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FICHA TÉCNICA

TÍTULO
Algas, o mar à mesa

CAPA
Imagem cedida por:
C. V. Starr Virtual Herbarium
http://sweetgum.nybg.org/science/vh/

elaborado por
Patrícia Gabriel

coordenado POR
João Paulo Noronha
Paulina Mata

Agradecemos financiamento ao projeto


ALGA4FOOD - Algas na Gastronomia - Desenvolvimento de
técnicas inovadoras de conservação e utilização,
MAR-01.03.01-FEAMP-0016, MAR 2020
https://alga4food.wixsite.com/page
O mar escachoa em toda a vasta praia eriçada
de rochedos onde incessantemente homens e mulheres
apanham, secam, dobram em mantas, carregam nos
carros, a dorso de jericos, ou simplesmente à cabeça, o
sargaço e as algas, que, com o patelo, são o alimento
e a fartura destas terras.
As mulheres, de gadanho e ancinhos, de saia
ensacada e perna à mostra, apanham as algas na flor
das ondas ou no fundo das poças quando a maré vaza;
rapam-na das pedras esverdeadas; estendem-na no areal
a secar ou despejam-na nos carros enquanto os bois
pastam as ervas rasteiras e amargas que crescem à
beira-mar, salpicadas de espuma.
Raul Brandão, Os Pescadores
prefácio 05
as algas também se podem comer? 06
que algas vamos cozinhar? 08
alface-do-mar 09
erva-lagosta 09
fava-do-mar 09
kombu 10
wakame 10
dulse 10
erva-malagueta 11
erva-patinha 11
cabelo-de-velha 11
nori 12
como preparar? 12
onde comprar? 12
receitas com algas 13
porto tónico com kombu e flores de laranjeira 14
martini rosso com nori e ananás dos açores 16
refresco de morango com alface-do-mar, limão e poejos 18
crocante de sementes e algas 20
dulse em vinha de alhos 22
fava-do-mar que nem tremoço 24
rissóis com camarão e erva-lagosta 26
bola de bacalhau com erva-patinha 28
xerém de berbigão com erva-malagueta e coentros 30
grão guisado com bacalhau e fava-do-mar 32
feijão estufado com wakame 34
scones com cabelo-de-velha e sementes de sésamo 36
manteigas com algas 38
marmelada curada com kombu 40
trufas com chocolate branco, alface-do-mar e aguardente de medronho 42
gelado de morango e framboesa com mousse de chocolate e alga cabelo-de-velha 44
bibliografia 46
O stresse do dia-a-dia e a falta de tempo, levam-nos muitas vezes a optar pela fast food, rica em
calorias e gorduras insaturadas, o que leva à falta da ingestão dos nutrientes essenciais, à obesidade
e aparecimento de doenças relacionadas à ingestão excessiva de alimentos hipercalóricos, açúcares
e gorduras, como diabetes e arteriosclerose, entre outros.

As algas são um alimento natural que nos fornece um alto valor nutricional, mas baixo em calorias.
Com valores muito baixos em gorduras, as algas marinhas possuem polissacarídeos que se com-
portam, em grande parte, como fibras hidrossolúveis, pouco calóricas. As algas fornecem uma dieta
saudável e rica em oligoelementos e vitaminas, oferecendo uma infinidade de sabores, aromas e
texturas, sendo um alimento alternativo que facilmente desperta a curiosidade dos paladares mais cu-
riosos. Por serem ricas em minerais, vitaminas e fibras, mas pobres em lípidos, são, indubitavelmente,
uma excelente opção para regimes de emagrecimento e podem até facilitar o trânsito intestinal, di-
minuir os níveis de colesterol no sangue e reduzir certas afeções como o cancro de cólon ou, pelo
menos, minimizar os efeitos de doenças neurodegenerativas, entre outras.

Prof. Leonel Pereira


MARE – Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade de Coimbra
Área de Investigação: Ficologia Marinha

05
Raúl Brandão publicou, em 1923, “Os Pescadores”.
Na altura, e um pouco por toda a costa portuguesa, era possível observar a azáfama da colheita e
da seca do sargaço. Esta atividade, que remonta ao séc. XII em Portugal, era fartura e ganha-pão de
muitas famílias e empregava grande parte da população costeira.

Nos longos areais, as algas eram estendidas e secas para depois serem vendidas como fertilizante
ou para a indústria do ágar (apenas a partir de 1947). Em 1964, foi estabelecida a primeira
regulamentação sobre a exploração de algas (detalhe na contracapa inicial e final) onde se pode ler
a diversidade de algas que cresciam na nossa costa e os nomes comuns que lhes eram atribuídos
nas diferentes regiões do país.

De um auge de produção nos anos 70, a indústria do ágar é hoje quase inexistente, contudo,
recentemente, surgiu uma nova atividade portuguesa com a produção de algas para a alimentação.

À pergunta: “As algas também se podem comer?”, respondemos que sim e recomendamos o seu
consumo. As algas representam um enorme potencial gastronómico, adicionam complexidade às
confeções, um sabor a mar e salinidade característicos e aportam um valor nutricional de excelência.

as algas são um manjar que deve ser servido ao mais ilustre dos convidados.
Sze Teu, 600 a.C

Desde a antiguidade, e um pouco por todo o mundo, o consumo de algas está relacionado com as

06
povoações costeiras. O registo mais remoto reporta ao ano 14 000 a.C. no Chile. Embora o consumo
de algas seja mais pronunciado nos países asiáticos, na Europa reconhece-se o seu uso em muitas
receitas tradicionais da Irlanda, Gales, Bretanha, Islândia ou Noruega e em Portugal, exclusivamente,
dos Açores.

