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DUDES
VOLUME 11
MSKINGBEAN89
Tradução de Bruna Mello e Paula Kiaer
Edição de Gabrielly Gonçalves
A tradução da obra pode ser encontrada no site Archieve four own no perfil @wolfuckingstar e no wattpad no perfil @paulak165.
Capítulo 73 : Quinto ano: Prata
"Eu sou péssimo escrevendo," Grant reclamou, "’Cê não pode me dar um número de
telefone?"
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“Er ... é uma escola bem antiquada. Não usamos muito o telefone.” Remus
engasgou. Ele pensou que poderia haver uma cabine telefônica em Hogsmeade, ou
talvez no próximo vilarejo, o que não era bruxo. Ele poderia tentar.
Agora, enquanto encarava a barreira e atravessava, ele teve a sensação usual de deixar
o mundo trouxa - e todos nele - para trás por mais um ano. Grant não existia deste lado
da plataforma. Grant nunca havia acontecido, e Remus era o mesmo Remus de
sempre.
Ninguém iria notar, porque não havia nada para notar, Remus disse a si mesmo, com
firmeza. Nada mesmo. Ele esfregou a nuca, distraidamente, então - lembrando-se dos
dedos de Grant ter estado ali apenas algumas horas antes, limpou os lábios sem
graça. Merda.
"James, sério!" A Sra. Potter castigou seu filho, de pé ao lado dele. Ela sorriu para
Remus, “Olhe só para você! Você cresceu tanto!” Ela o puxou para um abraço, "Ainda
está muito magro para o meu gosto!" Ela começou a endireitar suas roupas, enchendo-
o de perguntas - tinha algo para comer durante a viagem? Veio sozinho? Queria ajuda
para colocar suas coisas a bordo?
Ao final desse ataque maternal, Remus estava sorrindo de orelha a orelha, relaxado
sabendo que tudo estava, de fato, bem. Nada estava diferente. Ele alegremente
embarcou no trem com James e Peter, conversando sobre seus verões e suas
animações para o ano que viria. James tinha um alfinete de prata em seu peito,
estampado com um grande 'C' (Remus sentiu o cheiro no segundo que James se
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aproximou, uma ardência irritante em seu nariz), ele havia realizado seu maior desejo
e agora era o capitão do time de quadribol.
Ele era quase o mesmo de sempre - em altura, ele quase alcançava James agora, e seu
ombro estava mais largo. O maxilar mais quadrado, e talvez seu nariz tivesse se
alongado - mas ele tinha o mesmo cabelo preto brilhante, os mesmos olhos
impressionantes e as maçãs do rosto salientes.
Ele ainda era Sirius, mas de alguma forma ... outro. Como se Remus o estivesse vendo
com novos olhos. O calor do desejo explodiu em seu peito do nada, estabelecendo-se
em suas bochechas como um forte rubor. Ele desviou o olhar, rapidamente, antes que
alguém percebesse.
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"O herdeiro da casa Black não poderia faltar no primeiro dia de aula.” Sirius revirou
os olhos azuis escuros, levantando uma sobrancelha astuta, "Não poderíamos ter todo
o mundo bruxo sabendo que há conflitos na minha nobre família."
"Como você está?" James perguntou, sinceramente: "Eles fizeram... como você está?"
“Estou bem,” Sirius assentiu, um pouco tenso, “Não quero falar sobre isso
agora. Podemos apenas fingir que é um primeiro dia normal? "
"Sim, tudo bem, cara," James acenou com a cabeça, não convencido. “Pete estava nos
contando sobre a Califórnia”,
“Não conseguimos encontrar Phil”, disse Peter, “Em todos os lugares que procuramos,
os colegas dela diziam que ela havia se mudado, mamãe ficou ... bem, ela ficou
realmente chateada, foi uma merda. "
Remus sentiu uma pontada de culpa. Já fazia muito tempo, mas uma vez ele disse a
Philomena que ela poderia fugir se quisesse - 'ninguém disse que você precisa usar
magia'. Depois de seu próprio simples verão, feliz e sem magia, Remus estava
começando a invejar a irmã de Peter.
"Como foi seu verão, Moony?" James perguntou de repente, e Remus percebeu que
Peter havia parado de falar há algum tempo.
"Foi bom," Remus havia praticado isso em sua cabeça no caminho para King's
Cross. Mas ele não contava com a aparência de Sirius... era difícil manter o
foco. ‘’Normal. Nada de emocionante. Hum. Futebol, lição de casa. Er ... éh, foi tudo
bem. Não foi ótimo. Mas ... bem, tudo bem, nada mal."
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Felizmente, a porta da cabine se abriu, interrompendo sua tagarelice. Lily Evans
estava parada na porta, sorrindo de alegria, seu cabelo como uma auréola de fogo.
“Como se fosse difícil, Potter,” Lily revirou os olhos, “Vocês estão sempre no mesmo
vagão. De qualquer forma, não estou aqui por você, estou aqui por você!” Ela apontou
para Remus, ainda sorrindo,
"Você recebeu, não é?" Lily disse, impaciente: "Vamos, temos que ir para uma
reunião no..."
"Sim…"
"E você não nos contou imediatamente para que pudéssemos te zoar?!" O rosto de
Sirius se iluminou, e um pouco daquele antigo maroto, amante de travessuras,
apareceu.
"Você só está com inveja," disse Lily com altivez, "Vamos Remus, onde está seu
distintivo?"
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Os ombros de Peter e James também tremiam e Remus balançou a cabeça, tentando
parecer desaprovador.
"Sim, Marlene contou." Lily disse, sem sequer olhar na direção de James, “Vamos lá,
Remus!”
"Não, não precisa se incomodar com isso." Remus deu de ombros, sem olhar para ela.
"Ah, qual é," Sirius adulou, levantando-se e estendendo a mão para a mochila de
Remus, "Queremos ver você com seu lindo e brilhante distintivo ..."
"Não!" Remus retrucou, olhando feio para Sirius - graças a Deus, ainda era fácil ficar
irritado com ele - ele ergueu as sobrancelhas, para que Lily não pudesse ver, e disse
muito incisivamente, "Prata não combina comigo."
***
Ser monitor era tão ruim quanto Remus esperava. A carta foi uma surpresa tanto para
ele quanto para todos os outros - o distintivo havia caído de sua lista de leitura usual
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de Hogwarts em seu colo em uma manhã de verão. Ele sibilou de dor quando a prata
queimou seus dedos e a deixou cair no chão. Grant pegou,
"Você não sabe nem da metade," Remus resmungou, "Meus amigos nunca vão me
deixar em paz..."
Remus apenas balançou a cabeça novamente e resolveu escrever uma carta para
Dumbledore sobre isso, exigindo que outra pessoa recebesse o posto. James seria
bom. Até Peter seria melhor do que Remus. Dumbledore não respondeu. Ele tentou
McGonagall, que respondeu, simplesmente dizendo que esta era a decisão
final. Remus decidiu tentar novamente quando o período letivo começou.
O banquete foi normal. Parecia menos festivo e alegre do que nos anos anteriores -
Remus não sabia se era sua própria confusão ou a palidez da guerra. Haviam menos
alunos do que o normal; assim como alunos recém chegados. Ninguém estava
mencionando isso.
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Depois do jantar, Lily fez Remus patrulhar novamente, e ele realmente não se
importou. Esperava que, se pudesse ficar longe por tempo suficiente, os outros já
estariam na cama; então ele não teria que vê-los até as aulas da manhã seguinte - se
James e Sirius saíssem cedo para o treino de quadribol.
"Você ainda não está usando seu distintivo", disse Lily, enquanto caminhavam por
todo o corredor do quarto andar.
"Ah, ótimo!" Remus sorriu mais largo do que pretendia. Lily sorriu de volta para ele,
parecendo genuinamente satisfeita.
"Esquisito." Lily deu uma cotovelada nele, rindo, “Até eu não gosto tanto assim de
lição de casa."
***
Ele estava certo, quando voltou para a sala comunal, todos já tinham ido para a cama,
e o quarto dos marotos estava escuro e silencioso. Remus caminhou silenciosamente
para o banheiro, escovou os dentes e vestiu o pijama, então se arrastou até a cama,
fechando bem as cortinas. Parecia que ele tinha acabado de relaxar apropriadamente,
quando ouviu Sirius sair da cama. Ele conhecia cada um de seus companheiros de
quarto por seus passos agora. Gostava de saber – mas agora parecia um tipo peculiar
de tortura, conforme Sirius se aproximava e sibilava;
“Moony? Psst ... ei, mesmo você não adormece assim tão facilmente! "
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"O que??"
“Ah, vamos lá, por que você está nos evitando? É sobre a coisa de ser monitor? Você
sabe que estávamos apenas brincando, relaxe! Aqui, tenho algo para você.” Ele abriu a
mão. No escuro, Remus se inclinou e viu seu distintivo de monitor vermelho e
prata. Ele franziu a testa,
"O que?!"
"Obrigado…"
"Não seja bobo," Sirius balançou a cabeça, ainda sorrindo, os olhos suaves. “Qualquer
coisa pelo nosso Moony. Boa noite." Ele se virou e voltou para sua cama.
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Capítulo 74 : Quinto ano: Dor
Remus dormiu demais na manhã seguinte e teria perdido o café da manhã se Peter não
tivesse gritado seu nome cerca de cem vezes antes de sair. Quando a porta bateu,
Remus rolou de costas e olhou para um raio de luz que entrava por suas cortinas. Ele
tinha dormido mal, e se resignou a dormir mal todas as noites até tirar essa coisa
ridícula sobre Sirius de seu sistema.
Se forçou a pensar em outra coisa - Feitiços, ou Aritmancia, ou História ... sim, ele
descobriu que listar os nomes dos generais envolvidos em cada lado da Grande
Revolta Goblin de 1642 parecia acalmá-lo um pouco. Dava a ele algo para se
concentrar de qualquer maneira. Você não poderia ter pensamentos lascivos com
nomes como 'Krebshunk' e 'Frip o Desmembrador' passando pela sua cabeça.
Ele se vestiu e desceu para o café da manhã. A primeira aula deles era Transfiguração,
e você não podia se atrasar com McGonagall. No Salão Principal, Peter estava sentado
à mesa da Corvinal com Desdêmona, e eles estavam claramente se reencontrando
depois de um longo verão separados. Remus suspirou, lembrando-se da sensação. Era
ainda pior ver outros casais se agarrando quando você sabia o que estava perdendo.
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furtivo e nervoso - se Remus não os conhecesse bem, pensaria que eles estavam no
meio de uma discussão.
Ao se sentar em frente a seus dois amigos, ele descobriu que sua primeira impressão
estava correta. Ambos estavam sentados em um silêncio impassível, e estava claro que
Sirius estava sendo muito teimoso sobre alguma coisa.
"Bom dia, vossa monitoresa," Sirius respondeu, com um meio sorriso. Ele estava
despejando colher após colher de açúcar mascavo em seu mingau.
"Oi, Moony," disse James, olhando para ele brevemente antes de se voltar para
Sirius. Ele parecia exausto, estressado. Não combinava com ele. "Sirius." Ele disse,
muito sério.
"Você está brincando com o seu café da manhã." James franziu o nariz, "E, por favor,
não coma isso, meus dentes doem só de olhar."
Remus achou que parecia bom, na verdade. Ele gostava de coisas muito doces,
principalmente quando estava de mau humor. Mas manteve essa opinião para si
mesmo. Melhor não se envolver na discussão dos dois se pareciam tão preocupados.
Sirius terminou de despejar sua última colher de açúcar, mexeu vigorosamente, até
que a mistura adquirisse textura e cor de areia. Ele pegou uma colher cheia, então -
fazendo contato visual com James o tempo todo - enfiou na boca e mastigou. Remus
podia ouvir os grãos de açúcar sendo quebrados entre os dentes. James balançou a
cabeça,
“Você não precisa ser assim, eu não sou Regulus.” Ele disse, mal-humorado.
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Sirius fez uma careta para ele, então se levantou.
Remus pensou, examinando suas memórias - Sirius estava sentado a maior parte do
tempo que Remus o vira e, mesmo assim, não estivera exatamente prestando atenção
nos detalhes. Na verdade, ele estava tentando fazer exatamente o oposto. Sua culpa
ganhou uma nova dimensão.
"Você acha que a mãe dele fez alguma coisa?" Ele perguntou, seu estômago revirando.
"O que?"
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"Ela o massacrou."
Um arrepio percorreu Remus, o que foi dez vezes mais eficaz do que um banho
frio. De repente, ele tinha onze anos de novo e estava de volta ao vestiário de
quadribol depois que ele e Sirius caíram de suas vassouras. Um Sirius de onze anos
sussurrando 'Eu tenho cicatrizes ...' e levantando a bainha da calça para mostrar as
marcas prateadas longas e retas. Na época, Remus só pensou em como elas eram
diferentes de suas próprias cicatrizes - como eram limpas e uniformes, como se
tivessem sido feitas com uma lâmina de barbear. Mais tarde, Sirius descreveu as
cicatrizes como uma técnica disciplinar, mas eles nunca mais discutiram isso.
"Ele está bem?" Remus perguntou, trêmulo, não querendo mais sua torrada.
"Ele diz que está." James respondeu, “Mas ele não ... ele não quer falar sobre isso, ou
qualquer coisa. Ugh, eu não deveria ter mencionado Regulus assim. Ele é
tão teimoso.”
"O que podemos fazer?" Remus se preocupou, “Ele não pode voltar lá, não está
certo. Sua família pode fazer alguma coisa?”
“Eles tentaram, no verão passado”, disse James, tristemente, “mas não deu em
nada. Se eu conseguir fazer com que ele fale alguém; Dumbledore, ou mesmo
Madame Pomfrey, se eles pudessem ver o que aquela filha da puta faz ... talvez
possamos tirá-lo de lá.
"Você pode tentar, Moony?" James perguntou, desesperado: "Ele não fala comigo,
mas às vezes você consegue por um pouco de sentido na cabeça dele.”
"Eu?!"
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“Sim, sabe, eu acho que ele ouve você, às vezes. Ele sempre está tentando te
impressionar.”
Ah, por que James tinha que dizer uma coisa dessas?
Ambos pegaram Sirius saindo do banheiro, e James parou na frente da porta, para que
ele não pudesse escapar para a sala comunal. Remus decidiu ir para a abordagem
direta.
"Ouvi que seu verão foi uma merda." Ele disse, olhando nos olhos de Sirius. Era mais
fácil, se você estivesse pronto para isso. Sirius bufou,
"Que você está machucado, mas você é um idiota arrogante demais para admitir."
"Esta manhã você estava sangrando!" James disse, com raiva, claramente perdendo o
juízo.
"O que?!" Remus disse, alarmado, "Deus, Sirius, você tem que ir até a Madame
Pomfrey!"
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“E ter a escola inteira sabendo como minha mãe gosta de se entreter?! Não, obrigado."
"Sim, porque Madame Pomfrey conta tudo para a escola ..." Remus disse, levantando
uma sobrancelha sarcástica. "Me deixe ver."
"Eu não quero que James veja." Ele disse, olhando para baixo, envergonhado.
Remus se virou e olhou para James, cujos ombros caíram um pouco com
decepção. Ainda assim, estoico como sempre, ele acenou com a cabeça e prontamente
saiu da sala. Remus se sentia muito vulnerável, agora, sozinho com Sirius. Ele colocou
todos os pensamentos egoístas de lado e tentou se concentrar em ajudar seu melhor
amigo.
"Vamos então," ele acenou para Sirius, "Vamos ver, de uma vítima para outra." Ele
quis dizer isso como uma piada sombria, mas percebeu imediatamente que tinha sido a
coisa errada a dizer. Ele se amaldiçoou e resolveu calar a boca, a menos que tivesse
algo útil a dizer.
Sirius sentou-se na cama mais próxima, que por acaso era de Remus, e puxou a perna
da calça para cima. Remus teve que conter um suspiro de horror. James tinha usado
exatamente a palavra certa - massacrado. Essas marcas não eram claras e ordenadas,
como as cicatrizes anteriores. Eles eram cruéis, cruzadas, variando em profundidade e
severidade. As costas inteiras das panturrilhas pareciam ter sido cortadas com um
bisturi.
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“Sobe por toda minha perna.” Ele disse.
"Não está--"
"Não minta," Remus comandou, puxando seu pote de essência de murtisco, "Eu
conheço dor."
"Você coloca." Disse Remus. ele balançou a jarra, impaciente, "Vamos, não vou fazer
isso para você, não sou seu elfo doméstico."
Ele achava que estava indo muito bem, mas tudo iria desmoronar se ele tivesse
que tocar em Sirius, mesmo em algum lugar tão inocente quanto suas
panturrilhas. Sirius sorriu e alcançou a essência de murtisco. Pegou uma porção
generosa com os dedos longos e espalhou um pouco na perna. Remus viu pelo olhar
em seu rosto que funcionou imediatamente; suas feições relaxaram, parte da
intensidade deixando seus olhos. Devia estar sentindo muita dor.
"Sim, mas ainda assim ..." Sirius se levantou agora e começou a desabotoar as calças
para passar no resto dos cortes. Remus praticamente saltou para trás e correu em
direção à porta, balbuciando,
“Eu vou hum ... vou te dar um pouco de privacidade ... tenho que ir de qualquer
maneira ... lição de casa ...” sua voz estava muito mais alta do que ele queria.
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Ele praticamente desceu as escadas correndo e esbarrou em James.
“Sim, sim ... Eu dei a ele algo para ele passar. Dê a ele um minuto, acho que ele vai
descer.”
“Eu não falei com ele sobre ir a um professor ou qualquer pessoa ...”
“Sim, mas ele está falando com a gente, agora,” James sorriu. “Sério, obrigado,
Moony, você é uma lenda! Vamos te recompensar ... Não devo dizer nada sobre isso
ainda, mas ... bem, eu prometo que vamos! "
Com isso, James deu um tapinha no ombro dele, então correu escada acima para ver
Sirius. Remus afundou em uma poltrona próxima e decidiu reavaliar algumas
coisas. Tinha que sair, caso voltassem. Ele deixou a sala comunal e foi para a
biblioteca, onde passou o resto da noite estudando meticulosamente as rebeliões
goblins. Afinal de contas, eles tinham NOMs este ano, e ele não podia permitir que
sua libido destruísse tudo pelo que vinha trabalhando.
Era quase a hora do toque de recolher quando ele sentiu pronto para voltar. Seus olhos
coçavam e suas costas doíam, e ele estava de mau humor - mas pelo menos não estava
mais pensando em Sirius. Bem. Na verdade, estava.
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“Expelliarmus,” ele gritou, e as duas varinhas voaram para suas mãos. Eles se viraram,
um de cabelos escuros, o outro louro. Bartô Crouch e Regulus
Black. "Ah, vocês dois..." Remus bocejou, encostando-se casualmente na parede.
“Cuidado com a língua, Crouch,” Remus sibilou, então lançou uma maldição nele.
"Como você ousa!" Regulus ferveu, marchando até Remus. Ele era muito mais baixo -
quase da mesma altura que Sirius, mas isso não o impediu de se aproximar. O verão
claramente tinha feito mal a Regulus também - ele estava mais pálido do que nunca,
seus olhos escuros e vazios. “Escória imunda meio-sangue! Você pode ser um
monitor, mas ainda é apenas um covarde, sujo --- “
“Covarde, eu?!” Remus viu tudo em vermelho e largou as duas varinhas, em vez disso
usando as mãos para empurrar Regulus contra a parede segurando-o pelo pescoço.
A cabeça do garoto bateu na parede de tijolos e ele piscou, terror genuíno aparecendo
em seu rosto. Remus não se importou; na verdade, foi perfeito. "Eu posso ser um
meio-sangue," Remus sibilou, ameaçadoramente, "Mas pelo menos eu não fico parado
vendo minha família ser cortada em pedaços!"
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"Eu disse a ele para parar de pressioná-la, mas ele não quis ouvir!" ele sussurrou, "Eu
não consegui impedir ..."
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Capítulo 75: Quinto ano: A surpresa
I'm so wiped out with things as they are (y’know that I should…)
Durante as três semanas seguintes, Remus conseguiu cair em uma rotina um pouco
mais confortável enquanto aprendia a navegar por seus novos sentimentos. A um
tempo atrás ele simplesmente teria tentado evitar Sirius; afastar e se esconder na
biblioteca ou em um de seus esconderijos. Mas ele aprendeu que isso nunca
funcionava no final, especialmente quando você compartilha um quarto. E, de
qualquer forma, ele estava grande demais para a maioria de seus antigos e minúsculos
refúgios.
Então, Remus tentou lidar com isso e, ao tentar, descobriu que era capaz. Não que
fosse exatamente fácil - mas ele tinha muito mais com que se preocupar. Além dos
deveres como monitor, que já o mantinham subindo e descendo o castelo para
patrulhas e reuniões, também era um ano importante para seus estudos.
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Com os NOMs chegando, os professores estavam sobrecarregando todos com mais
deveres do que nunca - e houve uma mudança notável no currículo. Em
Transfiguração, eles estavam aprendendo disfarces; em Feitiços, eles praticavam o
desarmamento; Poções era amplamente focado em identificar e neutralizar venenos; e
Defesa Contra as Artes das Trevas parecia não ser nada além de exercício após
exercício de feitiços de ataque e defesa. Eles estavam treinando para a guerra e todos
sabiam disso.
Trato das Criaturas Mágicas era um caso decepcionante. O professor Kettleburn era
um velho mal-humorado que gritava, e tinha metade dos membros faltando e um tapa-
olho. Ele não trazia nada para eles verem, ou contava histórias de seus encontros com
bestas fantásticas - preferia contar como tinha ganhado todos os seus vários
ferimentos, que eram sempre de formas horríveis.
Remus tentou ver isso pelo lado positivo - pelo menos sem Ferox havia uma distração
a menos. De jeito nenhum ele desenvolveria uma queda pelo rabugento e velho
Kettleburn. Sirius já era o bastante para lidar.
Ele não era estúpido; sabia que estivera atrasado para esse tipo de coisa. No verão
depois que ele completou treze anos, a Diretora o chamou em seu escritório e
perguntou nos termos mais vagos possíveis o quanto ele sabia sobre "relações
conjugais". Ele não tinha certeza do quanto deveria saber e não queria parecer idiota,
então apenas disse que sabia 'tudo'. A mulher acenou com a cabeça e disse-lhe para
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perguntar a um membro da equipe do sexo masculino se ele tivesse alguma dúvida.
Claro, ele nunca teve. Eles também conversaram uma vez com o vigário local sobre a
santidade do casamento e a natureza pecaminosa de "ceder aos desejos da carne" -
mas Remus ficou tão mortificado que bloqueou a maior parte daquilo.
'Desejos'. Isso não era algo que você deveria conversar seriamente - pelo menos não
com outros meninos, ele sabia disso. Fazer piadas era ok; pelo menos vocês estavam
em território seguro se apenas provocassem um ao outro. Mas você certamente não
poderia fazer perguntas.
Os outros marotos estavam à frente dele; em algumas noites perto da lua cheia, ele
havia sentido o cheiro de sua luxúria, ouvira seus momentos de frustração e vergonha
enquanto procuravam por baixo dos lençóis no escuro. Isso apenas o envergonhou.
Claro, Remus fazia, claro que ele já tinha..., mas aquilo era mais como manutenção,
tão casual quanto escovar os dentes.
Ele se sentiu mudado por dentro; essa mudança presente em todos os momentos -
sozinho ou em companhia. E Sirius. Por que tinha que ser Sirius?
Ok, ele sabia por quê. Era a maneira como sua camisa branca e fina da escola
repuxava em suas costas, a maneira como seu cabelo caía em seus olhos, fazendo com
que ele tivesse de puxá-lo para trás, embora nunca, nunca o colocasse atrás da orelha.
As mãos dele. A porra dos olhos dele ...
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Foram três semanas muito difíceis.
Remus estava grato por essa primeira lua cheia do semestre ter caído em um fim de
semana. Isso significava que ele poderia dormir e relaxar pacificamente enquanto
esperava o anoitecer, em vez de ficar sentado durante horas de aulas, com os ossos
doendo em assentos desconfortáveis de madeira. Sábado também era dia de treino de
quadribol (na verdade, desde que James se tornou capitão, todos os dias eram dias de
treino), deixando Remus completamente, e felizmente imperturbado.
Ele havia dormido a maior parte da manhã, então desceu as escadas para almoçar,
antes de retornar ao silêncio do quarto vazio. Tentou ler por um tempo, mas com dores
de cabeça e a inquietação, logo desistiu. Ele desejou que a lua se apressasse e viesse,
para que ele pudesse acabar logo com isso. Esperar era a pior parte. Ele fechou os
olhos, espreguiçando-se, mas decidiu que estava cansado de ficar deitado. Desceu da
cama e foi se sentar no parapeito da janela com um maço de cigarros. O último que ele
tinha do verão, dado a ele por Grant como um presente de despedida.
Grant. Se Grant estivesse aqui, em Hogwarts, Remus sentiria o mesmo por Sirius?
Provavelmente sim, ele suspirou para si mesmo. E Grant era tão astuto nesse tipo de
coisa que entenderia imediatamente. Talvez ele tivesse algum conselho. Se ao menos
tivesse como ligar para ele, ou até mesmo escrever uma carta - mas ele só tinha
permissão para enviar corujas para a Diretora, e se ela lesse?! Remus gostaria de ter os
espelhos compactos que James e Sirius tinham. Embora como diabos os explicaria
para Grant, não fazia ideia.
Remus terminou seu primeiro cigarro e começou outro. Era calmante. Maconha era
melhor; ele tinha experimentado depois de sua última lua cheia, mas não tinha visto
ninguém em Hogwarts fumando. Ele estava por fora das informações de qualquer
forma, já que não estava mais fornecendo cigarros. As distrações do verão passado já
haviam lhe custado mais que dinheiro.
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seguintes, estaria faminto e poderia facilmente repetir três ou quatro pratos por
refeição. Estava prestes a se levantar e descer quando a porta se abriu.
Peter, James e Sirius entraram, com olhares curiosos em seus rostos. James parecia
muito sério e bastante cauteloso, como se tivesse que dar alguma notícia e não tivesse
certeza de como Remus reagiria. Remus sabia que não podia ser uma má notícia,
porque Sirius estava sorrindo de orelha a orelha, mostrando cada um de seus dentes
perfeitos e brancos como pérolas. Peter estava torcendo as mãos, como sempre, mas
ele também tinha um sorriso pequeno e malicioso - o olhar que ele tinha quando eles
estavam no meio de uma pegadinha particularmente diabólica.
“Ah Deus,” Remus disse, antes que James pudesse falar, “O que é agora? Por que
vocês não estão no quadribol? "
"Sem quadribol hoje!" Sirius disse, ainda sorrindo como um maníaco. A energia que
emanava dele era elétrica, ardente - ele estava claramente extremamente animado com
alguma coisa.
"Onde vocês estavam, então?" Remus perguntou, escolhendo olhar para James, para
manter sua voz controlada.
"Moony", disse ele, "você deve se lembrar que tivemos uma ideia, no terceiro ano ..."
"Você tem ideias o tempo todo, Potter, seja específico," disse Remus, irritado,
acendendo seu terceiro cigarro. Seus ombros e pescoço doíam. Ele não estava com
disposição para brincadeiras durante lua cheia, eles já deveriam saber disso.
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"A ... para te ajudar com as ... eu sei que você disse para não fazermos, hum ..." James
passou a mão pelo cabelo, "Mas já fomos tão longe com tudo, e ... hum ... olha, eu
sinto muito, desculpe ..., mas ...”
"Fala de uma vez!" Remus suspirou, exalando fumaça. James parecia em pânico. Ele
olhou para Sirius, então olhou para seus pés e murmurou,
“Nósnostornamosanimagus...”
"O que?!"
"Ah, pelo amor de Merlin!" Sirius disse, dando um passo à frente, "Olha, Remus!"
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Capítulo 76: Quinto ano: Moony & Cia
"Vocês realmente fizeram isso." Remus disse, sem emoção, "Não posso acreditar que
vocês fizeram isso." Ele sentou-se novamente, sentindo-se um pouco vacilante.
Peter e James se entreolharam e então assentiram. Remus respirou fundo, com o peito
apertado. "Vá em frente", ele sussurrou, "Me mostrem."
“Não podíamos escolher no que nos transformamos”, explicou ele. "Caso contrário,
Peter provavelmente teria escolhido outra coisa ..."
"Nem todo mundo quer ser um grande vira-lata babão," James também se transformou
e deu um soco no ombro de Sirius.
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"Tudo bem, Bambi, se acalme," Sirius sorriu, despenteando o cabelo de Peter, "Só
estamos brincando, não é, cara?"
Peter sorriu de volta. Ele parecia muito feliz. Todos eles haviam conseguido. Remus
ainda estava sem palavras. Ele os observava como se fossem estranhos. Será que
realmente fizeram isso - algumas das mágicas mais difíceis, que exigia habilidade,
concentração e - acima de tudo - paciência, só para ele?
"Remus?" James perguntou, parecendo sério novamente, "Você está com raiva, não
é?"
"Eu ..." Remus franziu a testa, então balançou a cabeça, "Não, não, não estou com
raiva ... Eu só ..." Ele esfregou a nuca, fechando os olhos, "Eu sabia que fariam de
qualquer maneira, eu sabia que iam tentar, pelo menos. Vocês nunca me ouvem."
"Não, não se desculpe!" Remus disse, rapidamente, abrindo os olhos, "O que vocês
fizeram é incrível ... vocês são incríveis. Eu só ... não sei o que dizer. "
Ele se amaldiçoou por não ser capaz de agradecê-los adequadamente - por sentir tudo
tão profundamente, mas não ser capaz de colocar nada em palavras. Qual era o sentido
de toda aquela leitura, se não lhe dava as palavras quando precisava delas?
Ele olhou para cima novamente, e encontrou Sirius o observando - seu sorriso estava
mais calmo agora, e a luz da compreensão brilhava em seus olhos. O coração de
Remus deu um pulo.
“Qualquer coisa pelo nosso Moony!” Sirius sorriu novamente, e de repente tudo
voltou ao normal, e o dormitório era apenas o dormitório deles, e essas pessoas
incríveis eram apenas seus amigos. "Vamos," Sirius disse, animado, dirigindo-se a
todos eles, "Vamos descer para jantar. Temos uma longa noite pela frente! "
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"Esta noite?!" Remus disse, surpreso, "Querem tentar hoje à noite?!"
É claro, ele pensou, é por isso que eles escolheram o último momento para se revelar.
"Você não pode querer passar mais uma noite sozinho naquela casa horrível, sendo
que você não precisa, Remus?" Peter disse, sinceramente.
Remus pensou sobre isso enquanto seguia os outros pelas muitas escadas e corredores
até o Salão Principal. Ele não gostava de ficar sozinho, antes da lua ou logo depois
dela. Presumiu que o lobo também não gostava de ficar sozinho, a julgar pela dor que
isso lhe causava. Mas ele sempre fez isso sozinho. Nunca havia sido uma questão
antes.
Ele não falou nada durante o jantar, mexendo no prato com indiferença. Sirius o
cutucava de vez em quando, e Remus sorria para ele, mas voltava a brincar com suas
batatas assadas.
"Remus, você não está comendo", disse Marlene, preocupada, "Isso realmente não é
típico de você."
"Mm", respondeu ele, baixando o garfo, "não me sinto bem. Acho que vou para a ala
hospitalar. "
"Como vocês vão fazer isso?" Ele perguntou enquanto caminhava, sem ousar olhar
para nenhum deles.
"Pete é pequeno, ele pode nos colocar para dentro", disse James, ansiosamente,
"Então, vamos usar a capa - é mais fácil caber por baixo agora que podemos mudar."
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"Ok," Remus acenou com a cabeça, resolvendo, "Ok, se puderem entrar
sorrateiramente atrás de Pomfrey ... ela coloca um feitiço de trava na porta."
"Ótimo," Peter acenou com a cabeça, entusiasticamente, "Nós vamos fazer isso,
Remus, vamos!"
Fora da ala hospitalar, se virou e olhou para todos eles. Ajudava ser alto, em
momentos como este.
Remus suspirou.
"Está bem. Vejo você em mais ou menos uma hora, então.” E com isso ele entrou na
enfermaria, sem olhar para trás. Seu coração martelava no peito - parte excitação,
parte terror.
Era perigoso; era tão, tão perigoso que sua cabeça doía. Mas ele havia dito "não" uma
vez antes, e esse foi o resultado. Só podia esperar que eles fossem rápidos e
inteligentes o suficiente para escapar, se as coisas dessem errado. E se eles não
pudessem escapar ... ele esperava que pelo menos um deles fosse corajoso o suficiente
para fazer o que fosse necessário para garantir que os três sobrevivessem, mesmo se
significasse que ele não fosse.
***
"Você vai ficar bem, querido?" Madame Pomfrey perguntou, examinando-o com
olhos preocupados. “Eu sei que a primeira noite é ruim ...”
"Está tudo bem, sério." Remus disse, sentando-se em sua pequena cama, como
sempre. "Não se preocupe comigo, vejo você de manhã."
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“Estarei aqui junto com o primeiro raio de sol,” a medibruxa prometeu. Ela deu-lhe
um beijo rápido na testa antes de sair apressada do quarto. Remus respirou fundo e
olhou em volta.
“Acho que nunca vou me acostumar com isso,” Remus piscou. ele mordeu o lábio
nervosamente e tentou sorrir, gesticulando para a sala suja, "Bem vindos à Casa dos
Gritos ..."
“Quando vai acontecer?” Peter perguntou, de repente, parado atrás dos outros dois.
Remus girou os ombros com cuidado para ver como a dor estava passando.
