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PESQUISAS CAD - ACONSELHANDO UM MENTIROSO

PESQUISAS CAD

ACONSELHANDO UM MENTIROSO
Daniel de Figueiredo Ramos

SÃO PAULO
OUT/2018

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PESQUISAS CAD - ACONSELHANDO UM MENTIROSO

INTRODUÇÃO

O estudo mais detalhado sobre a mentira, explorando suas


possíveis origens, suas variáveis, seus reflexos e consequências na vida de alguém que
se professa servo de Deus, pode auxiliar conselheiros noutéticos na desafiadora tarefa
de aconselhar biblicamente, ajudando seus aconselhados a retomarem o caminho da
verdade, o qual os deixará frente a frente com o caráter do Deus absoluto das Escrituras
Sagradas.

Nesse passo, cumpre-nos salientar que a mentira por seus


diversos “aspectos” e “formas” deve ser constantemente resistida por àqueles que
pretendem traçar um caminho de santidade e adoração ao Senhor, haja vista que o dizer
e o pensar a verdade, em diversas situações, representará um desafio de sacrifício do
próprio orgulho e da teologia que se está vivendo.

O QUE É A MENTIRA?

Em busca de uma definição secular podemos perceber que


a mentira não se trata apenas do oposto a verdade, mas também do engano ou falsidade,
nesse sentido traz o dicionário PRIBERAM a seguinte definição:
“men·ti·ra
(origem controversa)
substantivo feminino
1. .Ato de mentir.
2. Engano propositado. = FALSIDADE
3. História falsa. = PATRANHA, PETA, TANGA
4. Aquilo que engana ou ilude. = FANTASIA, ILUSÃO

mentira oficiosa
• A que tem por fim .tranquilizar sem prejuízo de terceiro.

("mentira", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa


[em linha], 2008-2013,
https://dicionario.priberam.org/mentira [consultado em
27-10-2018].)”

Interessante perceber também que secularmente existe um


tipo de mentira conhecida como “mentira oficiosa”, que pode ser considerada uma

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mentirinha, ou, como alguns psicanalistas afirmam, simples “jogo de cintura”, a qual,
via de regra, não traz prejuízo a terceiro.
No contexto cristão, a maior dificuldade é encontrada
quando se trata da área cinza entre a verdade e a mentira evidente, é nesse espaço que
muitos cristãos tem realizado concessões à mentira e conforme o pastor e conselheiro
Rick Thomas em seu artigo “Why it is easier to lie than to tell the truth?” (“Por que é
mais fácil mentir do que dizer a verdade?”) o nome dado a essa mentirinha é pequena
mentira branca.

Thomas ainda descreve três subtítulos para elas, os quais


vamos apresentar em seguida:

1) Retirando uma parte da verdade:


O pastor ensina que nesse tipo de variação o mentiroso
escolhe não contar toda a verdade, escondendo de seu
interlocutor uma parte da verdade. Ressalta ainda, que em
alguns casos esconder parte da verdade porque seu
interlocutor não esteja pronto pra ouvir pode ser
demonstração de piedade, no entanto na maioria das vezes
tal conduta tem interesses pessoais pouco ou nada
relacionados na preservação ou cuidado com o próximo.

2) Adicionando à verdade:
Quanto a essa modalidade nos ensina que acrescentar
elementos a mais em uma verdade com a intenção de
deixa-la mais convincente ou impactante também é mentir,
como exemplo temos todas as vezes em que somos
tentados a falar mais e com mais dedicação sobre tudo
aquilo que acertamos e pouco, ou nada, sobre aquilo que
erramos.

3) Evitando a verdade:

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Nessa modalidade de mentira o indivíduo se concentra em


desviar o foco daquilo que não pretende discutir, revelar
ou tratar.
Assim, como vimos a definição de mentira é mais
complexa do que simplesmente não dizer a verdade, se, por interesses pessoais, lhe
ocultamos uma parte ou lhe acrescentamos algo ou, ainda, propositalmente, desviamos o
foco da verdade para não ter de lidar com ela, faltamos com a verdade e, portanto,
pecamos. Em Cristo Jesus podemos amar inteiramente nossos irmãos, mesmo quando
somos carecedores de perdão, confiando no amor de Deus e em seu perdão.

