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Atividades para grupo de discussão (GD).

Tópico: Sistema Respiratório

Princípios fundamentais em fisiologia respiratória

1. Analise a figura abaixo.

Por que poderíamos imaginar que a curva volume pulmonar x pressão pleural
durante a inspiração e expiração deveriam se sobrepor? Explique detalhadamente.

A diferença no comportamento dessas curvas se deve a: dinâmica de variação de volume X


tensão superficial no alvéolo, a necessidade de vencer a resistência do ar nas vias aéreas;
e característica de elástica, resistência, do próprio alvéolo. Portanto, as curvas não se
sobrepõem devido a variação pleural durante a expiração e inspiração são iguais, como
igual o gradiente de pressão e volume.
Além disso, para as curvas curva volume pulmonar x pressão pleural se sobreporem, teria
que ocorrer a interferência do surfactante, cujo diminui a tensão superficial. Isso pode ser
afirmado com o experimento que fizeram com gatos, ao inserirem solução salina nos
pulmões. Essa solução reagiu com o surfactante, eliminando-o, interferindo, diminuindo a
tensão superficial – força de retração da força elástica do pulmão –, sem a ocorrência de
interface ar-líquido. Resultado: consegue atingir a variação de volume, mas com pressões
menores. Até para manter um pulmão patente, precisa de um gradiente muito menor, pois
não existe tensão superficial.
Logo, a curvas não se sobrepõem, também devido à atuação do surfactante.

2. Explique detalhadamente, com base em conhecimentos físico-químicos e


fisiológicos, porque as curvas pressão pleural vs. volume pulmonar durante a
inspiração e expiração não se sobrepõem?

Incialmente, as curvas pressão pleural vs. volume pulmonar não se sobrepõem, com uma
mesma variação de volume, na inspiração precisa-se de uma maior pressão exercida do
que na expiração. Explicado pela força elástica do pulmão e da tensão superficial do
líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e demais regiões.
Com a Lei de Laplace podemos encontrar a pressão = dobro da tensão / raio. Portanto,
podemos entender como limite de sobreposição as forças de atuação do ar dentro do
alvéolo e as forças de resistência do lado de fora do alvéolo – pressão atmosférica –,
juntamente com a tensão elástica do alvéolo. A força elástica é contribuída pela tensão
superficial: alvéolos são recobertos por líquido, promovendo interface ar-líquido. Essa força
irá contribuir de maneira significativa para retração do alvéolo, direcionada para o centro do
alvéolo, o seu colabamento. Juntamente com a força de elástica do tecido pulmonar com a
contribuição da tensão superficial, resulta na tentativa de abaulamento do alvéolo. O que
irá se opor a essa tendência de colabamento é o gradiente de pressão ar-alveolar e
cavidade pleural. Se aumenta o gradiente de pressão, irá vencer essa força e irá expandir
o alvéolo, sendo o contrário válido também para retrair o alvéolo. O volume ao final do
alvéolo irá depender a tensão superficial, do raio e da variação de tensão e de pressão.
Logo, essas são as características para as curvas pressão pleural vs. volume pulmonar se
sobrepõem.
Para elas não se sobrepõem, existe a atuação do surfactante. Esse irá atuar como
detergente, interagindo com as moléculas de água na interface ar-líquido, desestruturando
as moléculas de água, por fim, reduzindo a tensão superficial na interface ar-líquido. Além
disso, possuímos diversos tamanhos de alvéolo, mas o surfactante irá equalizar essa força
de tensão superficial em tamanhos diferentes e ao longo do processo de expansão. Assim,
quanto maior o tanho do alvéolo, mais disperso o surfactante fica; e quanto menor o
tamanho do alvéolo, mais concentrado estará o surfactante. Isso pode ser relacionado com
a lei citada de Laplace.

3. Qual o papel do surfactante no processo ventilatório? Como uma alteração na


concentração de surfactante no líquido alveolar alteraria as curvas no gráfico acima?
Represente graficamente como ficariam as curvas mediante aumento e diminuição
na concentração de surfactante no líquido alveolar?

O surfactante no processo ventilatório tem como papel principal a redução da tensão


superficial nos alvéolos, na interface ar-líquido, evitando o colabamento do alvéolo. Em
conformidade com a Lei de Laplace, a pressão superficial está relacionada com o dobro da
tensão à resistência a deformação, dividido sobre o raio. Pensando em dois alvéolos com
raios iguais, o surfactante iria atuar diretamente na tensão à resistência a deformação, cuja
característica é diminuir a tensão superficial. Caso o surfactante esteja com metade da sua
concentração, a força final da pressão superficial seria aumentada em 50%, proporção
igual e direta da concentração do surfactante. Logo, aumentaria a força de tensão
superficial, com tendência maior ao colabamento, sem o surfactante.

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