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SUMÁRIO
Comunicação Empresarial ....................................................................................... 7 

Apresentação Panorâmica ...................................................................................... 7 

Competências e habilidades ................................................................................... 9 

Unidade 1 ................................................................................................................. 11 

Dificuldades na comunicação ................................................................................ 11 

Dificuldades na Língua Portuguesa ou questões notacionais da Língua .............. 11 

No cotidiano das instituições ................................................................................. 17 

Gerundismo........................................................................................................... 24 

A comunicação profissional .................................................................................. 28 

Unidade 2 ................................................................................................................. 33 

Conceito de modernidade e comunicação............................................................ 33 

O processo da comunicação em Língua Portuguesa............................................ 33 

Afinal, o que é comunicação? ............................................................................... 39 

Níveis de linguagem .............................................................................................. 48 

O conceito de modernidade do texto empresarial ................................................. 54 

Escrever... começar... escrever... começar... ........................................... 55 

Modernidade ......................................................................................................... 58 

Eficiência e eficácia de um texto ........................................................................... 59 

Empecilhos do moderno texto empresarial: OS VÍCIOS ....................................... 64 

Classes gramaticais: artigo, substantivo e adjetivo ............................................... 69 

Leitura complementar ............................................................................... 76 

Unidade 3 ................................................................................................................. 78 

Criatividade como estratégia para evitar os vícios de linguagem: a conduta


como foco ................................................................................................................ 78 

Frase, oração e período ........................................................................................ 78 

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Estruturação do parágrafo .................................................................................... 81 

O Parágrafo .............................................................................................. 82 

Construindo o parágrafo ........................................................................... 83 

Conectivos ................................................................................................ 85 

Ordenação das ideias. Pontuação: o ponto e a vírgula......................................... 86 

Estrutura de ideias .................................................................................... 87 

Os cuidados na elaboração do texto ........................................................ 88 

Uso da vírgula .......................................................................................... 90 

Uso do ponto final ..................................................................................... 95 

Classes gramaticais: verbo e preposição .............................................................. 97 

Uso da crase, regência nominal e verbal .............................................................. 99 

Crase ........................................................................................................ 99 

Regência nominal ................................................................................... 101 

Regência verbal...................................................................................... 102 

Classes gramaticais: conjunção, pronomes relativos, termos relacionais ........... 106 

Coordenativa .......................................................................................... 108 

Subordinativa.......................................................................................... 110 

Pronomes Relativos ............................................................................... 113 

NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO ..................................................................... 118 

Alfabeto .................................................................................................. 118 

Trema ..................................................................................................... 118 

Acentuação............................................................................................. 118 

Hífen ....................................................................................................... 121 

Resumo ............................................................................................................... 124 

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Comunicação Empresarial
Apresentação Panorâmica

Prezado(a) Aluno(a),

Você inicia o curso Comunicação Empresarial, que tem como objetivo


relembrar alguns conceitos gramaticais ou mesmo iniciá-los por meio de atividades
do seu cotidiano profissional e pessoal, a partir da interação com variadas situações.
Este Curso fará com que você possa entender as diferentes atividades relacionadas
ao meio empresarial, além de tornar mais fácil utilizar as ferramentas próprias de
uma empresa, no segmento de sua escolha profissional, e de fazer o uso correto da
língua oral e escrita, tendo por base uma intenção comunicativa específica.

Saiba que a comunicação adquiriu novo status, em função da Internet, por


isso, dedique-se. A conquista do que desejamos é resultado da persistência e da
sabedoria. Bons estudos!

Que a sua participação seja marcada pela alegria, pela disposição em


aprender.... Que possamos crescer juntos! E lembre-se de que a Língua Portuguesa
é rica, mas não é difícil. O mérito em aprendê-la é todo seu!

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Competências e habilidades

Até o fim deste curso, você deverá desenvolver a seguinte competência:

Dominar o processo de comunicação em diversas situações e com diferentes


públicos, utilizando as formas e os fundamentos no cotidiano profissional.

Para alcançar essa competência, é necessário que você desenvolva as


seguintes habilidades:

Unidade 1

1. Identificar as diferenças entre os elementos que compõem o processo de


comunicação em Língua Portuguesa.
2. Compreender os recursos utilizados na construção de uma mensagem e a
intencionalidade do discurso.
3. Analisar o texto oral/escrito quanto ao processo de comunicação e aos seus
elementos básicos.
4. Ler e compreender textos, fazendo a devida intertextualização, a fim de
desenvolver o pensamento crítico e flexível e a autonomia intelectual.

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Unidade 2

1. Adequar a linguagem ao receptor e ao contexto.


2. Conhecer as classes gramaticais no processo de elaboração do pensamento
e na construção de textos, aplicando-as corretamente.
3. Ler e compreender textos, fazendo a devida intertextualização, a fim de
desenvolver o pensamento crítico e flexível e a autonomia intelectual.
4. Empregar os diversos níveis de linguagem na produção de textos que
abordem temas sobre vários ângulos empresariais.
5. Produzir textos empresariais com coesão, coerência e concisão.

Unidade 3

1. Estruturar frase, oração, período e parágrafos de acordo com os


conhecimentos em Língua Portuguesa para a solução de problemas
relacionados à Redação Empresarial.
2. Avaliar escolhas lexicais de acordo com as intenções do autor do texto
empresarial.
3. Usar a sintaxe de regências verbal e nominal, além do uso da crase, nas
modalidades oral e escrita da língua, observando as variações linguísticas.
4. Interpretar textos utilizando elementos do moderno texto empresarial.
5. Reconhecer o efeito produzido pelo uso das classes gramaticais no texto
empresarial.

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Unidade 1
Dificuldades na comunicação

Dificuldades na Língua Portuguesa ou questões notacionais da


Língua

Você sabe o resultado do sucesso? Êxito, triunfo e felicidade. E é, justamente,


o que se verifica na leitura do texto de Luiz Flávio Gomes, O sucesso como foco. É
um assunto interessante que se ajusta a qualquer situação, especialmente a nossa.
Você está curioso, não? A seguir, no texto O SUCESSO COMO FOCO, verá dicas
para os que desejam traçar um objetivo e obter o sucesso na profissão. No roteiro
das dicas, você atingirá a vitória em todos os campos. Vamos ao texto, sem demora.

O SUCESSO COMO FOCO


Luiz Flávio Gomes

1. SONHE PRIMEIRO
Ninguém consegue nenhum sucesso sem antes sonhar com ele.
Descontando tudo quanto fazemos necessariamente na vida (dormir, trabalhar,
comer etc.), ainda sobra um terço do nosso tempo para sonhar. Não perca
nunca sua capacidade de sonhar com novos horizontes, novos conhecimentos
e novos resultados. O indivíduo de sucesso só alcança o que ele visualiza
antes. Não seja, entretanto, na sua vida, só um sonhador. Transforme as suas
fantasias em realidade. Como? Lendo, lendo, lendo! Em outras palavras,
colocando o "bumbum" no banco! O grande segredo do atleta é treinar, treinar,
treinar. Do estudante de sucesso é ler, ler e ler. Porém, o quê? Como?
Quando? Vejamos:

2. ESTABELEÇA A META CERTA


"Se uma embarcação não sabe aonde quer chegar, nenhum vento
poderá lhe ser favorável" (Sêneca). Tenha uma meta certa na vida (diga: eu
vou ser tal coisa. Idealize o seu objetivo). Serei um profissional de sucesso.
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Estabeleça a sua meta e fixe prazos, meios e condições. Planeje
objetivamente, saiba que todo sucesso tem medida certa e tempo certo. A
improvisação não é boa companheira para se alcançar bom resultado! Isso
significa assumir uma parcela de estresse como parte do sucesso? Sim. O
estresse controlado faz parte de todo empreendimento bem sucedido.

3. COMPROMETA-SE COM A SUA META


Quem quer vencer em dezembro a corrida de São Silvestre deve, desde
janeiro, começar a correr. Não existe sonho nem meta que se concretize sem
empenho, disciplina e muita dedicação. Na área dos concursos, por exemplo,
recorde que não se compra conhecimento em supermercados. Conhecimento
se conquista, com muita luta e esforço. Mas vale a pena. Sua vida será outra!
Engajamento (envolvimento) com sua meta é absolutamente imprescindível
(tengas ganas de vencer!). Não tardará o dia do seu SIM!

4. BUSQUE A INFORMAÇÃO
"Não espere que te tragam flores; plante seu jardim" (Shakespeare). Na
era da agricultura, mandava quem tinha terra. Na era da indústria, mandava
quem tinha dinheiro ou capital. Na era da informação, sobressai-se quem
busca e obtém a informação. Busque-a, incansavelmente, nos livros, nas
aulas, na Internet etc. Anote adequadamente tudo (mais vale uma caneta na
mão que mil "gigas" de memória humana). Documente o que você alcançou
em termos de conhecimento. E nunca perca sua curiosidade por aprender
mais coisas. Mas tenha sempre senso crítico. Há muita informação inútil que
não pode tomar o seu tempo, que é sagrado.

Não se deixe levar pelo comodismo: "Sempre buscamos o conforto e,


por causa disso, acabamos deixando para amanhã o que deve ser feito hoje, o
que nos leva a protelar e nos acomodar no eternamente preguiçoso ‘depois’“
(GARCIA, Luiz Fernando. Pessoas de resultado, São Paulo: Gente, 2003, p.
31). Só cresce na vida quem se distancia do comodismo. O desprazer também
faz parte da caminhada para o sucesso.

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Seja seletivo na busca da informação: não se perca no emaranhado de
informações que o mundo lhe oferece. Seja seletivo! Vá ao ponto certo! No
século XVIII, se uma pessoa dedicasse oito horas por dia, cinco vezes por
semana, em um ano, saberia tudo sobre determinada matéria. Qualquer
pessoa hoje, com a mesma dedicação de quarenta horas por semana, só
consegue saber cerca de 6% do que se produz anualmente em sua área de
conhecimento. Vá, portanto, aos 6% que mais interessa! Se você tem
dificuldade de selecionar esses 6%, busque a ajuda de alguém que possa
fazer isso por você.

5. FOCO E DETERMINAÇÃO
"Vim, vi e venci" (Júlio César). Tenha determinação e conquiste
disciplina nos seus horários de estudo, de aulas etc. Dormir é importante, mas
não se pode exagerar. O sucesso não socorre os que dormem! A disciplina e a
determinação trazem organização. Não seja protelatório, dispersivo, evasivo,
ou seja, não perca o foco. Não fique culpando o mundo inteiro pelo seu
insucesso. Quem assim procede, transforma-se num fracasso. O foco deve
estar voltado para a solução (para o sucesso), não para o problema que o
impede de alcançá-lo.

Compute, entretanto, que tudo pode dar errado! O medo deve sempre
fazer parte do sucesso. É em razão do medo da derrota (da humilhação) que
não perdemos a atenção, o foco nem a determinação. Encare todas as provas
(pessoais e profissionais) como um desafio a ser vencido. De qualquer
maneira, perder uma batalha não significa perder a guerra! Vencido um
desafio, passa-se para o seguinte. Quem não aceita desafios jamais chegará à
conquista!

Determinação e coragem: Tarik ibn Zeyad, o famoso guerreiro árabe


que invadiu a Península Ibérica em 711, no momento em que alcançou o sul
da Espanha (Estreito de Gibraltar, que vem de Jebel-Tarik, ou seja, Montanha
de Tarik), mandou queimar todos os navios da sua armada para que não
houvesse possibilidade de recuo, fuga, derrota, vacilações ou retrocessos.

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Isso significa determinação! Dominaram a Península durante 700 anos e lá
deixaram marcas indeléveis da sua cultura (Palácio de Alambra, em Granada,
v.g.).

6. SEJA PERSEVERANTE
"Caminante no hay camino, el camino se hace al andar" (Antonio
Machado). Não se estuda nem se faz um curso para passar e sim até passar.
Todo vencedor sabe que a perseverança é fundamental. Thomaz Edison
disse: "Qualquer homem pode alcançar o êxito se dirigir os pensamentos
numa direção e insistir neles até que faça alguma coisa". Ele não teria nunca
chegado à lâmpada se não tivesse tentado mil vezes alcançar seu objetivo.

Não fique no meio do caminho. Quem joga a toalha perde o jogo. Quem
sai do gramado nunca marca gol. Ao contrário, vai para a arquibancada. De lá
você só consegue aplaudir, nunca vencer. Pedras no caminho? Construa com
elas o seu castelo. Vencem os que chegam ao final dele! Os que não
conseguem superar os obstáculos (que configuram verdadeiros desafios) são
derrotados. Os derrotados, de plano, são insucessos; às vezes, chegam a
constituir verdadeiros fracassos.

Perseverança e motivação: a perseverança pressupõe motivação, que é


inerente ao empreendedor de sucesso. O que está por trás disso? A
motivação deriva de mil razões (conquistar um ideal, ganhar bom salário,
mudar de vida, superar obstáculo...). Uma delas consiste em evidenciar a sua
competência para exercer determinada função. Muitos estudantes
empreendedores alcançam enorme sucesso logo depois de
questionados/desafiados em sua capacidade intelectual, física, profissional
etc. De qualquer maneira, o que não se deve nunca é perder a expectativa, o
propósito, a motivação. A perseverança é a melhor estratégia para conseguir o
seu sonhado SIM!

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7. AGE QUOD AGIS
"O sucesso é composto de 1% de inspiração e 99% de transpiração"
(Thomaz Edison). Em razão disso, aplique-se completamente ao que está
fazendo. Não se distraia com outra coisa: direcione toda a sua atenção ao seu
objetivo. Todo foco tem que ter alvo certo. Muitas vezes, a questão não é ter
força, mas jeito: o artilheiro sabe bem disso. Mesmo fatigado, faça sempre o
máximo possível. Mesmo errando, continue. Quando queremos e analisamos,
também aprendemos muito com nossos erros. "Não importa quantas vezes
nos levantamos. O que conta é que seja sempre uma vez a mais do que
aquelas em que caímos" (GARCIA, Luiz Fernando. Pessoas de resultado,
São Paulo: Gente, 2003, p. 109).

8. REPETIÇÃO E REVISÃO PERMANENTES.


Repetitio est mater studiorum (repetir é a meta do estudioso). Nosso
cérebro não é computador, embora seja o único que pode construí-lo.
Ninguém consegue assimilar todo conhecimento no primeiro contato com
determinado tema. Revisar, permanentemente, o que se aprendeu é
fundamental. A fórmula, portanto, é a seguinte: A = E + M + SE, ou seja,
Aprender = Entender + Memorizar + Saber Expressar. Nunca deixe de estudar
determinada disciplina por mais de quinze dias. Uma ou duas disciplinas todos
os dias otimiza seus estudos. Em fase de provas, não baixe sua biblioteca
inteira para estudar uma única disciplina. Apontamentos da aula e um ou dois
livros em cada uma delas bastam.

9. SAIBA SE COMUNICAR
A = E + M + SE (Aprender = Entender + Memorizar + Saber Expressar).
Vivemos não só a era da informação, senão também a da comunicação. Ter a
informação e não saber comunicá-la (expressá-la) é praticamente o mesmo
que não a ter. Comunicação verbal e por escrito. Conquiste essas habilidades,
treinando o quanto for necessário. Construa sempre frases objetivas. Seja
claro e objetivo nas suas exposições. Sujeito, verbo e complemento, sem
rodeios e tergiversações cansativas e prolixas.
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10. CARPE DIEM
Aproveite o dia (da melhor maneira possível). Distribua suas tarefas
diárias. Priorize o seu sucesso, dedique-se a ele, mas não se esqueça de que
você precisa, também, comer saudavelmente, exercitar-se regularmente etc.
Mens sana in corpore sano! Angústias e ansiedades integram o dia a dia do
estudante. Também, por essa razão é que você deve desfrutar profundamente
dos momentos de prazer.

? Curiosidade.

Você sabe por que a Redação Empresarial é tão


importante?

A partir da primeira metade dos anos 1990, o mercado e o meio


empresarial vivenciaram mudanças, em consequência das transformações
econômicas, políticas e sociais, em um contexto dinâmico e incoerente. O
relacionamento humano, os conhecimentos científicos, os avanços
tecnológicos e as telecomunicações são exemplos das vertiginosas alterações
do cotidiano. Nessa época, o mundo empresarial sente os efeitos da era da
globalização da economia e do apelo para a competitividade, a
responsabilidade social e ambiental, além da eficiência na produção.

Tudo isso levou os executivos a variadas situações, sendo necessário o


ajuste da comunicação empresarial na instituição. Mais fatores contribuíram
para essa realidade: o papel do Estado na economia, o impulso irreversível de
abertura comercial, as privatizações de empresas estatais, a
desregulamentação de muitas atividades econômicas, e as fusões e
aquisições de empresas nacionais por grupos transnacionais. A tudo isso,
acrescenta-se a integração do Brasil na abertura comercial, a formação de
blocos econômicos e a informatização do mercado. Esse é processo de

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globalização que mudou a economia brasileira, fazendo com que as empresas
transformassem a comunicação empresarial em área estratégica de
resultados, decorrente da qualidade de seus profissionais.

Verifique, então, que o mercado necessita de um profissional que seja


mais que um simples executor de tarefas. Ser um bom redator de releases, ter
boa relação com a mídia ou excelente editor de house organ, não basta. Você
precisa ser um executivo, um gestor multifacetado, capaz de planejar,
estrategicamente, o esforço de comunicação da empresa ou entidade. Porque
a comunicação não se limita aos processos tecnológicos à sua disposição,
mas ao desenvolvimento de uma equipe capaz de utilizar tais dispositivos de
forma eficaz e eficiente.

No mínimo, dominar uma língua estrangeira é um diferencial, mas, para


isso, é indispensável ter a competência linguística em sua própria Língua.
Hoje, as instituições exigem o saber expressar-se, por isso quem pretende
alcançar o sucesso nas empresas, precisa demonstrar amplo domínio da
Língua Portuguesa para que a comunicação seja eficiente, de qualidade e
dinâmica. (FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. São Paulo: Artmed,
2002).

No cotidiano das instituições

Nas atividades diárias das instituições, utilizamos a comunicação escrita e


oral em diversos procedimentos, não é mesmo? O chefe solicita relatórios, balanço
do ano, ofícios diversos, memorandos, cartas, e-mails, declarações, ufa!... Que
quantidade de trabalho!

Muitas vezes, você deve ter lido um anúncio, acessado um site, lido um
informativo, e-mails e identificou erros ou trechos mal escritos, desarticulados, sem
coerência e sem clareza. Nas empresas (micros, pequenas, médias e grandes), é

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comum percebermos que, sistematicamente, os colaboradores tropeçam feio no uso
da sua língua materna. E, para nossa admiração, poucos se importam com isso.

Não é só comunicar, mas dar atenção ao contexto, porque a indeterminação


da mensagem é uma fonte de equívocos. Resultado: o mau uso da Língua
Portuguesa pode criar uma situação confusa ou engraçada.

Para ilustrar, veja alguns exemplos!

1) – Você sabe como é que muda pede café?


– Claro, tira o pé de café de um lugar e planta em outro.

2) Na festa, o secretário do presidente fila um cigarro. O presidente comenta:

– Não sabia que você fumava.


– Eu fumo, mas não trago.
– Pois devia trazer.

3) A avó, superantiquada, recomenda à neta:

– Benzinho, há duas palavras que eu quero que você prometa nunca mais
dizer. Uma é bacana e a outra é nojenta. Você promete?
– Claro, vovó. E quais são as palavras?

4) E Eva disse a Adão:

– Adão, você me ama?


E ele, em sua infinita sabedoria:
– E eu lá tenho escolha?

5) – Não deixe a sua cadela entrar na minha casa de novo. Ela está cheia de
pulgas.
– Lulu, não entre nessa casa de novo. Ela está cheia de pulgas.

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Viu? Saber escrever é saber comunicar! Erros de Português e textos mal
escritos, incoerentes, sem coesão, ambíguos, podem causar péssima impressão
perante diversos públicos. Como você observou, nesses exemplos, as falhas nas
mensagens acabaram gerando problema de entendimento.

