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FACULDADE VISCONDE DE CAIRU


CURSO DE DIRETO

BRANQUITUDE

Salvador
2021
PROFESSORA: EDILENE MACHADO

CARLOS ADAILSON

EVERALDO MENEZES

MICHELLE BRITTO CUNHA BOAVENTURA

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

Trabalho De Antropologia

ETINIA: BRANCA (BRANQUITUDE)


1 INTRODUCAO
1.1 SOBRE O TERMO BRANQUITUDE
1.2 INTRODUÇÃO
2 BRAQUITUDE NO BRASIL
3 MANUTENÇÃO DO PRIVILÉGIO
4 PRESTIGIO CONCEBIDO PELA BRANQUITUDE
5 OMISSÃO DO BRANCO
6 ALGUNS DADOS
7 DE ONDE VEM A BRANQUITUDE
8 PARES OPOSTOS

1 INTRODUCAO

O branco foi por toda história (auto)representado como o ser


humano ideal, o que lhe conferiu ao longo de séculos uma situação
de privilégio que é legitimada na sociedade até os dias atuais.
Embora ao nível de produção acadêmica já tenhamos avançado
bastante no que diz respeito a tentativa de desconstrução do
estereótipo que, não por acaso, mantém o negro numa condição
inferior, o espaço ainda mínimo que tem se dado para as discussões
que ponham em evidência a real contribuição do branco para a
existência deste quadro social tem favorecido a legitimação de um
status que consegue se manter mesmo com o crescimento de
políticas de enfrentamento ao racismo

2 BRAQUITUDE NO BRASIL

No Brasil, apesar do termo branquitude já ter sido utilizado pela


primeira vez na obra de Gilberto Freyre, é somente a partir do ano
2000 que o tema passa a ganhar força no cenário acadêmico.
Apesar da visibilidade que as pesquisas sobre a identidade racial
branca têm ganhado nos últimos anos, o número ainda restrito de
estudos relacionados ao tema apontam para a necessidade de
construir bases sólidas para a discussão e ampliação de uma
questão repleta de lacunas históricas.

Em 1957, Guerreiro Ramos já discutia o que chamou de “patologia


branca no Brasil”. Segundo o autor, a utilização do negro como
tema por pesquisadores brancos era uma forma de assegurar a sua
brancura. Exaltando seus traços europeus, estes pesquisadores
mantinham o status de superioridade e a situação de privilégio da
qual desfrutavam. Entre os pesquisadores que adotavam essa
prática, denominada por ele como “patologia-protesto”, estão Nina
Rodrigues e o próprio Gilberto Freyre citado anteriormente.

3 MANUTENÇÃO DO PRIVILÉGIO

Em 1957, Guerreiro Ramos já discutia o que chamou de “patologia


branca no Brasil”. Segundo o autor, a utilização do negro como
tema por pesquisadores brancos era uma forma de assegurar a sua
brancura. Exaltando seus traços europeus, estes pesquisadores
mantinham o status de superioridade e a situação de privilégio da
qual desfrutavam. Entre os pesquisadores que adotavam essa
prática, denominada por ele como “patologia-protesto”, estão Nina
Rodrigues e o próprio Gilberto Freyre citado anteriormente.

4 PRESTIGIO CONCEBIDO PELA BRANQUITUDE


no contexto atual de discriminação no Brasil já é comum as pessoas
admitirem que tem um “pé na cozinha”, na tentativa de forjar uma
falsa ideia de democracia racial, o que não diminui, pelo contrário, o
poder e o prestígio concedido pela branquitude. Para Sovik os
resquícios coloniais já não são o principal problema nessa discussão.
“É um texto anacrônico, mas nem tanto. Guerreiro Ramos abriu
frentes que ainda estão presentes na discussão” (SOVIK, 2004, 369

Ao entrevistar moradores de classe média da zona sul do Rio de


Janeiro, Nervell percebeu:
contradição frequente nos discursos de pessoas que ao mesmo
tempo em que identificam a mistura de raças como fonte da nação
brasileira, utilizam esse ideal de mistura para identificar em suas
origens traços que lhe deixam praticamente de fora desta nação.

5 OMISSÃO DO BRANCO

Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil, o livro


reúne trabalhos relevantes sobre a temática. De acordo com Bento,
a branquitude pode ser definida como “traços da identidade racial
do branco brasileiro a partir das ideias sobre branqueamento”
(BENTO, 2002, p. 29). Na obra é possível encontrar uma reunião de
trabalhos que discutem o silenciamento do branco diante da
história como forma de manter o status. A estratégia é aumentar a
visibilidade sobre o negro enquanto o branco permanece omisso na
história
6 ALGUNS DADOS

A despeito do carácter miscigenado da população brasileira, há um


grupo expressivo de pessoas que se classifica como brancas.
Essa descrição não é uma mera aparência física das pessoas
Ser branco é uma condição que carrega significados para além da
cor da pele

7 DE ONDE VEM A BRANQUITUDE


Identidade sócio histórica que tem origem durante a expansão
colonial europeia, mais que assumiu feições variadas dependendo
do contexto.
Não e o oposto da negritude nem tem o mesmo status de
identidade racial
Identidade normativa, invisível (para quem?)
8 PARES OPOSTOS
Ser negro Ser branco
Dificuldade de aprendizado Inteligência
A antítese de belo Beleza
Malandragem Trabalho
Sexualidade exacerbada Castidade
Sem história Família
Emotividade Tradição
Organização
Racionalidade

