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verificou que uma máquina havia parado porque um parafuso com sextavado
interno estava solto. Era preciso fixá-lo novamente para pôr a máquina
em funcionamento.
- Então, meu amigo - disse o colega -, você precisa usar uma chave Allen.
padronizadas mundialmente.
Pois bem, para assegurar o contato máximo entre as faces da porca e as faces
dos mordentes das chaves de aperto e desaperto, estas deverão ser introduzidas
fixação, pois essa medida poderá contribuir para a quebra da chave ou rompi-
mento do parafuso.
Uso de ferramentas14
Chave fixa
A chave fixa, também conhecida pelo nome de chave de boca fixa, é utilizada
polegadas. As figuras a seguir mostram uma chave fixa com uma boca e uma
Chave estrela
Por ser totalmente fechada, abraça de maneira mais segura o parafuso ou porca.
Chave combinada
A vantagem desse tipo de chave é facilitar o trabalho, porque se uma das bocas
não puder ser utilizada em parafusos ou porcas de difícil acesso, a outra boca
Chaves fixas, chaves estrela e chaves combinadas não devem ser batidas com
Chaves de bater
bater. As chaves fixa de bater e estrela de bater são ferramentas indicadas para
Chave soquete
categoria de acessórios.
em cruz. Esse formato é ideal para os parafusos Phillips que apresentam fendas
cruzadas.
abaixo.
A chave para canos é também conhecida pelos seguintes nomes: chave grifo
e de fácil manuseio.14
Tanto a chave para canos quanto a chave para tubos não devem ser usadas
Alicate pode ser definido como uma ferramenta de aço forjado composta de
existem garras, cortes e pontas que servem para segurar, cortar, dobrar, colocar
Alicate universal
a 255 mm.
o fabricante.
bastante atenção, pois suas pontas, ao serem introduzidas nos furos dos anéis,
podem fazer com que eles escapem abruptamente, atingindo pessoas que
metro (N . m); libra-força . polegada (Lbf . in); quilograma-força . metro (kgf . m).
seco ou lubrificado.
sensíveis (ponteiro, mostrador, escala) e por isso devem ser protegidos contra
Recomendações finais
uma espessura mais fina ou uma inclinação especial, ele deverá projetar um novo
A história da ferramenta
A ferramenta é uma das provas de que o homem iniciou a sua evolução há pelo menos dois milhões de
anos. No ano de 1959 foram encontrados na África ferramentas de um milhão e setecentos mil anos atrás.
São martelos e choppers (instrumento de corte) que comprovam a existência de uma técnica já em
desenvolvimento. As ferramentas do longo período que se chama Paleolítico (Idade da Pedra) eram feitas
de sílex, um tipo de pedra que era retirado de grandes bancos rochosos, através de picaretas feitas com
chifre de veado. Os blocos de pedra retirados eram talhados através da percussão até a formação de um
núcleo, a base da futura ferramenta.
A forma e as técnicas básicas da utilização de vários instrumentos que usamos até hoje já eram
conhecidas desde os primórdios da evolução humana. A pinça, por exemplo, já usada para a depilação,
era feita com conchas de mexilhão. Havia o endireitador de flechas, que é o ancestral da nossa chave-
inglesa e do alicate, furadores que eram usados através de rotação, martelos e machados específicos para
funções diversas, buris e raspadores.
Nossos ancestrais já sabiam de diversas relações entre o tamanho do cabo e o peso do percutor para que
um martelo pudesse, ou quebrar pedrasduríssimas, ou talhar uma colher de madeira; já usavam
contrapesos para controlar o impacto e a direção dos golpes e usavam espécies de amortecedores para
aproveitar os estilhaços da pedra. Podemos observar, durante todo o período da Idade da Pedra, uma
evolução importante na história da ferramenta.
As primeiras ferramentas de corte tinham um tamanho que variava de 40 cm até um metro. Num período
de tempo que chega a quinhentos mil anos, os intrumentos de corte vão se reduzindo de tamanho, até se
tornarem microlâminas (os Micrólitos, que não chegavam a 2 cm) que eram encabados com madeira ou
osso. Foi no período chamado Neolítico que se conheceu uma das maiores revoluções na história da
humanidade. Nele surge, há 8.000 anos atrás, a agricultura, a domesticação de animais e a cerâmica.
Desenvolve-se assim, a fabricação de ferramentas específicas para estes trabalhos.
