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MINISTÉRIO DA DEFESA

COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA

NOÇÕES DE AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE

CFSD
MATERIAL DIDÁTICO –
USO EXCLUSIVO EM INSTRUÇÃO

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MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA

NOÇÕES DE AUTODEFESA DE SUPEREFÍCIE

BRASÍLIA, DF
2015

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MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
DEPARTAMENTO DE ENSINO DA AERONÁUTICA

NOÇÕES DE AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE

Apostila da fase técnico especializada,


do Curso de Formação de Soldados da
Força Aérea Brasileira.

Elaborador: 1º Ten Inf Jean Carlos da Silva França

BRASÍLIA, DF
2015
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SUMÁRIO

1. DOUTRINA DE AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE ........................................................................ 5


1.1. Generalidades ................................................................................................................................................... 5

1.2. Fundamentos da Defesa ................................................................................................................................... 6

1.2. Abrangência territorial da ADS ...................................................................................................................... 8

2. ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE .......................................................................................... 10


2.1. Estrutura organizacional ............................................................................................................................... 10

3. CONDUÇÃO DA AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE .................................................................... 15


3.1. Preparação da ADS ........................................................................................................................................ 15

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 16

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1. DOUTRINA DE AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE

1.1. Generalidades

Autodefesa de Superfície (ADS) é a Ação que consiste em empregar Meios de Força


Aérea para detectar, identificar e neutralizar ou impedir ataques realizados por forças terrestres,
aeroterrestres, aeromóveis ou anfíbias inimigas contra A Sen e aos P Sen de interesse da Força
Aérea.

Além da defesa de superfície de instalações aeronáuticas (bases aéreas, destacamentos,


sítios de radar, aeródromos de desdobramento etc.), a ADS inclui a segurança e a defesa de
rodopistas, de Postos de Rearmamento e Reabastecimento Avançados (PRRA), de aeronaves
isoladas pousadas em aeródromos ou zonas de pouso remotos ou desprotegidos, de meios da
DAAE desdobrados no terreno e de comboios de interesse da Força Aérea.

O componente da Força Aérea em um teatro de operações (TO) deve possuir um


elemento de combate, equipado, organizado e treinado, para defender seus recursos. As
unidades, subunidades e frações de tropa da Infantaria da Aeronáutica são os vetores
utilizados pela Força Aérea para detectar, engajar, retardar e neutralizar as ameaças de
superfície, provendo a autodefesa de superfície (ADS) das instalações. No entanto, a Infantaria
da Aeronáutica necessita apoio pelos demais setores da Força Aérea, para que seja capaz de
cumprir sua missão.

As táticas e os armamentos disponíveis às forças de superfície do inimigo poderão lhe


permitir reduzir ou neutralizar as operações aéreas, de fora das barreiras perimetrais da
instalação, sem se exporem ao enfrentamento com as forças de autodefesa. Assim, é de suma
importância que a ADS de uma instalação englobe medidas ofensivas além das barreiras
perimetrais e medidas defensivas dentro destas.

Os comandantes, chefes e diretores são os responsáveis pela ADS de suas respectivas


instalações ou forças militares. A ADS de uma instalação aeronáutica deve contar com todo o
pessoal daquele aquartelamento. Todo pessoal disponível, que tenha o treinamento no emprego
de armas de fogo e esteja armado, deve tomar parte ativa na defesa terrestre da instalação.

Para o desenvolvimento da ADS são constituídos grupamentos táticos temporários


nucleados por tropa de Infantaria da Aeronáutica denominados Forças de Autodefesa de
Superfície (FADS). As FADS são constituídas da unidade ou subunidade de Infantaria da
Aeronáutica encarregada da segurança de rotina da instalação, reforçada por pessoal
administrativo da instalação, por subunidades ou frações de Infantaria da Aeronáutica
desdobradas para a localidade para este fim e por outros elementos necessários. O pessoal
administrativo da instalação deve ser empregado utilizando-se o sistema de terços para evitar o
colapso destas atividades. O pessoal de manutenção e de outras atividades relacionadas
diretamente às operações aéreas, em situações extremas, também pode ser utilizado para compor
a FADS.

As unidades aéreas e de aeronáutica que operem a partir de uma instalação aeronáutica,


devem contribuir para sua respectiva ADS. A elas pode ser delegada a segurança aproximada do
seu pessoal e equipamento.