QUAL A VISÃO DOS DESCRENTES

Inicialmente, cumpre-nos de forma bastante sintética


instrumentalizar os conselheiros bíblicos sobre a visão e o “tratamento” desenvolvidos
por psicólogos, psicanalistas e demais profissionais da área não comprometidos com a
palavra de Deus, posto que por vezes terão a oportunidade de ajudar pessoas que
passaram diversos desses “métodos” sem obter a única verdade que pode libertá-las,
Cristo.

Nesse sentido, em seu artigo intitulado: “AS 9


CARACTERÍSTICAS DO MENTIROSO COMPULSIVO”, a psicanalista Patrícia Vaz
descreve o hábito de mentir com frequência, chamado de “Síndrome de Pinóquio”, em
duas formas básicas, a mentira compulsiva, em que são inventadas histórias para
livrar-se de problemas e a mitomania, (...), é uma tendência patológica à fabulação.

A psicanalista prossegue em sua análise e apresenta 09


possíveis causas que conduzem as pessoas à mentir, dentre as quais:
1- Necessidade de atenção – o indivíduo precisa ser o
centro das atenções, de forma que as pequenas
mentiras vão se incorporando à sua personalidade;
2- Contador de histórias – o indivíduo precisam sentir-se
superiores, de forma que as mentiras vem na forma de
grandes feitos (história de pescador);

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3- Esconder-se – o indivíduo acumula mentiras


sobrepostas no sentido de sustentar uma mentira ou
esquivar-se de fato que entende danoso a si;
4- Mesma história, personagens diferentes – o indivíduo
se perde em seu comportamento reiterado de forma
que pode contar a mesma história com pequenas
mudanças de data, pessoas e local, a fim de manter-se
interessante e com alto valor próprio;
5- Baixa auto-estima – um complexo de inferioridade é a
mais comum das causas que levam o indivíduo a
mentir como meio de pensar ser mais importante e
apreciado;
6- Déficit de Atenção e Hiperatividade (DDA) – o
temperamento impulsivo de um adulto DDA pode
conduzi-lo a ser um mentiroso compulsivo;
7- Transtorno Bipolar – as mudanças de humor do bipolar
entre depressivo e maníaco podem, na fase maníaco,
os conduzir a uma compulsão por mentir;
8- Dependências – “Pessoas dependentes de drogas e
jogos, frequentemente apresentam estes sintomas. Eles
podem mentir para escapar de situações difíceis, sair
de problemas financeiros ou esconder a verdade sobre
si da família e amigos.”
9- Negação da realidade – “Pessoas que são incapazes de
enfrentar a verdade, ou estão vivendo em negação da
realidade são verdadeiros mentirosos compulsivos.”

Assim, se observarmos as “causas” apontadas para a


compulsão em mentir podemos observar que tratam-se de pessoas desesperadas por
entender qual o valor suas vidas, qual o sentido para seus medos e sofrimentos e como
podem amar e serem amadas. O problema básico, no entanto, é que as respostas
buscadas jamais serão encontradas no interior dos indivíduos caídos e desconectados do
Deus vivo da criação.

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Em outra vereda, Douglas Bookman, em seu artigo:


“Ídolos inúteis - Mentiras vazias!” faz um importante alerta aos conselheiros cristãos
que não se focam exclusivamente na palavra de Deus, relatando que muitos têm
legitimado modelos de aconselhamento que “legitimam uma preocupação narcisista
com o eu” ou “que fabricam uma dimensão para a psique humana”, a qual tem
resultado em tornar os indivíduos irresponsáveis por seus pecados por serem em vítimas
de doenças da mente, ou ainda, que os homens podem se enraivecer com Deus e que
expressar tal descontentamento trará “benefícios espirituais e terapêuticos”, ou ainda,
modelos que falam em cura e crescimento espiritual sem qualquer preocupação com
oração e o espírito Santo.

