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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.

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SALMO 133

“Ecce quam bonum et Quam iucundumhabitare


fratres in unum

Sicut unguentum in capite Quod descendit in barbam


barbam Aaron

Quod descendit in ora vestimenti eius Sicut


rosHermon quod descendit Iin montem Sion quoniam
illic mandavit Dominus Benedictionem et vitam
usque in saeculum”

SALMO 133

“Oh! Quão bom e suave é que os irmãos vivam em


união.

É como o óleo precioso sobre a cabeça. Que desce


sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à
orla dos seus vestidos.

É como o orvalho de Hérmon que desce sobre

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Sião; porque ali

O senhor ordenou a bênção e a vida para sempre.”

ÍNDICE

1ª PARTE

ARTIGOS
1 – Landmarks

DESTACADOS
2 – A Bíblia

2.1 – A divisão da
AS QUATRO BORLAS –
Bíblia

UM ANTIGO SÍMBOLO
2.2 – A abertura da
2ª PARTE
OPERATIVO
Bíblia – Salmo 133

6. Análise EGRÉGORA – ENERGIA


3 – Os Salmos :
interpretativa
CONCENTRADA
classificação

6.1 Oh! Como bom e MAÇONARIA: PAZ,


4 – Personagens
suave é que os irmãos HARMONIA E
Bíblicos

vivam em união…
CONCÓRDIA
4.1 – David
ENSAIO: GNOSE
6.2 É como o óleo
4.2 – Aarão
O NÍVEL CULTURAL
precioso sobre a
4.2.1 – Tabernáculo, DA MAÇONARIA
cabeça…

precursor do Templo
A ESTRELA DE CINCO
6.3 É como o orvalho
4.2.2 – A Arca da PONTAS
de Hermon…

Aliança
O AMOR DO NATAL
Conclusão

4.2.3 – O simbolismo SALMO 133 – ANÁLISE


Notas Bibliográficas

da Arca
E INTERPRETAÇÃO
Bibliografia
4.2.4 – Vestes de MAÇONARIA E REDES
Aarão
SOCIAIS – UMA
4.2.5 – O óleo da REFLEXÃO
unção
INSTRUÇÃO DE
5 – Os Montes
APRENDIZ 1
5.1 – Hermo SÃO JOÃO
PADROEIRO DA
MAÇONARIA: MAS QUAL
Introdução
JOÃO?
PITÁGORAS E A SUA
Grande parte do cerimonial maçônico tem sua FILOSOFIA
origem, nos ritos da antiguidade, adaptado às O TEMPLO DE
exigências modernas. Dos ritos antigos, a SALOMÃO
influência mais visível é da hebraica.(Castelani, A ACÁCIA
1993, p.19). No dizer do citado autor, a Maçonaria A MAÇONARIA E O
moderna é considerada como a herdeira dos ritos, LIVRO DA LEI
práticas e tradições hebraicas, a começar pelo
Templo de Jerusalém, que é o arquétipo das

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Igrejas, e
indiretamente dos
Templos Maçônicos.
Para que pudesse
analisar o Salmo 133,
denominado Salmo
da Fraternidade ou
da Concórdia, dividi o
trabalho em duas
partes. A primeira,
desenvolvida de
forma descritiva, procura situar dois personagens
bíblicos, dentro de um contexto histórico: Aarão,
citado nominalmente, e David, tido como autor do
citado salmo. Da mesma forma, dois pontos
geográficos também mereceram análise: os
Montes Sião e Hermon.

Pretendo também comentar a relação existente


entre os Landmarks e a obrigação da abertura de
um Livro da Lei, no nosso caso a Bíblia, cujos
salmos fazem parte da mesma. Na segunda parte
deste trabalho, irei analisar de forma subjetiva os
dizeres do Salmo 133 e os ensinamentos que dele
se podem ser extraídos. Para a consecução do
objetivo me apoei em várias fontes: a Bíblia
Católica, livros, Revista Trolha, boletins de lojas e
vários sites da internet, todos relacionados na
bibliografia.

1 – LANDMARKS

A palavra, cuja origem é inglesa, no seu sentido


etimológico, pode ser entendida como “limites
fronteiriços” (land = terra e mark = marca, limite)
que delimitam um território e que, por isso não
podem ser alterados ou removidos. A Grande Loja
Maçônica de Minas Gerais define os Landmarks
como “… as mais antigas leis que regem a

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Maçonaria Universal, pelo que se caracteriza pela


antiguidade” (1)·.Allec Melor (1989) define os
Landmarks como: “Landmarks são as regras de
conduta queexistem desde tempos imemoriais – seja
sob a forma de lei escrita ou não escrita -, que são
co-essenciais à sociedade (maçônica), que são
imutáveis, e que todo maçom é obrigado a manter
intactas, em virtude dos mais solenes e invioláveis
compromissos”.(2)

Nos primórdios da nossa ordem, não existiram


normas e regras escritas diferentemente dos
Templários, que a tinham escritas (3). O Irmão
Francisco José Lucas da A R L S Baden Powell,
n.173 da G L S P, assim se exprime a respeito: “… o
pensamento filosófico ia se formandooralmente, se
consolidando e sendo transmitido por herança dos
mestres aos discípulos, pois, sempre existe quem
ensinasse e que ouvisse e aprendesse. Todaatradição
oral, no entanto, se sujeita a alterações e
interpretações e somente com princípios básicos é
que essa filosofia de vida pode subsistir e se
manteraté agora.Tais são os veneráveis Landmarks
da Franco Maçonaria RegularUniversal “. (4)

No mesmo trabalho o Irmão Francisco nos diz que


os Landmarks não foram escritos por nenhum
legislador; não é menos verdade que, por mais que
o historiador maçônico procure as suas origens, ele
encontra textos relacionados à sua existência. Diz
textualmente: “… desde a era operativa, os Olds
Charges mencionam osprincipais deles:crença em
Deus, respeito à Lei Moral, Loja, segredo,
masculinidade. O Poema Regius atribui-lhes uma
forma didática “. (5)

Em1723. a Franco Maçonaria proclama nos


Estatutos de Anderson que citam as General
Regulations de Payne: “… Provided always that the
Old Landmarks be carrefully” (contanto que os

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antigos Landmarks sejam escrupulosamente


preservados).