A FADS deve ter capacidade de neutralizar ou retardar das mais simples ameaças até as
pequenas frações de tropa de operações especiais. As ameaças de maior capacidade requererão o
apoio da força terrestre componente (FTC), mas a FADS deve ter capacidade de, no mínimo,
retardá-las.
1.2 Fundamentos da Defesa

O sucesso na autodefesa de uma instalação depende, entre outras coisas, da correta


aplicação dos fundamentos da defesa: defesa aproximada, máximo emprego de ações ofensivas,
defesa em profundidade, defesa em todas as direções e apoio mútuo. Qualquer força conduzindo
operações defensivas pode utilizar os fundamentos da defesa, independentemente de onde e
quando irá aplicá-los. Esses fundamentos são válidos na defesa contra ataques diretos, ataques à
distância e tentativas de reconhecimento. A aplicação dos fundamentos varia de acordo com os
fatores missão, inimigo, terreno e condições meteorológicas, meios e tempo disponíveis
(MITMET). E os fundamentos são: Defesa aproximada, Máximo emprego de ações ofensivas,
Defesa em profundidade, Defesa em todas as direções e Apoio mútuo.

* Missão : É um dos fatores citados acima, que determina a aplicação dos fundamentos da
defesa, e o único fator que será definido aqui.
Qual é a MISSÃO? Deve-se considerar qual a missão atribuída pelo escalão superior. A
missão se divide na tarefa a ser executada e no propósito desta tarefa. A tarefa é expressa pelas
respostas aos seguintes questionamentos: QUEM IRÁ FAZER? O QUE FAZER? ONDE
FAZER? E QUANDO FAZER? O propósito, ou seja, PARA QUE FAZER? Normalmente, é
respondido pela missão ou intenção do comandante de até dois níveis acima.

1.2.1 Ameaças

A ação de ADS pode ocorrer em instalações aeronáuticas permanentes (bases aéreas,


parques de material, depósitos, hospitais, destacamentos etc.) ou temporárias (aeródromos e
sítios radar ou de telecomunicações de desdobramento, zonas de pouso de helicóptero etc.), em
cenários de guerra irregular ou de guerra convencional, em vários níveis de intensidade. A
identificação de uma ameaça se foca em três componentes: o agressor, as ferramentas e as
táticas. O agressor é o indivíduo ou organização com capacidade de realizar as ações hostis. O
agressor utiliza-se de ferramentas, armas e explosivos para atingir seus objetivos. A tática é a
maneira com que o agressor conduz a ação hostil e reflete sua capacidade e objetivos. Existem
níveis em que essa ameaça pode ser classificada. A saber:

1) O Nível 1 de ameaça é caracterizado por indivíduos ou pequenos grupos de


criminosos, simpatizantes, agentes, sabotadores e guerrilheiros. As ações deste nível,
normalmente, não são complexamente organizadas e tomam a forma de pequenos roubos de
armamentos e munições, espionagem, sabotagem, assassinatos de militares e dependentes,
franco-atiradores, ataques com bombas etc. Neste nível, também, estão as manifestações e os
distúrbios civis. A FADS deve ter plena capacidade de, com os seus meios orgânicos, detectar,
engajar e neutralizar este nível de ameaça.

2) Nas ameaças de Nível 2 estão inclusas as frações de tropa de operações especiais, de


guerrilha ou terroristas, especialmente organizadas, equipadas, treinadas e motivadas, e que
podem conduzir ações de infiltração nas linhas de defesa da instalação. As infiltrações permitem
aos atacantes neutralizar as medidas de camuflagem e fortificação destinadas a proteger as
instalações contra ataques aéreos ou à distância. Ataques aproximados podem, normalmente,
infringir danos mais precisos do que aqueles causados por sistemas de armas de ataques à
distância. Estas tropas utilizam-se de cargas explosivas, granadas de mão e de fuzil, fuzis de
assalto, metralhadoras leves e lança-rojões, para destruir aeronaves, radares, depósitos de
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suprimento, centros de C2 etc. A FADS deve ter a capacidade detectar, engajar, neutralizar ou
retardar este tipo de ameaça, até a chegada de reforço por unidades da FTC, quando este se fizer
necessário. A detecção deste inimigo o mais distante possível da instalação defendida, requer a
integração da FADS com a rede de vigilância e alarme da FTC. O reforço da FTC, normalmente,
é realizado pela Força de Defesa da Área de Retaguarda (F DEFAR).