Seu cliente não lhe perdoará “errinhos” de Português ou de digitação. Uma


comunicação mal apresentada significa muito mais que a falha em si. Ela pode ser
um fator que altera a percepção do cliente sobre a sua empresa, quanto ao cuidado
que você toma ao divulgar informações, quanto a sua atenção aos detalhes...
Publicar um texto mal escrito levantará todas essas questões na mente e, de certa
forma, atrapalhará o sucesso de sua empresa.

Na aprendizagem a distância, é importante ter um canal direto e interativo


com você, interessado em aprimorar seus conhecimentos, na Língua
Portuguesa, para que não ocorram as falhas em sua comunicação (as que
você identificou acima). Navegue! Familiarize-se com o conteúdo! Leia e
pratique.

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Leia e, sempre que você tiver dúvidas, procure no Dicionário, na
Gramática, em algum site confiável, envie perguntas ao fórum ou em
mensagens, mas use uma das suas possibilidades de interagir.

DICAS

A FIM DE / AFIM

A) A FIM DE: ideia de finalidade.

Ex.: Chegou cedo, a fim de fazer o trabalho.


O candidato adotou aquela medida a fim de se tornar popular.

B) AFIM: ideia de afinidade, de semelhança.

Ex.: Aquele projeto de gestão é afim com nossas políticas.


O espanhol é uma língua afim com o português.
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Atenção!
! Não confundir com um uso coloquial do “estar a fim de” com o sentido
de estar interessado. Este uso torna-se, a cada dia, mais comum (Ele está a
fim de você).

Verbos PÔR, QUERER e USAR:

Escrever-se com “s” toda a conjugação de verbos.


Ex.: pusemos; quis; usei.

Verbos terminados em UIR normalmente são grafados com “i”.

Ex.: contribuir: contribui.


Possuir: possui.

Verbos terminados em UAR, OAR normalmente são grafados com “e”.

Ex.: continuar: continue.


Efetuar: efetue.

INTERVIR / VIR

Intervir: Significa envolver-se e/ou atuar em outra situação. É conjugado


como o verbo vir.

Ex.: Eu intervim naquela reunião que não chegava a lugar algum.


A secretária interveio nas falhas do evento.

Vir: Tem o sentido de movimento, ir, voltar.

Ex.: Eu vim para ajudá-los neste novo trabalho.


O consultor veio à empresa dar suas dicas.

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Ex.: Eu vim/intervim - vieste/intervieste – veio/interveio –
viemos/interviemos – vieram/intervieram

JUNTO A

Significa ao lado de, perto de.

Ex.: O carro está estacionado junto ao portal.


O fornecedor esperava atendimento junto ao almoxarifado.

Inadequados:

Ex.: Conseguimos empréstimo (junto ao) no Banco do Brasil.


Solicitamos (junto à) à Secretaria o envio dos documentos.

SE NÃO/ SENÃO

SE NÃO: é uma hipótese negativa. Pode ser substituído por “caso não” ou
“quando não”.

Ex.: O que acontecerá se não tomarmos cuidado? (Caso não tomemos


cuidado...)
Se não chover, muitos morrerão. (Caso não chova...)

SENÃO: pode ser substituído por “do contrário, de outra forma, a não ser,
falha/defeito.”

Ex.: Corra, senão perderemos a prova. (do contrário, de outra forma)


Não lhe resta outra saída senão pedir desculpas. (a não ser)
Não há qualquer senão em seu exame. (falha/defeito)

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A PRINCÍPIO / EM PRINCÍPIO

A PRINCÍPIO: significa “inicialmente, no início”.

Ex.: A princípio, todos aguardavam em silêncio o início da palestra.

A princípio, o secretário passou os comandos à sua equipe.

EM PRINCÍPIO: significa “segundo os princípios teóricos/éticos, em tese”.

Ex.: Em princípio, todos devem aguardar em silêncio o início de uma palestra.


Em princípio, o secretário dividiu as tarefas conforme a formação de sua
equipe.

IMPLANTAR / IMPLEMENTAR

IMPLANTAR: significa introduzir, estabelecer, inserir.

IMPLEMENTAR: significa pôr em prática, dar execução, dar cumprimento a


um plano, a um programa, a um projeto.

Ex.: O diretor implantou certas exigências em sua área; que serão


implementadas a partir do próximo mês.

Foram implantadas novas taxas, que deverão ser implementadas nos


próximos anos.

É de extrema importância implementar, nesta mesma semana, os projetos


criados na última reunião.

Serão implantadas, na próxima gestão, medidas de segurança a serem


aprovadas no primeiro semestre.

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Gerundismo

Em instantes, eu vou estar


transferindo a senhora para
o setor responsável.

Você sabe o que é gerundismo?

Gerúndio é uma das formas nominais do verbo, formada pelo sufixo -ndo,
como: vendendo, cantando, atendendo. O gerundismo ocorre quando nós não
queremos comunicar ideia de eventos ou ações simultâneas, mas falar de uma ação
específica, pontual, em que a duração não é a preocupação dominante.

A situação piora quando a ideia de continuidade nem deveria existir na frase.


"Vou falar" narra algo que ocorrerá a partir de agora. "Vou estar falando" se refere a
um futuro em andamento - "estar" dá ideia de permanência no tempo. Nesses casos,
o gerúndio é usado em situações mais adequadas ao uso do infinitivo (aquele que
não dá ideia de ação em curso, mas de assertiva). É no mínimo forçado falar de uma
ação isolada, que se concluiria num ato, como se fosse contínua. Quando
respondemos ao telefone: "vou estar passando o recado", forçamos a barra para que
o recado, que potencialmente tem tudo para ser dado, não tenha mais prazo de
validade.

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O gerundismo ficou muito conhecido por conta dos operadores de
telemarketing. É um vício comum nas redações empresariais e precisa ser abolido.
Leia o texto abaixo para saber um pouco mais!

+ Saiba+

E o gerundismo chegou à Fuvest...

Primeiro foi a época do "a nível de". Parece que o modismo já passou.
Veio, então, uma nova moda, e tão avassaladora, que ganhou até um nome
específico: gerundismo.

Muita gente se sente incomodada com a frequência com que se ouvem


frases como "Você poderá estar comprando por telefone", "Vou estar lhe
retornando...", "Vamos estar construindo"... As pessoas se dão conta de que
se trata de um costume recente, de construção viciosa e de um modismo
infeliz. Muitos chegam a apontar como causa do fenômeno a imitação servil
da construção inglesa "I will be + gerúndio". Mas o problema é: pode-se falar
de um erro de Português? A Fuvest colocou o dedo na ferida. Transcreveu o
seguinte fragmento de uma crônica: Quando a atendente diz: "O senhor pode
estar aguardando na linha, que eu vou estar transferindo sua ligação", ela
pensa que está falando bonito. Por sinal, ela não entende por que "eu vou
estar transferindo" é errado e "ela está falando bonito" é certo. E vem a
pergunta da banca: Você concorda com a afirmação do jornalista sobre o que
é certo e o que é errado no emprego do gerúndio?

Há contextos em que a construção ir + estar + gerúndio é perfeitamente


correta. Isso ocorre quando enunciamos uma ação a ser praticada no futuro e
que deverá ocorrer simultaneamente a outra ação, também futura, é claro. Por
exemplo: Amanhã, quando você estiver fazendo a prova, eu vou estar
viajando para Recife. O erro se verifica quando construções como “vou estar
viajando” são empregadas para substituir o simples futuro do presente. Em

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lugar de dizer “Amanhã vou viajar (ou viajarei) para Recife”, as pessoas
dizem: “Amanhã vou estar viajando para Recife.”

Por que "erro"? Porque a construção é empregada fora do legítimo


contexto, é usada para uma finalidade que a tradição e as normas vigentes da
língua não lhe atribuem, qual seja a de indicar ação futura. Gerundismo não
significa, pois, o simples uso do gerúndio. Claro que são normais e correntes
construções como “Ela está falando bonito”. Aí a construção estar + gerúndio
indica a ação como presente e com tendência continuativa. O sufixo -ismo de
gerundismo, como ocorre em consumismo, derrotismo, oportunismo, veicula a
ideia pejorativa de tendência viciosa, mania, mau uso...

(Artigo de Odilon Soares Leme, professor do Anglo, responsável pela


vinheta S.O.S. Língua Portuguesa, da rádio Jovem Pan, e autor de Tirando
Dúvidas de Português, e de Linguagem, Literatura, Redação (Ed. Ática)).

No texto que você acabou de ler, Saiba mais sobre gerundismo, há a


seguinte frase: “Por que erro? Porque a construção é empregada fora do legítimo
contexto”. Nesta transcrição, há uma dificuldade constante na escrita empresarial, o
uso dos porquês. Falar até que é fácil, mas na hora de escrever...

DICA

POR QUE / POR QUÊ / PORQUE / PORQUÊ

POR QUE: em pergunta direta ou indireta.

Ex.: Por que você saiu? Diga-me, quero saber por que você saiu.
As alegrias por que passei... (= pelas quais)
Ignoro por que motivos as pessoas são poluidoras. (= por quais)

Dica: na pergunta indireta, pode substituir por “pelo qual”, “pelos quais”, “pela
qual”, “pelas quais”, “por qual”, “por quais”.

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POR QUÊ: em fim de frase, ou sozinho.

Ex.: Você está feliz. Por quê? Você está feliz; diga-me, logo, por quê.

PORQUE: em frases afirmativas.

Ex.: Por que você não me telefonou? Não lhe telefonei porque estava ocupado.
Só porque o repreenderam, ficou amuado.

PORQUÊ: exerce a função de um substantivo e vem precedido de artigo (o, os,


um, uns).

Ex.: Queria saber o porquê de tudo. / Tudo na vida tem um porquê.


A ciência procura os porquês dos fenômenos.

Dica: é sinônimo de “causa”, “razão”, “motivo”.

HÁ / A

HÁ: 3ª pessoa do singular do verbo haver.

Ex.: Ele saiu há instantes. (Faz instantes)


Ela partiu há uma hora. (Faz/tem uma hora)
Há muito tempo que não a vejo. (faz séculos...)
De há muito ele desistiu dessa ideia. (Tem/faz muito...)

Dica: pode ser substituído por “tem” ou “faz”. Empregado assim, o verbo
haver indica tempo decorrido. Portanto, é redundância acrescentar o advérbio
“atrás” (é incorreto, porque é redundante dizer: Há alguns anos atrás).

A: não pode ser substituído por “tem” ou “faz”.

Ex.: Daqui a pouco serão 21h30.


Estamos a pouco tempo das grandes festas.

27
ABAIXO / A BAIXO

ABAIXO: em local menos elevado; em baixo; em situação menos importante.

Ex.: Abaixo o presidente do sindicato!


Pedro ocupa um cargo abaixo do teu.

A BAIXO: substituir por “até em baixo”.

Ex.: Olhou-nos de alto a baixo.

ENQUANTO

É um modismo, cacoete de linguagem quando usado no lugar da conjunção


como ou das locuções na condição de, na qualidade de.

Ex.: Ele, enquanto diretor-geral, dirige a discussão dos assuntos da reunião.


(na condição de)

Roberta, enquanto líder de vendas, analisou as tabelas de metas para o mês.


(na qualidade de)

A comunicação profissional

Se você pertence ao meio empresarial, é lógico que não quer ser analfabeto na
comunicação, não é? Todos que valorizam as palavras sabem de seu poder
transformador. Sabe-se que é do trabalho de atenção à palavra, da crença de sua
importância à comunicação entre os homens que surge o estilo de cada um. Há
exemplos de empresários, médicos, publicitários e tantos outros profissionais que,
também, demonstram respeito à palavra em sua prática profissional. E para que
você domine este assunto no texto empresarial atente-se às dicas a seguir.

28
DICAS:

ESTE / ESSE / AQUELE

ESTE (ou “esta”, “deste”, “desta”, “neste”, “nesta”): designa pessoa ou coisa
próxima de quem fala; refere-se ao lugar em que alguém está; indica um período
de tempo presente, que ainda não terminou; identifica, numa oração, o termo mais
próximo.

Ex.: Este livro aqui, em minhas mãos, é seu?


Esta nossa cidade ainda vai ser importante.
Este ano está passando depressa.
Eram dois amigos, Pedro e Lucas; este [Lucas, no caso], advogado, e
aquele [Pedro, portanto], engenheiro.

ESSE (ou “essa”, “desse”, “dessa”, “nesse”, “nessa”): indica pessoa ou coisa um
pouco afastada de quem fala, mas próxima de seu interlocutor; usa-se como
segunda referência à pessoa ou coisa; designa tempo passado (mas geralmente
não muito distante).

Ex.: Devolva-me essa caneta, por favor.


Ao escrever “Cem anos de solidão”, talvez García Márquez não
imaginasse a repercussão que esse livro teria.
Esse mês, marcado pelas tempestades, não deixou saudade.
O que está fazendo com esse programa? – perguntou o supervisor ao
técnico.
Esse relatório é muito importante. – disse o gerente ao atendente ao seu
lado.

AQUELE (ou “aquela”, “daquele”, “daquela”, “naquele”, “naquela”): refere-se à


pessoa ou coisa afastada de quem fala e de quem ouve; indica um tempo
passado; identifica, numa oração, o termo mais distante.

Ex.: Será que Paulo vai mesmo comprar aquele carro?


Aqueles foram anos difíceis, que não deixaram boas lembranças.
29
Passei minhas férias em São Paulo e no Rio. Neste, aproveitei as praias;
naquele, fiz muitas compras.
Será aquele, o novo gerente? – Disse apontando para um rapaz que
estava ao fundo do auditório.
Aquele verão, na minha infância, foi inesquecível.

Obs.: ISTO (esta coisa), ISSO (essa coisa) e AQUILO (aquela coisa) seguem
a mesma norma, mas só podem ser usados para coisas. Em relação a pessoas,
têm sentido pejorativo.

ACERCA DE / A CERCA DE / CERCA DE/ HÁ CERCA DE

ACERCA DE: tem o sentido de sobre, a respeito de, em relação a.

Ex.: O diretor discursou acerca dos progressos administrativos.


Falávamos a respeito de assuntos interessantes.

A CERCA DE/CERCA DE: significam “aproximadamente”.

Ex.: A chácara fica a cerca de dez metros.


A reunião mensal acabou a cerca de duas horas.
Em cerca de duas horas, começará a reunião.
Cerca de cem pessoas participaram da palestra motivacional.

HÁ CERCA DE: significa “tem aproximadamente”.

Ex.: Estive em sua chácara há cerca de poucos dias.


Falei com os gerentes sobre sua promoção há cerca de uma semana.

30
ONDE / AONDE

ONDE: lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está
ou em que se passa algum fato.

Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que


normalmente pedem a preposição “em”.

Ex.: Onde estás? –Em casa.


Você sabe onde fica o Sudão? –Na África.
Onde moram os sem-terra?

AONDE: Indica movimento para algum lugar. Dá ideia de aproximação. É usado


com os verbos ir, chegar, retomar e outros que pedem a preposição “a”.

Ex.: Aonde você vai todo dia às 8 horas? –Ao parque.

AO INVÉS DE / EM VEZ DE

AO INVÉS DE: expressa ideia de oposição; significa “ao contrário de”.

Ex.: a) A sua atitude prejudicou ao invés de ajudar a nossa causa.


b) Ele disse que virou à esquerda ao invés de virar à direita.

EM VEZ DE: significa “em lugar de”.

Ex.: a) Os funcionários elaboraram um relatório em vez de emitir um parecer.


b) Em vez de investir em maquinário pesado, resolveu comprar
computadores.

HAJA VISTA

Trata-se de uma expressão invariável formada pela terceira pessoa do


imperativo afirmativo do verbo haver + substantivo feminino vista. Equivale à

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terceira pessoa do imperativo do verbo ver: “veja”.

Ex.: a) Ele não apresenta um bom rendimento, haja vista os últimos


resultados.

b) Ele não apresenta um bom rendimento, haja vista as últimas provas.

Obs.: Não admite a forma haja visto / hajam visto, de largo uso.

EM LONGO PRAZO / A LONGO PRAZO

O correto é em longo prazo, assim como em curto prazo, em médio prazo.

Ex.: Serão necessários grandes investimentos na área em longo prazo.

Nossa situação financeira só será resolvida em médio prazo.

Esse novo investimento dará um bom resultado em curto prazo.

A CUSTA DE

Nessa expressão a palavra custa, assim como o artigo que a precede, deve
sempre estar no singular.

Ex.: O filho vivia à custa do pai.

CUSTAS (plural): designa, na linguagem jurídica, despesas em um processo.

Ex.:Esse valor é relativo às custas do processo ...

A MEU VER

Não se emprega “ao meu ver” e sim a meu ver, pois não há artigo nessa
locução:

Ex.: A meu ver vencerá o mais atento e ligeiro.


32
Unidade 2
Conceito de modernidade e comunicação

O processo da comunicação em Língua Portuguesa

Torre de Babel: como transformar a sua empresa em um ambiente


de comunicação e negociação?

Nesta segunda unidade, trataremos a comunicação como um meio de atuar e


expressar-se. Observe acima: trata-se da Torre de Babel, utilizada como metáfora
sobre a comunicação humana. No início, a construção dessa torre fluía rápido, pois
a comunicação entre os operários era única, em uma só língua. O objetivo da
enorme construção era “tocar os céus”. Essa ousadia humana gerou muitos
contratempos e muitas línguas estranhas começaram a ser faladas, de modo que os
operários que a construíam não pudessem entender-se, nem continuar com a
construção. Segundo a metáfora, foi assim que surgiram as diferentes línguas do
mundo.

Considerando esse contexto, gestores que não têm o exato conhecimento de


que a comunicação deve ser tratada como processo de decisão e manejada como

33
ferramenta estratégica de gestão erguem a Torre de Babel. Hoje, as empresas
exigem excelente comunicação e, para isso, precisamos, logicamente, da Língua
Portuguesa.

A conquista do que desejamos é resultado da persistência e da sabedoria.

Em meio às muitas habilidades que você precisa desenvolver para construir


uma carreira de sucesso, a comunicação verbal é uma das mais importantes.
Mas, ao mesmo tempo, sempre é abandonada. E a razão é simples: falamos
Português desde que nos entendemos por gente, temos a impressão de que isso
não é um problema. E não será se você pensar apenas em conversas banais. Mas
é, com relação a comunicações profissionais. Nelas, falar é uma coisa, e
comunicar-se falando é outra.

Essa habilidade é fundamental para negociar, convencer, fazer


apresentações, solicitar, explicar e liderar. Por meio da comunicação verbal, você
começará a construir uma imagem profissional, positiva ou negativa. É possível se
esconder de muita coisa em uma empresa, mas não da necessidade de se
comunicar falando. A nomeação do que você quer e pensa gera autoconfiança e
técnica, duas coisas que um bom conhecimento de comunicação pode resolver. A
dica vale para que você obtenha maior retorno para a carreira. Esse é o pensamento
de Max Gehringer sobre fazer a coisa certa. Reflita.

Leia este texto de Max Gehringer:

O QUE É COISA COM COISA?

O QUE É COISA COM COISA?