As algas marinhas podem ser consideradas os vegetais do mar e formam um grupo com uma grande
diversidade de formas, tamanhos e cores. Algumas são tão simples, que são formadas por uma única
célula e são impercetíveis ao olho humano (microalgas) e outras possuem estruturas morfológicas
semelhantes às arvores, podendo atingir 20 metros de comprimento (macroalgas). Neste livro, sempre
que falarmos de algas referimo-nos a macroalgas.

Há três grandes grupos de algas comestíveis: as verdes (clorófitas), as castanhas (feofíceas) e as


vermelhas (rodófitas). Para este livro, selecionamos um grupo de 10 algas e apresentamos a sua
descrição no capítulo seguinte.

As algas são riquíssimas nutricionalmente, uma fonte de: proteínas, ácidos gordos polinsaturados,
fibras, vitaminas, antioxidantes e minerais.

Do ponto de vista gastronómico, para além de adicionarem complexidade e riqueza nutricional,


conferem um gosto adicional, o umami. O gosto umami (umai = delicioso e mi = essência) foi
identificado pelo japonês Kikunae Ikeda, em 1908.

O umami é um gosto com que todos estamos familiarizados, pois existe numa grande variedade
de alimentos, mas, normalmente, não o identificamos isoladamente. No entanto, existe naturalmente
em: algas (principalmente na alga kombu); tomates maduros; queijos (em particular no parmesão);
presunto; cogumelos; carne; peixe; caldos de carne; molho de soja, etc.

Acreditamos que incluir algas na alimentação é uma oportunidade de enriquecer nutricionalmente


uma refeição, bem como de trazer à mesa uma nova diversidade de sabores que se identificam com
a cozinha portuguesa.

Reunimos, neste documento, um conjunto de receitas que revelam, por um lado, a versatilidade do
seu uso e por outro, como tão bem casam, a nosso ver, com o gosto português e a nossa ligação
ao mar.

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ALFACE-DO-MAR ERVA-LAGOSTA FAVA-DO-MAR
Ulva spp. Petalonia binghamiae Fucus spiralis

_SABOR _SABOR _SABOR

Pronunciado e fresco com Levemente umami e com Agradável a mar e ligeiramente


algum amargor, que lembra notas de lagosta. iodado.
ervas silvestres como a
azeda, e revela notas subtis a _USO _USO
marisco ou moluscos.
Ótima servida em saladas Ótima como petisco e em
_USO (fresca ou hidratada). Com saladas (hidratada). Em
pratos de peixe ou marisco e sopas, ensopados de carne
Ótima servida em saladas como condimento (tostada e ou com leguminosas. Ao
(fresca ou hidratada). Como triturada). cozinhar, liberta um composto
guarnição de pratos de peixe, gelatinoso que ajuda a
marisco ou carnes brancas. _QUALIDADES NUTRICIONAIS espessar cozinhados.
Como complemento em sopas
(fresca ou seca) e como Alto conteúdo de proteínas e _QUALIDADES NUTRICIONAIS
condimento (em pó). Em pó, minerais. Rica em fucoxantina.
tem notas de chá verde, ideal Alto conteúdo de fibras,
para usar em sobremesas. _DISPONIBILIDADE vitamina A e rica em potássio,
_QUALIDADES NUTRICIONAIS
cálcio, ferro, manganês e
Seca. iodo.
Particularmente rica em
_DISPONIBILIDADE
proteínas e fibras, vitaminas
A, B1, B9, C e E, cálcio,
magnésio, ferro, zinco e Seca e em pó.
manganês.

_DISPONIBILIDADE

Fresca (em sal), seca e em


pó.

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KOMBU WAKAME DULSE
Saccharina latissima Undaria pinnatifida Palmaria palmata

_SABOR _SABOR _SABOR

Suave a mar, intenso umami Ligeiramente doce, suave Ligeiramente doce, iodado e
e algo doce. maresia e ostras e o filamento a crustáceos.
central tem notas de nabiça.
_USO
_USO _USO
Ótima para base de caldos
ou sopas. Excelente para Como guarnição de peixe, Em saladas, com peixe ou
cozinhar cereais e legumes carne e marisco. Em carne, arroz, empadas, etc.
pois acelera a cozedura croquetes, misturada com Bastante versátil. Quando frita,
e facilita a digestão. Frita, vegetais e em saladas. ganha notas de torresmo e
marinada, em picles ou Perfeita com leguminosas. se posteriormente for fumada,
salteada (cortada em juliana). ganha notas de bacon.
Intensifica o sabor dos _QUALIDADES NUTRICIONAIS Excelente como condimento,
cozinhados. quando triturada depois de
Alto conteúdo de fibras, frita.
_QUALIDADES NUTRICIONAIS vitamina E e B3 e rica em
potássio, fósforo e manganês. _QUALIDADES NUTRICIONAIS
Rica em fibras, alto conteúdo Rica em fucoxantina.
de iodo, potássio e vitamina Alto conteúdo de proteínas
B9 (ácido fólico) e outras do _DISPONIBILIDADE e fibras, potássio, cálcio,
grupo B. magnésio, manganês e
Fresca (em sal) e seca. omega-3. Rica em vitaminas
_DISPONIBILIDADE A, B3 e E.