Assim, entendemos que a única forma de conselheiro e


aconselhado se protegerem da influência desses modelos vazios mas sedutores é o
estabelecimento de um firme compromisso proposital e focado na glória de Deus, por
meio da confissão de pecados e de adequada entrega da direção da vida à serviço de
Deus.

MENTIRA:RAÍZ OU FRUTO

Em sede de aconselhamento bíblico é recorrente a


utilização da ilustração da árvore, representando uma pessoa, que possui suas raízes
cravadas em um coração, representação do conjunto dos pensamentos sentimentos e
vontades de uma pessoa, em que os frutos, comportamentos externados por essa pessoa,
são resultado do que “alimenta” a árvore, ou seja, dos desejos que dominam o coração.
(Tiago 4:1)

O pastor Joshua M. Greiner em seu artigo: “Aconselhando


um mentiroso: o coração de uma mentira (parte 1)”, enriquece a ilustração acima
ensinando que existem alguns nutrientes, posturas piedosas, que são necessárias para se
cultivar desejos que agradam ao Senhor e, que provavelmente, estão ausentes no
“cultivo” do coração do mentiroso. São eles:

1) A valorização daquilo que Deus valoriza:

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O cristão piedoso deve se esforçar para compreender


aquilo que realmente tem valor para Deus. O mentiroso
estabelece valor a partir da ótica do Eu, percebe coisa
erradas como essências e, com frequência, atribui valor à
coisas e situações que para Deus são absolutamente
inúteis.
2) A firmeza de julgamento de acordo com a Palavra
de Deus:
O cristão piedoso não pode cultivar desejos de adoração
ao Senhor sem ter firmeza nos planos e propósitos de Deus
expostos em Sua Palavra, em se tratando da questão em
tela, dizer sempre a verdade. O mentiroso prefere ignorar
passagens como Apocalipse 22:15, no qual o mentiroso é
colocado ao lado dos assassinos, imorais sexuais, idólatras
e outros.

3) A percepção dos resultados de acordo com o plano de


Deus:
O mentiroso crê, de modo orgulhoso, que não será pego
em sua mentira, que as consequências de mentir são as
mesmas de dizer a verdade. Seu orgulho impulsionado
pela sua falta de firmeza de julgamento e equivocada
noção do que é importante a Deus cega o mentiroso para
os resultados concretos de ações em relação a um Deus
santo e onisciente.

4) O descuido no cultivo do coração:


O cristão piedoso deve ficar sempre atento ao cuidado
com sua conduta, pensamentos e sentimentos, pois esse
cuidado refletirá em seus relacionamentos horizontal e
vertical de adoração a Deus. Nesse sentido, somos
instados a “pensar propositalmente sobre o que é
verdadeiro, o que é correto e excelente (Filipenses 4.8).” e

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isso nos ajudar a estar a preparados para resistir à tentação


de mentir.

Como vimos uma vida piedosa demanda uma postura ativa


por parte do cristão, que intenta em viver conforme Deus ensina por meio de escolhas
conscientes, firmado em um compromisso fiel quanto à compreensão e ao conhecimento
da palavra de Deus, no caso em dizer a verdade, que compreende que somente o Senhor
entende as nuances de plano perfeito e o aceita com alegria e, por fim, ciente que uma
vida piedosa deve refletir em seus relacionamentos.
DESEJOS DE UM CORAÇÃO MENTIROSO