Quer fazer a coisa certa? Então, trate de entender como a coisa


funciona. Vivemos deixando de fazer certas coisas para fazer as coisas certas.
Se tem uma coisa que anda incomodando a Língua Portuguesa, é a
coisa. O único consolo é que "coisa" é uma dessas raríssimas palavras que
existem em qualquer idioma, e em todos eles têm o mesmo significado, isto é,

34
coisa.
No princípio, Deus criou as coisas, ensina o Gênesis, para só depois
criar o Homem. Quer dizer, geneticamente falando, que tudo que não era
gente era coisa. Isso durou até 1963, quando finalmente o poeta Vinícius de
Moraes decidiu elevar, também, o ser humano à categoria de coisa: "Olha que
coisa mais linda, mais cheia de graça...". A bem da verdade, nenhum grande
escritor resistiu à coisa, e o próprio Shakespeare notou que existem muito
mais delas entre o céu e a Terra do que sonha a nossa vã filosofia.
Mas o que antigamente era artifício poético e literário acabou virando
arroz de festa. Tem até lugar onde a coisa passou a ser flexionada ("O coiso,
como é mesmo o nome dele?") ou conjugada ("Eu estava coisando quando a
máquina pifou"). Ou por preguiça ou por economia de neurônio, as pessoas
passaram a abusar da coisa: por que aprender a falar empregabilidade se é
bem mais fácil dizer "aquela coisa que eu não tinha e por isso perdi o
emprego"? Nas empresas, a coisa já se tornou sinônimo bastardo de qualquer
coisa:
Quer saber de uma coisa? Pra mim chega.
– Chega do quê?
– Cansei. E uma coisa eu digo: não sou só eu.
– Peraí, me explica melhor.
– Explicar o quê? Vai me dizer que você é a favor desse estado de
coisas?
– Sei lá. Você nem me disse ainda o que está acontecendo.
– Acorda, cara! A coisa tá preta nessa empresa.
– Taí, eu não acho.
– Como, não acha? Isso aqui é coisa de doido.
– E digo mais. Prá mim, tá tudo ótimo.
– Opa, até você? Eu bem que desconfiava. Aí tem coisa...
Convenhamos: a coisa já passou do ponto, e esse é o âmago da
questão. Ao mesmo tempo em que estão adquirindo fluência em Inglês e em
outros idiomas alienígenas, muitos profissionais insistem em espezinhar o
Português escorreito. A proliferação indiscriminada da coisa é um bom
exemplo disso. Nas empresas, a hiperespontaneidade na comunicação, está
35
roubando dos diálogos a consistência e a praticidade. Mas a boa linguagem
corporativa jamais admitirá tais atalhos verbais. Quem realmente busca a
excelência em todas as suas dimensões tem por obrigação permear-se com
vocabulário eclético e dinâmico. O tempo ensinará aos despreparados que o
sucesso só premia os que sabem administrá-lo multifacetadamente, e isso
inclui o repúdio ao uso do palavreado fácil e o respeito ao vernáculo. Apenas
após dominar as nuances de sua Língua pátria é que alguém poderá alardear
que atingiu a plenitude profissional. Porque só aí terá compreendido e
absorvido os três pilares básicos em que se apoia a essência da filosofia
corporativa, a saber:
1. Entender como a coisa funciona.
2. Fazer a coisa certa.
3. Falar coisa com coisa.

Verifique que quem traz o reforço de que o sucesso está ligado à sua
competência linguística é Max Gehringer. Então, para não falar coisa com coisa...

DICAS

TRAZ / TRÁS

TRAZ: verbo

Ex.: A secretária traz, todos os dias, os contratos para serem assinados pelo
gerente.

TRÁS: preposição ou advérbio.

Ex.: O agente de limpeza fechou a porta de trás do escritório.


Pressenti alguma intenção oculta por trás de suas palavras.

EM VIA DE / EM VIAS DE

EM VIAS DE: Não existe, em português, essa expressão.

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EM VIA DE: A locução significa “a caminho de”, “prestes a”.

Ex.: Estou em via de finalizar o projeto.

Júlio está em via de enlouquecer com as metas estabelecidas.

PARA EU / PARA MIM

Ex.: a) Empreste o filme para mim ver.

b) É complicado para mim ver o filme.

O que você acha? Mim está correto nos dois empregos acima? Se a sua
resposta foi não, parabéns! O primeiro está errado e o segundo correto. E você
se pergunta: por quê?

Dica: desloque o para mim ao início da frase; se for possível, é “para mim”.
Se a frase perder o sentido com a mudança, o correto é para eu.

Verifique:

Para mim, empreste-me o filme ver. Faz sentido? Não; então o correto é para
eu. Mas, por quê? Porque o “eu” é o sujeito do verbo “ver”.

E o outro exemplo? b) Para mim, é complicado ver o filme.

Dica: Viu como deu certo? Sabe o motivo? Nesse caso, “mim” não é o
sujeito, mas o complemento nominal. E se você quiser saber mais, leia em uma
boa Gramática o que é complemento nominal.

AO PAR / A PAR

AO PAR: emprega-se com relação a câmbio; indica equivalência cambial:

Ex.: O real e o dólar já estiveram ao par (isto é, já tiveram o mesmo valor).

A PAR: significa “ciente”, “informado”, “prevenido”. Geralmente, emprega-se com o

37
verbo “estar”.

Ex.: Meus colegas já estão a par dos acontecimentos.

MAS / MAIS / MÁS

MAS: é conjunção adversativa; equivale a porém, contudo, todavia...

MAIS: indica quantidade (contrário de menos).

MÁS: adjetivo significando maldosas, ruins.

Ex.: a) Os dois amigos discutiram, mas não chegaram a um acordo.


b) Pessoas más deveriam fazer reflexões para acreditarem mais na
bondade do que no ódio.
c) Todas as más ações devem ser perdoadas, mas jamais repetidas,
pois quanto mais se vive, mais se aprende.

MEIO / MEIA

MEIO: é advérbio quando equivalente a “mais ou menos”, “um pouco”.

Ex.: A janela estava meio aberta e deixava ver os belos quadros na parede.

MEIA: é adjetivo quando equivalente a “metade”.

Ex.: a) Nosso diretor não é homem de adotar meias medidas.


b) Já é meio-dia e meia (hora).

POR ORA / POR HORA

POR ORA: significa “por este momento”, “por enquanto”:


Ex.: Não necessito de seus serviços por ora.

POR HORA: corresponde a “a cada sessenta minutos”:


Ex.: Paguei o estacionamento por hora.

38
Afinal, o que é comunicação?

Por que aprender?


Para que saber mais?
Será que a minha comunicação Afinal, o que é comunicação?
é boa?
Credo... É muito pensamento
de uma vez só!

Será que é necessário na


Comunicação comunica, ora! minha profissão?
Sim, e daí? Êta, bobão! É claro que sim.
Senão, como trabalhar?

Conversar com o E como elaborar


chefe e pedir aumento? documentos na empresa?
Sem comunicação, como enviar É... A comunicação está em
e-mail, entrar em redes toda parte e serve pra
sociais ou namorar? tudo.

Já vi que tenho
que comunicar muito bem, Como diria o velho
ou entrarei em uma gelada! chacrinha: “Quem não se
Entendi... COMUNICAÇÃO é comunica, se trumbica”.
trocar ENTENDIMENTO!!!

39
Comunicar é um ato

Vimos que em todo processo de comunicação intervém, necessariamente, um


conjunto de fatores: emissor ou pessoa que diante de um estímulo codifica, elabora
e transmite para outra (receptor) uma informação ou mensagem sobre o mundo ou
sobre si mesmo, dentro de um referente ou contexto. Em vista disso, se você for o
emissor de uma mensagem, empregará um conjunto de signos, que se combinam
de acordo com regras – código ou língua.

Para lançar a sua mensagem, você precisa de um meio de difusão, um meio


físico – o canal. Exemplo: o papel, no caso da carta de recomendação da piada
abaixo.

Carta de recomendação
O sujeito descobriu que estava sendo “fritado” na empresa e que seria o
próximo a ser demitido. Ele foi procurar outro emprego e achou. Exigiam uma
carta de recomendação. Foi falar com o chefe de pessoal e pediu a tal carta
de recomendação. — "Sacumé", né, doutor, eu trabalho aqui há mais de
quinze anos e eu acho que mereço pelo menos uma carta de recomendação.

No outro dia, ele recebeu a carta. Ela dizia:

Prezados Senhores: O senhor José da Silva trabalhou nesta empresa


durante 16 anos e estamos muito satisfeitos por ele ir trabalhar aí com vocês.
Atenciosamente, Diretor de RH.

O contexto da mensagem:

40
Neste contexto, também é interessante lembrarmos que a informatização fez
com que a palavra escrita se tornasse o meio mais importante à comunicação. Tudo
evoluiu, menos a redação empresarial. Continua se escrevendo muito e mal. O
usuário parece não se importar com o processo da redação profissional,
abandonando um instrumento indispensável a qualquer tipo de negociação. Os
acordos começam quando menos se espera: um telefonema, um encontro acidental,
um almoço... Contudo sempre acabam em um texto escrito, um recibo, um contrato
ou uma correspondência confirmando o que foi acertado. Na relação profissional, o
acordo verbal é considerado, porém o que prevalece é o escrito. Aliás, como em
qualquer contrato.

Para que você agregue valores, pergunte-se: qual o papel da


comunicação na minha vida profissional?

Muitas vezes, você emite instruções por escrito porque acredita que a
interpretação visual será mais precisa, que nela é mais difícil a possibilidade de
surgir problema. Ledo engano! Temos de sempre verificar a receptividade de uma
instrução escrita como a de instruções verbais. Como assim?

DICAS PARA UMA COMUNICAÇÃO DE QUALIDADE

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OUÇA
• Escutar informações (agradáveis, desagradáveis, críticas, elogios)
entendendo-as apenas, de forma construtiva. E mais: ouça
atentamente, interesse-se pelo assunto e não interrompa
desnecessariamente.

FUJA DOS TERMOS TÉCNICOS


• Não use gírias ou termos técnicos porque isso atrapalha a
comunicação. Se for necessário, explique os significados dos termos
que usar.

MANIFESTE O SEU INTERESSE


• Mantenha contato, frequente, com os seus superiores, funcionários,
colegas e ouça.
• Mostre interesse pelo que se diz e escute, questione o seu
interlocutor, peça detalhes. Além de ser compreendido, procure
compreender, seja um bom ouvinte não só para os significados
explícitos, mas também para os implícitos.

SEJA OBJETIVO
• Não faça rodeios, mesmo que a mensagem seja o que as pessoas
não gostariam de ouvir. E mais, verifique se foi entendido, pergunte o
que foi compreendido e o que ficou confuso.

CONSULTE OS OUTROS, INTERAJA


• Peça opiniões e lembre que aqueles que o ajudam a planejar, com
certeza o apoiarão. Compartilhe tanta informação quanto for
possível, isto trará ganhos para todos os envolvidos.

FEEDBACK
• O retorno de informações é importantíssimo para manter seus
parceiros atualizados e inseridos nos processos e atividades.
Retorne qualquer informação; mostre os resultados e ações
consequentes da informação recebida anteriormente.

OBSERVE O QUE FOI CRITICADO


• Se você não fizer isso com humildade, nem tente. Ah! Mas você
possui essa qualidade. Então, examine a crítica e dê valor às boas
ideias e ao trabalho sincero. Ser humilde não é ser submisso, mas
ser perspicaz e extrair da crítica o lado positivo e construtivo.

SEJA CLARO EM SUAS IDEIAS


• Analise se o que você quer dizer está claro, coerente com o que se
deseja transmitir. Antes de falar ou escrever pense: o que eu quero
dizer? Por quê? Qual é o objetivo da mensagem? Como dizer? Pra
quem? O que desejo que os receptores da mensagem absorvam,
qual é o verdadeiro propósito da comunicação?

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INFORMAÇÕES GERAM AÇÕES

• Demonstre que as ações são fruto de informações, caso contrário se


pensará que de nada valeu o esforço para que houvesse o fluxo de
comunicação. Efetive suas ações com base nas informações
adquiridas e validadas. E tenha sempre em mente: as suas ações
refletem o que você pensa e diz para os outros.

A QUEM ME DIRIGIR?

• Antes de transmitir a informação, conheça qual vai ser o público. A


quem você quer afetar e qual é o momento adequado. Se
necessário, prepare-se: atente a sua tonalidade de voz, a
receptividade de quem ouve, a linguagem que utilizará.

SUAS AÇÕES

• Certifique-se de que as suas ações apoiam o que você diz, porque


ações falam mais alto do que palavras.

Para que você consiga aplicar essas boas indicações e receber constantes
feedbacks...

DICAS

Verbo HAVER

O verbo haver é impessoal (logo, deve ficar na 3ª pessoa do singular)


quando significa:

EXISTIR: A festa foi cancelada porque não havia recursos.

OCORRER, ACONTECER: Durante a aula, houve alguns episódios


inexplicáveis.

FAZER (indicando tempo decorrido): Há dois anos que ela não me escreve.

Dica: O verbo haver, quando significa “existir”, é impessoal, mas o verbo existir é
pessoal e, portanto, deve concordar com o sujeito.

Ex.: Há momentos em que.../ Existem momentos em que...

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Agora que você conhece dicas para uma comunicação de qualidade, leia os
textos que seguem. O primeiro é uma adaptação de uma reportagem sobre a Língua
Portuguesa e a empregabilidade: ERROS DE PORTUGUÊS PODEM CUSTAR UMA
VAGA NO MERCADO. O segundo é um texto de Manuela M. Rodriguez, A
CRIAÇÃO DE UM TEXTO, sobre o ato de escrever.

ERROS DE PORTUGUÊS PODEM CUSTAR UMA VAGA NO MERCADO

Quantas línguas você fala? Esta é a pergunta que o selecionador faz


em entrevista de emprego. O domínio do Inglês e do Espanhol já é exigido
para, praticamente, todos os cargos. Em algumas empresas, há casos em que
se pedem outros idiomas, como Alemão, Francês e até Japonês. Certamente,
você já passou ou passará por uma situação dessas. Mas antes de sair em
busca de um curso intensivo de idiomas para garantir uma vaga no mercado
de trabalho, certifique-se de que tem pleno domínio de um dos idiomas mais
importantes – a sua língua, o Português.

O Português é uma língua difícil, sim, mas não impossível de ser


dominada. Uma simples carta de apresentação pode conter erros que minarão
qualquer chance de conquistar a tão sonhada vaga. Acredite: o fraco domínio
da língua é o principal fator de eliminação de candidatos, dizem os
selecionadores. “Ninguém gosta de contratar um profissional que não fale ou
escreva corretamente. O mercado está mais tolerante, mas, dependendo da
posição, erros são inaceitáveis – o profissional é um representante da
empresa”, avalia a consultora e vice-presidente do Grupo Catho, Perna. E
continua: “O mercado exige o domínio da língua inglesa. Por outro lado, o
Português é um idioma difícil, e bem ou mal as pessoas falam e escrevem,
mas as pessoas não leem como antigamente, e o domínio da gramática vem
de estudo e leitura”, avalia.

Embora apareçam mais entre os jovens, principalmente depois da


chegada da Internet e da comunicação via e-mail, vícios de linguagem e erros
gramaticais não são prioridade deles. Profissionais que ocupam cargos no alto
escalão também costumam errar. O preenchimento de relatórios, por exemplo,
é propício para todo tipo de erro. “Antigamente, quando cada diretor ou
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gerente contava com uma secretária, a falta de domínio da Língua Portuguesa
não era tão levada em conta, afinal, quem precisava escrever corretamente
era a secretária. Hoje, isso mudou. Diretores, gerentes e supervisores dividem
a mesma assistente, e começaram a colocar a mão na massa na hora de
enviar relatórios, preparar documentos e enviar e-mails”, comenta Zindel,
diretora de uma escola de idiomas.

Os deslizes com o idioma materno aparecem, frequentemente, durante


ligações telefônicas, reuniões formais com os clientes e entrevistas para um
novo emprego. “O Português é complexo, a norma culta é bastante diferente
da língua falada, e a falta de domínio do idioma pode comprometer a imagem
profissional, colocando em dúvida a qualidade do trabalho”, diz Zindel. A
imagem projetada pelos funcionários é a realidade corporativa percebida por
clientes e concorrentes. Nesse contexto, falar corretamente é imprescindível
para o sucesso de uma organização, e os empregadores valorizam, cada vez
mais, os funcionários que sabem se expressar com fluência.

Mais do que erros gramaticais, a má comunicação é um dos problemas


mais comuns vivenciados pelos profissionais, e o mais grave está na
dificuldade de comunicação. A falta de objetividade em uma comunicação
escrita é a principal dificuldade encontrada pelo falante que se acha
autossuficiente. E é na hora de redigir os textos, desde um formulário técnico
a um e-mail, que os empresários percebem que o Português faz falta. Há
dificuldade na sintetização das informações, pois na comunicação escrita é
mais difícil perceber que se está falando errado.

É na hora de falar que surgem as dúvidas que podem comprometer


seriamente o profissional em uma entrevista de emprego. Nesse momento, as
chances de impressionar o selecionador correm sérios riscos: a insegurança
por não saber se está falando corretamente, empregando os verbos no tempo
certo e respeitando concordâncias, transparece no rosto da pessoa.
Geralmente, isso ocorre porque a pessoa, de tanto querer rebuscar o seu
Português, comete ainda mais erros. E essa insegurança é vista pelo
selecionador como falta de capacidade.
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Erros comuns que, à primeira vista, podem parecer banais, como
“fazem dez anos”, em vez de “faz dez anos”, comprometem a credibilidade do
profissional e da empresa. Por isso, qualquer pessoa deve ler boa literatura,
revistas especializadas e textos variados, a fim de aprimorar a produção
escrita.

(Cristina Balerini é jornalista do Grupo Catho. Texto com adaptações)

A CRIAÇÃO DE UM TEXTO

Por Manuela M. Rodriguez - consultora na área de comunicação

A primeira dificuldade com que se depara na comunicação escrita está


na criação do texto. A redação de um texto é um ato criativo, portanto, oriundo
da nossa criatividade.

A criatividade é capacidade que todos nós temos. Somente seu grau de


desenvolvimento varia de uma pessoa para outra devido a uma série de
fatores, dentre os quais os meios social, econômico e cultural em que vivemos.

É muito importante aprender a desenvolver o pensamento criativo. Em


primeiro lugar temos de aprender a desaprender, ou seja, temos de nos libertar
dos antigos hábitos para poder questionar, rever, descobrir, e em seguida
utilizar integralmente o cérebro, tanto do lado direito - da imaginação, da
criação, da intuição, do sentimento; quanto do lado esquerdo - da razão, da
lógica, da sistematização e do planejamento.

O mercado não perdoa os profissionais que não se atualizam, e exige,


cada vez mais, profissionais polivalentes. As empresas valorizam muito os
funcionários que têm a capacidade de se comunicar com criatividade. Os que
têm melhor desempenho apelam à razão e aos fatos, argumentam, criam
coligações, dão ênfase às informações, e assim por diante.

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É fundamental que você avalie: toda vez que interagimos por meio da
linguagem, sempre há, em nossa fala, uma intenção de modificar o pensamento ou
comportamento de nossos interlocutores. Essa é a dica para você entender a
comunicação!

Nada como uma boa releitura!

Tudo que já falamos sobre comunicação está sintetizado no quadro a seguir.


Em qualquer comunicação há um conjunto de elementos: emissor ou remetente;
receptor ou destinatário; mensagem, código; canal; referente ou contexto. Eles
formam o sistema ou processo da comunicação:

CANAL
COMUNICADOR RECEBEDOR

MENSAGEM
emissor, transmissor, receptor, destinário,
codificador, remetente, de(s)codificador,
locutor, falante. interlocutor, ouvinte.
CÓDIGO

Fala
VERBAL
Escrita
CÓDIGO
Gestos
Expressão Fisionômica
NÃO VERBAL
Mímica
Dança

Fala
NATURAL
Escrita
CANAL
Espacial Internet, celular, e-mail, televisão
TECNOLÓGICO
Temporal Textos, fotos, livros, fitas gravadas

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Níveis de linguagem

CÓDIGO
• Conjunto de sinais convencionados socialmente para a transmissão
de mensagens.

DIALETOS
• Variedades originadas pelas diferenças regionais, de idade, de sexo,
de classe ou de grupos sociais e da própria evolução histórica da
língua (ex.: gíria).

VARIEDADES LINGUÍSTICAS
• Variações que uma língua apresenta de acordo com as condições
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

LÍNGUA
• Tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio
do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.

LINGUAGEM
• Representação do pensamento por meio de sinais que permitem a
comunicação e a interação entre as pessoas. Linguagem verbal: tem
por unidade a palavra. Linguagem não verbal: tem outros tipos de
unidade, como gestos, o movimento, a imagem etc. Linguagem
mista: são as histórias em quadrinhos, o cinema e a TV que utilizam
a imagem e a palavra.

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NORMA CULTA OU PADRÃO
• Variedade linguística de maior prestígio social, contrária à popular.

TEXTO
• Unidade linguística concreta, percebida pela audição (fala) ou pela
visão(escrita), que tem unidade de sentido e intencionalidade
comunicativa.

DISCURSO
• Atividade capaz de gerar sentido desenvolvido entre interlocutores.
Além dos enunciados verbais, engloba outros elementos do
processo comunicativo que também participam da construção do
sentido do texto.

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL


• São as articulações gramaticais existentes entre palavras, orações,
frases, parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua
conexão sequencial. Coerência textual é o resultado da articulação
das ideias de um texto; é a estruturação lógico-semântica (de
significado) que faz com que haja sentido na situação discursiva.

