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Dissertação de Mestrado
Rio de Janeiro
Maio de 2016
Gabrielle de Assumpção Oliveira dos Santos
Ficha Catalográfica
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 1412812/CA
Inclui bibliografia
CDD: 624
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A Deus por proteger a mim e a minha família, e por estar sempre ao meu lado me
guiando e dando forças para seguir em frente.
Ao meu pai e minha mãe, Cesar e Érika, por todo esforço, suporte, paciência e
dedicação dispendidas a mim durante todo o meu processo de formação. Obrigada
por sempre apontarem a educação como o melhor caminho para alcançar meus
objetivos e a tornar base para tudo em minha vida. Obrigada por cada palavra de
apoio, de incentivo e por me fazer enxergar que sempre podemos mais.
Aos meus amigos Carol, Léo e Jarline que, apesar de toda a minha inabilidade em
mantê-los por perto, são persistentes e desde a época do pré-vestibular seguem me
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A minha co-orientadora Dr.ª Patrícia por me auxiliar nesta conexão entre exatas e
biológicas e com a parte escrita deste trabalho. Obrigada pela paciência, pela
dedicação e, principalmente, pelo incentivo.
As meninas da sala 614, vulgo “sala pink”: Anitta Valverde, Julia Camargo,
Mariana Silveira, Natalia Louzada “São Gonçalo”, Natalia Duran “Colômbia” e
Natalia Tavares “Mineira”. Obrigada por todo o carinho, compreensão, paciência,
amizade e apoio durante este último ano. Obrigada por todos os cafezinhos,
biscoitos, fofocas, cultura e diversão.
Ao Lizardo por ser minha grande base de dados e por me auxiliar desde o início
do processo com muita dedicação, atenção e paciência.
Ao CNPq e à PUC-Rio, pelos auxílios concedidos, sem os quais este trabalho não
poderia ter sido realizado.
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Resumo
Palavras-Chave
Biodegradação; benzeno; monod multiplicativo; FEFLOW.
Abstract
simulations were performed: one fully aerobic (presence of oxygen) and two with
an anaerobic period (lack of oxygen). Lastly, a sensitivity analysis of parameters
considered most relevant to the Monod model was carried out. The results have
shown the anaerobic period model as most suitable to experimental results,
respecting the high oxygen consumption. Maximum specific growth rate of
bacteria, half-saturation coefficient of benzene and bacterial decay rate were the
most sensitive parameters, while initial concentration of bacteria and dispersivity
the less sensitive. The Monod model was able to represent the existing
biodegradation process in the block; however, due the high contaminant
concentration it showed high values of half-saturation coefficient of benzene. The
consideration of the toxic effect due to the contaminant by means the Andrews
model showed better results in block representation.
Keywords
Biodegradation; benzene; multiplicative monod; FEFLOW.
Sumário
1 Introdução 21
1.1 Importância da Pesquisa 21
1.2 Objetivo da Pesquisa 22
1.3 Organização da Pesquisa 22
2 Revisão Bibliográfica 24
2.1 Aspectos Gerais 24
2.2 Comportamento do Benzeno e Aspectos Legais Aplicáveis 25
2.3 Mecanismos de Transporte e Atenuação 27
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2.4 Biorremediação 29
2.4.1 Atenuação Natural 29
2.4.2 Degradação Biológica de Contaminantes Orgânicos 30
2.4.3 Fatores de Influência na Biodegradação 32
2.5 Cinética de Degradação do Benzeno 34
2.5.1 Degradação Aeróbia 35
2.5.2 Degradação Anaeróbia 35
2.6 Modelagem da Taxa de Biodegradação 36
2.6.1 Modelo de Reação Instantânea 36
2.6.2 Modelo Cinético de Monod 37
2.6.3 Modelo Cinético de Primeira Ordem 41
2.6.4 Modelo Cinético de Monod Multiplicativo 42
2.6.5 Modelo Cinético de Andrews 42
2.7 Equações de Fluxo e Transporte em Meios Porosos 43
2.8 Modelagem de Fluxo e Transporte de Contaminantes 44
2.8.1 Principais Programas Utilizados 45
2.8.2 FEFLOW 6.1 47
2.8.3 Exemplos de Aplicação 49
3 Metodologia da Modelagem 52
3.1 Bloco Experimental 52
3.1.1 Caracterização do Solo e da Água 54
3.1.2 Posicionamento da Linha Freática 55
3.1.3 Concentração de Benzeno x Tempo 55
3.1.4 Atividade Bacteriana Aeróbia 56
3.2 Modelagem do Bloco 57
3.2.1 Equações de Fluxo e Transporte de Massa 58
3.2.2 Representação do Bloco 58
3.2.3 Condições Iniciais e de Contorno 60
3.2.4 Parâmetros Hidrogeológicos e de Dispersividade 61
3.3 Modelo de Monod Multiplicativo 62
3.3.1 Reações Cinéticas 63
3.3.2 Parâmetros Cinéticos 66
3.3.3 Análise de Sensibilidade 72
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4 Resultados e Discussões 79
4.1 Modelo de Monod Multiplicativo 79
4.1.1 Parâmetros Estimados por Calibração do Modelo 79
4.1.2 Curva Concentração de Benzeno versus Tempo 82
4.1.3 Análise de Sensibilidade 87
4.1.4 Discussão 94
4.2 Modelo de Andrews 97
4.2.1 Parâmetros Estimados por Calibração do Modelo 97
4.2.2 Curva Concentração de Benzeno versus Tempo 98
4.2.3 Discussão 100
4.3 Análise Comparativa 101
LL Limite de Liquidez
LP Limite de Plasticidade
MO Matéria Orgânica
MODFLOW Modular Finite-Difference Groundwater Flow Model
MT3D Modular Three-Dimensional Transport Model
Modular Three-Dimensional Multispecies Transport
MT3DMS
Model
pH Potencial Hidrogeniônico
RBCA Risk Based Corrective Action
RT3D Reactive Transport in Three Dimensional
USC Sistema Unificado de Classificação
WASY Water Resources Planning and Systems Research Inc.