Houve silêncio por um tempo. Quando Remus pôde sentir seu sangue começar a
ferver, e aquele formigamento revelador em seus músculos, ele de repente entrou em
pânico, "Ninguém nunca viu isso acontecer antes." Ele disse, olhando para todos
desamparadamente, "Eu não acho ... é muito, muito feio."
"Está tudo bem, Remus," disse James, suavemente, "Nós sabemos o que esperar."
32
"Está bem." Sirius prometeu.
"Bom", ele acenou com a cabeça, olhando para as tábuas do assoalho. Suas costas
doíam, ele podia sentir cada vértebra empurrando contra a pele. "Se eu atacar ... se não
puderem me controlar ... vocês vão ter que ..." ele hesitou. Estava começando. "Se
transformem", ele gritou, caindo na cama, se retorcendo em si de frente para a parede,
"rápido!"
Suas terminações nervosas pegaram fogo e a transformação começou. Dói, sua mente
balbuciava, como uma criança chorosa, dói, dói, dói... ele começou a perder a cabeça
na agonia, ciente de que alguém estava gritando, até que ele não era mais Remus, e os
gritos viraram longos e sombrios uivos de angústia.
Ele finalmente se rolou, seu novo corpo, forte e poderoso ... ele farejou. Já conhecia
este lugar - sua prisão. Ele queria ser livre, queria sair e correr e caçar e matar ...
estava com tanta fome, com tanta energia. Estava prestes a uivar novamente, correr
para as janelas ou arranhar a porta. Farejou o ar. Não estava sozinho.
O lobo voltou seus olhos para os três animais presos com ele. Rosnou e saltou da
cama. Ele estalou as mandíbulas e se impôs, erguendo a cauda para mostrar domínio.
O animal preto rosnou, farejando o lobo. Ele deu um passo à frente e o lobo rosnou,
ainda incerto. O preto deitou-se aos pés do lobo, rolou e mostrou sua barriga. Amigo.
O lobo, sabendo ser o líder agora, parou de rosnar. Ele reconheceu o cheiro deles;
sabia que não tinham intenção de fazer mal.
***
33
Remus acordou engasgado e gaguejando enquanto voltava para seu corpo. Estava
escuro e empoeirado, como sempre, e seus ossos ainda estavam doloridos e cansados,
e sua cabeça ainda latejava. Mas não havia sangue; pelo menos ele não conseguia
sentir o cheiro - não conseguia sentir o gosto - e a dor estava passando rapidamente,
como água escorrendo por um ralo.
Remus se sentiu quente de vergonha quando Sirius lhe entregou um cobertor para se
cobrir.
"Obrigado", ele resmungou, envolvendo-se. Apertou os olhos quando sua visão ficou
turva, as formas de seus três amigos entrando em foco lentamente em vista, "Todo
mundo está bem?"
"Aqui, vem cá" James se abaixou e ajudou Remus a se levantar, então o apoiou de
volta na pequena cama. Remus ainda se sentia fraco, como sempre, mas isso era tudo.
Sem cortes, sem arranhões - ele não havia se machucado de forma alguma.
Ele puxou o cobertor para mais perto do corpo e olhou para seus três melhores amigos
- as pessoas mais queridas do mundo. Seus olhos se encheram de lágrimas e ele olhou
para baixo, rapidamente, envergonhado.
"Não," Remus balançou a cabeça, sorrindo, "Estou apenas sendo bobo." Ele enxugou
os olhos e olhou para eles novamente. James parecia tão nobre e orgulhoso como
sempre, seus óculos ligeiramente tortos, anéis escuros sob os olhos, mas sorrindo
mesmo assim. Peter estava rosa, vermelho de entusiasmo e Sirius estava totalmente
perfeito, reluzindo como se tivesse acabado de receber a taça de quadribol. Remus se
sentia muito frágil e patético, tão magro e nu na cama ao lado desses heróis. "Foi
ruim?" Ele perguntou, nervoso, "A transformação?"
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"Foi horrível." James disse, honestamente. Os outros concordaram.
"Mas depois," Sirius disse, ansioso para lembrar, "Depois foi incrível - você não tinha
certeza no começo, mas eu ..."
"Achei que você não conseguia se lembrar do que acontecia?" James perguntou,
inclinando a cabeça.
"Eu não consigo, normalmente," Remus franziu a testa, "Mas a noite passada foi
diferente ... Eu me lembro de tudo. Eu não era exatamente eu, mas também era eu.
Isso faz sentido?"
Sirius foi o último a se esconder sob a capa, ele estava vivo em euforia, e ficava se
transformando de volta ao cachorro a todo momento, incapaz de ficar parado. Quando
eles absolutamente tinham que ir, Sirius apertou o ombro de Remus suavemente, uma
última vez.
"Eu não te disse, Moony? Eu não te disse ?!” Ele sussurrou, febrilmente.
"Você disse" Remus sorriu fracamente. Ele abaixou a voz, para que ninguém mais
pudesse ouvi-lo, e olhou para Sirius com cuidado, “Foi assustador? Eu era
assustador?" Ele não tinha ideia de como ele se parecia em forma de lobo.
35
Capítulo 77 : Quinto ano: Lindo
Claro, Madame Pomfrey estava completamente confusa com a noite milagrosa sem
machucados de Remus.
Remus a enganou com alguma teoria maluca de que ele estava 'amadurecendo', e
deveria ser isso. Ela não parecia convencida, mas a doce enfermeira ficou tão satisfeita
em encontrá-lo ileso que não fez mais nenhuma pergunta. Ela o manteve na
enfermaria para dormir durante o domingo, mas ao meio-dia ele se sentia tão alerta e
cheio de energia quanto quando a lua estava minguando.
"Não tenho motivos para mantê-lo aqui," Madame Pomfrey sorriu, ainda sem acreditar
muito. “Eu não acredito em entupir minha enfermaria com pacientes saudáveis.”
Remus praticamente correu de volta para a torre da Grifinória, subindo as escadas dois
degraus de cada vez. Ele não ficou surpreso ao encontrar os marotos ainda na cama,
embora James e Peter estivessem mostrando sinais de vida.
"Tudo bem," sussurrou de volta, não querendo acordar Sirius. Ele odiava quando
interrompiam seu sono, e hoje Remus ealmente sentiu ele que merecia dormir até mais
tarde. Além disso, 'você era lindo' estava soando em seus ouvidos dia todo, e ele não
ainda tinha certeza se seria capaz de falar com Sirius.
“Nah, ela não consegue descobrir o que ela fez de diferente. Nós escapamos impunes.”
36
"Ótimo!" James bocejou: "Vamos ter que comprar alguns comprimidos 'energéticos'
ou coisa do tipo para a próxima vez – vai cair numa segunda feira."
Remus sorriu para si mesmo, recolheu seus livros e desceu para a sala comunal para
não os perturbar mais.
"Mmm," Remus respondeu, vasculhando suas anotações para ver o que ele tinha sobre
a revolta dos trolls. Ele achava trolls muito chatos, mas obedientemente anotou tudo o
que o professor Binns dissera. Mesmo que Sirius tenha passado pela sua cabeça
durante toda a aula.
Lindo. Lindo. O que isso significava? Era uma coisa boa, obviamente. Uma palavra
que só poderia ser positiva. Mas fora Sirius quem dissera. Pior, ele dissera isso sobre a
forma de lobo de Remus. Então, poderia significar uma série de coisas - Remus criou
uma pequena lista das opções em sua cabeça.
2."Você era lindo noite passada porque eu era um cachorro, e cães estão em uma boa
posição para julgar a beleza canina."
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3."Estou dizendo que você era lindo, embora não seja verdade, porque não quero ferir
seus sentimentos."
Remus estava disposto a admitir que a opção 4 era a menos provável. Ele finalmente
encontrou as anotações e as passou para Marlene.
“Dê uma olhada e me diga se você não entender algo. Algumas coisas são um pouco
confusas, mas tenho alguns bons truques para lembrar as datas principais.”
“Pelo menos você terminou sua redação de Transfiguração,” Mary franziu a testa,
parecendo tão esgotada quanto Marlene. "Estou tão atrasada que vou ficar acordada a
noite toda."
“Oh, não, obrigada ...” Mary corou, olhando para baixo, “Hmm ... Sirius prometeu me
ajudar, na verdade. Você sabe, porque ele é muito bom em Transfiguração.”
“Sim,” Mary sorriu, parecendo muito satisfeita consigo mesma. Remus não podia
culpá-la. Vaca sortuda. “Eu sei que terminei com ele antes”, disse Mary, em um tom
veloz “Mas éramos apenas crianças naquela época. E ele é muito mais maduro agora.”
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Lily bufou sarcasticamente, mas não tirou os olhos de seu trabalho. Remus apenas
sorriu e acenou com a cabeça, olhando para seu livro de Feitiços. Ele não estava mais
com muito humor para o dever de casa agora. Marlene e Mary continuaram a rir e
sussurrar sobre Sirius.
Remus deu uma bronca em si mesmo. Não era justo se sentir assim - não era justo com
Mary e não era justo com Sirius. Na verdade, era incrivelmente egoísta. Sirius não o
rejeitou ou tentou machucá-lo deliberadamente. Muito pelo contrário - Sirius tinha
saído de seu caminho para fazer Remus se sentir seguro e confortável em sua própria
pele. Era terrivelmente ingrato da parte de Remus ficar chateado com uma coisa
estúpida como essa.
Ele pensou sobre isso a noite toda e no dia seguinte. Sobre Mary, Sirius e 'você era
lindo' ... Sirius diria a Mary que ela era linda? Ela era linda, seria uma declaração justa
- não apenas suas curvas suaves e olhos castanhos chocolate, mas as sardas em seu
nariz, sua pele quente e morena - que nunca tinha sido marcada, e era como a de
qualquer outro adolescente em seu ano, mas brilhava como mogno. Sua risada, seu
humor, seu raciocínio rápido. Ela combinaria com Sirius.
Afinal, Remus repetidamente disse a si mesmo, Sirius não tinha ideia do que ele tinha
feito durante todo o verão. Até onde Sirius sabia - até onde qualquer um em Hogwarts
sabia, Remus estava tão interessado em garotas quanto qualquer outro garoto de sua
39
idade. Portanto, poderia ser facilmente lido como um elogio completamente platônico
e inócuo. Por outro lado, uma pequena e lisonjeira voz sussurrava,
Sirius sempre conheceu Remus melhor do que Remus se conhecia. Ele sempre foi
capaz de desvendá-lo - o problema de leitura, a licantropia - por que não isso
também? Era tão terrível assim ter esperança?
***
Depois de uma semana de noites agitadas, Remus estava desesperado por alguém com
quem conversar. E desta vez não havia realmente ninguém com quem
ele pudesse falar. Todos conheciam lados ligeiramente diferentes de Remus, com base
nos segredos que conheciam. Os marotos sabiam que ele era um lobisomem - mas
apenas Sirius sabia sobre sua dificuldade com a leitura. Lily sabia sobre a leitura, mas
não sobre o problema do lobisomem. Mary e Marlene eram as que menos sabiam, e
ele gostava assim.
Havia apenas uma pessoa em todo o mundo que sabia sobre seu mais novo segredo - e
era quase impossível entrar em contato com essa pessoa. No entanto, Remus era mais
do que apenas um lobisomem com problemas de leitura e uma queda gigantesca por
seu melhor amigo. Acima de tudo, ele era um maroto; e nada era impossível para um
maroto.
Ano passado, Mary disse a ele que havia uma velha cabina telefônica trouxa nos
arredores de Hogsmeade que ainda estava em serviço. Tudo o que ele precisava fazer
era chegar lá sem que ninguém perguntasse para onde ele estava indo e certificar-se de
que Grant estaria esperando do outro lado, em Essex.
A primeira parte foi fácil - Sirius e Peter estariam ambos ocupados no próximo fim de
semana em Hogsmeade em seus respectivos encontros. James, embora já tivesse
convidado a Lily para sair várias vezes neste semestre, estaria livre, mas ele era muito
40
menos intrometido do que Sirius. Remus achou que poderia fugir dele sem muito
esforço.
Mandar uma mensagem para o St. Edmund's era muito mais difícil e, no final, Remus
decidiu mandar uma coruja para a Diretora. Ele escreveu a ela uma nota rápida
explicando que não voltaria para o Natal - isso era completamente redundante, já que
até então ele não passava um Natal em St. Edmund desde os onze anos, mas serviu aos
seus propósitos. Ele incluiu um segundo envelope, endereçado a Grant Chapman, com
uma nota ainda mais breve dentro:
Depois disso, Remus só teve que torcer para que desse certo.
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Tocou apenas duas vezes, antes de uma voz estridente responder do outro lado da
linha.
"Oi ... oi, você pode me ouvir?" Remus disse em voz alta no receptor.
"E aí, Remus," a voz de Grant retornou, ligeiramente metálica, mas muito mais clara,
e tão atrevida e alegre como sempre. Remus se sentiu à vontade pela primeira vez em
semanas. "Caramba, tô esperando faz uma hora nessa caixa maldita."
“Desculpe,” Remus disse, “Foi mais difícil do que eu pensava escapar. Você recebeu
minha mensagem, então? "
"Bem bem…"
"E aí?"
"Vá em frente."
"Bem ... você sabe aquele dia em que estávamos ... hum, no início do verão, quando
estávamos sentados do lado de fora, e você ... você-"
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"Sim. Er ... bem, eu queria perguntar. Hum. Como você... sabia? "
“’Cê gosta de alguém, é? Um garoto chique da escola? E quer que eu te diga quais
sinais pra procurar, pra ver se ele te gosta de volta. "
Remus piscou. Isso era exatamente o que ele queria. “Bem,” Grant disse, “Desculpa
decepcionar, cara, mas eu num tenho é nada pra você. Nove em cada dez vezes
eles não gostam de volta, então não é bom alimentar esperanças. Oito em cada dez
vezes, eles vão te espancar, se você tentar alguma coisa. Espero que ele não esteja no
time de rúgbi, ou sei lá o que vocês jogam aí.’’
"Não. E eu não acho que ele iria ... ele não iria ... ele é meu amigo. " Remus terminou,
sem jeito.
Um de nós.
“Têm namorada? Ou a escola é toda de meninos? Sempre quis ir pra uma assim. "
“Tem garotas aqui,” Remus suspirou. "E sim, ele hum ... bem, na verdade ele saiu com
uma garota hoje."
“Ah, bem, não parece que cê tá com sorte, cara. Quer dizer, ele pode ir para os dois
lados, mas num acho muito provável não, pra falar a verdade.’’
"É," Remus suspirou. Ele me chamou de lindo, ele queria dizer. Certamente ele não
poderia ser tão cruel a ponto de dizer uma coisa dessas e não estar falando sério?
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Através do silêncio que se seguiu, Grant riu baixinho do outro lado da linha,
“Cê não pode fazer nada. Fica tranquilo, não dura pra sempre. Cê vai superar – só
cuida de si mesmo.”
"Obrigado."
"Sim."
"Natal?"
"Provavelmente não."
"Pena. É uma merda ficar aqui sozinho. Tive que jogar futebol ontem.”
Remus riu.
Embora o telefonema não tivesse ensinado nada a Remus que já não soubesse, ele se
sentiu muito melhor com tudo. Ele voltou para Hogsmeade com passos acelerados,
ansioso para uma visita à Dedos de mel antes de encontrar seus amigos no Três
Vassouras. Grant estava certo - é claro que Sirius não era uma opção. Eventualmente,
os sentimentos de Remus por ele esfriariam.
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Essa nova perspectiva positiva não durou muito. Remus mal havia colocado os pés de
volta em Hogsmeade, quando Severus Snape apareceu, escapulindo de um beco entre
dois chalés.
Aos quinze, Snape parecia ainda mais esquisito do que aos onze. A adolescência não
for gentil com ele; seus membros haviam ficado desengonçados, seu nariz ainda mais
torto, e ele tinha um terrível caso de acne, o que fez Remus se lembrar da brincadeira
de pó de coceira no primeiro ano.
“Você me seguiu?!”
"É uma piada completa você ter sido nomeado monitor." Severus disse, do
nada. Snape não tinha sido nomeado monitor da Sonserina. "Embora eu suponha que
você seja o melhor dos quatro.”
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"Olha, você não vai conseguir me irritar." Remus disse, com os dentes cerrados. Ele
andaria mais rápido se pudesse, mas seu quadril ruim estava doendo novamente. "Eu
até diria para você voltar para seus amigos, mas eu sei que você não tem nenhum."
"Bem, boa sorte." Remus sabia que tinha feito um bom trabalho cobrindo seus rastros
- mesmo que Severus descobrisse que ele havia feito uma ligação, porque isso seria
importante? “Eu realmente não sei o que te deixou tão nervoso, Snivellus. Não há
alunos do primeiro ano o suficiente para você amaldiçoar ou algo assim?"
"Há algo de errado com você." Snape disse, recuando agora que uma gangue de
sextanistas se aproximava, “Lily não acredita em mim, mas vou
descobrir. Portanto, tome cuidado, Loony Lupin."
Remus o xingou e marchou em direção à Dedos de mel, esperando que ele parecesse
menos perturbado do que se sentia.
46
Capítulo 78 : Quinto ano: Desejando e
Esperando
"Ele quer uma festa, obviamente." James disse, caminhando entre as aulas uma tarde.
"Claro," Remus sorriu com ternura e mudou sua bolsa de posição novamente.
“Quer que eu levite isso para você? Levitei Pete até a divinação, ontem.”
"Foi assim que ele conseguiu aquele hematoma?" Remus ergueu uma sobrancelha.
“Não é minha culpa, Sirius fechou o alçapão cedo demais. Enfim, essa festa de
aniversário - acho que ele quer que seja como a sua no ano passado.”
"Oh, não," Remus balançou a cabeça, "Não vou carregá-lo de volta de Hogsmeade
naquele estado de novo."
“Não, ainda será na sala comunal. Só quero dizer que ele quer álcool. Ele está fazendo
dezesseis...”
"Bem, eu também não vou segurar o cabelo dele quando ele começar a
vomitar." Remus disse com firmeza.
James bagunçou seu cabelo quando um grupo de garotas passou, todas olhando para
ele. Às vezes Remus ficava feliz por não ter interesse no sexo oposto, porque senão
andar por aí com o capitão de quadribol seria insuportável. Não era de se estranhar que
Peter gostasse tanto de exibir Desdêmona.
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A saga de Sirius e Mary estava atualmente em níveis toleráveis. Nada acontecera
durante a visita a Hogsmeade, pelo que Remus sabia - e Mary certamente teria
contado a ele se algo tivesse acontecido. Aparentemente, ela queria que ele 'provasse'
que podia ser um cavalheiro antes que ela consentisse em ser sua namorada.
"Um cavalheiro!" Sirius zombou, quando os marotos estavam sozinhos, “Eu falo cinco
línguas! Eu tenho um lema de família! Eu sei dançar a porra de valsa! Eu
tenho doze robes formais! O que mais ela quer??”
Remus enterrou a cabeça nas mãos para esconder o fato de que estava sorrindo -
porque certamente Sirius nunca conseguiria uma namorada com essa atitude.
“Então,” James disse, agora que as garotas haviam passado e eles estavam quase no
Salão Principal, “O que acha da ideia? Uma festa grande, muito barulho, muita bebida,
muitas garotas?”
“Aww, eu sei que você é tímido, Moony, mas eu juro, um monte de garotas gosta de
você. Você só precisa saber como falar com elas.”
Remus achou isso um pouco engraçado, vindo de James 'ei, Evans!' Potter, mas ele
não disse nada. "De qualquer forma," James continuou sorrindo quando eles entraram
no salão. “Você pode ser o JD, você conhece todas as músicas.”
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"Tanto faz. Tudo bem, Wormtail? " James deu uma cotovelada em Peter, que estava
sentado com sua namorada na mesa da Corvinal. Ela franziu a testa para James,
Peter mostrou os dois dedos para os dois e voltou para seu almoço. Todos estavam
brincando com apelidos, em parte porque queriam terminar o mapa até o Natal e
precisavam dos apelidos, em parte porque James e Sirius simplesmente gostaram da
ideia de ter codinomes. Eles fizeram um jogo de nunca se chamarem pelo nome duas
vezes, mas depois que 'Squeaker', 'Bigodes', 'Perebas' e ‘Queijadinho’ foram testados,
'Wormtail' acabou colando para Peter.
Remus estava amando cada minuto - agora eles sabiam como ele se sentia. Embora
tivesse que admitir, havia se tornado particularmente apegado a Moony.
"Onde vocês dois estavam?" Mary perguntou: "Vocês não tinham um horário livre?"
“Vou fazer minha revisão no Natal,” Mary deu de ombros, “Eu não estou tão
preocupada. Estou mais nervosa com as entrevistas de carreira.”
49
“Lily estava me dizendo,” Mary explicou, “Depois dos NOMs, temos que ir e ter uma
reunião com McGonagall sobre o que fazer depois que as aulas acabarem. Não tenho
ideia do que vou dizer - se essa guerra continuar, eu nem vou conseguir um emprego
como nascida trouxa.”
“Bem, mesmo assim,” Mary deu de ombros, “eu não sei o que quero fazer quando
sairmos daqui. O único trabalho bruxo que conheço é o de professor, e definitivamente
não quero fazer isso.”
Uma coruja apareceu de algum lugar acima deles, pousando ao lado do prato de
Sirius. Ele revirou os olhos - era uma coruja da família Black.
“Incendio.”
"Uma convocação para passar meu aniversário com meu querido irmão."
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"Porque você fez isso?" Uma voz atrás deles falou. Regulus havia realmente deixado a
mesa da Sonserina para confrontar seu irmão. Sirius o ignorou, ao invés disso
continuou a comer sua comida. "Sirius." Regulus disse, mais alto desta vez: "Por que
você queimou aquela carta?"
"Não era da mamãe", disse Regulus, com os olhos muito brilhantes e as bochechas
ficando anormalmente rosadas, "Eu mesmo escrevi, queria ver você."
Mas Sirius não estava aceitando nada disso e já havia se afastado da mesa, Mary em
seu braço.
O Black mais novo piscou algumas vezes, então olhou para James. Remus podia ver
seus longos cílios brilhando com lágrimas de raiva.
“Cai fora, Potter, ninguém perguntou a você. Se ele está feliz com aquela namorada
sangue-ruim, tudo bem. Eu não me importo!” E com isso, Regulus deu meia volta,
indo para seus amigos do outro lado do salão.
***
51
bem-sucedida quanto a última, se não mais, porque todos estavam muito mais
preparados.
Remus conseguiu duas garrafas de Whiskey de fogo de um sétimo ano que uma vez
comprou cigarros dele - James pagou, é claro. O resto dos grifinórios estava bastante
acostumado com as festas dos marotos agora, e aqueles que não estavam interessados
estavam armados com feitiços silenciadores em seus dormitórios. Lily não achou isso
razoável.
"Por que não?" Remus bocejou. Já era tarde e eles patrulhavam o quarto andar
novamente. “Fizemos no ano passado. E no ano anterior.”
“O ano passado coincidiu com uma vitória no quadribol.” Lily disse: "Foi uma
celebração da casa."
"Hmph."
Era verdade - Lily era potencialmente a única Grifinória que não achava James e
Sirius pelo menos um pouco engraçados. Todo mundo adorava a ideia de uma
festa. "Você deve pôr um fim nisso." ela disse.
“Porque você é monitor, Remus. Por que você acha que eles lhe deram aquele
distintivo? "
52
"Acredite em mim, não faço ideia." Ele bocejou novamente. Seus olhos coçavam de
cansaço, "Já patrulhamos o suficiente?" Ele resmungou: "Não vejo nenhum aluno há
muito tempo".
“Ah, acho que você esteja certo,” disse Lily, pegando seu bocejo. "Vou só checar o
banheiro das meninas aqui, então vamos voltar."
“Ah, se manda daqui. Eu realmente vou te dar uma detenção desta vez; você está fora
após o horário.”
"Me obrigue."
Remus estava fazendo o possível para manter seu temperamento sob controle este ano
- e ele estava indo muito bem, exceto aquela pequena altercação com Regulus. Mas
Snape parecia muito interessado em se tornar uma exceção. Desde o encontro deles
53
em Hogsmeade, Remus notou o aluno sonserino observando-o; aparecendo por trás de
cantos ou seguindo-o nas salas de aula. Esta foi a última de uma série de emboscadas
recentes, e a paciência de Remus estava se esgotando.
Felizmente para Severus, naquele exato momento Lily completou sua inspeção e saiu
do banheiro.
"Eu estava dizendo a Snivellus que ele está prestes a receber uma detenção por estar
fora depois dos limites ..." disse Remus, presunçosamente. Ele sabia que Lily era uma
das únicas pessoas com quem Snape se importava, e que a última coisa que ele queria
era perder o prestígio na frente dela.
"Não o chame assim!" Ela franziu o cenho. “Você realmente deveria estar na sua sala
comunal a esta hora da noite,” disse Lily a Severus, em tom de censura.
"Eu só queria ter certeza de que você estava bem", Severus disse, suavemente, "Não é
seguro vagar pelo castelo com delinquentes."
"Parem com isso, vocês dois!" Lily gritou, puxando sua própria varinha, "Ou eu irei
transformar vocês dois em ratos e podem tentar a sorte com a Sra. Norris!"
Com isso, ela saiu furiosa, as tranças saltando atrás dela como dois chicotes de cobre.
54
Remus teve que andar muito rápido para alcançá-la e estava ofegante quando
chegaram ao topo da segunda escada.
"Não fui eu que comecei, você sabe", disse ele, "Ei, 'Snivellus tem me seguido o ano
todo, aquele esquisito."
“Eu não quero ouvir sobre isso!” Ela retrucou: "Eu nem me importo mais com quem
começou isso, você ou ele, acho que todos vocês são bullies horríveis."
"Lily!"
***
55
A notícia se espalhou, e um fluxo constante de alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal
estavam se esgueirando pelo buraco do retrato - que deveria ser operado por Peter, que
ficou bêbado muito rapidamente e parecia extremamente hospitaleiro após alguns
Whiskys de fogo. Por volta das dez horas, a sala comunal estava lotada, coberta em
vermelho e dourado deslumbrantes, cheia de conversa, risos e música.
Mary havia feito um feitiço em seus cílios que os tornaram longos e grossos, como
asas de morcego. Ela estava absolutamente deslumbrante em uma minissaia azul
escura e blusa branca com mangas compridas de sino, decotada para acentuar o que
Sirius chamou de 'os melhores peitos do ano'. Marlene também estava impressionante,
seu cabelo louro penteado para baixo pela primeira vez, ao invés do seu costumeiro
rabo de cavalo prático, em calças boca de sino branca e um top levinho com uma
estampa hippie. E mesmo depois da explosão de Lily na outra noite, ela estava
sorrindo e conversando com todo mundo, usando um vestido de crochê verde
esmeralda.
"Eu acho que esta noite pode ser a noite, sabe," James balbuciou, desabando no sofá
ao lado de Remus como um saco de batatas.
"Ah mesmo?" Remus refletiu, "E o que te faz pensar isso, Prancer?" (Ele estava
ficando sem renas do Papai Noel; eles teriam que escolher uma eventualmente).
56
"Olha para ela!" James disse: "Ela está obviamente tentando chamar minha atenção."
"Como?"
"Olhe para ela!"
“Ah sim,” Remus deu um tapinha no joelho de seu amigo indulgentemente, “Sim, eu
definitivamente estou vendo. Ela está louca por você, cara. "
"Eu só preciso descobrir como impressioná-la ..." James bebeu o resto de seu
whisky. Remus não sabia quantos isso somava - mas não era seu trabalho ser babá de
ninguém.
"Você poderia tentar conversar com ela sobre Feitiços," Remus sugeriu, "Você estava
tendo dificuldades naquele encantamento de banimento na semana passada, e ela
acertou em cheio na primeira tentativa."
Ele levantou e se afastou antes que Remus pudesse tentar dizer a ele que Lily Evans
provavelmente não queria ser ‘laçada’. E de qualquer forma, ele foi distraído naquele
momento por Sirius, que começou a dançar com Mary até os compassos finais da
música estridente do T.Rex. Sirius costumava brincar que o único tipo de dança que
ele conhecia era dança de salão - mas ali estavam as evidências de que isso era
mentira. Remus desviou o olhar rapidamente, corando.
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"Isso vai com certeza me deixar de ressaca", ele sorriu.
"Ugh, olhe para ele," Marlene suspirou, observando Sirius dançar, "Aqueles jeans
poderiam ser mais apertados?!"
Remus resmungou algo em seu copo, tomando outro gole. “Ela definitivamente vai
sair com ele de novo”, disse Marlene, “Mary sempre consegue o que quer”.
“Mm, bem, ambos são lindos, para ser honesta. Eu balanço entre os dois. Mas Potter é
tão louco por Lily que dificilmente parece valer a pena. Além disso, estou no time de
quadribol, não estou? Imagine o que falariam se eu fosse atrás do capitão.”
Ele terminou sua bebida de uma vez e permitiu que ela lhe servisse um pouco
mais. Ele estava pegando o gosto, o que é que fosse - Remus sempre gostou de coisas
doces. A música do T.Rex finalmente terminou, e o próximo álbum saiu da capa e
voou para o toca-discos.
Com certeza, o disco pop vibrante teve um efeito incrível em todas as outras garotas
da festa, quando todas começaram a dançar junto com a melodia, cantando
58
alto. Remus considerou aproveitar aquele momento para subir as escadas para um
cigarro rápido, mas Marlene o colocou de pé,
"Vamos, querido, vamos dançar," ela jogou os braços em volta do pescoço dele, "Vou
fingir que você é um estranho alto e bonitão, e você pode fingir que sou Rachel Welch
ou algo assim."
Remus estava cambaleante na melhor das hipóteses, mas depois de misturar bebidas a
noite toda, e com Marlene pendurada nele, rindo e balançando-o, tudo que podia fazer
era se agarrar para salvar sua vida.
"Sim, Moony!" Sirius gritou, enquanto ele e Mary se aproximavam deles, "Eu nunca
soube que você sabia dançar!"
"Ah sim, eu sou o próximo Fred Astaire," Remus ergueu uma sobrancelha irônica,
segurando a mão de Marlene sobre a cabeça dela enquanto ela girava, então lutou para
recuperar o equilíbrio.
"Vocês são um casal tão lindo," disse Mary, inclinando-se para Sirius. Remus
balançou a cabeça, bufando de tanto rir.
All you gotta do is hold him and kiss him and squeeze him and love him…
59
"Ei, Evans!" James havia ressurgido, aparentemente pronto para colocar em prática
seu plano. A sala inteira se virou para olhar para ele, de pé em cima de uma das mesas
de estudo com sua vassoura erguida.
“Ele nunca caiu antes,” disse Marlene, incerta, enquanto James iniciava a primeira de
uma série de loopings e mergulhos, cada um mais instável que o anterior.
"Ele está bem!" Sirius riu. Todos eles observaram enquanto James voava ao redor das
vigas, cada vez mais rápido, até que o pescoço de Remus doeu e ele correu o risco de
um torcicolo.
Ele piscou para ela, incapaz de falar, mas cheio de pura adoração.
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Remus des-petrificou James e ajudou-o a se levantar, entregando a ele outro
whisky. A música tinha diminuído agora, parecia Fairport Convention.
"O que você quer dizer?" James sorriu de volta, ligeiramente atordoado, mas não pior,
"Você não viu como ela olhou para mim?"
61
Capítulo 79 : Quinto ano: Lua Ciumenta
"Eu gostaria dessa redação para... sim, Sr. Pettigrew, além daquela sobre as
armadilhas da maldição Gemino." McGonagall deu um sorriso fino que não era nada
simpático.
Peter ficou com uma aparência infeliz, mas toda a classe se sentia da mesma forma. A
carga de trabalho deles havia aumentado tanto nas semanas próximas ao Natal que
Sirius teve que fazer feitiços de encolhimento em seus livros, anotações e lições
apenas para caber tudo debaixo da cama. Remus sentiu que essa era uma solução a
curto prazo - se Sirius realmente pegasse tudo e organizasse de uma vez, ele não teria
nenhum problema em encaixar organizadamente em suas prateleiras. Remus, que
nunca teve coisas suficientes para que virassem uma bagunça, odiava
desordem. Algumas noites ele pensava que o estado da cama de Sirius causava ainda
mais distrações do que o menino dormindo nela.
Marlene estava particularmente angustiada quando eles saíram da sala de aula para
poções.
“Existe uma maneira fácil de acertar a pronúncia,” disse Remus, tendo problemas com
sua mochila pesada novamente. Seus ombros ficavam muito doloridos na semana da
lua cheia. "Posso mostrar a você antes de irmos embora para o Natal, se quiser."
"Ah sim, por favor!" Marlene assentiu com gratidão, “Você torna tudo mais fácil de
entender. Esta noite?"
62
“Ah, ok ... eu tenho que terminar todas as minhas malas esta noite. Ainda tenho
presentes para embrulhar para mamãe e Danny.”
Sirius foi chamado para casa com um berrador no início do semestre. Remus estava
em conflito com isso; é claro que ele estava profundamente preocupado com seu
amigo, que com certeza passaria por momentos terríveis. Mas, por outro lado, duas
semanas sem Sirius ocupar todo o ar da sala seria um alívio bem-vindo para Remus,
cuja força de vontade estava começando a falhar.
Por exemplo, agora mesmo, enquanto ele estava do lado de fora das masmorras
conversando com Marlene, estava usando cada grama de sua energia para não olhar
diretamente por cima do ombro dela, onde Mary e Sirius estavam presos em um
abraço muito apaixonado, que beirava o obsceno.
"Evans, você não pode impedir isso?" Ele perguntou, encostado na parede do lado de
fora. "Eu quero meu amigo de volta."
"Não há nada nas regras sobre demonstrações de afeto, Potter," disse Lily, fazendo
uma careta, "Você não acha que eu verifiquei?"