Seca. _DISPONIBILIDADE

Fresca (em sal) e seca.

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ERVA-MALAGUETA ERVA-PATINHA CABELO-DE-VELHA
Osmundea pinnatifida Porphyra spp. Gracilaria gracilis

_SABOR _SABOR _SABOR

Umami, picante e aromático Umami com notas de Fresco e intenso a mar.


entre trufa, lagosta e marisco. cogumelos secos.

_USO _USO _USO

Ótima como condimento A erva-patinha é conhecida Como guarnição em pratos


(quando triturada) e como a “nori-do-Atlântico”. de peixe, marisco ou sashimi.
conservada em azeite ou É usada nos Açores em Em caldos de peixe e maris-
manteiga para preservar os omoletes - “torta do calhau” co, molhos e um excelente
aromas. Em aplicações com ou “torta de erva-patinha”. condimento quando triturada.
pouco tempo de cozedura. Pode ser usada para fazer
Em picles e pratos fritos. rolos de sushi, como
_QUALIDADES NUTRICIONAIS
complemento em massas
de pão e como condimento
_QUALIDADES NUTRICIONAIS
(tostada e triturada). Alto conteúdo de fibras, rica
em sódio, potássio, cálcio,
Fonte de proteínas e fibras, _QUALIDADES NUTRICIONAIS magnésio, ferro e manganês.
vitamina A, sódio, potássio,
cálcio e magnésio. Alto conteúdo de proteínas, _DISPONIBILIDADE
vitaminas A e B12, fósforo e
_DISPONIBILIDADE omega-3. Fresca (em sal) e seca.

Seca. _DISPONIBILIDADE

Seca.

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NORI COMO PREPARAR? ONDE COMPRAR?
Porphyra spp.

_SABOR _ALGAS FRESCAS (EM SAL) As algas estão à venda, um


pouco por todo o país, em:
Umami, forte a iodo, com Comece por sacudir as algas,
notas de cogumelos secos. para libertar a maior parte _ lojas de dietética e
do sal. Passe por água fria, alimentos saudáveis;
_USO escorra e repita o processo,
com água limpa, até eliminar _ secção de alimentos
A nori em folhas é a alga o excesso de sal. dietéticos dos supermercados;
usada nos rolos de sushi, Quanto mais rápido for
(maki-sushi). Quando tostada, este processo mais aromas _ lojas e supermercados de
liberta um aroma a sardinha permanecem na alga. produtos biológicos;
assada. Pode ser usada como
snack ou condimento e é _ALGAS SECAS _ lojas dos Açores.
óptima em tempura.
Coloque de molho entre 5 a
_QUALIDADES NUTRICIONAIS 10 minutos dependendo da
espessura da alga.
Alto conteúdo de proteínas, Pode utilizar a água onde
vitaminas A, E, B12 e C, hidratou a alga em sopas,
fósforo, zinco, manganês, guisados, arroz, etc. (tenha
selénio e omega-3. apenas atenção que esta água
fica ligeiramente salgada).
_DISPONIBILIDADE
Adicione a alga já no fim
do cozinhado, exceto a alga
Seca. kombu, que pode cozinhá-la
entre 30 a 40 minutos.
No geral, evite cozinhá-las por
longo tempo pois adquirem
um sabor amargo e perdem a
textura característica.

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\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[1 bebida] 1. Num copo, à sua escolha, co-


loque o Porto, a água tónica e as
75 ml Porto branco seco flores de laranjeira.
75 ml água tónica 2. Coloque a alga kombu no re-
3 flores de laranjeira ou 1 casca bordo do copo, de modo que
de laranja metade fique dentro da bebida
1 pedaço alga kombu (como na foto). Desta forma, a
(5 cm x 3 cm) alga vai hidratar e desprender o
gelo q.b. umami e salinidade característi-
cos.
3. Adicione o gelo e aproveite o
pôr-do-sol.

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\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[1 bebida _ANANÁS DESIDRATADO 7. Deixe arrefecer, triture até oter


ananás e alga para várias doses] 1. Pré-aqueça o forno a 110 ºC um pó e reserve.
e forre um tabuleiro com papel
1 ananás dos Açores vegetal. _MARTINI
1 folha alga nori 2. Descasque e retire os “olhos” 8. Prepare um copo, à sua esco-
1 c. café azeite do ananás. lha, e, com um pincel, humedeça
75 ml Martini Rosso 3. Com uma mandolina, ou faca o rebordo com azeite.
gelo q.b. afiada, corte o ananás em ro- 9. Salpique com o pó de nori e
delas finíssimas e coloque-as no prenda, no rebordo, metade de
tabuleiro espaçadamente. uma fatia de ananás (como na
4. Leve ao forno durante, apro- foto).
ximadamente, 30 minutos ou até 10. Coloque o gelo, sirva o Martini
observar que a parte de cima e desfrute.
está seca. Vire e deixe mais 30
minutos.
5. Retire do forno, deixe arrefecer
e guarde num recipiente hermeti-
camente fechado.
Use as fatias desidratadas nou-
tras confeções ou sirva assim
mesmo.

_NORI TRITURADA
6. Toste a folha de nori, passan-
do-a sobre o lume baixo do fo-
gão. Observará uma ligeira mu-
dança de cor e maior rigidez da
folha.

