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e Mecatrônica
Eletrônica Aplicada a
Sistemas Automatizados
Medições elétricas industriais
Sumário
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A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, eletrônico, mecânico,
fotocópia, gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional - GDE,
do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser
utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais, semipresenciais
e a distância.
Diego é estagiário do setor de manutenção elétrica de equipamentos industriais de uma empresa e
está trabalhando com Aline, responsável pelo setor de vistoria em instalações elétricas.
Quais as características que devem ser reconhecidas na estrutura da matéria para definir se um
material pode ser usado como condutor, isolante ou semicondutor?
A estrutura da matéria
O termo “matéria” é empregado para caracterizar tudo que tem massa e ocupa lugar no espaço,
como objetos sólidos (mesas e cadeiras), substâncias líquidas (água e gasolina) e gases (ar que
respiramos).
Se dividíssemos continuamente uma gota de água, por exemplo, obteríamos uma molécula de água
que é a menor partícula que conserva as características originais da água. Hoje sabemos que uma
molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio, conforme
mostra esta figura.
Átomos e moléculas que constituem a estrutura da matéria água
Todos os objetos que fazem parte de nosso cotidiano são formados por estruturas minúsculas,
como moléculas, átomos e outras partículas menores.
O primeiro conceito de átomo foi dado pelo filósofo grego Demócrito, por volta do ano 400 a.C., que
afirmou que a matéria era constituída por pequenas partículas indivisíveis, as quais ele chamou de
átomo (do grego: a = não, tomo = divisível). Com o tempo, os cientistas contribuíram para explicar
a estrutura da matéria como a conhecemos atualmente. Observe, na figura a seguir, os modelos de
estruturas atômicas.
Conforme os modelos atômicos propostos pelos cientistas, o núcleo do átomo tem carga elétrica
positiva, pois concentra os prótons, que são partículas positivas, e os nêutrons, que não têm carga
elétrica. Já a eletrosfera tem carga elétrica negativa, pois é a região em que orbitam os elétrons,
que são partículas negativas. Nesta figura, temos uma representação esquemática de um átomo
com suas partículas e respectivas cargas elétricas.
ÂNION E CÁTION
No estado natural, o átomo é eletricamente neutro, pois o número de prótons é igual ao número de
elétrons. Quando esse equilíbrio é alterado, isto é, quando o número de prótons for diferente do
número de elétrons, diz-se que o átomo está ionizado. Então, quando um átomo tem mais elétrons
do que prótons, ele se torna um íon de carga negativa e é chamado de ânion. Quando um átomo
tem menos elétrons do que prótons, ele se torna um íon de carga positiva e é chamado de cátion.
A figura a seguir mostra o modelo atômico de Niels Bohr com núcleo e eletrosfera. A região da
eletrosfera apresenta vários níveis energéticos, chamados de camadas, que são identificadas pelas
letras: K, L, M, N, O, P e Q. É nas camadas mais externas, como a camada Q, que se observam as
variações no número de elétrons de um átomo. Também é nessas camadas externas que ocorre a
interação entre os átomos para formar moléculas e compor as substâncias como as conhecemos.
Muitas pessoas já sofreram com descargas elétricas ao tocar em maçanetas de porta ou mesmo
ao encostar na mão de alguém. Esse fenômeno ocorre porque uma das partes envolvidas apresenta
excesso ou falta de elétrons. Esse desequilíbrio de cargas elétricas que ocorre na superfície dos
objetos pode afetar as pessoas ou os outros objetos a distância.
A figura seguinte mostra um raio em uma tempestade, que é um fenômeno eletrostático natural que
provoca descargas elétricas entre as nuvens e a superfície da terra.
Processo de eletrização
Nos fenômenos eletrostáticos, as cargas elétricas são removidas ou separadas nas superfícies dos
objetos e esses efeitos são chamados de processos de eletrização. Os processos de eletrização
mais comuns são por atrito, por contato e por indução. Conheceremos algumas características
desses processos.
Esse processo ocorre quando esfregamos dois materiais isolantes neutros. A figura a seguir
apresenta um exemplo muito simples de eletrização por atrito do pente no cabelo. Observe a
atração de pequenos pedaços de papéis picados quando o pente que está eletrizado é aproximado.
Isso acontece devido ao atrito do pente no cabelo, quando um dos corpos ganha elétrons, ficando
carregado negativamente, enquanto o outro perde elétrons, ficando carregado positivamente.
A eletrização por contato acontece ao se colocar dois materiais condutores em contato, conforme
mostra a figura. Quando a esfera B, que está negativamente eletrizada, faz contato com a esfera A,
que está neutra, ambas ficam com cargas de mesmo sinal da esfera eletrizada B.
Esse processo acontece quando aproximamos um corpo eletrizado a um corpo neutro sem que haja
contato entre eles. As cargas elétricas mais externas do corpo neutro são separadas e o corpo fica
eletrizado.
A figura seguinte mostra como ocorre a eletrização da esfera B a partir da indução produzida pela
esfera A, eletrizada negativamente. Observe que as cargas positivas da esfera B ficam mais
próximas da esfera A e as cargas negativas são empurradas para o lado oposto. Esse fenômeno
também é chamado de polarização.
Eletrodinâmica
Na eletrodinâmica, as cargas não são separadas nem arrancadas dos objetos como na
eletrostática. Em vez disso, as cargas elétricas circulam pelos circuitos, compostos por
fios, chaves, motores e outros dispositivos tecnológicos.
Como você já sabe, as cargas elétricas se deslocam entre os componentes e os dispositivos dos
circuitos elétricos. O uso seguro dessa energia em movimento requer o emprego de materiais que
permitam controlar quando e onde as cargas podem circular nas instalações elétricas.
É preciso utilizar materiais com boas propriedades condutoras para construir dispositivos
elétricos eficientes. Além disso, é importante que algumas de suas partes apresentem
materiais considerados bons isolantes para que seu uso seja seguro. Vamos conhecê-
los.
MATERIAIS CONDUTORES
Você já percebeu que os fios que conectam os equipamentos elétricos de sua casa utilizam
materiais metálicos, como cobre e alumínio? Você sabia que a facilidade ou a dificuldade de as
cargas elétricas se deslocarem em um material está relacionada com a quantidade de elétrons livres
nas camadas mais externas do átomo?
Os átomos de elementos químicos metálicos, como ouro, cobre e prata, apresentam um elétron
livre na camada mais externa; o alumínio, por sua vez, tem três elétrons livres. Assim, nesses
metais, a ligação dos elétrons mais externos com o núcleo do átomo é muito fraca e eles apresentam
uma facilidade maior para se deslocar internamente. Por isso, os materiais metálicos são
considerados bons condutores de eletricidade.
O cobre é usado na maioria dos fios condutores das instalações elétricas, o alumínio é empregado
nas redes aéreas de distribuição de energia e o ouro está presente em circuitos e componentes
eletrônicos, conforme mostra a figura.
MATERIAIS ISOLANTES
Você já notou que a carcaça da maioria dos equipamentos elétricos, geralmente, é composta de
materiais plásticos? Da mesma maneira, para permitir instalações elétricas seguras, os
equipamentos elétricos devem estar revestidos por materiais que apresentem dificuldades na
movimentação das cargas elétricas.
Ao contrário dos materiais condutores, os elétrons das camadas mais externas dos materiais
isolantes estão fortemente ligados aos núcleos de seus próprios átomos e, assim, dificultam a
movimentação das cargas elétricas em seu interior. Por isso, esses materiais são considerados
isolantes e são compostos por diferentes tipos de plásticos, borrachas naturais ou sintéticas ou
ainda vidros e cerâmicas.
A figura a seguir mostra alguns isoladores feitos de porcelana empregados para sustentar os cabos
condutores da rede de distribuição de energia elétrica.
Agora, assista ao vídeo que apresenta algumas propriedades elétricas dos materiais que os
classificam como condutores ou isolantes.
Materiais semicondutores
Os elementos químicos silício e germânio têm quatro elétrons na camada mais externa da estrutura
atômica e, em seu estado natural, esses materiais não apresentam propriedades condutoras de
eletricidade. Porém, com a adição de pequenas quantidades de átomos de outros elementos
químicos em sua estrutura atômica, é possível transformá-los em materiais condutores elétricos,
tornando-os semicondutores.
Nesta próxima figura, por exemplo, temos a inclusão de átomos de boro (B) e de fósforo (P) na
estrutura atômica do silício (Si).
Adição de átomos de boro e fósforo na estrutura do silício
SEMICONDUTOR TIPO N
Na figura anterior, observamos que os átomos de silício (Si) apresentam quatro elétrons em sua
última camada e estão ligados uns aos outros, formando uma estrutura completa. Com a inserção
de um átomo de fósforo (P), que tem cinco elétrons em sua última camada, um dos seus elétrons
fica livre nessa estrutura, conforme mostra a próxima figura.
Assim, esse elétron livre terá mais facilidade para se deslocar internamente na estrutura atômica,
apresentando um comportamento semelhante ao dos átomos dos materiais metálicos condutores.
Essa estrutura com excesso de cargas negativas é chamada de semicondutor tipo N.
SEMICONDUTOR TIPO P
Quando um átomo de boro (B) com três elétrons em sua última camada é inserido, cria-se uma
lacuna na estrutura atômica do silício (veja a figura a seguir). Desse modo, há um local em que
elétrons poderão circular de forma mais livre entre os átomos do silício, fazendo com que este
semicondutor apresente propriedades condutoras de eletricidade. Os materiais que apresentam
essa estrutura com falta de elétrons são chamados de semicondutores tipo P.
Agora observe a figura a seguir, que mostra o detalhamento de funcionamento de uma usina
hidrelétrica. Nesse sistema, a queda livre da água movimenta um gerador que transforma a energia
mecânica (da água) em energia elétrica. Apesar dos impactos ambientais causados pela construção
das grandes usinas hidrelétricas, essa energia é considerada limpa e renovável.
Os materiais usados como condutores de eletricidade são aqueles em que elétrons estão mais livres
nas camadas mais externas dos seus átomos, enquanto que os materiais considerados isolantes
são aqueles em que os elétrons estão mais fortemente ligados aos seus núcleos. Já os
semicondutores são aqueles cuja estrutura atômica permite a adição de outros elementos químicos
em suas camadas mais externas e, então, passam a conduzir as cargas elétricas.
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©2021.SENAI – Departamento Nacional
©2021.SENAI – Departamento Regional do Rio Grande do Sul
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, eletrônico, mecânico,
fotocópia, gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
João está iniciando seu estágio em uma empresa que produz máquinas e bancadas de montagem
para o setor de automação industrial. Para que João adquira experiência, ele foi incumbido de
trabalhar com o colaborador Pedro, que é responsável pela instalação dos componentes elétricos
das bancadas.
Quais características e funções devem ser reconhecidas na tensão elétrica para que seja possível
conectar diferentes componentes nos circuitos elétricos?
Definindo a tensão elétrica
Em sua casa, existem diferentes dispositivos que funcionam com energia elétrica, como televisão,
rádio, lanterna, geladeira, telefone celular e notebook. Você sabe como a energia elétrica é
fornecida para cada um desses equipamentos?
Os condutores elétricos têm internamente partículas invisíveis chamadas de elétrons, que estão
continuamente em movimento desordenado. Para que esses elétrons possam se movimentar, é
preciso que se aplique uma força que os impulsione de forma a estabelecer um fluxo ordenado –
essa força é chamada de tensão elétrica. A figura a seguir mostra o efeito da tensão elétrica sobre
o movimento dos elétrons em um fio condutor de eletricidade.
Classificando a tensão
A tensão pode ser classificada de três formas diferentes, de acordo com sua aplicação: força
eletromotriz (f.e.m), diferença de potencial (ddp) e tensão elétrica (V).
Força eletromotriz (f.e.m) é uma expressão específica muito utilizada na física para designar a
tensão no momento da sua geração, medida nos terminais do gerador quando não existe uma carga
consumidora de energia conectada. Assim, a força eletromotriz pode ser compreendida como a
quantidade de trabalho que um gerador realiza para mover uma carga elétrica entre dois pontos de
um circuito.
