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2020
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APRESENTAÇÃO
INFORMAÇÃO IMPORTANTE:
Este produto não é voltado para a área médica, ele é um processo básico
para responsáveis técnicos e Consultores de Alimentos em Serviços de
Alimentação. Caso você seja médico, este produto não é para você.
Reforçamos que o exercício da medicina é restrito a profissionais
devidamente habilitados pelo conselho de classe correspondente a sua
especialidade.
SUMÁRIO
5- INTRODUÇÃO
RESPECTIVAS FONTES
21 - INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL
25 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 Introdução
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INTRODUÇÃO
Segundo Dr. Eneo Alves Silva Júnior, "Doenças Transmitidas por alimentos são todas as ocorrências
clínicas consequentes da ingestão de alimentos que possam estar contaminados com microrganismos
patogênicos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua constituição estruturas
naturalmente tóxicas, ou seja, são doenças consequentes da ingestão de perigos biológicos, químicos ou
físicos presentes nos alimentos".
Os alimentos podem vir contaminados de sua origem, ou nós podemos contaminá-los, ou o ambiente
Uma DTA é quando temos um quadro clínico definido, por exemplo uma gastroenterite clássica
(diarréria, vômito), que é fruto de uma alimentação comum, que mais pessoas ingeriram e que um agente
é identificado como sendo o patógeno.
A ocorrência de DTA vem aumentando em todo o mundo. São vários os fatores que contribuem para
aumento dos casos de DTA é o aumento do consumo de alimentos fora do lar, principalmente, os fast-
foods, o uso de aditivos e as mudanças dos hábitos alimentares da população.
período de tempo, sinais e sintomas após a ingestão de um mesmo alimento considerado contaminado
por evidência clínica-epidemiológica e/ou laboratorial. Quando se tratar de um caso não usual, 1 único
caso constitui surto! Os sintomas mais comuns são os gastrointestinais (diarréia, dor abdominal, gases,
náusea, vômito, febre).
Quando não é possível fazer exames laboratoriais e/ou analisar as amostras dos alimentos, é possível
É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária a ocorrência de surto de DTA. A notificação
privados de saúde.
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Tipos de Doenças
Transmitidas por
Alimentos
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TIPOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS:
Segundo Dr. Eneo Alves da Silva Jr em seu Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de
Alimentação, há 3 tipos de microrganismos patogênicos em alimentos:
Emergentes: São os microrganismos que não eram conhecidos como causadores de toxinfecções
alimentares, ams que estão sendo comprovados como novos agentes etiológicos.
Dentre estes estão:
-Bactérias: Escherichia coli enteroinvasiva; Escherichia coli enterohemorrágica; Campylobacter jejuni;
Listeria monocytogenes; Vibrio vulnificus; Aeromonas hydrophila; Plesiomonas shigelloides;
Pseudomonas seruginosa; Streptococcus sp.
-Vírus: Hepatite E; Norovírus (Norwalk).
-Parasitos: Cyclospora cayetanensis; Anisakis sp.; Nanophyetus ssp.; Acanthamoeba.
Reemergentes: São os microrganismos clássicos que já estavam controlados, mas que estão
novamente causando toxinfecções, sendo alguns com maior severidade.
Dentre estes estão:
-Zoonoses: Micobacterium bovis (tuberculose); Taenia solium (cisticercose), Brucella abortus
(brucelose).
Nos EUA, o serviço de Saúde Pública reconhece os 10 principais microrganismos responsáveis pelos
surtos de toxinfecção alimentar:
- Campylobacter jejuni
- Escherichia coli O 157:H7
- Listeria monocytogenes
- Clostridium perfingens
- Salmonella sp
- Staphylococcus aureus
- Vibrio vulnificus
- Shigella sp
- Toxoplasma gondii
- Yersinia enterocolitica
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É sabido que toda vez que nos deparamos com uma suspeita de surto de DTA em um Serviço
de Alimentação, temos que aplicar um questionário com todos os acometidos para investigar a
causa desta suspeita.