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\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[1 bebida] 1. Triture a alface-do-mar até ob-


ter um pó e reserve.
1 c. sobremesa alga alface-do- 2. Triture 3 morangos até obter
-mar seca um puré, filtre num passador e
5 morangos reserve.
1 rodela fina de limão 3. Corte a rodela de limão em
1 c. café azeite pequenos segmentos triangulares
folhas de poejo q.b. e corte um morango, longitudinal-
gelo q.b. mente, em fatias. Reserve.
100 ml bebida gaseificada (água 4. Coloque a alface-do-mar num
das pedras, ginger ale,..) pires.
5. Prepare um copo, à sua esco-
lha e humedeça o rebordo com
o azeite. Passe no pires, rodando,
para que o rebordo fique decora-
do com a alga.
6. Deite no copo os pedaços de
morango, o limão, as folhas de
poejo, o puré de morango e
as pedras de gelo.
7. Deite a sua bebida gaseificada
preferida. Mexa com uma colher,
para homogeneizar, e decore com
metade de um morango. Desfrute.

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[ ADAPTADO_NEKA MENNA BARRETO ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[12 crocantes de 15 cm x 10 cm] 1. Pré-aqueça o forno a 120 ºC (15 cm x 10 cm, cada). Retorne
e forre um tabuleiro (30 cm x 30 ao forno e deixe por mais 20
4 c. sopa sementes de linhaça cm) com papel vegetal. minutos ou até estar completa-
2 c. sopa sementes de sésamo 2. Coloque de molho, em 100 ml mente seco.
1 c. sobremesa alga cabelo-de- de água, 2 c. sopa de linhaça e 9. Proceda da mesma forma para
-velha fresca, picada as sementes de sésamo até a a restante massa.
1 c. sobremesa alga erva-mala- água ter sido absorvida (aproxi- 10. Deixe arrefecer e guarde num
gueta seca, picada madamente 10 minutos). recipiente hermeticamente fecha-
1 c. sopa alga dulse fresca, 3. Triture a restante linhaça até do para conservar a crocância.
picada obter uma farinha.
2 folhas alga nori, cortada fina- 4. Numa taça, misture todos os
mente ingredientes.
150 g cenoura, ralada 5. Envolva e junte, aos poucos,
2 c. sopa sementes de girassol cerca de 50 ml de água até sen-
2 c. sopa salsa picada tir que a massa está pegajosa,
70 g amêndoa laminada mas não demasiado molhada.
1 c. café sal 6. Pegue em metade da massa
pimenta preta q.b. e coloque-a sobre uma folha de
1 malagueta picada (opcional) papel vegetal. Coloque outra folha
por cima e, com a ajuda de um
rolo de cozinha, vá estendendo a
massa até formar um retângulo
com 30 cm x 30 cm.
7. Quando obter uma espessura
de cerca de 3 mm, coloque no
forno por 20 minutos.
8. Retire do forno, vire o crocante
e, com uma faca, corte, pressio-
nando, o retângulo em 6 partes

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\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

1 c. sopa alga dulse seca 1. Numa taça, coloque a alga


100 ml vinho tinto dulse, o vinho e o dente de alho.
½ dente de alho, ralado 2. Deixe marinar durante 30 mi-
pimentão doce q.b. nutos (quanto mais tempo mari-
nar, mais impregnados ficarão os
sabores).
3. Pré-aqueça o forno a 90 ºC
e forre um tabuleiro com papel
vegetal.
4. Estenda as algas espaçada-
mente no tabuleiro, abrindo-as
com cuidado para conservar a
forma e leve ao forno por 30
minutos. Vire a meio do tempo e
retire-as quando completamente
secas.
5. Deixe arrefecer e sirva como
petisco. Se resistir à tentação,
guarde o restante num recipiente
hermeticamente fechado.

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\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

1 c. sopa alga fava-do-mar seca 1. Numa taça, coloque a fava-do-


(apenas a “fava” (recetáculos) -mar, cubra-a com o triplo do vo-
1 c. café sal grosso ou flor de sal lume de água e adicione o sal.
2 c. chá azeite 2. Coloque no frigorífico durante
raspa de 1 laranja duas horas. Quanto mais tempo
folhas de orégão deixar, mais hidratada e crocante
ficará a alga.
3. Findas as duas horas, escorra
as algas e coloque-as no reci-
piente que vai levar à mesa.
4. Tempere com o azeite, a raspa
de laranja e as folhas de orégão.
Retifique o sal e acompanhe com
uma cerveja bem fresca.

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[ ADAPTADO_MARIA DE LOURDES MODESTO, COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[24 rissóis] _MASSA aguardente e flambeie. Junte a