Tensão elétrica (V) é a expressão usada para identificar a tensão elétrica quando ela é aplicada nas
mais diferentes situações. Por exemplo, quando conectamos um equipamento elétrico em uma
tomada de energia, não falamos mais em ddp, mas, sim, que existe uma tensão aplicada sobre os
terminais do equipamento conectado, ou seja, é a força necessária para movimentar os elétrons e
criar assim uma corrente elétrica.
Nos sistemas elétricos, podemos encontrar dois tipos de tensões elétricas: contínua e alternada.
Por isso, quando vamos conectar um equipamento em um circuito elétrico, devemos ter certeza do
tipo de tensão elétrica com o qual estamos trabalhando. Os equipamentos que funcionam com um
tipo de tensão podem não funcionar ou mesmo sofrer avarias se forem conectados a outro tipo de
tensão.
A figura a seguir mostra as simbologias aplicadas nos equipamentos elétricos para identificar a
tensão contínua e a tensão alternada. A letra V significa volt, em homenagem a Alessandro Volta,
e deve ser expressa em letra maiúscula.
A principal característica da tensão contínua é um traço contínuo sobre outro tracejado ao lado do
V, como mostra a imagem à esquerda da figura anterior. Esse símbolo indica que é uma tensão
contínua. A tensão alternada é representada pela união do V com o til (~) e sinaliza a presença de
uma tensão alternada.
Além dos símbolos citados, encontramos outras formas para especificar o tipo de tensão elétrica.
Por exemplo, junto com a tensão contínua, observamos a expressão VCC, que significa tensão em
corrente contínua (em inglês, VDC – voltage direct current).
Quando estamos especificando uma tensão alternada, observamos a expressão VCA, que significa
tensão em corrente alternada (em inglês, VAC – voltage alternating current), conforme mostra esta
figura.
Outras simbologias para tensões contínua e alternada
Para fazer medições de diferentes grandezas elétricas, como tensão alternada e contínua,
utilizamos um instrumento específico conhecido como multímetro, apresentado na próxima figura.
De acordo com a posição da chave seletora e da simbologia mostrada, podemos observar que o
instrumento está selecionado para medir a tensão contínua.
Uma tensão é chamada de contínua quando apresenta sempre a mesma polaridade, podendo ter
valor constante ou variável ao longo do tempo. A figura a seguir mostra a representação gráfica da
tensão elétrica contínua, cujo valor permanece constante ao longo do tempo, mantendo a mesma
polaridade positiva.
Em alguns circuitos podemos encontrar uma tensão do tipo pulsante, que também é considerada
um sinal contínuo, porque não muda de polaridade.
A próxima figura mostra dois comportamentos de uma tensão pulsante, tipo senoidal, cujos sinais
de tensão oscilam entre um valor mínimo e um valor máximo positivo, mas em nenhum momento a
onda avança para o quadrante de polaridade negativa do gráfico. Essa forma de onda é utilizada
em circuitos de frenagem de motores elétricos industriais.
Além dos sinais de tensão contínua pulsante apresentados, existem outros tipos, como a onda
triangular ou a onda quadrada, conforme mostra o próximo gráfico. Esses são sinais gerados, por
exemplo, em equipamentos de automação industrial, como conversor, controlador e transmissor.
A tensão alternada, que chega nas nossas tomadas de energia, é uma grandeza elétrica que tem
valor e polaridade que variam ao longo do tempo, ou seja, o valor oscila entre mínimo e máximo
com sua polaridade ora positiva, ora negativa. Observe este gráfico.
A forma de sinal alternado tem origem na geração da tensão elétrica. A energia elétrica é gerada
por equipamentos rotativos chamados de geradores e, como consequência, o valor e a polaridade
do sinal gerado oscilam no tempo, produzindo a tensão elétrica alternada (VCA).
Na tensão alternada gerada, ocorre uma oscilação entre as duas polaridades positiva e negativa, a
qual damos o nome de ciclo. Então, o ciclo completo (ou a onda completa) é composto pelo
semiciclo positivo (ou meia onda positiva) mais o semiciclo negativo (ou meia onda negativa). O
tempo que leva para executar um ciclo completo é chamado de período, conforme mostra esta
figura.
A tensão contínua geralmente é usada por aparelhos que funcionam por meio de pilhas ou baterias.
Como exemplos de aplicações da tensão contínua, podemos citar controle remoto de televisão,
lanterna, brinquedos, trena a laser, multímetro e outros. A figura mostra uma lanterna que usa a
tensão contínua fornecida por pilhas elétricas.
A tensão alternada é fornecida pelas concessionárias via redes de distribuição de energia elétrica.
A energia elétrica está presente nas tomadas de energia que encontramos em residências,
comércios e indústrias.
Entre os equipamentos que funcionam por meio da tensão alternada estão os motores elétricos,
presentes nos mais variados equipamentos domésticos e industriais, como ventiladores,
compressores, bombas, máquinas de lavar, furadeiras, entre outros. A figura a seguir mostra um
motor elétrico de tensão alternada usado para movimentar uma bomba industrial.
Existem equipamentos que funcionam com tensão contínua, mas são energizados por circuitos de
tensão alternada. Esses equipamentos têm internamente um circuito que converte a tensão
alternada da rede elétrica em tensão contínua necessária para fazer o equipamento funcionar
adequadamente. Como exemplos, podemos mencionar carregadores de celulares, notebook, tablet,
lâmpadas de LED, televisores, aparelhos de som e outros.
Nas indústrias, também é utilizado um equipamento para fazer a conversão de tensão CA/CC, que
é a fonte de alimentação variável. Seu circuito eletrônico converte uma tensão alternada de entrada
em uma tensão contínua em sua saída. A figura a seguir mostra um exemplo desse modelo de fonte
de alimentação, que é ligada em uma fonte de tensão alternada e que possibilita ajustar o valor de
tensão contínua na saída.
Fornecimento de energia
Você sabe por que o fornecimento da energia elétrica é feito em tensão alternada e não em tensão
contínua? Todo o sistema de energia elétrica nacional é responsável pela geração, pela transmissão
e pela distribuição e, em cada etapa desse sistema, são utilizados diferentes valores de tensão
elétrica. O comportamento ondulatório da tensão alternada permite com facilidade rebaixar ou
elevar o valor da tensão elétrica conforme a necessidade de cada uma dessas etapas.
Outra vantagem do uso da tensão alternada em relação a tensão contínua é que a primeira pode
ser aplicada a motores elétricos industriais. Os motores construídos para funcionar em tensão
alternada apresentam menor preço de compra, necessitam de sistemas de comando mais simples,
têm mais eficiência energética, têm menor custo de manutenção e têm tamanhos físicos que
ocupam menos espaço na instalação industrial.
Agora, vamos assistir ao vídeo que mostra o comportamento ondulatório da tensão elétrica.
Você aprendeu que existem dois tipos de tensões elétricas, tensão contínua (VCC) e tensão
alternada (VCA), e que elas apresentam comportamentos diferentes no tempo. No dia a dia de
trabalho, um técnico se depara com situações em que precisa identificar qual desses tipos de
tensões elétricas cada equipamento precisa para funcionar. Além disso, o técnico deve ter certeza
do valor adequado da tensão elétrica de funcionamento do equipamento antes de conectá-lo a uma
tomada de tensão elétrica alternada.
Saber identificar os tipos de tensões elétricas a partir da simbologia que está especificada nos
equipamentos e nos documentos e interpretar valores e comportamentos de cada tipo de tensão
(VCC e VCA) no tempo são habilidades fundamentais para um técnico, pois do contrário algum
componente elétrico poderá ser danificado por mau uso.
A corrente elétrica e
suas aplicações
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
Bruno é recém-contratado em uma empresa que instala painéis fotovoltaicos para a geração de
energia elétrica e está organizando, com sua colega, o material a ser distribuído às equipes que
farão instalações elétricas de painéis solares.
Quais características e funções devem ser reconhecidas na corrente elétrica para selecionar os
diferentes componentes nos circuitos elétricos?
O que é corrente elétrica?
Portanto, o som, a luz e o aquecimento produzidos por esses aparelhos decorrem de um fluxo
ordenado de cargas elétricas, que chamamos de corrente elétrica. Observe, nesta figura, o
movimento ordenado dos elétrons que geram a corrente elétrica.
Sem uma força externa, os elétrons não produzem corrente elétrica em um circuito eletrônico. Para
que esses elétrons possam se movimentar ordenadamente, é necessário que haja um desequilíbrio
elétrico, ou seja, as extremidades do circuito devem ser submetidas a uma diferença de potencial
elétrico (ou tensão elétrica).
Observe o circuito mostrado nesta figura, composto por uma bateria, um interruptor, uma lâmpada
e fios condutores. Como o interruptor está aberto, uma de suas extremidades não está em contato
com o terminal da bateria. Nesse momento, não há uma tensão elétrica aplicada nas extremidades
do circuito e, portanto, não se percebe nenhum fenômeno elétrico acontecendo. Veja que os
elétrons livres no interior do condutor estão em movimentos desordenados, isto é, movem-se em
todas as direções.
Comportamento dos elétrons no condutor quando o circuito elétrico está interrompido
A figura a seguir mostra o que acontece no circuito quando o interruptor for acionado. Nesse
momento, todo circuito elétrico está submetido à tensão da bateria, os elétrons livres são orientados
e começam a fluir, uma corrente elétrica se estabelece no circuito e a lâmpada acende.
Com os exemplos apresentados nessas duas figuras, compreendemos que a corrente elétrica é o
movimento ordenado dos elétrons em um condutor, que acontece quando suas extremidades estão
submetidas a uma diferença de potencial (tensão elétrica).
Em um circuito elétrico pode haver tensão sem corrente elétrica, mas não pode existir
corrente elétrica sem tensão, pois é ela que orienta os elétrons.
Você sabia que, ao ajustar o brilho de uma lâmpada ou a velocidade de rotação de um motor, está
controlando a quantidade de elétrons que estão fluindo pelos equipamentos elétricos? Essa
quantidade de elétrons que passa por um condutor em determinado intervalo de tempo é
denominada de intensidade de corrente elétrica.
Assim, quanto maior a quantidade de elétrons que passa pelo circuito, maior será a intensidade de
corrente elétrica. Por isso, a grandeza corrente elétrica é representada pela letra I, escrita com letra
maiúscula, que teve sua origem na palavra francesa intensité.
O fio condutor do chuveiro elétrico tem um diâmetro maior do que o fio da televisão porque
o chuveiro utiliza uma intensidade de corrente elétrica bem maior do que o aparelho de
televisão. Fios com diâmetros maiores permitem a circulação de intensidades de corrente
mais elevadas do que os fios de diâmetros menores.
Você sabia que a eletricidade começou a ser utilizada para ligar lâmpadas e acionar motores antes
mesmo de os cientistas compreenderem como ocorria o fluxo de elétrons?
Os cientistas acreditavam que a energia saía do polo positivo, porque pensavam que ele
tinha mais energia do que o polo negativo. Assim, o sentido da corrente elétrica recebeu,
por convenção, o nome de sentido convencional da corrente. No entanto, mais tarde,
os cientistas observaram que a origem das cargas elétricas é o polo negativo. Então,
além do sentido convencional, os cientistas definiram o polo positivo como fonte geradora
de cargas elétricas. Esse sentido de circulação dos elétrons recebeu o nome de sentido
eletrônico da corrente.
Por causa do sentido de fluxo da corrente elétrica, quando uma pilha elétrica é colocada no controle
remoto de um aparelho eletrônico, deve-se observar corretamente a sua polaridade, porque o
controle não funcionará com as pilhas colocadas de forma errada. A figura a seguir mostra como
ocorre o fluxo das cargas elétricas no sentido convencional e no sentido eletrônico.
Entendemos, assim, que corrente elétrica é o fluxo de cargas elétricas que partem de um polo com
excesso de elétrons, o polo negativo, no caso. Por isso, esse fluxo desloca-se desse ponto para
outro polo com falta de elétrons. No entanto, você deve saber que frequentemente os circuitos
eletrônicos adotam o sentido convencional da corrente.