3) As ameaças de Nível 3 são, ainda, frações de tropa de operações especiais, de guerrilha


ou terroristas, que tenham a capacidade de conduzir ações de reconhecimento em profundidade,
guiamento de sistemas de armas e ataques à distância com morteiros, foguetes, canhões sem-
recuo, mísseis superfície-superfície, mísseis antiaéreos portáteis, fuzis pesados de precisão,
atentados a bomba ou com armas QBN de grande poder de destruição. Este nível se caracteriza
por operar de além das barreiras perimetrais da instalação, optando por evitar o confronto com a
FADS e utilizando a tática de “atirar e fugir”. Os ataques à distância são mais difíceis de serem
detectados e neutralizados. Historicamente, 75% dos ataques contra instalações aeronáuticas
foram conduzidas por meio de sistemas de armas de ataque à distância, fazendo esta a
modalidade de ataque de maior ameaça ao pessoal, instalações e equipamentos da Força Aérea.
A avaliação do terreno e a determinação e vigilância das potenciais posições de tiro inimigas
facilitam a detecção da ameaça.

4) No Nível 4 estão os assaltos de forças táticas de média amplitude, caracterizadas por


efetivos do valor subunidade (companhia) ou unidade (batalhão ou regimento), cujos objetivos
são, normalmente, destruir ou retardar as operações de uma instalação. As FADS serão utilizadas
para engajar, fixar, retardar e, se possível, destruir, pelo contra-ataque, o inimigo. O reforço pela
F DEFAR, normalmente, se faz necessário para o contra-ataque.

5) O Nível 5 é caracterizado por grandes unidades (brigadas), que podem utilizar-se de


assaltos aeroterrestres, aeromóveis, anfíbios ou de penetração para sua incursão até a área de
retaguarda. Neste nível, é mais comum os ataques serem precedidos ou secundados por fogos de
artilharia e ataques aéreos com aeronaves convencionais, veículos aéreos não tripulados (VANT)
ou mísseis cruzeiro, com armamento convencional ou QBN/QBNR. Deve-se considerar,
também, o emprego de ataques secundários eletrônicos e centrados em rede. Para estas ameaças,
em determinadas ocasiões, a conquista da instalação é somente um objetivo intermediário em um
grande movimento de TO. Neste caso, as FADS devem retardar o máximo possível o avanço das
tropas inimigas, trocando espaço por tempo, garantindo que os meios aéreos sejam evacuados e
aguardando sua substituição por tropas da FTC.

NÍVEIS AMEAÇAS REAÇÃO


Criminosos, simpatizantes, agentes, sabotadores e
NÍVEL 1 FADS
guerrilheiros isolados ou em pequenos grupos
Pequenas frações de tropa de operações especiais,
NÍVEL 2 FADS
de guerrilha ou terroristas, em ataques de infiltração
Pequenas frações de tropa de operações especiais,
NÍVEL 3 FADS e F DEFAR
de guerrilha ou terroristas, em ataques à distância
NÍVEL 4 Forças inimigas do valor subunidade e unidade FADS e F DEFAR
NÍVEL 5 Forças inimigas do valor grande unidade ou maiores FTC
Níveis de ameaças e responsáveis pela reação

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1.2 Abrangência territorial da ADS

O terreno onde é conduzida a ADS de uma instalação se denomina Área de


Responsabilidade (AR). Uma linha estática, claramente definida por acidentes facilmente
identificáveis no terreno (rios, córregos, linhas de crista, estradas, cercas, muros, etc.), deve
estabelecer os limites da AR da FADS. A AR também é denominada Zona de Ação.

A profundidade da AR variará de acordo com o nível de ameaça esperado, de modo a


permitir que a FADS tenha condições de detectar, engajar, retardar e neutralizar a ameaça. Nos
níveis mais altos de ameaça, esta área não pode estar limitada necessariamente pelo perímetro
patrimonial da instalação pois, obviamente, ele não foi estabelecido com um enfoque tático. Ela
deve incluir desde os pátios de estacionamento das aeronaves, os depósitos de combustível, os
paióis, os centros de comando e controle, os alojamentos das tripulações e as instalações de
manutenção, até os cones de aproximação e de decolagem das pistas de pouso, as fontes de
energia elétrica e de água potável, as vias de acesso à instalação e a área das prováveis posições
de tiro de armas de ataque a distância que o inimigo disponha.

