ainda serão corrigidas. Dentre estas
destacamos o fato de quando tentamos visualizar o GeoGebraBook por meio de um
dispositivo móvel, onde em alguns casos o botão de ampliar/reduzir a tela cheia fica em
cima do controle deslizante que construímos. Percebemos então que o canto inferior
direito não é um bom local para colocarmos objetos em que deva ocorrer movimentação
no applet, sendo este um novo aperfeiçoamento e cuidado que deverá ser adotado em
todos os worksheets.
Dessa maneira, buscamos ao longo deste capítulo, mostrar parte dos processos
ocorridos que geraram a atual constituição de nosso livro digital, a qual não é imutável.
Uma vez que as TD estão sempre avançando e ademais, o próprio software GeoGebra
está sempre passando por atualizações, isto acaba sendo uma realidade. Sendo assim, é
provável que em pouco tempo, sejam disponibilizadas novas ferramentas, de maneira que
facilitem modificações desejadas em construções antigas. Estas novas ferramentas ou
novas atualizações abrirão espaço para novas ideias e assim estaremos em constante
movimento e mutação, assim como esse mundo tecnológico que nos cerca.
46
7. CONCLUSÃO
No que se refere a mudanças futuras ou até mesmo a uma nova fonte de pesquisa,
podemos destacar que por meio da construção deste material, sentimos algumas
dificuldades por não estarmos utilizando conhecimentos de programação.
Compreendemos que poderíamos realizar applets interessantes e com uma dinamicidade
ainda maior do que já foi realizado, caso fizéssemos uso destes conhecimentos. Somente
com os comandos básicos prontos, os quais são disponibilizados na barra de ferramentas,
muitas vezes não conseguimos desenvolver várias ações, algumas que sejam até mesmo
de feedback para a pessoa que estiver utilizando aquela folha de trabalho. Posto isto,
deixamos o apelo de que seria relevante a inclusão, na grade curricular do curso, de
alguma disciplina que abordasse, mesmo que de maneira simples, conceitos básicos de
programação para alunos do curso de licenciatura em Matemática.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed., São Paulo: Atlas, 2008.