Podemos concluir que os Landmarks são regras de


conduta que existem a longo tempo (sem
podermos precisar quando), quer seja sob a forma
de lei escrita ou não, e que são imutáveis e que
todo maçom é obrigado a manter intactas. O
grande escritor norte americano Albert G. Mackey
compilou vinte e cinco Landmarks, tidos como
aceitos e que as Grandes Lojas acolheram. No
presente trabalho interessa-nos o vigésimo
primeiro, que diz: “É indispensável a existência no
Altar, de um Livro da Lei, o Livro que conforme a
crença, se supõe conter a verdade revelada pelo
GADU. Não cuidando a maçonaria de intervir na
peculiaridade da fé religiosa de seus membros. Exige,
por isso, este Landmark que, um da Lei seja parte
indispensável dos utensílios de uma loja”.(6)

Podemos perguntar: Por que o Livro da lei? Porque


nele encontramos os preceitos religiosos. É a
palavra escrita, é o “Verbo”, a representação
simbólica da Sua Presença entre nós. A designação
de Livro da Lei deve ser entendida como o “Livro
da Lei Sagrada”, logo, ele pode mudar de acordo
com a religião dos próprios obreiros, já que para
ser maçom há a necessidade de se acreditar em um
ente supremo, criador de todas as coisas.
Definitivamente, o maçom não pode ser ateu.

O Livro da Lei pode ser:

1. Livro dos Mortos – para os egípcios.


2. A Bíblia para os Católicos
3. Vedas – para os hindus
4. O Torah para os judeus
5. O Alcorão para os Muçulmanos

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2 – A BIBLIA (7)

Livro impresso por Gunttemberg, no século XV, e o


mais vendido da história, a Bíblia reúne escrito
fundamental para as três grandes religiões
monoteístas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros
escritos em momentos históricos diferentes. Até
hoje, os arqueólogos não encontraram nada que
pudesse comprovar a autoria de nenhum livro
bíblico.Os textos mais antigos do Velho
Testamento fazem parte dos Manuscritos do Mar
Morto.São cópias integrais ou parciais de todos os
livros do Antigo Testamento.

A datação mostrou que os textos


mais antigos eram de 200 a C.,
cerca de mil anos mais recentes
do que, segundo a Bíblia, alguns
deles foram escritos. Em relação
ao Novo Testamento, os escritos mais antigos são
os papiros com trechos do livro do apóstolo João,
de 130 d.C.

A discussão sobre a autoria dos textos é pesada. A


Bíblia cita, por exemplo, Moisés como o escritor
dos primeiros cinco livros, mas alguns estudiosos
enxergam no estilo literário do Pentateuco – “cinco
livros”, em grego – o que tornaria pouco provável
que a tenha saído das mãos da mesma pessoa.A
primeira compilação que se tem notícia da Bíblia
que aparece na estante de fiéis do mundo inteiro
foi feita por estudiosos gregos. Por volta de
200d.C.,foram reunidos num só livro todos os
textos sagrados, com o Antigo Testamento em
hebraico e o Novo Testamento em grego. Pouco
mais de 100 anos depois, o Concílio de Nicéia
reconheceu e oficializou a coletânea como sendo a
Bíblia Sagrada.

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O Pentateuto é formado pelos primeiros cinco


livros, que compõem o Torah do Judaísmo (a
palavra significa “lei” em hebraico) Em grego, o
conjunto destes livros recebeu o nome de
Pentateuco (cinco livros).São considerados os
textos históricos da Bíblia, porque pretendem
contar o que ocorreu desde o inicio dos tempos,
inclusive a criação do homem que, segundos
alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a C. (7)

Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um


período bem menor: cerca de 70 anos, que vão do
O Velho Testamento, aceito como sagrado por
judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46
livros que pretendem resumir a história do povo
hebreu desde o chamamento de Abraão por Deus,
que teria ocorrido por volta de 1850 a C., até a
conquista da Palestina pelos exércitos de
Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu
contra o domínio grego, por volta de 300 a C.

2.1 – A DIVISÃO DA BIBLIA (8)

Os diversos livros da Bíblia, como falamos


anteriormente, estão agrupados em dois
testamentos: o Velho e o Novo.

VELHO TESTAMENTO

I –HISTÓRICOS ; pentateuco

que trata da origem


Gênesis
do homem

conta a saída dos


Êxodos
hebreus para o Egito

conta a saída dos


Levítico
hebreus para o Egito

trata da origem do
Números
povo hebreu

Deuteronômio conta a história do

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povo hebreu

Josué – Juizes – Rute – Esdras – Tobías -Judith –


Éster – Macabeus – Reis I e II

II – DIDÁTICOS

Jô – Salmos – Provérbios – Sabedoria –


Eclesiásticos

III – PROFÉTICOS

Textos mais longos:


Isaías – Jeremias –
1 – Maiores
Baruc – Ezequiel –
Daniel

Textos mais curtos:


Oseías – Joel – Amós –
Abdias – Jonas –
2 – Menores
Miquéias – Naum –
Habacque – Sofonias –
Argeu

NOVO TESTAMENTO

HISTÓRICOS DIDÁTICOS PROFÉTICOS

Os quatro Epístolas de
Apocalipse
evangelhos São Paulo

Atos dos Epístolas aos


Apóstolos católicos

É preciso ter em mente que a


formação da Bíblia foi lenta e
muito complicada. É o resultado
do trabalho de várias mãos que
durou séculos, onde a tradição oral era o forte. No
Boletim O Aprendiz da Loja Duque de Caxias, de
n.99, p.16 encontramos a seguinte citação que
corrobora nossa afirmativa: “A Bíblia foi escrita
num período de 1600 anos, desde 1500 a C. até o
ano de 900 d C., quando João escreveu seu Santo
Evangelho, na Ásia Menor. Foi escrito

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originalmente em hebreu,aramaico e grego, em


folhas de papiro e depois em pele de carneiro”. (9)

2.2 – ABERTURA DA BÍBLIA: SALMO 133

A abertura do Livro Sagrado marca o início real dos


trabalhos numa loja maçônica, pois o ato, embora
simples, porém solene, é de grande importância,
pois que simboliza a presença efetiva da palavra do
Grande Arquiteto do Universo. Num artigo
publicado pela revista Trolha, de agosto de 1997,
lê-se que esta prática de se usar o Livro da Lei foi
estabelecida em 1717, a partir da G L da Inglaterra,
embora haja referência ao seu uso a partir de 1670.
(10).