1. Coloque num tacho, em lume cebola e o alho francês e deixe
MASSA médio, a água, o leite, a mantei- suar sem caramelizar.
125 ml água ga, a casca de limão e o sal. 8. Acrescente 300 ml de água, um
125 ml leite 2. Assim que levantar fervura reti- ramo de salsa, grãos de pimen-
1 c. sopa manteiga re do lume. Sem parar de mexer, ta preta e deixe levantar fervura.
1 casca de limão deite a farinha de uma só vez e Quando levantar fervura, limpe a
1 c. café sal continue a mexer. espuma que vem ao cimo e deixe
150 g farinha tipo 55 3. Leve de novo ao lume, me- cozinhar por 30 minutos.
xendo sempre, até formar uma 9. Retire do lume, filtre num pas-
RECHEIO bola e começar a desprender do sador e reserve 150 ml.
500 g camarão inteiro tacho criando uma película ama- 10. Pique a segunda cebola fina-
2 cebolas médias relada no fundo. mente.
1 alho francês 4. Retire do lume e coloque sobre 11. Coloque num tacho, em lume
50 ml azeite uma bancada enfarinhada. Amas- médio, a manteiga e a cebola pi-
1 c. sopa aguardente se até arrefecer, cubra e deixe a cada. Refogue até a cebola estar
1 ramo de salsa massa descansar. translúcida. Polvilhe com a farinha
3 grãos pimenta preta e deixe cozer sem alourar. Baixe
50 g manteiga _RECHEIO o lume se necessário.
1 c. sopa farinha tipo 55 5. Descasque os camarões e re- 12. Junte ao refogado o leite, o
100 ml leite serve as cabeças e as cascas. caldo e a erva-lagosta e, mexen-
1 c. sopa alga erva-lagosta Retire a tripa e coloque os cama- do sempre, deixe engrossar, em
1 c. sopa salsa, picada finamente rões no frigorífico. lume médio. Quando adquirir a
3 ovos 6. Corte, em juliana fina, uma ce- consistência desejada, baixe o
½ limão bola e o alho francês. Reserve. lume, adicione os camarões, en-
pimenta preta q.b. 7. Coloque num tacho, em lume volva e retire do lume.
noz-moscada q.b. médio, 50 ml de azeite, as cas- 13. Junte, envolvendo, a salsa pi-
150 g pão ralado cas e cabeças do camarão e dei- cada, duas gemas, a raspa e o
1 l óleo de fritar xe caramelizar. Refresque com a sumo do limão. Tempere com a

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noz-moscada, retifique temperos
e deixe arrefecer.

_PREPARAÇÃO
14. Numa tigela, bata um ovo e
reserve.
15. Com um rolo de cozinha, es-
tenda a massa, bem fina, em re-
tângulo.
16. Coloque uma porção de re-
cheio, abaixo do meio da mas-
sa, dobre e corte com um copo.
Tenha atenção ao diâmetro do
copo e à quantidade de recheio
que coloca de forma a evitar que
o recheio saia para fora.
17. Passe pelo ovo batido e, de
seguida, pelo pão ralado. Reserve.
18. Repita o procedimento até
terminar a massa.
Os rissóis que não pretende con-
sumir de imediato pode congelar
e depois fritar diretamente.
19. Aqueça o óleo a 160 ºC e
frite os rissóis até alourarem.
Coloque-os num prato, com papel
absorvente, para escorrer o óleo.

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[ ADAPTADO_MARIA DE LOURDES MODESTO, COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[1 bola] 1. Numa tigela, misture o fermen- base da forma. Estenda a mas-


to com a água morna e mexa até sa bem fina para obter, no final,
5 g fermento fresco de padeiro dissolver. uma bola com 3 cm de altura.
2 c. sopa água morna 2. Numa taça, peneire a farinha, 10. Coloque a mistura do baca-
500 g farinha tipo 55 junte a erva-patinha, a mistura lhau e cubra com a restante mas-
1 c. sopa alga erva-patinha, cor- do fermento e a restante água. sa. Faça dobras em redor para
tada grosseiramente Amasse e junte, aos poucos, a fechar a bola.
200 ml água margarina à temperatura ambien- 11. Coloque no forno durante 30
100 g margarina à temperatura te. minutos ou até a bola estar co-
ambiente 3. Continue a amassar até que a radinha.
2 postas bacalhau demolhado massa se desprenda da mão e 12. Retire do forno e deixe arre-
100 ml azeite comece a formar bolhas. fecer.
3 cebolas grandes, cortadas em 4. Polvilhe com farinha, cubra e
juliana fina deixe levedar até dobrar de ta-
1 folha louro manho.
5. Pré-aqueça o forno a 220 ºC
e prepare uma forma com 40 cm
x 30 cm.
6. Retire a pele e as espinhas do
bacalhau e separe-o em lascas.
7. Coloque num tacho, em lume
médio, 100 ml de azeite, a cebola
e uma folha de louro. Deixe re-
fogar, sem ganhar cor, e junte o
bacalhau até ficar esbranquiçado.
8. Retire do lume e deixe arre-
fecer.
9. Unte as mãos com azeite e
estenda dois terços da massa na

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[ ADAPTADO_MARIA DE LOURDES MODESTO, COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[4 pessoas] 1. Prepare dois alguidares com médio, 1,5 l de água e o líquido