OD Oxigênio Dissolvido
TOC Carbono Orgânico Total
Lista de Símbolos
m Metro
cm Centímetro
g Grama
mg Miligrama
ppm Partes por milhão
mg/L Miligrama por litro
mg/dm³ Miligrama por decímetro cúbico
mg/kg Miligrama por quilograma
m³ Metro cúbico
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H+ Íon Hidrogênio
HCO3 Bicarbonato
H2 O Água
H2 S Sulfeto de Hidrogênio
Mn4+ Manganês IV
NH4 Amônio
NO−
3 Nitrato
SO2−
4 Sulfato
O2 Oxigênio
𝐻(𝑡) Concentração de contaminante no tempo t
𝑂(𝑡) Concentração de oxigênio no tempo t
𝐸 Constante de utilização do oxigênio
𝜇 Taxa de crescimento específico da biomassa
𝜇𝑚á𝑥 Taxa de crescimento específico máximo da biomassa
𝑟𝑠 Taxa de degradação específica do substrato
𝑘 Taxa de degradação específica máxima do substrato
𝑘𝑠,𝑘 Coeficiente de meia-saturação do substrato k
𝑘𝑜 Coeficiente de meia-saturação do oxigênio
X Concentração de biomassa
𝑏 Taxa de mortandade da biomassa
𝑆𝑘 Concentração do substrato k
𝑌 Coeficiente de rendimento celular
𝜆 Taxa de decaimento de primeira ordem
ℎ Carga hidráulica
𝑞𝑠 Fonte/sumidouro
𝑆𝑠 Armazenamento específico do aquífero
𝜌𝑤 Densidade da água
𝑔 Aceleração da gravidade
𝛼 Compressibilidade do aquífero
𝑛𝑒 Porosidade efetiva
𝛽 Compressibilidade do fluído
𝑤 Teor de umidade
𝐶𝑠𝑘 Concentração de fonte/sumidouro
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𝑟𝑐 Taxa de reação
Č𝑘 Concentração da espécie k na fase sólida
ř𝑐 Taxa de reação na fase sólida
γs Peso específico dos sólidos
γn Peso específico natural do solo
γd Peso específico do solo seco
E Índice de vazios
S Grau de Saturação
Ksat Condutividade hidráulica saturada
Eh Potencial Eletrocinético
𝜀𝑝 Fração de volume
𝑞𝑝 Velocidade de Darcy
𝑗𝑝𝑘 Fluxo de massa da espécie k na fase p
𝑗𝑘𝑝 Fluxo de massa intrínseca da espécie k
𝑝
𝑟𝑘 Taxa de reação homogênea da espécie k na fase p
𝑅𝑘𝑝 Taxa de reação heterogênea da espécie k na fase p
𝑓𝐵 Fração de massa do benzeno
𝐼𝑛,𝑜 Coeficiente de inibição do oxigênio
𝐼𝑛,𝐵 Coeficiente de inibição do substrato
𝑋𝑠𝑎𝑡 Saturação total da biomassa
𝛾 Fator máximo de utilização do espaço poroso
ℜD Espaço Euclidiano na dimensão D
Ω Condição inicial
Г Condição de Contorno
𝜓 Variável dependente do tempo
𝜌 Densidade da biomassa
𝑃𝑒 Número de estabilidade de Péclet
𝐶𝑟 Número de estabilidade de Courant
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1
Introdução
1.1
Importância da Pesquisa
1.2
Objetivo da Pesquisa
1.3
Organização da Pesquisa
2.1
Aspectos Gerais
2.2
Comportamento do Benzeno e Aspectos Legais Aplicáveis
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2.3
Mecanismos de Transporte e Atenuação
Mecanismos
Exemplos de
de Transporte Definição
Formulação Aplicável
e Atenuação
Transporte de massa devido ao fluxo de água subterrânea 𝜕𝐶𝑘 𝜕𝐶𝑘
Advecção como consequência da existência de um gradiente na = 𝑣𝑖 (1)
𝜕𝑡 𝜕𝑥 𝑖
carga hidráulica.