Segundo Castelani, a leitura do salmo foi usada


pela primeira vez,perto da metade do século XVIII,
por algumas Lojas do Yorkshire, na Inglaterra,
quando ainda nem havia um rito plenamente
organizado. Em pouco tempo, esse hábito foi
abandonado e, já a partir da adoção do rito Inglês
de Emulation,(que indevidamente fala se em “de
York”) abria-se a Bíblia em qualquer lugar, sem
leitura de versículos. Todavia, esse hábito foi
retomado por algumas Grandes Lojas norte-
americanas,principalmente a de Nova York. Nos
EUA, no simbolismo, só se pratica o rito de York,
pois o REAA só é praticado nos Altos Graus.

Da Grande Loja de Nova York, por cópia, o salmo


foi introduzido no Brasil e em algumas outras
Obediências da América do Sul, no REAA. Neste, na
verdade, tradicionalmente se abre o Livro em João
e são lidos os versículos 1 a 5 do capítulo 1.

Há variedades em termos da abertura da Bíblia: o


Grande Oriente Paulista, no grau de Aprendiz,
adotou iniciar a reunião lendo João, 1.1 a 5 (11), o
que confirma os dizeres do Ir.Castelani. Tem-se
noticias, que o Livro de Ruth IV é aberto em

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algumas Lojas dos EUA e também na Inglaterra. É


também chamado de Salmo da Pelo que sabemos,
tratando-se das Grandes Lojas, abre-se a Bíblia, no
Livro dos Salmos e lê-se o de número 133 o qual,
especificamente ressalta Concórdia.

Cavaleiros Templários

O Salmo 133 é no dizer do


Ir.Valdir Fernandes (12) uma
eloqüente descrição da
beleza do amor fraternal, e
por esta razão muito mais
apropriado para ilustrar uma
sociedade cuja existência depende daqueles
nobres princípios.

É importante registrar que a leitura deste salmo já


era adotado pelos antigos cavaleiros templários,
nas suas iniciações, no ano de 1128, conforme nos
demonstra Gomes (1999), o qual, no seu livro “A
Regra Primitiva dos Cavaleiros do Templo”, às
páginas 81 e 149, traduzindo os “Cânones do Ritual
da Recepção na Ordem do Templo”, número 678
nos diz: “… Et lê frere chapelain dait lê saume dire
que l’on dit, Ecce quam bonumet quam incubum,
/habitare frates in unum…” (E o irmão capelão
deve recitar o salmo que diz. Eis ,como é bom,
como é bom, como é delicioso, /viverem os irmãos
em boa união)

3 – Os SALMOS: classificação

Saltério

Dá-se o nome de Salmos (do hebraico = psalmus)


aos cânticos religiosos e patrióticos dos israelitas.
Segundo a Bíblia , com o movimento de fixação por
escrito das tradições israelitas pelo profeta
Ezequiel e pelos seus discípulos , e continuado

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após a restauração de Israel por várias gerações de


escribas, foram-se formando diversas coleções dos
Salmos.Algumas dessas coleções podem ser mais
antigas e datarem do mesmotempo de David ou
mesmo de Isaías.(13). Para o I.’. Valdir, citado
anteriormente, os Salmos eram cânticos
destinados aos serviços corais do Templo ou das
Sinagogas e eram entoados sob o
acompanhamento de um “saltério” (de =
psalterium), que poderia ser talvez uma harpa,
citara ou lira, como se lê em Salmos 108:1-2:
“Preparado está meu coração, ó Deus: cantarei e
salmodiarei com toda a minha alma. Despertai,
saltério e harpas; eu despertarei ao romper da
alva.”

Os Salmos (14) Livro dos Salmos


fazem parte dos chamados livros
didáticos do A.T. e são compostos
por 150 salmos e abrangem todo o
campo das emoções, desde a
alegria até ao ódio, do desespero
até a esperança. Podemos
classificá-los em:

Laudatórios – louvam a Deus, à sua grandeza,


magnificência e misericórdia.
Deprecatórios – onde o salmista expõe osmales
e queixas.
Gratulatórios – agradecimento de benefícios ou
preces atendidas.
Penitenciais – pedem perdão de pecados
pessoais ou do povo.
Históricos – versam sobre a história de Israel.
Messiânicos – referem-se ao futuro Messias
p.ex. 2 a 108
Fraternidade – refere-se à concórdia entre os
irmãos p.ex. 133

Os Salmos são atribuídos a David. Não é que David


seja o autor de todos eles. Alguns são atribuídos

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pelo próprio texto a Azaph, aos filhos de Core, e


etc e outros são simplesmente anônimos. Os
Salmos, após minuciosas pesquisas históricas
levam a supor que as composições cubram um
período de tempo de quase mil anos, com o seu
ápice na época monárquico posterior a David,
antes do exílio da Babilônia (entre 800 a 600 a C).
(15)

4 – PERSONAGENS BÍBLICOS

4.1 – DAVID (18)

A Bíblia define o rei David como


o cantor dos cânticos de Israel,
pela habilidade em tocar a
citara, graças à qual entrou para
a corte do rei Saul (16).

David ou Rei David era um excelente salmista e os


historiadores não sabem precisar quantos salmos
podem ser-lhe atribuídos: 73 são designados com a
fórmula “Le David”, que pode significar, “de David”
mas também pode significar “a respeito” de David
(17).

Unção de David

Para se falar de Davi há


necessidade de inseri-lo dentro
do contexto histórico da época.
As primeiras civilizações da
história surgiram e se
desenvolveram entre 2.800 e
400 a C.nas regiões ribeirinhas
do Oriente Médio.

