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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO- SP

TÍCIO, nacionalidade, natural, casado, profissão, portador


do RG , e do CPF , residente e domiciliado na
Rua , nº, Bairro Higienópolis, nesta capital, endereço
eletrônico _, neste ato representado por sua advogada que esta subscreve,
cujo o instrumento de procuração com poderes especiais segue anexo, com endereço
eletrônico , vem à presença de Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 100, §2º, e artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, vem
oferecer a presente:

QUEIXA-CRIME

em face de TIBÚRCIO, brasileiro, natural, solteiro, profissão, natural, portador do RG


, e do CPF , residente e domiciliado na Rua
, nº , na cidade de , com
endereço eletrônico , pelas razões fáticas e de direito, pelos
fatos e fundamentos aduzidos abaixo:

1
I- DOS FATOS

Relata o Querelante que no dia 12 de abril de 2021, junto


de sua esposa, foram convidados para uma reunião entre um grupo de amigos, para
juntos assistirem uma partida do Campeonato Paulista, entre os times São Paulo e RB
Bragantino, sendo São Paulo o time de coração do Querelante.

Ocorre que Mévio por livre espontânea vontade convida


Tibúrcio e Pafúncia sua esposa, sem prévia comunicação e autorização de seu amigo e
anfitrião, porém o casal convidado por Mévio eram torcedores do time RB Bragantino.

Ao termino do primeiro tempo, o São Paulo Esporte Clube


perdia de 3x0 para o RB Bragantino, o Querelado no frenesi não conseguia esconder o
contentamento em ver o seu time ganhar do time do São Paulo e começa a comemorar,
pulando e gritando, contudo, o Querelante, educadamente pede que ele se contenha e
respeite a sua casa.

Contudo, o Querelado reage antissocialmente, apontando


seu dedo e pronunciando palavras ao anfitrião dizendo que “nem seu pai o manda ficar
quieto”, ainda mais um estranho, nota-se que o Querelado estava visivelmente exaltado,
e que num ato de nervosismo chuta a mesa de centro da sala e a quebra, espalhando
bebida e comida pelo chão e em vários convidados.

Amigos presentes na reunião interviram, com intuito de


evitar uma situação maior, acalmando a situação e o retirando do local o Querelado e a
namorada da casa do Querelante, no mesmo momento Mévio se retirou do local, pois se
sentiu envergonhado diante a conduta do Querelado.

Diante dos fatos narrados e envergonhado pela situação


deseja ajuizar a presente ação em face do Querelado.
II- DO DIREITO

1) DAS TIPIFICAÇÕES DAS CONDUTAS PRATICADAS PELO


QUERELADO:

A. DO CRIME DE INJÚRIA

A relação entre as pessoas deve ser pautada pelo respeito e


urbanidade, e para se configurar a injúria subordina-se a conduta do Querelado com
inequívoco ânimo de injuriar o ofendido. A injúria é conceituada por Guilherme de
Souza Nucci como “a vontade específica de magoar e ferir a autoimagem de alguém
(animus injuriandi)”, sendo a conduta tipificada no artigo 140, do Código Penal.
Excelência, vale ressaltar o caso de aumento de pena
previsto no art. 141, inciso III do Código Penal, tendo em vista que os fatos se deram na
presença de várias pessoas.

No tocante ao tema, o entendimento Jurisprudencial é no


sentido de que:

“PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES CONTRA A HONRA.


INJÚRIA. DELITO CARACTERIZADO. OFENSAS PROFERIDAS
PELAS REDES SOCIAIS. CONDENAÇÃO MANTIDA. RECURSO
CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1) Das provas existentes nos
autos, especificamente, os prints de conversas via Whatsapp,
comprovam que a querelante ofendeu a honra da querelada,
mediante a utilização de palavras negativas, imorais e de
cunho depreciativo à honra e dignidade, caracterizando-se
assim o animus injuriandi a configurar a prática do tipo penal
do art. 140, do CP. 2) Não comprovando-se nos autos a
ocorrência de provocação do ofendido e retorsão imediata,
deve ser mantida a sentença condenatória. 3) Apelo
improvido. (TJ-AP - APL: 00221753420178030001 AP,
Relator: MÁRIO MAZUREK, Data de Julgamento: 25/04/2019,
Turma recursal)”(g.n)
Assim sendo, o crime de injúria foi consumado no
momento que o Querelado xingou o Querelante de “são-paulino maricas”, ofendendo
sua honra perante seus convidados, não restam dúvidas que o Querelado incorreu no
crime de injúria, tipificado no artigo 140, do Código Penal Brasileiro, devendo sofrer as
sanções penais cabíveis pela prática do crime.

A. DO CRIME DE DANO

O crime de dano prescinde de dolo específico para a sua


caracterização, exigindo a figura típica o dolo de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
alheia, pouco importando a razão que levou o agente a tal conduta.
De acordo os fatos narrados, o Querelado no seu momento
da sua ira, chutou a mesa pertencente ao Querelante, tornando-a imprestável para uso,
essa conduta denominada dano, sendo tipificada no artigo 163, do Código Penal
Brasileiro.

Vale ressaltar que a mesa que o Querelado destruiu, era


um presente de casamento, e esse objeto tinha um significado especial para o Querelante,
denominado de valor feição, tornando-o único.
No tocante ao tema, o entendimento Jurisprudencial é no
sentido de que:

“APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE DANO -


AUTORIA E MATERIALIDA COMPROVADAS -
CONDENAÇÃO MANTIDA. O crime de dano
prescinde de dolo específico para a sua caracterização,
exigindo a figura típica o dolo de destruir, inutilizar ou
deteriorar coisa alheia, pouco importando a razão que
levou o agente a tal conduta.
(TJ-MG - APR: 10313130199687001 MG, Relator:
Fernando Caldeira Brant, Data de Julgamento:
08/05/2019, Data de Publicação: 15/05/2019) (g.n)”

Por tanto, logo, o crime de dano foi consumado no


momento que o Querelado chutou a mesa, e tendo como resultado a deterioração da
coisa, sendo ela única, pois era um presente de casamento, tendo assim um valor feição
ao objeto, diante a narrativa, não restam dúvidas que o Querelado incorreu no crime de
dano tipificado no artigo 163, do Código Penal Brasileiro, devendo sofrer as sanções
penais cabíveis pela prática do crime.

III - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência o seguinte:

a)Requer seja designada audiência de conciliação, na


forma do art. 520 do Código de Processo Penal, e sendo infrutífera, requer que seja
recebida e processada a presente Queixa Crime, citando a querelada para vir responder à
presente ação penal;

b)Requer a procedência do pedido, com a consequente


condenação da querelada nas penas dos artigos 69, Art.140 c/c o Art. 141, III e Art. 163
todos do Código Penal;

c)A intimação do Ilustre Representante do Ministério


Público para se manifestar no feito, nos termos do artigo 45 do Código de Processo
Penal;

d)Requer, que seja fixado valor mínimo para a reparação


dos danos causados, tendo em vista do valor feição da coisa, na forma do artigo 387,
inciso IV do Código de processo Penal;

e)Requer que sejam intimadas as testemunhas abaixo


arroladas;

f) Requer a condenação do querelado ao pagamento das


custas e demais despesas processuais;

Nestes Termos

Pede Deferimento
São Paulo, 10 de outubro de 2021.

Advogada/OAB
III - ROL DE TESTEMUNHAS

1) Mévio
2) Calpúrnia
3) Pafúncia

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