Felizmente, naquele momento, Slughorn abriu a porta de sua sala de aula e Remus
entrou correndo. Ele e Lily dividiam uma mesa na frente da sala, então pelo menos ele
não precisava ver Sirius e Mary se encarando durante toda a aula. A única graça
salvadora era que, pelo menos, Sirius não falava sobre ela quando estavam só os
marotos - como Peter fazia sobre Desdêmona ou James com Lily. Remus começou a
63
ansiar pelas madrugadas no dormitório, quando ele poderia fingir que nada havia
mudado.
Poções era enfadonho, como sempre. Remus tinha planos de largar a matéria assim
que os NOMs terminassem - ele passaria de raspão, se conseguisse, e apenas graças a
Lily.
“Nesse ritmo, estarei escrevendo redações durante a ceia de Natal,” Lily suspirou
enquanto empacotavam suas coisas. "Eu mal posso esperar a hora que os NOMs
acabem, você pode?"
“Suponho que teremos que começar a trabalhar nos NIEMs assim que terminarem,”
Remus respondeu pessimista. “E Dirk Cresswell me disse que não receberemos nossos
resultados dos NOMs até o final do verão.”
"O que?! Ah não, isso vai estragar minhas férias. Papai quer levar todos nós para a
Cornualha e eu estava realmente ansiosa por isso.”
Remus acenou com a cabeça. Embora ainda não fosse Natal, ele também estava
ansioso pelas férias de verão. Dois meses longos, quentes e simples com Grant
pareciam uma felicidade absoluta. Ele havia escrito um cartão de Natal para Grant,
mas não tinha se decidido se deveria ou não enviá-lo. Não havia nada de interessante
dentro - apenas uma saudação festiva padrão - mas ele se sentia tímido. Grant poderia
pensar que era bobo. Remus estava carregando em sua mochila por uma semana.
"Então, o que você vai fazer esta noite?" Lily perguntou, enquanto eles saíam da sala
de aula a caminho do almoço.
"Hmm? Nada."
"Eu ouvi você dizer a Marlene que você estaria ocupado, e não estamos na rota de
patrulha esta noite ..."
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“Oh, er ... é outra coisa. Detenção."
“Remus, você nunca mais recebeu uma detenção,” Lily riu, “Qual é, o que é? Uma
pegadinha? Um caso secreto?"
Remus deu um sorriso misterioso, que ele esperava que fosse algo como o de Sirius e
James -
“Apenas tente não quebrar nenhuma lei,” ela sorriu de volta, lhe dando uma
cotovelada suavemente.
Remus resmungou, como se nunca fosse considerar tal coisa. Na verdade, James,
Sirius e Peter eram os que estavam infringindo a lei. Ele era apenas um espectador
lobisomem inocente.
"É muito corajoso da parte dela, agarrar ele por todo o castelo assim." Marlene
pensou: “Ou corajoso da parte dele, não tenho certeza. De qualquer forma, um sangue
puro e uma nascida trouxa, exibindo o relacionamento - "
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"O que isso deveria significar?" Lily disse, eriçada como um gato bravo, “Mary é tão
atraente quanto Sirius Black. O status do sangue não tem nada a ver com isso.”
"Bem, obviamente eu sei disso." Marlene disse, na defensiva: "Mas ... bem, veja por si
mesma." Ela olhou para a mesa da Sonserina.
"Estou preocupada com ela." Marlene mordeu o lábio. "Se ela for encurralada nos
corredores e Sirius não estiver lá ..."
“Er ... sim,” disse Lily, mais lentamente. Ela tinha uma expressão engraçada em seu
rosto, quando James chamou sua atenção. Como se ela tivesse visto algo que a
surpreendeu. "Obviamente. Todos nós nos preocupamos com Mary, não vamos deixar
nada acontecer.”
***
66
"Ele estará aqui, Moony, dê a ele um minuto."
“Ok, então vá, nós te seguiremos”, disse James, “Se Black não aparecer, então eu e
Pete iremos sozinhos. Ainda funciona, sou grande o suficiente para controlar você.”
Remus não gostou da ideia, mas estava de muito mau humor. Ele estava prestes a sair
da sala quando a porta se abriu, quase o acertando no rosto,
Ele mal falou com Madame Pomfrey durante todo o caminho até a Casa, e quando
eles estavam na metade do caminho ele percebeu que podia sentir o cheiro de seus
amigos - os três - seguindo-os sob a capa da invisibilidade. Esforçando-se para
controlar seu temperamento e parecer calmo, ele re-focalizou seus pensamentos para o
Natal com os Potter; o cheiro de cravo e laranja, as groselhas suculentas no bolo de
frutas da Sra. Potter, glacê branco aveludado, o calor da lareira. Já se sentia muito
melhor até o momento em que Madame Pomfrey o trancou.
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"Eu realmente sinto muito, Moony," uma voz disse, momentos antes de Sirius, James
e Peter aparecerem do nada. Sirius deu um passo à frente culpado, "Não vou fazer isso
de novo."
“Está tudo bem,” Remus deu de ombros, ouvindo o clique em suas juntas enquanto o
fazia. “Você chegou a tempo. Está tudo bem."
"Vou te dizer uma coisa," Sirius sorriu para todos eles, "Beijar é realmente melhor,
uma vez que você pega o jeito."
Remus fechou os olhos quando a dor percorreu seu corpo. Ele mordeu o lábio e rolou
na cama,
***
68
"Caramba, Moony, não sou muito fã disso." Sirius estava dizendo baixinho, guiando
Remus de volta para sua cama.
Ele deslocou um ombro novamente. O que aconteceria quando ele terminasse a escola
e Madame Pomfrey não pudesse mais consertá-lo? Ele teria que ir para um
hospital? Haviam hospitais bruxos?
"Foi uma ba noite, porém," James estava dizendo, em algum outro lugar da sala,
"Você está confiando em nós cada vez mais."
"Sim," Sirius concordou, "Acho que no ano novo podemos tentar sair daquele lugar
..."
"O que?"
"Hmm." Remus não conseguia pensar direito, estava muito cansado, muito dolorido.
"Vejo você mais tarde," James sussurrou, assim que Remus adormeceu.
Quando ele acordou, já estava em uma cama de hospital, seu braço estava curado e ele
se sentia em forma. Além do mais, era o último dia do semestre e no dia seguinte ele
embarcaria no Expresso de Hogwarts de volta a Londres, depois partiria para os
Potters. Sorriu para si mesmo. Ele não conseguia se lembrar de ter sido tão feliz há
muito tempo. Quando ele havia acordado da lua cheia sem uma nova cicatriz? Quando
ele havia tido um Natal pelo qual ansiar com uma família amorosa? Ele poderia até
tentar dar uma volta na velha vassoura de James, se alguém o subornasse com um
pouco de chocolate.
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"Boa tarde, Sr. Lupin," Madame Pomfrey chamou. Ela deve ter algum tipo de sexto
sentido; ela sempre sabia quando ele estava acordado.
“Boa tarde”, ele respondeu, com a voz um pouco rouca. Ele e Sirius haviam uivado
juntos, ele se lembrou. Foi uma coisa adorável - como cantar.
“Outra noite muito boa!” A medibruxa se aproximou de sua cama: “Vou buscar um
almoço para você, mas então você está livre para ir. Feliz Natal, meu querido.”
"Feliz Natal", ele sorriu para ela. Ele iria deixar o presente dela em cima na cama - era
muito tímido para entregá-lo pessoalmente.
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Capítulo 80 : Quinto ano: Era a Noite Antes
do Natal
"Eu vou literalmente amaldiçoar vocês dois com um feitiço de bloqueio labial se
vocês planejarem fazer isso até chegarmos em Londres." Lily disse, erguendo sua
varinha para Sirius e Mary. Sua expressão inexpressiva era muito difícil de ler, e o
casal rapidamente se desvencilhou. Mary mostrou a língua, atrevidamente.
"Você também, Wormy!" James ergueu sua própria varinha, sorrindo para Lily como
um lunático.
"Estamos apenas nos despedindo," Mary sorriu, deitando a cabeça no ombro de Sirius.
“São apenas duas semanas e vocês podem escrever um para o outro.” Lily respondeu,
espertamente.
"Er ... na verdade, melhor se nenhum de vocês escrever para mim." Sirius disse. "Não
é provável que eu receba as cartas, e a menos que queiram que minha querida mãe as
leia ..."
"Você tem o espelho?" James disse, sério: "Você ainda pode entrar em contato
conosco se precisar?"
71
Remus olhou para fora da janela, pressionando a testa no vidro frio. O trem desceu
lentamente para Londres. Eles passaram pela cabine que ele usara para ligar para
Grant e sentiu uma pontada de culpa por não ter telefonado novamente desde
então. Ele tinha estado tão ocupado com todo o resto que, no final, nem havia enviado
o cartão de Natal. Grant deveria estar estudando na escola secundária moderna local,
mas aos dezesseis anos ele poderia sair quando quisesse. Remus tentou convencê-lo
durante o verão a terminar seu CSE, talvez até mesmo fazer um GCE se pudesse, mas
Grant apenas riu dele, como se educação fosse uma das excentricidades peculiares de
Remus.
A Diretora geralmente conseguia trabalhos para os meninos de St. Edmund, nas áreas
em que eles demostravam aptidão para o trabalho manual, mas Remus não conseguia
se lembrar de Grant jamais mencionando as coisas em que era bom - apenas as que era
ruim, como matemática e inglês. E Remus não poderia exatamente contar a Grant
nenhuma de suas melhores matérias, não é? Os meninos que não conseguiam
trabalhos tinham que encontrar seu próprio caminho, assim que completavam dezoito
anos. Remus não tinha certeza -
"Ah, valeu," Remus voltou sua atenção para a carruagem barulhenta e quente, onde
James estava comprando pelo menos doze doces de padaria além de todos as balas e
chocolates que conseguiriam segurar.
"Você claramente nunca viu Moony comer," James deu uma piscadela.
72
"Não há nada de errado em ter curvas", disse Mary, dando uma grande mordida em
seu próprio doce. “Dá a eles algo em que segurar!”
Todas as meninas riram, até mesmo Lily, que estava corando muito. Remus desejou
que a viagem terminasse logo.
Claro, quando o trem parou em King's Cross, ele sentiu uma torção horrível em suas
entranhas quando Sirius ficou quieto, seu rosto contraído e pálido. As meninas e Peter
correram para recolher suas coisas, ansiosos para encontrar suas famílias na
plataforma. Remus e James foram deliberadamente lentos, esperando até que Mary
finalmente tivesse saído do vagão, então ajudando Sirius com suas próprias malas.
“Vamos nos falar todas as noites, certo?” James agarrou o ombro de seu melhor
amigo, "Se eu não ouvir de você, vou enviar ajuda."
"Por favor, seja cuidadoso!" Remus explodiu, "Mantenha sua cabeça baixa, não seja
tão ... tão ... você!"
Sirius riu.
Remus baixou o olhar, sorrindo timidamente. Ele queria abraçá-lo, mas era tarde
demais. Regulus estava parado na porta aberta, de braços cruzados.
"Pronto?"
73
"Ele vai ficar bem." James disse, e Remus instintivamente soube que ele estava se
tranquilizando, mais do que qualquer outra coisa. Depois de um momento, James
estava de volta ao normal. Ele agarrou a alça de sua mala (e a de Remus também, sem
dizer uma palavra) e exalou, "Vamos então, Moony - vamos para o Natal!"
***
Também não nevou no Natal de 1975 - felizmente, nem choveu, o que significava
(para James, pelo menos) que as condições eram perfeitas para muitos e muitos treinos
de quadribol. Remus cedeu e fez o que foi instruído. Tirando a mente de ambos de
Sirius. Remus nunca teria grande paixão por voar, mas depois dos primeiros três dias
no ar, ele pelo menos não tinha mais medo de cair. Ele até conseguiu fazer uma goles
passar por Peter uma vez.
O Sr. Potter não se juntou a eles tanto do lado de fora, mas se trancou em seu
escritório. Quando ele emergiu, se movia rigidamente, as costas dobradas; não era
mais o criador de travessuras que fora apenas três anos atrás. A Sra. Potter, que ainda
era tudo que uma mãe deveria ser, com mais fios grisalhos do que Remus se lembrava,
e olheiras. Mas ela ainda sempre tinha um sorriso para seus meninos, quando eles
voltavam do frio.
“James, vá buscar seu pai, é hora do jantar - você falou com Sirius hoje? Envie-lhe o
nosso amor, está bem? Remus! Você está congelado, vá e fique perto do fogo um
pouco e se aqueça ... Eu coloquei uma costeleta extra para você, então certifique-se de
74
comer. Não sei como vocês continuam crescendo desse jeito ... Olá, Peter, amor, vai
ficar para o chá? Certifique-se de que sua mãe saiba ...”
Eles estavam falando com Sirius tanto quanto possível. Todas as noites Remus e
James se ajoelhavam na cama de James com o espelho aberto entre eles e esperavam o
amigo aparecer. Era sempre um imenso alívio quando o fazia - aqueles olhos azuis
perversos e sorriso atrevido, prometendo que ele estava bem.
"Reg está sendo um completo idiota, como sempre, e a mamãe é um deleite eterno,
mas nada fora do comum."
O problema era, Remus pensou, franzindo os lábios, nem ele nem James realmente
entendiam o que 'comum' significava na casa dos Black. Então, não havia como saber
quanto perigo Sirius estava correndo.
“Não posso dizer muito,” Sirius sussurrava, após suas breves atualizações, “Alguém
pode estar ouvindo. As malditas pinturas são espiãs aqui.” Ele parecia cansado.
A última noite que souberam de Sirius foi na véspera de Natal (sequer era véspera da
véspera de Natal? Remus se pegou pensando infantilmente. Algo que Grant poderia
dizer para fazer Remus rir.) A ironia de tudo, era noite, 23 de dezembro de 1975,
Sirius estava muito animado. Na verdade, Remus pode chegar a dizer que ele soava
positivo. Otimista.
“Eles estão sendo ok hoje, na verdade,” ele sorriu através do espelho compacto, “Na
verdade meio ... legais. Amigáveis. Papai sorriu para mim. Não sei se papai já sorriu
para mim. Eles continuam falando sobre superar nossos problemas como família ...”
"Isso é bom", James sorriu de volta, encorajando-os, "Talvez a guerra tenha lhes dado
algum sentido."
75
“Vai haver um jantar tradicional de véspera de Natal amanhã à noite,” Sirius disse,
“Todos os Blacks em um só lugar – que alegria. Eu acho que consigo escapar no nosso
horário de sempre, apenas não riam dos meus robes estúpidos, ok? "
James e Remus sorriram e prometeram não rir. Eles foram para a cama naquela noite
sentindo-se tranquilos; ansiosos por seus próprios planos para a véspera de Natal.
Esses planos, é claro, envolviam mais prática de quadribol - mas felizmente apenas
uma hora disso. Depois disso, a Sra. Potter os chamou e pediu que pegassem a bela
porcelana do sótão, junto com a grande toalha de mesa de Natal,
“Com tudo que está acontecendo, estou tão atrasada este ano ...” ela murmurou,
mexendo uma tigela de picadinho pronto para tortas. Remus percebeu que as unhas
dela estavam roídas até o sabugo.
“Temos muitas pessoas vindo este ano, mãe?” James perguntou, enquanto ele
cuidadosamente descarregava a caixa de pratos e tigelas de porcelana, entregando-os a
Remus para um rápido enxágue na torneira.
"Mm ... bem, Darius, é claro, ele sempre aparecerá para um jantar quente se houver
uma oferta."
Remus fez uma careta, mas não disse nada. A Sra. Potter continuou, “Eu convidei os
Bones e os Tonks ..., mas todo mundo parece querer ficar sozinho este ano. Os
Pettigrews virão, imagino. Talvez algumas pessoas do ministério, amigos de seu
pai...”
"Dumbledore?"
Remus estava feliz com isso. Dumbledore estava tão sério ultimamente, e seu nome
sempre parecia ser falado com uma sensação de pavor. Ele sempre trazia más
notícias. Os Potters eram pessoas tão legais, por que eles não poderiam convidar bons
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professores, como o Professor Flitwick, ou mesmo o Professor Ferox? Embora, Remus
meditou, enquanto limpava uma travessa grande, ele provavelmente era o
velho Sr. Ferox agora. Ou Leo - esse era seu nome de batismo, de acordo com
Mary. Leo Ferox. Sirius Black. Talvez Remus tivesse uma coisa por nomes legais.
Depois do jantar, James e Remus se reuniram na cama de James mais uma vez, no
horário habitual para o encontro com Sirius. Mas quando James abriu o espelho,
ninguém apareceu - apenas seus próprios reflexos.
“Ele tinha aquele jantar,” disse Remus, embora não parecesse certo. "Ele pode estar
atrasado."
Então eles esperaram. Depois de meia hora, a maior parte do qual eles passaram em
um silêncio ansioso, James tentou falar suavemente no espelho.
"Eu não estou gostando disso." Disse James. Remus não sabia o que dizer. "Vamos,"
James se levantou, "Vou avisar o papai."
O Sr. Potter franziu a testa quando ouviu, mas não ajudou muito.
“Não podemos tirar conclusões precipitadas, James. Você disse que estava tudo bem
ontem.”
“Sim, mas…"
“Já estive em banquetes da família Black antes”, disse Potter, pensativo, “Eles
enrolam - especialmente se Orion estiver presidindo. O homem gosta de se ouvir
falar. Não muito diferente de Sirius”
“Vamos esperar um pouco mais”, disse a Sra. Potter, alisando o cabelo do filho com
amor, “Vamos tomar um chá, hein? Venha e se sente perto do fogo.”
Eles fizeram isso. Gully, o elfo doméstico, entrou com a bandeja de chá, carregada
com o bule fumegante e um prato de biscoitos também, mas nem James nem Remus
estavam com vontade de comer. Estava ficando cada vez mais tarde - os Potters
tinham um relógio de pêndulo no corredor, e Remus podia ouvi-lo tiquetaqueando
impiedosamente. O espelho compacto estava aberto no colo de James, refletindo
apenas o laranja tremeluzente da lareira.
Até os pais de James pareciam nervosos agora. O Sr. Potter se levantou algumas vezes
e começou a andar. A Sra. Potter não parava de movimentar-se pela sala; endireitando
os enfeites na cornija da lareira ou reorganizando os presentes embalados com cores
brilhantes sob a árvore.
Às onze horas, uma coruja veio gritando da noite escura, em direção à janela da sala
de estar, e foi apenas o pensamento rápido da Sra. Potter e o rápido trabalho da
varinha que a impediram de quebrar o vidro. Era uma coruja-águia imensa e
imponente - o mesmo tipo que os Black’s usavam. Ela gemia, agitada e claramente
exausta de sua jornada. James arrancou o bilhete da perna dela e o abriu. Seus olhos se
arregalaram e ele deixou escapar um ruído estranho e estrangulado. Remus saltou para
ler por cima do ombro.
Remus começou a tremer. Ele nunca tinha conhecido terror como esse. Ele queria
gritar, chorar - bater em alguma coisa. James estava igual, ele poderia dizer - ficou
branco como uma folha, lendo a nota repetidamente.
"Precisamos ir", disse James, com a voz embargada, "precisamos ir buscá-lo agora."
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Não havia tempo para mais nada. A lareira estalou ruidosamente, depois brilhou em
um verde esmeralda brilhante. O Sr. Potter colocou os braços em volta dos dois
meninos e os puxou para trás com força. Um caos de barulho e gritos ecoou pela
chaminé de outra lareira, em outra casa. E o corpo de Sirius Black saiu das chamas e
caiu no tapete aos pés deles.
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Capítulo 81 : Quinto ano: Imperdoável
"Ele está vivo." Remus disse, sua voz soando estranha. Estava segurando os ombros de
Sirius ainda, onde ele o havia virado, ele não podia soltar, suas mãos agarrando as
finas vestes de veludo.
"Effie!" O Sr. Potter estava gritando: "Rápido!" Ele se curvou sobre Sirius, "Afaste-se,
meninos, deem um pouco de ar para ele ..."
"O que há de errado com ele?" Remus perguntou, desesperado. O Sr. Potter o estava
guiando para longe, o obrigando a deixá-lo ir. Ele rastejou para trás, como um
caranguejo quando a Sra. Potter entrou correndo. Ele sabia que suas pernas não o
sustentariam se ele tentasse ficar de pé, não ainda.
"Shhh agora, amor, estou aqui, você está seguro, shhh ..."
79
Remus sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, colocou as pernas sob o queixo e as
envolveu com os braços. O que estava acontecendo? Ele olhou para James, sentado em
frente a ele no chão da sala, tão chocado, tão assustado. Houve um * CRACK *
distante do lado de fora, e o Sr. Potter saiu da sala, voltando momentos depois com
Dumbledore. Ele parecia trazer o frio com ele; Remus sentiu um arrepio invadir seus
ossos, apesar do fogo que continuava a arder.
“Moody está lá fora”, disse o velho ao pai de James, “Com os feitiços de proteção,
tudo em seu arsenal. Ninguém mais virá aqui esta noite.”
"Como ele está, Effie?" Dumbledore estava parado perto da Sra. Potter, que ainda
estava acalentando Sirius. Ela estava realizando algum tipo de magia, seus olhos
fechados, varinha passando pelo corpo do garoto inconsciente, seus lábios se movendo
depressa, sem fazer barulho. Ela finalmente ergueu os olhos, mais abalada do que
Remus jamais a vira, uma raiva feroz em seus olhos.
"Foi …?" O Sr. Potter parecia nervoso. A Sra. Potter fechou os olhos novamente e
assentiu.
“Cruciatus.”
James cobriu o rosto com as mãos. Remus apenas se sentiu vazio - como se tudo que
já fez algum sentido para ele tivesse sido espremido para fora. A maldição da tortura.
80
"Mas pai!" James começou, levantando-se trêmulo. Também havia lágrimas em seus
olhos.
Ela não gritou, mas todos os homens na sala pareceram se encolher ligeiramente. Não
havia dúvida quanto a desobedecê-la.
Eles deitaram na cama, lado a lado, sobre as cobertas, ainda com suas
roupas. Estiveram sentados na mesma cama apenas duas ou três horas antes,
esperando Sirius dizer se estava bem. No escuro, James e Remus se recompuseram,
dando um ao outro o tempo de que precisavam.
"Ele está aqui agora." Ele disse, sem emoção. "Ele está aqui agora e mamãe nunca vai
deixá-lo voltar, eu sei disso."
Remus assentiu, porque não haviam palavras. Não sabia se James tinha visto; ambos
estavam olhando para cima. Sua mente estava correndo, e ele disse a primeira coisa
que pareceu um pensamento coerente,
81
“Mamãe costumava ser uma curandeira. Se há alguém que pode ajudá-lo ...”
"Sim, exatamente."
***
Remus não conseguia acreditar que tinha adormecido. Ele se amaldiçoou por ser tão
descuidado, tão egoísta. Você não tem direito a ele, disse a si mesmo com raiva
enquanto se sentava, descendo da enorme e confortável cama de dossel de James, você
não tem o direito de se chamar de amigo dele, se você não consegue nem ficar
acordado quando ele... ele não sabia como Sirius estava.
Ele não queria voltar para o quarto de James; isso parecia um pouco estranho,
especialmente quando ele tinha suas próprias coisas arrumadas em um dos quartos de
hóspedes. Sirius estava no quarto no final do corredor, Remus podia sentir o cheiro
dele. A Sra. Potter estava lá também. Ele não sabia onde o Sr. Potter estava.
82
“Mestre Lupin,” uma voz estridente o sobressaltou da escada. Era Gully, seus grandes
olhos castanhos cheios de preocupação inocente, "Você quer café da manhã, Mestre
Lupin?"
"Não, obrigado."
"Sim. Terrível." Remus sentou na escada, feliz por ter alguém com quem conversar.
“Estou dizendo a minha senhora, e meu mestre, nós tem que ter cuidado; nós tem que
proteger os nossos. Gully está pensando que nós tem que se esconder, Gully conhece
muitas famílias que está se escondendo agora.” A sobrancelha de Gully franziu, como
se estivesse tentando se lembrar de algo certo. “Mas, minha senhora, está me dizendo:
'Gully, nós é responsáveis. Nós é uma família boa e sortuda e nós tem muitas coisas
boa. ' A senhora me diz que precisamos cuidar de todos que puder. Ela diz que se nós
não fizer, nós não é digno de ser protegido.’’
"Não fizeram um bom trabalho protegendo Sirius." Remus arrastou o tapete com raiva
com o dedo do pé.
"Gully?" A voz fraca da Sra. Potter veio, "Você pode vir e sentar-se com Sirius
enquanto eu - oh, olá, Remus, querido."
Ela tinha ficado acordada a noite toda, isso estava claro, mas ela ainda tinha um
sorriso para ele.
83
"Ele está bem?" Remus se levantou.
“Sim, sim, claro,” Remus começou a avançar, ansioso para ajudar de qualquer
maneira que pudesse. Ele cruzou o patamar rapidamente e entrou no quarto.
‘’Mande Gully me acordar assim que ele abrir os olhos’’ disse Euphemia, batendo
levemente em seu ombro. ‘’Dumbledore vai querer falar com ele. Ele queria ontem à
noite, mas eu não deixei. Pobre cordeirinho.”
A mulher fechou a porta atrás dela. O quarto estava escuro, mas tudo bem. Remus
podia enxergar; muitas vezes ele preferia dessa forma.
A figura deitada na cama não poderia ser seu amigo, Sirius Black. Porque Sirius Black
nunca dormia assim; virado para cima, com as mãos ao lado do corpo, as cobertas
cuidadosamente dobradas sobre o peito. Sirius dormia como um cachorro; todos os
lençóis bagunçados e pernas dobradas, de bruços, braços jogados.
84
lenço embaixo dele, úmido de lágrimas - Remus podia sentir o cheiro de sal. Deve ter
sido difícil para ela - como curandeira e como mãe. Ela tinha olhado para aquele
garoto de cabelo preto e visto James? Ela havia se perguntado que tipo de pais fariam
tal coisa?
***
James entrou e se juntou a ele, depois de uma hora ou mais. Ele trouxe chá e Remus
aceitou agradecido. James ergueu as sobrancelhas escuras para Remus, questionando,
e Remus balançou a cabeça, não. James se sentou no braço da cadeira e eles não
falaram.
Demorou mais uma hora antes que Sirius se mexesse. Uma agitação silenciosa, então
um lampejo em suas feições, antes que seus olhos se abrissem, pesados de sono. Ele
levou um momento para focar, e a sala ainda estava muito sombria. Quando ele
finalmente percebeu as formas de James e Remus, sua testa franziu, então ele abriu
um sorriso,
"Puta que pariu", disse ele, com voz rouca, "Quem morreu?"
James riu,
“Idiota.”
"Bundão."
85
"Ei," Sirius se apoiou nos cotovelos, "Seja bonzinho, eu sou um inválido, você sabe."
"Vou te dizer uma coisa", James sorriu, "Você realmente sabe como fazer uma
entrada."
"Está em meu nobre sangue." Sirius sorriu, então vacilou, seus olhos repentinamente
sombrios. Todos ficaram quietos novamente. “Desculpe,” ele murmurou, olhando para
baixo.
"Chá?"
"Por favor."
"Então," Sirius perguntou, a cor lentamente voltando às suas bochechas, "Vocês dois
fizeram vigília ao lado da cama por mim?"
"Oh sim ..." O rosto de Sirius ficou distante, fechado. “Eu vou agradecer a ela,
obviamente. Desculpe por aparecer assim ...”
“Não seja estúpido,” James balançou a cabeça, “Ela faria qualquer coisa por você. Ela
te ama."
86
sentia que poderia vir mais tarde. Agora mesmo, ele queria ser qualquer coisa que
Sirius precisasse.
"Ah," ele disse, de repente, "eu deveria chamar sua mãe, James - assim que Sirius
acordasse."
"Não, ela queria que eu avisasse, para que ela pudesse chamar Dumbledore."
"Não!" Sirius disse.
James e Remus se viraram para olhar para Sirius, que havia empalidecido novamente,
seus olhos grandes e assustados. “Por favor”, disse ele, “ainda não, apenas ... me deixe
ter o Natal, ok? Eu não quero falar sobre isso."
"Ok cara, está tudo bem ..." disse James, suavemente, inclinando-se para dar um
tapinha no ombro de Sirius. “Não vamos acordá-la. Você pode fingir que está
dormindo, se quiser. O que você quiser.”
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Capítulo 82 : Quinto ano: Consequências
Ninguém ficou bravo por eles terem tentado proteger Sirius. A Sra. Potter se levantou
da própria cama quando o Sr. Potter voltou de onde quer que ele estivera, e os dois
concordaram que Dumbledore certamente chegaria por conta própria, eventualmente,
e qualquer coisa que ele quisesse perguntar a Sirius poderia esperar.
Eles salvaram o resto da manhã da melhor maneira que puderam. O Sr. Potter se
ofereceu alegremente para aparatar todos os presentes até o quarto de Sirius, mas ele
não quis.
Abrir os presentes ainda foi tão alegre e natural como sempre. Em caos, sem ordem
certa, eles simplesmente rasgaram o papel de embrulho até estarem cercados por ele,
tiras de cores vivas. Não importava o que alguém ganhasse, apenas a lembrança de ter
recebido algo bom naquela manhã horrível. Os Potter, é claro, tinham comprado algo
para Sirius e Remus, e prometeram ao mais velho que ainda mais por vir -
“Vamos comprar alguns posters legais, para iluminar o seu quarto”, disse a Sra.
Potter, “Qual time de quadribol você torce, querido? Ou talvez uma daquelas estrelas
do rock de que vocês gostam?”
Sirius olhou para ela como se tivesse acabado de receber o presente mais maravilhoso
de sua vida. Talvez ele tivesse.
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“A maioria das minhas coisas está em Hogwarts,” ele disse. “São apenas roupas em
casa ...” Ele parecia um pouco envergonhado, e Remus sabia que ele também estava
pensando nos pôsteres grosseiros que ele havia afixado permanentemente nas paredes
de seu quarto. Você pode ter certeza de que ele não faria isso em seu novo quarto no
Potter's.
“Bem, você pode pegar emprestado algumas das coisas de James por um
tempo. Talvez façamos compras no ano novo.”
“Albus! Feliz Natal,"
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quanto a deles. Ele foi seguido por um homem atarracado que parecia um buldogue
grisalho. Tinha uma massa de cabelos ruivos acinzentados e olhos negros malvados
que disparavam furtivamente ao redor da sala, como se estivessem procurando por
problemas.
Euphemia deu a ele um olhar, não muito diferente do olhar que ela deu a James na
noite anterior. O homem pigarreou e sentou-se rapidamente. Remus sorriu. Ele tinha
que descobrir exatamente como ela fazia isso. As mães tinham sua própria magia,
parecia. Dumbledore assumiu seu lugar com mais decoro. Sua expressão, como
sempre, ainda calma como um lago e impossível de ler. Ele olhava para Sirius.
Lá estava, Remus sentiu tudo se firmar ao seu redor, sendo recebida como uma velha
amiga. Raiva. O desejo de pular sobre a mesa e sacudir Dumbledore até deixá-lo sem
sentido era tão forte e tão tangível que ele se pegou agarrando o assento de sua
cadeira.
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"Eu gostaria de discutir os eventos de ontem à noite com você," Dumbledore
pressionou, "Eu sei que não foram agradáveis, e você pode querer esquecer, mas
qualquer coisa que você me disser pode ser útil, entende?"
“Estamos muito gratos.” A Sra. Potter disse, a gentileza voltando ao seu tom.
Depois que a sobremesa foi comida, todos voltaram para a sala. Sirius se sentou no
sofá, com James e Remus de cada lado. Haviam se sentado na mesma formação do
Natal passado, quando Dumbledore chegou para anunciar a morte dos Frasers. Remus
não tinha pensado nos Frasers desde então, não de verdade – só pensara como fora
parte do cenário cada vez mais escuro de uma guerra com a qual ele preferia não se
preocupar. Haviam tantas coisas para distraí-lo.
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Uma dessas distrações estava sentada ao lado dele, agora. Seus joelhos batiam juntos
ocasionalmente; Sirius não parava quieto. Remus tentou não recuar, caso fosse mal
interpretado.
"Essa era a hora?" Sirius piscou, "Eu pensei que fosse mais tarde."
"Er ..." Sirius pigarreou e olhou para James, que sorriu para ele de uma forma
fraternal. Sirius olhou para Dumbledore novamente, “Eu pensei que ficaria bem. Eu
nunca me dei muito bem com minha família ... já que estou na Grifinória, sabe. Mas
eles estavam ... eu pensei que ficaria bem. Temos um jantar em família todos os anos
na véspera de Natal - toda a família.”
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"Sim," Sirius assentiu. "Pirralho idiota."
“Então ... sim, tudo estava normal, de verdade. Normal para nós. Jantar, dançar. Coisas
esnobes. Eles…." Ele fez uma pausa, parecendo envergonhado, “Eles brindaram a
Voldemort. Mas eu não, professor, eu juro! Foi meio que uma brincadeira, nem sei o
quão sério eles estavam sendo. Papai estava um pouco bêbado.”
“Eu deveria falar com James às oito, então tentei escapar. Mas minha prima - Bellatrix
- ela me achou e me encurralou na biblioteca. Ela disse que eu estava quase na idade,
era hora de começar a levar mais a sério meu papel de herdeiro, deixar meus amigos
para trás e crescer. Eu disse a ela para ... bem, não foi muito legal. Ela chamou meus
pais, Reg entrou também. E Crouch.
