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DA POLÍTICA TERRITORIAL
Resumo:
Abstract:
The work is structured in the deepening of the territorial planning policies, from the
centrality of the relation State, capital and work. With this it is understood that the
politics of Identity territories can be interpreted from the discussion of the State as an
instrument of capital control, being this determinant in the spatial and territorial (re)
production scales. With this, the actions of territorial organization planned by the
State are linked to the macroeconomic actions of productive restructuring of capital.
In this sense, the objective of this work is to analyze the Sisal Identity Territory,
located in the State of Bahia, based on the planning actions of the National Program
for the Sustainable Development of Rural Territories (PNDSTR) and its operational
structure.
Key-words: State; Capital; Territory.
1 – Introdução
A análise do espaço como categoria da Geografia tem promovido uma série de
inquietações epistemológicas nos ambientes de pesquisa e ensino da ciência
geográfica. O debate permeia complexas relações espaciais do modo de produção
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capitalista nas diferentes escalas de abordagem. No presente trabalho, a concepção
de espaço é abordada em sua condição material de (re)produção das relações
sociais, a partir da transformação da natureza através do par dialético capital vs
trabalho. Partindo desse pressuposto, as relações de (re)produção social que são
materializadas no espaço geográfico estruturam também o território, enquanto
parcela do espaço, delimitada por relações de poder, em ordem econômica, política
e cultural.
Os processos e fatores que caracterizam uma unidade territorial não se
fundamentam apenas nas particularidades das relações locais, mas principalmente
sob a influência de uma lógica de domínio e exploração do trabalho que corresponde
à totalidade do sistema capitalista e que determina as relações sociais na escala
territorial.
Neste sentido, a análise sobre as ações da política de desenvolvimento
territorial pode ser compreendida através da crítica ao discurso de emancipação
social, defendida nas estratégias dos governos neoliberais, engendradas nos
debates da promoção do capital social e do desenvolvimento endógeno. Tendo em
vista que as ações direcionadas pelo Estado sob a lógica neoliberal, fundamentadas
neste debate objetivam um planejamento estratégico para intervenção no cenário
social, espacial e econômico. No entanto, estas ações são desenvolvidas sem
rompimento da relação de acumulação do capital através do par dialético do capital
vs trabalho. Cabe ressaltar ainda que estas políticas de ordem territorial do Estado
foram promovidas no período de crise do capital na década de 1980 e sua
reestruturação através da política neoliberal.
A política territorial é posta como promovedora de conquistas sociais, mas
significa limites aos anseios mais radicais da sociedade civil; uma vez que emerge
de um processo de mediação e governança. (ROCHA, 2015, p.17).
Na condição de aprofundamento teórico e empírico sobre a temática
analisada, o presente trabalho objetiva analisar a política de desenvolvimento
territorial, destacando o PNDSTR (Programa Nacional de Desenvolvimento
Sustentável de Territórios Rurais) que foi instituído pelo MDA (Ministério do
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Desenvolvimento Agrário) através da SDT (Secretaria de Desenvolvimento
Territorial).
No Estado da Bahia, estas ações foram ampliadas com o PTC (Programa dos
Territórios de Cidadania), reconhecidos comumente como Territórios de Cidadania.
No projeto inicial, o MDA identificou nove territórios no Estado da Bahia, sendo
estes; Território Metropolitano de Salvador, Litoral Sul, Chapada Diamantina, Irecê,
Sisal, Baixo Sul, Itaparica, Semiárido Nordeste II, Sertão São Francisco, tomados
pelo órgão como Territórios Rurais com exceção do primeiro que corresponde a
extensão metropolitana da capital baiana.
O cenário atual da politica territorial na Bahia não se limita aos citados acima.
Ao longo dos últimos anos, a política territorial passou por ampliações, o que
estabeleceu uma maior territorialização do Estado da Bahia, configurando na
atualidade 27 (vinte e sete) Territórios de Identidade. Com isto a Bahia passou a ser
um dos estados da federação com maiores investimentos em projetos territoriais,
tornando-se um destaque em potencial para o cenário federal, ao consolidar os vinte
e sete Territórios de Identidade (FIGURA 1).