𝑊𝑥
Atenuação da concentração do contaminante devido à 𝐶𝑘 = 𝐶 0 𝑥
Diluição (𝐾𝑖) 2 𝑧
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(1) 𝜕𝐶𝑘 ⁄𝜕𝑡 = variação da concentração da espécie k com o tempo [ML-3T-1], 𝜕𝐶𝑘 ⁄𝜕𝑥𝑖 = variação da
concentração da espécie k na direção i [ML-4], 𝑣𝑖 = velocidade linear média [L/T];
(2) 𝐷∗ = coeficiente de difusão efetiva [L2T-1];
(3) 𝐷𝑖𝑗 = coeficiente de dispersão hidrodinâmica nas direções i e j [L2T-1];
(4) 𝐶𝑘 = concentração do soluto na distância x assumindo completa mistura [ML-3], 𝐶0 = concentração
do soluto na origem [ML-3], 𝑊𝑥 = taxa de recarga [LT-1], 𝐾 = condutividade hidráulica [LT-1]; 𝑖 =
gradiente hidráulico, 𝑧 = espessura do aquífero [L] (Wiedemeier et al.,1999);
(5) 𝐶𝑎𝑖𝑟 = pressão parcial do soluto na fase de vapor [ML-1T-2], 𝐾𝐻 = constante de Henry [ML2T-2mol-
1
], 𝐶𝑤 = concentração do soluto na água [mol-1L-3];
(6) 𝐶𝑠𝑜𝑟𝑣 = concentração do soluto sorvido na matriz sólida [MM-1], 𝐾𝑑 = coeficiente de distribuição
linear [L³M-1], 𝐶𝑎𝑞 = concentração do soluto em fase aquosa [ML-3];
29
(7) 𝑅 = coeficiente de retardamento, 𝜌𝑠 = massa específica seca do solo [ML-3], 𝑛 = porosidade total.
2.4
Biorremediação
2.4.1
Atenuação Natural
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2.4.2
Degradação Biológica de Contaminantes Orgânicos
ferro III (Fe3+ ), manganês (Mn4+ ) e dióxido de carbono (CO2 ) (Silva, 2002;
Mazzuco, 2004; NAS, 1993; Alvarez & Illman, 2006; Wiedemeier et al., 1999;
EPA, 2013).
A energia produzida para crescimento e reprodução dos microrganismos
através das reações mediadas biologicamente pode ser quantificada através da
energia livre de Gibbs (Wiedemeier et al., 1999). As reações com maiores ganhos
de energia tendem a ser prioridade em relação às que rendem menos energia,
quando não existe limitação de doadores e aceptores de elétrons. Valores
negativos de energia livre de Gibbs (energia liberada) são equivalentes a valores
positivos de potencial de redução, isto é, capacidade de receber elétrons.
A utilização dos aceptores, geralmente, segue uma sequência determinada
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1996; Alvarez & Illman, 2006). Portanto, quando a demanda por aceptores é
relativamente alta, a degradação biológica sequencial seria esgotar primeiro o
oxigênio, em seguida, o nitrato, o manganês, o íon férrico e o sulfato, antes do
processo de metanogênese tornar-se predominante (Heider & Schühle, 2013).
A biodegradação aeróbia (na presença de oxigênio) é o processo de
degradação preferencial, pois rende mais energia aos microrganismos e, como
consequência, obtêm-se taxas mais elevadas de consumo do contaminante. A
biodegradação anaeróbia (em ausência de oxigênio) quando comparada com
reações aeróbias, apesar de mais lenta, caso exista um suplemento abundante tanto
de aceptores quanto de doadores de elétrons, é uma importante ferramenta em
sistemas subterrâneos devido à ampla variedade de aceptores utilizados no
processo (Wiedemeier et al., 1999).
Embora o processo aeróbio seja preferencial, a demanda de oxigênio exigida
por contaminantes orgânicos, frequentemente, consome todo o oxigênio
disponível e é superior à taxa de reposição por difusão, fazendo com que
condições anaeróbias se desenvolvam rapidamente (Alvarez & Illman, 2006),
evento comum de ocorrer em ambientes subterrâneos (Wiedemeier et al., 1999).
32
2.4.3
Fatores de Influência na Biodegradação
como a relação C:N:P (carbono, nitrogênio e fósforo) pode variar de acordo com
os teores de nutrientes no solo, o tipo de contaminante e a população microbiana
existente.
O pH está diretamente relacionado com a permeabilidade celular e a
atividade enzimática. Segundo Corseuil & Alvarez (1996) e Alvarez & Illman
(2006), o pH ideal em águas subterrâneas é próximo ao neutro (7), porém muitos
microrganismos podem atuar em um pH entre 5 e 9, podendo contudo existir
populações adaptadas a condições extremas de pH Já a temperatura afeta a
atividade microbiana e o consumo de substrato, logo, a taxa de biodegradação
(Jacques et al., 2007). A atividade microbiana aumenta com o aumento da
temperatura até um valor ótimo onde o crescimento é máximo, valor este
específico de cada espécie.
Baixas temperaturas diminuem a fluidez e permeabilidade da membrana das
células diminuindo a captação de nutrientes, ao passo que temperaturas muito
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2.5
Cinética de Degradação do Benzeno
2.5.1
Degradação Aeróbia
O oxigênio requerido previsto pela eq. 2.2 pode variar devido ao coeficiente
de rendimento bacteriano (Y), que descreve a quantidade de biomassa produzida
por substrato degradado. O rendimento é influenciado tanto pelo substrato sendo
degradado quanto pelos microrganismos formadores da biomassa (Grady et al.,
1999), além da disponibilidade de nutrientes e aceptores (Wiedemeier et al.,1999).
Estima-se que sejam necessários de 1 a 3 mg de oxigênio para degradar 1 mg de
benzeno através da biodegradação (Wiedemeier et al.,1999).