Extensão da AR em função do armamento inimigo

A extensão da AR é diretamente influenciada pelos fatores MITM-T. São considerações


importantes: a distância que o inimigo necessitará para efetuar fogos efetivos com artilharia
leve.; efetivo disponível; tipo e quantidade de armas orgânicas; mobilidade tática e capacidade
de vigilância (meios de vigilância e domínio dos pontos de comandamento).

Para contrapor-se a armamentos de ataque à distância é necessário o controle de vários


quilômetros quadrados de terreno ao redor da instalação. Isto não quer dizer que a FADS tenha
que ocupar toda a AR, pois o domínio da AR poderá ser feito pelo lançamento de patrulhas,
estabelecimento de postos de vigilância avançados e emprego de VANT.
Em profundidade, a AR é escalonada em três áreas concêntricas: Área de Segurança,
Área de Defesa Avançada e Área de Defesa Aproximada.

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Escalonamento da AR

NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL


1 2 3 4 5
ÁREA DE SEGURANÇA Não Sim Sim Sim Sim
ÁREA DE DEFESA AVANÇADA Não Não Não Sim Sim
ÁREA DE DEFESA APROXIMADA Sim Sim Sim Sim Sim
Escalonamento da AR em função da ameaça

1.2.1 ÁREA DE SEGURANÇA

É a primeira área de defesa entre o inimigo e os recursos da Força Aérea. É uma área que
se estende do perímetro da Área de Defesa Avançada até a distância determinada pelo CFADS,
em função dos fatores MITM-T e da coordenação com o Controlador SEGAR da FTC. A Área
de Segurança é ativada para os níveis de ameaça 3, 4 e 5. No nível 2 de ameaça, e com base em
dados de inteligência, ela pode ser ativada no intuito de lançar patrulhas de emboscada ou
patrulhas de destruição.

A finalidade das forças na Área de Segurança é:


a) dar tempo e distância à FADS para detectar o inimigo o mais longe possível da
instalação aeronáutica;
b) dar o alarme da aproximação do inimigo;
c) negar ao inimigo pontos capitais que possam ser utilizados para observação ou
execução de fogos diretos contra a instalação; e
d) iludir, retardar, desorganizar ou neutralizar o inimigo, dentro das suas
possibilidades.
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1.2.2 ÁREA DE DEFESA AVANÇADA

É a segunda área entre o inimigo e os pontos críticos da instalação aeronáutica. Na


maioria dos casos, só é ativada perante a possibilidade de ameaças de níveis 4 e 5. A Área de
Defesa Avançada se estende do perímetro da Área de Defesa Aproximada até cerca de 1.000
(mil) metros à frente. O perímetro externo da Área de Defesa Avançada denomina-se Limite
Avançado da Área de Defesa Avançada (LAADA). As forças designadas para esta área utilizam
as vantagens do princípio da utilização do terreno. Esta área deve permitir às frações e
subunidades da FADS manobrar, retardar e neutralizar ataques de infantaria ou de forças tarefas
de infantaria e blindados. Se a FADS não possui capacidade de destruir a força inimiga nesta
área, deve buscar retardá-la e desorganizá-la, enquanto os meios aéreos são evacuados e é
aguardado o reforço da FDEFAR ou de outras unidades da FTC.

1.2.3 ÁREA DE DEFESA APROXIMADA

É a área delimitada pelo muro ou cerca da instalação defendida, com possibilidade de


pequenas alterações em função do princípio da utilização do terreno. Por vezes, para descartar
terreno desnecessário ou para aproveitar acidentes capitais, o limite da Área de Defesa
Aproximada pode ser definido aquém ou além da barreira perimetral da instalação.
A Área de Defesa Aproximada inclui os pátios de estacionamento de aeronaves, as pistas
de pouso, decolagem e taxi, depósitos de combustíveis, paióis de armamento e munição, centros
de comando e controle, alojamento das tripulações e outros pontos considerados críticos para a
funcionalidade da instalação. Nesta área permanece estacionada a reserva.

2. ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

2.1 Estrutura organizacional

A Infantaria da Aeronáutica é o vetor de superfície da FAB que deve estar aprestado para
conduzir ações de combate terrestre, a fim de proteger os recursos da Força Aérea contra ataques
de superfície. A composição de um grupamento tático temporário variará em função da situação
tática em que será empregado, ou seja, dos fatores de decisão (MITMET): Missão, Inimigo,
Terreno, Meteorologia, Meios disponíveis e Tempo.

A organização do Grupamento Tático, ou seja, da FADS, deve ter o adequado


balanceamento entre a necessidade de atender as características de flexibilidade e mobilidade da
Força Aérea e a preservação da capacidade de combate da tropa.

A seguir são apresentadas as subunidades e frações de tropa de Infantaria da Aeronáutica


que podem constituir a FADS.

2.1.1 Esquadra de tiro

A esquadra de tiro (ET) é a menor fração de combate. A ET, normalmente, integra um


grupo de combate (GC) e não é empregada isolada, pois não possui capacidade independente de
fogo e movimento. Possui 01 Cb/Sd CMT, 01 Sd Atirador, 01 Sd Municiador e 01 Sd
Granadeiro, totalizando 4 militares.

2.1.2 Grupo de combate

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O GC é, normalmente, formado por, no MÍNIMO, 1 Sgt CMT, 02 Cb Aux (Cmt da ET) e
6 Sd. Normalmente, um GC é composto por 02 a 03 Esquadras e mais o Sgt como Comandante.
Conforme figura abaixo:

Esquadra de tiro e grupo de combate

2.1.3 Croqui do Grupo de Combate

O croqui do GC é feito em qualquer material disponível (papel, acetato, etc.), destinado a


apresentar visualmente, em detalhes, o “plano de fogos” da fração e outras informações
importantes. O comandante do GC prepara o esquema em duas vias e entrega uma cópia para o
comandante do PINFA. Fatores importantes:

➢ os principais acidentes do terreno nos campos de tiro e as distâncias para eles;

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➢ cada posição de tiro e o tipo de armamento em cada posição;
➢ o setor de tiro principal e alternativo de cada posição;
➢ os campos de tiro principal das metralhadoras pesadas;
➢ as posições das armas anticarro (AC) e seus campos de tiro;
➢ a localização do comandante do GC;
➢ as áreas desenfiadas;
➢ a localização dos dispositivos de visão noturna e dos dispositivos eletrônicos ou
não de detecção de intrusos;
➢ os obstáculos, e armadilhas;
➢ a identificação do GC, do PINFA e da CINFA;
➢ o GDH; e
➢ o Norte magnético.

Croqui do grupo de combate

2.1.4 Pelotão de infantaria da aeronáutica

O PINFA é constituído por 01 (uma) turma de comando (Tu Cmdo) e, normalmente, 03


(três) GC, todavia, ele poderá ser constituído, por tempo limitado, de 02 (dois) a 05 (cinco) GC.

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PELOTÃO DE INFANTARIA DA AERONÁUTICA

2.1.5 Croqui do Pelotão de Infantaria da Aeronáutica

O comandante de PINFA confere os croquis dos GC. No caso de brechas ele faz os
ajustes necessários. Caso ele encontre espaços mortos, tenta cobri-los com granadas de fuzil. O
comandante do PINFA prepara o croqui do núcleo defensivo do seu PINFA em duas vias e
entrega uma cópia para o comandante da CINFA. Fatores importantes:

➢ os núcleos de defesa dos GC e respectivos campos de tiro dos GC;


➢ as posições e campos de tiro das metralhadoras e das armas AC, bem como a
concentrações para os fogos de morteiros;
➢ os obstáculos, sensores e armadilhas;
➢ a localização dos postos de vigilância (P Vig) e itinerário das patrulhas;
➢ a localização do posto de comando (PC) do Pelotão;
➢ a localização do ponto de coleta de feridos, ressuprimento de munição e coleta de
prisioneiros de guerra (PG);
➢ a identificação do PINFA e da CINFA;
➢ o GDH; e o NORTE MAGNÉTICO.