“Eu não estava preocupado, porque ... bem, todo mundo sabe que Bella é um pouco
maluca, então eu pensei que eles apenas diriam a ela para ficar fora disso. Mas eles
não fizeram; eles ficaram do lado dela. Papai disse ... ele disse que queria que eu o
deixasse orgulhoso pela primeira vez. Eu disse a ele que estava tentando, mas. Mas... "
"De qualquer forma. Eles queriam que eu jurasse lealdade a Voldemort. Eu pensei que
eles estavam brincando. Eles estavam falando todas essas coisas malucas, sobre
nascidos trouxas e traidores de sangue, e ... então Bellatrix me mostrou seu braço - ela
tem uma tatuagem,” ele olhou para cima, como se percebesse que essa informação era
útil, “É a marca negra, senhor, o crânio e a cobra. Ela disse que escolheu um lado e
que era hora de eu escolher o meu. Eu disse não. Eu disse que não tantas vezes.” Ele
fechou os olhos, olhando para baixo novamente.
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"E eles machucaram você, por isso?" Dumbledore perguntou: "Eles tentaram persuadir
você?"
"Sim."
"Não."
"Eles se revezaram."
“Depois de um tempo, devo ter parado de negar, porque ... bem, doía demais, eu não
conseguia dizer nada. Eles devem ter precisado que eu concordasse, porque me
deixaram lá, me trancaram na biblioteca. Mas há uma lareira lá, e pó de flu. Não sei,
talvez eles quisessem que eu fosse embora.” Ele parecia muito cansado agora. Mas a
história foi contada e havia um ar de alívio.
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"Tanto quanto quando ele tinha doze anos." Disse o Sr. Potter, endireitando as
costas. Ele era uma cabeça mais baixo que Dumbledore, mas naquele momento,
Fleamont Potter era o homem mais alto da sala.
“Er ... eu não acho que eles vão machucá-lo. Ele é bom em fazer o que mandam, ele só
quer agradar nossos pais. Mas eles vão fazer com que ele se junte a Voldemort, ele
será marcado - ele faz dezesseis no próximo ano, e-”
“Então não podemos forçá-lo. Ele não está em perigo imediato. Sinto muito, Sirius.”
“Sr. Potter,” Sirius disse, educado de forma não natural, “Por favor, posso pegar um
pergaminho emprestado? Eu gostaria de escrever para Andromeda.”
"Claro, meu garoto." O Sr. Potter acenou com a cabeça. Ele conduziu Sirius e James
para seu escritório.
Remus ficou parado, sentindo que ele não era realmente necessário agora. Os Potters
estavam lá para apoiar Sirius; eles fariam o que fosse necessário. Ele, Remus, só era
realmente útil quando Sirius precisava de algum bom senso colocado nele
95
(verbalmente, é claro), ou quando uma pegadinha precisava ser resolvida. E haveria
muito tempo para essas coisas, uma vez que essa tempestade em particular passasse.
Mais uma vez, Remus desejou poder falar com Grant. Definitivamente havia uma
cabine telefônica na cidade; se ele quisesse, Remus poderia ligar para St. Edmund's, e
a Diretora provavelmente entregaria o telefone; ela não era uma carcereira. Mas
Moody era, e Remus não gostava muito da ideia de explicar por que ele queria fazer
uma viagem para a vila no dia de Natal.
***
Eles foram para a cama cedo naquela noite. Não havia mais nada a fazer - James nem
mesmo sugeriu prática de vôo. Eles jogaram algumas partidas de xadrez indiferentes,
mas todos estavam bocejando tanto que no final foi ridículo tentar ficar acordado. Os
meninos se amontoaram na cama de James, até mesmo Remus. Ele tentou manobrar
para que James acabasse no meio, mas Sirius rastejou por cima deles e se jogou entre
seus dois amigos.
"Abre espaço, Moony," ele sorriu, com uma cotovelada forte nas costelas.
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"Nada!" Remus sussurrou de volta, envergonhado. "Só não estou acostumado a
compartilhar a cama."
“Eu poderia chamar a mãe de James? Ela pode ter mais um pouco de poção. "
“Oh. Desculpe."
"Não, não é assim, só quero dizer ... é estranho, mas enquanto eles estavam fazendo -
antes de eu meio que parar de pensar - eu estava pensando em você."
"Em mim?!"
"Sim. Eu estava pensando ... pelo menos agora eu sei como Moony se sente. Quando
estávamos pesquisando tudo aquilo para te ajudar na lua cheia, havia uma descrição
em um dos registros, escrita por uma bruxa que tinha licantropia. Ela disse que a dor
da transformação era semelhante à maldição cruciatus.”
“Ah. Eu nunca ouvi isso. Não acho que possa ser, acho que Cruciatus deve ser muito
pior.”
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"Talvez." Sirius concordou. “Mas ajudou um pouco. Eu pensei - se Moony pode fazer
isso, eu também posso”.
"Ok. Boa noite."
"Boa noite."
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Capítulo 83: Quinto Ano: Janeiro
Throw me a line, I'm sinking fast Jogue-me uma linha, estou afundando rápido
Clutching at straws - can't make it Agarrando-se a palhas - não consigo fazer isso
Last picture shows down the drive-in A última imagem mostra o drive-in
You're so sheer - you're so chic; Você é tão puro - você é tão chique;
O resto do feriado de Natal passou num borrão preto e branco. Os Potter organizaram
uma pequena reunião na véspera de Ano Novo, mas poucas pessoas
compareceram. Muitos de seu círculo próximo agora estavam trabalhando para
Dumbledore, explicou a Sra. Potter, e ocupados com o esforço da guerra. Fosse o que
fosse. Seus amigos mais distantes ou tinham virado as costas para os Potters (“nós
somos traidores de sangue”, James orgulhosamente declarou) ou simplesmente
estavam com muito medo de se associarem.
Moody estava impassível sobre a Sra. Potter querer levar Sirius ao Beco Diagonal,
mas ele precisava de sapatos para começar o novo período letivo, então todos eles
desceram para a aldeia uma tarde. Lá, Sirius havia se apaixonado perdidamente por
um par de Doc Martens pretos novos, com cadarços amarelos brilhantes. Remus
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estava com muita inveja; seu próprio par havia sido apenas uma imitação e se
desfizera há muito tempo.
No caminho de volta da cidade, eles passaram por alguns punks - uma visão muito
estranha nesta pequena vila do interior, mas Remus supôs que haviam adolescentes
por toda parte. Um deles tinha uma fileira piercings prata na cartilagem de uma das
orelhas. O outro tinha cabelos verdes.
A Sra. Potter havia proibido qualquer tintura de cabelo, mas na noite anterior ao início
das aulas, Remus cedeu depois de horas de súplicas de Sirius, e o ajudou a furar um de
seus lóbulos da orelha usando o alfineto do seu distintivo de monitor e uma
batata. Sangrou - muito, mas Sirius estava em êxtase.
Assim, ele se apresentou a Remus na manhã em que estavam partindo para Londres -
havia bagunçado o cabelo para aumentar o volume, jogou-o sobre um ombro para
mostrar seu novo brinco de ouro, ficou com as pernas separadas como um guitarrista,
as mãos nos bolsos, grandes botas pretas de couro.
"Perspectiva trouxa," ele sorriu para Remus, colocando um cigarro entre os dentes,
"Como estou?"
Lupin havia pensado (na verdade esperava) que a experiência traumática de Sirius
pudesse ter esfriado seu ardor considerável por seu melhor amigo. Que pudesse fazê-
lo perceber que – como sua amizade era tudo o que teria – ele deveria concentrar suas
energias em ser apenas um bom amigo. Mas não. Sirius era um semideus, e Remus
não podia fazer nada além de adorá-lo. Seu pequeno idiota apaixonado, disse a si
mesmo.
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De qualquer forma, Remus estava feliz por estar voltando para Hogwarts, onde as
linhas estavam claramente traçadas e haviam exames nos quais se concentrar.
Sirius atraía olhares de todos em King's Cross. Não dos trouxas, mas dos bruxos - ou,
mais precisamente, das bruxas. Mary aproximou-se dele, seu par de botas de camurça
turquesa com salto estalando no chão e a deixando na altura dele.
"Olá, lindo!" Ela gorjeou e o abraçou com força, e Remus pôde ver a expressão em
seu rosto por cima do ombro dela. Ele parecia satisfeito.
Deve ser bom, depois de um momento difícil, segurar alguém assim em seus
braços. Especialmente alguém tão aberta emocionalmente quanto Mary. Remus
permitiu que sua própria dor atingisse o auge, depois diminuísse, lentamente,
enquanto concentrava-se em sorrir e ouvir Marlene contar a ele sobre o Natal dela.
A bordo do trem, eles entraram em seu vagão usual, e Remus ficaria eternamente
grato a Lily, que sugeriu que ele se juntasse a ela para patrulhar toda a extensão do
trem algumas vezes.
“Você parecia estar precisando de um pouco de ar”, ela sorriu para ele.
"Eu ouvi sobre Sirius," ela disse, muito baixinho. "Ele está bem?"
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“Er ... Sev me disse, na verdade. Eu não acreditei nele, mas com base no novo visual
de Sirius ...”
“Só que ele foi expulso. E deserdado. Ninguém sabe o por quê.” Ela estava olhando
para ele, e Remus percebeu que ela queria que ele lhe contasse o porquê.
"É complicado." Ele disse: “Não acho que ele gostaria que todos soubessem”.
"Barty, o que você - oh." A porta do compartimento mais próximo se abriu e Regulus
Black apareceu. Seus olhos se estreitaram para Lily, "O que você quer, Evans?"
"Não há necessidade de ser tão rude", ela resmungou. Lily ergueu uma sobrancelha
para Crouch, “Fique longe de problemas, ou eu falarei com Slughorn. Você já está sob
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gelo fino e sabe disso. Vamos, Remus’’ - ela olhou para Lupin, que ainda estava um
pouco atrás, na esperança de evitar cumprir seu dever de monitor.
A cabeça de Regulus girou com rapidez, ele olhou para Remus e toda sua arrogância
desapareceu. Ele parecia muito mais jovem.
Regulus piscou, acenou com a cabeça, então voltou para seu vagão, batendo a
porta. Barty coçou a cabeça em choque, parecendo muito confuso.
***
Remus combateu esse estresse adicional gastando todas as horas livres que podia na
biblioteca ou na sala comunal aperfeiçoando seus feitiços práticos. Na terceira
semana, ele descobriu que havia se tornado o líder não eleito de uma espécie de clube
de revisão e lição de casa - um grupo de alunos do quinto ano, e até mesmo alguns
alunos mais jovens, começaram a procurá-lo para obter dicas ou conselhos sobre seus
próprios deveres..
103
"Lupin! Como são os movimentos que você faz para feitiços de locomotiva? Eu
continuo errando...”
“Ei, Lupin, você pode me mostrar como você fez essa linha do tempo, de novo? Eu
continuo esquecendo…"
Remus fingiu que achava a coisa toda uma obrigação enorme, mas estava
secretamente emocionado. Ele era bom em alguma coisa. Os marotos - quando viram o
grupo - acharam hilário e começaram a chamá-lo de 'professor'.
Além disso, Remus tinha seus deveres como monitor, que pareciam se multiplicar a
cada semana. Depois que um monitor da Lufa-Lufa (e nascido trouxa) foi enfeitiçado
antes do Natal durante uma patrulha noturna, e não foi encontrado até de manhã, os
chefes de cada casa exigiram que os monitores patrulhassem em pares o tempo todo.
Essas patrulhas tinham se tornado uma farsa noturna para Remus, já que ele passava a
maior parte do tempo tentando direcionar Lily para longe de onde os outros três
marotos estivessem trabalhando em algum plano nefasto. Isso havia funcionado na
maioria das vezes.
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O problema era que, desde o Natal, James e Sirius se tornaram mais ousados do que
nunca. Armados com o mapa do maroto e a capa da invisibilidade, eles navegavam
pelo castelo como dois piratas, pilhando e devastando. Várias vezes, Remus voltava da
patrulha e não os encontrava em suas camas - apenas para ver os dois garotos
voltarem uma hora depois, rindo e cheios de bravatas, contando a ele como quase
foram pegos dessa vez, quase.
Então, foi uma surpresa quando em uma noite em meados de janeiro Remus esbarrou
em Sirius. Era uma patrulha de rotina, a última da semana de Remus e Lily. A lua
cheia chegaria em dois dias, e Remus astuciosamente manipulou as rotas para evitar
essas noites. Ele se ofereceu para assumir o controle e planejamento de quais
monitores fariam o que - e o resto deles haviam ficado obviamente aliviados. Todos
eram bons em seus trabalhos, é claro, com um forte senso de justiça e imparcialidade,
combinado com a coragem de fazer a coisa certa - mas poucos Grifinórios queriam
lidar com a parte administrativa. Remus aproveitou essa oportunidade, e até agora ela
o serviu bem.
"Vamos lá", disse Lily, enquanto desciam o lance de escadas da torre de Astronomia -
geralmente um ponto de encontro para atividades após o toque de recolher, esta noite
estava deserto - "Os principais ingredientes de uma poção calmante, liste eles."
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"Err ..." Remus bufou, enquanto seu quadril estalava no último degrau. Ele estava feliz
por ter muita energia pouco antes da lua, "Moscas de outono, orvalho de um campo de
trevo, água do mar e ... hum ..."
"O que?"
"Sh!"
“Lumos!”
"Merda!"
"Mary!" Lily engasgou.
"Moony!" Sirius disse.
"O que vocês dois estão fazendo?!" Lily disse, imediatamente adotando sua voz
autoritária, que Remus pensou ser assustadoramente parecida com a de McGonagall.
"Não consegue adivinhar, Evans?" Sirius piscou para ela. Seus braços ainda estavam
protetores em volta da cintura de Mary, seu cabelo estava caído para a frente
desordenadamente e sua boca estava mais vermelha do que o normal. A blusa de Mary
estava desabotoada quase até o umbigo e ela tentava se cobrir às pressas.
"Devíamos dar a vocês dois detenção," Lily ergueu uma sobrancelha para sua amiga,
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"Oh, seja legal, Lily," Mary adulou, com um sorriso suave nos lábios, "Todo mundo
faz isso, só um pouco de diversão."
"Bem ... como esta é a primeira vez," Lily cedeu, "Vamos, estamos voltando para a
Torre agora de qualquer maneira."
"Travesso!" Ela riu, abotoando a camisa. "Vamos lá, não é como se nada mais fosse
acontecer esta noite."
"Tudo bem, Moony?" Sirius perguntou, quando eles estavam todos em suas camas e
ainda não haviam se falado. Ele parecia um pouco preocupado agora. Ótimo, pensou
Remus.
107
Capítulo 84: Quinto Ano: Sentimentos
Feridos
“Não podemos impedir você de perseguir coelhos se quiser perseguir coelhos,” James
deu de ombros, quando Remus acordou naquela manhã angustiado com o sangue em
sua língua. "Você parecia muito feliz com isso na hora."
“Sim,” Sirius deu de ombros, “Mas quando sou um cachorro, sou um cachorro. É o
que fazemos.”
108
“Não se preocupe, Moony,” James bocejou, “Nós nunca deixaríamos você machucar
uma pessoa. E você se divertiu, eu juro.”
Ele não precisava que James lhe dissesse isso. Por mais que o Remus humano
preferisse permanecer indiferente, e se separar daqueles instintos básicos que o lobo
representava, ele não podia esperar pela próxima lua.
"É melhor vocês irem", ele bocejou de volta, "Veja se conseguem dormir um pouco
antes do café da manhã."
"Sim, tudo bem," James acenou com a cabeça sonolento, "Até mais, Moony."
"Tchau Prongs."
'Prongs' fora uma ideia de gênio tida em uma tarde, quando Peter esqueceu a palavra
para 'chifres'. Todos eles riram tanto que o nome pegou. Remus não tinha certeza de
onde 'Padfoot' tinha vindo. Provavelmente uma piada interna entre James e Sirius. De
qualquer forma, fazia sentido, e eles haviam se acostumado com seus novos nomes
confortavelmente, selando-os no mapa do maroto.
Madame Pomfrey deu uma olhada nele quando ele chegou, então apenas o mandou
embora.
“Eu nem preciso mais da maca”, ela se maravilhou, “e você está uma boa cor nas
bochechas. Descanse esta manhã, mas se você estiver com vontade, pode também
assistir às aulas da tarde.”
Ele se sentiu péssimo por mentir para ela sobre o motivo de sua recuperação
milagrosa, mas não havia como evitar.
109
coisas, ele pensou consigo mesmo, além do problema de Sirius, a vida estava indo
muito bem.
Sirius havia lhe pedido desculpas sobre o incidente na Torre de Astronomia - Remus
suspeitava que isso era resultado de uma conferência com James.
"Desculpe, Moony, eu deveria ter checado com você, ou usado o mapa ou algo assim,
eu sei que você odeia toda aquela coisa de garotas, e sei que você fez muito para nos
manter longe de problemas este ano ..."
Remus fez uma grande encenação sobre estar ponderando sobre seu pedido de
desculpas, então perdoou seu amigo, porque qualquer outra coisa seria altamente
suspeita. Ele ficou mortificado quando até mesmo Mary veio oferecer suas próprias
desculpas e ele resmungou que não havia se importado nem um pouco.
Ele gostava de Mary. Não queria se sentir assim sobre ela; nada disso era culpa da
menina, exatamente. E, como James costumava dizer, Sirius merecia um pouco de
diversão, considerando o ano que estava tendo.
"Oi, Remus!" Uma pequena voz interrompeu seus pensamentos. Ele percebeu que não
tinha sequer dado uma olhada em suas anotações ainda, e seu cigarro tinha queimado
até o fim, sem ter fumado.
“Sim,” o menino mais novo sorriu e pulou para se juntar a ele no assento da
janela. Ele era menor do que Remus - mas todo mundo era. "O que você está
fazendo?"
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"Legal!" Christopher sorriu. Remus ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. "Eu
não vou incomodar você, então." Christopher disse, esperançoso. "Se você estiver
ocupado."
"Oh, certo. Er ... James Potter e Sirius Black e aquele outro ...”
"Mm."
Ele poderia dizer que Christopher - como a maioria dos Grifinórios mais jovens -
oscilava entre a admiração e o medo no que diz respeito aos Marotos. Eles eram
simplesmente tão ousados e tão bem-sucedidos que era intimidante.
"Ok. Sim claro…"
Christopher parecia desanimado. Remus se sentiu mal, mas o que mais ele poderia
fazer? E realmente tinha planos - não com os marotos, na verdade; ele tinha outro
telefonema planejado com Grant. Após o incidente com Sirius e Mary, Remus
111
rabiscou apressadamente um pedido para falar com Grant e o enviou para a Diretora
na manhã seguinte. Agora se arrependia um pouco, depois de ter se acalmado um
pouco - mas ainda estava ansioso para falar com Grant, se pudesse.
“Olá, Moony!” Sirius veio saltando pela sala comunal depois de passar pelo buraco do
retrato. Ele se encostou na parede ao lado de Remus e Christopher, sorrindo aquele
sorriso de Sirius Black.
"Oi Padfoot," Remus sorriu de volta - ele esperava não estar olhando para Sirius como
Christopher o olhava. Isso seria constrangedor.
"Então, fiz uma aposta para mim e para o Prongs," Sirius começou, ignorando
completamente Christopher, que se levantou e murmurou um adeus, antes de sair
apressado. Sirius não perdeu tempo antes de ocupar o espaço vazio no assento da
janela, "Quantos pelúcios precisaríamos para encontrar o diadema perdido de Rowena
Ravenclaw?"
"É como uma coroa." Sirius roubou o cigarro recém-aceso de Remus e o levou aos
lábios. Remus teve que lutar para não gemer com a visão. Ele simplesmente pegou um
terceiro cigarro.
"Por que", disse ele, inspirando profundamente, "Você e James querem uma coroa?"
“Não sei,” Sirius deu de ombros, “Encontrar um tesouro parece uma caça ao estilo dos
marotos. Ei, o que aquele garoto queria? "
"Christopher."
"Grupo de Estudos."
112
"Ele estava me chamando para sair," Remus respondeu secamente. Olhando pela
janela. Aparentemente não foi seco o suficiente - quando ele olhou de volta para
Sirius, sua boca estava aberta. Oh Deus, a boca de Sirius. "Piada, Padfoot," Remus
disse, com um sorriso de lado. Ele finalmente tinha aperfeiçoado seus sorrisos
sarcásticos.
Sirius bufou.
Remus considerou dizer 'não, você é Sirius', mas aquela piada já se esgotara desde o
primeiro ano e só ganharia um soco no braço. Ele se contentou com um encolher de
ombros e mais uma tragada no cigarro.
“Mas se você quer sair com alguém,” Sirius disse, astutamente, “Com quem iria? Lily
ou Marlene?"
"Você está certo," Sirius continuou, coloquialmente, "Lily está comprometida - quero
dizer, ela não sabe que está comprometida, é claro ... então Marlene será! Hogsmeade
no sábado?”
"Talvez."
"Não."
"Posso fazer com que ela mesma convide você para sair, se quiser, só pensei que você
diria sim para mim."
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"Marlene não está interessada em mim." Ele disse. Ele havia decidido que isso era
melhor do que dizer 'Não estou interessado nela' - porque é claro que isso apenas
provocaria a pergunta 'por que não?'
“Claro que ela está, vocês são amigos, não são? De qualquer forma, você tem que vir,
estamos fazendo isso para apoiar James.”
"Verdade," Sirius acenou com a cabeça, "Mas desta vez ele tem um plano."
"Oh?"
"Bem," Sirius lambeu os lábios, "posso ter dado uma mão a ele ... de qualquer
maneira, todos nós precisamos ter encontros, para plantar a ideia na mente dela. Como
aquela coisa de psicologia trouxa. "
"Por mais que eu adorasse ver James fazendo papel de idiota em nome do amor
verdadeiro," Remus riu, "Estou ocupado no sábado."
"Fazendo o que?"
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"Não é da sua conta,"
"Olha, Moony," Sirius suspirou, "É por isso que as garotas não se cansam de você, tão
misterioso."
Remus não tinha certeza se Sirius estava fazendo uma piada cruel, então ele deixou
pra lá. Eles caminharam em silêncio por um tempo. "Ei, Moony?" Sirius começou
novamente.
"Sim?"
"O que?!"
Eles pararam do lado de fora do refeitório, e Remus se virou para encarar Sirius em
estado de choque. Sirius parecia envergonhado, brincando com seu brinco,
“Bem, você tem estado um pouco ... afastado desde que começamos a sair. E eu quase
não vi você desde o, er ... o fiasco da tapeçaria.”
Remus bufou.
"Ok, bom," Sirius sorriu para ele. "Então você vai ser o par de Marlene?"
***
Lembrando que a última vez que ele tentou fazer uma ligação particular, ele foi
seguido, Remus pediu emprestada a capa de James para a viagem para
Hogsmeade. Bom e velho James - você pode contar com ele para não fazer um monte
115
de perguntas. Especialmente quando ele está distraído por seus nervos ao convidar
Lily para sair.
“Sim, 'claro, Moony', claro ...” ele murmurou, olhando para si mesmo no espelho,
“Está embaixo da cama. Ei, você acha que meu cabelo precisa de um corte? Parece um
pouco desarrumado? "
“Está desarrumado,” disse Remus, de debaixo da cama, “Mas um corte não vai
ajudar. Não se preocupe, as meninas acham que é encantador.”
"Você já a convidou para sair antes," Remus disse, emergindo com a capa e tirando a
poeira de suas vestes, "Por que você está nervoso?"
"Porque estou muito louco por ela." James respondeu, sem perder o ritmo. "Você sabe
quando você simplesmente não consegue tirar ela da sua mente, e na sua cabeça tudo é
ótimo, e tudo está indo do jeito que você quer - mas então lá está ela, na sua frente, e
... bem, tudo vai para a merda, porque ela é muito mais espetacular na vida real, sabe?
"
No vilarejo, Remus desejou boa sorte a James antes de desaparecer no toalete do Três
Vassouras, jogando a capa e saindo novamente. Desta vez, ele foi capaz de chegar à
velha cabine telefônica trouxa exatamente na hora certa e digitou o número com
entusiasmo.
“Oi oi, feliz ano novo e tudo mais,” a voz de Grant sacudiu o fio. Remus sorriu,
"Feliz Ano Novo! Eu tinha um cartão para você, mas nunca o enviei. Desculpe."
116
“Oh! Er, ok, quando é? "
"Oh!"
"Uma merda." Grant respondeu, sua voz ficando ligeiramente alta enquanto ele
inspirava - Remus adivinhou que ele estava fumando. “Terrível, na verdade. Mas
num’é pra se preocupa’. Meu problema."
117
"Sim," Remus suspirou novamente. "Então, como foi seu Natal?"
"Porcaria. Tinha que ir pra casa da minha avó, mas vovô cancelou no último
minuto. Não queria que seu neto bichinha fizesse vergonha na frente dos vizinho. Da
próxima vez que eu ver ele, vou usar um vestido.”
"Desculpe, Grant." Remus disse baixinho, sentindo-se ainda pior por não ter enviado o
cartão.
“Aww cala boca,” Grant respondeu, e Remus pôde perceber que ele estava sorrindo,
“Como eu disse, é meu problema. Ei, talvez eu não fique aqui por mais tempo. Eu tô
er ... provavelmente vô cê mudado de luga’. Não tenho exatamente ido à escola...”
"Num sei. Acho que cansei de abrigos. Talvez vô para Londres, tenho uns amigos lá.”
"Eu ... não posso." Remus sentiu um rasgo horrível por dentro. “Eu realmente sinto
muito, eu gostaria de poder, eu realmente quero ... minha escola não é realmente um
tipo de escola normal e ... bem, não é possível.”
***
Remus marchou de volta para a vila com o coração pesado. Toda aquela obsessão por
Sirius havia dado em nada, e agora ele corria o risco de perder alguém tão importante
quanto. Alguém que realmente gostava dele também. Aparentemente Remus apenas
ficava interessado em pessoas que não poderia ter. Ele iria procurar feitiços
localizadores, o mais rápido possível, decidiu. Não iria perder Grant assim.
118
Ficou levemente animado ao entrar no Três Vassouras ao ver Snape sentado em um
canto, sozinho, olhando ao redor. Remus voltou direto ao toalete, removeu a capa e
saiu, tendo a certeza de que chamaria a atenção de Severus. O garoto sonserino quase
caiu do banco do bar de surpresa. Remus sorriu maliciosamente enquanto caminhava
para se juntar aos amigos.
Eles estavam todos lá - Peter e Desdemona, Sirius e Mary, Marlene, James e Lily. Lily
parecia muito rosada, mas muito presunçosa, e James estava olhando para o fundo de
seu copo vazio. Ele estava ensopado e tinha um cheiro adocicado. Evidentemente, a
serenata não tinha ido bem.
“Sim, desculpe,” Remus sorriu para todos educadamente, puxando sua própria
cadeira. Sirius acenou para a garçonete bonita pedindo outra cerveja amanteigada. "Er
..." Remus olhou para James e depois para Lily. "Como estão todos?"
Peter soltou uma risadinha estranha e aguda, então tapou a boca com a mão. Sirius
ergueu uma sobrancelha.
"Oh, muito bem, Moony, muito bem ... Eu só estava dizendo, já faz um tempo que os
marotos não pregam uma peça de verdade."
"E você disse que amanhã você estava planejando-" Mary começou, mas Sirius
revirou os olhos,
119
"Sim, sim, mas essas coisas são brincadeira de criança." Ele disse,
decididamente. “Além disso, éramos só eu e James brincando. Uma brincadeira de
maroto adequada precisa de nós quatro.”
120
Capítulo 85: Quinto Ano: Bombas de Bosta
e Armários de Vassoura
Everyone fell
at her feet
Look out!
Look out!
121
- Hellraiser, The Sweet
Para começar, era uma pegadinha simples - bombas de bosta à moda antiga. Mas o
bom humor de Sirius com a perspectiva de todos os quatro marotos trabalhando juntos
novamente, significava que a ideia continuou crescendo e se expandindo, até que, de
alguma forma, se tornaram quatrocentas bombas de bosta, um feitiço de atraso
temporal e todos os quatro fora da cama após o toque de recolher.
"Vocês dois usem a capa," Remus suspirou, puxando-a depois de tentar se agachar o
suficiente para que não mostrasse seus tornozelos, "Vou mostrar meu distintivo de
monitor se alguém perguntar o que estou fazendo."
“Mas acaba com toda a diversão.” Sirius reclamou, ligeiramente abafado sob o tecido.
“Tenho certeza de que você ainda encontrará uma maneira de se divertir,” disse
Remus. "Vamos lá.”
122
Eles deixaram o dormitório e desceram as escadas para deixar a Torre da
Grifinória. Remus teve que andar devagar para que os outros pudessem acompanhá-lo,
mas ele estava ansioso para acabar logo com isso. Foi uma boa ideia e tudo mais - mas
ia levar a maior parte da noite se eles quisessem todas as suas bases cobertas, e ele
acordaria cedo na terça-feira.
"Oi, Remus!"
"Bem!" O menino respondeu, encantado: "Eu estava indo para a sala comunal, quer de
jogar xadrez?"
"Oh, não", ele riu, tentando manter seu tom amigável, "Não, vá para a sala comunal ...
é quase toque de recolher, eu não quero ter que lhe dar uma detenção!"
"Minha o quê?!"
123
Houve um gemido baixo de aborrecimento logo atrás de Remus. Felizmente,
Christopher não pareceu ouvir.
“Sua festa de aniversário! Mal posso esperar, não pude ir à festa de Sirius Black em
novembro, tinha uma redação de Poções para entregar, mas este ano vou me certificar
de tirar tudo do caminho!”
"Um professor tão benevolente." James riu. "O próximo passo é ele começar a trazer
maçãs para você."
"Bem, um de vocês deveria dizer a ele que eu prefiro chocolate, então," Remus
respondeu, despreocupado, enquanto eles avançavam pelo corredor
Eles distribuíram as bombas de bosta o mais rápido que puderam, e Remus executou o
encantamento de atraso temporal - algo com que ele vinha brincando há algum
tempo. O truque era garantir que as bombas de bosta estivessem espalhadas
igualmente por todo o castelo, a fim de causar o máximo de caos.
“Eu espacei os tempos em intervalos de uma hora,” Remus explicou calmamente, “Eu
acho que Filch deve levar cerca de uma hora para limpar a primeira parte, então assim
que ele terminar a segunda irá explodir ... então a terceira.”
124
"Nunca mais vamos tirar sarro de você, Moony," Sirius prometeu. "Você é uma lenda
do caralho."
"Sim, contanto que ninguém saiba que fui eu." Ele riu: “Tenho que manter minha
reputação”.
"Ooh sim, não podemos deixar o pequeno Christopher descobrir que seu herói é um
menino mau, podemos?"
"Se apressem", disse Peter - agora humano -, torcendo as mãos, "prometi que tentaria
dizer boa noite a Dezzie antes do toque de recolher ... podemos colocar no andar da
Corvinal a seguir?"
"Ah, o amor jovem," James riu, "Dando um beijo de boa noite em sua namorada
enquanto seus amigos fazem armadilhas bem onde ela vai sair..."
"Ei, Pete, até onde você chegou com Desdêmona, afinal?" Sirius perguntou
bruscamente.
125
"Nada disso!" Peter estava vermelho brilhante agora. "E ... não é da sua conta, de
qualquer maneira."
Demorou quase mais uma hora e já havia passado do toque de recolher quando
terminaram tudo.
"Em retrospecto," James bocejou, "deveríamos ter começado colocando mais longe da
sala comunal e fazendo nosso caminho de volta."
“Nós nunca fomos a lugar nenhum,” Peter murmurou. Ele ainda estava aborrecido por
ter sido colocado no holofote mais cedo.
Eles estavam na metade do caminho quando Remus sentiu o cheiro da Sra. Norris. Ele
silenciou os outros, e Peter rapidamente se transformou em um rato, mais por
nervosismo do que qualquer outra coisa. James estava levantando a capa para cobrir
todos eles, quando o gato apareceu, miando desdenhosamente para eles. Sirius, ainda
cheio de energia, piscou para James,
"Olha isso!" e se transformou em um cachorro. Ele latiu três vezes, e a Sra. Norris deu
meia-volta e saiu correndo. Sirius voltou, rindo histericamente.
126
"Você atraiu ele agora!" Remus gemeu, "Seu idiota!"
"Vai!" Ele ofegou, acenando com a mão para Sirius, "Eu posso me safar de algum
problema, mas você não vai, não fique para trás ..."
“Bem, sinto muito se minha ideia de diversão não envolve passar a noite toda presa em
um armário com você!” Remus sussurrou de volta, calorosamente. Estava escuro e ele
sabia que Sirius não podia vê-lo tão bem quanto Remus podia ver Sirius.
"O que você está fazendo agora!?" Remus retrucou, tentando se afastar o máximo
possível. Por que ele não podia ter acabado preso com James? Ou Peter? Peter teria
sido perfeito.
"Acalme as tetas" Sirius resmungou, "Eu tenho o mapa ... espere ... aha!" Ele retirou o
pergaminho em branco do bolso de trás e bateu nele com a varinha, "Eu juro
solenemente não fazer nada de bom ..."
127
Nada.
Sirius pigarreou, “Aham. Eu juro solenemente não fazer nada de bom... Moony, está
quebrado.”
“Ou isso é apenas um pedaço de pergaminho velho e outra pessoa está com o
mapa.” Remus sugeriu.
"Não, é bom." Remus disse, pensando rápido, “Se James estiver com ele, então ele
pode nos encontrar. Ou pelo menos ele pode saber onde estamos.”
“Oh, sim, suponho que você esteja certo. Acha que devemos esperar, então? "
"Bem, já que você nos encurralou, não acho que temos escolha."
"Você tem tentando impedir essa pegadinha há muito tempo, evitando a mim e a
James desde o Natal..."
