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ROTEIRO EXPERIMENTAL

ENSAIO DE COMPRESSÃO DE ARGAMASSA


CONTEXTUALIZANDO
Antes de iniciar o experimento, vamos aprofundar um pouco o seu conhecimento sobre o
tema aqui discutido.
A bancada MP 01 – Multiprensa, apresentada na Figura 1, permite a avaliação da re-
sistência de diversos materiais, tais como aços, concretos, argamassas, madeiras, solos
e pavimentações.
Os registros realizados durante os ensaios podem ser acompanhados e registrados por
meio da plataforma OWNLAB, acessada por browser padrão. Para a realização das leituras
on-line, é necessário que a bancada e um computador, que possua o aplicativo da ownlab,
estejam conectados à mesma rede. O registro da bancada ao aplicativo solicita as seguintes
informações: n° de série do equipamento, unidade e o endereço IP.

Figura 1 - Bancada MP 01 - Multiprensa


Fonte: UniCesumar (2021).

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A bancada MP 01 possui dimensões iguais a 620 mm x 630 mm x 1200 mm (LxPxh). Sendo
constituída por:
1. QR Code.
2. IHM – Interface de controle e monitoramento.
3. Conector USB.
4. Pistão de aplicação de carga com velocidade variável de 0,001 mm/min a 120 mm/min.
5. Coluna de suporte de carga.
6. Prato superior.
7. Célula de carga com capacidade de 10.000 kgf.
8. Parafuso para fixação da célula de carga.
9. Botão Reset.
10. Botão de emergência.
11. Chave geral de energização.
12. Pés niveladores.

INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO
Para realizar a instalação do equipamento, você deve seguir os passos:
1. Retirar o equipamento da embalagem com cuidado.
2. Retirar as proteções colocadas para transporte.
3. Posicionar o equipamento no local desejado. Certificar-se que a base ou superfície
seja firme, adequada e nivelada.
4. Nivelar o equipamento.
5. Verificar a compatibilidade entre a tensão elétrica do equipamento e da rede de ali-
mentação.
6. Caso necessário, providenciar instalação elétrica no laboratório compatível com a
do equipamento (220 V).
7. Em hipótese alguma realizar alterações no quadro elétrico e de comando do equi-
pamento.
8. Conectar o plug de energização do equipamento à rede elétrica.
9. Somente ligue o equipamento em rede com aterramento para garantir a segurança
dos usuários.
10. Verifique se o cabo da célula de carga está conectado corretamente na caixa de
conectores.

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EXPERIMENTO
Agora que você já conhece a multiprensa, pode iniciar o experimento! Preparado(a)? Então,
mãos à obra!
Com este experimento, você aprenderá como realizar o ensaio de compressão simples
de corpos de prova de argamassa e determinar a sua resistência. Para saber mais sobre
como fazer a moldagem e preparação dos corpos de prova, veja o Anexo 1 ao final deste
roteiro.

VOCÊ SABIA?
A análise experimental do comportamento das argamassas é extremamente importante
para evitar problemas, visto que a argamassa influencia no desempenho das alvenarias
estruturais. O uso incorreto do material pode ocasionar problemas em caso de negligência
das propriedades, pois existem grandes influências à medida que se alteram as dosagens
de água, bem como a utilização de aditivos incorporadores de ar.
Com o objetivo de garantir a resistência e aderência da argamassa às diferentes apli-
cações em revestimentos de alta resistência, são realizados ensaios de resistência à com-
pressão simples, regidos pela Norma ABNT NBR 12041:2012.
A resistência à compressão é calculada segundo a equação:

σ=F/A
Em que:
σ = resistência à compressão, em MPa.
F = carga máxima aplicada, em N.
A = área da seção transversal, em mm².

MATERIAIS E MÉTODOS
Para o ensaio de concreto ou argamassa, dois tamanhos de corpos de prova (CP) podem
ser utilizados (CP10x20 cm ou CP5x10 cm). Em nosso experimento de hoje, iremos utilizar
o CP 5x10 cm (Figura 2).