Falaremos sobre este questionário mais adiante, o que queremos reforçar agora é que de
nada adianta aplicarmos um questionário de avaliação de DTA se não temos o conhecimento
básico de microbiologia dos alimentos e dos microrganismos patogênicos mais comumente
envolvido em toxifecções e infecções alimentares.
Por isso, baseado na última edição do livro Manual de Controle Higiênico Sanitário em
Serviços de Alimentação, criamos uma tabela especialmente para esta cartilha que descreve de
maneira simples os principais microrganismos patogênicos envolvidos em DTA´s.
Ter o conhecimento básico de onde cada um desses microrganismos está presente, suas
fontes de contaminação, formas de transmissão, períodos de incubação, sinais e sintomas, é
essencial para inciar uma investigação de suspeita de surto de DTA.
Por isso, salve essa planilha e a tenha sempre com você, para que em uma emergência,
consiga consultá-la.
Sendo assim, quando pensamos em uma suspeita de DTA é primordial sabermos quanto
tempo após a refeição suspeita o acometido demorou para sentir os primeiros sintomas. Com
esta informação já sabemos se a DTA ocorreu por infecção ou por intoxicação alimentar.
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TABELA 2
Fonte: Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de Alimentação, 8ª edição. Dr. Eneo Alves da Silva Jr.
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TABELA 2
Fonte: Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de Alimentação, 8ª edição. Dr. Eneo Alves da Silva Jr.
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TABELA 2
Fonte: Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de Alimentação, 8ª edição. Dr. Eneo Alves da Silva Jr.
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Comumente as ocorrências de surtos de DTA estão associadas à presença de alguns fatores de risco,
bacterianos);
• Alimento preparado várias horas antes de seu consumo e cujo acondicionamento prévio ao consumo
foi inadequado;
• Falhas no processo de cocção dos alimentos;
materiais tóxicos;
reparo de tubulações, conexões cruzadas, inundações, efluentes de águas residuárias, entre outros;
• Contaminação de alimentos a partir de manipulador que manuseou superfícies em higienização ou de
coleta de resíduos (lixeiras).
mantenha a calma, pois enquanto a suspeita não for confirmada, não há DTA!
Para investigar uma suspeita de DTA é necessário analisar vários pontos, não somente enviar as
amostras dos alimentos! Até porque, nem todas as amostras deverão ser enviadas para análise, visto
que os custos com este procedimento são muito altos e é necessário verificar quais amostras fazem
parte do grupo de alimentos suspeitos.
Para chegarmos neste grupo de alimentos, alguns processos devem ser seguidos.
Mas, antes de começarmos, para uma investigação de uma suspeita de DTA, indicamos o
envolvimento de alguns profissionais, como por exemplo:
Enfermeiro do Trabalho
Equipe da Vigilância Sanitária
Sim, quando temos uma investigação de suspeita de DTA, precisamos envolver a Vigilância Sanitária
local. Esta Equipe é responsável pela fiscalização no ambiente da cozinha e planta do cliente, realização
de anamnese, apreensão das amostras e quando aplicável pela conclusão da investigação de DTA.
investigação deverá ser maior, para que todo processo investigativo seja realizado com rapidez.
O papel do médico e enfermeiro do trabalho é importante, pois são eles que fazem as análises clínicas
e coleta de material para exames. E esses profissionais devem ser acionados para o caso de
necessidade de anamnese a ser realizada com hospitalizados e/ou em caso de grande concentração de
pessoas.
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APÓS ESTA ETAPA, INICIAMOS A INVESTIGAÇÃO!
informações com a equipe da cozinha e com o médico envolvido no tratamento dos acometidos. O
Determinar o número de refeições servidas e o número das ocorrências clínicas para obtermos o
1 de ocorrências.
percentual
Realizar verificação da relação Quadro Clínico X Período de Incubação para diagnóstico diferencial
entre intoxicação alimentar e infecção alimentar
Avaliação da taxa de ataque para determinação do alimento suspeito
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2. Análise Microbiológica das amostras dos alimentos suspeitos, colhidas no dia suspeito e armazenadas
adequadamente.