“Estive estudando e você tem o quadribol! Não temos mais 12 anos, não podemos
passar todo o tempo juntos.”
"E o humor?"
128
"Que humor?"
Remus ficou bastante irritado por ser chamado de 'mal-humorado' pela rainha do
drama da Torre da Grifinória, mas ele segurou a língua. Não adiantava de nada entrar
em uma briga, não quando se estava tão perto que seus joelhos estavam batendo um
no outro.
"Ok." Sirius respondeu, sua voz mais suave agora, menos agressiva. “Ok, mas eu
gostaria que você me contasse. Você costumava me contar seus segredos.”
Ele sentiu Sirius acenar com a cabeça, e eles não disseram mais nada.
Poderia inventar uma desculpa, Remus pensou, para seu humor. Se o estresse sobre as
provas não funcionou, talvez pudesse mencionar a guerra. Os marotos não haviam
discutido isso em detalhes, e isso estava na mente de Remus, então ele esperava que
fosse mais crível. Mas ele não queria relembrar Sirius, depois de tudo que ele já havia
passado. Ele havia considerado mencionar toda a perseguição de Snape - mas estava
igualmente preocupado com a reação de Sirius a isso. Ele estava se metendo em
129
problemas o suficiente, ultimamente, e Remus não queria que ninguém fosse atrás de
Severus por causa dele. Ele lidaria com isso sozinho.
Algumas noites, quando não conseguia dormir, Remus até cogitava sobre a
possibilidade de dizer que que tinha uma queda por Mary. Ele tinha certeza de que
Sirius seria compreensivo, e parecia uma saída fácil. Ou então ele poderia fingir que
Grant era uma menina e contar a eles tudo sobre isso. Mas decidiu não fazer isso e
sentiu-se culpado por ter tido a ideia. Era desonesto, na melhor das hipóteses, e
desrespeitoso na pior, mesmo que Grant nunca descobrisse.
Deus, estava quente, espremido em um armário como aquele. Remus fez de tudo para
manter as costas pressionadas com força contra a parede. Quase não havia espaço; se
Sirius desse um passo à frente, eles estariam se tocando, e se - horror dos horrores -
eles entrassem em contato em qualquer lugar abaixo da cintura, ele descobriria que
Remus estava rígido como uma vara.
"Moony?" Sirius sussurrou, tão baixinho que Remus pensou que ele poderia ter
imaginado. Mas ele estava olhando para ele, um olhar estranho em seu rosto, "Você
está-"
De repente, felizmente, a porta se abriu, revelando James sorrindo para eles, Wormtail
em seu ombro.
130
Capítulo 86: Quinto Ano: Doce Dezesseis
Foi um milagre de proporções épicas que nenhum deles foi pego - e ainda mais
milagroso que sua pegadinha ocorreu sem problemas no dia seguinte, resultando em
uma manhã de folga enquanto Filch lidava com o fedor terrível. O resto das aulas
ocorreram ao ar livre, sob o sol do início da primavera, o que, para os marotos, foi
uma vitória.
Além disso, Sirius mal conseguiu conter sua alegria quando todos voltaram para suas
salas comunais naquela noite para encontrar um aviso fixado no quadro de cortiça
lembrando aos alunos que cães não estavam na lista de animais de estimação aceitos
em Hogwarts. Isso causou uma grande confusão entre o resto dos estudantes, é claro,
"Se um dos sonserinos trouxer um cachorro, quero trazer meu coelho de casa!"
Desnecessário dizer que Sirius e James estavam com o melhor dos humores.
Remus riu também, tentando mascarar seu desconforto. Sirius até agora não disse nada
sobre a meia hora naquele armário de vassouras. Remus só podia presumir que:
131
a) Sirius não viu nada fora do comum e, na verdade, Remus estava mais uma vez
pensando demais nas coisas (provavelmente), ou;
b) Sirius agora sabia tudo sobre Remus, seus desejos mais sombrios e segredos
mais profundos - e preferia não falar sobre isso porque a coisa toda era muito
embaraçosa (menos provável, mas mais assustadora).
Ele nunca foi exatamente o melhor em seguir regras, é claro. Mas até James admitiu
que neste ano Sirius parecia estar tentando quebrar algum tipo de recorde. Black
estava em detenção quase todas as noites, raramente concluía seu dever de casa
(embora pudesse fazê-lo com um braço amarrado nas costas, se quisesse) e dividia o
resto de seu tempo entre fazer travessuras e ver até onde poderia enfiar sua língua na
garganta de Mary MacDonald. Não que Mary parecesse se importar muito.
Mas não era fácil. Assim como era um alívio em estar longe da única pessoa com
quem ele não conseguia ser sensato – também era muito angustiante ficar longe da
única pessoa com quem ele não conseguia ser racional. Marlene e Lily eram adoráveis
- gentis, engraçadas, inteligentes e generosas. Mas não eram um substituto para os
marotos.
Ele até tentou passar um pouco mais de tempo conversando com Christopher -
fazendo-lhe perguntas sobre sua casa ou sobre as músicas de que gostava. Foi pior do
que ele esperava. Christopher era um bruxo puro-sangue, que não conhecia nenhuma
música trouxa e não parecia interessado em ouvir nenhuma. Além disso, ele havia
percebido seu erro em estragar a surpresa de aniversário de Remus, e não parava de se
desculpar, o que era incrivelmente irritante.
132
Remus já havia prometido a James que ficaria surpreso quando a festa fosse revelada
em sua homenagem. Ele tentou dissuadi-los, é claro - mas ele vinha implorando por
moderação desde o primeiro ano e sabia que provavelmente não conseguiria.
“Não façam um alvoroço por minha causa!” Ele disse, no jantar do dia anterior, "Lily
vai enlouquecer..."
“Convites?!”
Remus olhou para sua comida, rapidamente. Havia decidido não fazer contato visual
com Sirius nunca mais. Não seria fácil, mas era o único jeito; disso ele estava
convencido.
"Sua pequena gangue da biblioteca queria vir," James continuou, "E eles não são
todos grifinórios, então tivemos que abrir para outras casas ... então há esse grupo
estranho do sétimo ano que disse que você é uma ‘lenda total', não tenho ideia do que
se trata, você tem uma vida dupla secreta ou algo assim, Moony?
Remus encolheu os ombros. Ele ainda tinha alguns alunos pedindo cigarros, embora
ele não os vendesse mais. Normalmente não se importava em emprestar cigarros,
desde que eventualmente reembolsado.
"Bem, de qualquer maneira," James empurrou os óculos para cima do nariz, "Você
simplesmente tem fãs demais, Moony, e não podemos decepcioná-los, podemos?"
***
133
Choveu na manhã do aniversário de Remus, mas ele não se importou. Ele acordou
com uma pilha de presentes dos Potters - todos os tipos de coisas adoráveis como
doces e um bolo de aniversário feito em casa, além de um caderno com capa de couro
e uma pena que combinavam. Haviam cartões de todos - incluindo um do Professor
Ferox, o que fez Remus corar dos pés à cabeça.
No café da manhã, os marotos conduziram quase toda a escola em uma versão de 'feliz
aniversário', que acabou chegando a cinco bis antes de Remus tentar rastejar para
debaixo da mesa para escapar. Os sonserinos franziram o cenho, o rosto de pedra
impassível, e em um surto de joie de vivre de aniversário, Remus realmente mostrou a
língua para Snape.
Os marotos, então, empilharam seu prato com uma fatia de torrada para cada
cobertura disponível e entregaram seus próprios presentes. Sirius e James estavam em
suas vestes de quadribol, prontos para um treino matinal antes das aulas.
"Certo, eu tenho que ir para a biblioteca," Mary disse alegremente, saindo do colo de
Sirius, "Tenho que devolver aquele livro de Adivinhação antes que Pince mandem me
pendurarem e esquartejarem."
134
“Sessões de estudo.” Remus corrigiu, rapidamente, com cuidado para não olhar para o
casal por muito tempo.
"Ei," Sirius puxou-a para chamar a atenção dela, "Achei que você fosse se sentar nas
arquibancadas de quadribol e fazer sua lição de casa?"
"Bem, eu disse que poderia," Mary se contorceu, "mas está congelando hoje e Remus
é muito bom em explicar..."
"Ta bem." Sirius disse, com raiva, jogando o cabelo para fora e cruzando os
braços. "Faça o que quiser, não me importo."
‘’Ei, não comece com isso Sr. Black." Mary franziu a testa, "Você vai perder, isso eu
prometo."
Sirius não se moveu. O rosto de Mary ficou sombrio. "Ok." Ela respondeu, com uma
pequena batida de pé. "Eu vou te ver quando eu bem quiser então." E saiu marchando.
Todos os outros na mesa olharam ao redor sem jeito, e agora Remus não era o único
evitando o olhar de Sirius. Felizmente, Sirius estava, pela primeira vez, em sintonia
com os sentimentos dos outros e se levantou.
"Vejo você no campo." Ele murmurou para James enquanto saía do salão, robes
vermelhos balançando atrás dele.
"Bem." Marlene disse: “Mal posso esperar para ouvir sobre isso nas próximas duas
semanas. Espero que eles façam as pazes em breve.”
135
***
“A questão é,” Mary disse a Remus mais tarde naquela noite, enquanto pintava as
unhas em um tom escuro e perverso de vermelho, “Sirius e eu simplesmente temos
personalidades de fogo, sabe? Na Witch Weekly, isso significa que nosso
relacionamento tem muita paixão.”
"Eu realmente não sou muito bom em Astronomia, Chris," Remus respondeu,
tentando se concentrar em suas falas, "É melhor se você apenas ler o livro -"
136
"Olá, Lupin, posso pegar um cigarro?" Um sextanista apareceu.
“Só - todos podem ficar quietos?!” Ele disse, muito mais bruscamente do que
pretendia. Ele olhou para cima e viu todos olhando para ele, olhos ligeiramente
arregalados. "Er ... estou com dor de cabeça, vou deitar." Ele levantou.
O silêncio frio da enfermaria era tão reconfortante que Remus poderia começar a
chorar. Por mais que ele normalmente se sentisse em casa no brilho vermelho e quente
da sala comunal da Grifinória, era nos tons de cinza suaves da ala hospitalar que
Remus se sentiu pela primeira vez verdadeiramente em paz em Hogwarts. Ele ficou lá
curtindo por um momento, os olhos fechados. Se pudesse, ficaria aqui a noite toda.
"Olá, Remus querido," Madame Pomfrey sorriu, saindo de seu escritório, "Está tudo
bem?"
"Eu er ..."
137
Ah não. Ele realmente iria chorar. Ele engoliu em seco, desamparado, e levou o punho
à testa.
"Desculpe," ele engasgou, sua voz tensa e estranha enquanto lutava contra as lágrimas,
"Eu ... estou com dor de cabeça."
Ela convocou um pequeno frasco de estanho de seu escritório. Ele voou para a palma
de sua mão e ela o desarrolhou e deu a ele. “Tome dois bons goles disso - não se
preocupe, é bom e doce.” Seus olhos brilharam um pouco.
Remus engoliu a poção e sentiu toda a tensão e dor deixar seu pescoço e cabeça de
uma vez, como água lavando.
"Quero dizer ... no geral?" Ela pressionou: "Ouvi dizer que você tem acendido a vela
pelas duas pontas - passando muitas horas na biblioteca - e tem seus deveres como
monitor e sua ... bem, sua saúde."
138
“Feliz aniversário, Remus,” a medibruxa disse, enquanto se levantava para sair.
"Obrigado." Ele acenou com a cabeça, educadamente. Mas então ela fez algo muito
estranho. Ela estendeu a mão e o abraçou. Com muita força e não por muito
tempo. Foi lindo.
Ele voltou devagar e desejou ter uma capa de invisibilidade própria. Ajudaria muito se
não tivesse que lidar com Severus o seguindo, ou ter que terminar uma partida de
azarações entre dois primeiranistas ineptos. Quando ele finalmente alcançou o buraco
do retrato na Torre da Grifinória, ele realmente queria dormir cedo. Mas, claro, os
marotos tinham outros planos.
“FELIZ ANIVERSÁRIO REMUS!” A sala comunal inteira explodiu, assim que ele
apareceu.
Eles haviam feito um trabalho incrível. Haviam fitas penduradas em cada viga, retrato
e decorações - e confetes generosamente espalhados sobre todo o resto. Alunos e
amigos de Remus de todas as casas e anos sorriram de volta para ele, um bando de
fadas de verdade flutuando sobre suas cabeças. As mesas estavam repletas de
sanduíches, bolos, pastéis e salgadinhos, além de uma enorme tigela de ponche de
aparência muito suspeita.
"Meu Deus!" Ele disse, esperando estar fazendo uma boa cara de 'surpresa', "Vocês
são loucos!"
Eles riram e ansiosamente o conduziram para a sala, onde ele se viu cercado por
aplausos e tapinhas nas costas e votos de aniversário. O toca-discos começou a tocar, e
a festa de dezesseis anos de Remus começou para valer.
139
"Acho que está maior do que a festa de Sirius," disse James, entregando a Remus um
copo do ponche de aparência arroxeada, "Mas não diga a ele que eu disse isso."
“Não sei por que todas essas pessoas estão aqui ...” Remus respondeu, olhando ao
redor surpreso. Todos de cada uma de suas classes; seu grupo de estudo - algumas
pessoas com quem ele havia falado apenas algumas vezes antes.
Lily estava linda, em uma minissaia marrom e sandálias de cunha alta. Ela estava
dançando com Marlene e Mary em um pequeno grupo de três, rindo e levantando as
mãos acima da cabeça.
"Por favor, me diga que alguém confiscou sua vassoura esta noite." Remus disse para
James, que riu bem-humorado.
Ele examinou a sala em busca de Sirius, que parecia estar desaparecido. Lá estava
Peter, aninhado em uma poltrona com Desdêmona. Lá estava Christopher, tendo uma
conversa muito séria com uma garota do terceiro ano da Corvinal, ocasionalmente
erguendo os olhos para sorrir para Remus. O resto do time de quadribol da Grifinória
estava amontoado em torno do ponche, desafiando um ao outro a beber shots cada vez
mais fortes. Nada de Sirius.
"Ele está deprimido em algum lugar, por causa de Mary." Ele explicou: “Eu disse que
se ele não fosse se animar, era melhor não descer e acabar com a animação de todo
mundo. Eu levei alguns drinques para ele, mas não está funcionando.”
140
"Oh, certo. Ainda não fizeram as pazes, então?” Remus observou Mary, ainda
dançando, chamando a atenção de quase todos os garotos no salão.
“Parece que não. Achei que se eu fosse mais firme talvez ajudasse, mas não sou tão
bom nisso quanto você. Então ele está emburrado. Mas não ligue para ele, Moony,
aproveite sua festa! "
Ele tentou. O bolo que a Sra. Potter mandou era glorioso - chocolate saboroso com
glacê branco e granulado colorido. As velas foram encantadas para queimar a noite
toda sem pingar cera, e só se apagaram por alguns instantes depois que Remus as
soprou. Ele não dançou, embora Marlene e Lily tenham tentado arrastá-lo algumas
vezes, mas ele se misturou, agradecendo as pessoas por terem vindo e tendo uma boa
conversa com os alunos do sétimo ano sobre quais NIEMs fazer.
“Você deveria ser professor.” Um deles disse, o que Remus achou muito gentil, mas
completamente insano.
Devia ser quase meia-noite quando ele deu um tapinha no bolso de trás em busca do
maço de cigarros e descobriu que haviam sumido. Suspirando, ele pensou em deixar
pra lá - mas ele tinha bebido o suficiente agora, e realmente queria fumar mais do que
qualquer coisa. Ainda havia uma caixa no fundo de seu baú, se Sirius não os tivesse
roubado. Ele decidiu ir e olhar.
Remus olhou por cima do ombro de James para ver um Sirius carrancudo seguindo-o
escada abaixo.
141
"Péssimo hábito." James disse com um sorriso torto. Ele olhou por cima do ombro,
"Vamos então, Black."
"Só um segundo," Sirius disse, olhando para Remus, "Eu só quero dizer feliz
aniversário para Moony."
"Tudo bem, mas se apresse." James disse, balbuciando, "Remus, diga a ele para
engolir seu orgulho estúpido e maldito, descer lá e beijar Mary, hein?"
“Ok, Prongs.”
James empurrou a porta e, por alguns segundos, luz e ruído invadiram a escada, antes
de silenciar novamente quando ele a fechou atrás de si. Sirius e Remus estavam
sozinhos.
"Valeu," Remus sorriu, tão casualmente quanto pôde. "Você er ... você está bem?"
"Sim, tá tudo bem." Sirius disse, embora fosse claramente uma mentira. Ele estava
brincando com um copo vazio. "Desculpe se eu estraguei sua festa."
"Que bom."
Silêncio. Sirius olhou para baixo e depois para Remus novamente. "James acha que
preciso ir e fazer as pazes com Mary."
"Você acha?"
142
Sirius deu de ombros, olhando para Remus novamente, os olhos azuis escuros,
salpicados de prata gélida e afiada. Seus lábios estavam brilhantes e vermelhos de
tanto beber, e ele tinha aquele olhar ligeiramente petulante que tinha quando não
estava sorrindo. Remus quase quis desviar o olhar, ele era tão lindo. Não poderia estar
certo, olhando um para o outro assim. Não poderia terminar bem.
“Então vai lá e beija ela, seu idiota.” Remus disse, apressado, tentando dar um passo
para trás, mas batendo contra a parede atrás dele. Realmente era uma escada
estupidamente estreita – era uma situação muito parecida com o armário de vassouras.
"Eu vou," Sirius disse, mordendo o lábio levemente. Oh Deus, Remus pensou. "Eu
vou em um minuto."
Sirius acenou com a cabeça, olhando para ele novamente, aquele olhar avançado e
conhecedor.
Ele pode nunca saber o que aconteceu com ele naquele momento. Era tudo demais e
ele agarrou a nuca do outro garoto e o puxou para frente, pressionando seus lábios
com força contra os de Sirius. Foi assustador - e incrível. Ainda mais quando Sirius
começou a beijá-lo de volta, abrindo os lábios e permitindo que Remus deslizasse sua
língua dentro. Foi tudo ao mesmo tempo surpreendente, incrível e familiar. Ele não
143
conseguia pensar – era como se todos os neurotransmissores em seu cérebro tivessem
entrado em curto-circuito ao mesmo tempo, estalando e chiando; enviando
faíscas. Sim, foi o único pensamento coerente que ele teve; sim sim sim sim.
Sirius desapareceu de volta para a festa e Remus exalou profundamente, sentindo que
poderia afundar no chão. Ele passou os dedos pelos cabelos e limpou a boca. Ele
esfregou os olhos e lutou contra a vontade de socar a parede. Ele estava de
brincadeira?! Sirius pensaria que estava completamente louco - ou pior. Nunca havia
feito nada parecido antes. Talvez ele estivesse louco.
Tinha que pedir desculpas. Tinha que consertar, antes que Sirius contasse a James -
antes que todos soubessem.
Ele a empurrou contra a lareira de mármore, e parecia que ela estava empurrando
contra ele com igual ferocidade, seus corpos pressionados juntos, cabeças
balançando. Os braços dela estavam pendurados ao redor do pescoço dele, os dedos
finos e escuros enrolando em seu cabelo. Todos aplaudiram e gritaram alegremente.
Remus girou nos calcanhares e marchou direto de volta para a torre. Ele ignorou
James e Peter, que planejavam ir para a cozinha em busca de mais
144
suprimentos. Apenas balançou a cabeça, mudo, e continuou subindo as escadas para o
quarto. Ele fechou as cortinas em volta da cama e se deitou, sentindo-se estranho.
Ele cobriu o rosto com os braços e pensou nos dois juntos. Ele pensou nos olhos de
Sirius e na curva dos quadris de Mary até cair em um sono profundo.
145
Capítulo 86.2: Sirius, 1976
"Qual é, cara, é o aniversário do Moony. É só descer e pedir desculpas pra ela, aí todo
mundo fica de boa e a gente aproveita a festa." Disse James. "De qualquer jeito, é uma
briga boba."
"Sim, eu sei." Sirius resmungou. James era sempre tão legal, mesmo quando Sirius
estava sendo infantil. Mary nunca deixava que saísse impune quando agia desse jeito,
o que o irritava ainda mais. Ele sabia que estava errado, de qualquer maneira.
"Então você vai descer?" James disse, levantando-se da cama e indo em direção à
porta.
"Acho que vou ..." Sirius odiava perder uma festa, mas estava se sentindo bem
estúpido por ter exagerado na briga. Ele nem esteve lá para a "surpresa”, que era sua
parte favorita, e tinha sido ele quem dera a ideia em primeiro lugar. Melhor compensar
Moony de alguma maneira.
"Vamos, Pads," James o persuadiu a sair da porta, "Eu não vou trazer mais nenhuma
bebida aqui."
"Bom garoto", James deu um tapinha nas costas dele, então se dirigiu para as escadas.
No meio da passagem escura, eles encontraram Remus. James foi em frente, mas
Sirius aproveitou a oportunidade para se desculpar em particular. Era tão difícil
encontrar Moony sozinho ultimamente; ele havia se tornado tão popular.
Sirius sentia um pouco de falta dele. Costumava sentir como se Remus pertencesse a
ele, de certa forma – não de um jeito possessivo e esquisito – mas ele sentia que tinha
146
a confiança de Remus, pelo menos. Este ano, Moony havia se afastado um pouco e
Sirius não tinha certeza se tinha feito alguma coisa.
Ele desceu um pouco as escadas, para que eles ficassem cara a cara, e Remus pudesse
ver que Sirius realmente lamentava o que aconteceu.
"Valeu," Remus sorriu para ele. Sirius se perguntou o quão bêbado ele estava - Moony
conseguia virar copos como se fossem água, enquanto o próprio Sirius era meio fraco
para bebida. "Você er... você está bem?"
Só ele mesmo para ser gentil, e pensar primeiro nos outros. Mesmo que fosse seu
maldito aniversário. O sentimento de culpa ameaçou dominar Sirius.
"Sim, tá tudo bem." Ele disse, sinceramente. "Desculpe se eu estraguei sua festa."
"Que bom."
A frase pairou no ar por um tempo. Sirius olhou para baixo e depois para Remus
novamente. Por que as coisas estavam tão estranhas entre os dois ultimamente? Os
dois costumavam se dar tão bem quanto ele e James, mas algo mudou, e Sirius ainda
não conseguia entender o que era.
Remus colocara uma distância estranha entre eles, tão silenciosa e tão imóvel que
parecia praticamente física. Isso o deixava inquieto e agitado, como se estivesse
perdendo algo que queria. Embora, talvez, fosse apenas a briga com Mary.
"É provavelmente uma boa ideia." Remus sempre dizia a coisa certa; você podia
confiar em Moony. Ele nem sempre seria gentil sobre, como James, mas, de alguma
147
forma, Sirius não se importava em tomar um sermão de Moony – ele parecia saber
muito mais sobre o mundo.
"Você acha?"
Exato - Moony era tão bom em resumir um problema aos seus componentes mais
simples. Se você gosta de alguém, você se desculpa quando a chateia. Obviamente.
Se fosse esse o caso, Sirius gostaria que Remus confiasse nele - ele sabia uma coisa ou
duas sobre garotas, afinal. Ele poderia ajudar. Um arrepio de excitação percorreu seu
corpo ao pensar nisso - ser o único que pudesse ajudar Moony.
"Eu gosto da Mary." Ele disse, inclinando-se ansiosamente. Remus tinha bebido um
pouco, talvez ele relaxasse e se abrisse se Sirius apenas dissesse as coisas certas.
“Então vai lá e beije ela, seu idiota.” Remus respondeu. Sempre com óbvia
simplicidade.
Sirius não tinha ideia do por que Remus era tímido com garotas, todo seu maldito jeito
era tão charmoso.
"Eu vou," Sirius disse, "Eu vou em um minuto." Decidiu ir em frente - resolver isso de
uma vez por todas. "Você já beijou alguém, Remus?" Ele perguntou, casualmente.
148
"Não, você sabe que não." Remus revirou os olhos.
Ah há, Sirius pensou, ele estava tentando agir como se estivesse desinteressado, mas
claramente havia algo acontecendo.
"Não é tão assustador quanto você pensa." Sirius disse, tentando ser encorajador.
O ar ficou mais espesso e Remus o agarrou, puxando seus corpos juntos, e ah porra,
eles estavam se beijando! Moony o estava beijando, e ... parecia fazer sentido. Como
se estivesse destinado a acontecer. Era como se ele estivesse esperando por isso; mas
simplesmente não sabia ainda.
Estava tudo tão bom, e Sirius se inclinou ansiosamente, sem poder para resistir. Ele
colocou as mãos nos quadris de Remus, porque era isso que sempre fazia quando
estava beijando Mary, e então ... "Toujours pur, Sirius!" um grito terrível soou dentro
de sua cabeça, e ele se afastou imediatamente, horrorizado.
Remus piscou para ele, parecendo tão chocado quanto, e foi isso, o feitiço havia sido
quebrado. Ambos resmungaram algo sem sentido um para o outro e partiram em
direções opostas. Sirius desceu para a festa, sentindo-se quente, confuso e
envergonhado.
"Aí está você!" Ela disse, com as mãos na cintura. Merlin, ela era deslumbrante. Uma
visão em lantejoulas douradas e turquesa, o vestido tão justo que exibia todas as belas
curvas.
149
“Aqui estou eu,” ele murmurou em resposta, momentaneamente encantado.
"Potter disse que você tinha algo para me falar?" Ela ergueu as sobrancelhas em
expectativa.
"Esse é meu garoto ", ela sussurrou timidamente, puxando-o para um beijo,
acariciando seu cabelo suavemente.
Ele a beijou de volta, com força, e forçou todo o resto para o fundo de sua mente.
150
Capítulo 87 : Quinto ano: Manhã Seguinte
Olá, Grant.
E aí, Remus.
Como eu vou? Como vai você, bobinho; é você quem está tendo uma conversa
imaginária comigo.
Você é real, eu só não consigo falar com você na vida real. Eu nem sei onde você está.
Eu beijei Sirius.
Puta merda.
Como eu deveria saber? Eu não disse para você não fazer isso?
Sim...
151
Remus desistiu naquele momento. Mesmo acordado, continuou deitado na cama desde
– pelo menos - cinco da manhã, alternando entre entrar em pânico e explodir de
alegria. Ele tinha que estar louco. Maluco. Sem juízo. Completamente perdido. Ele
pensou que falar com outra pessoa poderia ajudar - mas com quem ele poderia falar
tão cedo? Especialmente quando se tratava de um segredo que poderia muito bem
fazer com que fosse expulso, pelo que Remus sabia.
Incapaz de encontrar uma solução conversando com uma pessoa imaginária (ou pelo
menos uma versão imaginária de uma pessoa real), ele voltou à sua diversão anterior,
que era um pouco menos construtiva - tentando reviver os três minutos da noite
anterior, quando estava na escada com Sirius, sem reviver a parte em que os dois
fugiram um do outro.
Estava arrependido? Era muito cedo para saber. Por um lado, Remus podia muito bem
ter arruinado a melhor amizade que tinha – ou teve. Por outro lado, foi um beijo bom
pra cacete.
Na experiência limitada de Remus, fazia sentido pensar que, mesmo se você gostasse
insanamente de alguém, isso não significava que, quando finalmente se beijassem,
seria tão bom quanto imaginava. E Remus sabia que, às vezes, tinha uma imaginação
muito vívida - mas Sirius era Sirius. Não havia nada decepcionante sobre isso. Na
verdade, tinha sido perfeito.
Então, os fatos:
152
b. Sirius Black não lhe deu soco imediatamente.
c. Sirius Black tinha beijado Remus Lupin de volta (apesar do que Grant imaginário
tinha a dizer)
Remus saiu da cama, não adiantava ficar deitado, virando de um lado para o outro. Ele
tinha que sair da torre. A cama de Sirius estava vazia à sua esquerda. Se ele não estava
lá, provavelmente estava na sala comunal. Por precaução, Remus pegou a capa de
James.
Ele era bom em ficar quieto e se mover sem fazer barulho, mas não precisava se
preocupar. Sirius estava morto para o mundo - deitado no sofá, a cabeça jogada para
trás, a linha perfeita de sua mandíbula exposta. Mary estava enrolada contra seu peito,
uma colcha de retalhos jogada sobre os dois. Remus passou correndo, querendo ir para
o mais longe possível.
O banheiro dos monitores era provavelmente uma das partes mais estranhas do
castelo. Remus pensou que os alunos mais velhos estavam zoando com a cara dele
quando, no trem em setembro, lhe deram a senha. Ele fora uma vez, apenas uma vez,
no primeiro semestre, mas não havia conseguido nem ao menos pensar em realmente
remover todas as suas roupas em uma sala tão grande e aberta. E se alguém entrasse?
No entanto, naquela manhã em particular, era o único lugar em que ele tinha certeza
de que não seria encontrado - mesmo que os marotos decidissem usar o mapa; eles não
poderiam vir e encontrá-lo sem a senha.
153
Ele chegou ao quarto andar e sussurrou “completamente limpo” na entrada antes de
entrar. Ninguém estava lá; era muito cedo. Ele sempre se perguntava se havia algum
tipo de mecanismo para impedir que alguém entrasse enquanto você estava no banho -
ele não tinha visto nenhuma evidência disso e optar pela opção mais segura.
Tirando a roupa e ficando apenas de boxer e regata, Remus abriu a torneira e bombeou
um monte de bolhas na banheira do tamanho de uma piscina olímpica antes de
deslizar para dentro, ainda de cueca. O banheiro era um dos cômodos mais bonitos do
castelo, Remus reconheceu. Tudo era mármore branco limpo e torneiras douradas
cintilantes. Os vitrais retratavam uma série de lindas criaturas marinhas
cintilantes. Um cheiro adorável de tangerina estava subindo dos grandes montes de
espuma branca, e Remus finalmente começou a relaxar.
Ele nunca aprendera a nadar - os meninos de St. Edmund tinham aulas gratuitas nas
piscinas locais, mas a Diretora não o deixava ir. Ele não se importou - não queria que
os outros meninos vissem suas cicatrizes. Mas agora que estava mais velho, pensou
que gostaria de aprender. Sirius uma vez havia falado sobre férias em família no sul da
França, onde o mar era quente o suficiente para se banhar. Remus não conseguia
imaginar isso. O único mar que ele já havia visto foi em Southend - e uma vez em
Margate. Era muito frio, de uma cor verde-acinzentada suja. Não o azul cristal que
Sirius havia descrito.
Ainda assim, Remus sabia flutuar. Ele se deitou de costas e olhou para o teto abobado.
Se divertindo?
Na verdade, não.
Então, se ele retribuiu o beijo e depois saiu correndo e beijou Mary, onde isso deixa
as coisas?
Eu não sei, não é?! É por isso que você deveria me ajudar a descobrir!
154
Você não diz isso. Sirius diz isso.
Talvez.
Remus sabia, no fundo, que não tinha nada a ver com como ele fez. E sim, o fato de
ele ter feito.
Ele sabia - mas não estava pronto para lidar com isso ainda. Nem mesmo com uma
pessoa imaginária. Se fosse ser totalmente sincero, Remus sabia que Sirius tinha todo
o direito de fugir - ficar chocado, confuso ou até assustado. E havia um tipo louco de
lógica Sirius Black, por trás de beijar a primeira garota que ele conseguiu encontrar,
logo depois de algo assim.
Mais uma vez, Remus foi confrontado com a imagem de Sirius pressionando Mary
contra a lareira, aquelas mãos na cintura dela que estiveram na cintura dele apenas
momentos antes ... e, involuntariamente, esqueceu-se de se manter flutuando.
155
"Remus, é você?!" A voz de uma garota ecoou pelo chão do banheiro.
Ele lutou para tirar o cabelo do rosto, piscando, e identificou o contorno borrado de
Lily Evans em um roupão acolchoado rosa. Remus esfregou os olhos com força, seus
pés encontrando o chão, e desengasgou,
"Oi, Lily."
“Perdi o equilíbrio.”
“Eu não posso acreditar que você me ganhou no banho, pensei que seria a primeira a
acordar. Estou com uma dor de cabeça terrível.” Lily esfregou a testa com uma
expressão de dor.
Remus se moveu para o lado e se levantou da água quente com alguma relutância. Se
sentiu bobo e infantil, pedindo a ela para não olhar - James ou Sirius provavelmente
não se importariam. Pegando uma toalha, a enrolou em torno de si mesmo, sobre os
ombros, ao invés de em volta da cintura. Isso não era exatamente viril, mas ele não
precisava de Evans lhe questionando sobre suas cicatrizes além de todo o resto.
Ele ouviu Lily abrir as torneiras novamente, e um cheiro doce de lavanda encheu a
sala enquanto ele se secava e colocava o uniforme.
"Então, para onde você foi na noite passada?" Lily chamou, acima do barulho da água
corrente, “A festa deve ter ido até, pelo menos, umas duas da mnhã. Potter estava tão
bêbado."
156
"Devo ter ficado um pouco bêbado," Remus respondeu, "Fui para a cama à meia-
noite."
Lily estava balançando na outra extremidade da piscina, seu cabelo ruivo preso no
topo de sua cabeça, rodeada por um mar de espuma roxa. Ela sorriu para ele.
“Claro,” ela riu e brincou, “Onde mais iria? Oh, você viu aquele aviso na sala
comunal? "
"Não", ele balançou a cabeça. Ele não tinha olhado para nada além de Sirius na sala
comunal.
‘’A data das reuniões sobre carreiras com McGonagall - meados de abril.”
Foi um alívio sair do banheiro quente e, em vez da biblioteca, Remus decidiu sair um
pouco. Para as estufas e ao redor, talvez. Às vezes haviam alguns lufanos por lá
vendendo maconha e, embora fosse dia de semana e ainda não tivesse tomado café da
manhã, parecia uma ideia muito boa.