Na linguagem coloquial, usamos as palavras conforme as situações que nos


são apresentadas. Por exemplo, quando você ouve: "– Isso é um castelo de areia",
pode atribuir-lhe o sentido denotativo ou conotativo. No denotativo, significa
"construção feita na areia da praia em forma de castelo". No conotativo, significa
"ocorrência incerta, sem solidez". Assim, podemos deduzir o seguinte:

Denotação: é o uso do signo em seu sentido real.


Conotação: é o uso do signo em sentido figurado, simbólico.

Para que seja cumprida a função social da linguagem na comunicação, há


necessidade de que as palavras tenham significado, ou seja, de que cada palavra
represente um conceito. Essa combinação de conceito e palavra é chamada de
signo.

O signo linguístico une um elemento concreto, material, perceptível (um som


ou letras impressas) chamado significante, a um elemento inteligível (o conceito) ou
imagem mental, chamado significado. Por exemplo, a palavra “baleia” é o

49
significante, sozinha nada representa; se estiver ligada ao objeto, passa a ter o
significado real de baleia.

Significante: Significado:

B-A-L-E-I-A

Temos, então:
Signo = significante + significado.
Significante = Parte perceptível do signo (concreta – som ou letras)
Significado = Parte inteligível, o conceito (abstrata – a ideia).

Percebeu a diferença? Então, leia estas frases:

1. “Mãe, eu tô te ligando de novo, pra você não esquecer do meu dinheiro”.


2. “Senhores ministros, gostaria de informar aos senhores que sou um cidadão de
quem o passado é um livro aberto”.

Podemos afirmar que não há erro, do ponto de vista da linguagem, na


primeira oração. Atente, inicialmente, que há diferença entre a língua falada e a
escrita – dois meios de comunicação diferentes.

O primeiro texto apresenta a linguagem coloquial, isto é, corresponde à


língua falada, mais espontânea, mais solta, ocorrida em situação de informalidade,
admitindo as formas “tô”, em lugar de “estou” e “pra” em lugar de “para”. Admite,
ainda, o erro de regência em “não esquecer do meu dinheiro” em vez de “não se
esquecer do meu dinheiro”.

Você já deve ter notado diferenças na maneira de se expressar de um médico


ou de um advogado, dependendo das situações em que se encontram. No
consultório ou no escritório, eles empregam expressões e termos que dificilmente
utilizariam em uma conversa informal, durante uma partida de futebol ou em um bar,
bebericando com amigos.
50
A primeira distinção decorrente da existência dos níveis da fala é a que se faz
entre a língua culta e a língua popular ou coloquial.

A língua culta prende-se aos modelos e normas da Gramática tradicional e é


empregada pelas elites sociais especializadas. É a modalidade linguística tomada
como padrão de ensino e nela se redigem os textos e documentos oficiais do país.

Já a língua popular ou coloquial é aquela usada pelo povo, desprovida de


preocupação com a “correção” gramatical.

O segundo texto (“Senhores ministros, gostaria de informá-los que sou um


cidadão de quem o passado é um livro aberto”), por ser formal, exige observância
rígida das normas do padrão culto. Assim sendo, para adequar-se à norma-padrão,
deve ser reescrito assim:

“Senhores ministros, gostaria de informar-lhes que sou um cidadão cujo passado é


um livro aberto.”

OU

“Senhores ministros, gostaria de informá-los de que sou um cidadão cujo


passado é um livro aberto.”

Atenção!
! A língua falada pelo povo é errada se levarmos em conta as regras
gramaticais; é certa se levarmos em conta que ela constitui o código
linguístico efetivamente usado pelo povo em seu processo de comunicação.

Para que você não esqueça, a linguagem ocorre nos seguintes níveis:

 Culto  Regional
 Coloquial  Gírias
 Popular  Arcaísmos
 Literário  Neologismo
 Técnico  Estrangeirismo ou Empréstimos
51
Para refletir...

Que tal uma POESIA MATEMÁTICA, escrita pelo genial Millôr Fernandes?
Veja no texto da poesia o que é empregar, corretamente, os níveis de
linguagem.

Poesia Matemática

(Millôr Fernandes)

Às folhas tantas
Do livro matemático
Um Quociente apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
E viu-a, do Ápice à Base,
Uma Figura Ímpar;
Olhos rombóides, boca trapezóide,
Corpo otogonal, seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela a dela
Até que se encontraram
No Infinito.
"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma dos quadrados dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs

52
- Primos entre si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
Nos jardins da quarta dimensão
E, enfim, resolveram se casar Constituir um lar.
Mais que um lar,
Uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos
O Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
Sonhando com uma felicidade Integral
E diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
Muito engraçadinhos
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo, afinal,
Vira monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Frequentador de círculos concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
O Máximo Divisor Comum
Frequentador de círculos concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,

53
Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum.
Ele, Quociente, percebeu
Que com ela não formava mais um todo,
Uma Unidade. Era o Triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era a fração
Mais ordinária.
Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade
E tudo que era expúrio passou a ser
Moralidade.
Como, aliás, em qualquer
Sociedade.

O conceito de modernidade do texto empresarial

Para elaborar um texto empresarial moderno, não existe varinha de condão


que lhe dê o toque mágico para fazer surgir a melhor redação profissional. Então,
como fazer? O conteúdo que segue pretende mostrar algumas sequências para que

54
se construa o texto ideal a cada situação, criando textos modernos, com clareza de
expressão e objetivos, coerentes com a tendência moderna.

O trabalho bem executado traz-nos a alegria do dever cumprido.

Escrever... começar... escrever... começar...

Pense comigo: todos já tivemos em mente mil ideias, mas não soubemos o
que escrever e, muito menos, como começar. Esse é um dos maiores obstáculos. E
por que será que tantas pessoas têm problemas para redigir ou para começar a
redigir? Porque, além da falta de leitura, na maioria das vezes:

1. Não há o hábito de redigir;


2. Sem leitura, o vocabulário fica reduzido;
3. As ideias são confusas, desordenadas;
4. O medo de errar é muito forte.

Então, internalize essas soluções: praticar a escrita, escrever sobre tudo,


praticar e ter atenção. Para resolver o problema de vocabulário, é fácil: quem não lê,
fala mal, mal ouve e vê muito menos. A solução? Praticar a leitura. Qualquer leitura
sobre qualquer assunto, desde que com muita atenção. Ideias confusas geram caos
porque significam não saber organizar a comunicação para construir um texto.

O que fazer? Escrever tudo, mesmo que desordenadamente. Depois, eliminar


os excessos e deixar, no texto, só o necessário. Aos poucos, surgirá a organização.
E o medo de errar? Isso é antigo, é parte de um preconceito educacional de que não
se deve errar. E daí? Novamente, escrever o que vier à mente e, depois, verificar
deslizes gramaticais, ausência de pontuação, regência, concordância ou ortografia.

Entendeu como é o processo? Escrever... começar...

Para refletir...
Leia as divertidas orientações do Prof. João Pedro (UNICAMP).

55
Orientações do prof. João Pedro

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev. etc.


2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita
demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que
raia o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Evite lugares comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??... Então valeu!
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto em uma
merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra
repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida
desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: “Quem cita
os outros não tem ideias próprias”.
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas
diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou seja,
não repita a mesma ideia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá
ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o
ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.

56
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: “mesóclises: evitá-las-ei!”
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres em uma galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!!! O seu texto fica horrível!!!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão
da ideia nelas contida e, por conterem mais que uma ideia central, o que
nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre
leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las
compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo
da leitura, hábito que devemos estimular por meio do uso de frases mais
curtas.
26. Cuidado com a hortografia, pra num estrupar há língúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando
seu texto pobre e estar causando ambiguidade, com certeza você vai estar
deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que
as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este
texto, tenho certeza de que você vai estar prestando atenção e vai estar
repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar
pensando em não estar falando desta maneira irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar, chê, é usar muitas expressões que
acabem por denunciar a região onde tu moras, véio!... Nada de mandar
esse trem... vixi... entendeu, bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá
aguentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem
parar.

57
Modernidade

Neste mundo, programado e vigiado, o gestor deve estar em constante


desenvolvimento. Para isso, não pode aceitar qualquer verdade, mas observá-la e
pensar, atentamente, por si mesmo. Antes de tudo, a sua empresa precisa ter
comunicação, valendo-se de todos os recursos que possam significar difusão de
ideias. E qual a razão das organizações modernizarem o seu estilo e a sua
linguagem? Para que isso serve? Qual o objetivo?

Em textos anteriores, vimos que a globalização transformou o mundo. Essa


modernização chegou ao estilo e à linguagem das correspondências empresariais
há quase quarenta anos, no contexto econômico em que a luta por uma fatia do
mercado mundial tornou-se muito mais competitiva. E uma das estratégias foi a
redação de comunicações mais objetivas e sintéticas, buscando a qualidade total.
Um texto mal redigido representa perda financeira substancial para uma
organização.

Um texto ruim deixa as pessoas desmotivadas, pois, para entenderem a


mensagem, precisam prestar mais atenção ao que estão lendo. Além disso, uma
comunicação imperfeita desacredita seus líderes, gera conflitos internos e muito
mais. O emissor de textos empresariais precisa se conscientizar da importância da
comunicação por causa do alto grau de responsabilidade da informação segura,
precisa e ágil. Logo, a credibilidade é característica indispensável a toda redação
empresarial de qualidade. E, dessa forma, você se diferenciará dos demais.
58
Eficiência e eficácia de um texto

Dois conceitos simples:

 Eficiência: fazer certo em pouco tempo.


 Eficácia: fazer a coisa certa com produtividade.

A leitura e visualização do exemplo, a seguir, explicará os dois conceitos.

59
papel metalizado com impressões em fotolito. Um trabalho de boa qualidade,
porém a ideia não atingiu o objetivo almejado, que seria alcançar 7 %, no
aumento de clientes da panificadora.

Afirmamos, então, que o gerente foi eficiente, mas o trabalho não foi
eficaz. Ao montar a carta e os prospectos, realizou uma boa tarefa, fez tudo
certo. Apesar de o material apresentar boa qualidade, não foi uma ideia que
conseguiu atrair mais clientes, logo não atingiu o objetivo. A ideia do envio
dessa correspondência não foi a atitude certa para conseguir 7% de aumento
do número de fregueses. Uma ideia melhor poderia ter sido fazer anúncios em
revistas, jornais, TV e outros.

Eficiência significa fazer um trabalho correto, sem erros e de boa qualidade.

Eficácia é fazer um trabalho que atinja totalmente um resultado esperado. Ao


elaborar um material excelente, o gerente foi eficiente, mas o trabalho não
alcançou os resultados esperados, então não foi eficaz.

O caso que nós lemos mostra a importância da adequação textual, pois a


Redação Empresarial é diferente de qualquer outro texto, visto que o seu princípio
fundamental é uma resposta objetiva àquilo que é transmitido. A isso se dá o nome
de eficácia. Na Redação Empresarial, o destinatário é sempre o cliente que precisa
compreender a mensagem para respondê-la. É essa resposta que marcará a
eficácia da mensagem. Mas como obter a melhor resposta?

A eficácia do moderno texto empresarial precisa do argumento correto, com a


mesma força da palavra de antigamente. Percebe-se quanto ao simples documento
interno como memorando ou a comunicação interna, é um instrumento de marketing
indireto. O texto escrito deve ser compreendido como meio relacionado à função
estratégica empresarial em vários fatores: no aspecto motivacional, na cultura da
empresa, no campo econômico, a fim de evitar o desperdício de tempo.

60
A eficácia não para por aí. É preciso envolver, atrair, persuadir o destinatário
da mensagem, o que não necessita de vocabulário sofisticado, frases imensas e
trabalhadas. Isso, aliás, gerará a rejeição da mensagem.

Veja os aspectos que devem ser observados para se elaborar um moderno


texto empresarial. Siga, sempre, as setas:

CONCISÃO
• É expressar o máximo de informações com o mínimo de palavras.
Comunica-se sem excessos e sem clichês. Para atingir esse fim
determina-se quais as informações são relevantes e avalia-se, com
precisão, o significado das palavras e das expressões utilizadas. O
texto conciso e bem escrito é aquele em que todas as palavras e
informações utilizadas tenham uma função significativa.

CLAREZA
• Para ser claro, diz o gramático Rocha Lima, são necessários dois
procedimentos:
• 1. Educar a nossa capacidade de organização mental.
• 2. Aprender a colocar, convenientemente, em execução o material
idiomático.
• Normalmente, para quem emite a mensagem, a ideia está clara em
sua mente. Assim, escrever com clareza é ter cuidado com a escolha
das palavras e empregá-las em construções sintáticas simples e
coordenadas, de preferência. Evitar as frases ambíguas, pois o duplo
sentido é um típico problema de falta de clareza.

61
CORREÇÃO GRAMATICAL
• A construção de textos abrange diversas áreas de conhecimento.
Geralmente, os textos escritos estão sujeitos a diversos tipos de
erros, entre os quais:
• 1. Ortográficos: quando usamos uma palavra com letras trocadas
ou invertidas (ex.: “sugeito”, em vez de sujeito).
• 2. Gramaticais: Ocorrem quando a estrutura gramatical da
sentença não segue as regras gramaticais vigentes (ex.: “Nós vai
sair”). Envolvem concordâncias nominal e verbal, crase, regências
nominal e verbal etc.
• 3. Erros de estilo: em contextos determinados, o uso de estruturas
sintáticas complexas e palavras incomuns causam sérios prejuízos
ao entendimento da sentença (ex.: “Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas/De um povo heróico o brado retumbante,/E o sol
da Liberdade, em raios fúlgidos,/Brilhou no céu da Pátria nesse
instante”). Nesses versos do Hino Nacional brasileiro, há algumas
palavras incomuns para os nossos dias, como “plácidas, fúlgidos e
retumbante”, além de inversões na ordem natural (sujeito-verbo-
predicado);
• 4. Semânticos: são fortemente dependentes do contexto e
ocorrem quando a sentença, mesmo correta do ponto de vista
ortográfico, gramatical e de estilo, não apresenta uma ideia
coerente (ex.: “O ônibus come laranjas”).

LINGUAGEM FORMAL E NÃO REBUSCADA


• Por que não a tornar mais moderna, usando uma linguagem
coloquial? Porque as situações linguísticas são complexas, conforme
lido no tópico anterior. Revendo as duas principais variações, temos:
• 1. Variações de uso regional que ocorrem na entonação, no
vocabulário e em estruturações sintáticas, especificando uma
comunidade linguística dentro de um determinado espaço
geográfico. É o que chamamos de dialeto.
• 2.Variações decorrentes de ajustes em função do contexto e do
destinatário. Como resultado desse ajuste, podemos identificar
modalidades e níveis de língua: escrita, falada, jurídica, dos
economistas, dos internautas etc. É o que denominamos de
registros.
• As duas variações (dialetação e registro) refletem a distinção social,
qualificando os usuários de acordo com o lugar de origem, o grau de
escolaridade, o grupo profissional e outros.
• Percebe-se, então, a questão da formação da imagem ligada à
utilização de uma das variantes.

COERÊNCIA
• É o resultado da articulação harmoniosa entre as ideias, as situações
ou os acontecimentos. É a conexão lógica e semântica que precisa
ocorrer em qualquer comunicação. Na escrita, o rigor é muito mais
forte do que na língua falada, exigindo do emissor um encadeamento
lógico das ideias dentro do texto. E como chegar à coerência
adequada?
• Para haver relação entre as palavras, é indispensável a atenção aos
significados de cada uma, pois o encadeamento lógico do texto
ocorre por meio das relações de tempo, espaço, causa e
consequência.
62
OBJETIVIDADE
• Para ser objetivo é preciso estar atento para expor ao destinatário as
principais ideias, retirando do texto todas as informações
desnecessárias para evitar que o leitor perca o foco do assunto
tratado. Ter objetividade é saber definir quais são as informações
relevantes que desejamos transmitir naquele momento.

Acompanhe, agora, um esquema sobre as diferentes modalidades e os


variados níveis de língua, para que você se sinta tranquilo e possa operar com
esses conceitos.

Fala vulgar
Sem preocupação com a norma gramatical. Usada, normalmente, por pessoas
com baixa escolarização.

Fala coloquial
Despreocupada; usada na conversação corrente, com inclusão de gírias e
expressões familiares e um pequeno policiamento gramatical.

Fala culta
É fiscalizada gramaticalmente, utilizada em sala de aula, reuniões e palestras,
sem fugir a uma naturalidade de expressão.

Fala formal
Imita em tudo a escrita e, por isso mesmo, soa artificial.

Escrita vulgar
Utilizada por pessoas com baixa escolaridade e contém diversos erros de
ortografia.

Escrita despreocupada
É utilizada por pessoas de baixa escolarização ou usuários das diversas redes
sociais que não dão a atenção adequada à gramaticalidade.

Escrita formal
Preocupa-se em seguir a norma gramatical vigente, sendo utilizada na
correspondência empresarial e apresentações de livros.

Escrita literária
Respeita as normas gramaticais, mas quebra determinadas padronizações

63
para obter o efeito estilístico desejado, unindo o conteúdo a uma forma criativa e
inovadora.

Viu só como há variadas maneiras de expressar ideias e como cada uma tem
a sua finalidade? E, naturalmente, você já entendeu porque não se usa o coloquial
nas situações formais.

Empecilhos do moderno texto empresarial: OS VÍCIOS

Um texto adequado à modernidade não possui vícios que, até bem pouco
tempo, faziam-se importantes ao texto. É bom saber que vício é um hábito que se
tornou padrão, adquirindo caráter negativo. Nos vícios de estilo da redação
empresarial, vários procedimentos adotados, ao longo do tempo, tornaram-se
hábitos que, hoje, geram textos pesados e ultrapassados, sem a eficácia necessária
para atingir o destinatário.

O rebuscamento, ou excesso de detalhes, deve ser suprimido em nome de


um contexto mercadológico que exige uma informação de mais rápido entendimento
e maior agilidade de resposta. Também não convém o uso de vocabulário
sofisticado, pretensamente culto, que cria uma linguagem artificial aos padrões do
texto empresarial. Observe o exemplo que contém erro:

Como resultado de persistente e continuado suprimento insatisfatório do


componente WW – 8 (arruela de equilíbrio do rotor externo), foi determinado
pela autoridade competente que adicionais e/ou novos fornecedores do
componente acima mencionado deveriam ser procurados com vistas a
aumentar o número de peças que deveriam ser mantidas disponíveis no
armazém de depósito.

64
Você já descobriu que, nesse parágrafo, há um estilo floreado porque:

 é monótono e repetitivo;
 é impreciso (“autoridade competente”);
 é prolixo (com vistas a aumentar o número de peças que deveriam ser
mantidas disponíveis no armazém de depósito).

DICA 1

Em um texto sem vícios, deve-se evitar: vocabulário sofisticado; frases e


parágrafos longos; construções intercaladas e/ou invertidas.

Expressões a evitar Substituir por...

Supracitado Citado...
Acima Citado Citado...
Encarecemos a V.Sa. Solicitamos
Somos de opinião que Acreditamos / Consideramos
Temos em nosso poder Recebemos
Temos a informar que Informamos
Tendo em vista o assunto em Tendo em vista o assunto citado...
epígrafe
Levamos a seu conhecimento Informamos
Causou-nos espécie a decisão Causou-nos estranheza / Estranhamos /
Fomos surpreendidos
Consternou-nos profundamente Lamentamos profundamente
Devido ao fato de que Devido a / por causa de
Para dirimir dúvidas Para esclarecer dúvidas
Precípua Principal
Destarte Dessa forma / dessa maneira
Referenciado Referido
Aprazada Dentro do prazo / limite
Desiderato colimado Objetivo
Aproveitando o ensejo, anexamos Anexamos
As palestras já estão inseridas no As palestras já estão na programação

65
contexto da programação
Via de regra, os procedimentos Geralmente, os procedimentos
Devemos concluir, de acordo com o Concluímos que
que dissemos acima
Antecipadamente somos gratos Agradecemos

DICA 2

Expressões antiquadas, porém já condicionadas ao estilo empresarial,


denominam- se chavões, um vício de estilo incorporado como linguagem do texto
empresarial. Exemplos de chavões:

 Outrossim: do mesmo modo, além disso.