São as civilizações da antiguidade oriental, que


viviam no contexto do modo de produção asiático

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e que se espalharam por cinco áreas interligadas


geograficamente e Culturalmente: Mesopotâmia
(atual Iraque), Egito, Fenícia (região do Líbano),
Pérsia (Irã) e Palestina. Por volta de 1050 a.C., dois
séculos após o êxodo (fuga dos judeus do Egito
para Palestina), os hebreus tiveram que lutar com
persistência contra cananeus e filisteus. Josué,
sucessor de Moises, agrupou os vários clãs em 12
tribos pelas terras conquistadas. A resistência de
cananeus e filisteus tornava indispensável a
unidade política das tribos e a fidelidade religiosa
em um único Deus, Jeová, (“JAVÉ”, aquele que é).

Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi sucedido por


David, em 1006 a.C., que se destacou por derrotar
o gigante Golias.Sob comando de David, os
israelitas tomaram Jerusalém na luta contra os
cananeus, transformando-a em sua capital. Outras
vitórias contra filisteus, moabitas e arameus
garantem a independência do reino de Israel.
David reforçou a tradição judaica a partir da união
das doze tribos. Seu reinado, altamente próspero,
durou 40 anos.De sua união com Betsabé nasceu
Salomão que o sucedeu. David nasceu em Belém e
é tido como antepassado de Jesus. David Levou
para Jerusalém (Sião) a Arca da Aliança, nomeou os
chefes dos sacerdotes e fez tudo para manter o
seu culto.

4.2 – AARÃO

A genealogia de Aarão nos mostra que ele era


bisneto de Levi, daí dizer-se que ele era da “casa de
Levi”. Era irmão mais velho de Moisés e filho
primogênito de Amrao e Jacobed. Ajudou Moisés a
libertar o povo hebreu do cativeiro egípcio. Foi seu
intérprete junto ao faraó do Egito e os anciãos de
Israel.(19).

Foi o fundador do sacerdócio hebraico e por isso


passou a ser o patriarca da classe sacerdotal. Seu

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nome significa “iluminado”, ”elevado”, ou


“sublime”. Após a libertação dos israelitas do jugo
egípcio,(Ex.13,1-2) os primogênitos foram “eleitos”
para o sacerdócio do senhor, tornando-se uma
instituição definitiva que vai ser ratificada com a
construção do Templo. (Ex.28.1-43).

4.2.1- Tabernáculo, precursor do Templo.

Segundo as instruções que Moisés recebeu no


Monte Sinai, a Lei, (Tábua das Leis ou Decálogo)
contendo os fundamentos doutrinários deveria
acompanhar o povo hebreu durante todo o tempo
que durasse o êxodo.

“Assim Moisés mandou construir o Tabernáculo ou


Tenda (do hebraico = suká), que seria o santuário
(em hebraico = mishkan) para guarda do Torah e
para os ofícios religiosos, durante a longa viagem em
direção à Palestina.”(Castelani, 1993.p.61).

A Bíblia nos diz que o Tabernáculo foi montado


em um terreno de formato quadrilongo de cem
côvados de comprimento por cinqüenta de largura,
(45 por 27,5 metros). A tenda, que era a parte mais
importante do conjunto era formada por quatro
tendas sobrepostas. A mais interna era de linho e
as demais de peles tingidas de púrpura. A tenda
maior era o Kodesh (Santo) e continha: à entrada, o
Altar dos Perfumes; ao norte o Altar dos Pães
Propiciais; ao sul, o candelabro de sete velas
(Menorá). A tenda menor era o Kodesh Há
Kodoshim (Santos dos Santos) e era considerado o
local mais íntimo e sagrado de todo o conjunto,
pois representava a habitação terrena de Deus. Na
tenda só tinha ingresso sacerdote mais graduado e
apenas num dia do ano, no dia da expiação (Yom
Kippur) (20). Coube a Salomão, filho de David a
tarefa de construir o Templo.

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A Planta do Templo de Salomão O Templo de Salomão

4.2.2 – A ARCA DA ALIANÇA

Segundo a Bíblia, Moises teria recebido no Monte


Horeb, na península do Sinai, durante a viagem
para a terra prometida, instruções divinas que o
povo hebreu deveria cumprir (Ex: 24-12). “Então
disse o Senhor a Moisés, sobe amim, ao monte e fica
lá; e dar-te-ei Tábuas de Pedra e as leis e os
mandamentos que tenho “.

Para guardar as Tábuas da Lei o Senhor ordena a


Moisés construir uma arca que seria guardada no
Tabernáculo.(Ex:25.10-22). “Farão um tabernáculo e
habitarei no meiodeles.. farão uma arca de madeira
de acácia…e porás dentro da arca o testemunho que
te dei…”

A Arca da Aliança (Tyrb Nwra-àrow beriyth) era


um baú construído de madeira de acácia e media
1.25 mts de comprimento, 0,75 mts de altura e
0.75 de largura (considerando que o côvado
equivalia de 45 a 50 cm) (21). A Arca foi construída
por Bezabel, (que construiu o Tabernáculo, templo
desmontável que foi usado durante a travessia do
deserto) (22). A Arca era de acácia, toda forrada de
ouro por dentro e por fora ,com uma bordadura
em volta ,também em ouro.

A Arca tinha quatro argolas e dois varais, que não


poderiam ser retirados do local e também
revestido de ouro. Tanto o ouro como acácia eram
considerados como incorruptíveis e por isso foi
empregado na sua confecção. A Arca era coberta
com uma tampa chamada de Propiciatório e
adornada com dois querubins, também feitos de
ouro maciço voltados para o centro da Arca Dentro
da Arca ficavam as Tábuas da Lei, o Pote de Maná,
e a vara de Aarão que florescera.(HB: 9-4)

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4.2.3 – O SIMBOLISMO DA ARCA

A arca era o símbolo mais importante da fé


judia e serviu como a única manifestação física de
Deus na terra. A importância da Arca pode ser vista
pela sua localização no Tabernáculo, e
posteriormente no Templo (Sanctus Sancturum)
bem como as restrições em torno dela como, por
exemplo, de que somente o Sumo Sacerdote
(Aarão) poderia adentrar no lugar santíssimo e isto
só uma vez no ano por ocasião do Dia do Perdão
(Yom Kippur) (Lev: 16.2). Da leitura do livro do Ex:
25-22 depreende-se que ela representava o Trono
de Deus no interior do Tabernáculo, que estava ali
para julgar as ações do povo Hebreu e também
para transmitir os princípios e ensinamentos de
sua palavra.