EFEITO TÉRMICO
Este efeito é conhecido também como efeito Joule. Ele ocorre quando a corrente elétrica que
atravessa o condutor produz um aumento de temperatura devido às colisões dos elétrons com os
átomos do material condutor.
O efeito Joule traz efeitos que podem ser considerados positivos ou negativos, dependendo do uso
dos equipamentos elétricos. O aquecimento da água no chuveiro elétrico é um exemplo positivo do
efeito térmico da passagem da corrente elétrica.
EFEITO FISIOLÓGICO
Uma corrente elétrica, quando atravessa o corpo humano, produz contrações em nervos e
músculos, causando uma sensação dolorosa conhecida como choque elétrico. Esse é um efeito de
consequência negativa da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano, que pode gerar
resultados graves. Por isso, é importante que as pessoas tenham cuidado ao manusear qualquer
equipamento elétrico, pois um choque elétrico pode gerar consequências fatais.
Efeito da passagem da corrente elétrica no corpo humano
Nos circuitos elétricos, podemos encontrar dois tipos de corrente elétrica: a contínua e a alternada.
Ao conectar um equipamento em um circuito elétrico, deve-se ter certeza do tipo de corrente elétrica
com o qual se está trabalhando. Os equipamentos que funcionam com um tipo de corrente podem
não funcionar ou mesmo sofrer avarias quando forem conectados a outro tipo de corrente.
A figura a seguir mostra as simbologias aplicadas aos equipamentos elétricos para identificar a
corrente contínua e a corrente alternada. A letra A (em maiúscula) da simbologia corresponde ao
ampère, que é a unidade de corrente elétrica.
Na figura anterior, existe um traço contínuo sobre outro tracejado, ao lado da letra A. Esse símbolo
indica que é uma corrente contínua. Observe também o símbolo til (~) ao lado da letra A, que sinaliza
a presença de uma corrente alternada.
A figura a seguir mostra um multímetro utilizado para fazer diferentes medições elétricas. Observe
que o multímetro está selecionado para fazer uma medição de corrente elétrica contínua, conforme
a simbologia mostrada na chave seletora e no mostrador eletrônico do instrumento.
Veja a representação gráfica do comportamento da corrente elétrica contínua neste próximo gráfico.
O eixo vertical mostra a amplitude da corrente (valor numérico) e o eixo horizontal representa o
tempo decorrido em nossa análise. Neste gráfico observe que o valor da corrente permanece
sempre constante ao longo do tempo e mantém sempre a polaridade positiva – a corrente que
apresenta esse comportamento é chamada de contínua.
Em alguns circuitos, o valor da corrente contínua não se mantém constante e apresenta pulsações
ao longo do tempo. A figura a seguir mostra o comportamento de uma corrente contínua pulsante,
tipo senoidal, em que os sinais oscilam entre valores mínimo e máximo sem alterar a sua polaridade
positiva.
A corrente alternada recebe essa denominação porque algumas de suas características, como a
polaridade e a amplitude, sempre se alteram no decorrer do tempo. Isso quer dizer que ora a
polaridade é positiva, ora é negativa. Além disso, a corrente alternada também apresenta outras
características importantes, como frequência e período.
Amplitude é o maior valor que a corrente elétrica atinge durante seu funcionamento ondulatório. Ela
também é conhecida como corrente máxima ou corrente de pico, tendo um valor mínimo e máximo.
A próxima figura mostra o comportamento de uma corrente alternada de forma senoidal. Observe
que a amplitude da onda sai de um ponto de mínimo (0A), descrevendo uma curva suave, e atinge
o ponto de valor máximo positivo (valor de pico).
Quando alguns fatos se repetem várias vezes em seu cotidiano, como escovar os dentes após
acordar, você diz que esses são fatos frequentes, certo? Na corrente alternada, as pulsações
também ocorrem várias vezes ao longo do tempo. Por isso, uma característica importante da
corrente alternada é a frequência.
A frequência, expressa pela letra f minúscula, é a quantidade de vezes que um ciclo se repete em
determinado período de tempo (T). Neste próximo gráfico, você pode observar que a corrente
alternada completa três ciclos em um período de tempo de um segundo. Assim, a sua frequência é
de três ciclos por segundo (f = 3 ciclos/s).
Período (T) e frequência (f) são duas grandezas físicas relacionadas a movimentos repetitivos e
oscilatórios, sendo que uma grandeza é o inverso da outra. Observe a expressão matemática que
relaciona período e frequência:
Você aprendeu que a corrente elétrica é um fluxo de cargas elétricas negativas que se movimentam
de forma ordenada nos circuitos elétricos. Nas instalações industriais, são empregados dois tipos
de correntes elétricas: corrente contínua (CC) e corrente alternada (CA).
No dia a dia de trabalho, um técnico deve saber identificar o tipo de corrente elétrica no circuito e
suas características, como polaridade, amplitude e frequência. Saber identificar os tipos de
correntes elétricas a partir dos símbolos específicos utilizados em equipamentos e documentos e
ainda interpretar valores e comportamentos de cada tipo de corrente (CC e CA) no tempo são
habilidades fundamentais. Caso contrário, você, como futuro técnico que irá trabalhar na indústria,
poderá danificar algum componente elétrico por mau uso.
A resistência
elétrica e suas
aplicações
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
Capacidade granular: Reconhecer a grandeza física “resistência elétrica” que atua em sistemas
elétricos, suas bases teóricas, características e funções nos circuitos. Conhecimentos
associados: Eletricidade Básica: Grandezas elétricas. Carga horária: 2h.
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fotocópia, gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional - GDE,
do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para
ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
Carlos foi contratado por uma empresa fabricante de estufas industriais. Seu supervisor, o técnico
Adriano, solicitou que ele fizesse manutenção em uma estufa que não está funcionando.
Quais características e funções devem ser reconhecidas na resistência elétrica para possibilitar que
ela seja utilizada em diferentes aplicações industriais?
Quando ouvimos a palavra resistência, logo associamos a impedir algo ou a resistir a um movimento
que está ocorrendo. Por exemplo, quando tentamos erguer um objeto pesado, como um armário,
experimentamos certa dificuldade no movimento que está relacionada à limitação da nossa
capacidade de força física. Então, dizemos que temos uma resistência (limitação) física para erguer
objetos.
A figura a seguir apresenta dois materiais usados como condutores elétricos – as bolas verdes
representam a estrutura do material e as bolinhas vermelhas representam as cargas elétricas que
fluem pelo condutor. Observe que no material de menor resistência (pouca bolas verdes), imagem
à esquerda, as cargas elétricas fluem com mais facilidade do que no material de maior resistência
(muitas bolas verdes), imagem à direita.
A grandeza resistência elétrica é indicada pela letra R (maiúscula) e sua unidade de medida é o
ohm (ohms, no plural), que é representado pela letra grega ômega (Ω). O nome ohm é uma
homenagem ao físico e matemático alemão Georg Simon Ohm (1787-1854), que definiu o conceito
de resistência elétrica aplicando relações matemáticas entre as dimensões físicas dos condutores,
como comprimento, área e outras.
Em nossa casa, usamos muitos equipamentos que dependem da energia elétrica disponível nas
tomadas para funcionar. Quando ligados, ocorre a circulação de uma corrente elétrica da tomada
de energia até o equipamento por meio de fios condutores.
Essa circulação da corrente elétrica está relacionada com algumas características construtivas dos
fios utilizados, como o comprimento, a área da seção transversal, o material do qual o condutor é
feito e a temperatura no condutor. Essas características físicas influenciam na capacidade de
conduzir as cargas elétricas, por isso são chamadas de resistência elétrica de um condutor.
Observe a figura a seguir que mostra fios condutores nos quais o tipo do material, a área da seção
transversal e a temperatura são os mesmos. A única diferença é o comprimento dos fios. Então,
observe que temos o aumento do valor da resistência elétrica de acordo com o aumento do
comprimento do condutor, pois as cargas elétricas precisam percorrer distâncias maiores para
circular entre a estrutura atômica do material condutor.
Agora observe a próxima figura. Temos fios condutores nos quais o tipo do material, o comprimento
e a temperatura são os mesmos. A única diferença neste caso é a área da seção transversal. Então,
observe que temos a diminuição do valor da resistência elétrica de acordo com o aumento da área
da seção transversal do condutor, pois as cargas elétricas encontram mais espaços livres para
circular na estrutura atômica do material condutor.
Muitas tarefas diárias ficaram mais simples de serem realizadas devido ao uso dos equipamentos
elétricos, como aquecer a água do banho com o chuveiro, gerar calor para passar roupas com o
ferro elétrico e secar os cabelos com ar quente do secador. Mas você sabia que todos esses
equipamentos dependem de um componente chamado resistor?
O resistor é um componente construído com materiais (níquel, cromo, carbono, filme metálico ou
óxido-metálico) cujas propriedades de conduzir a corrente elétrica não são tão boas quanto as dos
materiais condutores. Sua finalidade nos sistemas elétricos é controlar a passagem da corrente
elétrica em um determinado ponto de um circuito ou converter a energia elétrica que circula no
equipamento em energia térmica, processo chamado de efeito Joule. A figura a seguir mostra um
chuveiro elétrico que utiliza um resistor que tem a função de aquecer a água, transformando a
energia elétrica em energia térmica (efeito Joule).
Preste atenção para não confundir resistência elétrica com resistor. O resistor é o
dispositivo físico que pode ser instalado em circuitos elétricos e a resistência elétrica é a
propriedade física dos materiais.
Tipos de resistores
Os resistores podem ser divididos em dois grupos: os resistores fixos, que têm um único valor
inalterado, e os resistores variáveis, que permitem que seu valor seja ajustado manualmente, por
um movimento mecânico.
RESISTOR FIXO
É aquele que tem um único valor de resistência determinado pelo fabricante – não é possível alterar
esse valor durante a aplicação. Os resistores fixos podem ser encontrados nos circuitos eletrônicos,
em chuveiros e estufas elétricas.
A figura a seguir mostra um exemplo de resistor fixo construído com fio metálico enrolado sobre um
material cerâmico e as simbologias mais aplicadas para representá-lo nos desenhos eletrônicos. O
resistor fixo é dotado de dois terminais e não tem uma polaridade positiva ou negativa, por isso
pode ser instalado em qualquer posição no circuito eletrônico.
RESISTOR AJUSTÁVEL
É aquele que permite variar o valor da resistência elétrica dentro de uma faixa e os limites do ajuste
podem ser visualizados no corpo do componente ou em documentos que são fornecidos pelos
fabricantes (datasheet).
Quando vamos definir um resistor fixo para executar uma função em um circuito elétrico, devemos
especificar suas características elétricas, como o valor da resistência nominal, o valor percentual
de tolerância e a capacidade de dissipação de potência.
RESISTÊNCIA NOMINAL
É o valor da resistência elétrica especificada pelo fabricante, expresso em ohms (Ω), e em valores
numéricos padronizados e estabelecidos pela norma IEC 63 (Comissão Eletrotécnica Internacional).
Observe, nesta figura, um resistor de cerâmica que tem valor nominal da resistência de 27 Ω,
estampado no corpo do componente.
VALOR DE TOLERÂNCIA
É uma faixa percentual que indica a variação possível no valor da resistência elétrica (decorrente
do processo de fabricação) que o resistor pode apresentar em relação ao valor padronizado da
resistência nominal. Essa faixa de tolerância indica que o valor nominal pode variar para mais ou
para menos. Por exemplo, a figura a seguir mostra um resistor de fio com valor nominal de 22 Ω,
que apresenta uma tolerância de 5%. Espera-se que o valor apresentado por este resistor seja de
22 Ω ± 1,1 Ω. Portanto, se este resistor estiver em perfeito estado, o valor nominal da sua resistência
elétrica deve estar na faixa de 20,9 Ω e 23,2 Ω.
Valor da tolerância da resistência em um resistor de fio
A passagem da corrente elétrica por um resistor produz a conversão de parte da energia elétrica
em energia térmica. O resistor deve ser capaz de transferir essa energia térmica para fora de seu
corpo, para limitar o seu aquecimento e evitar que seja danificado pelo excesso de temperatura.