Outrossim, vale ressaltar que possui bons antecedentes.

 Debalde: em vão, inutilmente


Esforçou-se debalde para as provas, uma vez que os resultados não foram
positivos.

Essas palavras, embora expressivas, denotam o uso de um padrão de


linguagem que, por ser demasiadamente culto, ultrapassa uma qualidade
valorizada em qualquer setor: a simplicidade.

Chavões em introdução:

― Vimos, através desta, solicitar...


É impossível vir através de algo. A palavra através significa atravessar,
fazer travessia. Podemos ver através da vidraça, podemos enriquecer através
dos anos, mas jamais se pode, por exemplo, “aprovar o aumento através do
Decreto nº 12...”. O que é possível é “aprovar o aumento por meio do Decreto nº
12...”. Logo, não use “através desta carta...”.

― Venho, pela presente, solicitar a V.Sa. a inclusão de...


V.Sa. = usar, apenas, quando o destinatário exigir essa formalidade, ou se
houver orientação, dentro da empresa, para tratamento de alguém de hierarquia

66
superior ou por se tratar de destinatário externo em que se deseja manter tal
formalidade. Com os colegas de mesmo nível hierárquico, é desnecessário.

― Acusamos o recebimento de seu ofício...


Não se usa mais o termo acusar em frases empresariais.

― Em resposta ao contato referenciado...


Prefira mencionado, referido ou citado.

Chavões em fechos:

― Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração.


Considerado obsoleto desde 1982 pela Instrução Normativa nº 133 do
Departamento de Administração do Serviço Público.

Recomenda-se dois tipos de fecho:


- para autoridades superiores, inclusive o presidente da República:
Respeitosamente.
- para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:

Atenciosamente.

― Sem mais para o momento. / Limitados ao acima exposto.

DICA 3

Repetir uma ideia de forma viciada, com palavras diferentes, mas com o
mesmo sentido, chama-se tautologia. Por isso mereceu a duplicidade de ícones.
Delicie-se com alguns exemplos que você precisa evitar:

elo de ligação vereador da cidade


acabamento final outra alternativa
certeza absoluta detalhes minuciosos
novas mudanças a razão é porque
nos dias 8, 9 e 10, inclusive anexo junto à carta

67
planos para o futuro de sua livre escolha
sua autobiografia superávit positivo
juntamente com todos foram unânimes
expressamente proibido conviver junto
fato real escolha opcional
encarar de frente planejar antecipadamente
multidão de pessoas abertura inaugural
amanhecer o dia continua a permanecer
criação nova a última versão definitiva
retornar de novo possivelmente poderá ocorrer
empréstimo temporário comparecer em pessoa
surpresa inesperada gritar bem alto
em duas metades iguais erário público
sintomas indicativos demasiadamente excessivo
há anos atrás a seu critério pessoal
a grande maioria exceder em muito

DICA 4

Coloquialismo é o nome dado à maneira informal de nos comunicarmos; é


o registro de linguagem que usamos em família. Simplicidade, sim; excesso de
informalidade, não. Sabe por quê?
Coloquialismo excessivo = falta de credibilidade

À maneira característica e específica de um determinado grupo se


comunicar dá-se o nome de jargão. Porém, a linguagem de um grupo fechado
deve sofrer adequação quando o grupo de destinatários se amplia, pois a
linguagem atingirá, também, as pessoas que não dominam o jargão do grupo.

Leia o exemplo de um memorando do setor jurídico de uma empresa


enviado a diversos chefes de setores. Em seguida, veja o mesmo exemplo
corrigido.

68
Memorando mal elaborado
Visando ajudar os setores no entendimento da Circular nº 43.200/08,
esclarecemos que, no âmbito interno, há uma delegação subentendida da direção
da Empresa aos superintendentes de órgãos e chefes de serviço, via tabela de
limites de competência, para definir que contratos devem ter prosseguimento nas
bases pactuadas e quais os que deverão ser objeto de reavaliação.

Memorando reelaborado
Visando ajudar os órgãos no entendimento da Circular nº...., informamos que
a tabela de Limite de Competência em vigor na Companhia é válida para
estabelecer quais os contratos que devem prosseguir nas bases pactuadas e
quais os que deverão ser objetos de reavaliação.

A linguagem técnica e os jargões devem ser usados apenas em situações


que os exijam.

Classes gramaticais: artigo, substantivo e adjetivo

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Classes Gramaticais é conteúdo fundamental para que você escreva bem,


pois escrever bem é escrever certo. Para isso, saber utilizar a palavra é conhecer
69
Morfologia. Com certeza, você se lembra de que elas são reunidas em dez classes
(classes de palavras ou classes gramaticais): Substantivo; Artigo; Adjetivo; Numeral;
Pronome; Verbo; Advérbio; Preposição; Conjunção; Interjeição.

E é esse importante assunto que iniciaremos neste conteúdo, cujo objetivo é


que você seja moderno, porque a maneira de falar e de escrever, que nunca passa
de moda, é a de falar e escrever corretamente. Para reforçar isso, a frase de
Einstein: “O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”.

Você pode se questionar: ─ Saber tudo isso vai me adiantar de quê?

E eu lhe asseguro: ― De muito, porque conhecer detalhes da estrutura da


sua Língua Portuguesa fará com que você se comunique bem. ― E daí? (Eu
continuo explicando: Aí, a sua propriedade vocabular lhe trará mais ousadia no
trabalho e maior adaptação a novas situações, deixando-lhe sempre na mira de
novos contratos.) Um estudo feito pela DBM/SP, multinacional especializada em
recolocação profissional, mostrou que as três características comportamentais mais
valorizadas, hoje, no mercado de trabalho são: boa comunicação, independência e
adaptação. Ainda quer mais?

Saiba que a escrita é mais que um código, vai além da carga histórica e
cultural. Não é a representação da fala, mas a manifestação da ideia coesa, clara e
eficiente, traços que o mercado exige. E sua dúvida persiste, ― Mas se há o corretor
automático do computador, ele me ajuda. Triste engano... e o exemplo está na
concordância entre palavras, quando vêm intercaladas por outras, a máquina falha
em sua avaliação, pois isso é uma questão de estilo e ela não “sabe” disso.

O conceito de modernidade é possibilitar que outras pessoas lhe entendam,


dando-lhes espaço e produzindo um ambiente em que as ideias sejam postas em
prática. A mensagem é: mais que lançar muitas ideias, é importante desenvolver a
capacidade de colocá-las em prática e trazer resultados por meio de uma excelente
Redação Empresarial.

70
DICAS

Para que você relembre, dessas dez classes gramaticais ou classes


morfológicas ou classes de palavras, seis são variáveis (flexionam-se em
gênero, número e grau):

 artigo;
 adjetivo;
 pronome;
 numeral;
 substantivo e
 verbo.

E quatro são invariáveis:

 advérbios;
 preposições;
 conjunções e
 interjeições.

A seguir, iniciaremos com três das classes de palavras variáveis: Artigo,


Substantivo e Adjetivo. Leia e identifique a síntese dessas classes morfológicas.

Classes gramaticais Função ou sentido

Palavra que designa seres, atos ou conceitos. É chamado


SUBSTANTIVO
de nome.
Substantivos de dois Têm a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus,
números ônibus, mil-folhas.
Têm a mesma forma para seres de ambos os sexos,
Substantivos de dois sendo o gênero marcado pelo artigo que os precede.
gêneros
Exemplos: o/a colega, o/a lojista, o/a agente.
Têm a mesma forma para o masculino e o feminino, não
Substantivos variando sequer o artigo ou o adjetivo que os acompanha.
sobrecomuns Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.

71
Relaciona-se com o substantivo para lhe atribuir
ADJETIVO característica. Exemplos: mulher linda, livro divertido,
árvore alta, olhos azuis.
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a
Adjetivos de dois substantivos masculinos quanto a femininos. Exemplos:
gêneros Sugestão aceitável, convite aceitável, obra incrível, livro
incrível, rapaz adorável, moça adorável.
Trata-se de palavra que pode ser classificada como
Adjetivos de dois adjetivo ou como substantivo e mantêm a mesma forma
gêneros e para os dois gêneros. Exemplos: Um jovem rebelde (neste
substantivos de dois caso, jovem é o substantivo e rebelde, sua característica, o
gêneros adjetivo). Um rebelde jovem (Neste caso, ocorre
exatamente o contrário)

Palavra que se coloca antes do substantivo,


ARTIGO determinando-o e indicando seu gênero e número (artigo
Artigo definido
definido: a, as, o, os, ou artigo indefinido: um, uma, uns,
Artigo indefinido
umas).

Sabe de uma coisa?

“Só aprendemos nos divertindo. A arte de ensinar não é


outra senão a arte de despertar a curiosidade das almas
jovens para depois satisfazê-las; e a curiosidade é viva
apenas nas almas felizes. O conhecimento que se fez
entrar na mente pela força sufoca-a. Para digerir o saber,
é necessário que ele seja devorado com apetite.”
(Anatole France).

Então, incorpore o que disse Anatole France, em 1921, quando recebeu o


prêmio Nobel de Literatura, e divirta-se como criança, lendo os textos: Bazar do
Artigo, Padaria dos Substantivos, Perfumaria dos Adjetivos.

72
BAZAR DO ARTIGO

Ao ver Tomás Nota passeando pelo Bazar do Artigo, um garoto veio


perguntar:

– Você está perdido?

– Não, só passeando.

– Ah, então vou levar você a um lugar legal. Meu nome é Morfeu, e o seu?

– Tomás Nota.

E os dois garotos de nomes esquisitos foram ao Bazar do Artigo.

– Que artigos vocês têm aí? Perguntou Tomás Nota.

A dona do bazar, que não era de fazer rodeios, foi logo dizendo:

– O, a, os, as, um, uma, uns, umas.

– E para que servem?, provocou Morfeu, dando uma piscadinha para o


bloquinho. Afinal, Morfeu era do bairro e conhecia muito bem aquele lugar.

– Se você tem um substantivo, o artigo pode dizer se ele está no singular ou


no plural. Por exemplo, o carrinho, os carrinhos.

E ela desandou a falar:

– Do mesmo modo, o artigo pode identificar o substantivo como masculino ou


feminino. Como o substantivo "boneca" é feminino, usamos “a” antes dele: a
boneca.

Se é boneco, dizemos o boneco.

A mulher continuou seu discurso:

– Se eu me refiro a um ser qualquer de uma espécie, uso os artigos


indefinidos: um gato, uma xícara, uns cadernos, umas árvores. Mas se, por
73
outro lado, eu quero falar seres definidos, eu uso os artigos definidos: o gato
Xavier, a xícara quebrada, os cadernos de Matemática, as árvores que caíram!

PADARIA DOS SUBSTANTIVOS

Antônio é um padeiro muito distraído. Ele esquece o nome de tudo! Em


frente ao forno, suas mãos vão sovando a massa. De tempos em tempos, o
pessoal do balcão ouve um grito:

– Ei! Ficou pronto o...


Mas Antônio esquece o nome. Aí o pessoal grita de volta, para ajudar:
– Pãozinho!
– Bolo!
– Biscoito!

Já reparou que tudo no mundo tem nome? Você tem um nome, que seus pais
lhe deram. Você está sentado na... cadeira, olhando para o... computador, com
a mão no... nariz! Ahá, peguei no flagra!

Substantivo é o nome de cada coisa. Há várias maneiras de classificar


um pãozinho: quanto ao sabor, pode ser doce ou salgado; pelo tamanho, pode
ser grande ou pequeno. E também podemos dizer que ele é barato ou caro, se
pensarmos no preço!

Do mesmo modo, um substantivo pode ser classificado como comum ou


próprio, concreto ou abstrato.

Pão é um substantivo comum e concreto, Antônio é um substantivo


próprio, felicidade é um substantivo abstrato.

74
PERFUMARIA DOS ADJETIVOS

– Que lugar cheiroso! - disse Tomás Nota, ao entrar na Perfumaria dos


Adjetivos.

– Muito obrigado! - respondeu o perfumista. Escolha um perfume gostoso!


Com qual cheiro você quer ficar?

– Não sei...

– Experimente um perfume floral! Você ficará com cheiro de roseiral. Ou um


perfume francês... vai fazer o maior sucesso!

– Que perfume caro!

– Ah! Você é um sujeito avaro*... Por que você não experimenta aquele
perfume azul-marinho? É mais baratinho. Tem também com aroma de
melancia, o preferido da minha tia.

"Mas por que esse sujeito rima tanto?", pensou Tomás Nota. E chegou
à seguinte conclusão: "Melhor um perfumista poético do que um perfumista
ranzinza".

* Anjo Aurélio explica: "Avaro é uma pessoa do sexo masculino que não gosta
de gastar dinheiro".

Dê uma olhada nas palavras destacadas. Todas são adjetivos. O adjetivo


sempre dá uma característica ao substantivo. Por isso, geralmente um está
pertinho do outro. Veja como um mesmo substantivo pode ganhar diferentes
qualidades, de acordo com o adjetivo que o acompanha:

Perfume gostoso - Substantivo/Adjetivo


Perfume caro - Substantivo/Adjetivo
Perfume azul-marinho - Substantivo/Adjetivo

Cada adjetivo dá uma característica diferente ao substantivo. Do


mesmo modo que uma pessoa pode ter vários perfumes... mesmo que só use
um de cada vez.
75
Leitura complementar

Com certeza, você já ouviu falar de Monteiro Lobato. Mas você já conhece
Emília no País da Gramática? Se não, arranje um tempinho e leia, pois é um dos
melhores livros sobre esse assunto e está disponível na biblioteca virtual. Nessa
obra, Lobato refere-se ao adjetivo dizendo: “No bairro dos adjetivos o aspecto das
ruas era muito diferente. Só se viam palavras atreladas. Os meninos admiraram-se
da novidade e o rinoceronte explicou: ― Os Adjetivos, coitados, não têm pernas; só
podem movimentar-se atrelados aos Substantivos. Em vez de designarem seres ou
coisas, como fazem os Nomes, os Adjetivos designam as características dos
Nomes”.

Percebeu? Este é o assunto que você revisará, os Adjetivos.

 O emprego indiscriminado de adjetivos pode prejudicar as melhores ideias.


Para que dizer um vendaval catastrófico destruiu Itu quando vendaval já traz
implícita a ideia de catástrofe?

 Outro mau uso do adjetivo ocorre quando empregado intempestivamente,


como se o autor quisesse embelezar o texto.

Diante do mundo incomensurável, incógnito e desmedido que nos cerca,


o homem se sente minúsculo, limitado, inepto, incapaz de compreender o
menor movimento das coisas singulares, magnéticas e imprevisíveis com que
se depara em seu cotidiano impregnado e assoberbado de interrogações.

Entendeu? Nem nós.

76
O adjetivo pode ser empregado, sim, mas quando traz informação
necessária ao fato, à notícia.

O estresse, a fadiga crônica acompanhada de mãos geladas, insônia e


irritabilidade atribuída em geral à correria da vida urbana, talvez só perca para
o colesterol alto quando se trata de arranjar um culpado pelo surgimento de
doenças.

Os adjetivos aí empregados não são supérfluos. Se forem retirados, vão


fazer falta à informação, pois:

a) a fadiga, além de crônica, pode ser passageira;


b) “geladas” é imprescindível a “mãos”, por ser um sintoma de fadiga crônica;
c) “vida” precisa do qualificativo “urbana” para evitar a generalização.

 Evite usar adjetivos que já se desgastaram com o uso, como: calor


escaldante, saudosa memória, longa jornada, doce lembrança, emérito
goleador, grata surpresa, frio siberiano, inquietante silêncio, lauto banquete,
último adeus, providências cabíveis, vibrante torcida.

77
Unidade 3
Criatividade como estratégia para evitar os vícios de
linguagem: a conduta como foco

Frase, oração e período

Você inicia o primeiro conteúdo da Unidade 3, cujo objetivo é a excelência na


produção textual. A qualidade textual ocorrerá pela sua habilidade em transmitir os
propósitos ao destinatário, por meio das frases, orações e períodos, em um
processo dialógico.

Para isso, tenha a certeza de que o texto, como tudo na vida, não é uma
estrutura acabada, mas produto parcial de nossa atividade comunicativa. Esse
processo compreende operações e estratégias ocorridas na mente humana postas
em ação em situações concretas de interação social. A produção textual é uma
atividade verbal a serviço de objetivos sociais e sempre interacionais.

O primeiro elemento estrutural de um texto é a palavra. Os outros elementos


são:

Qualquer enunciado com sentido completo.


Ex.: Atenção! Proibido fumar nesta sala.
Frase Atenção! Frase nominal.
Proibido fumar nesta sala. Frase verbal.

Frase ou parte de uma frase que se estrutura em torno de


um verbo (expresso ou subentendido) ou de uma locução
verbal.
Oração
Geralmente, é composta de dois elementos básicos: o sujeito
e o predicado.
Ex.: O mundo cobra mudanças na economia.
O professor comprou dois livros.

78
É a frase que se estrutura em torno de uma ou mais
orações.
Pode ser simples ou composto.
Período Ex.: O avião do Presidente consome 75% dos investimentos
da União.
Cresce a demanda por segundos que cobrem processos
contra executivos.
No período de campeonato, os times de futebol gastam
milhões com novos jogadores.

Em síntese, distingue-se frase (expressão de uma ideia, que pode ser


apenas uma palavra, ou mais), oração (sujeito + predicado, ou simplesmente
predicado) e período (oração ou conjunto de orações que expressam um
sentido completo). O parágrafo, normalmente, compõe-se de sequência de
frases, orações e períodos, detalhando e aumentando a compreensão de uma
ideia, mediante a especificação de suas partes.

DICA

1. A oração precisa de verbo ou de locução verbal, mas nem sempre tem


sentido completo. Por isso, nem toda oração é frase.
2. A frase não precisa ter verbo, mas precisa ter sentido completo. Por isso,
nem toda frase é oração.
3. Há frases com duas ou mais orações, visto que, separadas não possuem
sentido completo.
4. Um período é composto de uma ou mais orações.
5. Período simples é aquele que contém apenas uma oração, isto é, contém
apenas um núcleo verbal.
6. Período composto é aquele que contém mais de uma oração, isto é, contém
mais de um núcleo verbal.
7. O número de núcleos verbais é igual ao número de orações.

79
8. Um período pode ser formado por coordenação e/ou por subordinação e
pelos dois processos.
9. O período formado por coordenação contém orações independentes, que
podem, com frequência, ser separadas em períodos simples.
10. O período formado por coordenação se dá por paralelismo ou relativa
independência entre as orações. Relativa porque, se há a independência
sintática, muitas vezes não há independência semântica.
11. O período formado por subordinação contém orações interdependentes, que
dificilmente podem ser separadas em períodos simples.
12. O período formado pelo processo de subordinação caracteriza-se pela falta
de paralelismo entre orações, e pela desigualdade de funções e variedades
sintáticas.
13. Esquema e exemplos:

sem verbo = nominal


Ex.: Atenção!
Frase
com verbo = verbal
Ex.: Proibido fumar nesta sala.

simples = oração absoluta.


Ex.: Atleta obtém prata inédita no salto.

Período coordenação: Atleta obtém prata inédita no salto


e ganha coroa de melhor participação do Brasil na
copa..
composto
subordinação: Acho que agora está feliz.

coordenação e subordinação: Os novos


prefeitos avisam que vão mexer e fazer ajustes
nos departamentos.

80
Estruturação do parágrafo

Curiosidade
?
Você conhece Fernando Pessoa, um dos
maiores escritores portugueses? Leia o que ele
disse:

“Não tenho sentimento nenhum político ou


social. Tenho, porém, em um sentido, um alto
sentimento patriótico. Minha pátria é a língua
portuguesa. Nada me pesaria que invadissem
ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente.
Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem
escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em
ortografia simplificada, mas a página mal escrita, a ortografia sem ípsilon,
como o escarro direto que me enoja independentemente de quem o
cuspisse. [...] Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa
vista e ouvida.”

(PESSOA, Fernando. Livro do Desassossego. Lisboa: Europa-América, 1987)

Que tal afastarmos, definitivamente, o medo que existe em torno da produção


de textos? O que se percebe é que você, como produtor de texto, domina vários
conteúdos e conhece o tema, entretanto tem pouco domínio sobre a forma de
estruturá-lo, de dar sentido às suas ideias com sequência lógica, com coesão.

