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Conto O Pó
Capítulo ¨Casou-se na presunção de que¨
Sequência 1
Escrito por:
Thayna Bujato Pimentel
1 INT. SALA. NOITE.
Sala com dois sofás e uma mesa de centro. Gabriella, 25 anos, magra
e baixa, com camiseta e shorts de pijama. Ela caminha em direção ao
sofá com um livro em mãos. Gabriella senta ao lado de Armindo,
marido dela de 27 anos, magro e alto, com camisa social sentado
mexendo no celular.
GABRIELLA
(abrindo o livro, focada)
Armindo, estou me sentindo estranha
hoje, uns negócios, não sei explicar.
Gabriella coloca a mão na testa. Armindo para de mexer no celular e
olha para a esposa.
ARMINDO
(coçando a cabeça)
Deve ser gripe
GABRIELLA
(segurando o livro aberto)
Não é gripe, tô sentindo enjôo, mas não
é como os outros, é diferente, parece
meio especial.
Armindo bloqueia o celular e o deixa no braço do sofá. Volta a
olhar para a esposa.
ARMINDO
(arqueando a sombrancelha)
Enjôo?
GABRIELLA (CONT’D)
(manipulando as mãos)
Sim. E eu tô me sentindo muito nervosa
ultimamente. Não sei o que eu tenho.
ARMINDO
(pegando o celular)
Acho que você deveria ver um médico
amanhã se continuar sentindo esse enjôo
ARMINDO
Você precisa parar de fazer isso de
madrugada, você precisa descansar.
GABRIELLA
Não sei se você reparou, mas agora
temos uma filha. Se você não está
disposto a ajudar de madrugada
porque precisa trabalhar no dia
seguinte, pelo menos não atrapalha.
Gabriella passa por ele e vai em direção ao quarto. Armindo
passa a mão no rosto e vai para o quarto.
GABRIELLA
Tudo bem amor?
ARMINDO
Tudo sim, é só um cliente que está
me enchendo o saco o dia inteiro,
vou só atender e já volto
Gabriella acena e volta a olhar a bebê brincando com ela.
Armindo levanta e se afasta um pouco da esposa indo para um
canto da sala. Armindo aparenta estar mais cansado e com
leves olheiras.
ARMINDO (CONT'D)
(sussurrando)
Boa noite doutora, muito obrigado
por me atender. Eu não sei mais o
que eu faço.
INT. CONSULTORIO. LIGAÇAO TELEFONICA:
DIA DRA.LÍDIA (AO TELEFONE)
Claro Armindo, sou a médica de 2 OPCOES:
vocês desde o início da gestação,
mas qual é o problema? RUBRICAR (AO TELEFONE)
INT. SALA DE ESTAR.
NOITE
ARMINDO OU OUTRO CABEÇALHO (SE
Ela está piorando, fica nos CORTAR PARA
acordando quase todas as madrugadas OCNSULTORIO)
doutora, eu estou exausto, não sei
se vou conseguir lidar com essa
situação por mais tempo.
DRA.LÍDIA
É, eu sei, mas eu preciso que você ESSE TRECHO DELA É MUITO
fique calmo e que apoie Gabriella o EXPLICATIVO E FORMAL
máximo que der nesse momento, os
primeiros meses são sempre os mais
difíceis mesmo, mas eu sei que vão NO GERAL TENTAR REDUZIR
superar juntos. TODAS AS FALAS AO MÍNIMO
SE VC MOSTROU NA DRA.LÍDIA
IMAGEM O NOME DO É....bem,é pior do que eu
ROMEN´DIO, imaginava. Você conseguiria vir
PARA QUE FALAR DE aqui sozinho durante a semana para
NOVO? que eu possa te passar algumas
instruções pela segurança dela?
ARMINDO
Claro, só me mande uma mensagem com
o horário mais tarde. Muito
obrigado doutora. Boa noite
5.
ARMINDO (CONT'D)
Eu lamento muito amor, mas você
está vivendo uma farsa.
GABRIELLA
(Aumentando o tom da voz
aos poucos)
É claro que não...ela está chorando
na sala...e....e você está fazendo
isso comigo...para me enlouquecer E
NÃO CUIDAR DA SUA FILHA.
ARMINDO
Eu preciso que você se acalme,
vamos sentar e conversar
Armindo esperando a sua resposta vira de costas e coloca a
mão na cara. Gabriella olha para o lado, (câmera foca na faca
que está na pia) ela volta a olhar para o marido e para o
lado de novo e vai se acalmando.
GABRIELLA
Por que você está fazendo isso com
a gente Armindo? É para encobrir o
seu casinho com a médica, é?
Armindo vira na direção de Gabriella de novo.
ARMINDO
Do que você está falando?
GABRIELLA
Acha que eu não vi as mensagens que
vocês ficam mandando para se
encontrar nos seus horários de
trabalho?
ARMINDO
Gabriella, você está entendendo
tudo errado. Eu estou falando com
ela...
GABRIELLA
Ah então você admite. Para de
mentir e criar desculpinha para
tudo, eu estou cansada de fazer
tudo sozinha por aqui.
Armindo está parado com as mãos na cintura olhando para o
chão e começa a fazer sinal de não com a cabeça aos poucos.
7.
ARMINDO
Não, eu não vou sair como errado
nessa história, eu vou te mostrar
agora que eu estou certo.
Armindo se vira e vai em direção à bebê. Nesse momento
Gabriella pega a faca.
GABRIELLA
(gritando)
Fica longe da minha filha!
Gabriella avança em direção ao marido. Armindo se vira a
tempo de vê-la com a faca nas mãos.