A capacidade de transferir essa energia térmica para fora de seu corpo é chamada de dissipação
de potência e está relacionada com o tamanho físico do componente. Na próxima figura, você pode
observar dois resistores com tamanhos diferentes – o da esquerda apresenta maior área de
dissipação térmica em comparação ao da direita, permitindo assim maior liberação de calor interno
para o ambiente.
Nas placas eletrônicas que são usadas em sistemas de automação industrial, podemos encontrar
vários tipos de resistores fixos que não têm o valor da resistência escrito numericamente em seu
corpo. Nesses componentes, tanto os valores da resistência quanto da tolerância estão
especificados no seu corpo por meio de faixas coloridas, compostos por um código de cor.
Na próxima figura, temos como relacionar as faixas de cores do resistor com a tabela do código de
cores. Observe que o resistor apresenta quatro faixas coloridas (verde, azul, preto e cinza) em seu
corpo e a leitura deve iniciar sempre na extremidade com mais faixas. As duas primeiras faixas
representam o valor da resistência (verde = 5; azul = 6); a terceira é um fator multiplicador (preto =
x1); e a quarta e última faixa (prata = ± 10%) indica a tolerância do valor da resistência. Conforme
o código de cores, esse resistor apresenta o valor de resistência de 56 Ω com tolerância de ± 10%.
Código de cores para resistores fixos de quatro faixas
Alguns resistores não têm a quarta faixa referente à tolerância, isso significa que o valor
da sua resistência pode variar em ± 20%. Outros resistores podem ter cinco ou seis faixas,
que servem para apresentar mais exatidão no valor da resistência elétrica com níveis
menores de tolerância.
Os resistores têm várias aplicações nos sistemas elétricos industriais, seja para adequar valores de
grandezas elétricas como tensão e corrente ou para a conversão da energia elétrica em energia
térmica em equipamentos industriais. Vamos conhecer algumas aplicações comuns dos resistores
em instalações de vários segmentos industriais.
Nas placas internas dos controladores eletrônicos industriais, são utilizados muitos resistores de
filme de carbono com a finalidade de limitar a corrente elétrica em um circuito ou adequar o valor
da tensão elétrica da fonte, conforme a necessidade das diferentes etapas do circuito do
controlador. Observe, nesta figura, um resistor de filme de carbono em aplicação no circuito
eletrônico.
Nos processos industriais automotivos, químicos e farmacêuticos, diversos produtos, como óleos,
água e solventes necessitam de aquecimento para participarem de etapas específicas do processo
produtivo. Esses produtos passam por equipamentos aquecedores construídos com resistores
elétricos blindados. A figura a seguir mostra exemplos de resistores elétricos blindados que são
utilizados em processos de aquecimento de indústrias químicas.
Nos processos industriais, como petroquímicos, refinarias de petróleo e indústria de celulose, alguns
equipamentos, como motores, extrusora e estufas necessitam de aquecimento de suas estruturas
metálicas para operarem adequadamente com os produtos específicos dos seus processos. Nesses
equipamentos, são instalados um exemplo de resistor elétrico blindado que é utilizado em
extrusoras de instalações petroquímicas.
Você aprendeu que o resistor é um componente físico que é instalado nos sistemas elétricos, viu
também que resistência é a dificuldade que o componente apresenta à passagem de corrente
elétrica. A resistência apresentada por um resistor está associada a fatores como comprimento,
área de sua seção transversal e o tipo do material condutor que, quando mal especificado,
compromete a vida útil do componente.
A propriedade física de resistência elétrica permite aplicações variadas nos sistemas elétricos e
eletrônicos, em que pequenos resistores fazem a função de adequar sinais eletrônicos e resistores
mais robustos fazem a função de aquecimento de produtos e equipamentos nas instalações
industriais.
Por isso, é de extrema relevância que o técnico saiba interpretar as informações que estão escritas
no corpo do resistor ou por meio de código de cores, uma vez que a não observação dessas
informações pode danificar o componente.
A potência elétrica e
suas características
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
Capacidade granular: Reconhecer a grandeza física “potência elétrica” que atua em sistemas
elétricos, suas bases teóricas, características e funções nos circuitos. Conhecimentos
associados: Eletricidade Básica: Grandezas elétricas. Carga horária: 2h.
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SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
João trabalha no almoxarifado de uma empresa de instalação e manutenção de máquinas
industriais, mas está com problemas para identificar as características dos motores. Marcos, o
técnico de manutenção da empresa, foi ajudá-lo nesta tarefa.
Quais características e funções devem ser reconhecidas em relação à grandeza potência elétrica
para que seja possível compreender a atuação dela nos sistemas elétricos?
Ao comprar uma lâmpada, espera-se que ela seja capaz de produzir luminosidade suficiente para
um ambiente. No entanto, em vez de observar a capacidade luminosa, prestamos atenção à
potência elétrica, que representa o consumo da lâmpada.
Você já percebeu que alguns elevadores são mais rápidos do que outros? Por que isso acontece?
Os elevadores mais rápidos contam com motores mais potentes, que executam o trabalho em
menor tempo e, por isso, deslocam-se mais rapidamente.
A potência elétrica é uma grandeza física que relaciona o trabalho feito com o tempo necessário
para sua execução. A grandeza potência elétrica é identificada pela letra P (maiúscula) e sua
unidade de medida é o watt, simbolizada pela letra W (maiúscula).
Matematicamente a potência é determinada pela divisão do trabalho (simbolizado pela letra grega
𝜏 – tau) pelo tempo t necessário para executar o respectivo trabalho, como mostra a expressão a
seguir.
Fórmula da potência
A quantidade de 1 watt corresponde ao trabalho mecânico de 1 joule feito por uma máquina no
tempo de 1 segundo, resultando em uma potência de 1 joule por segundo (1 W = 1 J/s). Por
exemplo, uma batedeira elétrica que faz um trabalho de 400 J em um tempo de 1 segundo tem uma
potência de 400 W.
Nos sistemas de corrente alternada (CA), a corrente elétrica e a tensão elétrica passam a se
comportar de maneiras diferentes dos sistemas de corrente contínua CC, apresentando distorções
ou defasagem na forma da onda senoidal. Por isso, nos sistemas alimentados em CA, a potência
elétrica é definida de três formas: potência ativa, potência reativa e potência aparente. Vamos
conhecer suas características.
POTÊNCIA ATIVA
A potência ativa é a potência útil de um equipamento elétrico representada pela letra P (maiúscula)
e sua unidade de medida é o Watt (W). Em um motor elétrico, a potência útil é a que está disponível
na ponta do seu eixo, como o trabalho na rotação da broca em uma furadeira.
A próxima figura mostra um instrumento analógico que mede a potência ativa, conhecido como
wattímetro, que geralmente é instalado na porta de painéis elétricos industriais.
Modelo de wattímetro analógico instalado em painéis elétricos
POTÊNCIA REATIVA
Quando equipamentos elétricos, como motores e transformadores, estão em operação, nem toda
potência fornecida é transformada em potência útil. Uma parte dela é transformada em campo
magnético, necessário ao funcionamento desses equipamentos.
Essa potência que não produz trabalho útil é denominada de potência reativa, representada pela
letra Q (maiúscula), cuja unidade de medida é o volt-ampere reativo (VAr). Portanto, quanto menor
for valor dessa potência, mais eficiente é o sistema. Nesta figura temos um medidor digital de
potência reativa utilizado em painéis elétricos industriais.
POTÊNCIA APARENTE
É a potência total consumida por um equipamento elétrico, representada pela letra S (maiúscula),
cuja unidade de medida é o volt-ampere (VA). A potência aparente é a potência total que o
equipamento solicita da rede elétrica. A maior parte dela é usada como potência ativa e uma
pequena parte é desperdiçada em potência reativa. Veja um medidor digital de potência aparente
utilizado em painéis elétricos industriais.
Medidor digital de potência aparente instalado em painéis elétricos
Para expressar a potência elétrica em motores, se utiliza a unidade watt (W); e para expressar sua
potência mecânica, são usadas as unidades hp (horse-power, em inglês) e cv (cavalo-vapor). Essa
unidade surgiu quando James Watt precisou expressar a potência mecânica de sua máquina a
vapor. Para isso, comparou essa potência com o trabalho realizado por cavalos que movimentavam
rodas de moinhos.
Na indústria, para especificar projetos elétricos que utilizam motores, é necessário fazer a
equivalência entre potência mecânica e potência elétrica. As equivalências entre essas potências
são mostradas nas expressões a seguir:
Na compra de um chuveiro, por exemplo, devemos escolher que potência nominal desejamos.
Podemos encontrar as potências de 5.500 W, 6.000 W e 7.500 W, entre outras. Essa informação,
geralmente, está especificada no corpo do chuveiro ou na embalagem, como mostra esta figura.
A potência nominal das lâmpadas de LED podem ser encontradas com valores de 5 W,
8 W, 15 W, entre outros. Esses valores são muito inferiores às potências nominais das
lâmpadas incandescentes (40 W, 60 W e 100 W). Mas, mesmo assim, a luminosidade
das lâmpadas de LED é superior, devido a melhor eficiência energética na conversão da
energia elétrica em energia luminosa. Por exemplo, uma lâmpada de LED com potência
de 8 W produz aproximadamente a luminosidade equivalente a de uma lâmpada de 60
W.
Vamos assistir agora a um vídeo que mostra a identificação da potência elétrica em equipamentos.
Quando a corrente elétrica circula por componentes instalados em circuitos elétricos, verificamos
que uma parte da energia é transformada em calor – é por isso que observamos o aquecimento na
maioria dos equipamentos elétricos energizados.
Esse calor produzido é conhecido como efeito Joule, em homenagem ao físico britânico James
Prescott Joule, que estudou a natureza do calor gerado em uma resistência devido à circulação de
corrente elétrica. Joule determinou as relações entre o fluxo da corrente elétrica que passa por um
resistor elétrico e o calor dissipado, expressas pelas leis de Joule. Essas relações são
representadas pela seguinte expressão matemática:
Relações entre o fluxo da corrente elétrica que passa por um resistor elétrico e o calor dissipado
Outra relação matemática diz que, quando a tensão for constante, a potência elétrica dissipada é
inversamente proporcional a sua resistência elétrica. Essa relação é representada nesta expressão
matemática:
UM EXEMPLO IMPORTANTE
Determinaremos a potência dissipada por um resistor de 100 Ω, pelo qual circula uma corrente
elétrica de 0,1 A, energizado por uma fonte de tensão de 10 V. Para esse caso, podemos utilizar
qualquer uma das expressões matemáticas mostradas a seguir.
𝑃= V x 1 = 10 x 0,1 = 1 W
P = R x I² = 100 x 0,1² = 1 W
𝑉² 10²
𝑃 = =
𝑅 100
= 1W
O efeito Joule pode ser observado em diferentes componentes dos circuitos elétricos industriais.
Basta observar a produção de calor em fusíveis, disjuntores, fios e cabos elétricos. Esse efeito
representa perdas de energia nos sistemas elétricos, podendo inclusive comprometer a segurança
de instalações e equipamentos elétricos.
O efeito Joule também é utilizado em dispositivos de proteção elétrica, como fusíveis e disjuntores,
cuja finalidade é proteger a instalação pela limitação da potência fornecida ao circuito. Quando a
corrente elétrica ultrapassa determinado valor especificado, o calor gerado pelo efeito Joule funde
o filamento interno do fusível.
Nos disjuntores, um dispositivo térmico se dilata com o aumento da temperatura provocado pelo
efeito Joule. Como consequência, esse dispositivo térmico se deforma e aciona o dispositivo de
proteção, que desenergiza o circuito elétrico. A próxima figura mostra um tipo de fusível e disjuntor
empregados na proteção de circuitos elétricos.
Nos motores, a energia elétrica é transformada em energia mecânica. Porém, nem toda potência
elétrica fornecida ao motor é convertida em movimento rotacional no seu eixo, pois parte dela é
perdida devido ao atrito, ao aquecimento e a outros fatores. A figura a seguir mostra a relação entre
a potência mecânica de saída e a potência elétrica na entrada do motor.