3. Observação da Curva Epidêmica para avaliação da transmissão por fonte comum (alimentos ou água),
contágio (pessoa a pessoa) ou manipulação terminal.
quadro febril do paciente, realizar coprocultura com as fezes dos doentes e dos manipuladores dos
alimentos, tentando identificar um possível microrganismo patogênico infeccioso.
5. Realizar o fluxograma dos alimentos indicados como suspeitos (taxa de ataque maior), com o bjetico de
Agora que você já sabe as principais etapas de uma investigação de DTA, vamos explicar cada uma delas!
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Em uma UAN, é importante informar ao cliente sobre a equipe que estará envolvida na investigação
clínica. Alinhar com o cliente como será a dinâmica das entrevistas com os acometidos, em parceria com o
médico ou enfermeiro do trabalho, verificar o melhor local e horários para iniciar as entrevistas e, de acordo
com o andamento da investigação, verificar com estes profissionais a necessidade de se fazer a coleta de
secreções (fezes) dos acometidos.
1 que o bem estar dos acometidos seja garantido durante a entrevista. Nâo podemos nos
Garantir
esquecer que estamos lidando com pessoas e pessoas merecem ser bem tratadas, principalmente em
uma situação como esta. Por isso é necessário sempre manter a calma.
alimentaram no local e não possuem sintoma algum. Mas esse processo é mais complexo e deve ser
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definido com a equipe médica. No caso de investigação de suspeita de DTA em escolas, onde as crianças
são menores de 12 (doze) anos, a investigação deve ser realizada com base nos relatos das diretoras,
Períodos de Incubação dos acometidos, dividindo-se esse valor pelo número de pessoas acometidas.
Como referência, temos o seguinte padrão de período de incubação:
Infecção Alimentar Desentérica - Período de Incubação de 1 a 7 dias
Infecção Alimentar Diarréica - Período de Incubaçção de 8h a 72h
3. Cálculo da frequência dos sintomas - Este cálculo é feito relacionando-se o número de doentes
O percentual de pessoas doentes que manifestam cada sintoma é obtido pela divisão do número de
indivíduos que apresentaram um sintoma específico, pelo número de indivíduos entrevistados, multiplicado
por 100, ou seja, a famosa regra de três.
Segue1
abaixo uma tabela exemplo para cáulculo de frequência dos sintomas.
Fazendo este quadro, fica fácil identificarmos os sintomas predominantes e isso nos ajuda a identificar
Quando cruzamos estas duas informações, conseguimos, através da tabela dos microrganismos,
verificar os possíveis patógenos causadores da DTA.
Por isso é tão importante termos o conhecimento da tabela sobre os principais microrganismos
responsáveis pela maioria dos casos de DTA!
Para completar a investigação epidemiológica, é preciso verificarmos a refeição suspeita e quais itens
desta refeição foram ingeridos pelos acometidos. Para verificarmos a refeição suspeita, o próprio
acometido e, muitas vezes, a própria equipe da cozinha consegue nos informar os prováveis alimentos
suspeitos. Por isso é tão importante essa interface entre equipe da cozinha e a entrevista com os
acometidos.
Para simplificar a entrevista, é possível aplicarmos um só formulário para avaliação das Doenças
Transmitidas por Alimentos, conforme sugestão do Dr. Eneo Alves da Silva Jr. em seu Manual de Controle
Higiênico Sanitário para Serviços de Alimentação. Nele contemplam todas as informações que precisamos
coletar os acometidos para fazer o processo investigatório, como nome do paciente, horário da refeição,
horário do primeiro sintoma, horário fim da doença, período de incubação e duração da doença (os dois
últimos calculados por vocês através das outras informações). Além das informações sobre os sintomas e
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Feitos esses passo, agora vem o quarto e último passo do Estudo Epidemiológico:
4. Taxa de Ataque para cada alimento envolvido - Para obtermos esse dado é necessário verificar qual
alimento é o mais ingerido entre os alimentos informados na investigação realizada com os acometidos.