Entretanto, na história das ferramentas, o fato mais importante acontece há mil e duzentos anos atrás,
com o domínio da técnica de fusão e tratamento do ferro. Apesar de o metal já ser conhecido, pois muitos
povos usavam o metal de meteoros para fazer facas, pontas de flechas e instrumentos para perfurar, este
era tratado como a pedra, através da percussão e do polimento. O forno, e fole, a bigorna, o martelo,
revolucionaram o uso dos metais, possibilitando o surgimento de uma indústria metalúrgica, com a qual o
homem passa a produzir a própria matéria de que será feita a ferramenta. O ferreiro passa a ser o mestre
e o fabricante de ferramentas, adquirindo, em todos os povos que dominam a metalurgia, um papel de
destaque. Com seus segredo, rituais e tecnologia, os ferreiros passam a influenciar a representação dos
deuses de vários povos, além de criarem uma série de novos tabus. Surgem os deuses ferreiros ou os
deuses que usam o martelo, a bigorna ou mesmo o fogo, na forma de raio, para simbolizar o poder e a
força. Surgem os tabus que afastam as oficinas das aldeias impedindo o acesso de pessoas estranhas à
atividade metalúrgica e, principalmente, a presença de mulheres. Acreditava-se que se a mulher olhasse o
trabalho do ferreiro, uma grande praga cairia sobre ele.
O poder do ferro, e conseqüentemente, do fole, do martelo e da bigorna, é tão grande que estas
ferramentas passam a ser vistas como mágicas, atuando por conta própria. A origem do universo e do
próprio homem passa a ser explicada como um processo de fabricação semelhante ao processo de
fabricação do objeto de ferro. Deus produziu o homem através da transformação (ou sacrifício) de uma
matéria original, da mesma forma que o ferreiro produz uma faca através da transformação do minério de
ferro. Até o século XVIII d.C. apesar das modificações importantes que ocorreram com as ferramentas,
todo o trabalho era realizado através de dois tipos de motores: o motor humano e o motor animal. Há
duzentos anos atrás o homem começou efetivamente a substituir os dois motores que usou desde o início
da sua evolução. No ano de 1775 James Watt inventou a máquina a vapor que principia a substituição da
força animal e humana na realização de trabalhos.
As ferramentas passaram então a ser movidas pela força do motor. Com ele - movido a vapor, a
combustível líquido ou elétrico - foi possível fazer vários martelos, vários furadores, vários raspadores
funcionarem ao mesmo tempo. Com uma velocidade maior, com movimentos mais precisos, por um
tempo bem mais longo. A ferramenta funciona junto com a máquina, constituindo assim a máquina-
ferramenta, a condição para que pudesse ocorrer a revolução industrial que se alastrou por todo o mundo.
O ferreiro cede lugar ao cientista que a inventa, ao industrial que a financia e ao operário que comanda a
máquina. A ferramenta deixa de ser mágica para ser produto da ciência. O mundo deixa de ser pensado
como resultado do trabalho de um deus-ferreiro e passa a ser representado como uma máquina perfeita.
O modelo desta máquina, que o homem moderno passa a fabricar, é o relógio.
A partir da Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento do computador, inicia-se um novo período de
revolução na história da ferramenta. Com a união entre o motor elétrico, a ferramenta e o computador,
surge a máquina mais perfeita já construída pelo homem: o robô, a máquina que pode realizar tarefas
variadas como bater, prender, cortar, soldar, a partir de um programa. O computador trouxe para dentro
da máquina-ferramenta a capacidade de memorizar informações, de efetuar cálculos e operações lógicas,
de ordenar as tarefas, registrar e avaliar o que faz, além de detectar problemas e prováveis defeitos. A
ferramenta, então, trabalha automaticamente durante todo o processo de fabricação independente da
presença do homem. A atual revolução da ferramenta continua em outros campos da ciência, atingindo a
física, onde surgem ferramentas tão fantásticas, como o acelerador de partículas, que tem a capacidade
de, a partir da energia, criar matéria; ou atingindo a biologia, que conseguiu instrumentalizar verdadeiras
ferramentas vivas, as enzimas, responsáveis pela manipulação genética. A história do homem pode ser
vista como a história das suas ferramentas. Uma história que vai da pedra ao átomo e que sempre
colocou o homem frente a origem de todas as ferramentas: a capacidade de criar.