Segundo a tradição, a Arca continha o Decálogo (os


Dez Mandamentos ditados por Deus a Moisés), o
cajado de Aarão e um recipiente com maná. Para os
israelitas, a Arca representa Deus acompanhando
os judeus durante a travessia do deserto. A Arca
desapareceu na tomada de Jerusalém, em 586 d.C.,
embora seja mencionada em lendas posteriores.

4.2.4 – AS VESTES DE AARÃO

Os sacerdotes, pela sua posição de


interlocutores da palavra de Deus, deveriam se
distinguir dos demais israelitas. Aliás, Aarão e seus
irmãos já eram distinguidos, pois pertenciam à casa
de Levi, a quem fora outorgado pelo Senhor a
missão de daí saírem os seus sacerdotes (a esse
respeito ver Castelani, op.cit .p.83). As vestes
sacerdotais deveriam refletir a dignidade da
função.Em Ex: 28-4., o Senhor disse a Moisés:

“Farás a teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal


de dignidade, de ornato… de sorte que ele seja
consagrado ao meu sacerdócio. Eis as vestes que

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto, uma


túnica bordada, uma mitra, um cinto deverão usar
fios de lá azul púrpura e vermelha, fios de ouro de
linho puro…farás tambémo peitoral .. e encheras de
pedras de engate … e serão aquelas pedras os
nomes das doze tribos de Israel.”

Na seqüência dos versículos, até o número 29


temos todo o detalhamento destas vestes, não só
de Aarão, mas também dos seus irmãos. Deve-se
ressaltar que estas vestes deveriam ser usadas
todas as vezes que chegassem pertodoaltar
paraservirem como sacerdotes, a fim de não
incorrerem em falta e de não morrerem.

4.2.5 – O ÓLEO DA UNÇÃO

A Bíblia sempre fala do óleo da unção usado nas


cerimônias de consagração dos sacerdotes.É o que
encontramos em Ex:28.14 e 29 : “… e os ungirás,
investindo-os e consagrando-os para que me
sirvam como sacerdotes.’”…tomarás o óleo da
unção e o ungirás derramando sobre sua cabeça.”.
(29)

O Salmo 133, ora analisado temos:“..é como o óleo


precioso sobre a cabeça ,que desce à orla dos seus
vestidos”. Surge então a pergunta: que óleo era
este? Qual sua composição? A própria Bíblia nos
explica inclusive com a sua quantidade, em Ex:
30.22-33 : “O senhor disse a Moisés, escolhe os mais
preciosos aromas : 500 ciclos de mirra…250 ciclos de
junco odorífero ,500 ciclos de cássia e um hin de
azeite de oliveira. Será este o óleo para a sagrada
unção.este será para mim, o óleo da unção sagrada,
de geração emgeração.”

Fazendo a conversão das quantidades para as


medidas atuais:

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

Um ciclo =12 gramas; 500 ciclos x 12 gramas = 6


quilos de mirra
250 ciclos x 12 gramas = 3 quilos de junco
odorífero.
500 ciclos x 12 gramas = 6 quilos de cássia.
Um hin = 6 litros de azeite puro (23)

5 – OS MONTES (24)

5.1 – HERMON

Ao norte de Israel (Palestina) existe a


cordilheira antilibana (de Antilíbano, uma das suas
montanhas) em contraposição a Libana no
território do Líbano. Nesta cordilheira se encontra
o Monte Líbano, famoso por seus cedros, nas suas
encostas. Esta cadeia se desenvolve do nordeste
ao sudeste por vários quilômetros e suas
extensões e alturas são vistas a partir do mar
Mediterrâneo.

Dentro desta cordilheira, fazendo divisa entre


Israel, Líbano e a Síria encontram-se o Monte
Hermon com seus 2814 metros de altura e seu
cume sempre nevado.

Segundo o site
www.execulink.com/~wblank/index.htm lê-se:
“Mount Hermon, from the Hebrew word pronounced
ker-mone, meaning abrupt, is the eastern extension
of the Anti-Lebanon mountain range. Consisting of a
ridge about 20 miles (32 kilometers) long with three
peaks rising up to 9,200 feet (2,800 meters) above
The Mediterranean Sea, it marked the northern
boundary of Israel (Deuteronomy 3:8, 4:48, Joshua
11:3, 11:17, 12:1, 13:11). “(25)”.

Hermon, para os Sidonianos (povo que habitava


o vale do Sidon), era Sarion e para ao Amorreus

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

(outro povo) era Sanir, significando sagrado. Por


ser considerado sagrado, existiam em suas
encostas e até no seu cume pequenos templos
religiosos, cujas ruínas foram descobertas pelos
arqueólogos.

Segundo Castelani, já citado anteriormente, o


Monte Hermon, pelo seu fornecimento de madeira
para a construção de navios, pelo seu caráter
sagrado, pelo seu orvalho que descia sobre toda a
Palestina irrigando suas terras, era, sem dúvida na
antiguidade, a mais famosa e importante
montanha da região.

Devido à altura, as correntes de ar procedentes da


sua cordilheira levam a névoa para toda a região
(inclusive Sião), condensando-se ali, sob a forma de
orvalho. Por outro lado, o degelo da sua neve é a
principal fonte alimentadora do rio Jordão e, por
extensão, do lago da Galileia e de toda a região da
Palestina.