Veja abaixo uma planilha exemplo de Cálculo de Taxa de Ataque para alimentos específicos.
Esta é uma forma simples, onde aplicamos este questionário somente com os acometidos (doentes).
Neste exemplo acima, os alimentos com resultados negativos ou nulos são desprezados, levando-se em
consideração o alimento com maior índice de positividade.
Esta planilha pode ser preenchida após aplicação do formulário padrão, onde todos os acometidos já
terão informado quais alimentos ingeriram. Ou seja, depois é só compilar os dados nesta planilha para
Investigação Laboratorial
SECREÇÃO:
realização
2 da coleta os critérios são:
Reforçamos que esta é uma sugestão de análise de secreções, que já é realizada por
algumas empresas do ramo de alimentação. Para verificar como realizar é preciso conferir a
ALIMENTOS:
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• Coletar amostras de pontos de água de consumo comum do local de atendimento;
• Em casos de suspeita de DTA em uma UAN, o líder da equipe de Investigação de DTA, que
normalmente é o responsável técnico, deverá repassar ao departamento da Qualidade as
informações sobre a coleta dos alimentos e análises laboratoriais a serem realizadas.
Investigação Ambiental:
Deve ser realizada uma investigação no local da ocorrência, levando em consideração toda a
cadeia produtiva (desde a matéria-prima, seu transporte, manipulação/preparo/fabricação) até
chegar ao consumidor, hábitos de higiene, aspectos estruturais e de procedimentos (contaminação
cruzada, modo de preparo, tempo/temperatura, manipuladores, conservação dos alimentos e
exposição, ou seja, qualquer fator que possa relacionar a investigação de DTA).
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Processamento e análise dos dados
Formulário de Investigação
Taxa de Ataque dos alimentos envolvidos
Análise Laboratorial das amostras de alimentos
Resultados dos exames das secreções dos acometidos
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Todos esses critérios devem ser cruzados com o objetivo de encontrar a resposta final que todos
querem saber:
Não é fácil chegar a todas estas respostas! Uma investigação muito bem feita precisa ser
conduzida por toda equipe e a parceria entre todos os envolvidos precisa existir.
Somente se manifeste baseado em dados e fatos da investigação. Até que se prove o contrário,
enquanto a investigação não for concluída, a suspeita não será confirmada.
Pense que é sempre melhor prevenir do que remediar. Procedimentos de Boas Práticas são
inegociáveis e há 3 principais situações que temos que evitar para que não tenhamos problemas
com DTA:
Por isso, sempre devemos adquirir as matérias primas de bons fornecedores, estarmos em dia
com a higiene ambiental, pessoal, dos equipamentos, utensílios e dos alimentos e termos
equipamentos que fazem cocção e refrigeração adequadamente.
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PREVENÇÃO É A MELHOR FERRAMENTA
instalações, etc..
Caso
2 você tenha dúvida sobre procedimentos de Boas Práticas na
Manipulação dos Alimentos, nós da UANutri temos um curso especialmente para
você. Entre em contato conosco pelo Instagram @uannutri que te daremos todas
as informações.
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Referências
SILVA Junior, Eneo Alves da, Manual de Controle Higiênico Sanitário em Serviços de Alimentaçao/ Eneo
Alves da Silva Jr. - 8.ed - 818p. São Paulo: Livraria Varela, 2020.
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Essa Cartilha é um modelo geral de como agir mediante a um
surto de DTA, foi baseada em pesquisas, e em nossa vivência
profissional dentro de Unidades de Alimentação e Nutrição,
Queremos reforçar a importância da pesquisa do protocolo
regional junto a VSA de seu município a fim de trabalhar dentro
das normas estabelecidas para o seu local de trabalho.