E quando nos referimos à produção de textos, estamos nos referindo a


qualquer situação (provas, atividades profissionais, concurso) em que você esteja
envolvido no dia a dia. As ideias a serem comunicadas também seguem a
orientação dos textos dissertativos, porque a estrutura introdução, desenvolvimento
e conclusão está presente na articulação de todos os textos. Observe as dicas que
lhe poderão ser úteis na sua produção textual.

81
Para chegar à estruturação do texto, aprofunde o seu conhecimento sobre a
organização de uma de suas unidades básicas: o parágrafo.

O Parágrafo
O parágrafo é organizado em torno de uma ideia-núcleo ou principal ou
básica, que é desenvolvida por ideias secundárias, ramificadas da principal. Para
que você possa formar um parágrafo, utilize uma ou mais frases, porque o seu
tamanho é variável. Entenda o conceito de parágrafo como unidade de ideias, no
texto argumentativo. Ora, se há unidade de ideias, os parágrafos precisam se
relacionar com a tese ou ideia principal do texto, que você, geralmente, já
apresentou na introdução.

DICA 1

Nos textos bem escritos, cada parágrafo deve conter apenas uma ideia
importante.

Agora, que você já entendeu que as ideias do parágrafo que se elabora


devem estar afins, identifique a estrutura-padrão do parágrafo. Ele possui três
partes:

 a ideia-núcleo: é a introdução e, geralmente, corresponde ao tópico frasal;


 as ideias secundárias: desenvolvem a ideia-núcleo; e
 a conclusão: pode vir expressa ou subentendida, reafirmando a ideia-básica.

No modelo de parágrafo que segue, visualize a estrutura-padrão e note como


é a sua organização interna:

(Ideia-núcleo) A poluição que se verifica nas capitais brasileiras é um


problema relevante, e para a solução é necessária uma ação conjunta de toda a
sociedade. (Ideia secundária) O governo deve rever a sua legislação de proteção
ao meio ambiente ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode contribuir,

82
instalando filtro de controle dos gases e líquidos expelidos; e a população, utilizando
menos o transporte individual e aderindo aos programas de rodízio de carros, como
já ocorre nos grandes centros. (Conclusão) Medidas que excluam qualquer um
desses três setores da sociedade tendem a ser inócuas no combate à poluição e
apenas onerar as contas públicas.

Observe que a ideia-núcleo possui as palavras-chave (poluição/ solução/ação


conjunta/sociedade), ou seja, os vocábulos que orientarão o restante do parágrafo, a
ideia principal do texto. O que segue é o que o próprio nome diz, é a ideia
secundária, e tem a função de desenvolver o que foi citado anteriormente: ação
conjunta do governo, do empresário e da população.

Entendeu? Ótimo, agora, chegamos ao último período que retoma as ideias


anteriores. Então você volta a falar sobre as ideias (lógico que com outras palavras)
e se posiciona diante do tema. Concorda, discorda, lembrando que é preciso
argumentar.

Sintetizando, você notou que todo o parágrafo girou em torno do primeiro


período, porque foi aí que você expôs o seu ponto de vista, a sua opinião sobre
como combater a poluição. No segundo período, você desenvolveu e fundamentou a
ideia-núcleo, apontando como cada setor envolvido pôde contribuir. No último
período, concluiu o parágrafo, trazendo reforço à ideia-núcleo. Viu como é fácil?

Construindo o parágrafo
Você deve ter refletido que o parágrafo tem a mesma estrutura do texto:
introdução, desenvolvimento e (escondida ou subentendida) conclusão. Na
introdução do parágrafo, há o tópico frasal ou ideia-núcleo, que é a motivação
formada por um bloco de palavras, suficiente para desencadear o parágrafo.

Há variadas maneiras de fazer introdução: uma declaração, uma


interrogação, uma exclamação, uma referência a determinado episódio histórico ou
ficcional, uma definição, uma divisão. Mas há uma exigência: ela precisa ser simples

83
(sem afetação), rápida, objetiva e ter a força de levar para a construção do
parágrafo. Notou a importância que se deve dar a esse início do parágrafo?

E como sempre há exceção, eis a do parágrafo: você encontrará ou poderá


elaborar parágrafos em que o tópico frasal se encontre deslocado para o fim do texto
ou incluído no desenvolvimento, pois essa estrutura não é rígida.

DICA 2

Para quem não tem experiência em redigir, ao elaborar cada parágrafo, é


melhor seguir a ordem:

a) introdução = tópico frasal ou sentença-tese x causas x consequências;


b) desenvolvimento: sentença-tese, causa, consequência;
c) conclusão: ratificação da introdução, sugestões.

Diferencie as diversas formas como o tópico frasal pode ser redigido.

Agora você domina cinco formas de elaborar o tópico frasal. Há outras, pois o
texto é uma atividade aberta; e essas são apenas sugestões de iniciar um parágrafo.
Com o treino, você sentirá facilidade em redigir pequenos textos, utilizando a forma
de tópico frasal que melhor se adapte aos seus propósitos de argumentação.

DICA 3

Seja coerente ao “amarrar” as suas ideias: quando transmitimos alguma


ideia, tudo em nosso texto é importante para alcançarmos o objetivo. Em busca
da eficácia, não devemos esquecer palavras ou classes gramaticais. Um artigo,
uma preposição tem função específica no período. A conjunção, por exemplo, por
sua função conectiva, deve ser usada de acordo com as relações que se
estabelecem entre as orações. Utiliza-se, por exemplo, uma conjunção
adversativa para ligar orações que apresentem oposição entre as ideias que
expressam. Por exemplo: Corri muito, mas não me cansei.

84
Conectivos

DICA

Segue uma tabela com os principais conectivos e seus significados. Assim,


você poderá criar frases e verificar se o sentido pretendido foi alcançado. Escolha os
que verificar serem os mais adequados ao seu texto.

IDEIAS SIMPLES COMPOSTOS


porque, pois, por, porquanto, por causa de, devido a, em vista
dado, visto, como de, em virtude de em face de, em
causa
razão de, já que, visto que, uma
vez que, dado que
tão, tal, tamanho, tanto..., de modo que, de forma que, de
consequência
que maneira que, de sorte que, tanto
imprevista
que
consequência lógica logo, portanto, pois, assim assim sendo, por conseguinte
para, porque para que, a fim de que, a fim de,
com o propósito de, com a
finalidade
intenção de, com o fito de, com o
intuito de
se, caso, mediante, sem, contanto que, a não ser que, a
condição
salvo menos que, exceto se
mas, porém, contudo, no entanto
oposição branda
todavia, entretanto
embora, conquanto, muito apesar de, a despeito de, não
embora obstante, malgrado a, sem
embargo de, se bem que, mesmo
oposição
que, ainda que, em que pese,
posto que, por mais que, por muito
que
como, qual do mesmo modo que, como se,
comparação
assim como, tal como
quando, enquanto, apenas, logo que, antes que, depois que,
ao, mal desde que, cada vez que, todas
tempo
as vezes que, sempre que, assim
que
proporção a proporção que, à medida que
conforme, segundo, De acordo com, em conformidade
conformidade
consoante, como com
ou Nem...nem, ou...ou, ora...ora,
alternância
quer...quer, seja...seja
e, nem Não só...mas também,
adição
tanto...como, não apenas...como
restrição que

85
Ordenação das ideias. Pontuação: o ponto e a vírgula

Diariamente, a sociedade nos cobra posicionamentos, por isso formamos,


reformulamos ou reafirmamos nossos valores. Mas todo juízo de valor presume
outros juízos que o questionam ou o contradizem. Ao redigirmos um texto conceitual,
estamos interessados em discutir objetivamente a realidade que nos cerca. Para
isso, nosso pensamento absorve e trabalha com as várias posições e os diversos
juízos de valor. Esse pensamento precisa ser aberto para novas ideias, mas também
ter informações e valores sólidos para resistir aos questionamentos e aos modismos.
O processo dialético de pensamento nos fornece instrumentos para essa tarefa,
porque analisa, de modo objetivo, os diversos ângulos de uma situação da
realidade, e quando faz isso, obedece a três momentos: a tese (proposição ou
proposta ou sugestão que se apresenta ou expõe para ser defendida em público ou
que se expõe de forma escrita) e a antítese (oposição entre duas palavras ou
ideias), que preparam a síntese ou a conclusão.

Você sabe do que fala?

O principal aspecto de qualquer texto conceitual é a qualidade do conteúdo que


envolve dados, informações e ideias selecionados e organizados que expressam a
visão crítico-analítica (capacidade de examinar, de analisar) de quem redige. Esse
material deve respeitar a veracidade (qualidade do que é verdadeiro, do que diz
respeito à verdade) de informações, conceitos e dados consagrados – social,
cultural e historicamente aceitos como válidos. Mas esses conceitos e dados podem
ser questionados. O trabalho intelectual implica indagar posições reconhecidas,
acrescentar novidades, expor ideias. Aliás, o ensaio, em suas principais variantes, é
a forma mais significativa de registro dessas novidades. Para lembrar: Não se critica
e reformula algo que não se conhece.

Pensar por vontade própria

Sem desprezarmos o que foi pensado antes, devemos nos esforçar por refletir
"com nossa própria cabeça". Essa prática deve ser constante e deixar-nos
totalmente abertos ao aprendizado e ao questionamento. Ir de encontro ao conteúdo

86
não é algo fora do alcance das situações do dia a dia, embora a princípio pareça que
apenas textos de grande abrangência estejam sujeitos a esse processo. O
questionamento existe em todos os textos; para isso, basta fazermos perguntas
simples sobre o alcance e os objetivos do texto, seja ele científico, destinado a um
concurso ou um simples memorando.

Estrutura de ideias
Quando iniciamos um texto, é preciso disposição para fazer um bom trabalho e
otimizar o nosso tempo. Surge, então, um fato importante: a maneira como transmitir
a mensagem ao nosso leitor, pois isso é mandar o nosso pensamento de modo bem
compreensível, com lógica e clareza. Assim, a estrutura de ideias é traduzida no
texto na forma de parágrafos e períodos. Além do conteúdo, envolve aspectos de
linguagem e de Gramática, principalmente pontuação e estrutura do período. Abaixo,
um exemplo de parágrafo, composto em ideias excelentemente estruturadas.

A distribuição de renda no Brasil é injusta. Embora a renda per capita


brasileira seja estimada em U$$ 2.000 anuais, a maioria do povo ganha
menos, enquanto uma minoria ganha dezenas ou centenas de vezes mais. A
maioria dos trabalhadores ganha o salário mínimo e muitos nordestinos
recebem a metade do salário mínimo. Dividindo essa pequena quantia por
uma família em que há crianças e mulheres, a renda per capita fica ainda mais
reduzida; contando-se o número de desempregados, a renda diminui um
pouco mais. Há pessoas que ganham cerca de U$$ 10.000 mensais, ou U$$
120.000 anuais; outras ganham muito mais, ainda. O contraste entre o pouco
que muitos ganham e o muito que poucos ganham prova que a distribuição de
renda em nosso país é injusta.

Agora, você identificará assuntos importantes aos seus textos empresarias:

ideia = frase

No texto, observamos a estrutura de ideias em dois aspectos que


consideramos os principais, do ponto de vista da redação:

87
 enquanto sequência ordenada das ideias.
 enquanto sequência ordenada de frases.

Ideia e unidade

A ideia, quando expressa em palavras, corresponderá também a uma unidade.


Essa unidade é a frase. Aqui, as palavras "frase" e "ideia" terão esses sentidos. A
frase contém ou equivale a uma ideia:

IDEIA = FRASE

Viu, não importa o número de palavras. Você pode expressar uma ideia com
uma ou várias palavras. Ordene seus pensamentos com base nessa relação e...
alcance a excelência textual!

Os cuidados na elaboração do texto

I. Ordenação de ideias: a falta do hábito de escrever, muitas vezes, deixa o


texto sem encadeamento ou incompreensível. O que sucede é que o autor
parte de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.

II. Coerência e coesão: a falta de coerência ocorre com frequência nos textos.
Muitos apresentam um argumento para contradizê-lo adiante. A redundância
denuncia outro erro comum: falta de coesão. O autor dá voltas, sem
acrescentar dado novo. Isso é típico de quem não tem informação suficiente
para compor o texto.
III. A inadequação: é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em textos
corretos na gramática e na ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, o
autor foge ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenha
maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes
na avaliação.

88
IV. Estrutura dos parágrafos: quase sempre, os autores têm dificuldades em
organizar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada
parágrafo, o texto fica desestruturado. Um erro comum é cortar a ideia em um
parágrafo para concluir no seguinte o que, muitas vezes, deixa o pensamento
sem conclusão.

V. Estrutura das frases: erros de concordância nos tempos verbais,


fragmentação da frase, separar o sujeito de predicado, utilização incorreta de
verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nos
textos escritos.

Curiosidade.
? O gramático Celso Luft escreveu um livreto (sem ironia, pois é bem
fininho!) chamado A vírgula (Rio de Janeiro: : Ática, 1996), no qual diz que se
lhe ensinaram que a vírgula indica pausa, esqueça. É preciso saber que a
vírgula é um instrumento da escrita que separa ou aproxima palavras,
organizando-as na frase, ordenando as suas relações. O objetivo da vírgula é
tornar mais claras as ideias. Não se separa o sujeito do verbo por vírgula,
porque a relação entre eles é direta, é a razão de ser da oração. E isso é
gerado pela própria natureza da vírgula, não por regras. É fundamental que se
compreenda muito bem a função estrutural da vírgula. As regras vêm como
consequência, tornam-se óbvias, tautológicas. Vamos conhecer melhor a
vírgula?

(LUFT, Celso. A vírgula. RJ: Ática, 1996).

89
Uso da vírgula

Este assunto é o X da questão. É complicado, mas não é impossível de você


empregar corretamente. Quer tentar? Analise caso a caso. Mas se as dúvidas
continuarem, envie perguntas para o Fórum, mas não fique confuso.

Uso da vírgula:
O mais rápido dos quatro, João chegou cinco minutos na frente.

Na falta da vírgula:
O mais rápido dos quatro João chegou cinco minutos na frente.

Quando não colocamos a vírgula, a segunda frase muda de sentido. Dá a entender


que se trata de quatro pessoas chamadas João.

Algumas pessoas escrevem seus e-mails “na pauleira”, sem fazer pontuação,
“para não perder tempo”. Veja um exemplo da diferença que uma vírgula pode fazer
no sentido de uma frase, expressa pela sabedoria popular:
Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura.

Interpretação feminina: Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, andaria


de quatro à sua procura.
Interpretação masculina: Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher
andaria de quatro à sua procura.

90
Saiba+
+ PONTUAÇÃO: VÍRGULA

Ela se justifica pela estrutura sintática do texto, e não pela pronúncia. É


empregada entre os termos de uma oração e entre as orações de um período.

Emprego da vírgula no período simples

Quando se trata de separar termos da mesma oração, deve-se usar a


vírgula nos seguintes casos:

1. Para isolar adjuntos adverbiais deslocados. Adjuntos adverbiais são


termos de valor adverbial que denotam circunstância do fato expresso
pelo verbo ou intensificam o sentido de um adjetivo ou de um advérbio.
As principais circunstâncias são: tempo, lugar, causa, modo, meio,
afirmação, negação, dúvida, intensidade, finalidade, condição, assunto,
preço etc.
Os adjuntos adverbiais estarão deslocados quando estiverem no
início ou no meio do período. Em alguns casos, a vírgula não será
obrigatória, pois, às vezes, ela tira a linearidade, eliminando a clareza
da frase.
O parágrafo anterior pode servir-nos de exemplo para o que
acabamos de ler: a não obrigatoriedade da vírgula. O último período
também poderia ser escrito assim: "Em alguns casos a vírgula não será
obrigatória, pois às vezes ela tira a linearidade, eliminando assim a
clareza da frase". Vejamos alguns exemplos de adjuntos adverbiais
separados por vírgula:

A maioria dos alunos, durante as férias, viajam.


Desde o ano passado, enfrento problemas com meu computador.

2. Para isolar os objetos pleonásticos. Haverá objeto pleonástico


quando um verbo possuir dois complementos que se referem a um

91
elemento só. Por exemplo:

Os meus amigos, sempre os respeito.


Aos devedores, perdoe-lhes as dívidas.

3. Para isolar o aposto explicativo.


Ex. Londrina, a terceira cidade do Sul do Brasil, é aprazibilíssima.

4. Para isolar o vocativo.


Ex. Adalberto, traga meus documentos até aqui!

5. Para isolar predicativo do sujeito deslocado, quando o verbo não


for de ligação.
Ex. Os jovens, revoltados, retiraram-se do recinto.

6. Para separar elementos coordenados. Elementos coordenados são


enumerações de termos que exercem a mesma função sintática.
Ex. As crianças, os pais, os professores e os diretores irão ao
passeio.

7. Para indicar a elipse do verbo. Elipse é a omissão de um verbo já


escrito anteriormente.
Ex. Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventura. (o
namorado prefere filmes de aventura)

8. Para separar, nas datas, o nome do lugar.


Ex. Brasília, 18 de dezembro de 2008.

9. Para isolar conjunção coordenativa intercalada. As conjunções


coordenativas que nos interessam para essa regra são: porém,
contudo, no entanto, entretanto, todavia, logo, portanto, por
conseguinte, então. Ex. Os candidatos, porém, não respeitaram a lei.

92
O candidato está bem preparado; tem, portanto, condições de ser
contratado.

10. Para isolar as expressões explicativas isto é, a saber, melhor


dizendo, quer dizer...
Ex. Irei para Águas de Santa Bárbara, melhor dizendo, Bárbara.

11. Para separar frases iniciadas pelas expressões e sim, e não, mas
sim. Ex. Não haja com imprudência, e sim com moderação.

12. Para isolar adjetivo explicativo do substantivo qualificado por ele.


Adjetivo explicativo é o que indica qualidade inerente ao ser, ou seja,
qualidade que não pode ser retirada. Adjetivo restritivo é o que indica
qualidade adicionada ao ser.
Ex. O homem, mortal, age como se fosse imortal.
______________________________________________________________

Emprego da vírgula no período composto:

Período composto por coordenação. As orações coordenadas devem


sempre ser separadas por vírgula. Orações coordenadas indicam adição (e,
nem, mas também), alternância (ou, ou ... ou, ora ... ora), adversidade (mas,
porém, contudo...), conclusão (logo, portanto...) e explicação (porque, pois).
Ex. Todos gostamos de seus projetos, no entanto não há verbas para
viabilizá-los.

Nota: as orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e só terão


vírgula quando os sujeitos forem diferentes ou quando o e aparecer repetido.
Ex. Os economistas explicam suas teorias, e os livros provam seus efeitos.
Ele gritava, e pulava, e gesticulava como um louco.
______________________________________________________________

93
Período composto por subordinação:

Orações subordinadas substantivas. Não se separam por vírgula. As


orações subordinadas substantivas exercem a função de sujeito, objeto direto,
objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal e aposto. Elas
estão explicadas em um dos itens anteriores.
Ex.: É evidente que o culpado é o mordomo. (Que o culpado é o mordomo é
oração que funciona como sujeito do verbo ser).

Orações subordinadas adjetivas. Só a explicativa é separada por vírgula; a


restritiva não. As orações subordinadas adjetivas são iniciadas por pronome
relativo. A oração subordinada adjetiva explicativa é a que exerce a função de
aposto explicativo. A oração subordinada adjetiva restritiva é a que exerce a
função de adjunto adnominal. Elas também estão explicadas em um dos itens
anteriores.
Ex.: Londrina, que é a terceira cidade do Sul do Brasil, é aprazibilíssima.

Obs.: Leia as frases abaixo:

I. Os estados que devem ao governo terão o crédito cortado pelo Banco


Central.
II. Os estados, que devem ao governo, terão o crédito cortado pelo Banco
Central.

No período I, "que devem ao governo" é oração subordinada adjetiva


restritiva, funciona como adjunto adnominal e significa que apenas alguns
estados devem ao governo. No período II, "que devem ao governo" é oração
subordinada adjetiva explicativa, funciona como aposto explicativo e significa
que todos os estados devem ao governo.

