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Viviana Urbaneja

IES en Lenguas Vivas “Juan Ramón Fernández”


Historia social europea
Segundo cuatrimestre, 2021

Trabalho prático 10: Descolonização

 Pesquise sobre algum processo de descolonização/independência na África. Só


escolha um país, leia sobre esse caso e redija um texto de até 30 linhas resumindo os
aspectos principais.

O primeiro a notar quando se fala do processo de independência no Moçambique é que


Portugal foi a potência Europeia que manteve durante mais tempo seu poder colonial na África;
isto teria mais tarde uma série de consequências políticas, econômicas e sociais no país
africano.

Outro aspecto importante nesta análise é que o colonialismo português produziu um


desenvolvimento econômico muito pobre nas suas colônias africanas em comparação com as
outras potencias europeias, devido à ênfase que fizeram na conversão dos africanos ao
catolicismo e a sua adaptação à cultura portuguesa. Entre outras coisas, isto resultou em um
analfabetismo de um noventa e cinco por cento da população para o momento da
independência em 1975.

As primeiras protestas anticoloniais começaram na década de 1950 e foram pacificas. Mesmo


quando a Grã Bretanha e a França concederam a independência à maioria de suas colônias
africanas, o Portugal decidiu ignorar estas petições. É por isso que os nacionalistas
moçambicanos decidiram que deviam lutar por sua liberdade e três movimentos diferentes se
uniram em 1961 para formar o Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), liderado por
Eduardo Mondlane.

Contudo, existiram numerosos desacordos tanto éticos quanto ideológicos dentro desta nova
organização: luta pacifica contra guerrilha, capitalismo contra socialismo, entre outras coisas.
Mas acontecimentos como a massacre em Mueda em 1960 e o assassinato de Mondlane em
1969 levaram a FRELIMO a adoptar, de maneira definitiva, uma estratégia de guerrilha e a
ideologia socialista, tal como propunha Samora Machel, quem seria o primeiro presidente do
Moçambique depois da independência.

Foi assim como FRELIMO começou seus ataques contra o império português o 25 de setembro
de 1964. Apesar disso, os portugueses aproveitaram que uma parte significativa da liderança
dentro de FRELIMO era mestiça e fizeram que outras etnias no país estivessem contra eles, o
que originou um conflito civil. Isto forçou a FRELIMO a aceitar campesinos entre suas linhas,
mesmo quando tivessem diferenças ideológicas.

Eventualmente, a guerrilha africana contribuiu com a Revolução dos Cravos no Portugal, que
terminou com o governo brutal de António de Oliveira Salazar e seu sucessor. Alguns fatos que
fizeram possível a independência do Moçambique depois de dita revolução foram a simpatia
que terminaram sentindo as forças portuguesas com a guerrilha africana, a importância que
tinha para Portugal sua aceitação na Comunidade Europeia (que exigia aos países membros a
concessão da independência das suas colônias na África) e a importância que tinha para o
Portugal a integração econômica com o resto das nações industriais ocidentais. Foi neste
contexto que, finalmente, o Moçambique conseguiu sua independência o 25 de junho de 1975.

Bibliografia:

 Machel, Samora (1973). O processo da revolução democrática popular em Moçambique. Edições da


Frelimo.
 Abbott, Petter e Ribeiro Rodrigues, Manuel (1988). Modern African Wars (2): Angola and Moçambique
1961-74. Osprey Publishing Ltd.
 Cengage Learning (2021). Mozambique: Independence and a dirty war. Disponível em:
https://www.encyclopedia.com/history/energy-government-and-defense-magazines/mozambique-
independence-and-dirty-war

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