2.5.2
Degradação Anaeróbia
2.6) (Wiedemeier et al.,1999; Alvarez & Illman, 2006; Diersch, 2014; EPA,
2013).
41.1:1; SO2−
4 /C6 H6 de 4.6:1 e CH4 /C6 H6 de 0.77:1. Embora os cálculos não levem
em conta a produção da biomassa, não é provável que tal omissão resulte em erros
significativos (Wiedemeier et al.,1999).
2.6
Modelagem da Taxa de Biodegradação
2.6.1
Modelo de Reação Instantânea
𝑂(𝑡) 𝑂(𝑡)
𝐻(𝑡 ) = 𝐻(𝑡) e 𝑂(𝑡 ) = 0 onde 𝐻(𝑡) > (2 7)
𝐸 𝐸
𝐻(𝑡)
𝑂(𝑡 ) = 𝑂(𝑡) 𝐻(𝑡) 𝐸 e 𝐻(𝑡 ) = 0 onde 𝑂(𝑡) > (2 8)
𝐸
2.6.2
Modelo Cinético de Monod
𝑑𝑋 𝑆𝑘
𝜇= = 𝜇𝑚á𝑥 𝑏 (2 9)
𝑋 𝑑𝑡 𝑘𝑠,𝑘 𝑆𝑘
𝑑𝑆 𝑆𝑘
𝑟𝑠 = =𝑘 (2 0)
𝑋 𝑑𝑡 𝑘𝑠,𝑘 𝑆𝑘
al., 2002). Nota-se também, pela eq. 2.9 e 2.10, que a taxa de crescimento da
biomassa é diretamente proporcional à taxa de degradação do substrato. Onde, 𝑌 é
o coeficiente de rendimento celular (g de células produzidas / g de substrato
degradado).
𝑑𝑋 𝑑𝑆
= 𝑌( ) (2 )
𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝜇𝑚á𝑥 = 𝑌 𝑘 (2 2)
Figura 2.1: Perfis típicos de concentração de substrato, biomassa e taxa de crescimento específico
em uma cultura em batelada (Adaptado de Villadsen et al., 2011). (A) Concentração de substrato
(lilás) e biomassa (azul) variando com o tempo. (B) Taxa de crescimento específico variando com
a concentração do substrato com base nos dados obtidos em (A).
2.6.3
Modelo Cinético de Primeira Ordem
𝑑𝑆
= 𝜆 𝑆𝑘 (2 3)
𝑑𝑡
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2.6.4
Modelo Cinético de Monod Multiplicativo
𝑑𝑋 𝑆1 𝑆2
𝜇= = 𝜇𝑚á𝑥 ( )( ) 𝑏 (2 4)
𝑋 𝑑𝑡 𝑘𝑠,1 𝑆1 𝑘𝑠,2 𝑆2
𝑑𝑆 𝑆1 𝑆2
𝑟𝑠 = = 𝑘( )( ) (2 5)
𝑋 𝑑𝑡 𝑘𝑠,1 𝑆1 𝑘𝑠,2 𝑆2
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2.6.5
Modelo Cinético de Andrews
𝑑𝑋 𝑆𝐵
𝜇= = 𝜇𝑚á𝑥 𝑏 (2 6)
𝑋 𝑑𝑡 𝑆𝐵 2
𝑘𝑠,𝐵𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵
( 𝐼𝑛,𝐵 )
43
2.7
Equações de Fluxo e Transporte em Meios Porosos
𝜕 𝜕ℎ 𝜕ℎ
[𝐾𝑖𝑗 ( )] 𝑞𝑠 = 𝑆𝑠 (2 7)
𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑡
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Sendo:
𝑆𝑠 = 𝜌𝑤 𝑔(𝛼 𝑛𝑒 𝛽) (2 8)
𝜕 𝜕ℎ
[𝐾𝑖𝑗 ( )] 𝑞𝑠 = 0 (2 9)
𝜕𝑥𝑖 𝜕𝑥𝑖
𝜕𝐶 𝑞𝑠
= 𝐶𝑠𝑘 (2 2 )
𝜕𝑡 𝑛
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𝜕𝐶
= 𝑟𝑐 (2 22)
𝜕𝑡
𝜕Č𝑘
= ř𝑐 onde k = , 2, … , m (2 23)
𝜕𝑡
2.8
Modelagem de Fluxo e Transporte de Contaminantes
porque o fluxo da água subterrânea geralmente é lento, o que requer longo tempo
e altos custos de análise para caracterizar seu comportamento. Os modelos em
escala de campo, mesmo que seja uma excelente representação da realidade,
contam com parâmetros que podem variar muito no espaço, como é o caso da
dispersividade.
A modelagem computacional do fluxo e transporte de contaminantes em
água subterrânea é uma técnica de previsão e simulação bem estabelecida.
Associado aos resultados de campo e análises de laboratório, os modelos tornam-
se confiáveis (Prommer et al., 2000) e podem ser utilizados no planejamento de
estratégias efetivas na recuperação de águas subterrâneas. No caso da atenuação
natural, a modelagem numérica é amplamente utilizada para análise e previsão de
riscos associados a esta forma de remediação (Prommer et al., 2002).