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Figura 1: Territórios de identidade do Estado da Bahia.
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relações de identidade promovem o discurso de que o poder de decisão é exercido
pelos atores sociais que compõem o território.
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Na qualidade de modo especifico de controle sociometabólico, o sistema do capital inevitavelmente
também se articula e consolida como estrutura de comando singular. As oportunidades de vida dos
indivíduos sob tal sistema são determinadas segundo o lugar em que os grupos sociais a que
pertençam estejam realmente situados na estrutura hierárquica de comando do capital (MÉSZÁROS,
2011, p.98).
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abordagem de maior participação social dos indivíduos envolvidos no território
através das ações de envolvimento das entidades territoriais na governança local,
tendo este um caráter endógeno de desenvolvimento.
Entretanto cabe ressaltar que o período final da década de 1980 e inicio da
década de 1990 que dá inicio ao planejamento das políticas territoriais e promoção
do discurso da descentralização das tomadas de decisões situa-se nos anos de
consolidação dos governos neoliberais do Brasil. Neste sentido, nossas inquietações
permeiam pela análise das estratégias da descentralização do poder estatal através
das políticas de planejamento territorial na condição de reestruturação produtiva do
capital baseado no modelo neoliberal.
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rurais, onde o Estado passasse a adotar políticas que incorporasse mecanismos de
poder participativo.
‘’Enfim a perspectiva é que se adote um planejamento compartilhado entre o
Estado e a sociedade, por meio da construção de pactos e compromissos
enunciados em políticas públicas nacionais cuja finalidade última seja promover a
transformação social’’ (STEINBERGER, 2006, p.30).
No decorrer das ações de planejamento da política territorial, o Estado legitima
a criação de setores que têm objetivo central o desenvolvimento destas políticas
públicas. Destaca-se a Secretaria de Desenvolvimento Terrtorial (SDT) que realiza
uma análise de problemáticas do atual cenário de ordenamento do país. A SDT
apoia-se na concepção de que; a) o espaço rural não se resume as atividades
agrícolas; b) o recorte municipal é muito restrito para o planejamento e articulação
de esforços visando a promoção do desenvolvimento, e o recorte estadual é
excessivamente amplo; c) necessidade de descentralização das políticas públicas;
d) o território é a unidade que melhor dimensiona os laços de proximidade entre
pessoas, grupos sociais e instituições, capaz de estabelecer iniciativas voltadas para
o desenvolvimento (BRASIL/MDA/SDT, 2005).
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forma descentralizada e sustentável, articuladas às redes de apoio e cooperação
solidária (BRASIL/MDA/SDT, 2012). Contudo,
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O território de identidade do Sisal se estruturou desde as primeiras
territorializações realizadas pelo Estado brasileiro através do PRONAF. Tendo a sua
nomenclatura associada ao plantio e processamento da fibra de sisal com relações
comerciais de exportação, ao longo dos anos esta atividade marcante deste território
vem sendo substituída por uma gama de atividades produtivas nos setores
agropecuária e serviços.
No entanto, o destaque para este território, bem como nossas inquietações na
condição de pesquisadores ultrapassam a compreensão da cadeia produtiva
territorial. Cabe ressaltar neste processo de análise a valorização do Estado para as
ações de promoção deste território.
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do capital. Neste sentido, a ampliação destas políticas e a valorização do Estado
reproduzem as relações de exploração que marcam a sociedade capitalista. Assim,
estas políticas ocultam os conflitos que estruturam a (re)produção espacial de
acumulação do capital.
3.0 Conclusão:
Referências Bibliográficas:
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LIMA, L.G.; CONCEIÇÃO, A. L. O Estado e o desenvolvimento territorial como suportes para
a dominação do capital. Scientia Plena. São Cristóvão, Universidade Federal de Sergipe, v.
5, n.12,p.1-11,2009.
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Flavio R. Kothe. São Paulo: Nova cultural, 1988ª.
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Paulo: Hucitec, 1987.196p.
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