Conclusão

Podemos concluir que o "privilégio da branquitude", traz de como a


construção do homem branco se deu ao privilégio e que tornaram o negro
um grupo excluído numa posição social na nossa sociedade. Isso se
evidencia na descrição dos aspectos cultural, histórico e sociológico e
consequentemente trazendo sim, uma narrativa de poder de um sobre o
outro. O estudo da branquitude nas academias foram respostas da
Antropologia que sempre foi muito branca e sempre diversa e sempre
estudou o homem branco no lugar de poder e status, trazendo uma nova
retórica para poder explicar a patologia mental dessas pessoas brancas
que viveram com privilégios dentro do sistema da escavidão, da opressão
e do racismo.
Vimos que os Estados Unidos, principalmente nos anos de 1990, como
Critical Whiteness Studies, que inclusive inspirou os termos: branquitude
critica e branquitude acrítica. Linhas que procuravam descobrir e
distinguir os diferentes tipos de racismo desde que os praticados
sutilmente pela polícia, foi o principal centro de pesquisa sobre o tema
referido, como também, Inglaterra, África do Sul, Austrália e Brasil. E
diante de tantos nomes, vale ressaltar o que trouxe, em 1952, a
preocupação de libertar o branco da sua branquitude e o negro da sua
negritude, foi o que Masques Blanc defendia. Citando também e que
pagou com sua própria vida pela causa, o ativista Steve Biko, também um
percussor na análise da identidade racial branca a respeito da branquitude
sul-africana. Na Austrália, por exemplo, esses estudos são muito utilizados
de como aquele usou as políticas para de migração para se transformar
em um país que todos veem como basicamente branco.
O que se é revelado, através do estudo em todos os países que falam
sobre o tema é que é o branco o primeiro a ser beneficiado em todas as
formas de políticas implantadas e em todos os movimentos históricos na
nossa sociedade. O racismo foi uma construção científica sobretudo no
século XIX, e os brancos produziram essas teorias do determinismo racial,
que diziam que existiam separação essenciais entre os brancos e os
negros. O racismo é o discurso criado por povos brancos e europeus. Que
se entende historicamente de domínio de um povo sobre outro. A Europa
dividiu o mundo, e foi a partir desse momento que criamos toda essa
mitologia da brancura. Temos de forma muito clara, na própria história de
branquear e dá valor a isso que é de um total "erro".
O negro e o branco se descobrem nas relações, um não pode dizer sobre sí
por inteiro ontem e hoje. E nessa relação que se é descoberta que haverá
uma construção. A identidade não é algo rígido, é uma construção social.
Os negros sofrem o racismo porque não dominam a posição de mando,
mesmo com que tenha se observado mudanças, ainda é em minoria nas
grandes empresas, nos governos, nas escolas, nas universidades, nos
mercados e etc. Porque já monopolizamos esses lugares.
Por conta disso, é preciso que façamos esse movimento, antirracista
branco. Onde o protagonismo não é do branco, e sim, do negro. Por isso é
tão importante ter um lado de uma sociedade de conhece e reconhece o
racismo e que fala com os demais é de suma importância. O perigo está
nessa recriação de racismo atual e perversa. Onde algumas
exteriorizações de identidade e respeito do negro com ele próprio, são
desvalorizadas por essa branquitude que através de frases, "hoje não
pode falar nada que tudo é preconceito", perpetuam na banalizam dessa
história e insistindo nessa desigualdade que nos percorre até hoje que
podem ser comprovado essa discriminação através de dados seriamente
apontados. James Baldwin, que resume o conceito: “Branco é a metáfora
do poder”. E é verdade, ninguém fala de literatura branca e/ou teatro
branco, mas do negro sim é enfatizada. na história o branco é dotado de
beleza e intelectualidade. A branquitude chega justamente para
transmitir e apontar os privilégios simbólicos e materiais do branco.
A pesquisadora em Psicologia Social da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Lia Vainer Schucman, traz em um de seus pensamentos o
seguinte:
"O primeiro é o reconhecimento da branquitude. Ou seja, o indivíduo
reconhece que a condição de branco lhe confere privilégios. O segundo é o
entendimento de que o racismo é um problema atual e não apenas um
legado histórico. Esse legado histórico se legitima e se reproduz todos os
dias e, se o indivíduo não for vigilante, acabará contribuindo para essa
legitimação e reprodução. O terceiro é o entendimento de que as
identidades raciais são aprendidas. Elas são o resultado de práticas sociais.
O quarto é tomar posse de uma gramática e de um vocabulário racial. No
Brasil, evitamos chamar o negro de negro. Como se isso fosse um
xingamento e como se evitar essa palavra pudesse esconder o racismo.
Para combatê-lo, temos de ser capazes de falar de raça abertamente. O
quinto é a capacidade de interpretar os códigos e práticas realizadas. Isso
significa perceber quando algo é uma expressão de racismo e não tentar
camuflar, dizendo que foi um mal-entendido".
A branquitude traz como estudo não o oprimido, mas o estudo e reflexão
em cima do opressor. É preciso deslocar a tensão e analisar quem tem
privilégios, quais são eles e quem tem o poder de mudar isso. É de suma
importância compreendermos o racismo e tudo que ele traz ao longo da
nossa história, mas é de importância ainda maior a reflexão do branco
nesse papel em sua branquitude. Seja ela branquitude critica ou acritica, a
desconstrução de pensamentos, comportamentos e opiniões é necessário
e essencial no nosso currículo histórico, para que a nova geração já tenha
contato com essa desconstrução e alcance minimamente a reparação em
todos os requisitos sociais na nessa "dívida" consciente ou não com a
população negra.

Referências Bibliográficas:
 https://filosofiapop.com.br/podcast/filosofia-pop-020-branquitude/
https://www.geledes.org.br/definicoes-sobre-
branquitude/?noamp=available

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