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SUMÁRIO
CARACTERÍSTICAS DO IP .................................................................................................................................... 2

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CARACTERÍSTICAS DO IP
1. INQUISITIVO: o IP não admite o contraditório nem a ampla defesa, já que se trata de
procedimento com concentração de poder em autoridade única (delegado). Logo, NÃO HÁ
PARTES NO IP, por isso não se admite a formulação de quesitos por meio do ofendido ou do
acusado. Não há contraditório por que não há necessidade da polícia de avisar o suspeito o
que está investigando. Não há ampla defesa por que o inquérito Per Si não fundamenta
sentença condenatória.
Agora, o porquê de o IP não admitir contraditório nem ampla defesa se dá ao fato de
como o Legislador tratou isso. Portanto, como o Poder Legislativo definiu essa característica
ao IP, ele também definiu procedimento investigativos (que neste caso é a exceção) que
admitem o contraditório e a ampla defesa, como o caso de expulsão de estrangeiro do
país.
Com o advento da lei 13.964/19 (pacote anticrime), os agentes de segurança passaram a
ser subsidiados de autoridade advocatícia para a defesa ainda em sede de investigação
criminal ou administrativa, em casos em que foi necessário o uso de força letal em situação de
exercício. Repare o que nos informa o novo artigo 14-A:
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições
dispostas no art. 144 da Constituição Federal figurarem como
investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e
demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação
de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício
profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações
dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado
deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório,
podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a contar do recebimento da citação.
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de
nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável
pela investigação deverá intimar a instituição a que estava
vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que
essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para
a representação do investigado.
§ 3º (VETADO).
§ 4º (VETADO).
§ 5º (VETADO).
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores
militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da
Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito
a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.”
2. ESCRITO: Todos os atos do inquérito devem ser reduzidos a termo para que haja
segurança em relação ao seu conteúdo. É o que diz a regra do art. 9º do Código de Processo
Penal, de modo que não se admite, por ora, que o delegado se limite a filmar os depoimentos e
encaminhar cópia das gravações ao Ministério Público. Segundo o art. 9º do CPP, “todas as
peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e,
neste caso, rubricadas pela autoridade”.

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CUIDADO! De acordo com o Art. 405 do CPP, existem diligências que não são
realizadas por escrito, portanto, no caso de um interrogatório, pode-se utilizar meio
audiovisual e ser encaminhado junto com o Relatório ao MP, no entanto, ainda assim,
deve-se reduzir tudo a termo.
3. DISCRICIONÁRIO: trata-se da margem de conveniência e oportunidade, ou seja,
liberdade dentro da lei. O delegado não tem o dever de seguir uma sequência de atos, ele deve
estrategicamente determinar diligências de acordo com o que o delegado imagina. O Artigo 6º
do CPP determina um rol exemplificativo de diligências a serem seguidas, mas ordinariamente
não há um rito específico para ser seguido pelo delegado.
No caso de um Juiz ou Promotor requisitar a realização de uma diligência ao delegado de
polícia, não pode o delegado negar, visto que requisição é sinônimo de ordem (Art. 13, II do
CPP). Mas cuidado, não há hierarquia entre Juiz ou Promotor e delegado, o que acontece é que
a norma legal determina isso.
Outra exceção à discricionariedade do delegado diz respeito aos crimes vestigiais, que
deverão de pronto serem investigados, nos termos do art. 158 do CPP.

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