Como assim?
157
Perdido? Confuso?
Normal.
Isso é uma maldita duma’ mentira e você sabe disso. Querer transar é a única coisa
normal em você.
Justo.
...Sim.
...Sim…
A questão é - por que diabos você esperaria que Sirius agisse como você?
Esse foi o primeiro conselho útil que o Grant imaginário deu, e Remus se agarrou a
ele. Sirius faria o que Sirius precisava fazer. Não cabia a Remus decidir. Se
parabenizou por ser muito maduro em relação a tudo isso. Afinal, ele pensou, pelo
menos está feito agora. Pelo menos sabia como era. Seria possível sobreviver para
sempre, ele se perguntou, com um beijo?
Felizmente, haviam, de fato, três lufanos sentados na grama atrás das estufas, duas
meninas e um menino. Sorriam para ele daquele jeito amistoso e estúpido que dizia
que haviam começado cedo. Com palavras lentas e gentis, o parabenizaram pela
excelente festa. Ele se sentou com eles até que não pudesse mais ignorar suas pontadas
de fome, e cambaleou de volta ao castelo tonto para o café da manhã.
"Aqui está ele!" James gritou, enquanto Remus tomava seu lugar à mesa.
158
Peter, que tinha a cabeça entre as mãos e parecia um pouco verde, gemeu,
"Ah, coma seus ovos, você se sentirá melhor." James sorriu. Remus empilhou seu
próprio prato com dois ovos fritos, duas salsichas, uma pilha de feijão cozido, três
fatias de torrada, duas fatias de tomate frito e três fatias de bacon. Se sentia muito
calmo e confortável agora. Poderia dizer a si mesmo que tinha sido o banho. Mas
obviamente não fora.
"Não sei dizer se você está de ressaca ou se é apenas aquele seu metabolismo
incrível." Marlene fez uma careta para o prato dele.
“E mais alguma coisa,” James balançou o dedo, “Já esteve nas estufas, Moony? É
assim que você deseja entrar no seu décimo sexto ano?”
Sirius estava lá, é claro, mas ele não havia dito nada ainda. Ele estava apoiando a
cabeça sonolentamente em um cotovelo, segurando uma grande caneca de chá com
leite. Remus o encarou intensamente, desejando que ele olhasse para cima, mas ele
não o fez. Mary não estava em lugar nenhum.
"McDonald está sendo uma covarde", explicou Marlene, "fingindo que está doente,
embora todo mundo viu ela tomando uma garrafa inteira de Cerveja da Bruxa
sozinha."
"Estamos todos nos sentindo mal, no entanto," disse Marlene, "Evans vomitou por,
pelo menos, uma hora antes de dormir."
159
"Ela está bem?!" James perguntou, escandalizado.
"No banheiro, hein?" James ergueu uma sobrancelha. "Você tem que parar com seus
modos mulherengos, Remus, dê uma chance ao resto de nós."
"Ah sim, esse sou eu," Remus bufou, "O Casanova da Torre da Grifinória ..."
Ele só disse isso para fazer James rir, mas a cabeça de Sirius finalmente se ergueu,
seus olhos pousaram nele. Havia uma carranca quase imperceptível, franzindo sua
testa. Ele olhou para Remus como se ele fosse um encantamento que ainda não sabia
como pronunciar. Remus olhou de volta, firmemente, permitindo seu julgamento - ele
permitiria qualquer coisa a Sirius. Mais um momento e tudo acabou. Sirius desviou o
olhar, sem dizer nada.
160
Capítulo 88: Impasse
So messed up, I want you here Tão confuso, eu quero você aqui
And I'll lay right down in my favourite place E eu vou deitar no meu lugar favorito
And now I want to be your dog E agora eu quero ser seu cachorro
No momento em que a próxima lua cheia chegou, ficou claro que Remus e Sirius
haviam chegado a um impasse. Remus tentou ser indireto – alcançar o olhar do outro
durante as refeições, ou nas raras noites em que estavam todos juntos. Tentou ficar
para trás no dormitório para ver se Sirius ficaria para trás também. Mas sem sorte. Os
olhos de Sirius nunca encontravam os dele, e ele era sempre o primeiro a sair de uma
sala em que Remus estava dentro.
Sem realmente emboscar Sirius em algum lugar (o que ele se recusava a fazer),
Remus estava ficando sem opções. O pedido de outro telefonema para Grant foi
devolvido, com uma nota na letra da Diretora, pura e brutalmente clara, no
161
envelope. 'Destinatário não é mais conhecido neste endereço'. Ele estava
completamente sozinho.
Uma vez, Remus achou que estava perto de alcançar Sirius. Eles estavam saindo de
Feitiços, e James parou para falar com o Professor Flitwick, e Peter foi ao banheiro,
então Remus e Sirius se encontraram esperando sozinhos em um corredor
movimentado. Ele aproveitou a chance, dizendo baixinho,
"Sim, estávamos todos tão bêbados, né?!" Sirius riu alto - alto o suficiente para as
pessoas se virarem e olharem. "Loucos. Mal consigo me lembrar da metade!”
Era uma completa mentira, ambos sabiam disso. Mas era um daqueles terríveis casos
em que nenhum dos dois deveria reconhecer a mentira; apenas continuar caminhando
sobre ela. Você não pode empurrar Sirius mais longe do que ele estava disposto a ir. E
ele claramente não estava disposto a ir ... lá.
Então, é claro, havia Mary. Se Sirius quisesse Remus da mesma forma Remus queria
Sirius, então certamente a coisa com Mary teria terminado. Mas não, Remus teria que
aceitar o fato de que não era 'a coisa com Mary'; era o relacionamento de seu melhor
amigo, e não iria a lugar nenhum tão cedo. Ela estava em todo lugar que ele estava e,
mais frequentemente que nunca, em seu colo.
Durante esse tempo, Remus flertou brevemente com a ideia de legilimência. Ser capaz
de ler a mente de Sirius ajudaria muito. Ele logo desistiu, achando muito mais difícil
do que qualquer outra coisa que já tivesse tentado. Além disso, com seu cronograma
de revisão agora em pleno andamento, ele tinha muito pouco espaço em sua cabeça
para novos feitiços.
Agora, na noite de lua cheia, Remus estava sentado sozinho na Casa dos Gritos,
esperando seus amigos chegarem e não tendo certeza se seriam dois ou três. Estava
162
ficando um pouco paranoico, na verdade, mas não era culpa de Sirius. Em uma
tentativa de escapismo, Remus estava passando mais e mais tempo nas estufas,
espairecendo e se enchendo de fumaça verde. Não era o ideal. Mas era melhor do que
beber, ele supôs. Melhor do que conseguir detenções por pegadinhas estúpidas.
Naquele dia em particular, ele havia fumado com o intuito de acalmar seus nervos em
torno da lua - e para ver se isso tinha algum efeito nas dores da
transformação. Embora só Deus soubesse como seria um lobisomem chapado.
Uma dor aguda queimou suas omoplatas e ele engasgou de surpresa. Bem, esse
experimentou já estava desaprovado então.
“Boa noite, Moony,” a porta se abriu e James colocou a cabeça para dentro.
James se transformou rapidamente e foi seguido para dentro do quarto por um grande
rato marrom e um cachorro preto. Remus fechou os olhos, aliviado.
A noite de lua cheia não foi diferente de qualquer outra que eles tiveram até
agora. Como animais, eles eram menos conscientes, ou talvez apenas menos
preocupados com seus problemas mais humanos. O lobo só queria correr e caçar, rolar
na vegetação rasteira, perseguir o preto e lutar contra o grande.
Na manhã seguinte, ele se sentiu renovado, revigorado – ou, pelo menos, se sentiria,
se não fosse pela agonia esmagadora de ossos retornando aos seus devidos lugares,
enquanto voltava à forma humana. Algumas coisas nunca mudam. Os marotos saíram
sorrateiramente, apenas vinte minutos ou mais antes de Madame Pomfrey aparecer
para levar Remus de volta à escola. Na ala hospitalar, ela lhe deu sua poção para sono
profundo de costume e ele só abriu os olhos bem depois do meio-dia. Isso sempre
seria um problema, ele percebeu recentemente. Não importava o quanto suas
transformações tenham melhorado, ele ainda perdia muito tempo.
163
Ele já havia verificado e descobriu que a lua cheia de maio não coincidia com nenhum
exame. Isso parecia muito estranho para ele, até que percebeu que devia ter sido
orquestrado dessa forma, por Dumbledore ou McGonagall. O que achou um pouco
embaraçoso. Eles não sabiam que ele já tinha assistido às aulas com o sangue fervendo
e os músculos doendo? Que ele havia terminado as redações depois de ficar acordado
por dois dias, com a cabeça latejando e tão cansado que só a adrenalina o mantinha em
pé? E ele, ainda sim, havia ultrapassado metade da classe. Remus
podia fazer isso. Eles apenas tinham que deixá-lo. Como ele conseguiria um emprego
depois da escola, se não conseguisse acompanhar?
Quando Remus abriu os olhos por volta das quatro horas, ficou muito surpreso ao ver
Sirius ali. sozinho.
"Bom dia", ele sorriu, suavemente, um traço de ansiedade ainda presente em suas
feições. Isso pode não ser por causa de Remus - Sirius costumava estar ansioso,
ultimamente. Se Snape era a sombra malévola de Remus, então Regulus era de
Sirius. Parecia que, mesmo que deixasse tudo sobre a Família Black para trás - menos
no nome - ele nunca estaria realmente livre do senso de obrigação. Ou da culpa. Esse
poderia ser o caso com todas as famílias, Remus refletiu. Ele não saberia dizer.
"Bom dia", ele acenou de volta, puxando-se para cima. "A noite foi boa, não foi?"
"Eles gostam."
164
"Estamos bem, não estamos, Moony?" Sua voz era baixa.
"Tudo bem." Sirius parecia aliviado e Remus estava feliz por ter dito a coisa
certa. Mas seu rosto parecia ter ficado preocupado novamente. "Tem ... tem a Mary
agora, também."
"Mary." Remus repetiu.
"Não, tudo bem. Assim que a Madame Pomfrey voltar, ela provavelmente vai me
deixar sair. Eu vou ... te ver esta noite? "
"Sim, claro," Sirius sorriu, parecendo mais confortável do que havia estado nas
últimas semanas. Nós nos entendemos agora. "Vejo você no jantar, cara." Ele disse
essa última palavra com uma masculinidade excessivamente brincalhona, que não era
nada habitual dele. Remus ficou surpreso por não ter recebido um soco no braço ou ter
seu cabelo bagunçado.
***
165
O grupo de estudo de Remus dobrou de tamanho, até que ele teve que separá-los por
assuntos diferentes para cada dia da semana. A maioria das sessões consistia em
examinar provas escritas de anos anteriores, compartilhar suas respostas e apontar
trechos importantes de seus vários livros didáticos. Remus sentiu que estava
aprendendo tanto quanto ensinava - e estava gostando muito.
"Por que você não está na Corvinal?" Christopher perguntou um dia, enquanto ajudava
Remus a arrumar a sala de aula disponível, na qual eles praticavam levitação. Estava
uma bagunça.
“Meu pai foi da corvinal, na verdade,” Remus sorriu suavemente. Isso não doia tanto
quanto antes. Haviam coisas mais importantes. "E o chapéu mencionou isso na minha
seleção, mas ... não era para ser."
"Parece que você teria se dado melhor lá." Christopher disse, consertando um tinteiro
quebrado e limpando a poça negra embaixo.
"Talvez," Remus deu de ombros, "Se você me conhecesse, não pensaria assim."
Eles terminaram o trabalho e Remus olhou para o relógio. "Merda, eu tenho que ir ...
desculpe, Chris, você ficará bem voltando para a Torre?"
“Privilégio puro-sangue,” Christopher disse, fazendo uma careta, “Eu não sou
incomodado. Aonde você vai?”
Ele teve que correr para chegar a tempo à ala hospitalar. Madame Pomfrey o
repreendeu levemente,
“Nenhum exercício físico em luas cheias!” Ela disse, fechando sua capa "Você vai
ficar agitado, e tivemos um ano tão bom."
166
“Eu vou ficar bem,” ele acenou com a mão, um pouco casualmente demais. Talvez
devesse pedir a Prongs para arranhá-lo um pouco, para que ela não suspeitasse. De
jeito nenhum Prongs faria isso, no entanto.
Eles começaram a caminhar juntos para o terreno, uma viagem tão familiar que, agora,
podia faze-la enquanto dormia. “Eu poderia fazer isso sozinho, agora”, disse ele, em
tom de conversa, “Eu sei como tudo funciona bem o suficiente. Você só precisaria me
pegar de manhã. "
“Oh. Claro." Ele tentou não parecer ingrato. Claro, isso era uma preocupação - que ele
pudesse esquecer ou se atrasar. Então o que? Seria muito pior do que isso, ele pensou,
quando fizesse dezessete anos e tivesse que se registrar no ministério.
“Oh, nada,” ela colocou a mão peito, “Eu ... eu vi um rato. Coisas horríveis. Desculpe,
querido, gostaria que pudéssemos encontrar um lugar melhor para você ...”
"... Desculpe, Moony," a voz de Peter veio de cima. "Eu deveria estar vigiando ..."
Ele desceu a escada, seguido por Sirius e James, que estavam bocejando, e parecia que
haviam acabado de acordar.
167
"Estamos dormindo desde a última aula", explicou James, "Então, dormiremos mais
uma ou duas horas pela manhã ... e na hora do almoço, se pudermos."
"Qualquer coisa pelo nosso Moony." Sirius disse, segurando seu olhar por alguns
segundos antes de deixá-lo cair, desviando e esfregando o braço. Isso satisfez Remus,
embora ele soubesse que deveria se sentir culpado. Não sabia por que sentia tanto
prazer em assistir Sirius envergonhado.
"Chegamos cedo," Peter disse, sentando na pequena cama de Remus, "Não chegamos,
Remus?"
"Sim, acho que sim", ele se espreguiçou um pouco, para ter uma ideia de suas várias
dores e pontadas, "Sim, ainda falta um tempo."
"Dizer?"
"Oh, certo," Sirius reprimiu outro bocejo, seus olhos lacrimejando de cansaço. “Ugh,
eu não sei. Não gosto muito da ideia de um emprego. Papai queria que eu entrasse pra
política, então acho... que não vai ser isso.’’
168
“Minha mãe diz que é uma hora ruim para entrar no ministério”, disse Peter,
pensativo. “Mas Dezzie acha que é o melhor momento - quando a guerra acabar,
estaremos lá para reconstruir em primeira mão.”
“Ah, qual é Potter, não me diga que você já não tem tudo
planejado. Puddlemere? Holyhead? The Cannons? Quem mostrou mais interesse até
agora?”
“Na verdade,” James ergueu a cabeça de uma forma muito digna, “Se você quer
saber, todos eles perguntaram sobre mim, de acordo com McGonagall. Mas estou
recusando - por enquanto, pelo menos.”
“Bem,” James parecia estranhamente nervoso com isso, “A guerra não vai acabar a
menos que as pessoas a lutem. Mamãe e papai estão trabalhando tanto e ... bem, que
tipo de filho eu seria se não ajudasse? Dumbledore precisa de tantas pessoas quanto
puder. Além disso,” ele riu, trêmulo, “Se Wormy quer um emprego no ministério, é
melhor ter certeza de que o ministério ainda estará de pé, não é?”
"Então ... quando você falar com McGonagall, você dirá ..."
169
“Que o quadribol pode esperar? Que eu quero fazer tudo que puder para ter certeza de
que o mundo mágico seja seguro para todos, não apenas para os puro-sangue? Sim,
exatamente isso.” James terminou, simplesmente, olhando para suas mãos.
“O que mais eu vou fazer? Me aposentar com a herança do meu tio e deixar você ter
toda a diversão? Até parece."
"Eu também!" Peter disse de repente, ansioso para ser incluído, "Eu posso ajudar!"
"Claro que você pode", James sorriu, "Você é um maroto, essa é basicamente a
melhor qualificação que você pode ter."
A última coisa que Remus viu claramente foram seus três amigos, parados juntos,
pensando sobre o futuro deles.
170
Capítulo 89 : Quinto ano: A Semana
Anterior
“Boa tarde, Sr. Lupin,” a Professora McGonagall sorriu quando ele entrou em seu
escritório.
“Eu tenho muita fé em você,” ela sorriu - McGonagall apenas abria um sorriso quando
sentia que a situação merecia. Por esse motivo, Remus sorriu de volta.
“Não o tempo todo,” ele murmurou, pensando naqueles meses perdidos no primeiro
ano.
171
“Uma qualidade admirável, Sr. Lupin.”
"Então", disse ela, rapidamente, "com todas essas coisas boas em mente, você já
pensou em uma carreira para seguir depois de concluir sua educação?"
"E ... quero dizer, não sei muito sobre isso, não tanto quanto deveria, talvez, mas ... a
guerra ..."
“Bem ... pessoas - bruxos - eles não querem empregar alguém como eu, com meus
problemas, então eu pensei -”
“Não podemos nos submeter a baixas expectativas dos outros sobre nós, Lupin. Você
fez grandes coisas em Hogwarts e não tenho dúvidas de que é capaz de coisas ainda
maiores.”
"Talvez", ele deu de ombros, "mas não terei a chance a menos que ... a menos que eu
me envolva, suponho."
"Sim."
172
"Sr. Lupin." A sobrancelha de McGonagall franziu. Ela parecia cansada, como se
tivesse trabalhado em um problema difícil o dia todo, "Você sabe que já falei com o
Sr. Black sobre seus próprios planos."
"Sim." Remus não tinha certeza do que isso tinha a ver com qualquer coisa.
"E tenho certeza de que você pode imaginar exatamente quais são os planos do Sr.
Black."
Ele não precisava adivinhar. Todos eles haviam discutido isso na noite anterior, todos
os quatro sentados na cama de James.
James sempre foi o chefe do grupo - o líder. Sua bondade inata, sua confiança e sua
personalidade fácil garantiram isso desde seu primeiro encontro no Expresso de
Hogwarts. Mas agora, para Remus, pelo menos, ele parecia ter assumido uma nova
dimensão de heroísmo sábio em sua decisão de se juntar a Dumbledore e se colocar
contra Voldemort.
Se James estava fazendo isso, então todos tinham certeza de que era a coisa certa a se
fazer. Sirius havia falado longamente, e com alguma emoção, sobre seu próprio desejo
de vencê-los. Remus teve a impressão de que Sirius não via a guerra como política, e
sim como algo extremamente pessoal. Voldemort poderia muito bem ser sua mãe ou
seu pai. Peter sempre ficava animado para começar um novo projeto, e Remus tinha
que admitir que estava impressionado - Wormtail era geralmente o primeiro a apontar
os riscos de tal plano. Mas James fazia tudo parecer tão fácil; tão simples.
Quanto a Remus, nunca houve qualquer dúvida. Ele não tinha outras opções, pelo que
podia ver, e era o que tinha menos a perder dentre os quatro. Os três meninos com
quem dividia o quarto foram sua principal preocupação nos últimos cinco anos, e não
via razão para isso mudar quando deixassem a escola. E ele não podia negar, nem para
173
si mesmo, que ficar perto de Dumbledore parecia o caminho mais provável para se
chegar a Greyback.
“Sr. Lupin, eu tenho entrevistas com o Sr. Potter e o Sr. Pettigrew esta tarde. Devo
presumir que ouvirei as mesmas coisas deles? Nenhum de vocês tem ambições de
carreira além desta guerra terrível?”
Ela abaixou as mãos, recolocou os óculos e olhou para ele. Seus olhos estavam
vermelhos, ligeiramente inchados. Ela não estava lhe dando seu famoso 'olhar',
tentando enervá-lo para dar a resposta certa. A expressão que ela usava era algo
completamente diferente - uma que não combinava com ela de jeito nenhum. Ele não
gostou.
“Não me tornei professora para isso.” Ela disse, muito baixinho, com a voz tensa.
Ele não sabia o que dizer sobre isso. Sentiu pena - mas não queria dizer isso, para o
caso de ela aproveitar isso como uma forma de dissuadi-lo.
“Acho que Peter quer fazer algo no ministério”, ele ofereceu, “depois”.
***
174
Quinta-feira, 14 de maio de 1976
"Oi Dezzie," Remus sorriu e deu um pequeno aceno. "Er ... você está com frio?"
"Estou tentando me misturar", ela riu, "Petey achou que eles não deixariam um
corvino se sentar aqui."
“Oh…”
"Oh não, você ficou doente de novo, Remus?" Desdêmona perguntou com simpatia.
"Ah, er, Remus estava apenas, er ..." Peter gaguejou, percebendo seu erro,
“Er ... ok ...” Ela sorriu educadamente, mas se afastou ligeiramente dele.
175
Foi um bom jogo - ótimo para Sirius, que, particularmente, estava em boa forma. Ele
não errou um balaço, e a certa altura do jogo, deu um golpe impressionante bem na
hora de salvar o terceiro artilheiro da Grifinória, inclinando-se tanto que Remus teve
certeza que ele cairia no chão.
“Não vai haver outra festa se ganharmos, não é?” Lily disse entre os aplausos quando
James marcou seu quinto gol, "Não acho que podemos lidar com outra tão perto dos
exames."
"Não se James tiver algo a ver com isso," Remus disse, "Ele não vai querer jogar fora
as horas que tem passado na biblioteca."
"Biblioteca?!"
“Sim, ele está ficando lá todos os dias, quase,” Peter completou, “Revisando até seus
dedos caírem. Está sendo ainda mais nerd do que Moony atualmente.”
"Acredite." Remus riu, “Ele até mesmo impôs regras no dormitório para que pudesse
dormir o suficiente entre os exames. Temos que ficar completamente em silêncio
depois das oito horas.”
Outra comemoração rugiu - o sexto gol de James, o décimo segundo para a Grifinória,
no total.
A grifinória venceu, é claro - Remus não tinha certeza se James já havia perdido um
jogo se quer. Assim que o apito final soou, todos os alunos da casa correram para o
campo para parabenizar seu time. Mary estava à frente, depois de correr alguns
minutos antes de todos os outros. Remus, como sempre, estava atrás.
176
Normalmente, ele não se importava, mas com a lua tão perto, ainda estava muito
dolorido e mancava mais evidentemente do que o normal. Provavelmente seria melhor
se esperasse que todos os outros descessem, ele pensou, menos pessoas notando sua
dificuldade. Madame Pomfrey sugeriu uma ou duas vezes uma bengala, para quando
seu quadril estivesse muito ruim, mas ele nem quis saber disso.
Remus estava quase no fim dos degraus de madeira frágil, podia ver James e Sirius no
centro de uma multidão vestida de vermelho no campo de quadribol. James ergueu os
olhos e acenou para ele, e Sirius percebeu, acenando também. Lupin sorriu
amplamente, torcendo para que eles pudessem ver, e levantou o polegar como forma
de parabéns.
Ao fazer isso, algo muito afiado e quente picou seu tornozelo, assim que ele o ergueu
para descer mais um degrau. Com um grito de surpresa e dor, Remus caiu para frente,
perdendo por completo o equilíbrio e caindo ruidosamente pelo resto da escada,
batendo com força no chão. Ai, ele pensou.
Atordoado, confuso e grato pela maior parte da multidão estar de costas para si - ele
deve ter caído, pelo menos, oito degraus -, Remus ouviu um riso abafado. Se virando,
sentindo a dor subindo por seu lado esquerdo ao fazê-lo, viu três rostos escondidos
sob o andaime de madeira. Mulciber, Barty Crouch e Snape.
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degraus. Seu tornozelo ainda latejava, uma coceira latejante e incômoda. "O que vocês
fizeram?"
"Não nos culpe por sua falta de jeito, Loony Lupin." Snape disse friamente, recuando
nas sombras. "E tire essa varinha da minha cara, antes que eu denuncie você por
intimidar alunos desarmados."
Crouch estava fora de si agora, rindo loucamente enquanto jogava a pequena ficha de
metal entre as mãos, como um malabarismo estranho. Era uma moeda? Não, Remus
podia sentir o cheiro agora, mesmo enquanto eles se afastavam. Deve ser um distintivo
de monitor. Um de prata.
No momento em que James e Sirius - que tinham visto Remus tropeçar, mas não
muito mais - o alcançaram, os três sonserinos já haviam partido.
“Tudo bem, sim ... devo ter tropeçado. Pernas longas estúpidas, hein? " Remus tentou
sorrir. Sirius estava lá e se recusava a mencionar qualquer tipo de ataque sonserino
com ele por perto. Black andava muito mais instável e imprudente hoje em dia. A
coceira quente e raivosa em seu tornozelo o estava deixando louco.
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Ele esperava que a essência de murtisco ajudasse nisso também. Maldito Snape. Para
que ele havia feito isso? Nenhum dos três sonserinos eram monitores, então onde eles
conseguiram o distintivo? E mais especificamente, por que o maldito distintivo?!
"Estou bem." Respondeu.
"Tudo bem, deem a ele um pouco de ar, pelo amor de Merlin!" Sirius, que, até agora,
não tinha dito nada, de repente explodiu, empurrando todos para fora do caminho.
Remus olhou para cima, apertando os olhos através de algumas mechas de cabelo
soltas, para ver o rosto determinado de Sirius. Ele colocou as mãos nos quadris, em
uma imitação muito boa de James delegando atividades para uma pegadinha: “Vocês
vão para os vestiários, ou para o salão principal ou onde quer que devam ir. Moony,
vamos, vamos voltar para o castelo, vamos dar uma passada na ala hospitalar. Prongs,
você lega minha vassoura de volta. "
Remus quase abriu a boca para protestar - ele não poderia ir para a ala hospitalar, da
qual ele havia escapado há apenas algumas horas. Madame Pomfrey nunca o deixaria
sair novamente, uma vez que visse a confusão em que ele se meteu contra suas
ordens. Mas Sirius lhe oferecia uma saída, então concordou.
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do que nunca. Ele cambaleou um pouco, mas o outro permitiu que se apoiasse
nele. Black ainda estava em suas vestes de quadribol carmesim, adornadas em
dourado, havia tirado o capacete e seu cabelo estava solto do rabo de cavalo. Cheirava
levemente a suor, ar fresco e grama.
"Eu vou também!" Mary gorjeou, levantando-se. Ela estava levando sua posição como
primeira dama da Grifinória muito a sério.
"Não, está tudo bem," Sirius disse, com firmeza, mas gentilmente, "Nós não
precisamos fazer um alvoroço, precisamos, Moony? Vamos lá."
Ele deu um beijo rápido na bochecha de Mary antes de levar Remus pelos últimos
degraus, para fora do campo de quadribol e de volta ao castelo.
Remus se afastou, assim que pensou que poderia andar sem ajuda, e Sirius o deixou,
mas manteve um ritmo constante ao seu lado, de modo que demorariam muito para
chegar.
"Não temos que ir ver Pomfrey se você acha que está bem." Ele disse, rapidamente:
“Achei que você gostaria de sair daquela confusão”.
"Eu sei que você odeia que as pessoas se preocupem com você."
"Sim."
“Moony? Como você realmente caiu? Você nunca cai, mesmo depois da lua. "
Sirius pareceu aceitar isso por enquanto, e ambos continuaram andando. Devem ter
levado quase meia hora para percorrerem todo o caminho até a Torre da Grifinória. Às
vezes Remus desejava ser um lufano, para fins de acessibilidade. Finalmente lá,
180
Remus desabou em sua cama, todo dolorido e completamente exausto. Ele odiava
ficar assim na frente de Sirius. Não queria mostrar nenhum sinal de fraqueza.
Remus se deitou e tentou ignorar a dor, permitindo que seus músculos relaxassem e o
sono assumisse o controle. Ainda estava deitado naquele estado sonolento e
ligeiramente febril quando Sirius saiu do banheiro, um sopro de vapor abafado se
arrastou pelo quarto junto com o cheiro fraco de loção pós-barba.
"Não…"
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“Claro que eu confio em você,” Remus franziu a testa, “Eu só ... olha, não preciso que
você saia por aí procurando vingança, ok? É estúpido, e só vai ser pior.”
"Quem?"
"Eu não vou." Sirius disse, embora parecesse incerto. Ambos ficaram em silêncio por
um tempo. Remus fechou os olhos novamente, as pálpebras pesadas. "Devo deixar
você dormir?" Sirius perguntou, sua voz gentil novamente.
“Eu também estou exausto,” Sirius disse, levemente, com uma meia risada, “Depois
daquela partida. Estou com inveja de você por ter uma desculpa. Quase queria poder
apenas deitar aqui com você e não me levantar de novo até amanhã. "
Remus abriu os olhos novamente, para verificar o rosto de Sirius, mas ele estava
olhando para o outro lado. “Mas é melhor descer para o banquete. Não posso perder o
discurso de vitória de James.”
"Prometo." Sirius concordou.
Ele saiu do quarto logo depois disso, e Remus adormeceu se sentindo satisfeito, pois
não importava o quanto Sirius odiasse a sonserina, ele nunca faria algo tão imprudente
que Remus não pudesse perdoá-lo.
182
Capítulo 90: Quinto ano: NOMs
When I see you walking down the street. Quando eu vejo você andando pela rua.
I step on your hands and I mangle your feet. Eu piso nas suas mãos e destroço seus
pés.
You’re not the kinda person that I even wanna meet. Você não é o tipo de pessoa
que eu gostaria de encontrar.
Os NOMs eram tão assustadores e satisfatórios quanto Remus previra. Ele tentou
fingir que não eram diferentes dos exames habituais de fim de ano, mas isso era quase
impossível quando todo mundo parecia ter perdido a cabeça. James se tornara um
verdadeiro recluso, enfurnado na biblioteca ou atrás das cortinas da cama,
memorizando obsessivamente fatos e datas que passara o resto do ano ignorando.
Peter ocasionalmente ficava muito pálido e encarava, trêmulo, o nada. Marlene
começou a emboscar Remus em vários intervalos ao longo do dia, exigindo que ele a
questionasse sobre isso ou aquilo.
Apenas Sirius parecia calmo, o que era típico. Quando até mesmo James o ignorou,
ele se entretinha distraindo Mary. O que tinha o benefício adicional de distrair Remus,
o que era horrível, mas tolerável.
“Vão encontrar um armário de vassouras como todo mundo!” Marlene gritou, à beira
da histeria, jogando uma pantufa no casal. Eles estavam emaranhados juntos no sofá
em frente à lareira.
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"Mas não há para onde ir, sabe" Mary desabafou para Remus na biblioteca, um dia
antes do início dos NOMs. "Sirius não me deixa entrar no dormitório, e os meninos
não podem entrar no nosso ... e não me atrevo a ser pega em armário algum, não nesse
castelo cheio de aspirantes a Comensais da Morte."
"O que?" Remus finalmente prestou atenção, "Alguém tentou machucar você, Mary?"
"Ah, o tempo todo", ela deu de ombros, com um sorriso cansado, "Já estou
acostumada. Pelo menos ser a única criança negra na minha escola primária me
preparou para alguma coisa.”
"Isso é horrível, Mary, sinto muito." Remus deu um aperto na mão dela, sentindo-se
genuinamente terrível. Mary era uma garota muito forte, ele sabia - você conseguia se
safar de falar quase qualquer coisa perto dela, talvez ficasse emburrada por um tempo,
mas te perdoaria logo em seguida. Mas ainda assim, aquilo era algo totalmente
diferente e, obviamente, a estava afetando.
"Você é tão doce, Remus," ela sorriu gentilmente, apertando sua mão de volta. "Mas
não se preocupe comigo. Eu tenho Sirius.”
"Mhm." Remus soltou a mão da menina, voltando aos deveres antes de perguntar
casualmente: "O que ele diz sobre isso?"
“Ah, você sabe, que ele vai me defender até a morte, que nada que eles façam vai ficar
entre nós, esse tipo de coisa... para ser honesta, eu acho que ele tem um complexo de
cavalheiro, quer ser o príncipe que vai me resgatar.”
"Bem." Remus fechou seu livro e olhou para ela, "Você não é nenhuma donzela em
perigo."
O rosto de Mary se abriu em um sorriso adorável. Ela realmente era muito bonita.
"Valeu, Remus, sabia que poderia contar com você para apoiar o argumento da
liberdade das mulheres. Certo, podemos revisar a prova de Defesa Contra as Artes das
184
Trevas novamente? O Professor Droskie deu a entender que teria algo ver com
lobisomens ou vampiros ... "
Remus nunca soube se fora o aumento dos ataques a nascidos trouxas - e, portanto, a
Mary - que causou o incidente ocorrido após o exame escrito de Defesa contra a Arte
das Trevas. Ele se deleitou, uma ou duas vezes, na possibilidade de que tivera algo a
ver com a perseguição incansável de Severus por Remus, mesmo que Sirius tivesse
prometido não retaliar. Gostava de imaginar que, James e Sirius agiram numa espécie
de indignação justa, na tentativa de provar que haviam escolhido um lado.
Em suma, ninguém estava agindo habitualmente naqueles dias e estava muito quente –
apenas esses dois fatores em si, poderiam ter sido suficientes para trazer a situação à
tona. Sirius estar bancando o aristocrata entediado e James estando ansioso para
agradá-lo não era novidade – e, mais tarde, até poderia, potencialmente, ser explicado
como um comportamento típico de adolescentes irritantes. Além disso, aqueles que
conheciam Sirius, e o que ele havia sofrido, tendiam a tentar mima-lo; permitiam que
se exibisse - e James era particularmente complacente.
O nível de crueldade era certamente novo e não podia ser explicado tão facilmente.
Infelizmente, com o passar dos anos, Remus veria mais e mais dessa crueldade - nem
sempre por parte de seus amigos, mas certamente de pessoas que ele pensava serem
‘boas’. Para Remus, este fora o dia em que a guerra realmente começou, no que diz
respeito aos Marotos.