O rendimento é a relação que define a eficiência entre a potência elétrica absorvida da rede
(potência de entrada em watt) e a potência mecânica disponível no eixo do motor (potência de saída
em watt). O rendimento, representado pela letra grega η (eta), é uma grandeza que não tem unidade
e seu valor numérico será sempre um número menor que 1.
Quando expresso em porcentagem, o rendimento apresenta valores que variam de 0 a 100%. Para
expressar o rendimento de um motor elétrico, podemos utilizar as expressões matemáticas a seguir:
Ou em percentual:
Nos circuitos CA, devido às distorções entre formas de ondas senoidais, nem toda energia fornecida
converte-se em trabalho. Como consequência, é necessário considerar a potência ativa (W), a
potência reativa (VAr) e a potência aparente (VA).
A potência elétrica também está relacionada a dois fatores importantes para o funcionamento de
equipamentos elétricos, que são o efeito Joule e o rendimento. O efeito Joule é a potência elétrica
dissipada pelos equipamentos elétricos sob a forma de calor, enquanto que o rendimento relaciona
a potência elétrica fornecida ao motor elétrico com trabalho efetivo em seu eixo.
Por isso, é importante que o técnico saiba reconhecer essas características e funções da grandeza
potência elétrica para que possa especificar adequadamente os componentes de um sistema
elétrico na indústria.
Unidades de
medidas elétricas e
suas aplicações
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
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A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, eletrônico, mecânico,
fotocópia, gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
João e Lucas trabalham em uma empresa petroquímica que utiliza muitos instrumentos, com as
mais diferentes escalas, para medir várias grandezas elétricas. Um dia, Lucas apresentou uma
dúvida sobre o uso de grandezas elétricas. Observe como João esclareceu essa dúvida.
Quais as bases numéricas que são utilizadas para representar as medidas das grandezas elétricas
e como são feitas as conversões em múltiplos e submúltiplos de tensão, corrente, resistência e
potência dos sistemas elétricos?
Em seu dia a dia, certamente você utiliza unidades de medidas que expressam quantidades
imensas ou minúsculas. Por exemplo, o dispositivo que serve para armazenamento de informações
ou dados, chamado de pendrive.
Os primeiros pendrives tinham pouca capacidade de memória, na ordem de quilobytes (1 kb = 1.000
byte), atualmente os dispositivos comercializados apresentam capacidade de memória de vários
gigabytes (1 Gb = 1.000.000.000 byte). Por isso, para comprar um pendrive, é importante
compreender o significado desses prefixos usados nas unidades de medidas de capacidade de
memória.
Nas indústrias, também é importante compreender os significados dos prefixos que são usados ao
lado das unidades de medidas de grandezas elétricas, como tensão, corrente, resistência e potência
elétrica. A conversão entre esses prefixos permite representar os valores das grandezas elétricas
com números mais fáceis de se trabalhar.
Por exemplo, fazer operações matemáticas ou mesmo escrever em um relatório o valor de uma
resistência elétrica de 10.000 Ω é complicado em razão da quantidade de zeros. Uma maneira mais
fácil de representar e usar em cálculos esse mesmo valor é fazendo a conversão para um múltiplo,
como 10 kΩ ou 10 k. Nesta figura temos um resistor expresso em um múltiplo.
Para compreender a relação entre o nome dos prefixos e os valores que eles expressam nas
grandezas elétricas, precisamos estudar alguns conceitos matemáticos, como números decimais,
números fracionários e potência de base dez.
NÚMEROS FRACIONÁRIOS
A figura a seguir mostra uma barra de cobre utilizada em painéis elétricos, em que a unidade foi
dividida em quatro partes e cada parte cortada é uma fração da barra inteira. Então, se retirarmos
uma parte da barra, significa que utilizamos um quarto da unidade inteira da barra.
Barra de cobre cortada em partes
Quando for necessário fracionar uma unidade em mais de dez partes, falamos o numeral
acompanhado da palavra avos. Assim, se o exemplo anterior fosse dividido em 11
pedaços, cada um representaria 1/11 (um onze avos) da barra.
NÚMEROS DECIMAIS
São números compostos por duas partes: uma parte inteira, expressa antes da vírgula, e outra
decimal (não inteira), expressa depois da vírgula. Os números decimais surgiram da necessidade
de facilitar as operações matemáticas, principalmente em cálculos astronômicos, em virtude da
precisão proporcionada nos resultados. Assim, a partir de um número fracionário como ¼ (um
quarto), originou-se o numeral decimal 0,25, resultante da divisão entre o numerador 1 e o
denominador 4.
No Brasil, a vírgula é o símbolo utilizado como separador decimal. Para facilitar a leitura
de números inteiros grandes, se utiliza também o ponto como separador de milhar a cada
três dígitos.
Em outros países, como os de cultura inglesa, o separador decimal utilizado é o ponto, já
o separador de milhar é a vírgula.
É um número composto por uma base e um expoente. Nesse caso, a base é dez e o expoente
significa a quantidade de multiplicações sucessivas por dez, como apresenta a próxima figura.
A potência de base dez é uma forma prática de representar números imensos (100.000.000.000)
ou minúsculos (0,00000000001), pois facilita a conversão de unidades de grandezas elétricas. Para
realizar operações matemáticas com potência de base dez, são utilizadas algumas propriedades,
como multiplicação, divisão e potenciação.
102 x 103
= 10(2 + 3)
= 105
= 10 x 10 x 10 x 10 x 10
= 100.000
104 ÷ 102
= 10(4 - 2)
= 102
= 10 x 10
= 100
Potenciação de potências → Conserva a base e multiplica os expoentes.
(102)2 = 10(2 x 2)
= 104
= 10 x 10 x 10 x 10
= 10.000
O N é o expoente que indica quantas vezes multiplicamos o número pela base dez, ou seja, o
expoente identifica a quantidade de zeros que serão colocados após o número 1, como mostra a
tabela a seguir.
101 10 10
102 10 x 10 100
103 10 x 10 x 10 1.000
104 10 x 10 x 10 x 10 10.000
105 10 x 10 x 10 x 10 x 10 100.000
106 10 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10 1.000.000
A seguir, veremos exemplos de operações matemáticas com potência de base dez em números
com N > 0. Antes, vamos lembrar o significado dos termos em cada uma das posições dos numerais.
a . 10b
Produto → Multiplica os coeficientes (2 x 3), mantém a base (10) e soma os expoentes (3 + 2).
(2 x 103) x (3 x 102)
= (2 x 3) x 10(3 + 2)
= 6 x 105
= 6 x 10 x 10 x 10 x 10 x 10
= 600.000
Divisão → Divide os coeficientes (6 ÷ 3), mantém a base (10) e subtrai os expoentes (5 - 2).
(6 x 105) ÷ (3 x 102)
= (6 ÷ 3) x 10(5 - 2)
= 2 x 103
= 2.000
O N é o expoente que indica quantas vezes dividimos o número pela base dez, ou seja, quando um
expoente for negativo, pode-se escrever esse número na forma de fração, sendo o denominador
uma potência de base dez com numerador 1.
Também podemos escrever na forma decimal, sendo que o número do expoente indica a
quantidade de dígitos após a vírgula, como é possível ver nesta tabela.
10-1 0,1 0,1
Subtração → Subtrai os coeficientes (4,5 - 2,3) e mantém a base com os expoentes (10-3). Depois,
transforma a base em fração para trocar o sinal do expoente.
(4,5 x 10-3) - (2,3 x 10-3)
= (4,5 - 2,3) x 10-3
= 2,2 x 10-3
1
= 2,2 x 3
10
2,2
= 1000
= 0,0022
Produto → Multiplica os coeficientes (2 x 4), mantém a base (10) e soma os expoentes (-6 + 3).
Depois, transforma a base em fração para trocar o sinal do expoente.
(2 x 10-6) x (4 x 103)
= (2 x 4) x 10(-6 + 3)
= 8 x 10(-6 + 3)
= 8 x 10-3
1
=8x 3
10
8
=
103
8
=1000
= 0,008
Divisão → Divide os coeficientes (6.300 ÷ 30), mantém a base (10) e subtrai os expoentes (-6 + 3).
Depois, transforma a base em fração para trocar o sinal do expoente.
(6.300 x 10-6) ÷ (30 x 10-3)
= (6.300 ÷ 30) x 10(-6 + 3)
= 210 x 10(-6 + 3)
= 210 x 10-3
210
= 3
10
210
=1000
= 0,21
(2 x 103) + (2 x 10-3)
= (2 x 103) + (0,000002 x 103)
= 2000,000002 x 103
Observação: para chegar de 10-3 até 103, foi necessário acrescentar seis zeros na
transformação do número 2 (0,000002). Assim, somente após igualar as potências de
base dez nos dois termos em 103, é possível fazer a operação matemática.
Uma regra matemática diz que todo número elevado ao expoente zero é igual a 1, então isso vale
para a potência de base dez. Sendo assim, 100 = 1.
0 0 0000
1 1 0001
2 2 0010
3 3 0011
4 4 0100
5 5 0101
6 6 0110
7 7 0111
8 8 1000
9 9 1001
10 A 1010
11 B 1011
12 C 1100
13 D 1101
14 E 1110
15 F 1111
BASE DECIMAL
Embora a base dez tenha o nome decimal, não existe o algarismo 10. O número 10 é
composto pelos algarismos 1 e 0.
BASE BINÁRIA
É um sistema numérico cuja base é 2 e é composto apenas pelos algarismos 0 e 1. A base binária
é utilizada para representar qualquer dispositivo que tenha dois estados lógicos (ligado/desligado,
aberto/fechado), como circuitos eletrônicos que utilizam valores de corrente ou tensão como nível
lógico, sendo que o algarismo 1 significa ligado (nível lógico alto) e o algarismo 0 significa desligado
(nível lógico baixo). Veja na figura a seguir.
Todo computador utiliza a base binária para representar programas, textos e vídeos,
formados por sequências compostas pelos estados lógicos 0 e 1. Em sistemas
eletrônicos, o dígito binário 0 ou 1 é chamado de bit, e um conjunto de 8 bits é uma
informação denominada de byte. A capacidade de memória do computador é medida em
byte.
BASE HEXADECIMAL
É um sistema numérico, cuja base é 16, composto por uma sequência de algarismos e letras, como
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E e F.
A tabela a seguir mostra, na primeira linha, os algarismos da base hexadecimal e, na segunda linha,
a equivalência com os números da base decimal. Por essa equivalência, a letra A hexadecimal
representa o número 10 do sistema decimal, da mesma forma que a letra D representa o número
13.
Base hexadecimal
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Base decimal
Assim, a escrita do valor 1000 na base Hexadecimal é: bit mais significativo (3) + bit intermediário:
E (= 14) + bit menos significativo (8)
Atuando como técnico, você fará algumas atividades de medições e cálculos matemáticos
envolvendo grandezas elétricas expressas em valores grandes ou pequenos. Para facilitar essa
atividade, recomenda-se utilizar os múltiplos e submúltiplos da unidade fundamental da grandeza
medida.
Por exemplo, um instrumento que mede um sinal de corrente com valor de 0,016 A. Esse é um valor
pequeno para ser expresso na unidade fundamental ampère, por isso os técnicos preferem
representar essa medida em um submúltiplo, o miliampère, com valor de 16 mA.
As tabelas a seguir mostram exemplos de prefixos utilizados para representar os valores das
grandezas elétricas em base decimal, apresentando múltiplos e submúltiplos, usando potências de
base dez. Observe que os prefixos foram organizados por fatores de mil vezes, ou seja, de um
prefixo para outro ele pode ser 1000 (103) vezes maior ou 1000 (10-3) vezes menor.
Múltiplos
Submúltiplos
A unidade fundamental de medida da grandeza de tensão elétrica é o volt, representada pela letra
V maiúscula. Nas medições efetuadas em sistemas de geração e distribuição de energia elétrica,
que trabalham com valores elevados, as tensões são expressas em volt (V) e seus múltiplos
quilovolt (kV) e megavolt (MV). Em circuitos eletrônicos em que predominam pequenos valores de
tensão, utilizam-se a unidade volt (V) e seus submúltiplos milivolt (mV) e microvolt (μV), conforme
mostra a próxima tabela.