Orações subordinadas adverbiais. São separadas por vírgula quando


estiverem no início ou no meio do período. Elas também estão explicadas em

94
um dos itens anteriores.
Ex.: Assim que chegarem as encomendas, começaremos a trabalhar.
______________________________________________________________

ATENÇÃO!!!! CASOS EM QUE O USO DA VÍRGULA NÃO É PERMITIDO

1. Entre o sujeito e o predicado: Ex.: A noite cai mansa em São Paulo.


Suj. Predicado
2. Entre o verbo e seus complementos:
Ex.: O frio e a chuva dão uma trégua às crianças.
verbo OD OI
3. Entre o nome e o complemento nominal.
Ex.:
Brincar é uma atividade acessível a todo ser humano.
Nome Compl. Nominal

4. Entre o nome e o adjunto adnominal.


Ex.:
O jogo está presente
momentos de nossa vida.
em vários
Nome Adj. Adnominal

5. Entre a oração principal e a subordinada substantiva, desde que ela não


seja apositiva nem apareça na ordem inversa.
Ex.: A Aids relembra que a vida é curta.
Or. Principal Or. Sub. Subst.

Uso do ponto final

O ponto final é uma pequena marca, um sinal de uso ortográfico. Usamos essa
marca em dois casos: para indicar o fim de período declarativo e no fim de
abreviaturas (ex.: Sr.; a.C.; V.Sª.). No primeiro caso, temos um emprego sintático,

95
equivalendo à pausa do discurso oral. No segundo, é convenção ortográfica, para
nos orientarmos durante a leitura, sem correspondência no discurso oral. E para que
você não se esqueça de “bater o ponto”, de modo correto em seu texto, leia o que
segue.

Como usar o ponto?


(Dad Squarisi)

O ponto foi nosso assunto da coluna passada. Ele facilita a vida de quem
escreve. O redator não tropeça em conetivos, nem em vírgulas, nem em correlações
verbais. Facilita, também, a tarefa do leitor. Ele lê sem dificuldade cerca de 200
toques (uma linha e meia) até que os olhos peçam pausa. Sem ela, precisa voltar
atrás. Resultado: perde a paciência e o prazer do texto. Como chegar lá?

DICA 1

Substitua o gerúndio por ponto:

Alunos recém-aprovados no vestibular chegarão à universidade no


segundo semestre podendo, se forem estudiosos, concluir o curso em quatro
anos, fazendo em seguida um curso de pós-graduação.

Sem o gerúndio, o ar entra livre nos pulmões e, de quebra, o período ganha


charme: Alunos recém-aprovados no vestibular chegarão à universidade no
segundo semestre do ano. Se forem estudiosos, poderão concluir o curso em
quatro anos e, em seguida, fazer uma pós-graduação.

DICA 2

Transforme a oração coordenada em novo período:

Pensei em construir uma rodoviária maior e mais moderna, pois a que temos
dentro em pouco será insuficiente, mas os trabalhos a que me aventurei,

96
necessários ao conforto dos viajantes, não me permitiram a execução de uma
obra, embora útil, prorrogável.

Com o ponto, dá para respirar fundo:

Pensei em construir uma rodoviária maior e mais moderna, pois a que temos
dentro em pouco será insuficiente. Mas os trabalhos a que me aventurei,
necessários ao conforto dos viajantes, não me permitiram a execução de uma
obra, embora útil, prorrogável.

DICA 3

― Livre-se do “já que”:

Os líderes europeus tiveram de falar em Ronald Reagan, já que a morte do


cowboy presidente os surpreendeu reunidos em Paris na comemoração da
passagem dos 60 anos do dia D.

Sem a duplinha:

Os líderes europeus tiveram de falar em Ronald Reagan. A morte do


cowboy presidente os surpreendeu reunidos em Paris na comemoração da
passagem dos 60 anos do dia D.

Classes gramaticais: verbo e preposição


Na Unidade 3, você descobrirá como é interessante jogar e dominar o verbo e
a preposição, sendo o verbo o núcleo das sentenças e a preposição elemento
conector das informações. Nos textos, há muitas palavras, ideias, intenções. Na
vida, inúmeros sentimentos, dúvidas, felicidade e infelicidade. Bem, nessa
comparação entre texto e vida surgem duas ideias: a primeira, de que os textos
podem e devem fazer parte de sua vida. E que a sua vida, certamente, é o enredo
para muitos textos. A segunda é para agradecer-lhe pelo seu esforço e dedicação,
por ser um “verbo”, ou uma pessoa, que faz total diferença em qualquer texto e,
principalmente, em qualquer vida.

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Espero que, nos novos textos que você elaborar, continue sendo o verbo que
traduz muito mais que uma simples ação, mas que dê total sentido a esses textos!

Aqui continuamos a relembrar as classes de palavras. Veremos mais uma que


é variável, o verbo, e outra, invariável, a preposição

Classes gramaticais Função ou sentido


Expressa ação, estado ou fenômeno. É a
classe gramatical mais rica em variação de
formas, podendo mudar para exprimir modo,
tempo, pessoa, número e voz. No dicionário,
Verbo
são encontrados no modo infinitivo, que é,
por assim dizer, o nome do verbo.
Exemplos: fugir, estar, ir, compor, amar,
chover, comprar, ser, anoitecer...

Liga palavras entre si, estabelecendo uma


relação entre dois ou mais termos da
oração. Essa relação é do tipo
subordinativa, porque entre os elementos
ligados pela preposição não há sentido
separado, individualizado, dissociativo. Ao
Preposição contrário, o sentido da expressão é
dependente da união de todos os elementos
que a preposição vincula. Por isso,
sintaticamente, as preposições não exercem
propriamente uma função: são consideradas
conectivos ou elementos de ligação entre
termos oracionais.

Principais Preposições e Exemplos de Uso

A – Viagem a Portugal
Afora – Todos desistiram, afora os mais insistentes.
Após – Pedro retirou-se após a discussão.
Ante – Ficou parado ante a porta.
Até – Correu até cair de cansaço.
Com – Café com leite
Como – Receberam o troféu como prêmio.
Conforme – Ocorreu conforme o esperado.
Consoante – O rito se deu consoante os costumes.
Contra – Lutaram um contra o outro.
De – Copo de leite.
98
Desde – Não o vejo desde o ano passado.
Durante – Ele saiu durante o discurso.
Em – Siga em frente.
Entre – Estava entre a cruz e a espada.
Exceto – Todos votaram a favor, exceto os radicais.
Fora – Tudo corre bem, fora alguns detalhes.
Mediante – Pudemos participar mediante recurso.
Menos – Todos compareceram, menos ele.
Para (pra: variante informal do coloquial) – Comida para gatos.
Bom pra cachorro.
Por – Passamos por ele no caminho.
Ele passou pelos percalços ileso.
Perante – Apresentou-se perante o juiz.
Salvante – Resolvi todas as questões, salvante a última.
Salvo – chegaremos logo, salvo algum imprevisto.
Segundo – Estamos no caminho certo, segundo o mapa.
Sem – Café sem açúcar.
Sob – Trabalho sob pressão.
Sobre – Pedra sobre pedra.
Tirante – Conheço essas pessoas, tirante uns poucos.
Visto – Ele terá alta, visto o resultado do exame.

Uso da crase, regência nominal e verbal

Crase
O emprego da crase está sujeito a duas condições:

1. o termo regente deve exigir a preposição a;


2. o termo regido deve ser:

a) palavra feminina que admita o artigo a(s),


b) pronome demonstrativo a(s), aquele(s), aquela(s), aquilo.

Ex.: Vou à faculdade com esta mochila igual à que você usava. Depois das aulas,
vamos àquele cinema?

99
Nunca se usa crase antes de: Exemplos
masculino bife a cavalo, andei a pé.
verbo disposto a reagir.
falei a cada prima. Dirigiu-se a ela.
pronomes (que não aceitam o artigo
Referia-me a esta moça. Parabéns a
a(s))
você
expressões formadas por palavras gota a gota, face a face.
repetidas
nomes de cidades sem determinação vou a Santos. Vou à poluída Santos
(exceção: haverá crase, se o nome da
cidade vier determinado)
palavras no plural precedidas de a (no assisti a demonstrações de carinho.
singular)

Sempre ocorre crase: Exemplos


à uma e meia, à meia-noite, às nove
na indicação do número de horas
horas.
quando há ou se pode subentender a chapéu à gaúcha (à moda gaúcha),
palavra moda sopa à calabresa (à moda calabresa).
às vezes choro. Acabou devido à falta
nas locuções adverbiais, prepositivas e
de luz. Saímos à medida que
conjuntivas
recebíamos.

Agora, chegamos a um item batizado como REGÊNCIA. Lembra-se da função


de um maestro, frente à sua orquestra ou a sua banda? Na Gramática, a relação é
parecida. É dependência entre duas palavras em uma construção, na qual uma (a
regida) complementa a outra (a regente). Por exemplo: um nome ou um verbo rege
os seus complementos. Por isso, há dois tipos de regência: nominal e verbal.

Para que a sua empresa seja a regente de muitas ocasiões brilhantes, vamos
verificar a:

100
Regência nominal
Quase sempre, as palavras de uma oração são dependentes entre si ou
relacionam-se entre si para formar um todo com significação. Essa relação entre
duas palavras, uma das quais serve de complemento à outra, é o que se chama
regência.

Regência nominal é a relação de um nome com o seu complemento (nominal).


Nesse tipo de regência, não há tantos desencontros entre a norma culta e a fala
popular. É lógico que não é para você memorizar a tabela, mas é de seu interesse
ler a relação entre os nomes e as preposições. Por quê? Para que você não se
negue a realizar quaisquer tarefas; para que você se coloque diante de uma
situação de solução de problemas que exija a sua escrita e a sua participação ativa.

Então, que tal conhecermos um pouco mais sobre os nomes e as suas


regências mais comuns?

acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benefício, cego,


conforme, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel, grato,
a
guerra, hostil, idêntico, inerente, nocivo, obediente, odioso, oposto,
peculiar pernicioso, próximo (de), superior, surdo (de), visível.
amante, amigo, ansioso, ávido, capaz, cobiçoso, comum,
contemporâneo, curioso, devoto, diferente, digno, dotado, duro,
de
estreito, fértil, fraco, inocente, menor, natural, nobre, orgulhoso, pálido,
passível, pobre, pródigo (em), temeroso, vazio, vizinho.
afável, amoroso, aparentado, compatível, conforme, cruel, cuidadoso,
com descontente, furioso (de), ingrato, liberal, misericordioso, orgulhoso,
parecido (a), rente (a, de).
contra desrespeito, manifestação, queixa.
constante, cúmplice, diligente, entendido, erudito, exato, fecundo, fértil,
em fraco, forte, hábil, indeciso, lento, morador, perito, sábio, sito, último
(de, a), único.
entre convênio, união.
para apto, bom, essencial, incapaz, inútil, pronto (em), útil.
para com afável, amoroso, capaz, cruel, intolerante, orgulhoso
por ansioso, querido (de), responsável, respeito (a, de)
sobre dúvida, influência, triunfo.
Referência: Gramática Reflexiva. texto, semântica e interação.

101
DICA

Os advérbios terminados em –mente tendem seguir o regime dos adjetivos de


que são formados:

Paralela a = paralelamente a; relativa a = relativamente a.

Regência verbal
Depois da nominal, chegamos à REGÊNCIA VERBAL. Perceba a diferença.
Nesse contexto, ocorre a relação de dependência ou de subordinação entre os
verbos e os seus complementos. Lembra-se do que falamos na apresentação? Que
o verbo é o núcleo da sentença? Pois é, como você pensa muito, de variadas formas
e sobre conceitos diferentes, um mesmo verbo pode ter relações múltiplas,
dependendo do significado que ele adquira naquela situação. Por essa quantidade
de conceito é que a regência é a matéria que traz algum aperto ao aprendiz. A
qualquer outro, jamais a você, que é sempre nota 1000!

O verbo pode ligar-se a seus complementos de duas maneiras: com ou sem o


auxílio de uma preposição.

Verbo transitivo direto

Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de transitivo direto (VTD), e


o seu complemento, de objeto direto.

Esses verbos são os únicos que admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a
ação). Quando o objeto direto for representado por um pronome de terceira pessoa
(ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes O, A, OS, AS.

ASPIRAR, no significado de sorver, sugar, atrair aos pulmões.


Ex.: Extasiado, aspirou o perfume da garota.
VISAR, no sentido de mirar ou no de dar visto.
Ex.: O policial visou o gatuno. O gerente visou o cheque.
AGRADAR, no sentido de fazer agrados, afagar.
102
Ex.: Agradava o namorado, para acalmá-lo.
QUERER, no sentido de desejar.
Ex.: Os grevistas querem aumento de salário.
CHAMAR, no sentido de convocar.
Ex.: O governo chamou os jovens para o Serviço Militar.
IMPLICAR, no sentido de fazer supor ou de acarretar, trazer como consequência.
Ex.: A supressão da liberdade implica a violência.
ESQUECER e LEMBRAR, quando não forem pronominais.
Ex.: A humanidade jamais esquecerá os crimes do Nazismo.
A garota lembrava sua irmã, por causa da cor dos cabelos.
ESQUECER e LEMBRAR, quando forem pronominais.
Ex.: Esqueci-me do compromisso.
A garota lembrava-se de sua infância com carinho.

Verbo transitivo indireto

Quando houver a preposição, chamaremos o verbo transitivo indireto (VTI), e o seu


complemento, de objeto indireto.

ASPIRAR, no sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender.


Ex.: Aspiro a ser excelente empresária.
VISAR, no sentido de almejar, ter por fim ou objetivo, pretender.
Ex.: Viso a ser excelente profissional.
AGRADAR, no sentido de ser agradável, causar prazer, satisfazer.
Ex.: A gentileza do rapaz agradou a todos.
QUERER, no sentido de ter afeição, gostar, estimar.
Ex.: Quero-lhe muito, Helena.
ASSISTIR, no sentido de estar presente, ver, ou no de caber, competir.
Ex.: Assisti à cerimônia.
Assistiu à cena estarrecido.
Não assistem razões a ele para reclamar.

103
CUSTAR, no sentido de ser difícil ou doloroso. Esse verbo (CUSTAR) não admite a
pessoa como sujeito, apenas como objeto indireto. O sujeito sempre será a "coisa"
difícil, dolorosa.
Ex.: Custava-lhe acreditar que o amigo havia morrido.

PROCEDER, no sentido de levar a efeito; fazer, executar, realizar.


Ex.: Mandou proceder ao início da competição mesmo sem a presença do
representante.
OBEDECER e DESOBEDECER.
Ex.: Acabou obedecendo à vontade da amada.

Alguns verbos transitivos indiretos que exigem a preposição “A” não admitem o uso
dos pronomes “LHE, LHES”. Só poderemos usar “A ELE, A ELA, A ELES, A
ELAS”. Eis os verbos:
ASPIRAR, VISAR, ASSISTIR (no sentido de estar presente, ver), aludir (fazer
alusão, referir-se), referir-se e anuir (dar consentimento, aprovação).

Ex.: Confesso que julgo o seu cargo o ideal para mim; sempre aspirei a ele.
Ex.: Este filme é ótimo. Todos querem assistir a ele.
Ex.: O seu pedido é absurdo, por isso não anuirei a ele.

Verbo transitivo direto e indireto

Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de transitivo direto


e indireto (VTD e I).

ASSISTIR, no sentido de acompanhar enfermo, moribundo, parturiente etc. para


prestar-lhe conforto moral ou material ou no de ajudar.

Ex.: Sempre assistiu os mais carentes.

Ex.: Sempre assistiu aos mais carentes.

104
CHAMAR, no sentido de dar qualidade ou nome; designar; qualificar.

Ex.: Chamei-o inteligente. Chamam-lhe sábio.

ATENDER, no sentido de dar atenção.

Ex.: Não atendeu os meus conselhos. Não atendeu aos meus conselhos.

ANTECEDER

Ex.: Diversos conflitos antecederam o jogo. Diversos conflitos antecederam ao jogo.

PRESIDIR

Ex.: Ele ainda presidirá o país. Ele ainda presidirá ao país.

RENUNCIAR

Ex.: Os eremitas renunciam os bens materiais. Os eremitas renunciam aos bens


materiais

SATISFAZER

Ex.: O chefe satisfez o desejo dos empregados. O chefe satisfez ao desejo dos
empregados.

Verbo intransitivo

Além desses, há o verbo intransitivo (VI), que não necessita de complementação.

Atenção!
! Para que o seu texto possua aquela “música” gostosa de ouvir, atente
que, independentemente das nomeações, o que importa é que você saiba usar
o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a
preposição quando ele a rejeitar. É esse jogo da presença e da ausência que
nos importa.

105
Classes gramaticais: conjunção, pronomes relativos, termos
relacionais

Em termos empresariais, a comunicação tem valores definidos: a clareza e a


objetividade das informações espelham o texto digno de crédito. Isso faz com que as
mensagens e as decisões sejam mais rápidas, gerando mais lucro. A Redação
Empresarial tem como princípio fundamental uma resposta objetiva àquilo que é
transmitido. A isso se chama eficácia, que é medida pela resposta. E como obter a
melhor resposta? Simples: pelo poder de persuasão de seu texto. Persua... o quê?
Convencer, fazer com que as pessoas acreditem em seu discurso, para isso, você
precisa se preocupar em seguir a norma gramatical vigente para ser facilmente
compreendido.

Nessa circunstância, duas coisas vêm a calhar. Uma é o conteúdo dessa fase
de aprendizagem, classes de palavras fundamentais à sua expressão. Outra é a
frase de Júlio Camargo: “O dicionário pode ser o pai dos burros. Mas só pessoas
inteligentes o consultam”.

Você encontrou palavras invariáveis que relacionam duas orações ou dois


termos semelhantes da mesma oração? Então, pode chamá-las conjunções. Agora,
veremos mais classes de palavras: uma invariável, a conjunção e uma variável, o
pronome, especificamente o pronome relativo, que possui um grau de... chamemos
assim... um grau que despertará a sua curiosidade .

Classes
Função ou sentido
gramaticais

É a palavra que liga orações ou dois termos semelhantes dentro de


uma mesma oração. As conjunções podem estabelecer vários tipos
de relações entre as orações ou termos. Observe os exemplos que
seguem:
conjunção
Ex. 1: O presidente toma posse e deixa de fora o seu partido.
Ex. 2: O presidente toma posse, mas deixa de fora o seu partido.

Há dois tipos de conjunção:

106
 Conjunção coordenativa e
 Conjunção Subordinativa.

Quando a conjunção liga duas orações ou dois termos que poderiam


estar separados.

Ex.: O Presidente da República está com dor de cabeça. O


presidente já tomou remédio.
conjunção
coordenativa
Essas orações poderiam estar separadas. Se quisermos juntá-las,
usamos uma conjunção:

Ex.: O Presidente da República está com dor de cabeça, mas já


tomou remédio.

Quando liga uma oração a outra que depende dela. Se você diz
conjunção
“Estou triste”, alguém vai perguntar, “por quê?”. “Estou triste porque
subordinativa
minha mãe brigou comigo.” (Porque = conjunção.)

Palavra que substitui o nome ou que o acompanha para tornar claro


Pronome o seu significado. Os pronomes se dividem em seis grandes classes.
Aqui, reveremos os relativos.

Representam, em uma oração, os nomes mencionados na oração


Pronomes anterior. Exemplo: O livro que comprei é muito bom. São pronomes
relativos relativos: Que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o
qual, a qual, os quais, as quais.

Conjunções

Já sabemos que as conjunções que relacionam termos ou orações de idêntica


função gramatical chamam-se COORDENATIVAS. E as que ligam duas orações,
uma das quais determina ou completa o sentido da outra são as
SUBORDINATIVAS. Para saber a diferença entre elas, vamos comparar as orações:

a) Ver e ouvir. A visão e a audição. .


b) Ver ou ouvir. A visão ou a audição.

107
Observamos que a conjunção coordenativa não se altera com a mudança de
construção, pois liga elementos independentes, estabelecendo entre eles relações
de adição, no primeiro caso, e de igualdade ou de alternância, no segundo.
Por outro lado, aqui:
c) Quando tiver visto o filme, escute o CD.
d) Após a visão, a audição. .