5.2 – SIÃO

A enciclopédia Delta Larousse define Sião, em


árabe Djabal Sahyun, como uma das colinas sobre
as quais Jerusalém foi construída.
Geograficamente o monte Sião é uma elevação, de
cerca de 800 metros, entre os vales de Cedron e de
Tyropocon a qual segundo a Bíblia, David tomou
dos Jebuseus, mais ou menos em 1000 A.C.

Após a vitória passou a ser chamada de Cidade


de David (25) porque para ali David se mudou
saindo da cidade de Hebron levando consigo a Arca
da Aliança.  Sião ou Jerusalém, (27) na Bíblia, é
chamada por outros nomes, a saber: Sião, cidade
de Judá, cidade Santa,cidade de Deus, cidade da
Justiça, cidade do Grande Rei, Aelia Capitolina (no
tempo do Imperador Adriano) e El-Kuds (“a santa”)
dado pelos árabes.Posteriormente quando a Arca

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

foi transferida para o Templo que Salomão havia


construído no Monte Moriá, o nome Sião
compreendia também toda a cidade de Jerusalém
(26).

Sião ou Sion passou a ser o nome simbólico de


Jerusalém, da Terra prometida, da cidade de Davi.
Deriva de Sion a palavra Sionismo. No dicionário
Michaelis encontra:

SIONISMO [Do top. Sion, denominação judaica


de Jerusalém, onde há um monte com esse
nome, + (ismo)]. .m

1. Estudo das coisas referentes à


Jerusalém.

2.Movimento político e religioso


judaico iniciado no séc. XIX, que
visava ao restabelecimento, na
Palestina, de um Estado judaico, e
que se tornou vitorioso em maio de
1948, quando foi proclamado o
Estado de Israel.

2ª PARTE

ANÁLISE INTERPRETATIVA

É preciso lembrar que o que se escreve sofre


influência da época em que foi escrito. Como este
trabalho consiste na análise de um dos Salmos e
este por sua vez, faz parte da Bíblia, é necessário
ter em mente que a mesma foi escrita a mais de
2000 anos. Fazendo uso das palavras de Pio XII, o
mesmo assim se expressou, ao se referir à Bíblia:

“Nas palavras escritas dos antigos autores orientais


freqüentemente não é claro, como nos escritores
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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

nossos contemporâneos, qual é o sentido literal… é


imprescindível que o interprete remonte
mentalmente a esses recuados séculos do Oriente…
distinga e veja claro, que gênero literário, quiseram
empregar e de fato empregaram os escritores
daquela vetusta idade, porque os antigos orientais,
para exprimir o que tinham em mente, não
empregaram sempre as mesmas formas e modos de
dizer que nos usamos hoje, mas sim os que corriam
entre os homens do seu tempo e da sua nação “. (29)

A forma geralmente usada na poesia dos salmos se


chama “paralelismo”, que é a repetição de uma
idéia, com outras palavras na linha ou nas linhas
seguintes. É a repetição de idéias de estrofe a
estrofe. (30)Este paralelismo, nas suas várias
formas, e a riqueza de comparações, é que dão
graça e beleza à poesia hebraica. Será dentro desta
ótica que iremos tratar da análise do Salmo 133,
denominado o Salmo da Concórdia ou da
Fraternidade:

“OH! QUAO BOM E SUAVE É

QUE OS IRMAOS VIVAM EM UNIÃO

É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A CABEÇA.

O QUAL DESCE SOBRE A BARBA, A BARBA DE

AARÃO.

E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS

É COMO O ORVALHO DE HERMON QUE DESCE

SOBRE

SIÃO PORQUE ALI O SENHOR ORDENA

A BENÇAO E A VIDA PARA SEMPRE “

Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual


ele exalta a beleza do fato dos irmãos estarem
juntos, em harmonia.

Deve ter sido escrito e cantado, ao som de um


saltério, por ocasião da festa do Tabernáculo
quando os israelitas subiam até Sião = Jerusalém
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para orarem no Templo. David ao levar para as sua


cidade a Arca da Aliança, ali organizou o serviço
religioso.

Com isso não tardou que para ali afluíssem os


israelitas para adorar JAVE, o Senhor.(31) É
importante registrar que antes da construção do
Templo de Salomão, que iria abrigar a Arca da
Aliança, a mesma ficava no Tabernáculo, na cidade
de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo era o
Templo dos israelitas e o centro religioso da nação
hebraica.

Atribui-se a David a autoria deste salmo no qual ele


exalta a beleza do fato dos irmãos estarem juntos,
em harmonia. Deve ter sido escrito e cantado, ao
som de um saltério, por ocasião da festa do
Tabernáculo quando os israelitas subiam até Sião =
Jerusalém para orarem no Templo. David ao levar
para as sua cidade a Arca da Aliança, ali organizou
o serviço religioso.Com isso não tardou que para ali
afluíssem os israelitas para adorar JAVE, o Senhor.
(31) É importante registrar que antes da
construção do Templo de Salomão, que iria abrigar
a Arca da Aliança, a mesma ficava no Tabernáculo,
na cidade de David, ou seja, Sião. O Tabernáculo
era o Templo dos israelitas e o centro religioso da
nação hebraica.

1 – “OH! QUÃO BOM E SUAVE É QUE OS IRMÃOS


VIVAM EM UNIÃO”

Esta primeira frase é o canto de David pela


confraternização dos romeiros, que passam o dia
reunido na grande esplanada do Templo. Gente de
toda Israel, que mal se conhece, vinda de todas as
regiões, ali se congregam como irmãos e irmãs,
como membros de uma grande família, de uma
mesma nação, que vive sob a alegria profunda de
adorarem um só Deus, Javé = Jeová.
Transportando esta imagem para os dias de hoje,

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não é o que vemos nas nossas romarias nas cidades


de Juazeiro do Norte, Congonhas, Belém do Pará?
A televisão nos mostra os muçulmanos fazendo a
sua peregrinação anual às cidades de Meca,
Medina. Ou, os católicos nos santuários de
Aparecida em São Paulo ou de Fátima em Portugal
ou em Lourdes na França? Ou a Festa da Páscoa,
atualmente, na Terra Santa?