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Espaçador
superior

Pratos de aço com


discos de Neoprene Corpo de prova
padrão 5x10cm

Espaçador inferior

Prato inferior

Figura 2 – Ensaio de compressão simples para corpo de prova de argamassa


Fonte: o autor.

Para a realização desse experimento, são necessários os seguintes materiais:


■ Equipamento Multiprensa MP01.
■ Saco plástico transparente com uma resistência elevada.
■ Paquímetro.
■ Corpo de prova de argamassa.
■ Espaçador superior (1 – Figura 2).
■ Espaçador inferior (4 – Figura 2).
■ 2 Pratos de aço com discos de Neoprene (2 – Figura 2).
■ 1 Pendrive.
■ 1 Computador conectado à internet na plataforma Ownlab (www.ownlab.com.br).

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AGORA É COM VOCÊ
Para realizar a determinação da resistência à compressão da argamassa, siga os passos
a seguir.

Passo a passo:
1. Insira um pendrive, previamente formatado, no equipamento para salvar os dados
do teste.
2. Garanta que o prato inferior e o superior estejam instalados.

Fique ligado!

Ao instalar o prato para aplicação de carga superior, recomenda-se o uso de graxa


ou óleo na rosca de aperto para facilitar a montagem. Ao realizar o aperto final,
evite a utilização de força excessiva, possibilitando a fácil retirada para posterior
troca de acessórios.

3. Fixe os acessórios adequados para o corpo de prova escolhido na Multiprensa.


4. Em seguida, meça o diâmetro e a altura do corpo de prova com o auxílio do paquímetro
e adicione os dados medidos no equipamento.

Figura 3 - Meça o diâmetro e altura do corpo de prova


Fonte: o autor.

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5. Limpe e seque as faces dos pratos e dos corpos de prova.
6. Adicione o saco plástico em volta do corpo de prova. O corpo de prova deve ser cui-
dadosamente centralizado no prato inferior, para que ocorra a aplicação da carga
uniformemente.

Figura 4 - Adicione o saco plástico no corpo de prova


Fonte: o autor.

7. Aplique uma pré-carga com velocidade baixa através da tela de “Montagem”.


8. Efetue a “Tara” da “Carga aplicada [kN]” e do “Deslocamento vertical [mm]”.

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Figura 5 - Efetue a tara da carga aplicada e do deslocamento vertical [mm]
Fonte: o autor.

9. Na tela de “Ensaio”, selecione “Compressão” e, então, defina o “Tipo de amostra”,


“Tipo de ensaio”, “Dimensão principal [mm]”, “Comprimento útil [mm]”, “Desloc. má-
ximo [mm]”, a unidade da “Velocidade” e o valor da “Velocidade [MPa/s]”.

Fique ligado!
Para a compressão simples, recomenda-se a utilização da velocidade de carrega-
mento de 0,25±0,15 MPa/s e, também, recomenda-se inserir no “Desloc. máximo
[mm]” a metade do comprimento útil.

10. Acesse a plataforma ownlab, escolha o equipamento MP01 – Multiprensa e clique


em “iniciar prática” – “monitoração” – “compressão”.
11. Vista os óculos de proteção antes do início do experimento.
12. Clique em “Iniciar”.
13. Observe as deformações até que o corpo de prova se rompa. Pode-se observar os
gráficos para acompanhar a evolução do ensaio.

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Figura 6 - Gráficos da evolução do ensaio
Fonte: o autor.

14. Após atingir o deslocamento máximo desejado ou atingir a ruptura do corpo de


prova, o ensaio será finalizado automaticamente, então retire o corpo de prova da
Multiprensa.
15. Feito isso, pode-se verificar os mesmos dados no pendrive conectado à Multiprensa
ou no monitoramento on-line da plataforma ownlab.
16. Exporte os dados em PDF e Excel para o computador para posterior análise.

RESULTADOS
Para a determinação da resistência da argamassa à compressão simples, são necessários
alguns conceitos de cálculo – Resistência individual, Resistência média e Desvio relativo
máximo.
A Resistência Individual é referente à resistência de cada corpo de prova, ao calcular a
resistência à compressão em MPa, dividindo a carga de ruptura pela área de seção trans-
versal.
σ=F/A

Para calcular a Resistência Média, basta efetuar a média das Resistências Individual Cal-
cular dos seis corpos de prova ensaiados à compressão simples na mesma idade em MPa.