água. Coloque o berbigão num da cozedura do berbigão.
1 kg berbigão dos alguidares e remexa com as 6. Assim que levantar fervura e
2 c. sopa azeite mãos para que o berbigão largue com a ajuda de umas varas adi-
3 dentes de alho, esmagados a areia. Com as mãos, passe aos cione, sem parar de mexer, a sê-
50 ml vinho branco seco poucos o berbigão para o ou- mola de uma só vez.
250 g sêmola de milho tro alguidar. Despeje a água do 7. Baixe o lume e continue a co-
1,5 l água primeiro alguidar, coloque água zedura mexendo sempre. Adicione
1 c. sopa alga erva-malagueta, limpa e repita o processo até a alga erva-malagueta e mexa até
em pedaços a água sair límpida. Coloque os obter a consistência desejada,
1 c. sopa manteiga berbigões num escorredor e re- mais ou menos cremosa.
1 c. sopa coentros frescos, pi- serve. 8. Retire do lume. Adicione a
cados 2. Coloque num tacho, em lume manteiga e envolva até derreter.
pimenta preta q.b. médio, o azeite, os alhos esma- 9. Adicione, envolvendo, o ber-
gados e o berbigão. Tape e as- bigão, os coentros e a pimenta
sim que ouvir o berbigão a abrir preta.
refresque com o vinho branco. 10. Retifique os temperos e sirva.
Deixe levantar fervura, coloque a
tampa e desligue o lume.
3. Descasque os berbigões. Filtre
e reserve todo o líquido obtido.
4. Num alguidar, lave a sêmola:
deite água sobre a sêmola, reme-
xa e, com cuidado, escorra ver-
tendo a água e, assim, descartar
as cascas que estão à superfície.
Repita o processo até que a água
escorra límpida.
5. Coloque num tacho, em lume

30
31
[ ADAPTADO_MARIA ROSA PRIOR ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[4 pessoas] 1. Coloque o grão-de-bico de mo- em pequenos triângulos e a alga


lho, durante 8 horas (de um dia kombu em juliana fina.
500 g grão-de-bico seco para o outro), com o triplo de 7. Coloque num tacho, em lume
1 cenoura volume de água. médio, o grão, a água da coze-
3 cebolas médias (500 g) 2. Lave, descasque e corte ao dura quase a cobrir e, por cima,
3 dentes de alho meio a cenoura e uma cebola. a cebola, o alho, a folha de lou-
1 ramo salsa Escorra o grão. ro, a cenoura, a alga kombu, a
1 pedaço alga kombu 3. Coloque numa panela, o grão, fava-do-mar e a salsa restante.
(10 cm x 5 cm) a cenoura, uma cebola, um dente Ao colocar a cebola e o alho por
1 c. café sal de alho, metade do ramo de sal- cima obterá, no final da cozedu-
1 folha louro sa e a alga kombu (a alga facilita ra, uma cebola mais carnuda e
2 c. sopa alga fava-do-mar, parti- a digestão do grão, vai agrade- não desfeita. Deixe cozinhar, len-
da grosseiramente cer). tamente, por 20 minutos.
pimenta preta q.b. 4. Cubra com o triplo de volume 8. Corte as postas de bacalhau
2 postas bacalhau demolhado de água e leve a lume alto até em pequenas porções. Opcional-
ferver. Limpe a espuma que se mente, se não gostar da pele ou
formar e reduza o fogo. Deixe de encontrar espinhas no seu
cozer por 45 minutos. Quando o prato, limpe o bacalhau de peles
grão estiver quase cozido, adi- e espinhas e divida-o em por-
cione o sal e deixe terminar a ções. Reserve.
cozedura, sem que o grão perca 9. Prove o grão, adicione pimenta
a forma. O grão deve ficar macio preta e retifique os temperos.
mas não desfeito. 10. Quando o grão estiver no
5. Escorra o grão reservando a ponto e saboroso, adicione o ba-
água da cozedura, a cenoura e a calhau. Deixe levantar fervura e
alga kombu. desligue. Adicione folhas frescas
6. Pique, finamente, as duas ce- de salsa. Envolva e está pronto
bolas restantes e os dois dentes a servir.
de alho. Corte a cenoura cozida

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[ ADAPTADO_MARIA ROSA PRIOR ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[4 pessoas] 1. Coloque o feijão de molho, du- em pequenos triângulos e a alga


rante 8 horas (de um dia para o kombu em juliana fina.
500 g feijão vermelho seco outro), com o triplo de volume 7. Coloque num tacho, em lume
3 cebolas médias (500 g) de água. médio, o feijão, a água da coze-
1 cenoura 2. Lave, descasque e corte ao dura quase a cobrir e, por cima,
3 dentes de alho meio a cenoura e uma cebola. a cebola, o alho, a folha de lou-
1 pedaço alga kombu Escorra o feijão. ro, a cenoura, a alga kombu, a
(10 cm x 5 cm) 3. Coloque numa panela, o feijão, alga wakame e a salsa restante.
1 ramo salsa a cenoura, uma cebola, um dente Coloque o jindungo se gostar de
1 c. café sal de alho, metade do ramo de sal- picante. Ao colocar a cebola e
1 folha louro sa e a alga kombu (a alga facilita o alho por cima obterá, no final
1 c. sopa alga wakame seca, cor- a digestão do grão, vai agrade- da cozedura, uma cebola mais
tada finamente cer). carnuda e não desfeita. Leve a
1 malagueta jindungo (opcional) 4. Cubra com o triplo de volume lume médio e deixe cozinhar, len-
pimenta preta q.b. de água e leve a lume alto até tamente, por 20 minutos.
vinagre q.b. (opcional) ferver. Limpe a espuma que se 8. Prove e retifique os temperos.
formar e reduza o fogo. Deixe Adicione a pimenta preta.
cozer por 45 minutos. Quando o 9. Quando o feijão tiver no pon-
feijão estiver quase cozido adicio- to e saboroso adicione folhas
ne o sal e deixe terminar a co- frescas de salsa. Envolva e está
zedura sem que o feijão perca a pronto a servir.
forma. O feijão deve ficar macio,
mas não desfeito. NOTA: Se gostar do adocicado
5. Escorra o feijão reservando a do feijão aproveite. Se gostar do
água da cozedura, a cenoura e a feijão mais “vivo” adicione umas
alga kombu. gotas de vinagre. Vale por si só
6. Pique, finamente, as duas ce- ou acompanhado com petingas
bolas restantes e os dois dentes fritas e arroz da água que sobrou
de alho. Corte a cenoura cozida da cozedura do feijão.