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Croqui do Pelotão de Infantaria da Aeronáutica

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3. CONDUÇÃO DA AUTODEFESA DE SUPERFÍCIE

3.1 Preparação da ADS

A principal vantagem do defensor é poder reconhecer detalhadamente o terreno e


selecionar a área a ser defendida. O inimigo mantém a iniciativa e seu dispositivo é
desconhecido. Portanto, para o cumprimento da missão defensiva, os fatores decisivos serão o
aproveitamento judicioso do terreno e dos meios disponíveis.
A preparação da área de defesa é limitada apenas pelo tempo e pelos meios disponíveis.
Os trabalhos de preparação da área de defesa podem compreender:

(1) Preparação de abrigos individuais e de espaldões para as armas coletivas;


(2) Limpeza dos campos de tiro;
(3) Lançamento de dispositivos de vigilância e alarme;
(4) Construção de redes de arame e de outros obstáculos;
(5) Preparação de itinerários para suprimento, comunicações e evacuação.

Na ausência de instruções especiais de preparação da defesa, os homens cavam


primeiramente seus abrigos individuais (para o homem de pé) e os espaldões das armas
coletivas. Enquanto estão sendo construídos os espaldões, as armas coletivas são instaladas em
posições de tiro provisórias, nas proximidades das posições definitivas. Utilizam-se ao máximo
as cobertas e os abrigos naturais e artificiais contra a observação e os tiros, tanto terrestres como
aéreos. Uma rede de arame de proteção é colocada em toda a volta de cada núcleo de defesa do
nível pelotão e uma rede de arame tática é instalada à frente da posição.

A eficácia das armas de tiro direto depende de seus campos de tiro. O defensor deve
procurar rasância e profundidade para uma melhor eficácia de seus fogos. Quando esses não são
bons, são melhorados, cortando-se ou queimando-se moitas, arbustos e troncos, podando-se
galhos e árvores, destruindo-se edifícios e construindo-se “túneis de tiro” através dos bosques. A
limpeza dos campos de tiro não deve revelar ao inimigo a localização da posição ou prejudicar
sua ocultação. A organização do terreno que oferece bons campos de tiro (terreno descoberto e
plano) exige menor número de homens e de meios do que a do terreno coberto, com campos de
tiro deficientes.

A prioridade de trabalhos estabelece um método para se controlar a preparação da


defensiva. Por ocasião da expedição da ordem o CFADS deve confirmar esta prioridade.

Segue abaixo um exemplo de prioridade de trabalhos:


-Estabelecimento de patrulhas de reconhecimento e segurança;
-Estabelecimento da segurança local para os trabalhos;
-Entrada em posição das armas coletivas e designação dos setores de tiro;
-Designação da linha de proteção final;
-Limpeza dos campos de tiros;
- Ajustagem dos fogos de proteção final (tiro curvo);
- Lançamento de obstáculos e campos de minas;
- Preparação de espaldões e abrigos individuais;
- Preparação das posições de muda e suplementar;
- Estabelecimento de medidas de controle que se fizerem necessárias;
- Ajuste e melhora das posições.
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REFERÊNCIAS

BRASIL C 7-20 Batalhão de Infantaria 3ª ed. Brasília: Estado Maior do Exército, 2003.

_____. CGFN 1201 Manual de Fundamentos das Operações Terrestres de Fuzileiros


Navais. Rio de Janeiro: Comando Geral de Fuzileiros Navais, 1989.

_____. CI 21-75/1 Patrulhas. Brasília: Estado Maior do Exército, 2004.

_____. CI Operações de Garantia da Lei e da Ordem, Brasília: Estado maior do Exercito,


2005.

_____. IP 31-15 O pequeno Escalão nas Operações de contraguerrilhas. Brasília: Estado


Maior do Exército, 1973.

_____. MCA 1-3 Processo de Planejamento de Comando da Aeronáutica- Volume 2.


Brasília: Estado Maior da Aeronáutica, 2005.

_____. MD32-M-02 Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções Cartográficas


das Forças Armadas. Brasília: Ministério da Defesa, 2001.

_____. Apostila de Autodefesa de Superfícies de Bases Aéreas - Academia da Força Aérea


(AFA). Cel Inf Luiz Claudio Topan

EUA. AFH 31-302 Air Base Defense Collective Skills. Washington: Department Of The Air
Force, 1996.

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