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CARGA (F) (N) TENSÃO (MPa) TENSÃO MÉDIA (MPa) DESVIO PADRÃO

Tabela 1 – Tabela para anotação dos valores obtidos


Fonte: o autor.

O desvio relativo pode ser calculado para cada corpo de prova por meio da equação a seguir.

A série de seis corpos de prova do ensaio de resistência à compressão simples de uma


idade deve ser inteiramente abandonada, quando o desvio relativo máximo for maior do
que 8%. O ensaio, com seis corpos de prova, deve, então, ser repetido, na mesma idade, até
que se obtenha desvio relativo máximo inferior ou igual a 8%.

BIBLIOGRAFIA
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 12041:2012. Argamassa de
alta resistência mecânica para pisos – Determinação da resistência à compressão simples
e tração por compressão diametral. Rio de Janeiro: 2012.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 7222:2011. Concreto e ar-
gamassa - Determinação da resistência à tração por compressão diametral de corpos de
prova cilíndricos. Rio de Janeiro: 2011.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 5738:1994. Moldagem e cura
de corpos-de-prova cilíndricos ou prismáticos de concreto. Rio de Janeiro: 1994.

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ANEXO 1
MOLDAGEM E PREPARO DOS CORPOS DE PROVA
MOLDAGEM DOS CORPOS DE PROVA
De acordo com a capacidade do equipamento MP01 - Multiprensa para os ensaios de tra-
ção por compressão diametral e de compressão simples, os corpos de prova de concreto
devem possuir resistência máxima tal que seja gerada uma carga máxima de 10 toneladas
no equipamento. Siga os passos abaixo para modelagem e cura dos corpos de prova.

Passo a passo:
1. As quantidades de materiais a serem misturadas de cada vez devem ser suficientes
para moldar três corpos de prova, para o ensaio de resistência à compressão simples.
2. O molde deve ser composto de cano PVC, de modo a conseguir dimensionar o corpo
de prova (CP), 5 cm de diâmetro x 10 cm altura, conforme previsto em norma.
3. Passe uma leve camada de cera na superfície externa do molde ao longo de toda a
extensão da fenda vertical para a garantia e estanqueidade.
4. Após passar a cera na fenda vertical, proceda o fechamento do molde. Após a mon-
tagem do molde com a base, unte a superfície lateral interna do molde com leve
camada de óleo mineral e de baixa viscosidade (desmoldante).
5. Coloque a argamassa no molde com o auxílio da espátula, em três camadas de
alturas aproximadamente iguais. Após o preenchimento do molde com cada uma
das três camadas, aplicar 30 golpes moderados distribuídos uniformemente com
soquete normal em cada camada. Proceda com o nivelamento do topo do corpo de
prova por meio de régua.
6. Após a moldagem, coloque os corpos de prova em câmara úmida ou submerso em
água durante 20 a 24h, com a face superior protegida por uma placa de vidro plano
para a cura inicial ao ar.
7. Proceda com a cura final em água mediante à remoção dos corpos de prova dos
moldes e colocação em tanque de água saturada com cal, devendo estes permane-
cerem na água até o momento do ensaio.

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PREPARO DOS CORPOS DE PROVA
Após a cura dos corpos de prova, você deve proceder a ruptura por meio dos seguintes
passos:
1. As rupturas devem ser realizadas nos corpos respeitando as tolerâncias especifica-
das na tabela a seguir, em função da idade do corpo de prova.

TOLERÂNCIAS DE TEMPO PARA RUPTURA

IDADE DE RUPTURA TOLERÂNCIA (H)

24 h 0,5

3 dias 1

7 dias 2

28 dias 4

90 dias 24

Tabela 2 – Tolerâncias de tempo para ruptura


Fonte: o autor.

A idade de cada corpo de prova é contada a partir do instante em que o cimento é posto
em contato com a água.
2. Mediante a utilização do paquímetro, efetue a medição do diâmetro e do comprimen-
to de cada um dos corpos de prova.

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