Suponha que você fez uma medição em um circuito eletrônico e encontrou o valor de 0,0056 V e
quer representar esta medida com um valor numérico maior, em milivolt. Para isso, escreva a
medida original obedecendo cada dígito da unidade fundamental, mantendo a vírgula sobre a linha
da unidade V, conforme o exemplo apresentado neste quadro.
Para fazer a conversão desse valor para mV, desloque a vírgula até a linha sob a unidade mV.
Perceba que a vírgula foi deslocada três dígitos para a direita (103). Observe no próximo quadro de
conversão que não será necessário deixar os dígitos zeros à esquerda do número 5, pois o zero
não terá valor nessa posição. O valor convertido de volt (V) para milivolt (mV) será de 5,6 mV.
Em uma conversão, a vírgula sempre vai ser deslocada de três em três dígitos decimais.
Quando a conversão for de um prefixo maior para outro menor, se multiplica por 1000,
isto é, desloca-se a vírgula três dígitos para a direita.
Quando a conversão for de um prefixo menor para outro maior, se divide por 1000, isto
é, desloca-se a vírgula três dígitos para a esquerda.
Uma informação importante do motor elétrico é sua potência, cujo valor é mostrado na
placa de identificação do motor e é expresso em kW. Na figura, o valor da potência é de
1,5 kW, que equivale a 1.500 W.
A tabela a seguir apresenta todos os múltiplos e submúltiplos aplicados para as quatro grandezas
elétricas: tensão, corrente, resistência e potência. Observe que alguns múltiplos e submúltiplos não
estão expressos em algumas grandezas, pois raramente são encontrados valores tão grandes ou
tão pequenos para essas unidades de medidas elétricas.
A seguir, assista ao vídeo que mostra como converter unidades de medidas de grandezas elétricas.
Nos projetos de circuitos eletrônicos, são efetuados muitos cálculos para especificar os valores das
grandezas elétricas, como tensão, corrente, resistência e potência. Por exemplo, para adequar
sinais elétricos de uma medição, o técnico deve calcular os valores de resistência elétrica dos
resistores necessários para inserir no circuito eletrônico.
Supondo que o valor da resistência encontrado no cálculo foi de 1.500 Ω e, ao fazer a conversão
para comprar um valor disponibilizado comercialmente, o técnico cometeu um erro, convertendo o
valor para 15 kΩ, sendo que o correto era 1,5 kΩ. Nesse caso, a possibilidade de o circuito não
funcionar corretamente é grande, pois houve um erro de especificação do valor da resistência
elétrica do resistor usado, conforme mostra o próximo quadro.
Um segundo caso que requer atenção na conversão envolve valores de corrente elétrica em
dispositivos de proteção dos circuitos eletrônicos. Imagine um caso em que para especificar o valor
de corrente de um fusível que protege o sistema contra curto-circuito, o técnico calculou que o valor
da corrente nominal do circuito é de 0,50 A. Ao fazer a conversão, o técnico cometeu um erro e
especificou um fusível de 50 mA. Ao ligar o circuito, o fusível queimou imediatamente, pois seu valor
era inferior ao de corrente nominal do circuito, que era 500 mA, conforme mostra este quadro.
Você aprendeu que é fundamental reconhecer e aplicar as unidades de medidas das grandezas
elétricas, como tensão, corrente, resistência e potência elétrica. Todas essas grandezas adotam
como padrão o sistema métrico de base decimal para especificar os valores medidos.
Para fazer as conversões entre múltiplos e submúltiplos das medidas elétricas, é importante que o
técnico saiba usar os conceitos matemáticos referentes aos números decimais, aos números
fracionários e à potência de base dez, para que os resultados finais obtidos nas conversões entre
os múltiplos e os submúltiplos de cada grandeza elétrica tenham valores confiáveis, evitando-se,
assim, problemas de funcionamento dos circuitos elétricos.
Instrumentos de
medição elétrica e
suas aplicações
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
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Em nosso dia a dia, precisamos fazer várias medições, para saber o tempo de cozimento de algum
alimento, o peso de determinado objeto ou a velocidade de um automóvel. Medição é a
determinação do valor de uma grandeza com o uso de um instrumento de medida.
Essa forma de medição tem como base os efeitos físicos causados por uma grandeza elétrica. As
forças eletromagnéticas dos campos elétricos, as forças eletrodinâmicas geradas pela variação das
cargas elétricas e as forças dinâmicas geradas pelo movimento de um corpo são exemplos de
efeitos físicos. Os instrumentos que funcionam para esse tipo de medição são os instrumentos
analógicos, como mostra a figura a seguir.
A segunda forma de medição consiste na conversão de uma grandeza elétrica em sinais digitais,
por um circuito eletrônico. Os instrumentos que funcionam segundo esse princípio são os
instrumentos digitais. Observe, na próxima figura, como é feita a medição de tensão por um
voltímetro digital.
Medição por conversão de grandeza elétrica em voltímetro digital
Como você já sabe, para indicar o valor medido, os instrumentos analógicos partem dos efeitos
físicos causados pela grandeza a ser medida. O funcionamento desses instrumentos pode ter como
princípio efeitos eletromagnéticos, como o ferro móvel; eletrodinâmicos, como a bobina móvel; e
dinâmicos, como o instrumento ressonante.
Para que não ocorram erros na leitura de uma medição elétrica, algumas características devem ser
observadas, como a escala, a resolução, a posição de instalação e o erro de paralaxe. Vamos
conhecer essas características, pois elas são muito importantes.
ESCALA E RESOLUÇÃO
A escala de um instrumento está relacionada com os limites mínimo e máximo que ele pode medir.
Já a resolução é o menor valor que o instrumento consegue mostrar e está relacionado com os
números de divisões da escala. O princípio de funcionamento dos instrumentos determina qual é a
resolução da faixa de medição, que pode ser homogênea ou heterogênea.
POSIÇÃO
Esta característica se refere à posição de instalação do instrumento. Caso o técnico não respeite
esta característica, haverá erro na leitura. A posição de funcionamento é apresentada por meio de
um símbolo que indica a posição vertical, horizontal ou inclinada.
O erro de paralaxe ocorre quando qualquer instrumento analógico de medida é lido a partir de um
ângulo desfavorável, isto é, quando o olho humano não está posicionado perpendicularmente sobre
a escala de medição do instrumento, mas com uma visão oblíqua em relação ao instrumento.
Na próxima figura, temos duas leituras efetuadas no mesmo instrumento. No visor da esquerda, a
forma de leitura está incorreta, pois é possível observar o ponteiro e o reflexo da sua imagem no
espelho, provocando o erro de paralaxe na leitura. No visor da direita, não observamos a imagem
do ponteiro refletido no espelho, significando que o ponteiro e sua imagem estão alinhados, o que
certifica a posição correta da leitura da medição evitando o erro de paralaxe.
O instrumento digital informa o valor da medição por meio de dígitos numéricos e seu funcionamento
depende de um circuito eletrônico que converte os sinais analógicos medidos pelo instrumento em
dígitos numéricos, informados em um mostrador digital.
A figura a seguir mostra um instrumento medidor digital de tensão e corrente elétrica informando os
valores medidos, as respectivas unidades de medição das grandezas e se a medição é feita em
sistema alternado ou contínuo.
Como o instrumento digital informa as medições com dígitos numéricos, ele apresenta algumas
características diferentes em relação aos instrumentos analógicos, como:
● A indicação por mostrador digital permite fazer a instalação e a leitura em qualquer posição.
● O medidor faz conversões de sinais e, assim, permite escolher escalas mais adequadas
para cada medição efetuada (múltiplos e submúltiplos) e possibilita medir diferentes
grandezas elétricas em um mesmo instrumento.
Em um multímetro tipo digital, o resultado da medição se dá por meio da leitura direta dos números
e das unidades que aparecem em seu mostrador digital (display). As partes que compõem um
multímetro digital são o display, a chave seletora, os bornes e as pontas de prova, conforme mostra
a figura a seguir.
ESCALAS DE MEDIÇÃO
Por isso, devemos sempre escolher uma escala maior do que o valor que pretendemos medir.
Quando não se tem certeza do valor a ser medido, é recomendável escolher o fundo de escala mais
alto e depois ir reduzindo até encontrar a escala ideal (com a melhor resolução).
A próxima figura mostra a medição da tensão de uma bateria de 9 V efetuada com dois fundos de
escala diferentes. Observe que a resolução da medição do instrumento da esquerda é melhor, pois
foi usada uma escala mais adequada.
Importância da escolha da resolução da escala em uma medição
BORNES DE CONEXÃO
São os terminais destinados para ligar os conectores das pontas de prova. Geralmente, os
multímetros têm três ou quatro bornes de conexão, identificados pela cor e pela unidade da
grandeza elétrica a ser medida.
A ponta de prova preta na maioria das medidas é conectada ao borne COM (comum), cuja cor
também é preta. Já a ponta de prova vermelha é conectada ao borne correspondente à grandeza
elétrica a ser medida, que pode ser tensão, corrente, resistência etc. A figura a seguir mostra os
bornes disponíveis para conexão das pontas de provas.
● Categoria 3 (CAT III) – Aplicável a medições dos dispositivos de proteção como disjuntores,
iluminação industrial e motores
● Categoria 4 (CAT IV) – Categoria com a maior proteção, aplicável a todas as medições
elétricas de baixa tensão
O multímetro é utilizado para medir várias grandezas elétricas. Para cada grandeza selecionada, é
importante que o instrumento funcione como se fosse um instrumento individual para a respectiva
grandeza.
Assim, o multímetro serve para medir tensão elétrica, na função de voltímetro; medir corrente
elétrica, na função de amperímetro; e medir resistência elétrica, na função de ohmímetro.
Aprenderemos a fazer essas medições.
VOLTÍMETRO
Observe, nesta figura, como ajustar o multímetro para medir a tensão contínua.
Para medir a tensão alternada, como as que existem nas tomadas de energia de nossas casas, o
procedimento é o mesmo que foi apresentado para VCC. Basta girar a chave seletora para VCA.
AMPERÍMETRO
são selecionadas e ele é utilizado para fazer medições de corrente elétrica. A figura que segue
mostra como ajustar o multímetro para medir a corrente contínua. Por segurança, sempre certifique-
se de que o sistema está desenergizado antes de conectar as ponteiras em série com o circuito.
Posição das pontas de prova em uma medição de corrente contínua
Para medir a corrente alternada em circuitos eletrônicos, gire a chave seletora para a opção ACA e
siga o mesmo procedimento anterior. Para medir corrente elétrica em motores elétricos e circuitos
de comando existe a opção de usar o alicate amperímetro.
Para fazer essa medição, o condutor precisa estar envolvido pelas garras do instrumento, conforme
é possível ver na figura a seguir. Esse procedimento é mais seguro pelo fato de não haver o risco
de choque elétrico, já que a medição é feita sem que o circuito seja aberto.
OHMÍMETRO
A função ohmímetro é utilizada para fazer medição de resistência elétrica quando a chave seletora
estiver na opção Ω. Para fazer a medição da resistência, o circuito ou o componente não podem
estar energizados e, pelo menos, uma das pontas do resistor deverá estar desconectada totalmente
do circuito. A primeira medida tem o objetivo de não danificar o instrumento e a segunda serve para
não interferir na medida.
Observe como ajustar o multímetro para medir a resistência elétrica de um resistor utilizado para
aquecimento industrial nesta figura.
Neste vídeo, você aprenderá a utilizar o multímetro para fazer medições de grandezas elétricas.
O instrumento para medir potência elétrica é o wattímetro, que permite medir os valores dos três
tipos de potência: ativa (kW), reativa (kVAr) e aparente (kVA). Alguns modelos de wattímetro
também podem ser utilizados para fazer outras medições, como tensão, corrente, frequência etc.
Para fazer as medições com o wattímetro, precisamos medir tensão e corrente ao mesmo tempo.
Para isso, são utilizadas duas pontas de prova para medir tensão elétrica em conjunto com a garra
do alicate que mede a corrente elétrica, de acordo com a figura a seguir.