2 – “É COMO O ÓLEO PRECIOSO SOBRE A


CABEÇA …”

Encontramos na Bíblia, em Lev: 8.12 alusão a


esta passagem que diz: “… derramou do azeite da
unção sobre a cabeça de Aarão e ungiu-o para
santificá-lo”. Este óleo era um perfume à base de
mirra e oliva usado unicamente para ungir os reis e
sacerdotes, pelo que se depreende da leitura de
Ex.28.15.

O verbo derramar, aí conjugado no passado


“derramou” significa que o mesmo “jorrou”, isto é,
sem parcimônia, sem reservas o óleo sobre a
cabeça e tão abundante foi que desceu pela sua
barba, daí a alusão: “e que desce sobre a barba, a
barba de Aarão”. Na tradução da Bíblia vulgata,
entende-se por cabeça, o ouvido, a visão, o paladar,
o olfato, as mãos, ou seja, o tato. Logo a “fronte”,
“a cabeça”, também significa os cinco sentidos, e o
óleo derramado, a purificação dos mesmos.

Nos diz o Ir.Minoru Tamura (32) da ARLS Ferraz de


Vasconcelos, Oriente de São Paulo, referindo-se a
este verso: “A cena apresentada pelo salmista na
unção de AARÃO, encerra uma simbologia
majestosa. A cabeça é o emblema, o centro vital da
existência; a barba é o emblema da honra, pois na
antiguidade, sempre expressou honradez e
probidade, principalmente no Oriente, por razões

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

das velhas tradições; as vestes são o emblema da


honestidade e pudor e de especial significado
litúrgico e ritualístico.”

“E QUE DESCE À ORLA DOS SEUS VESTIDOS”

Já o Ir.Francisco Luis Nanci, (33) analisando este


salmo, dá uma interpretação bem interessante,
onde ele diz que num sentido mais místico e
esotérico, nosso próprio corpo físico convive com
vários outros corpos de natureza sutil, através dos
quais nossa partícula divina, nosso Deus interior, se
manifesta em suas múltiplas personalidades para
poder difundir em nós sua força e sua vontade.

Que nos trabalhos em Loja Maçônica, quando


todos estão unidos, harmonizados e concentrados
esse “óleo precioso” vem até nossas cabeças, e nos
infunde gradativamente a Energia Divina.As vestes
representam o nosso corpo físico, a nossa parte
externa. Conclui seu raciocínio dizendo que o óleo
precioso (Energia Divina), antes de encharcar
nossas vestes (nosso corpo), derrama-se sobre sua
cabeça e barba (receptor das manifestações vindas
da presença de Deus), até à orla dos seus vestidos
(são as emanações que se distribuem por todo o
nosso corpo).

3 – “É COMO O ORVALHO DE HERMON…”

Israel faz divisa pelo norte com o Líbano e a oeste


com a Síria; o Monte Hermon assinala as divisas
entre estes países. Pela sua altura, de 2814 metros,
seus picos estão permanentemente cobertos de
neve (imagem ao lado). Nas regiões desérticas, a
evaporação da umidade concentra-se nas
montanhas e retorna durante a noite sob a forma
de orvalho, suprimindo assim a falta de chuvas e
propiciando as condições para uma boa colheita e
dando com isto, as condições para a fixação do
homem a região Por outro ladoo degelo da neve

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do Monte Hermoné fonte alimentadora do rio


Jordão que abastece toda a região,irrigando o solo
palestino,trazendo com o alimento(benção) para o
povo,pão para comer. O Monte Hermon, na visão
de David, através do seu orvalho, é sinal de vida.

“QUE DESCE SOBRE SIAO…”

O Monte Sião tem aproximadamente 800 metros


de altitude daí, portanto a expressão “… descer
sobre Sião” querendo dizer “sobre as colinas de
Sião”, porque nos salmos 87:2 e 51:18 e mais 179
vezes Jerusalém é chamada de Sião (34) No Salmo
125:1-2 há uma bela referência a este respeito:

“Os que confiam no Senhor são como o


Monte de Sião que não se abala, mas
permanece para sempre. Como estão os
montes à volta de Jerusalém ,assim o
Senhor está em volta do seu povo desde
agora e para sempre.” (nosso grifo)

“PORQUE ALI O SENHOR ORDENOU A BENÇÃO E


A VIDA PARA SEMPRE”

David, ao conquistar a fortaleza de Sião,


transportoupara ali a Arca da aliança e construiu
para ela um Tabernáculo. Com isso Sião tornou-se a
“cidade do Senhor”, local da Sua morada, local do
seu repouso: “… este é o meu repouso para sempre;
aqui habitarei, pois o desejei.” (Salmo 132;13-14)

Com a presença da Arca da Aliança, Sião tornou-


se a capital religiosa dos Israelitas, um lugar santo,
sagrado, conforme se depreende da leitura do
Salmo 154.21 que nos diz: “… bendito seja o
Senhor desde Sião que habita em Jerusalém”.
David compara o óleo descendo sobre a cabeça de
Aarão com o orvalho descendo sobre Sião. Aarão é
sumo sacerdote, o chefe religioso da nação
israelita, é a “cabeça” espiritual do povo hebreu, da

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

mesma forma que Sião é a capital espiritual de


Israel. O primeiro purifica, consagra um sacerdote
para o serviço do Senhor, tornando Aarão um
homem puro, justo e perfeito para as funções
sacerdotais.

Na segunda imagem o orvalho sobre Sião é a água


que, além de purificar, torna possível a vida ao
redor de Jerusalém. É como o óleo (água) caindo
sobre Aarão (Jerusalém) porque ali em Sião, (Javé),
o Senhor (representado pela a Arca da Aliança)
havia ordenado a Sua benção para sempre.

O fato dos romeiros estarem ali reunidos fazia com


que a benção descesse para todos. Isto para David
é algo concreto. Manifesta-se na natureza, no óleo,
no orvalho, nas chuvas, nas águas do Rio Jordão
que irriga a terra e a torna fértil tornando possível
a posse da Terra Prometida. David emprega uma
linguagem prática para mostrar que Sião é o centro
religioso de Israel, pois ali o Senhor havia escolhido
para Sua morada.

CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi uma tentativa de


analisar, dentro de um contexto histórico, as
figuras de David e de Aarão e suas importâncias
dentro da formação religiosa do povo hebreu, a
partir do Salmo 133.

Por extensão analisei também a importância do


Livro da Lei e sua divisão em Velho e Novo
Testamento. Fiz uma abordagem da localização
geográfica dos Montes Hermon e Sião e a inclusão
dos mesmos no contexto histórico ora analisado.
Por extensão do próprio trabalho não pude deixar
de me referir ao papel da Arca da Aliança e do
Tabernáculo. O Salmo 133 é conhecido como o

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

Salmo da Fraternidade. A vivência desta belíssima


exortação deve ser a base da nossa conduta, o
sustentáculo da sociedade, não só maçônica, mas
profana. A palavra divina, os ensinamentos do G A
D U que devemos seguir para realizar com
perfeição, chega-nos como o óleo, como o orvalho
chega até Sião, pois ele mesmo nos disse para
“amarmos ao próximo como Eu vos amei”.

Para David a união entre os irmãos deve ser o


penhor de prosperidade, de satisfação.O Salmo,
que é alusivo à concórdia, nos ensina que é bom,
suave, que os irmãos vivam em união, como é
agradável sentir a sensação do santo óleo escorrer
pela fronte. Tanto o óleo, como o orvalho têm o
mesmo sentido: ambos vem do alto, do céu, do
Senhor. Cair, se entende, como se não houvesse
obstáculo, pois a amizade, a fraternidade deve
imperar entre todos, sem reservas, barreiras ou
sofismas.

A nossa fraternidade ou aquela que entendemos


como tal, não deve ter o mesmo conceito do
mundo profano.Pelo próprio fato de pertencermos
a uma ordem à qual juramos fidelidade, já é o
bastante para torna-la diferente. Aqui o meu
vizinho é meu irmão (frater) e como o orvalho que
cai sem obstáculo, assim deve ser também a
amizade: sem sofismas, reservas. Pois só assim
fazendo, teremos a certeza de que o Senhor fará
derramar a vida e a Sua benção entre nós, para
todo o sempre.

I.’. Antônio Guilherme de Paiva

M.’.M.’. da R.’.L.’. Charitas ll, Or.’. S. João Del-Rei,


MG – Brasil

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14/08/2021 SALMO 133 – ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO – Maçonaria.Net

Notas Bibliográficas (Parte 1)

01 – Grande Loja Maçônica de MG e a Constituição


de Anderson, p.1.

02 – Allec Mellor – Dicionário da Franco Maçonaria,


p.159.

03 – Gomes, Pindorama.A Ordem Primitiva dos


Cavaleiros Templários, p.6.

04 – www.salmos133.Org / Biblioteca de Trabalho


Maçônico.

05 – Id.

06 – G L M M G – Landmarks…. p.159

07 – Revista Superinteressante.Abril/Maio. 2002

08 – Bíblia Sagrada.P.8

09 – O Aprendiz, out.99, p.16.

10 – Revista A Trolha, ago. /97 p.30.

11 – Revista A Trolha, mar. /97 p.31.

12 – Revista Trolha, out. /99 p.8.

13 – Bíblia Sagrada, p.52.

14 – Bíblia Sagrada, p. 521.

15 – Id.

16 – I Samuel 16.22-23

17 –
www.terrasanta.hpg.ig.com.br/personagem.htm

18 – Id.

19 – Jose Castelani.A Maçonaria e a Herança


Hebraica, p.82.

20 – Id.P.62

21 – Medida bíblica. Distancia entre o cotovelo e


ponta do dedo médio.Côvado = cubitum.

22 – www.us-israel.org/jsauce/imagens/ark/ark.jpg

23 –
http://www.pefelix.brturbo.com/psl/b_medidas_moedas.htm
24 – www.bibareh.com/glosary/m.html

25 – http://images.google.com/imgres

26 – Bíblia Sagrada 2 Samuel 5.6-9

27 – www.uol.com.br/bibliaworld

28 – id.

Notas Bibliográficas (Parte 2)

29 – Bíblia Sagrada, Encíclica Divino Afflante

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Spiritu, Pio XII, parte II, parágrafo 2o.

30 – Dicionário Aurélio – Versão eletrônica –Versão


3.0 -Século XXI

31 – Ir.Valdir, Revista Trolha, out. /99 p.8.

32 – A Ampulheta, n.31, p.6.

33 – O Prumo, n.113.p.6

34 –
www.uol.com/bibliaworld/igreja/responde/bibo11.htm

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada.Tradução Missionários Capuchinhos,


Lisboa, 1971/1972.

BOLETIM INFORMATIVO, Loja Duque de Caxias n°


70,Santos,n.338.ano XXXVOut.1999

BOLETIM TRIMESTRAL Loja “Ferraz de


Vasconcelos”,São Paulo,n.31,ano VI, Mar./Abr.2001

CASTELANI,Jose.A Maçonaria e sua Herança


Hebraica, Maringá,Trolha,1993.

GOMES, Pinharanda A Regra Primitiva dos


Cavalheiros Templários,Lisboa,Hugin, 1990.

MELLOR,Alec .Dicionário da Franco Maçonaria,rio


de Janeiro,ed.Martins Fontes,19….

MINAS GERAIS,Grande Loja Maçônica.Landmarks e


a Constituição de AndersonSd.

PAIVA,Antonio Guilherme. Salmo 133. S j Del


Rei,1984,ed.particular

REVISTA Trolha.Maringá,n.130.ago.1997

REVISTA Prumo.Florianópolis,n.117.ano
XXVI.nov./dez.1997

REVISTA Superinteressantr.Abril,Mai./2002

WINTER,Enia & SALLES,Paulo, Metologia da


Pesquisa Científica.São Paulo. Cedas.1997

Internet – Sites:

www.salmo133.org

www.terrasanta.hpj.ig.com.br

www.proveg.com/igrehjabatista/

www.us.israel.org

www.pefelix.bturbo.com

www.bibareh.com

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www.uol.com.br

www.ultimosegundo.ig.com.br

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