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DE __________
I- DOS FATOS
Visado abrir um restaurante, José pediu vinte mil reais a Caio, assinando, como
garantia uma nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de
maio de 2010. Na data prevista não houve o pagamento. Caio ao telefonar para
José e educadamente solicitar a quitação do débito obteve como resposta a
promessa de que o valor seria pago em uma semana.
Findo o prazo, Caio contata novamente José, que afirmou estar sem o dinheiro,
alegando que o restaurante não apresentou o lucro esperado. Indignado pela falta
de boa-fé por parte de José, Caio foi ate o local portando uma arma, afirmou que a
dívida deveria ser paga imediatamente, caso contrario, José pagaria com a própria
vida. Assustado José entrou no restaurante e telefonou para a policia, que, no
entanto, não encontrou o requerente quando chegou ao local.
Caio foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de extorsão qualificada
pelo emprego de arma de fogo.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade.
A conduta tipificada no dispositivo legal não corresponde à conduta praticada pelo acusado, já
que esta ausente o dolo de obter vantagem econômica por meio de violência ou grave
ameaça. O acusado apenas queria receber o que lhe pertencia por direito.
Sendo assim, deve ser desclassificada a conduta do tipo previsto no art. 158, § 1º do CP para a
conduta tipificada no artigo 345 do código penal.
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à
violência.
No momento dos fatos o acusado portava uma pistola, mas não fez uso dela, tendo em
vista que não houve violência e nem grave ameaça tornando- se a ação privada de acordo
com o artigo 345, paragrafo único.
Tratando, portanto de uma ação é privada de acordo com o art. 38 do CCP e 103 do CP, onde a
parte ofendida seria legitimada ajuizar a queixa-crime em condição decadencial de seis meses,
contados a partir do dia 24 de maio de 2010 e, como não foi oferecida a queixa-crime até o dia
23 de novembro de 2010, incluiu sobreo feito do fenômeno decadência, resultando com isso a
extinta punibilidade do acusado.
III- DO PEDIDO
1- Diante todo o exposto, requer que seja anulada a presente ação penal, com fulcro no
artigo 397, III do código de processo penal, pois a conduta imputada ao acusado, não
foi praticada por estes elementos previstos no artigo 159 do código penal e estando
ausentes os elementares do tipo a conduta torna-se atípica e réu deve ser absolvido.
2- Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, para que se
verifique a validade de fatos e sejam ouvidas as testemunhas a seguir arroladas no
decorrer da instrução.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local, Data
Advogado
OAB