Durante muito tempo, o instrumento analógico de medição foi o melhor recurso para o técnico medir
e avaliar o comportamento das grandezas elétricas. Nos dias atuais, ele perdeu espaço para os
instrumentos que usam tecnologias digitais, em razão da grande quantidade de recursos oferecidos
por esses últimos. O quadro a seguir mostra um comparativo entre as duas tecnologias empregadas
nos instrumentos de medição.
Em suas rotinas profissionais, os técnicos precisam fazer diferentes tipos de medições elétricas.
Antes de fazer a medição com um multímetro, ele deve se perguntar:
Suponha que um técnico teve que fazer uma medição de corrente elétrica em um equipamento
eletrônico, cujo valor informado na placa era de 1 ampère (A). O primeiro passo do técnico foi
selecionar a grandeza elétrica e a unidade de medida adequada, conforme mostrado na figura a
seguir.
Ao fazer a medição, o valor mostrado no display do multímetro foi de 980 mA. O valor numérico
informado foi muito diferente do esperado, pois, nesse caso, o instrumento fez a troca automática
da escala de medição. Esse é um fato comum nas medições industriais. Por isso, o técnico deve
estar atento às unidades de medida que o instrumento apresenta para não fazer interpretações
erradas.
Outros erros podem ocorrer no uso de instrumentos de medição. Para medir a tensão, tanto a
conexão das pontas de prova no instrumento quanto a conexão das ponteiras com o circuito a ser
medido são diferentes de quando se faz medição de corrente elétrica. A inversão desses
procedimentos pode causar sérios acidentes com o técnico e danificar o instrumento.
Para manter as funcionalidades dos instrumentos, o usuário precisa ter alguns cuidados de
conservação e de manuseio, como:
● Verificar se as pilhas estão conectadas com suas polaridades corretas e sem indícios de
vazamento (principalmente quando o instrumento não for usado por longos períodos)
● Utilizar as pontas de prova somente para conectá-las ao circuito a ser medido e não para
outros fins, como riscar e perfurar
Você aprendeu que para cada grandeza elétrica existe um instrumento de medição, que pode ser
analógico ou digital: tensão elétrica (voltímetro); corrente elétrica (amperímetro); resistência elétrica
(ohmímetro); potência elétrica (wattímetro).
Os instrumentos analógicos informam o valor medido com um ponteiro que se movimenta sobre
uma escala e a exatidão das medições depende de características como tipo de escala, resolução,
posição de instalação e ângulo de visualização. Já os instrumentos digitais fazem a conversão da
grandeza elétrica e mostram o valor medido em um display numérico, sem erros de leitura por
paralaxe. Nesses instrumentos, a resolução está relacionada ao número de casas decimais do
instrumento.
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Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
Pedro e Lúcia são técnicos em uma refinaria de biodiesel e estão conversando próximos a uma das
bancadas do setor, que está totalmente desorganizada e com muitas ferramentas espalhadas.
Quais princípios de organização e limpeza contribuem para a guarda, o uso e a conservação de
ferramentas, instrumentos e materiais nos ambientes industriais?
Muitas pessoas têm dificuldade para encontrar objetos, como roupas, canetas ou boletos de
pagamento dentro de sua própria casa, por causa da falta de organização na hora de guardar esses
itens.
Nas empresas, alguns profissionais também apresentam as mesmas dificuldades para encontrar
as ferramentas, os materiais e os instrumentos, porque não conhecem alguns princípios básicos de
limpeza e organização no ambiente de trabalho.
A organização no trabalho é muito importante para os profissionais de qualquer área, pois ela está
relacionada à qualidade das atividades desempenhadas e à produtividade. Por outro lado, a
desorganização impacta no rendimento do profissional, podendo afetar o seu humor, a sua saúde
e até mesmo as suas relações interpessoais na empresa.
A falta de organização do ambiente de trabalho, como é possível observar na próxima figura, pode
gerar atrasos e o não cumprimento de metas de produção estabelecidas.
Cada vez mais, as empresas estão adotando medidas com a finalidade de otimizar seus recursos
humanos e materiais, incentivando seus colaboradores a usarem o mínimo de tempo e esforço
possível para desenvolver as suas tarefas. Com pequenas medidas de organização e limpeza,
essas empresas têm se destacado em suas áreas de atuação.
Descartar: dê o destino adequado para ferramentas, instrumentos e materiais que não podem ou
não devem ser usados. Para aqueles que têm conserto, tome as providências necessárias; para os
demais, faça o descarte correto.
Organizar: utilize recursos como armários, painéis e caixas de ferramentas disponíveis no setor
para guardar e organizar de forma adequada as ferramentas, os instrumentos e os materiais que
estão em condições de uso.
Padronizar: converse com seus colegas para adotar um padrão para guardar e organizar as
ferramentas, os instrumentos e os materiais de uso coletivo. Todos os usuários devem saber como
e onde encontrar ferramentas e instrumentos, principalmente em situações emergenciais.
Manter: tenha a disciplina de devolver cada ferramenta, instrumento ou material ao seu devido lugar
após usá-lo. Se perceber alguma avaria, tome as providências necessárias.
Ferramentas e instrumentos não devem ser jogados em qualquer lugar após serem usados. É
preciso reservar um espaço exclusivo para as ferramentas, de preferência próximo às bancadas
onde as atividades são executadas.
Os espaços devem ser adequados para que sejam guardados os equipamentos sem que fiquem
amontoados e para que fiquem em locais de fácil acesso e que possam ser visualizados por
qualquer pessoa, para que seja possível certificar-se de que as ferramentas e os instrumentos estão
em seus respectivos lugares.
PAINÉIS DE FERRAMENTAS
Os painéis são ótimas opções para guardar as ferramentas coletivas e deve-se priorizar alguns
locais para que eles sejam instalados no setor de trabalho. Os painéis podem ser fixados nas
paredes ou podem ficar apoiados no solo ou sobre rodas, que permitem que eles sejam
movimentados pelo ambiente quando necessário. A figura que segue mostra um tipo de painel de
ferramentas que pode ser fixado em paredes e acima de bancadas.
Modelos de armário para o armazenamento de ferramentas
ARMÁRIOS DE INSTRUMENTOS
Os armários são as melhores opções para guardar e organizar os instrumentos de medição (de
testes ou para uso nos processos industriais) e alguns materiais de consumo (óleos, álcool, panos
e outros). A figura a seguir mostra um modelo de armário com portas envidraçadas, que permitem
visualizar se determinado instrumento ou material está disponível, mantendo-o protegido contra
poeira e umidade.
Procure agrupar ferramentas e instrumentos dentro dos armários e nos painéis por categorias
(mecânicas e elétricas), dimensões (milimétrica e polegadas) ou finalidades (uso individual e
coletivo).
Essa forma de organização agiliza a busca em momentos de urgências e evita usos indevidos,
como:
Muitas atividades de rotina dos técnicos são executadas fora das oficinas especializadas. Nesses
casos, o profissional precisa selecionar um grupo de ferramentas e instrumentos para levar consigo
e fazer a assistência no local dentro da área de produção. As melhores alternativas para o transporte
de ferramentas, instrumentos e materiais são caixas de ferramentas e carrinhos.
CAIXA DE FERRAMENTAS
A figura que você verá na sequência mostra alguns modelos de caixas que podem ser usadas no
transporte de ferramentas e que também contribuem para ampliar a vida útil das ferramentas.
Exemplos de tipos de caixas de ferramentas
Manter o ambiente organizado traz inúmeras vantagens e isso reflete no desempenho de todos os
funcionários do setor de trabalho. Algumas vantagens decorrentes da organização no ambiente de
trabalho são: otimização do tempo e de recursos materiais, bem-estar individual e coletivo e
aumento da produtividade.
Otimização do tempo e recursos: ao organizar um ambiente bagunçado, é
possível sistematizar a execução das tarefas, de forma a evitar a perda de
componentes e ferramentas, executando o que foi planejado com mais facilidade
e agilidade, para evitar o retrabalho e para minimizar o gasto de tempo com
tarefas improdutivas (como procurar ferramentas).
Como vimos, ambientes de trabalho com ferramentas e instrumentos organizados nos seus devidos
lugares permitem a otimização de tempo e de recursos, contribuem para o bem-estar individual e
coletivo e são fatores que geram aumento de produtividade.
CURY, Antonio. Organização e métodos: uma visão holística. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Série automotiva: organização dos
ambientes de trabalho. Brasília: SENAI/DN, 2012.
A importância do
uso de EPIs e EPCs
Itinerário Nacional de Educação Profissional de 2020: Técnico em Automação Industrial e
Mecatrônica, 2021.
Capacidade granular: Reconhecer a importância e a função dos EPIs e EPCs nos ambientes
de trabalho, bem como o papel das normas que disciplinam o seu uso. Conhecimentos
associados: EPIs e EPCs: Conceitos, funções e uso. Carga horária: 1h.
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GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
João e Paulo trabalham no setor de manutenção de uma empresa produtora de bebidas. João
estava acompanhado por Paulo na manutenção de uma máquina, quando, por acidente, derrubou
uma ferramenta sobre o seu pé.
Por que um técnico deve saber reconhecer a importância e a função dos equipamentos de proteção
individual (EPIs) e dos equipamentos de proteção coletiva (EPCs) e as normas que regulamentam
o seu uso no ambiente de trabalho?
Acidentes x segurança
Nas empresas, existem máquinas que têm partes móveis, superfícies aquecidas ou equipamentos
pressurizados, que podem apresentar algum tipo de perigo aos colaboradores que trabalham ou
transitam próximos delas.
Os acidentes ocorrem devido a uma falha no planejamento de uma atividade ou por uma ação de
segurança que não foi pensada ou adotada para a execução de uma atividade. Todo acidente pode
e deve ser evitado, por isso nas empresas existe uma preocupação muito grande com as questões
ligadas à segurança nas atividades executadas pelos seus colaboradores, com fornecimento de
EPIs e EPC e treinamento para o uso adequado de tais equipamentos.
O uso de EPCs e EPIs é um dos requisitos básicos que devem ser seguidos pelos trabalhadores
de uma empresa, como uma atitude preventiva para evitar ou minimizar os riscos e as
consequências dos acidentes.
O técnico precisa reconhecer a importância e a função dos EPIs e dos EPCs nos ambientes de
trabalho, bem como deve conhecer o papel das normas que disciplinam o uso desses
equipamentos. Então, vamos estudar um pouco sobre esse assunto.
EPCs
Os EPCs têm a função de minimizar os riscos de acidentes em atividades que podem atingir mais
de uma pessoa ao mesmo tempo. O uso dos EPCs é de extrema importância, pois eles também
protegem dos acidentes de trabalho outras pessoas que não estão envolvidas diretamente na
atividade, mas precisam transitar pelo local onde a tarefa está sendo executada.
Os EPCs apresentam mais eficiência em relação aos equipamentos individuais, pois não geram
incômodos de uso aos colaboradores, além de proteger toda a equipe de trabalho ao mesmo tempo.
No quadro seguinte, veja a descrição, a imagem e a aplicação de alguns tipos de EPCs usados nas
empresas.
Descrição Imagem Aplicações
Nas empresas e nos locais públicos, existem muitas medidas de proteção que são
consideradas como EPCs, como corrimão de escada e plataforma, exaustor, porta corta-
fogo, biombos para solda, proteção de correias, polias e serras circulares.
EPIs
Os EPIs, como o nome sugere, são equipamentos de uso pessoal que têm a função de proteger o
trabalhador de possíveis perigos relacionados à saúde e à segurança no ambiente de trabalho.
Existem EPIs para proteção de várias partes do corpo, como cabeça, olhos e face, membros
superiores e inferiores, bem como há equipamentos para proteção auditiva, respiratória e outras.
No próximo quadro, veja a descrição, a imagem e a aplicação de alguns tipos de EPIs usados no
ambiente de trabalho nas empresas.
Descrição Imagem Aplicações
Proteção da cabeça
Proteção auditiva
Proteção respiratória
Vestimentas de segurança
A erradicação de acidentes nos ambientes de trabalho ainda é um desafio para governos, empresas
e trabalhadores e é preciso uma grande conscientização coletiva para atingir esse objetivo. As
empresas precisam motivar e fiscalizar seus funcionários quanto ao uso de equipamentos de
proteção e os trabalhadores precisam se conscientizar sobre a importância do uso desses
equipamentos no desempenho de suas atividades.