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[ ADAPTADO_MARGARIDA GUERREIRO E PAULINA MATA, A COZINHA É UM LABORATÓRIO ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[8 scones] 1. Pré-aqueça o forno a 220 ºC 9. Junte, sem amassar, a massa


e forre um tabuleiro com papel que sobrou e proceda da mesma
225 g farinha com fermento vegetal. forma.
1 c. chá fermento 2. Numa taça, junte a farinha, 10. Repita até terminar toda a
1 c. sobremesa alga cabelo-de- o fermento e a alga cabelo-de- massa.
-velha fresca, cortada finamente -velha. 11. Pincele a parte de cima dos
50 g manteiga fria, em pedaços 3. Adicione a manteiga gelada e, scones com a manteiga derretida
1 c. sopa sumo de limão com um garfo, ou com as mãos, e polvilhe com as sementes de
125 ml leite misture até que fique como uma sésamo.
1 c. chá açúcar areia. 12. Coloque no forno, na parte de
1 c. sopa manteiga, derretida 4. Numa tigela, junte o sumo de cima, durante 10 minutos ou até
2 c. sopa sementes de sésamo limão e o leite. estarem coradinhos.
5. Sem mexer muito, adicione o 13. Deixe arrefecer e não resis-
leite e o açúcar à farinha. ta a comê-los quentes. Sirva com
6. Deite na bancada e, sem amas- doces ou salgados.
sar, junte a massa formando uma
bola.
7. Com um rolo de cozinha, es-
tenda a massa até obter uma al-
tura de 2 cm.
8. Corte com um aro de 5 cm
de diâmetro. Pressione, mas sem
rodar e coloque os scones no ta-
buleiro. (Em vez de um aro pode
usar uma colher de sopa ou de
gelado ou até cortar em cubos
com uma faca. O mais importan-
te é não amassar quando faz as
divisões da massa.)

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[ ADAPTADO_HESTON BLUMENTHAL, HESTON BLUMENTHAL AT HOME ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

MANTEIGA COM ALFACE-DO-MAR, MANTEIGA COM ERVA-MALAGUE- 1. Misture, para cada uma das
TOMATE SECO E ORÉGÃOS TA E PICLES DE CEBOLA manteigas, todos os ingredientes.
125 g manteiga sem sal, à tem- 125 g manteiga sem sal, à tem- Retifique temperos e deixe meia
peratura ambiente peratura ambiente hora fora do frigorífico para que
1 c. sopa alga alface-do-mar 1 c. sopa alga erva-malagueta, a alga hidrate.
seca, cortada finamente cortada finamente 2. Pode servir de imediato ou,
1 c. sopa rasa tomate seco, cor- 1 c. chá picles de cebola, corta- caso queira dar forma às suas
tado em juliana dos finamente manteigas, prepare um molde à
1 c. chá orégãos sal ou flor de sal q.b. sua escolha e encha-o com a
sal ou flor de sal q.b. malagueta em pó q.b. (opcional - manteiga. Coloque no frio por 60
a erva-malagueta vai dar ligeira minutos, retire do frio, desenfor-
MANTEIGA COM ERVA-PATINHA E picância à manteiga, acrescente me e sirva.
PIMENTA DA TERRA malagueta apenas se gostar de
125 g manteiga sem sal, à tem- picante acentuado)
peratura ambiente
1 c. sopa alga erva-patinha, cor-
tada finamente
1 c. café pimenta da terra dos
Açores (ou massa de pimentão)

MANTEIGA COM ALGA DULSE,


ALHO E PIMENTA PRETA
125 g manteiga sem sal, à tem-
peratura ambiente
1 c. sopa alga dulse seca, corta-
da finamente
½ dente de alho, ralado
pimenta preta q.b.
sal ou flor de sal q.b.

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[ ADAPTADO_TÉCNICA KOBUJIME ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

150 g marmelada 1. Corte duas fatias de marme-


alga kombu q.b. lada (um dedo de espessura) e
coloque-as sobre uma folha de
papel vegetal.
2. Corte 4 retângulos de alga
kombu, com tamanho suficiente
para cobrir as faces maiores das
fatias de marmelada (como na
foto).
3. Coloque a alga kombu nas fa-
tias de marmelada e envolva, se-
paradamente, cada fatia em pa-
pel vegetal. Coloque numa caixa
e deixe à temperatura ambiente
de um dia para o outro. Quanto
mais tempo deixar, mais impreg-
nado ficará o sabor da alga.

NOTA: Se lhe apetecer queijo com


marmelada, vai obter nesta com-
posição o umami e a salinidade
através da alga. Sirva ao lanche,
com o chá ou com o café. Tam-
bém pode usar como sobreme-
sa: corte em cubos, regue com
aguardente e flambeie.

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[ ADAPTADO_HERVÉ THIS, CHOCOLAT CHANTILLY ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[30 trufas] _GANACHE tura de cacau e alface-do-mar.