2.8.1
Principais Programas Utilizados
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2.8.2
FEFLOW 6.1
2.8.3
Exemplos de Aplicação
ordem em uma instalação industrial nos Estados Unidos. Rifai et al. (2000) utiliza
o BIOPLUME III com o mesmo modelo cinético para demonstrar a viabilidade da
atenuação natural de uma pluma de hidrocarbonetos combustíveis em Patrick Air
Force Base, USA.
Prommer et al. (2002) fazem o uso do MT3DMS com Monod
Multiplicativo para a modelagem de processos físicos e reativos durante a
biodegradação de uma pluma de hidrocarbonetos em condições de fluxo
transiente, sendo o MODFLOW utilizado para análise do fluxo. Já Rolle et al.
(2008) fazem o uso do RT3D para desenvolver um modelo cinético de primeira
ordem com objetivo de prever o padrão de evolução transiente de zonas redox no
processo de biodegradação em aquíferos contaminados.
O FEFLOW apesar de ter ampla utilização nos estudos de fluxo e interações
de águas subterrâneas e superficiais, apresenta uma grande variedade de
aplicações, dentre elas a biorremediação de áreas degradadas por hidrocarbonetos
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de petróleo. Por ser uma ferramenta comercial e dada a existência de uma grande
variedade de modelos disponíveis ao público no que se refere aos processos de
transporte reativo, o FEFLOW não vem sendo utilizado com grande magnitude no
processo de atenuação natural.
3
Metodologia da Modelagem
3.1
Bloco Experimental
Figura 3.1: Lisímetro indicando o ponto de estudo em preto (Adaptado de Martins, 2010).
Figura 3.2: Corte longitudinal realizado no bloco indicando o ponto de estudo (Adaptado de
Martins, 2010).
foi de 304,82 mg/L com desvio padrão de ±17,63 mg/L. Neste estudo foi
utilizada a concentração inicial de 305 mg/L.
3.1.1
Caracterização do Solo e da Água
Índices Físicos
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γs γn γd 𝑛 e Atividade S 𝑤 Ksat
27.77 15.97 12.87 0.54 1.16 0.59 58.42 24.49 3.78E-06
𝛄𝒔 = peso específico dos sólidos (kN/m³); 𝛄𝒏 = peso específico natural do solo (kN/m³); 𝛄𝒏 = peso específico
do solo seco (kN/m³); 𝑛 = porosidade total; e = índice de vazios; S = grau de saturação (%); 𝑤 = teor de
umidade (%) e; Ksat = condutividade hidráulica saturada (m/s).
P K Zn Fe Mn Na Cu Cr
0.8 37 1.28 22.5 5 10.2 0.58 0.32
Ni Cd Pb Ca+2 Mg+2 Al+3 MO pH
0.19 0 0.06 0.8 0.12 0 0.64 5.29
P-K-Zn-Fe-Mn-Na-Cu-Cr-Ni-Cd-Pb = Extrator Mehlich 1 (mg/dm³); Ca, Mg, Al = Extrator KCl – 1mol/L
(cmolc/dm³); Matéria orgânica (MO) = C.org x 1,724 – Walkey-Black (dag/kg); pH = H2O.
Tabela 3.4: Análises físico-químicas da água utilizada na solução (Adaptado de Martins, 2010).
3.1.2
Posicionamento da Linha Freática
Figura 3.3: Posição da linha freática nas diferentes seções de instalação dos tubos de
monitoramento (Martins, 2010).
3.1.3
Concentração de Benzeno x Tempo
A análise da solução contendo benzeno foi realizada por meio dos pontos de
monitoramento apresentados na figura 3.1, com a coleta da solução a 0,15 cm
acima da base do bloco (figura 3.2). A curva concentração de benzeno x tempo
56
280 mg/L
∆C
= 87mg/L
∆T 193 mg/L
= 28 dias
Figura 3.4: Concentração de benzeno com o tempo no ponto T2 por Martins (2010).
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3.1.4
Atividade Bacteriana Aeróbia
Figura 3.5: Atividade microbiana aeróbia e concentração de benzeno e tolueno no solo e na água
após 85 dias de experimento (Martins et al., 2012).
3.2
Modelagem do Bloco
3.2.1
Equações de Fluxo e Transporte de Massa
𝐴 𝐸 ↔ 𝐴𝐸 → 𝑃 𝐸 (3 )
definida pela eq. 3.2 (Diersch, 2014), similar a eq. 2.20, apresentada
anteriormente. Onde, 𝐶𝑘𝑝 é a concentração da espécie k, 𝜀𝑝 é a fração do volume;
𝑟𝑘𝑝 e 𝑅𝑘𝑝 são as taxas de reação homogênea e heterogênea da espécie k,
respectivamente; 𝑞 𝑝 é a velocidade de Darcy e 𝑗𝑝𝑘 = 𝜀𝑝 𝑗𝑘𝑝 é o fluxo de massa (𝑗𝑘𝑝
é o fluxo de massa intrínseca da espécie k).
𝜕(𝜀𝑝 𝐶𝑘𝑝 )
∇ (𝑞 𝑝 𝐶𝑘𝑝 ) ∇ 𝑗𝑝𝑘 = 𝜀𝑝 (𝑟𝑘𝑝 𝑅𝑘𝑝 ) (3 2)
𝜕𝑡
A fase líquida (l) é definida pela equação acima, onde 𝑗𝑙𝑘 = 𝐷𝑙𝑘 ∇𝐶𝑘𝑙 (𝐷𝑙𝑘
é o tensor de dispersão hidrodinâmica). Para a fase sólida, temos que 𝑞 𝑠 = 𝑗𝑠𝑘 =
0, pois o fluxo advectivo e dispersivo é nulo na matriz sólida, desta forma a eq.