O coração do mentiroso assim como o de qualquer pessoa


é regido pelos desejos que são cultivados por meio daquilo que pensa, se quer e se sente,
o pastor Joshua M. Greiner em seu artigo: “Aconselhando um mentiroso: o coração de
uma mentira (parte 2)”, nos ensina que muitos podem ser os desejos que frutificam em
uma mentira, no entanto ele traz os três desejos mais comuns, segundo sua experiência
como conselheiro e pastor, são eles: O desejo de se proteger, de ser elogiado e de fazer
o que é cômodo.
1) Desejo de se proteger:
O mentiroso tem coração tomado por um desejo de auto
preservação que pode ter muitos desdobramentos
diferentes no entanto os mais comuns são: a) “o mentiroso
não quer ser visto pelo que ele é”, em outras palavras, ele
mente no intuito de proteger seu orgulho ou posição, por
exemplo, o marido que alega saber construir uma casa na
árvore para proteger seu orgulho de homem; b) “o
mentiroso está respondendo ao medo”, em outras
palavras, seria o temor de homens, por exemplo, o filho
que mente para os pais para evitar ser disciplinado;

2) Desejo de ser elogiado:


O mentiroso é tentado a mentir para que seja reconhecido
como alguém especial que merece ser admirado e querido,
como exemplo são as “histórias de pescador”. O coração

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do mentiroso está tão focado no sentimento de


reconhecimento de outros que está disposto a pecar contra
o Senhor.

3) Desejo de fazer o que é cômodo:


O coração do mentiroso é dominado pelo desejo de fazer
aquilo que é mais cômodo, mais prazeroso, a saída mais
fácil, por exemplo quando alguém falha ou esquece de
fazer algo a que havia se comprometido e mente para
evitar maiores transtornos. O pastor ainda associa esse
desejo com o ídolo da preguiça, o qual pode afetar
diversas áreas distintas da vida do mentiroso.

Como vimos o fruto da mentira poderá ser resultado de


diversos desejos distintos, no entanto não podemos nos esquecer, como conselheiros
bíblicos, que todos nós fomos criados como adoradores e que todos pecamos e estamos
destituídos da glória da glória de Deus (Rm.3:23). Assim, não sendo o mentiroso
exceção, este escolheu adorar a criação ao invés do criador e, portanto, mediante a graça
imerecida de Deus, por intermédio de seu conselheiro bíblico, redirecionar sua adoração
ao Criador e assim encontrando o seu verdadeiro propósito para o qual foi criado, adorar
a Deus.

OBSTÁCULOS À RESTAURAÇÃO

O pastor e conselheiro Rick Thomas em seu artigo “Why it


is easier to lie than to tell the truth?” (“Por que é mais fácil mentir do que dizer a
verdade?”), chama a nossa atenção para a dificuldade que é ser honesto e transparente
com outras pessoas, pois é preciso muita coragem e sabedoria oriunda do Senhor para
atingirmos um estado em que a opinião principal que nos controla é a opinião de Deus,
em detrimento da de outras pessoas, ou mesmo, da nossa própria.

Ademais, Rick nos traz duas perguntas auto reflexivas a


fim de realinharmos nossas ansiedades em relação a situações em que somos tentados a

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mentir: 1-“Por que não posso confiar no Senhor e apenas dizer a verdade,
independentemente do que os outros possam pensar de mim?” e 2- “Por que meu
anseio por aprovação ou medo da rejeição é mais importante do que tornar o nome de
Deus grande?”.

A resposta para ambas reside no fato que “Mentir é uma


crise de fé”, quando decidimos que nossa fidelidade a nós mesmos é mais importante do
que obedecer ao senhor não importam as consequências, negamos a soberania de Deus,
negamos sua natureza de verdade, enfim negamos a Deus e confiamos que em nossas
próprias forças, conhecimento e sabedoria. Assim, o mentiroso começa a distorcer os a
verdade de suas ações, no intuito de agradar-se a si em vez de adorar.
O pastor Rick ainda os ensina que a restauração desse
relacionamento com o Senhor pode encontrar alguns obstáculos, vejamos:

1) Ignorância:
O mentiroso desconhece a profundidade do amor de Deus
que entregou seu filho para expiação de pecados, desconhece a intensidade desse amor
que é oriundo do perfeito e soberano Deus. O coração que evita dizer a verdade não está
governado pelo Evangelho, pois não compreende “o caráter completo, brilhante e
magnífico do Senhor em exibição através do Evangelho”. Somente por meio da correta
compreensão do sacrifício da cruz pode-se entender a nossa real identidade em Cristo.