Coordenativa
1. Classificação
Classificam-se as conjunções coordenativas em ADITIVAS,
ADVERSATIVAS, ALTERNATIVAS, CONCLUSIVAS e EXPLICATIVAS.

a) ADITIVAS, que servem para ligar dois termos ou duas orações de idêntica
função: e, nem [= e não].

Ex.: Tinha saúde e robustez.


Pulei do banco e gritei de alegria.
Não é gulodice nem interesse mesquinho.

b) ADVERSATIVAS ligam dois termos ou duas orações de igual função,


acrescentando-lhes ideia de contraste: mas, porém, todavia, contudo, no entanto,
entretanto.

Ex.: Seu quarto é pobre, mas nada lhe falta.


Cada uma delas doía-me intensamente; contudo não me indignavam.
"E" pode ter o mesmo significado de "mas"?

Há alguns anos, a cantora Rita Lee gravou uma música de grande sucesso
que diz assim: "Como vai? Tudo bem. Apesar, contudo, todavia, mas, porém...".

Com exceção da palavra "apesar", temos aí uma lista de conjunções


adversativas:

Contudo, todavia, mas, porém, entretanto.

108
c) ALTERNATIVAS ligam dois termos ou orações de sentido distinto, indicando que,
ao cumprir-se um fato, o outro não se cumpre: ou...ou, ora...ora, quer...quer,
seja...seja, nem...nem, já...já etc.

Ex.: Para arremedar gente ou bicho, era um gênio.


Ou eu me retiro ou tu te afastas.

d) CONCLUSIVAS servem para ligar à anterior uma oração que exprime conclusão,
consequência: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, então.

Ex.: Não pactua com a ordem; é, pois, um rebelde.


Ouço música, logo ainda não me enterraram.

e) EXPLICATIVAS ligam duas orações, a segunda das quais justifica a ideia contida
na primeira: que, porque, pois, porquanto.

Ex.: Durma, que eu penso.

2. Posição das conjunções coordenativas

Nem todas as CONJUNÇÕES COORDENATIVAS encabeçam a oração que delas


recebe o nome. Assim:

1. Das CONJUNÇÕES COORDENATIVAS, apenas “mas” aparece obrigatoriamente


no começo da oração. Contudo, entretanto, no entanto, porém e todavia podem vir
no início da oração, ou após um de seus termos. Sirvam de exemplo estes períodos:

Tentou subir, mas não conseguiu.


Tentou subir, porém não conseguiu.
Tentou subir; não conseguiu, porém.

2. Pois, quando CONJUNÇÕES CONCLUSIVAS, vem sempre posposta a um termo


da oração a que pertence:

Ex.: Era, pois, um homem de grande caráter e foi, pois, também um grande
estilista. (J. RIBEIRO)

109
3. As conclusivas “logo”, “portanto” e “por conseguinte” podem variar de posição,
conforme o ritmo, a entoação, a harmonia da frase.

Subordinativa
1. Classificação

As conjunções subordinativas classificam-se em CAUSAIS, CONCESSIVAS,


CONDICIONAIS, CONFORMATIVAS, COMPARATIVAS, CONSECUTIVAS,
FINAIS, PROPORCIONAIS, TEMPORAIS e INTEGRANTES.

As causais, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais,


temporais, comparativas e consecutivas iniciam ORAÇÕES ADVERBIAIS. As
integrantes introduzem ORAÇÕES SUBSTANTIVAS.

Exemplifiquemos:

a) CAUSAIS (iniciam oração subordinada denotadora de causa): porque, pois,


porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que,
visto como, que etc.

Dona Luísa fora para lá porque estava só.


Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.

b) COMPARATIVAS (iniciam oração que encerra o segundo membro de uma


comparação, de um confronto): que, do que (depois de “mais”, “menos”, “maior”,
“menor”, “melhor”, “pior”) qual (depois de “tal”), quanto (depois de “tanto”), como,
assim como, bem como, como se, que nem.

Era mais alta que baixa.


Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

c) CONCESSIVAS (iniciam oração subordinada em que se admite um fato contrário


à ação principal, mas incapaz de impedi-la): embora, conquanto, ainda que, mesmo
que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que etc.
110
Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
É todo graça, embora as pernas não ajudem...

d) CONDICIONAIS (iniciam oração subordinada em que se indica hipótese ou


condição necessária para que seja realizado ou não o fato principal): se, caso,
quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não
ser que, etc.

Seria mais poeta, se fosse menos político.


Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.

e) CONFORMATIVAS (iniciam oração subordinada em que se exprime a


conformidade de um pensamento com o da oração principal): conforme, como [=
conforme], segundo, consoante etc.:

Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece...


Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial.

f) CONSECUTIVAS (iniciam oração na qual se indica a consequência do que foi


declarado na anterior): que (combinada com uma destas palavras “tal”, “tanto”, “tão”
ou “tamanho”, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira
que, de modo que, de sorte que.

Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.

g) FINAIS (iniciam oração subordinada que indica a finalidade da oração principal):


para que, a fim de que, porque [= para que], que.

Aqui vai o livro para que o leias.


Fiz-lhe sinal que se calasse...

111
h) PROPORCIONAIS (iniciam oração subordinada em que se menciona um fato
realizado ou para realizar-se simultaneamente com o da oração principal):

à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais),
quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (menos), quanto mais... (tanto menos),
quanto menos... (menos), quanto menos... (tanto menos), quanto menos... (mais),
quanto menos... (tanto mais).

Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.


Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.

i) TEMPORAIS (iniciam oração subordinada indicadora de circunstância de tempo):


quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde
que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que] etc.

Custas a vir e, quando vens, não te demoras.


Implicou comigo assim que me viu.

j) INTEGRANTES (servem para introduzir oração que funciona como sujeito, objeto
direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração):
que e se.

Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando incerteza, se:

Afirmo que sou estudante.


Não sei se existe ou se dói.

2. Polissemia conjuncional

Como vimos, algumas conjunções subordinativas (que, se, como, porque etc.)
podem pertencer a mais de uma classe. Em verdade, o valor desses vocábulos
gramaticais está condicionado ao contexto em que se inserem, nem sempre isento
112
de ambiguidade, pois há circunstâncias fronteiriças: a condição da concessão, o fim
da consequência e outras.

Para que a sua comunicação fique mais clara e se destaque pela correção,
entenda que o Pronome relativo substitui um termo da oração anterior e estabelece
relação entre duas orações. Oficialmente é uma subclasse de palavras que
estabelece relação entre uma palavra antecedente, que representa, e aquilo que a
seu respeito se vai dizer na oração que introduz.

Pronomes Relativos
Retomam um substantivo (ou um pronome) anterior a eles, substituindo-o no
início da oração seguinte.

Exemplo:
Nome repetido

O jogo será no domingo. O jogo decidirá o campeonato.

Reunindo as duas orações em um só período composto, temos:

Pronome relativo
(retoma “o jogo”)

O jogo que decidirá o campeonato será no domingo


2ª oração

1ª oração

Observe que, nesse exemplo, a segunda oração se intercala na primeira. O


quadro a seguir apresenta todos os pronomes relativos.

Variáveis Invariáveis
o/a qual; os/as quais Que
Cujo(s), cuja(s) Quem
Quanto(s), quanta(s) Onde/aonde

113
Para que saber
Conhecer o papel desempenhado pelos relativos é importante porque:

 esses pronomes exercem papel fundamental nas relações de vínculo e


coesão entre as partes da frase;
 sua identificação na estrutura da frase é um pré-requisito para o estudo das
orações subordinadas adjetivas.

Características e empregos dos pronomes relativos


A dupla função dos pronomes relativos

 Os relativos caracterizam-se pelo duplo papel que desempenham na estrutura


da frase.
 Substituem um termo antecedente (nome ou pronome).
 Iniciam sempre uma nova oração.

Pronome relativo precedido de preposição

Em certos casos, é necessário introduzir uma preposição antes do pronome


relativo. A preposição a ser empregada é, geralmente, exigida por um verbo ou por
um nome presente na oração iniciada pelo relativo.

Não é este o lugar a que eles se referem?

 a – preposição
 que – pronome relativo
 referem – Verbo Transitivo Indireto.

(a preposição a é exigida pelo verbo referir-se a alguma coisa.)

Só contamos a verdade às pessoas em quem temos plena confiança.

 em – preposição
 quem – pronome relativo
 confiança – verbo transitivo indireto

114
(O nome confiança exige a preposição em: confiança em alguém)

Relativo que

Quanto a esse pronome, deve-se observar o seguinte:

Pode ser empregado para retomar palavra que designa pessoa ou coisa e é
substituível por o qual, a qual, os quais, as quais.

Exemplo:

Conheço a cidade que você visitou ontem.


(Observe: “Conheço a cidade a qual você visitou ontem”)

Pode ser empregado nos casos em que não há exigência de preposição (como
no exemplo anterior), ou depois de preposição de uma única sílaba (a, com, de, em,
por etc).

Exemplo:

É muito valiosa a amizade das pessoas em que confiamos.


(Também seria correto: “É muito valiosa a amizade das pessoas nas
quais confiamos).

Se a preposição tiver mais de uma sílaba (perante, sobre etc), o relativo que
deve ser substituído por o/a qual, os/as quais. Compare:

A notícia segundo que ele havia viajado é falsa (forma inadequada)


A notícia segundo a qual ele havia viajado é falsa (adequada)forma

O relativo que pode ter como antecedente (termo retomado) os pronomes


demonstrativos o, a, os, as. Veja os exemplos.

Dentre as pessoas escolhi as que mais interessavam à escola.

 as – pronome demonstrativo (as = aquelas)


 que – pronome relativo

115
Quando está nervoso, ninguém entende o que ele fala.

 o – pronome demonstrativo = aquilo


 que – pronome relativo

Relativo quem

Só pode ser empregado quando o antecedente nomeia uma pessoa (ou um


ser personificado)

Exemplos:

Estes são os atletas a quem entregaremos os prêmios.


Desejo esclarecer que não foi ela quem nos prejudicou.
O jaguar, a quem alguns povos andinos temiam, era considerado um deus.

Relativo cujo(s), cuja(s)

Esse pronome sempre estabelece relação de posse e é empregado entre dois


substantivos.

Exemplo:

Serão atendidas as pessoas cujos nomes constem na lista.

 Pessoas – substantivo
 Nomes – substantivo

(pessoas cujos nomes = nomes das pessoas – ideia de posse)

Relativos onde/ aonde

Essas duas formas de pronomes relativos só podem ser empregadas para


indicar lugar e têm usos diferentes. Veja:

Onde indica “lugar em que”.

116
Exemplo:

Visitarei a cidade onde nasci.


(onde = em que)

Aonde indica “lugar a que.

Exemplo:

Conheço a cidade aonde você irá.


(aonde = a que)

Relativos quanto(s), quanta(s)

A palavra quanto (e suas variações) funciona como relativo quando é


empregada depois dos indefinidos tudo, todo(s), toda(s), tanto(s) e tanta(s).

Exemplos:

Você fará o exercício tantas vezes quantas forem necessárias


Ele já comprou tudo quanto precisará durante a viagem.

117
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O novo acordo veio, também, para alinhar os textos dos documentos oficiais
expedidos por todos os países que têm como idioma oficial a Língua Portuguesa
(Brasil, Moçambique, Angola, Portugal, Guiné-Bissau, Timor-Leste, Guiné Equatorial,
Macau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe), para que todos escrevam da mesma
forma.

Vejamos as principais mudanças:

Alfabeto

 As letras K, W e Y agora fazem parte, oficialmente, do nosso idioma. Palavras


ou Nomes Próprios com estas letras não são mais empréstimos linguísticos.

Ex.: O Show começará em poucos minutos.


Keila fará a apresentação para nós.
Trema

 O acento (¨) que era utilizado para dar o som do ‘U’ em palavras como
Cinqüenta, Tranqüilo, Seqüência... não existe mais por ter caído em desuso.

Ex.: Foram mais de cinquenta mil reais em investimentos.


Hoje tivemos um dia tranquilo no escritório.

Acentuação

O QUE MUDOU

Situação Exemplo

Não há mais acento nos  Não ouvimos nenhuma ideia nova durante

ditongos EI e OI em palavras a assembleia extraordinária.

paroxítonas:
 A plateia ficou encantada com a estreia do

118
projeto.

 Este novo computador é uma joia rara.

Quando o ‘U’ for tônico em


palavras paroxítonas, também  Que feiura!
não levará acento:

 O voo decolou com uma hora de atraso.

 Os clientes creem que terão um desconto


As palavras terminadas em ‘êe’ e neste mês.
‘ôo’ também perderam seus
acentos:  Eu doo brinquedos às crianças todos os
anos.

 Eles leem tudo que lhes dão.

 O diretor sempre para o carro no mesmo


lugar.
Perdem o acento diferencial as
duplas: pára/para, péla(s)/
 Este envelope é para o diretor.
pela(s), pólo(s)/polo(s),
pêlo(s)/pelo(s), pêra/pera.
 Há muito pelo de gato no carpete.
 Vou resolver este problema pelo caminho
mais correto.

O QUE CONTINUA

Situação Exemplo

119
Os ditongos ÉU e ÓI são  Eles são meus heróis.
acentuados em palavras oxítonas  O véu cobria-lhe o rosto.
e monossílabas.

Todas as palavras
Relâmpago; prático; sintético
proparoxítonas são acentuadas

 Todos já estão preparados para a prova.


As palavras monossílabas são
acentuadas quando terminam em  Este mês tenho muitos compromissos.
a(s), e(s), o(s):
 Ela está só me questionando.

 O cajá é uma fruta deliciosa.


As palavras oxítonas são
acentuadas quando terminam em
 O diretor propôs um novo projeto.
a(s), e(s), o(s), em, ens.

 Alguém apresenta outra sugestão?

As palavras paroxítonas são


acentuadas quando terminam em
Órfã; álbum; júri; lótus; fácil; hífen; bíceps;
ã(s), ão(s), um, uns, i(s), us, l, n, caráter; ônix; Ásia.
ps, r, x e ditongos crescentes.

Acentua-se o “i” e “u” ( segunda


 A juíza proferiu a sentença, mas o juiz não
vogal tônica do hiato) sozinhas
concordou.
na sílaba ou acompanhadas de
“s”.)
 Todos estavam de saída quando cheguei.

120
 Ontem você não pôde ir ao clube, mas hoje

Nas duplas pôde/pode e pôr/por você pode.

os acentos diferenciais
permanecem.  O pôr do sol surgiu belíssimo.

 Parabenizo-a por todo seu desempenho.

Permanece o acento no plural  Os líderes têm muito que conversar.


dos verbos Ter e Vir:  Eles vêm da filial central.

Hífen

QUANDO USAR HÍFEN

Situação Exemplo

 Essa situação nos reporta à pré-história.


Quando o segundo elemento
começa por H.  Fizemos reserva em um mini-hotel, mas
as acomodações são muito confortáveis.

Quando os prefixos hiper, inter


hiper-requisitado; inter-regional; super-
e super se ligam a elementos
resistente.
iniciados por R.

Quando o prefixo terminar com a  O supervisor perguntou se temos um anti-


mesma letra que se inicia a inflamatório na caixa de medicamentos.
segunda palavra.
 O micro-ondas da copa foi substituído.

121
 Haverá um micro-ônibus nos esperando
no aeroporto do Rio de Janeiro.

Para ligar duas ou mais palavras


 A estrada Belém-Brasília;
que se combinam, formando
 A ponte Rio-Niterói;
encadeamento vocabular.
 Percurso Lisboa-Coimbra.

 O vice-Governador sugeriu um ótimo


Com os prefixos ex; sota; soto; projeto.
vice; além; aquém; recém; sem
 A recém-chegada à empresa já
demonstrou grande competência.

 Todas essas crianças estão matriculadas


Em palavras com prefixos tônicos na pré-escola.
acentuados graficamente pós-,  Tenho certificado de pós-graduação.
pré-, pró.  Essas qualidades são pré-requisitos
para uma boa comunicação.

Em palavras compostas que


designam espécies botânicas e
couve-flor; ervilha-de-cheiro; bem-me-quer;
zoológicas, ligadas ou não por
erva-doce; feijão-verde; bem-te-vi.
preposições ou qualquer outro
elemento.

 O assunto provocou um grande mal-


Em palavras formadas por bem e estar.
mal e a palavra seguinte começa
por vogal ou H.  Todos os funcionários são bem-

122
humorados.

O advérbio bem pode não se malcriado/bem-criado; malmequer/bem-me-


aglutinar ao outro elemento. quer; malsucedido/bem-sucedido

QUANDO NÃO USAR HÍFEN

Situação Exemplo

 Precisamos de um contrarregra neste


escritório.
Quando a primeira palavra
 Este secretário é um pouco antissocial.
termina em vogal e o segundo
elemento começa com R ou S,
 Bia está em atestado para realizar um
que agora são dobrados.
ultrassom.

 Quero meu autorretrato naquela sala.

Quando a primeira palavra


termina em vogal e o segundo
Neoliberal; microcomputador; anteprojeto
elemento começa com
consoante diferente de R ou S.

Quando os prefixos hiper, inter e


super se ligam a elementos intermunicipais; hipercalórico; supercampeão;
iniciados por vogal ou qualquer hiperativo; supereconômico; interescolar
letra, exceto o ‘R’.

123
 Este motorista deve voltar para a
autoescola.

Quando o primeiro elemento  Precisamos de uma melhor


termina com uma vogal infraestrutura de trabalho.
diferente da que se inicia a
segunda palavra.  Gomes fez algumas contraindicações
para agir com este projeto.

 Este comunicado é extraoficial.

Com o prefixo ‘co’, ainda que o


segundo elemento comece pela coocupante, cooptar.
vogal ‘o’.

Em palavras compostas que,  Preciso falar com o mandachuva deste


pelo uso, passaram a formar uma setor.
unidade sintagmática e  Ele chegou nesta empresa de
semântica. paraquedas.

Em alguns casos bem aparece


aglutinado com o segmento do benfeito; benfeitor; benquerer; benquisto
elemento

Resumo
Neste ponto, você conclui o curso Comunicação Empresarial Módulo I.
Como o seu objetivo é ser um profissional administrativo ou gerencial, precisa da
qualidade na ferramenta principal da gestão, a sua comunicação escrita/oral dentro
e fora da empresa, transmitindo eficiência e competência na comunicação de suas
ideias. Verifique o quadro sinóptico no que você já é autoridade:

124
Comunicação Empresarial 1

A comunicação em situações com os diferentes públicos, no


cotidiano profissional. Meio: destaque à escrita, na empresa, e
Unidade 1
domínio no emprego das questões notacionais da Língua
Portuguesa.

Processo moderno da comunicação = necessidades e valores


do mercado-alvo. Objetivo: satisfação, qualidade e eficiência
junto ao seu cliente. Meios: seu poder de convencimento pelo
Unidade 2 domínio dos Níveis de linguagem e algumas Classes
gramaticais, como: artigo, substantivo e adjetivo. Esse conteúdo
possibilitou atingir o foco, quando adequou a linguagem ao
contexto empresarial.

A ação da Comunicação Empresarial levou a entender do que o


mercado precisa, na relação empresa/clientes = ser criativo e
correto em suas atitudes. Meios: I) estruturação correta de frase,
oração, período e parágrafos em Língua Portuguesa. II)
Unidade 3
Organização de ideias levam à solução de problemas na
organização. III) Conscientização de que a coerência textual
deixa suas produções mais fluentes. Uso correto da língua
portuguesa escrita, com base no novo acordo ortográfico.

Observou que, neste ponto, você identifica e emprega as noções gramaticais


básicas: argumentar, expressar-se com clareza, coerência e coesão? E isso
acontece porque você já evita os principais chavões, condenados na
correspondência comercial, usando, adequadamente, termos e expressões exigidos
no mercado profissional, os de uma linguagem padrão.

O seu aprendizado foi fundamental para redigir muitos textos, em qualquer


meio, com eficiência e correção. E não se esqueça: o computador só corrige erros
de ortografia e poucos de concordância; a clareza da comunicação escrita depende
da escolha correta das palavras para transmitir as ideias, da elaboração estrutural
da mensagem e da coesão textual. Ao final deste curso, você percebeu que a
Comunicação Empresarial tem a função-base da sua empresa. Você identificou

125
essa base quando começou a distinguir as constantes possibilidades nos seus
contatos, em seu cotidiano de mensagens e em meio a uma autonomia intelectual.

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