3.2 se transforma em:
𝜕(𝜀𝑝 𝐶𝑘𝑠 )
= 𝜀𝑝 (𝑟𝑘𝑠 𝑅𝑘𝑠 ) (3 3)
𝜕𝑡
3.2.2
Representação do Bloco
Figura 3.6: Comparação entre a geometria utilizada por Velasquez (2015) e este estudo (Adaptado
de Velasquez, 2015).
Dados da Malha
linha freática (figura 3.3), optou-se por realizar uma simulação em ambiente
completamente saturado localizado a 0,15 m acima da base do bloco
Considerando o transporte de oxigênio entre as porções não saturada e
saturada do solo um processo lento e em proporções reduzidas, é razoável supor
que a redução nas dimensões do bloco não gere grandes variações em termos de
concentração e de tempo de degradação no ponto de interesse, em relação à
simulação do bloco em tamanho real.
3.2.3
Condições Iniciais e de Contorno
(𝑡0 ) (eq. 3.4). No caso em estudo foram estabelecidas condições iniciais para
concentrações de bactérias e concentração de oxigênio em todo o modelo. A
concentração inicial do oxigênio foi de 5 mg/L, das bactérias aeróbias (𝑋𝑎𝑒𝑟 ) de
10 mg/L e das bactérias anaeróbias (𝑋𝐴𝑛 ) de 1 mg/L.
𝜓(𝑥, 𝑡) = 𝜓𝐷 (𝑡) em ГD ⊂ Г (3 5)
3.2.4
Parâmetros Hidrogeológicos e de Dispersividade
3.3
Modelo de Monod Multiplicativo
Sabe-se que o bloco apresentado por Martins (2010) estava aeróbio ao final
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Figura 3.8: Detalhamento das malhas dos modelos 1 (oxigênio constante) e 2 (oxigênio variando
com o tempo).
Valores
Malha
Modelo 1 Modelo 2
Comprimento do modelo 1.5 m 1.5 m
Espessura do modelo 0.03 m 0.03 m
Número de Elementos 1819 3528
Número de Nós 1063 1956
Tempo de simulação 90 dias 90 dias
Intervalo de tempo 0.002 dias 0.001 dias
3.3.1
Reações Cinéticas
a) Biodegradação do benzeno
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𝑑𝐵 𝑓𝐵2
𝑟𝐵 = = (𝑟 𝑟𝐵,𝐴𝑛 ) (3 6)
𝑑𝑡 𝑅𝑏 𝐵,𝐴𝑒𝑟
Aeróbio:
𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑒𝑟 𝑋𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵 𝑆𝑜
𝑟𝐵,𝐴𝑒𝑟 = ( )( ) (3 7)
𝑌𝐵,𝐴𝑒𝑟 𝑘𝑠,𝐵𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵 𝑘𝑜 𝑆𝑜
Anaeróbio:
𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑛 𝑋𝐴𝑛 𝑆𝐵 𝐼𝑛,𝑜
𝑟𝐵,𝐴𝑛 = ( )( ) (3 8)
𝑌𝐵,𝐴𝑛 𝑘𝑠,𝐵𝐴𝑛 𝑆𝐵 𝐼𝑛,𝑜 𝑂
b) Consumo de oxigênio
𝑑𝑂
𝑟𝑂 = = (𝑟𝐵,𝐴𝑒𝑟 𝐸) (3 9)
𝑑𝑡 𝑅𝑜
c) Crescimento bacteriano
Aeróbio:
𝑑𝑋𝐴𝑒𝑟 𝑋𝑠𝑎𝑡
𝑟𝑋,𝐴𝑒𝑟 = = [𝑟𝐵,𝐴𝑒𝑟 𝑌𝐵,𝐴𝑒𝑟 ] ( ) 𝑏𝐴𝑒𝑟 𝑋𝐴𝑒𝑟 (3 0)
𝑑𝑡 𝛾𝜑
65
Anaeróbio:
𝑑𝑋𝐴𝑛 𝑋𝑠𝑎𝑡
𝑟𝑋,𝐴𝑛 = = [𝑟𝐵,𝐴𝑛 𝑌𝐵,𝐴𝑛 ] ( ) 𝑏𝐴𝑛 𝑋𝐴𝑛 (3 )
𝑑𝑡 𝛾𝜑
Onde:
𝑓𝐵 = fração de massa do benzeno expressa como fração do substrato total, ou seja,
todo o carbono orgânico total presente no meio;
𝑅𝑏 = coeficiente de retardamento do benzeno;
𝑅𝑜 = coeficiente de retardamento do oxigênio;
𝑟𝐵 = taxa de biodegradação do benzeno [ML-3T-1];
𝑟𝐵,𝐴𝑒𝑟 e 𝑟𝐵,𝐴𝑛 = taxa de biodegradação do benzeno aeróbio e anaeróbio,
respectivamente [ML-3T-1].