Não é uma tarefa fácil, mas é preciso garantir que o uso dos EPIs pelos colaboradores se torne um
hábito. Há algumas maneiras de convencer as pessoas sobre a importância do equipamento de
proteção e motivar a sua utilização, entre elas destacam-se: campanhas informativas, treinamentos
constantes, palestras motivacionais e disponibilidade de equipamentos confortáveis e de boa
qualidade.
Os acidentes sempre ocorrem devido ao relaxamento de algumas práticas seguras na
execução das tarefas de rotinas de trabalho, que acabam sendo deixadas de lado, pelo
pensamento de que nada de errado acontecerá. O relaxamento no uso de equipamentos
de proteção, mesmo naquelas tarefas básicas e “rapidinhas”, costuma ser a causa de
vários acidentes em ambientes de trabalho.
A seguir, assista ao vídeo que apresenta a importância do uso dos EPIs e EPCs, a partir da análise
dos riscos e perigos no ambiente industrial.
As normas regulamentadoras (NRs) são elaboradas pelo Ministério do Trabalho e trazem diretrizes
específicas para a segurança e a saúde no trabalho. O descumprimento dessas normas é um fato
grave e pode gerar passivos trabalhistas para empresas, penalidades para gestores, bem como
multas, embargo e interdição em obras e empresas.
Atualmente, existem 36 NRs no país. Algumas são abrangentes e se aplicam a diversas áreas da
indústria, já outras são mais específicas e se aplicam a determinado setor ou a determinado tipo de
atividade, conforme mostra a figura seguinte.
NRs relacionadas à saúde e à segurança no trabalho
A seguir, veja algumas das NRs que regulamentam o uso de EPIs e EPCs.
Esta norma tem o objetivo de capacitar e orientar os trabalhadores quanto à necessidade e ao uso
correto dos EPIs, visando a garantir a segurança e a integridade física dos empregados. Ela
estabelece como responsabilidade da empresa a obrigatoriedade de fornecer gratuitamente os EPIs
para os colaboradores e como responsabilidade do trabalhador usar os equipamentos fornecidos
apenas para a finalidade a que se destinam, zelando por sua guarda e conservação.
Segundo a NR-6, todos os EPIs, antes de serem colocados à venda, devem ser submetidos a vários
testes, que garantem durabilidade, conforto e proteção ao trabalhador. Caso seja aprovado, o
equipamento recebe um certificado de aprovação (CA) e autorização para ser comercializado, como
a luva de couro mostrada na figura a seguir.
Esta norma estabelece os requisitos para medidas de controle e prevenção, a fim de garantir a
segurança e a saúde dos colaboradores em atividades relacionadas com instalações elétricas.
A NR-10 indica o uso de medidas específicas de proteção individual, como o uso de EPIs: luvas de
borracha de proteção das mãos, botas com solado de borracha e sem metal para os pés e
capacetes com revestimentos isolantes para a cabeça.
Entre as medidas de controle recomendada pela norma NR-10, estão o uso prioritário de medidas
de proteção coletiva, como sinalização de painel elétrico energizado, uso de aterramentos, uso de
extra baixa tensão em circuitos de comando, sistemas de proteção contra o contato acidental em
partes energizadas dentro de painéis, entre outros (veja a figura a seguir).
Esta norma estabelece os requisitos para avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes
em espaços confinados, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que precisam
acessar tais espaços não projetados para a presença humana contínua.
Você aprendeu sobre a função e a importância dos EPC e dos EPIs, bem como estudou algumas
normas que regulamentam o uso desses equipamentos nas atividades executadas no ambiente de
trabalho.
Os EPCs são importantes porque possibilitam a proteção de várias pessoas, inclusive aquelas que
não estão envolvidas com a atividade em execução. Esses equipamentos têm a função de sinalizar,
isolar em situações perigosas e combater pequenos focos de incêndio.
Os EPIs são importantes porque permitem a proteção individual de cada trabalhador em atividade
que possa gerar algum perigo à saúde e à integridade de qualquer parte do corpo do trabalhador.
A função desses equipamentos é a proteção da cabeça, de olhos e face, de membros superiores e
inferiores dos trabalhadores, bem como possibilitam proteção auricular, respiratória, entre outras
Por isso, ao realizar atividades de rotina, o técnico deverá saber a que perigos está exposto, bem
como deve ser capaz de identificar possíveis riscos à sua integridade. A partir disso, deverá saber
escolher os EPCs e os EPIs mais adequados à situação e usá-los de forma responsável, para evitar
acidentes ou danos a sua saúde.
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fotocópia, gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do
SENAI - Departamento Nacional.
Esta publicação foi elaborada pela equipe da Gerência de Desenvolvimento Educacional -
GDE, do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional,
para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI em cursos presenciais,
semipresenciais e a distância.
Luíza e seu colega Paulo trabalham com manutenção de equipamentos eletrônicos em uma
empresa química, sob a supervisão de Machado. Eles são responsáveis pela manutenção de alguns
equipamentos que fazem os acionamentos eletrônicos dos motores do processo da empresa.
Quais critérios, procedimentos e requisitos técnicos um profissional da área precisa saber para
organizar as atividades sob sua responsabilidade na empresa e, assim, obter maior produtividade?
Por que organizar nossa rotina de trabalho?
Você já deve ter escutado alguém reclamando que não consegue desenvolver as suas atividades
pessoais ou profissionais, que o tempo parece passar mais rápido do que de costume, por isso não
consegue dar conta de todas as tarefas acumuladas que tem para realizar.
Talvez até você já tenha feito as mesmas reclamações. Na maioria dos casos, as pessoas que
reclamam não conseguem fazer as suas tarefas no tempo desejado porque falta organização em
sua rotina de trabalho.
Afinal, o que é organizar? Segundo muitos autores, como Antonio Cesar Maximiano e João Abreu
de Faria Bilhim, organizar é o processo de identificar e agrupar objetos e atividades, para que haja
mais rapidez nos processos. Organizar também envolve definir e delegar responsabilidades na
execução de tarefas, estabelecendo relações entre pessoas com o objetivo de que elas trabalhem
juntas para atingir uma meta proposta.
O conceito de organização é importante tanto para as nossas atividades pessoais quanto para as
tarefas no trabalho. Para colocar esse conceito em prática, é importante que você conheça alguns
princípios básicos de organização, como os mostrados na figura a seguir, que são muito usados
nas empresas.
Quando uma empresa está funcionando, várias atividades são executadas quase que
simultaneamente, como administração, produção, manutenção, armazenagem e comercialização
da produção.
Devido ao grande volume de tarefas que precisam ser desenvolvidas, a empresa é dividida em
vários setores e cada um desempenha uma atividade, que é executada por diferentes profissionais.
O trabalho executado por um setor influencia no desempenho produtivo de outros setores, por isso
a organização interna do trabalho é fundamental para que a empresa funcione adequadamente e
cumpra o seu propósito de produção.
Há pelo menos cinco princípios básicos da organização do trabalho nas empresas – divisão do
trabalho, especialização dos profissionais, hierarquia das funções, amplitude administrativa e
paridade entre autoridade e responsabilidade –, que serão explicados na sequência.
DIVISÃO DO TRABALHO
Assim, cada colaborador tem uma função definida na organização, para que a produção seja
eficiente e os recursos humanos e financeiros sejam usados, adequadamente, pela instituição.
Divisão de tarefas
ESPECIALIZAÇÃO
Vários autores, como Stephen Paul Robbins e Idalberto Chiavenato, defendem que o
aperfeiçoamento das habilidades profissionais gerado pela especialização melhora o rendimento do
profissional envolvido, aumenta a eficiência na atividade executada e diminui o desperdício de
material utilizado na produção e na manutenção industrial.
Por isso, esses autores também afirmam que a especialização melhora a habilidade de um
funcionário devido à repetição de uma mesma tarefa várias vezes, diminuindo o tempo de execução
das tarefas e aumentando a sua produtividade.
Sendo assim, um dos requisitos técnicos na divisão do trabalho é a necessidade da especialização
que o profissional deve ter para executar aquelas tarefas que exigem determinada capacidade
técnica, como mostra a figura.
Não queira fazer todas as atividades que surgirem dentro de um processo produtivo. Você
foi contratado para desempenhar uma função relativa a sua especialidade, então não
assuma a responsabilidade das tarefas que você não tem habilidade para desenvolver.
HIERARQUIA
Segundo Henri Fayol, o pai da teoria clássica da administração, é necessário haver alguém com
autoridade para conduzir todo o processo da empresa, que pode compartilhar, quando necessário,
a ação de comandar entre os subordinados.
Dentro da hierarquia, como mostra a próxima figura, os funcionários precisam estar aptos para
receber as instruções e cumpri-las conforme o solicitado. Além disso, é importante que o
colaborador receba as orientações de uma única pessoa para manter a clareza das instruções.
Hierarquia com níveis de autoridade
AMPLITUDE ADMINISTRATIVA
A figura que você verá na sequência mostra alguns exemplos do impacto da amplitude
administrativa no funcionamento de uma empresa. Em uma estrutura achatada, é mais difícil fazer
a distribuição e o controle das tarefas a serem executadas. Já em uma estrutura aguda, pode haver
poucos profissionais executantes para muitas demandas do comando.
Assim, segundo o princípio de paridade, um dos requisitos na organização de uma empresa é que
deve haver uma correspondência entre o volume de autoridade e de responsabilidade conferido a
cada profissional, de modo que não tenham muitas responsabilidades sem autoridade ou
demasiada autoridade sem qualquer responsabilidade.
Agora que você já conhece alguns dos princípios básicos sobre a organização do trabalho, podemos
conhecer algumas dicas sobre como aplicar esses princípios nas nossas atividades na empresa.
Certamente, não é uma sensação muito boa não saber por onde começar a desenvolver as
atividades na rotina de trabalho na empresa, ainda mais quando temos responsabilidade na tomada
de decisões em nosso departamento. Então, veja no infográfico seguinte, algumas dicas sobre
como proceder na organização de suas atividades.
Infográfico com dicas de organização
A seguir, assista ao vídeo que ressalta pontos importantes sobre como o profissional deve
organizar-se para fazer suas atividades na empresa.
A metodologia dos 5S, quando implantada e incorporada às rotinas de uma empresa, traz profundas
mudanças comportamentais e organizacionais em todos os seus níveis hierárquicos, como:
O termo 5S foi criado a partir de cinco palavras em japonês, que norteiam o programa, que são:
seiri, seiton, seiso, seiketsu e shitsuke. Em português, essas palavras foram traduzidas,
respectivamente, para senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de
padronização e senso de disciplina, conforme mostra a figura.
Significado das palavras usadas na metodologia 5S
Agora que você conheceu um pouco sobre a metodologia 5S, o que você acha de aplicá-la em seu
ambiente de trabalho?
Você aprendeu que, para organizar as atividades na empresa, um técnico precisa conhecer alguns
critérios, requisitos e procedimentos que estão associados à organização das atividades com o
propósito de melhorar a produtividade do trabalho. Entre os princípios para a organização do
trabalho, estão: divisão do trabalho, cujo critério é a decomposição da atividade de produção em
pequenas tarefas; especialização, que é um requisito para que o profissional seja inserido na divisão
do trabalho; e hierarquia, que é um procedimento adotado pelas empresas e que deve ser seguido
pelo técnico, pois faz a divisão de autoridades e responsabilidades das tarefas a serem executadas
pelos profissionais.
Outro ponto importante que o técnico precisa conhecer e aplicar são os procedimentos relacionados
com a organização do espaço físico no ambiente de trabalho, pois seus efeitos também são
importantes para a melhoria da produtividade. Para isso, pode usar a metodologia 5S em sua rotina
de trabalho, que propõem uma mudança comportamental e introduz alguns sensos de utilização,
limpeza, organização, padronização e disciplina, que reduzem o desperdício de material, melhoram
a organização dos ambientes e agilizam o tempo gastos na execução das atividades.