185
Lupin não se considerava inocente, é claro. Ele poderia ter interferido. Até chegou a
largar o livro de Transfiguração quando Lily se envolveu – mas ele assumiu que ela
acabaria com tudo, daria uma bronca em James e seguiria em frente. Ele certamente
não esperava que Snape dissesse o que disse, ou que James fizesse o que fez a seguir.
Uma parte dele também tinha gostado. Parte dele gostou de ver Snape ser humilhado e
atormentado, sem Mulciber por perto para protege-lo. Foi horrível ver Lily tão
insultada, é claro, e quando James começou a pegar mais pesado, Remus teve que
morder o lábio para não gritar e rir junto com todos os outros. Ele sabia que deveria
ter feito algo para impedir. Deveria ter enfrentado seus amigos, assumido o controle e
sido uma pessoa melhor sobre toda a situação. Mas simplesmente não estava a fim.
***
“Você destruiu qualquer chance que tinha de sair com ela agora, cara.” Sirius riu,
enquanto Lily marchava furiosa para fora do salão de jantar ao ver James na mesa.
“Ótimo.” James disse com raiva, “Quer saber, eu cansei de perder meu maldito tempo
correndo atrás dela, e se é assim que ela se sente—”
"Não é assim que ela sempre se sentiu?" Peter perguntou, derramando molho em seu
prato melancolicamente. Outra vítima da briga com Snape - Peter e Desdemona
aparentemente tiveram uma discussão calorosa por causa disso. Ela achou que era
bullying; ela não conseguia ver o que Snape tinha feito de errado.
"Cala a boca, Pettigrew." Sirius revirou os olhos. Então se dirigiu a James: "Esqueça
ela, Prongs, ela sempre se achou melhor que todo mundo."
"Ei," Mary deu um tapa de leve em sua coxa, "Lily é minha amiga, se você não se
importa. Mas acho melhor você deixar ela um pouco sozinha, James. Ela está
realmente chateada. "
186
"Mesmo?" Remus perguntou, se sentindo culpado. Deveria ter impedido.
"Claro que sim!" Mary respondeu, cortando com cuidado suas batatas assadas: "Não
me pergunte por quê, mas Snivellus é o melhor amigo dela desde que eram crianças.
Eu já tentei fazer ela enxergar o quão babaca ele é, mas ela não entende. Acho que ela
tem pena dele e ele é perdidamente apaixonado por ela, obviamente.”
"Eca, ela não gosta dele, não é?!" James parecia escandalizado.
“Não,” Mary deu de ombros, “Mas eles são amigos do mesmo jeito. Ou pelo menos
eram. Ela não está falando com ele agora. "
Remus fez uma nota mental para verificar se ela estava bem - isto é, se Lily ainda
estivesse falando com ele. Sua explosão final definitivamente parecia um ataque a
todos os Marotos, não apenas a James.
***
A prova escrita de Transfiguração era na semana seguinte, e Remus estava mais que
preparado. Havia um desejo ardente de superar James se, pelo menos, conseguisse
ultrapassar Sirius. Pensou que provavelmente poderia contar vantagem na escrita, se
não pudesse na parte prática. A prova duraria três horas e exigia muita concentração.
Remus apenas ergueu os olhos do papel duas vezes, ambas para verificar Sirius. Na
primeira, ele estava escrevendo sua redação, a pena movendo-se suavemente, como se
patinasse sobre o pergaminho, em contraste com o movimento apressado de James ou
Peter. Na segunda vez, ele estava recostado na cadeira, tentando chamar a atenção de
James. Remus suspirou. Era muito mais difícil se concentrar tão perto da lua cheia. Se
sentia mais animal do que o normal.
Estava realmente ansioso pela lua que se aproximava, por mais que soubesse que era
uma tolice. Seria a último do ano letivo, e todos os quatro estavam planejando
187
discretamente na semana anterior. Com os exames terminados seriam praticamente
invencíveis, com a sensação de ter mundo inteiro a seus pés. James jurou que viu um
unicórnio na floresta da última vez, e todos estavam lendo sobre como rastreá-los.
Remus não tinha certeza do que o lobo poderia fazer ao se deparar com um unicórnio,
mas não havia evidências de que ele atacaria. Centauros eram algo completamente
diferente - centauros aterrorizavam o lobo.
"Não sei o que mais ele quer", James resmungou, "Já ganhamos detenção, não?"
"Algum professor viu vocês?" Mary perguntou, enquanto se dirigiam para seus
lugares habituais para o jantar.
"Tanto faz." Sirius grunhiu. "É melhor ela não arrastar isso até amanhã à noite."
"Por quê?" Mary perguntou, sorrindo quando o jantar apareceu nos pratos vazios
diante deles. Espaguete à bolonhesa. "Me levando a algum lugar legal, finalmente?"
"Eu acho o banheiro feminino do sexto andar legal." Sirius respondeu sarcasticamente.
“De qualquer forma, não. Tenho outra coisa. Negócio de Maroto.”
"Oh, sim, é claro", suspirou Mary, como se estivesse terrivelmente abalada, "esqueci
que tenho que compartilhar meu namorado com os namorados dele."
James e Peter sufocaram uma risada, mas Sirius se eriçou como um gato.
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"Porra, pelo amor de Deus", ele cuspiu, olhando furiosamente para ela do outro lado
da mesa, "Por que você tem que dizer merdas assim?”
“Por favor,” disse Remus, lutando contra uma dor de cabeça, “Peter e Desdêmona
estão discutindo esta semana. Vocês terão sua vez na semana que vem.”
Isso fez todos rirem e a atmosfera se acalmou. Remus estava satisfeito consigo
mesmo. Talvez estivesse realmente pegando o jeito de todo essa coisa de
relacionamentos, sem nunca ter que realmente ter estado em um.
Quando o jantar acabou, tudo estava bem de novo, e quando James se levantou para ir
para a detenção, Sirius disse que o encontraria mais tarde.
“Eu quero ter certeza de que Mary volte para a torre segura,” ele explicou.
"Você não precisa," ela disse, "Eu não vou sozinha, Remus está vindo também, não é,
Remus?"
"Sim," ele acenou com a cabeça, colocando sua mochila no ombro, "Eu finalmente
vou ler algo com um enredo, agora que os exames acabaram."
"Que vida emocionante você tem, Moony," Sirius sorriu. Ele pegou a mão de Mary,
"Mesmo assim, prefiro ir com você. Pra eu não me preocupar.”
"Como você pode ser tão idiota em um minuto e tão fofo no próximo?" Mary
suspirou, beijando-o.
Remus desviou o olhar, educadamente. Essa era a grande questão com Sirius, pensou.
Era exatamente nisso que você se metia estando com ele.
"Tudo bem, mas não demore muito", disse James, "A detenção é com Filch. Evans é
uma sádica, eu juro.”
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"Não vai levar nem quinze minutos." Sirius o assegurou, e eles partiram, os três,
Remus andando um pouco atrás o caminho todo.
"Oh, pelo amor de Deus." Mary disse em voz alta, quando eles alcançaram o buraco
do retrato, e Remus olhou em volta para ver o que estava acontecendo. Ah. Claro.
Snape novamente. Em reflexo, pegou sua varinha. "Olha, ela não quer falar com você,
então cai fora!" Mary retrucou, ainda segurando a mão de Sirius.
"Black," Severus falou lentamente, "Diga à sua vadia trouxa para calar a boca."
"Do que você me chamou?!" Mary gritou, enquanto Sirius sacava sua própria varinha
e a erguia.
Esta é a hora, Remus pensou consigo mesmo, esta é a hora de ser um bom monitor.
Este é o momento de ser corajoso. Sirius tinha acabado de abrir a boca quando Remus
deu um passo à frente, parando entre os dois garotos de cabelos escuros.
"Parem com isso agora!" Ele disse, sua voz mais perigosa, "Snape, volte para seu
dormitório, ou eu vou te dar uma detenção. Black só... fica calmo, ok?
Sirius estava com o rosto vermelho e não abaixou a varinha. Snape ergueu uma
sobrancelha,
"Escute ele, Black, até mesmo Loony Lupin sabe que você não me venceria em um
duelo."
"Não foi isso que eu disse," Remus sibilou, "Cale a boca e se manda."
"Não, está tudo bem ... apenas entre." Remus disse, observando-a rastejar pelo buraco
do retrato. Ele se virou para Sirius, "Vamos, você tem detenção agora, vamos ..."
"Sua aparência não tá muito boa, Loony Lupin." Severus disse, de repente. Remus se
virou, confuso. Que caralho?! "Tá chegando aquele seu período do mês, não é?"
190
A implicação era clara. Remus estava sem palavras, chocado. Ele ficou boquiaberto,
procurando sua voz,
“Vocês todos sabem, é claro. Você, Potter e aquele pequeno roedor, Pettigrew? Vocês
sabem o que ele é? Eu sempre me perguntei por que três puro-sangue perderiam
tempo com uma escória imunda como ele, mas agora eu vejo - ele é seu projetinho de
estimação, não é, Black? "
“Confringo!”
“Expelliarmus!”
Remus e Sirius gritaram seus encantamentos ao mesmo tempo, mas Remus fora mais
rápido, e tinha a varinha de Sirius na mão antes que qualquer dano pudesse ser feito.
Ele se voltou para Snape agora.
“Eu não sei o que você acha que sabe,” ele disse, bem baixo, de pé em frente ao
menino Sonserino, apontando duas varinhas diretamente para seu rosto, “Mas seja o
que for, você está errado. Agora volte para as masmorras antes que eu convoque
McGonagall.”
“Você não ouviu as coisas que ele disse sobre Mary?! As coisas que ele disse sobre
você ?!”
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"Claro que ouvi." Remus cruzou os braços, friamente. "E ele é um idiota completo.
Um idiota completo que você humilhou ontem, e que você me prometeu que não iria
atrás. "
"Você prometeu, Sirius." Remus o encarou. Ele viu a expressão nos olhos de Sirius –
acabara de perceber que estavam completamente sozinhos e parados muito perto um
do outro. Ele recuou, ligeiramente,
"Eu sei o que eu disse", respondeu, com a voz ainda rouca de raiva, "mas não vou
permitir que ele espalhe boatos sobre você! Ele merece provar do maldito remédio
dele.”
“Sirius,” Remus gemeu, “Por favor, apenas ... vá para a sua detenção e se acalme, ok?
Vejo você mais tarde."
Anos depois, Remus olharia de volta para essa conversa, com o benefício da
percepção tardia, e se repreenderia por ter abandonado a discussão e deixado as coisas
daquela maneira. Mas eles ainda não eram os homens que iriam se tornar, e por mais
que Remus gostasse de pensar que era maduro e intuitivo - estava prestes a aprender
que ainda não sabia nada sobre Sirius.
192
Capítulo 90.2: A pior memória de Snape
Encontrou-se parado no meio do Salão Principal, mas as mesas das quatro Casas
haviam desaparecido. Em seu lugar, havia mais de cem mesinhas, todas dispostas da
mesma maneira, e a cada uma delas se sentava um estudante, de cabeça baixa,
escrevendo em um rolo de pergaminho. O único som era o arranhar das penas e o
rumorejar ocasional de alguém ajeitando o pergaminho. Era visivelmente um dia de
prova.
O sol entrava pelas janelas altas e incidia sobre as cabeças inclinadas, refletindo tons
castanhos, acobreados e dourados na luz ambiente. Harry olhou atentamente a toda
volta. Snape devia estar por ali em algum lugar... era a lembrança dele...
E lá estava ele, a uma mesa bem atrás de Harry. O garoto se admirou. Snape
adolescente tinha um ar pálido e estiolado, como uma planta mantida no escuro. Seus
cabelos eram moles e oleosos e pendiam sobre a mesa, seu nariz aquilino a menos de
cinco centímetros do pergaminho enquanto ele escrevia.
Portanto Snape devia ter uns quinze ou dezesseis anos, aproximadamente a idade de
Harry. Sua mão voava sobre o pergaminho; já escrevera pelo menos mais trinta
centímetros do que os vizinhos mais próximos, e sua caligrafia era minúscula e
apertada.
A voz sobressaltou Harry. Virando-se, ele viu o cocuruto do Prof. Flitwick movendo-
se entre as mesas a uma pequena distância. O professor passava agora por um garoto
com cabelos negros e despenteados... muito despenteados...
193
Harry se movia tão depressa que, se fosse sólido, teria atirado as mesas pelo ar. Em
vez disso, parecia deslizar, como em sonho, atravessar dois corredores e entrar em
um terceiro. A nuca do garoto de cabelos negros se aproximou cada vez mais... e ele
ia se endireitando agora, descansando a pena, puxando o rolo de pergaminho para
perto para poder ler o que escrevera...
Harry parou diante da carteira e contemplou o seu pai com quinze anos.
A excitação explodiu no fundo do seu estômago: era como se estivesse olhando para
si mesmo, mas com erros intencionais. Os olhos de James eram castanho-
esverdeados, seu nariz era mais comprido do que o de Harry e não havia cicatriz em
sua testa, mas ambos tinham o mesmo rosto magro, a mesma boca, as mesmas
sobrancelhas; os cabelos de James levantavam atrás exatamente como os do filho,
suas mãos poderiam ser as dele e Harry não saberia a diferença; quando o pai se
levantasse, os dois teriam quase a mesma altura.
Com um novo choque de excitação, Harry viu Sirius erguer o polegar para James.
Sirius sentava-se descontraído na cadeira, inclinando-a sobre as pernas traseiras.
Era muito bonito; seus cabelos negros caíam sobre os olhos com uma espécie de
elegância displicente que nem James nem Harry jamais poderiam ter tido, e uma
garota sentada atrás dele o mirava esperançosa, embora ele não parecesse ter
notado. E duas mesas para o lado - o estômago de Harry se virou de uma forma boa -
encontrava-se Remus Lupin. Parecia muito pálido e doente (a lua cheia estaria se
aproximando?), e absorto no exame: ao reler suas respostas, coçara o queixo com a
ponta da pena, franzindo ligeiramente a testa.
Isto significava que Wormtail devia estar por ali também... e, sem erro, Harry
localizou-o em segundos: um garoto franzino, os cabelos cor de pêlo de rato e um
nariz arrebitado. Wormtail parecia ansioso: roía as unhas, olhava fixamente para a
194
prova, arranhando o chão com os dedos dos pés. De vez em quando espiava
esperançoso para a prova do vizinho. Harry observou Wormtail por um momento,
depois o próprio pai, que agora brincava com um pedacinho de pergaminho.
Desenhara um pomo e agora acrescentava as letras "L.E.". O que significariam?
Harry olhou para o pai, que riscou depressa as letras "L.E.” que estava desenhando,
levantou-se de um salto e enfiou a pena e as perguntas do exame na mochila, atirou-a
sobre as costas, e ficou parado esperando Sirius.
Harry olhou para os lados e viu de relance, a uma pequena distância, Snape, que
caminhava entre as mesas em direção à porta para o Saguão de Entrada, ainda
absorto no próprio exame. De ombros curvos, mas angulosos, andava de um jeito
retorcido, que lembrava uma aranha, e seus cabelos oleosos sacudiam pelo rosto.
Uma turma de garotas separou Snape de James, Sirius e Lupin e, plantando-se entre
elas, Harry conseguiu ficar de olho em Snape enquanto apurava os ouvidos para
captar as vozes de James e seus amigos.
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“Você acha que conseguiu citar todos os sinais?” perguntou James, caçoando com
fingida preocupação.
“Acho que sim” respondeu Lupin sério, quando se reuniram aos alunos aglomerados
às portas de entrada para chegar ao jardim ensolarado. “Primeiro: ele está sentado
na minha cadeira. Dois: ele está usando minhas roupas. Três: o nome dele é Remus
Lupin.”
“Eu citei a forma do focinho, as pupilas dos olhos e o rabo peludo” disse ansioso “,
mas não consegui pensar em mais nada...”
“Como pode ser tão burro, Wormy? “exclamou James impaciente. “Você anda com
um lobisomem uma vez por mês...
Harry tornou a olhar para trás ansioso. Snape continuava próximo, ainda absorto nas
perguntas do exame - mas esta era a lembrança de Snape, e Harry tinha certeza de
que se Snape decidisse sair andando em outra direção quando chegasse lá fora, ele,
Harry, não poderia continuar a seguir o pai. Para seu profundo alívio, porém,
quando James e os três amigos começaram a descer os gramados na direção do lago,
Snape os seguiu, ainda verificando as questões da prova e aparentemente sem ideia
fixa aonde ia. Mantendo-se um pouco à frente, Harry conseguia vigiar James e os
outros.
“Bom, achei que o exame foi moleza.” ouviu Sirius comentar. “Vai ser uma surpresa
se eu não tirar no mínimo um "Excepcional".
“Eu também.” disse James. Enfiou a mão no bolso e tirou um pomo de ouro que se
debatia.
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“Afanei.” disse James displicente. E começou a brincar com o pomo, deixando-o voar
uns trinta centímetros e recapturando-o em seguida; seus reflexos eram excelentes.
Wormtail o observava admirado.
Os amigos pararam à sombra da mesmíssima faia à beira do lago, onde Harry, Rony
e Hermione haviam passado um domingo terminando os deveres, e se atiraram na
grama. Harry tornou a espiar por cima do ombro e viu, para sua alegria, que Snape
se acomodara na grama à sombra densa de um grupo de arbustos. Estava
profundamente absorto em seu exame como antes, o que deixou Harry livre para se
sentar na grama entre a faia e os arbustos, e observar os quatro sob a árvore. O sol
ofuscava na superfície lisa do lago, à margem do qual o grupo de garotas risonhas
que acabara de deixar o Salão Principal se sentara, sem sapatos nem meias,
refrescando os pés na água.
Lupin apanhara um livro e estava lendo. Sirius passava os olhos pelos estudantes que
andavam pelo gramado, parecendo um tanto arrogante e entediado, mas ainda assim
bonitão. James continuava a brincar com o pomo, deixando-o voar cada vez mais
longe, quase fugir, mas sempre recapturando-o no último segundo. Wormtail o
observava boquiaberto. Todas as vezes que James fazia uma captura particularmente
difícil, Wormtail exclamava e aplaudia. Passados cinco minutos de repetições desta
cena, Harry se perguntou por que o pai não mandava Wormtail se controlar, mas
James parecia estar gostando da atenção. Harry reparou que o pai tinha o hábito de
assanhar os cabelos, como se quisesse impedi-los de ficar muito arrumados, e que
também não parava de olhar para as garotas junto à água.
“Quer guardar isso?” disse Sirius finalmente, quando James fez uma boa captura e
Wormtail deixou escapar um viva “, antes que Wormtail molhe as calças de
excitação?”
“Se estou incomodando.” retrucou e guardou o pomo no bolso. Harry teve a nítida
impressão de que Sirius era o único para quem James teria parado de se exibir.
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“Estou entediado. Gostaria que já fosse lua cheia.”
“Só você gostaria “ disse Lupin sombrio por trás do livro que lia. “Ainda temos
Transfiguração, se está entediado poderia me testar. Pegue aqui... “E estendeu o
livro.
“Isso vai animar você um pouco, Padfoot “comentou James em voz baixa. “Olhem
quem é que...
Sirius virou a cabeça. Ficou muito quieto, como um cão que farejou um coelho.
Lupin e Wormtail continuaram sentados: Lupin lendo o livro, embora seus olhos não
estivessem se movendo e uma ligeira ruga tivesse aparecido entre suas sobrancelhas;
Wormtail olhava de Sirius e James para Snape, com uma expressão de ávida de
expectativa no rosto.
Snape reagiu tão rápido que parecia estar esperando um ataque: deixou cair a
mochila, meteu a mão dentro das vestes e sua varinha já estava metade para fora
quando James gritou:
“Expelliarmus!
198
A varinha de Snape voou quase quatro metros de altura e caiu com um pequeno
baque no gramado às suas costas. Sirius soltou uma gargalhada.
“Impedimenta!” disse, apontando a varinha para Snape, que foi atirado no chão ao
mergulhar para recuperar a varinha caída.
“Eu vi, o nariz dele estava quase encostando no pergaminho.” disse Sirius
maldosamente. “Vai ter manchas enormes de gordura no exame todo, não vão poder
ler nem uma palavra.
Várias pessoas que acompanhavam a cena riram; Snape era claramente impopular.
Wormtail soltava risadinhas agudas. Snape tentava se erguer, mas a azaração ainda
o imobilizava; ele lutava como se estivesse amarrado por cordas invisíveis.
“Espere... para ver.” arquejava, encarando James com uma expressão de mais pura
aversão “, espere... para ver!
“Espere para ver o quê?“ retrucou Sirius insensível. “Que é que você vai fazer,
Snivellus, limpar o seu nariz em nós?
Snape despejou um jorro de palavrões e azarações, mas com a varinha a três metros
de distância nada aconteceu.
199
Bolhas de sabão cor-de-rosa escorreram da boca de Snape na hora; a espuma cobriu
seus lábios, fazendo-o engasgar, sufocar...
James e Sirius se viraram. James levou a mão livre imediatamente aos cabelos.
Era uma das garotas à beira do lago. Tinha cabelos espessos e ruivos que lhe caíam
pelos ombros e olhos amendoados incrivelmente verdes, os olhos de Harry.
A mãe de Harry.
“Tudo bem, Evans? “disse James, e o seu tom de voz se tornou imediatamente
agradável, mais grave e mais maduro.
“Deixem ele em paz“ repetiu Lilly. Ela olhava para James com intenso desagrado.
“Que foi que ele lhe fez?
“Bom “explicou James, parecendo pesar a pergunta “, é mais pelo fato de existir, se
você me entende...
Muitos estudantes que os rodeavam riram, Sirius e Wormtail inclusive, mas Lupin,
ainda aparentemente absorto em seu livro, não riu, nem Lilly tampouco.
“Você se acha engraçado “disse ela com frieza. “Mas você não passa de um cafajeste
arrogante, Potter. Deixe ele em paz.``
“Deixo se você sair comigo, Evans “respondeu James depressa. “Vamos... sai comigo
e eu nunca mais encostarei uma varinha no Snivellus”.
200
“Eu não sairia com você nem que tivesse de escolher entre você e a lula-gigante
“replicou Lilly.
“Sem sorte dessa vez, Prongs “disse Sirius, animado, e se voltou para Snape. “OI!
Mas tarde demais; Snape tinha apontado a varinha diretamente para James; houve
um lampejo e um corte apareceu em sua face, salpicando suas vestes de sangue.
James girou: em um piscar de olhos depois, Snape estava pendurado no ar de cabeça
para baixo, as vestes pelo avesso revelando pernas muito magras e brancas e cuecas
encardidas.
Lilly, cuja expressão se alterara por um instante como se fosse sorrir, disse:
“Prontamente “e James acenou com a varinha para o alto; Snape caiu embolado no
chão. Desvencilhou-se das vestes e se levantou depressa, com a varinha na mão, mas
Sirius disse:
"Petrificus Totalus", e Snape despencou outra vez, duro como uma tábua.
“DEIXE ELE EM PAZ! “berrou Lilly. Puxara a própria varinha agora. James e
Sirius a olharam preocupados.
201
“Pronto. “disse, enquanto Snape procurava se levantar. “Você tem sorte de que
Evans esteja aqui, Snivellus...”
Lilly piscou.
“Não quero que você o obrigue a se desculpar “gritou Lilly, voltando-se contra
James. “Você é tão ruim quanto ele``.
“Bagunçando o cabelo só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar
da vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando
qualquer um que o aborreça só porque é capaz... me surpreende que a sua vassoura
consiga sair do chão com o peso do seu ego. Você me dá NOJO.”
“Qual é o problema dela? “perguntou James, tentando, mas não conseguindo fazer
parecer que fosse apenas uma pergunta sem real importância para ele.
“Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela acha você metido, cara “disse Sirius.
202
Houve outro lampejo, e Snape, mais uma vez, ficou pendurado no ar de cabeça para
baixo.
203
Capítulo 91: Quinto Ano: A Semana
Seguinte
Anyone who ever had a heart Qualquer pessoa que já teve um coração
And anyone who ever played a part qualquer um que já desempenhou um papel
Tudo dói, foi o primeiro pensamento de Remus ao acordar. O próximo pensamento foi
- onde estão eles? Ninguém tinha vindo. Estava quente, quente demais para junho, e
seu coração não parava de bater com os resquícios da frustração do lobo. Ele se
levantou com dificuldade e cambaleou até a cama, pingando sangue.
Era para ter essa noite sido a última aventura, ele pensou, miseravelmente. Eles
deveriam perseguir unicórnios. O que tinha acontecido?
Imediatamente ele começou a se preocupar - algo terrível deve ter acontecido, algo
realmente terrível, para que nenhum dos marotos aparecesse. Qualquer um deles por
conta própria poderia ter sido capaz de se sentar com ele, pelo menos, apenas para lhe
fazer companhia. Até mesmo Wormtail.
204
“O que você quer dizer com ‘noite difícil’?” Ele perguntou, tentando não soar muito
ansioso.
Na ala hospitalar, ele teria tentado ficar acordado, mas Madame Pomfrey ficou ao lado
dele para ter certeza de que havia tomado sua poção para dormir, e ele apagou.
Remus abriu os olhos, turvos e irritados, para ver a imagem borrada de James
flutuando à vista. Apenas a cabeça de James.
"Prongs?" Ele resmungou,
"Shh," James murmurou, mal movendo os lábios, "Pomfrey não vai deixar ninguém
entrar para ver você, tive que me esgueirar por baixo da capa. Você está bem?"
“Na verdade, não,” ele já podia sentir as novas cicatrizes, sem se mover. "O que
aconteceu? Vocês não vieram.”
Seu amigo tinha uma expressão nada familiar. Não familiar para as feições de James,
pelo menos. Seria vergonha?
"Tente."
Onde estava Sirius? Por que ele não estava aqui?! Remus queria gritar.
205
“Olha, por favor, não fique muito bravo com ele, ok? Ele é um idiota, um idiota
estúpido, mas eu não acho que ele percebeu, não acho que foi a intenção dele ... "
James nunca fora desonesto desde que Remus o conheceu. E ainda assim, conforme a
história vazava dele, estava temperada com pequenas mentiras - se elas eram para
proteger Remus ou Sirius, não estava claro. Sirius não estivera pensando direito; ele
havia sido imprudente; ele não tinha intenção de fazer mal.
Mas ele havia causado muitos danos, quisesse ou não - e podia ter sido responsável
por muito mais.
"Ele ... contou ao Snape." Remus disse, tentando entender a situação, sentindo uma
sensação horrível, enjoativa e espinhosa começando em seu estômago e rastejando,
subindo.
"Não ... não exatamente," James piscou, umedecendo os lábios, "Ele contou como o
salgueiro funcionava, e Snape ... você sabe como é o Snape."
James acenou com a cabeça, como se aceitando que isso era justo.
"E teríamos ido, eu e Pete, teríamos, mas Snape foi até Dumbledore, e você estava tão
arisco..."
206
"James! Eu quero que você vá." Ele sibilou, fechando os olhos.
"Por favor."
Remus não disse nada, nem mesmo abriu os olhos novamente até ouvir a cortina
farfalhar e saber que estava sozinho. Eventualmente, Madame Pomfrey enfiou a
cabeça para dentro.
"Olá, querido," ela disse suavemente, "Eu tenho outra poção para dormir aqui ... agora
eu sei que você não quer, mas-"
“Me dê’’ ele estendeu um braço dolorido de uma vez. Qualquer coisa para fazer tudo
desaparecer. Qualquer coisa que significasse que ele não teria que pensar mais.
Ele deveria ter visto que algo assim estava chegando, mesmo que James não
tivesse. Sirius estava em queda livre desde o Natal, era apenas uma questão de quem
ele esmagaria quando finalmente acertasse o chão.
***
Foi uma decisão que tomou quase no mesmo instante em que acordou pela segunda
vez depois daquela noite terrível. O peso de tudo desabou sobre ele, e sentiu uma raiva
tão pura que queimava como uma febre. Essa era a sensação de ser traído.
Ele não sentia raiva dessa forma há muito tempo. No final do quarto ano, Remus
silenciosamente fez uma escolha de baixar suas defesas, de suavizar e relaxar - pelo
207
menos perto de seus amigos. Manter todos à distância - manter todos com um pouco
de medo de você - provou ser muito cansativo para aguentar por muito tempo.
Mas agora. Agora, Remus achou muito fácil. Ele mal falava com Madame Pomfrey,
exceto para exigir que lhe permitisse algumas noites extras na ala hospitalar.
“Sério, Remus, descansar é importante, mas ficar na cama o dia todo não é
saudável. Você precisa de exercício.”
"Não me sinto bem." Ele repetia, debaixo das cobertas. Era infantil, mas ela o deixou
ser infantil. Ela sabia o que tinha acontecido. Sentia pena dele. A enfermeira
resmungou e o inscreveu para outra noite.
Dumbledore foi o pior. O portador de más notícias, como sempre, ele havia chegado
na noite após o ocorrido, para oferecer sua própria perspectiva inútil sobre a
situação. Remus se sentou na cama, os braços cruzados, inabalável e imóvel.
"Não é meu amigo." Remus disse, sem olhar para Dumbledore. Ele encarava o nada.
“Remus ...”
208
"Oh, brilhante." Remus bufou de novo, apertando os braços como se fossem tudo o
que o mantivesse inteiro, “Contanto que o herdeiro Black tenha aprendido uma boa
lição de moral. Contanto que tenha beneficiado seu desenvolvimento pessoal,”
“Remus ...”
“Contanto que todos possamos olhar para trás e pensar, ah que parábola
excelente! Graças a Deus todos nós sabemos agora exatamente o que acontece quando
você envia seu inimigo atrás de um monstro mortal! "
"Remus!"
Ele parou, seu rosto estava quente, e finalmente olhou para Dumbledore. Olhos azuis
frios e marcantes o encaravam de volta. Remus se lembrou de seu primeiro
encontro. Também havia sido rude e estivera com raiva. “Você tem todo o direito de
sentir o que está sentindo.” Dumbledore disse, calmo como sempre. "E fique tranquilo,
Sirius será punido."
Remus queria resmungar algo sarcástico sobre a eficácia das detenções quando se
tratava de Sirius Black. Não fez isso. Dumbledore continuou. “Vou adverti-lo agora,
como fiz uma vez antes, quando uma brincadeira infantil saiu do controle. A raiva é
uma qualidade importante, mas todos devemos aprender a exercer o controle.”
209
"É uma pena." Dumbledore respondeu. Então se levantou-se. “Porque todos nós
precisaremos uns dos outros mais do que nunca, em breve. Perdoe e esqueça, Remus.”
***
Madame Pomfrey não o deixaria ficar três noites seguidas. Ele foi direto para a
Professora McGonagall ao invés. Bateu duas vezes na porta e entrou direto.
"Perdão?" A chefe da casa dele se levantou de onde estava sentada atrás de sua mesa.
"Me envie de volta." Ele repetiu, com os punhos cerrados, “Para St. Edmund's. Os
exames acabaram, não preciso mais ficar aqui.”
“Remus, o semestre não acabou. A menos que você não esteja bem, não posso mandá-
lo para lugar nenhum.”
Ele pensou em recusar, ou até mesmo sair correndo de novo. Mas ela era tão
implacável, e algo induzido nele desde cedo o forçava a obedecer às vozes elevadas de
mulheres mais velhas. A professora também se sentou, a cor de seu rosto se
esvaindo. Ela balançou a varinha e uma chaleira apareceu, junto com duas xícaras e
pires, "Chá, Sr. Lupin?"
"Não, obrigado."
210
“Tome,” ela resmungou, servindo-lhe uma xícara de qualquer maneira, “eu acho que
as conversas mais desagradáveis podem ser facilitadas com os refrescos certos. Sirva-
se de um biscoito.” Ela acenou com a cabeça para um prato que não estava lá um
momento antes.
"Estou bem. Eu só quero ir.” Ele disse, sua voz tão nivelada quanto poderia mantê-la.
"Sim, isso ficou claro." Ela tomou um gole de chá: "Mas não vou mandá-la de volta ao
St. Edmund's".
“Eu não farei tal coisa. Você tem uma cama perfeitamente boa na Torre da
Grifinória.”
Oh não, ele tinha que parar por aí. Corria um sério risco de cair no choro, e isso não
poderia acontecer. Sob nenhuma circunstância Remus choraria por causa disso.
Ele piscou.
211
"O que?"
“Eu não sou completamente sem coração, Sr. Lupin,” ela sorriu, “Acredite em mim,
eu sei como você deve se sentir - eu posso imaginar, pelo menos. E eu posso te dizer,
eu mesmo conversei seriamente com o Sr. Black - ele está fora do time de quadribol,
detenção pelo resto do ano, cem pontos perdidos ..., mas não podemos fazer nenhuma
mudança drástica em seus arranjos de dormir, não sem ninguém perguntando por
quê.”
Aquilo clicou. Nos últimos dias, Remus havia colocado sua dor no centro do
universo. Havia se esquecido que ninguém mais na escola sabia de nada.
"Sinto muito, Remus," disse McGonagall. “É uma crueldade horrenda. Mas deve ser
suportado.”
"Posso ir?"
***
Ele foi à biblioteca. Onde mais iria? Seria muito simples para os marotos encontrá-lo
se quisessem, eles tinham o mapa. Não havia nenhum lugar para se esconder, exceto
212
talvez a Casa dos Gritos, e Remus faria qualquer coisa, menos passar mais tempo do
que o absolutamente necessário lá dentro.
Bem, cê’ tem que perguntar o que isso diz sobre tu, num tem? Encontre alguém real
para conversar, se qué’ tanto.