1. Faça metade da receita de 9. Retire as trufas do congelador
½ receita de mousse de choco- mousse e refrigere durante 30 e com ajuda de um garfo, passe
late (sobremesa seguinte) minutos. pelo chocolate branco. Deixe es-
2 c. sopa alga alface-do-mar seca 2. Coloque a alga no micro-on- correr e coloque no prato com o
200 g chocolate branco das, durante 1 minuto, para que cacau e alface-do-mar, para que
1 c. sopa cacau em pó seque. Triture a alga até obter fiquem completamente cobertas.
um pó. Reserve. 10. Repita o procedimento até
3. Forre um prato com película terminar todas as trufas.
aderente. Com a ajuda de uma 11. Coloque num recipiente, com
colher de chá divida a mousse tampa, e refrigere até servir.
em pequenas porções e coloque-
-as, espaçadamente, sobre a pelí-
cula aderente.
4. Coloque no congelador por 30
minutos.
5. Se quiser que as trufas fiquem
mais perfeitas, molde-as na pal-
ma da mão e volte a colocá-las
no congelador, por 30 minutos.

_TRUFAS
6. Aqueça o chocolate branco, em
banho-maria, até estar totalmente
derretido (45 ºC).
7. Retire do lume e continue a
mexer, para arrefecer, até atingir
a temperatura de 29 ºC.
8. Prepare um prato com a mis-

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[ ADAPTADO_HERVÉ THIS, CHOCOLAT CHANTILLY, MATTHEW KENNEY, PLANTLAB ]

\\ INGREDIENTES \\ PREPARAÇÃO

[4 pessoas] _GELADO chocolate. Mexa até o chocolate


1. Descasque as bananas e corte- estar completamente derretido e
GELADO -as em rodelas finas (1 cm de adicione a aguardente.
(preparar um dia antes) espessura). 6. Coloque a taça sobre o banho
3 bananas 2. Coloque as bananas, os moran- de gelo.
5 morangos, cortados em quatro gos e as framboesas num saco e 7. Com uma batedeira, bata a
5 framboesas congele. Deixe por 8 horas. mistura como se se tratasse de
1 c. sobremesa nibs de cacau 3. Retire do congelador e tritu- um chantili. Quando a mistura
(opcional) re num liquidificador. Pare de vez começar a ficar espessa e fofa
em quando e, com uma espátula, tenha atenção, porque está pra-
MOUSSE DE CHOCOLATE empurre os pedaços que vão fi- ticamente pronta. Bata mais um
200 g gelo cando agarrados ao copo do li- pouco e retire. Pode acontecer
250 g chocolate negro (mín. 50% quidificador. Assim que obtenha deixar passar o ponto e a mouse
cacau), em pedaços uma mistura com a consistência ficar demasiado rija ou granulosa.
50 ml aguardente de medronho de gelado cremoso, adicione os Não tem problema, pode reco-
150 ml água nibs de cacau e triture, uma vez meçar o processo. Derreta, em
1 c. sobremesa alga cabelo-de- mais, apenas para misturar. Co- banho-maria, e volte a bater so-
-velha seca loque num recipiente e deixe no bre um banho de gelo até obter
congelador até precisar. a consistência desejada.

_MOUSSE DE CHOCOLATE _PREPARAÇÃO


4. Prepare duas taças que caibam 8. Sirva a mousse com uma co-
uma na outra. Se a pequena for lher de gelado de morango e pol-
de metal, o processo será mais vilhe com a alga cabelo-de-velha.
rápido. Na maior, coloque o gelo É perfeito para os dias quentes
e 500 ml de água. Na pequena, de verão.
coloque o chocolate. Reserve-as NOTA: Pode substituir o total de
na bancada. líquido, 200 ml, por qualquer be-
5. Ferva a água e deite sobre o bida a seu gosto, sumo, chá,...

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_Álvarez, C. et. al. Seaweed Sustainability: Food and Non-Food Applications. 1º ed.; Elsevier, 2015
_Brandão, R., Os Pescadores. 2ª ed.; Estante Editora: Aveiro, 2010
_Blumenthal, H., Heston Blumenthal at Home. 1ª ed.; Bloomsbury Pub.: UK, 2011
_Castro, O., Xatruch, E., Cocina con algas by Portomuiños. 1ª ed.; Aula de Cocina Porto Muiños: Cerceda, 2011
_Campos, A., Azorean macroalgae (Petalonia binghamiae, Halopteris scoparia and Osmundea pinnatifida) bioprospec-
tion: a study of composition and bioactivity. Tese de Mestrado, Ul, 2018
_Guerreiro, M., Mata, P., A Cozinha é um Laboratório. 2ª ed.; Fonte da Palavra: Lisboa, 2010
_Kenney, Mathew, Plantlab, Crafting the future of food. 1ª ed.; Regan Arts: New York, 2017
_Leite, B., Novas Alternativas para o Uso de Macroalgas da Costa Portuguesa. Tese de Mestrado, FCT/UNL, 2017
_Lloréns, J., et. al. Las algas se comen: un periplo por la biologia, la historia, las curiosidades y la gastronomia. 1ª
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_Milne, X., La Cuisine Des Algues. 1ª ed.; Rouergue: 2017
_Modesto, M. L., Cozinha Tradicional Portuguesa. 1ª ed.; Verbo: Lisboa, 1982
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_Pereira, L., Guia Ilustrado das Macroalgas. 1ª ed.; Imprensa da Universidade de Coimbra: Coimbra, 2009
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