𝑟𝑂 = taxa de degradação do oxigênio [ML-3T-1];
𝑟𝑋,𝐴𝑒𝑟 = taxa de crescimento das bactérias aeróbias [ML-3T-1];
𝑟𝑋,𝐴𝑛 = taxa de crescimento das bactérias anaeróbias [ML-3T-1];
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𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑒𝑟 𝑋𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵
𝑟𝐵,1 = ( )( ) (3 2)
𝑌𝐵,𝐴𝑒𝑟 𝑘𝑠,𝐵𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵 𝑘𝑜
3.3.2
Parâmetros Cinéticos
experimental foi de 5 mg/L, conforme tabela 3.4. Desta forma, optou-se por
utilizar o mesmo valor como concentração inicial de oxigênio, distribuído
uniformemente em todo o modelo.
Assim como a concentração de oxigênio inicial, a concentração de bactérias
iniciais também é dependente do meio. Gomez et al. (2008) fazem o uso de 0.1
mg/L de bactérias aeróbias e 0.001 mg/L de bactérias anaeróbias. Considerando
106 células / g de solo igual à aproximadamente 1 mg/L (Gomez et al., 2008),
Chen et al. (1992) fazem o uso de 1 mg/L para bactérias aeróbias e Alvarez et al.
(1993) de 1,6 mg/L.
Variações na concentração de bactéria inicial estão associadas ao maior ou
menor tempo de início de degradação do substrato (Barry et al., 2002; Waddill &
Widdowson, 1998). Valores menores de concentração de bactérias tendem a
apresentar um retardo na curva de degradação indicando que o processo se inicia
mais tardiamente.
𝐼𝑛,𝑜
( ) (3 3)
𝐼𝑛,𝑜 𝑂
𝑋𝑠𝑎𝑡
( ) (3 4)
𝛾 𝑛
72
𝑋𝐴𝑒𝑟 𝑋𝐴𝑛
𝑋𝑠𝑎𝑡 = (3 5)
𝜌
3.3.3
Análise de Sensibilidade
Onde, o caso base corresponde aquele em que a pluma é obtida sem levar
em consideração as reações cinéticas envolvidas no processo de biodegradação e
(t) o tempo em que são feitas essas observações. A figura 3.9 apresenta a variação
da concentração de benzeno ao longo do tempo no caso base. Os parâmetros
selecionados foram somados e diminuídos de 25% e 50% dos seus valores,
obtendo-se assim um total de 5 curvas.
74
3.4
Modelo de Andrews
Conforme pode ser observado pela tabela 3.8, uma ampla variedade de
concentrações de benzeno (1 – 500 mg/L) é utilizada no estudo de sua
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3.4.1
Reações Cinéticas
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a) Aeróbio:
𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑒𝑟 𝑋𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵 𝑆𝑜
𝑟𝐵,𝐴𝑒𝑟 = ( ) (3 7)
𝑌𝐵,𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵 2 𝑘𝑜 𝑆𝑜
𝑘𝑠,𝐵𝐴𝑒𝑟 𝑆𝐵
( 𝐼𝑛,𝐵 )
b) Anaeróbio:
3.4.2
Parâmetros Cinéticos
3.5
Critérios de Estabilidade e Convergência
𝑣𝑖 ∆𝑥
𝑃𝑒 = ≥2 (3 9)
𝐷
𝑣𝑖 ∆𝑡
𝐶𝑟 = ≤ (3 20)
∆𝑥
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3.6
Premissas e Limitações do Modelo
4.1
Modelo de Monod Multiplicativo
4.1.1
Parâmetros Estimados por Calibração do Modelo
Tabela 4.1: Parâmetros estimados para os modelos 1 (oxigênio constante) e 2 (oxigênio não
constante).
4.1.2
Curva Concentração de Benzeno versus Tempo
280,72 mg/L
∆C = 87 mg/L
191,97 mg/L
∆T = 28,46 dias ∆T = 28 dias 193 mg/L
Figura 4.1: Comparação entre a curva concentração de benzeno x tempo do modelo 1 e de Martins
(2010).
dias com concentração de aproximadamente 124 mg/L (figura 4.3). Nota-se pelas
figuras 4.2 e 4.3 que esta concentração de bactérias é alcançada em tempo
semelhante àquele encontrado em nível estável de oxigênio. Logo, a limitação da
taxa de consumo de oxigênio imposta pelo condicional gera impactos sobre a
concentração de bactérias aeróbias.
278,10 mg/L
∆C = 87 mg/L
190,96 mg/L
∆T = 28,49 dias
∆T = 28 dias 193 mg/L
Figura 4.5: Comparação entre a curva concentração de benzeno x tempo do modelo 2 e de Martins
(2010).
0,2 mg/L em 90 dias, conforme figura 4.6. O quadro de aerobiose inicial (1,2 dias)
ocorreu devido à concentração de oxigênio inicial existente em todo o modelo, 5
mg/L.
4.1.3
Análise de Sensibilidade
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A) Parâmetros Aeróbios
obtida em 30 dias com um aumento de 25% e 50% foi de 0,05, mesmo valor
encontrado com a diminuição dessas mesmas percentagens.
Alterações nos valores de concentração inicial de bactérias provocaram
variações de tempo e de concentração insignificantes, observado na figura 4.9,
item C. Logo, o processo de biodegradação do benzeno não se apresentou sensível
a alterações na concentração inicial de bactérias aeróbias. Este fato destaca que
variações de até duas ordens de grandeza em termos de bactérias costumam ser
aceitáveis em processos biológicos ambientais. Em todos os casos foi obtida uma
relação de 0,63 com a degradação máxima ocorrendo em torno de 30 dias.