2) Raiva
O mentiroso pode ser um desapontado com o Senhor, pois
em algum momento ele se virou pra trás e mal interpretando os eventos de sua vida
achou-se merecedor de mais do que recebeu, desconsiderando a condição de soberano
amoroso do Senhor e como resultado confia em suas próprias forças para, transgredindo
a verdade, controlar sua vida.

3) Medo
O obstáculo do medo pode, para muitos, parecer
inicialmente intransponível, mas podemos ter convicção da soberania inabalável do
Senhor, assim como de sua fidelidade. Assim, podemos afirmar com segurança que:

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“A pessoa que tem medo de dizer a verdade não foi


suficientemente aperfeiçoada pelo amor de Deus. O amor
perfeito do Senhor deve expulsar nossos medos. Se ainda
somos controlados pelo que os outros podem fazer
conosco, então não fomos adequadamente transformados
pelo Evangelho.” (Tohmas, 2018)

Portanto, a busca da restauração de um relacionamento


com o Senhor pode ser alcançada por meio do conhecimento da verdade sobre o Deus
soberano e amoroso, sobre a nossa verdadeira identidade em Cristo de filhos amados
por Deus, por meio da aceitação plena do plano soberano e perfeito de Deus,
independente do julgamento de nossas preferências e, por meio, da coragem de viver o
evangelho verdadeiro sem qualquer resquício de medo.

A VERDADE QUE LIBERTA

"Não darás falso testemunho contra o teu próximo.” Êxodo 20:16

Se por um lado a mentira representa um dissociar-se da


glória de Deus por meio da negação de seu caráter, de sua soberania, de sua majestade e
de seu amor, a verdade possui um papel fundamental na vida de piedade de todo cristão.
O termo verdade e seus derivados aparecem cerca de 252 vezes na bíblia, sendo a maior
parte, 163 vezes, no Novo Testamento, destas, cerca de metade foram ditas pelo próprio
Cristo.

Adam Parker em seu artigo “Ame E Fale A Verdade”, nos


apresenta “a estreita ligação entre a verdade de Deus e a sua confiabilidade. Porque
Deus não pode negar a si mesmo, então Ele deve manter todas as Suas promessas.”.
Esta certeza traz tanto alento, quanto esperança àqueles que estão lutando contra seus
desejos.

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Em mesma esteira, Parker traz em seu artigo a citação


Hermam Bavinck, o qual aponta diferentes linhas filosóficas nas quais Deus é a
“verdade”:

1) No sentido metafísico. Deus é chamado de “Deus


verdadeiro” em distinção aos ídolos. Nesse sentido,
Deus é “verdadeiro, único, simples, imutável, e um ser
eterno”. Deus é o ser supremo, a suprema verdade, e o
bem. Ele é um ser puro. Ele não possui, mas É a
verdade.
2) No sentido ético. No caso de Deus, há uma completa
correspondência entre o ser de Deus e a sua revelação.
É impossível para Deus mentir ou negar a si mesmo.
3) No sentido lógico. Deus é a verdade no sentido em
que ele conhece as coisas como elas realmente são.
Seu conhecimento é certo, imutável e compreensível.
Não é adquirido através de investigação e reflexão,
mas é inerente ao seu ser divino e precede a existência
das coisas. O conhecimento de Deus é só uma parte da
sua natureza e, portanto, substancialmente verdade. O
ser de Deus compõe a realidade e faz a lógica e o
conhecimento possíveis.

Assim, como vimos a piedade cristã se aperfeiçoa na


medida que o cristão busca conhecer e viver a verdade, ou seja, à medida que busca a
Deus com todos o seu entendimento, coração e alma. Por fim, o trecho da oração de
Agostino resume bem: “Te invoco, ó Deus da Verdade, em quem, por quem e mediante
quem é verdade tudo que é verdadeiro” (Solilóquios I.1)

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BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo testamento. Tradução de João


Ferreira
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<Http://aconselhai.blogspot.com>. Acesso em: 24 out. 2018.

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