O comportamento das curvas obtidas por meio da variação do parâmetro 𝑏
(figura 4,9, item D) foram semelhantes às obtidas por variações de 𝑘𝑠,𝐵 (figura
4,9, item B) no que se refere às concentrações de benzeno e a relação inversa com
𝜇𝑚á𝑥 . A diferença entre os casos é que variações no decaimento das bactérias
proporcionaram maiores variações de degradação de benzeno, atingindo seu
máximo em torno de 28 dias. O aumento de 25% e de 50% gerou uma diferença
de 0,12 e a diminuição nas mesmas proporções de 0,11.
A diminuição dos valores de 𝑏 em 25% e 50% apesar de apresentarem
níveis de degradação de benzeno distintos, não apresentaram variações no tempo
de degradação. As concentrações mínimas de benzeno atingidas foram de 261,91
mg/L em 61 dias (aumento de 50%), 225,69 mg/L em 44 dias (aumento de 25%),
89
Figura 4.9: Análise de sensibilidade dos parâmetros aeróbios. (A) Taxa de crescimento específico
máximo - 𝜇𝑚á𝑥 ; (B) Coeficiente de meia saturação do benzeno - 𝐾𝐵 ; (C) Concentração de bactérias
iniciais - 𝑋; (D) Coeficiente de decaimento bacteriano - 𝑏.
B) Parâmetros Anaeróbios
Figura 4.10: Análise de sensibilidade dos parâmetros anaeróbios. (A) Taxa de crescimento
específico máximo - 𝜇𝑚á𝑥 ; (B) Coeficiente de meia saturação do benzeno - 𝐾𝐵 ; (C) Concentração
de bactérias iniciais - 𝑋; (D) Coeficiente de decaimento bacteriano - 𝑏.
C) Dispersividade
conforme a escala do problema. Segundo Fetter (2002) e Freeze & Cherry (1979),
os valores de dispersividade em campo podem ser significativamente maiores do
que os obtidos em laboratório.
Para avaliar a influência da dispersividade na representação do bloco foram
mantidas as relações entre a dispersividade longitudinal e transversal e os critérios
estabelecidos no item 3.3.3. Conforme observado na figura 4.11, variações de
dispersividade não apresentaram grandes mudanças no que tange ao tempo de
degradação, onde as variações foram mínimas (34 e 33 dias para uma diminuição
de 25% e 50%, respectivamente, e 35 dias para o caso de um aumento de 25% e
50%).
A maior influência ocorreu no grau de degradação biológica apresentado,
sendo as maiores oscilações encontradas com a diminuição da dispersividade. A
diferença entre as relações com o aumento e diminuição de 25% e 50% de
dispersividade foram de 0,02 e 0,03, respectivamente. Apesar de menores valores
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4.1.4
Discussão
1 2
Figura 4.12: Divisão da curva concentração de benzeno x tempo do modelo 2 (oxigênio não
constante).
4.2
Modelo de Andrews
4.2.1
Parâmetros Estimados por Calibração do Modelo
e 3.2). Os parâmetros gerais utilizados neste modelo estão presentes na tabela 3.9,
sendo mantidos os valores de concentração inicial e densidade de bactérias
calibrados por meio do modelo de Monod (tabela 4.1).
A tabela 4.2 apresenta os parâmetros calibrados pelo modelo de Andrews,
onde pode ser observado que o valor de 𝑘𝑠,𝐵 aeróbio foi menor do que o anaeróbio
e o valor de 𝜇𝑚á𝑥 aeróbio foi maior do que o anaeróbio, mostrando uma maior
afinidade do benzeno em relação às bactérias aeróbias.
Parâmetros Andrews
Coeficiente de Meia Saturação do
100 mg/L
Benzeno Aeróbio (𝑘 ,𝐵𝐴 𝑟 )
Coeficiente de Meia Saturação do
330 mg/L
Benzeno Anaeróbio ( 𝑘 ,𝐵𝐴𝑛 )
Taxa de Crescimento Específico Máxima
1,095 dia-1
da Biomassa Aeróbia (𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑒𝑟 )
Taxa de Crescimento Específico Máxima
0,605 dia-1
da Biomassa Anaeróbia ( 𝜇𝑚á𝑥,𝐴𝑛 )
98
4.2.2
Curva Concentração de Benzeno versus Tempo
278,45 mg/L
∆C = 87 mg/L
190,48 mg/L
∆T = 28,89 dias ∆T = 28 dias 193 mg/L
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4.2.3
Discussão
4.3
Análise Comparativa
5.1
Conclusões
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5.2
Recomendações
2009.
WEAVER, J. W.; Charbeneau, R. J.; Tauxe, J. D.; Lien, B. K.; Provost, J. B. The
hydrocarbon spill screening model (HSSM) volume 1: user’s guide. The
United States Environmental Protection Agency, EPA/600/R-94/039a, 1995.
XU, Z.; CHAI, J.; WU, Y.; QIN, R. Transport and biodegradation modeling of
gasoline spills in soil-aquifer system. Environmental Earth Sciences, vol. 74, n.
4, p. 2871-2882, 2015.