Ooooh, é um 'beijo' agora, não é? Amassos é bom o suficiente para Grant, mas para o
grande e glorioso Sirius Black é 'beijar' lah-dee-dah!
Eu disse - ou o verdadeiro Grant disse - para não beijar ele. Cê’ pensou que
escaparia fácil quando decidiu ignorar, mas agora cê’ está pagando.
É o que parece.
Eu devia ser?
213
Eu sinto falta de Grant.
Baita azar.
Remus foi expulso da biblioteca às nove horas e - morrendo de fome agora - fez um
desvio para a cozinha. Os elfos domésticos ficaram muito felizes em servir,
construindo um prato de sanduíches, batatas fritas e doces, o suficiente para alimentar
uma classe inteira. Remus comeu tudo e poderia ter comido mais. Mas era hora de
enfrentar a realidade.
Ele caminhou lentamente, como se isso pudesse ajudar, e foi surpreendido por Lily,
em patrulha de monitor.
“Oh, você sabe. Bem. Sev parou de espreitar fora da sala comunal agora, pelo menos.
"
"Não foi sua culpa", ela acenou com a mão, "Eu realmente pensei que ... ah, é
estúpido, mas pensei que talvez um dia ele fosse mudar de ideia sobre todas aquelas
bobagens de puro sangue, e quando o fizesse, eu ainda estaria lá. Como se tudo que eu
214
tivesse que fazer fosse continuar sendo amiga dele, e tudo daria certo. Estúpida." Ela
balançou a cabeça.
“Sim, bem. Poderia ter evitado muita dor de cabeça,” ela deu de ombros,
estoicamente. “O que você está fazendo vagando por aí, afinal? Vá para a cama, você
não está bem!”
Ele sorriu para ela - ele não sorria há anos. Estava prestes a se virar e seguir em frente,
quando algo o fez mudar de ideia. Ele se abaixou e passou os braços em volta de Lily,
apertando-a. Ela retribuiu o abraço, o que só o fez apertar com mais força, até que ele
a ergueu do chão, e ela gritou, rindo,
"Não, foi bom", ela sorriu para ele, dando um tapinha em seu ombro, "Você está
bem?"
"Sim."
Remus sabia exatamente o que iria fazer. Tudo faz sentido na biblioteca, enquanto ele
meditava sobre o primeiro confronto, como uma peça que precisava ensaiar.
Ele subiu as escadas. Era bobagem, sabia, mas desde seu aniversário, ele se demorara -
só por um segundo - naquele degrau da escada, toda vez que subia para a cama ou
descia para tomar café da manhã. Este castelo guardava memórias - o mapa do maroto
215
havia lhe ensinado muito. E aquele degrau guardou a memória mais doce de todas. Ele
o saltou agora, decidido.
Empurrou a porta com alguma força, assustando os três garotos lá dentro, que estavam
sentados em suas camas. Peter estava de pijama, parecendo taciturno - Remus só podia
presumir que isso não significava nenhuma mudança com relação a
Desdêmona. James estava meio despido, mexendo em seu armário de cabeceira por
alguma coisa. Sirius estava reclinado, claramente prestes a fazer um comentário
sarcástico. Quando Remus entrou, ele se endireitou.
Remus foi direto para sua cama e pegou o pijama. Ele não falou, mas foi direto para o
banheiro, trancou, então lançou um feitiço silenciador. Não queria ouvi-los. Ele não
tinha certeza de como reagiria a isso.
"Obrigado por parar Severus, James." Ele disse, sem emoção. "Você salvou nossas
vidas."
“Er ...” James começou, mas Remus subiu na cama e fechou as cortinas com um
movimento rápido.
216
Capítulo 92 : Quinto ano: Encerramento
"Sinto muito," disse Sirius Black, com olhos grandes e ansiosos, atrás de Remus
enquanto ele escovava os dentes.
"Desculpa," murmurou Sirius Black, baixo, na mesa do café da manhã, antes que
Mary chegasse.
"Me desculpa ..." sussurrou Sirius Black, enquanto Remus fechava as cortinas da
cama todas as noites.
Que ele sofra, disse a parte mais cruel de Remus, a parte que mais se machucou. Ele
virava a cabeça, se afastava, trancava portas e fechava os olhos. Desculpas e sinto
muito não são bons o suficiente, expressava, com cada ação sua. Eu não sei o que é
suficiente.
James e Peter assistiam, com cautela, pelo canto dos olhos. Eles sabiam que não
deveriam se envolver - embora James, sem dúvida, suportasse o peso da angústia de
Sirius; as reuniões noturnas voltaram com força total.
As garotas perceberam que algo estava errado, mas não tinham certeza do quê - Lily
achou que estava nervoso em voltar para St. Edmund's, Marlene achou que estava
preocupado com os resultados dos NOMs. Remus concordou com as duas noções com
gratidão. Afinal, ele estava fazendo tudo que podia para agir de forma mais normal
possível. Se juntava aos marotos para as refeições, sentava-se em seu lugar de
costume, lia seus livros, jogava xadrez com Peter, gobstones com James. À noite, ele
subia as escadas para a cama.
217
Mas ele não falou com Sirius. Pelas duas semanas restantes de junho, Remus não disse
nada em sua direção. Nem mesmo olhava para ele, se pudesse evitar.
Ele tinha a sensação, depois da primeira semana, que talvez James não aprovasse isso
completamente. Potter estava furioso por Remus, é claro - pelo menos em relação aos
fatos - mas James poderia ser muito cego quando se tratava das falhas menos
desculpáveis de Sirius. James o teria perdoado após o primeiro pedido de desculpas.
Talvez Remus fosse um homem mais fraco. Mas não seria mais. Precisava voltar a ser
quem ele realmente era. Todos nós podemos aprender uma lição. Remus tentou ser
gentil e aberto, como todos os seus amigos ricos e bem-educados - onde isso o havia
levado? Ele se apaixonou por seu melhor amigo e quase foi morto. Estava com
vergonha de si mesmo - sonhando com Sirius daquela forma. Moony está
sonhando. Sirius acharia isso hilário.
Parou de ir às aulas – esse foi o primeiro passo. Não haviam muitas para ir, é claro,
com os últimos exames ocorrendo e toda a escola entrando em modo de férias de
verão. Ainda assim, ele tinha aulas introdutórias para os NIEMs em seu cronograma
para quase todas as matérias, exceto Poções - ele mal podia esperar para se livrar das
Poções.
218
Quando não podia ir para o lado de fora, ia à biblioteca e fingia ler. Os alunos de seu
grupo de estudos o paravam ocasionalmente, mas ele sempre encontrava um motivo
para sair o mais rápido possível.
"Oi, Remus!" Christopher apareceu entre as pilhas uma tarde: “Que bom que achei
você! Você pode recomendar alguma leitura de verão? Eu estarei fazendo meus NOMs
no próximo ano!”
"Sim, mas achei que você poderia ter algumas boas dicas!" Christopher continuou,
implacavelmente alegre. "Especialmente em História, sobre o que você fez sua
redação final?"
"Olha, Christopher, não me leve a mal, mas você poderia, por favor, dar o fora?"
Ele se sentiria culpado por isso mais tarde, mas pelo menos o aborrecimento foi
embora.
Os marotos nunca tentavam encontrá-lo, pelo que sabia - ele havia pegado o mapa na
primeira chance que teve e o mantinha no bolso o tempo todo. Isso teve o benefício
adicional de ajudá-lo a se manter longe do Snape. A única coisa que Remus queria
evitar mais do que sua raiva por Sirius, era seu terror absoluto ao pensar em topar com
Severus.
219
Snape odiava Remus antes de tudo isso - ele era muito próximo de Lily, ele era amigo
de James, ele era o responsável por, pelo menos, metade das pegadinhas na
Sonserina. Desde o incidente, essa obsessão parecia ter se aprofundado. O menino
ainda sussurrava na hora das refeições, olhando para Remus o tempo todo, com um
novo tipo de ódio, um ódio que não cessaria. Se Sirius tinha aprendido uma lição
naquela noite horrível, então Remus tinha certeza de que Snape não o fizera.
As desculpas ele poderia lidar. Eram barulho de fundo. E não morderia a isca. Não que
ele não tivesse o que dizer - não que ele não repetisse o monólogo indefinidamente,
editando e o aperfeiçoando até que fosse uma grande torrente de derrota miserável,
circulando sua cabeça, alimentando seu humor.
‘’Desculpa’’ não é bom o suficiente. Sua culpa não é boa o suficiente. Eu preciso que
você sinta isso também. Eu confiei em você. Eu confiei em você até o último segredo,
eu ofereci a você cada pedaço de mim. O que mais eu tenho agora? Eu poderia te
matar. Eu poderia esmagar seus dentes para que você os engasgasse, poderia
envolver minhas mãos em volta da sua garganta e te sufocar, eu poderia rasgá-lo em
pedaços, poderia, poderia, poderia beijar você, seu bastardo de merda.
Em seus sonhos, Remus dizia essas coisas e muito mais. E sempre, em seus sonhos,
Sirius o encarava com calma contrição, enquanto ele tirava as roupas e puxava Remus
para si. Parecia que a traição não era suficiente para matar o desejo, embora tornasse
mais fácil escondê-lo. Quando aquele miserável semestre de verão acabou, a única
pessoa que Remus desprezava mais do que Sirius era a si mesmo, por continuar a
amá-lo da mesma forma.
***
220
"Olá", disse Lily, gentilmente, enfiando a cabeça pela porta do vagão. "Gostaria de
saber onde você foi."
Remus grunhiu, um pequeno ruído que não era nem amigável nem rude. Lily
entrou. "O que você está fazendo aqui, sozinho?"
Remus deu de ombros, sugando seu cigarro como se isso o mantivesse vivo. Ele se
enrolou no banco enquanto ela ocupava o lugar oposto.
"Eu sei como você se sente." Ela respondeu. “… McGonagall me disse que você
desistiu de ser monitor.”
“Sim, ok, você era um lixo. Mas vou sentir sua falta nas minhas rondas.”
"Estou bem."
"Mesmo?"
221
"Sabe, você pode falar comigo, eu sei como é ser decepcionado por um amigo ..."
"Como o Snivellus está?" Remus rosnou. Ele gostaria de poder dizer a ela que não era
sua culpa, que ele não podia deixar de agir como um idiota - que se não agisse dessa
maneira, então ele não saberia como agir.
“Ele está ... bem, ainda não estou falando com ele, como sabe. Ele continua tentando,
no entanto. Ele ... hum ... ele tinha algumas histórias bem malucas, na verdade ... sobre
você ... "
Remus olhou para ela, finalmente. Ela parecia nervosa, com as mãos torcendo no
colo. Ela parecia um pouco assustada, na verdade. “Eu não acredito nelas!” Ela disse,
de repente.
“Quero dizer, só porque você é ... bem, você tem um monte de cicatrizes - desculpe - e
você fica doente muitas vezes, mas isso não significa que ... Eu realmente não tinha
pensado sobre isso, talvez seja apenas uma coincidência estranha, Sev sempre foi um
pouco paranóico ... e ...”
Ele poderia ter visto ela se contorcer daquele jeito por muito tempo, enrolando-se em
desculpas e perguntas não feitas. Mas por que se preocupar. Ele também podia ser
imprudente.
"Lily." Ele disse, gentilmente, apagando seu último cigarro. "Você não pode contar a
ninguém."
Ela parou de tagarelar e olhou para ele. Remus viu seus grandes olhos verdes se
arregalarem ainda mais, o olhar de surpresa em seu rosto fora tão cômico que ele
poderia chorar. Sua respiração engatou, então ela balançou a cabeça, decidida e
bastante séria.
222
Capítulo 93: Verão 1976: Parte Um
(Londres)
St. Edmund's estava ainda menos suportável do que o normal naquele verão. Remus
estava com raiva quase o tempo todo. Estava muito quente e ele sentia falta de
Hogwarts e seus amigos e, acima de tudo, sentia falta de Sirius, mas também o
odiava. Era tudo uma grande bagunça. Sentia falta de Grant também; Grant, que
poderia ter tornado tudo um pouco mais organizado ou, pelo menos, oferecido algum
escapismo.
Mas, como uma conversa insatisfatória com outro garoto de St. Eddy, chamado Mike,
havia lhe contado, Grant deixara St. Edmund's logo após o Natal. Ele estava morando
223
em um apartamento em Mile End, aparentemente, embora Remus não tivesse mais
informações do que isso. ... e ele tinha dito que Remus poderia ir a qualquer momento.
Pelo menos não estou roubando mercearias ou ficando bêbado no parque desta
vez, ele pensou, enquanto planejava sua fuga. Em relação a rebeliões de verão, esta
talvez fosse a mais saudável.
Ele esperou até que a segunda lua cheia do verão tivesse passado - no dia dez de
agosto. No dia 11, esperou que Madame Pomfrey viesse e lhe curasse, e então
simplesmente saiu. Ele estava dolorido e extremamente cansado, mas na hora não
sentia que havia outra opção. Fez uma pequena mala, sem levar livros ou dever de
casa ou sua varinha ou qualquer coisa que o lembrasse de Hogwarts. Seria um trouxa
por alguns dias; por que não?
Tudo que Remus tinha que fazer era sair pelo jardim e rastejar pela cerca nos fundos,
assim como ele vinha fazendo há anos para chegar à cidade. De lá, ele simplesmente
caminhou até o metrô mais próximo.
Se sentou no trem e fingiu estar dormindo - para que o inspetor de passagens não o
incomodasse - enquanto ouvia o barulho estrondoso de seu vagão zunindo ao longo
dos trilhos, como uma grande minhoca abrindo caminho para o centro Londres.
A animação pulsou no peito de Remus quando ele alcançou Mile End, onde correu
para fora do trem para a estação mal iluminada de azulejos verdes e brancos.
Mile End fora atingida por uma bomba alemã durante a guerra e ainda não havia se
recuperado do choque. Era uma rua suja e extensa, cheia de entulho e jornais, crianças
224
brincando na rua, barulho por toda parte. O anonimato sombrio convinha a
Remus. Quem viria procurá-lo aqui? Quem o encontraria?
Ele vagou um pouco, sem saber o que fazer a seguir. A informação que ele recebeu era
apenas o nome de um prédio, sem endereço. Mas depois de perguntar numa banca de
jornal e, literalmente, seguir seu nariz, ele o encontrou.
Descobriu que Grant não chegou a ter um apartamento - não no sentido de ser o dono,
ou mesmo de o alugar. Pelo que Remus podia ver, era compartilhado com vários
outros rapazes e moças. E ele não estivera, exatamente, o esperando também.
"Puta merda!" Ele exclamou, quando uma das garotas finalmente o trouxe até a porta,
"O que cê tá fazendo aqui?!"
Remus se sentiu muito tolo. Ele não tinha certeza que tipo de boas-vindas esperava,
mas não era isso.
"Sim, desculpa," Grant agarrou seu ombro e puxou-o para dentro, "Desculpa, só tô
meio de ressaca ainda.”
Ele levou Remus para o que parecia ser uma cozinha. Cheirava vagamente a curry e
umidade. Haviam bolhas no papel de parede e buracos no piso de linóleo
amarelo. Grant ligou uma chaleira elétrica: “Uma das garotas fez um gato com um
gerador”, ele explicou, “Ela é mecânica ou coisa assim. Chá?"
Grant parecia diferente. Apenas um ano mais velho do que a última vez que Remus o
vira, estava mais magro no rosto. Havia perdido um pouco do brilho em seus olhos e
seu cabelo loiro estava ainda mais comprido; ainda cacheado, mas precisando
urgentemente ser lavado. Parecia ter quebrado um dente em algum ponto também, e
um hematoma da cor de mel velho marcava sua bochecha esquerda. Mesmo assim, ele
225
ainda tinha o mesmo sorriso amigável. Entregou a Remus uma caneca fumegante e
sorriu para ele.
"Cê’ tá ... bem, uma merda", disse ele, bebendo de sua própria caneca. "Tem dormido
mal?"
"Ah, não," Remus balançou a cabeça, "Acabei de sair do mêtro de St. Edmund's."
“Nada disso,” Remus disse, “Eu só ... pensei em visitar. Ver como você estava.”
"Sim ... então quem é Mike?" Remus sorriu timidamente para ele por trás de sua
xícara de chá.
“Ah, cê sabe,” Grant sorriu, “Apenas uma companhia. Num podia ficar chorando por
você o ano todo, num é, garoto chique? "
"Ele é?" Grant parecia ligeiramente divertido, “Eu nunca percebi. A gente num falava
muito.”
Remus riu com isso, e foi bom. Grant o fazia se sentir tão normal; ele nunca poderia
brincar confortavelmente sobre esse tipo de coisa com os marotos, mesmo quando
todos estavam se falando.
O apartamento era mais limpo do que parecia, mas ainda em péssimo estado. Haviam
seis deles morando lá, entre dois quartos e uma sala - que era visível através de uma
porta de contas do outro lado do corredor. Aparentemente, um dos meninos até dormia
no banheiro porque nenhum encanamento estava conectado de qualquer maneira; a
única torneira que funcionava estava na cozinha.
226
"Tem um banheiro no pátio", explicou Grant, "às vezes a gente entra para usar os
chuveiros do clube de boxe ao lado."
“Oi oi”, outro jovem havia acordado de seu lugar no sofá, “Faz uma xícara de chá pra
nós, Grant, querido. Quem é esse?" Ele estava sem camisa, tinha a pele escura e era
lindo. Possuía o mesmo olhar distante que Grant tinha agora.
"De jeito nenhum que esse é seu nome." O estranho ficou boquiaberto.
“Pois é,” Grant respondeu em nome de Remus, “Vai pr’uma escola chique e tudo
mais, né não. Remus, esse é o Adz.”
"Caramba," Adz olhou para Remus, então de volta para Grant, "É um de nós?"
Grant entregou a Adz uma terceira caneca de chá, e examinou Remus, olhando-o de
cima a baixo, avaliando. Ele acenou com a cabeça, muito ligeiramente. Remus não
tinha certeza do que isso significava, mas tinha uma ideia. Reprimiu um bocejo. Grant
cacarejou com simpatia,
Remus acenou com a cabeça agradecido e foi conduzido para um quarto escuro e sujo.
“Ei, seus preguiçosos, levantem aí. Tenho um amigo aqui que precisa dormir. "
227
foi usado para tapar as janelas quebradas. Remus estava feliz por ser verão; poderia
estar muito frio, caso contrário. Apesar de tudo, ele dormiu facilmente, sentindo que
finalmente havia assumido algum controle sobre sua situação.
Grant o acordou algumas horas depois. Ele parecia um pouco melhor - como se tivesse
feito uma boa refeição, pelo menos. O estômago de Remus roncou.
"Então," Grant disse finalmente, uma vez que julgou Remus suficientemente
acordado, e metade do chá bebido. "Quer me dizer por que cê tá aqui?"
"Sim, bem, eu conheço essa sensação." Grant suspirou: "Cê não tem que voltar para a
escola em umas semanas?"
Remus olhou para ele, assustado. Grant riu, “Hum, achei que fosse isso. Quem é,
então? "
228
“Não é ...” Remus gaguejou, “Não é isso, é complicado. Meu amigo apenas ... me
decepcionaram.”
"É, sempre fazem isso", Grant assentiu sabiamente. “Aposto que são os piores nisso,
esses mauricinhos, hein? 'Especialmente conosco, camponeses.”
"Sei, sei." Ele acenou com a mão desdenhosa, “Fale pra si mesmo que é diferente, se
isso ajuda. Mas se quiser meu conselho, fica longe dos mauricinhos, a gente é só
diversão pra eles. Fica com seu próprio tipo.”
"Isso não é sobre classe." Remus disse, com raiva. Grant olhou para ele com simpatia,
como se fosse muito mais velho e mais sábio.
“Da uma olhada ao redor Remus,” ele disse, apontando para o quarto úmido em que
estavam, “A gente é britânico. Tudo é uma questão de classe.”
Remus olhou para sua caneca lascada de chá acinzentado. Grant provavelmente estava
certo. O que mais era essa guerra estúpida? Ele sentiu que deveria dizer outra coisa -
algo espirituoso ou inteligente. Mas apenas olhou para o chá e se sentiu triste. Ele
poderia perder o controle, se falasse qualquer coisa. Grant colocou sua própria caneca
no chão de madeira e tocou a mão de Remus.
"Eu…"
Não, não era bom, Remus tinha perdido. Ele fungou algumas vezes, tentando com
mais força do que nunca não chorar, mas as lágrimas vieram e ele estava muito
cansado. Grant colocou um braço em volta dele e Remus se apoiou em seu ombro,
chorando baixinho, soluçando de vez em quando, como uma criança. Grant beijou sua
cabeça, suavemente, e sussurrou em seu cabelo: “Não tenha vergonha de chorar”, o
que só o fez chorar ainda mais.
229
Foi uma coisa boa, talvez. Depois de finalmente se acalmar, sentiu como se tivesse
dormido um bom e longo sono. Ele enxugou o nariz na manga e se endireitou,
procurando outra coisa para conversar.
"Todo mundo aqui é... hum ... você sabe ...?" Ele perguntou, timidamente.
“Queer? Sim, a maioria de nós. Não tem nenhum outro lugar para ir. Os policiais nos
deixam em paz se a gente deixar eles em paz.”
"Ah, certo, sim. Mas eu não ... quero dizer, eu não ia ..."
"Você vai passar a noite? Pessoal aqui vai pra um pub em Soho. É seguro o
suficiente."
"Não vejo por que não. Vamos, vamos te alimentar um pouco." Ele se pôs de pé,
parecendo mais magro do que nunca em seus jeans finos e compridos. Ofereceu a mão
a Remus e o puxou também.
O almoço foi feijão cozido com torrada - o pão estava um pouco mofado, mas os
pedaços mais verdes foram raspados. Depois, eles se sentaram na sala de estar com
alguns dos colegas de casa de Grant e fumaram maconha com Bob Dylan tocando ao
fundo. Tudo parecia distintamente trouxa, e Remus estava feliz com isso. Era tão
simples - ninguém o conhecia, exceto Grant, que mal o conhecia direito. Poderia ser
muito fácil desaparecer, se quisesse, Remus pensou consigo mesmo.
230
Depois de algumas tragadas profundas no baseado, Remus se viu deitado no carpete
bege levemente úmido, olhando para o teto manchado de tabaco. Grant gentilmente
colocou uma almofada sob sua cabeça. Ele estava sendo tão gentil, como um irmão
mais velho - embora eles tivessem praticamente a mesma idade e apenas um ano antes
estivessem se agarrando. Se Remus fosse totalmente honesto consigo mesmo, ele tinha
vindo preparado mais daquilo, mas estava eternamente grato por Grant não ter
insinuado nessa direção.
"Você disse que tem um cachorro preto lá fora?" Remus sentou-se, lentamente, uma
sensação de afundamento em seu estômago. Certamente não poderia ser.
"Oi, Moony," James saiu de trás de algumas latas, "Belo lugar você tem aqui."
231
"Olha, eu não estou no clima." Remus cruzou os braços. Ele se sentia um pouco
grogue por causa da maconha. "O que você quer?"
"O que você quis dizer com 'o que nós queremos'?" James ergueu uma sobrancelha,
"Estávamos preocupados com você! Sua Diretora ligou para a polícia trouxa e disse
que você fugiu. De alguma forma, Dumbledore descobriu e entrou em contato com
meus pais - acho que eles pensaram que você viria para a nossa casa. Sirius tinha
certeza de que você tinha ido para Londres, ele seguiu seu cheiro praticamente todo o
caminho desde o abrigo. "
"Sim."
Remus se encolheu, envergonhado. Nunca quis que seus amigos soubessem como era
o lugar onde ele morava. Ele suspirou e estendeu os braços, como se se apresentasse
para uma inspeção.
"Bem, você me encontrou." Ele disse. "Como você pode ver, estou perfeitamente bem.
Agora pode ir embora. E diga ao seu cachorro para parar de latir." Ele não pôde evitar
deslizar uma farpa desagradável para Sirius. Seu desejo de machucá-lo não tinha ido
embora, aparentemente. Padfoot ganiu ligeiramente e abaixou a cabeça. James
ignorou, focando em Remus,
232
"O que? Por que??" Mas de repente Remus percebeu o porquê. Ele não era apenas um
adolescente fugitivo, como Grant e seus amigos. Ele era uma criatura perigosa à
solta. De repente, se sentiu muito, muito cansado. "Puta merda." Ele murmurou,
olhando para baixo.
"Venha para casa conosco, Remus." James estendeu a mão, "Papai disse que você
pode ficar pelo resto do verão."
"Eu não o perdoei." Remus disse, ferozmente, olhando para James porque ele não
conseguia olhar para Sirius. James parecia tão cansado quanto Remus se sentia.
Isso o deixou mais furioso ainda, ele não queria que Sirius 'entendesse'. Ele queria ...
bem, ele não sabia o que queria – que ele implorasse de joelhos? Padfoot estava
fazendo um bom trabalho naquele momento.
Ele suspirou.
"Olha, eu tenho um amigo aqui, me deixa ir e dizer a ele que estou indo."
No andar de cima, ele chamou Grant do corredor. Ele não gostava de dizer um grande
adeus na frente de todos.
"Você está bem, Remus?" Grant disse do topo da escada, olhando para James e o
cachorro Sirius esperando no corredor.
“Sim, ele é um amigo da escola. Está bem. Posso ligar para você, talvez? " Ele não
tinha ideia de como entrar em contato com um apartamento trouxa de uma casa bruxa.
233
"Cê pode voltar a qualquer momento."
“Eu fico vermelho assim,” Grant passou os braços ao redor de seu corpo magro,
olhando para seus pés. "Nada que você não faria por mim."
Remus deu um passo à frente, colocando a mão no ombro de Grant para empurrá-lo
suavemente para trás, na sombra da escada, de forma que eles não pudessem ser vistos
por James e Sirius, ou através da porta. Ele o abraçou com força. Grant o abraçou de
volta, tão lindamente. Eles se afastaram e compartilharam um beijo breve e amigável,
antes de ambos sorrirem timidamente e se separarem.
"O que há com você, hein?" Grant bagunçou o cabelo de Remus, "Não fique longe por
muito tempo."
234
Capítulo 94: Verão 1976: Parte Dois (Os
Potter’s)
Eles pegaram o nôitibus de volta para a casa dos Potter’s. Foi a primeira experiência
de Remus com esse bizarro transporte bruxo, mas ele estava tão confuso por causa da
falta de sono e do resto da maconha, que se pegou cochilando na confortável poltrona
roxa. Sirius permaneceu como um cachorro até o fim, mas Remus se recusou a lhe dar
qualquer ponto extra por isso.
James o acordou quando chegaram - já era fim de tarde. Lupin parou do lado de fora
do portão da frente e o olhou nervosamente,
"Acho que ele já foi", disse James, tranquilizador, "Er ... Moody pode estar aí ainda..."
"Por mim?"
“Er ... ele está falando com o papai ... olha, eu não queria dizer nada no ônibus, mas
tem sido um verão ruim, sabe, para a guerra. Estamos perdendo.”
“Perdendo?!”
"Sim ... vamos conversar sobre isso lá dentro - Padfoot." James estalou os dedos para
o cachorro preto. Instantaneamente, Sirius se transformou de volta em si
mesmo. Remus desviou o olhar imediatamente. Ainda era lindo, então. Seu bastardo,
seu bastardo.
235
"Oh ... pelo amor de Deus." A Sra. Potter murmurou. Ela deu um passo para trás e
olhou nos olhos de Remus, "O que Monty e eu demos a você no Natal de 1973?"
"É ele!" Effie gritou de volta, esticando os braços mais uma vez e o abraçando tão
firmemente quanto sua diferença de altura permitia. "Estávamos todos tão
preocupados com você, querido!"
“Nós pensamos que você estava ... bem, não vale a pena pensar nisso. Pessoas estão
desaparecendo ... marcas negras ... eu realmente não ...” ela parecia muito pálida e
desbotada, como se tivesse recebido um monte de más notícias ultimamente. Remus se
sentiu péssimo por aumentar os problemas dela. “Não importa”, a mulher continuou
rapidamente, sorrindo de novo, “Algo para comer? Ou você gostaria de um banho,
primeiro? Albus enviou suas coisas, elas estão em seu quarto de costume. "
“Da casa, querido. Dumbledore as enviou a primeira coisa esta manhã ... "
“Não, Alastor,” a Sra. Potter surpreendeu a todos, quando se virou e se colocou entre
Remus e Moody, “Ele acabou de chegar, e olhe para ele - está claramente
exausto. Isso pode esperar até amanhã.”
236
"Effie, isso é uma questão de ministério -"
“Ah, eu não dou a mínima,” ela resmungou, calando-o com um aceno de dedo, “Ele
tem apenas dezesseis anos, não é maior de idade e está sob meus cuidados. Remus,”
ela se virou, sua voz gentil de novo, “Você pode ir lá pra cima, hein? Vou pedir a
Gully que mande um pouco de comida, mas não desça até estar pronto.’’
"Obrigado," ele murmurou, evitando o olhar feroz de Moody e passando por eles,
ignorando James e Sirius, indo direto para as escadas, subindo tão rápido quanto seu
quadril desajeitado permitia.
Que dia. Remus se sentiu péssimo por deixar Grant, depois dele ter sido tão
hospitaleiro com o pouco que tinha. Haviam três quartos vazios na casa do Potter. E
Grant estaria compartilhando um colchão no chão esta noite.
Ele se sentou na cama e desejou que não fosse tão confortável. Poderia facilmente
dormir de novo, mas também estava com fome e não queria perder a visita de
Gully. Como por mágica, houve uma batida suave na porta.
"Entre,"
"Oi ... Eu me ofereci para trazer a bandeja, espero que você não se importe?"
237
"Sim."
"Não."
"Está bem."
"Mamãe sugeriu sopa", explicou ele, sentando-se na cama, "mas eu disse que você
gostaria de algo com carne."
Remus acenou com a cabeça, boca cheia, para indicar que se sentia perfeitamente
bem. James acenou de volta. É assim que vai ser, Remus pensou, taciturno, sem Sirius
para traduzir entre nós.
"Olha", disse James, "me diga para ir embora, se quiser, e eu vou deixar você
descansar, mas ... eu preciso te dizer uma coisa, é importante."
238
"Sim." James disse: "Sim ... ele vai querer te contar, mas papai e eu achamos que
deveria vir de um amigo primeiro."
"Sim," James parecia estar lutando para manter o contato visual, mas ele era corajoso
e fez o que precisava ser feito. “Na verdade, houveram alguns, neste verão. E algumas
pessoas desaparecidas - pessoas do nosso lado. Então ... houve outro ataque, ontem à
noite, Remus.” Ele colocou ênfase nisso. Noite passada. A lua cheia.
James acenou com a cabeça, sua boca em uma linha reta e sombria. Remus largou o
sanduíche. Seu estômago roncou em protesto, mas era apenas o lobo, querendo mais
do que merecia, como de costume. Teria que ficar com fome.
"Eu estava em St. Edmund," Remus disse, desesperado, "O tempo todo, trancado -
Madame Pomfrey me viu, não posso ter saído, olhe -" Ele ergueu a camisa
apressadamente, para mostrar a James a longa ferida cortes nas costelas.
James estremeceu e desviou o olhar. Remus lembrou que James raramente tinha visto
suas cicatrizes. Era Sirius, quem sempre fora tão fascinado.
“Eu sei,” James disse, uma vez que Remus recolocou sua camisa, “E mamãe e papai
sabem - Dumbledore explicou tudo, ele disse a Moody que não havia nenhuma
maneira de você ter algo a ver com qualquer coisa. Mas ele vai querer falar com você,
de qualquer maneira.”
239
"Merda."
"Certo. Desculpe."
"Como foi seu verão?" Remus perguntou, desesperado para adiar mais más
notícias. "Bom?"
“Sim, nada mal. Bem, a guerra está sendo ..., mas você sabe, muitos voos. Mary
também esteve aqui um pouco, para ver Sirius -” James parou abruptamente,
“Desculpe.”
“Ah, bem. Você conhece Mary. Ele hum ... ele a mandou para casa esta manhã, depois
que soubemos que você estava desaparecido. Foi ideia dele ir atrás de você, ele fez
quase tudo - até gritou com Dumbledore, eu não pude acreditar.”
"Eu ouvi."
“Ele estava uma bagunça, quando soube que você tinha desaparecido, e sobre os
ataques - ele pensou em todo tipo de coisas malucas - que você tinha sido sequestrado,
ou fora alvo ou algo assim. Você não pode ... você não pode pelo menos falar com
ele? Ele está péssimo..”
"Eu não me importo como ele se sente." Remus mentiu. "Eu não quero falar com ele."
240
“Ele é um idiota,” James disse, “Eu sou o primeiro a admitir isso. Ele não pensa
direito, apenas faz o que quer que vem em sua cabeça. Mas ... bem, você tem que se
lembrar, a família dele - a maneira como o trataram, as coisas no Natal ...”
“E eu senti pena dele, eu realmente senti. Tive pena dele quando éramos crianças e
todas as vezes que o machucaram e quando o expulsaram; eu passei muito tempo me
sentindo tão triste por ele. Mas isso ... isso. " Ele parou. As lágrimas estragariam
tudo. Nada de lágrimas.
***
Remus não saiu do quarto pelo resto da tarde, exceto uma vez para usar o
banheiro. Não era melhor do que St. Edmund's, pensou ele, com pena de si
mesmo. Comida melhor, obviamente, magia, e tranquilidade, mas ... bem, ele ainda
passava o tempo todo tentando evitar todo mundo, não é?
Moody ainda estava na casa, ele podia sentir o cheiro dele. O homem tinha um cheiro
estranho, uma combinação de magia muito forte e poderosa, pesada e metálica como
ferro, além de outra coisa - brasas de carvão ou madeira carbonizada. Ele não iria
embora até falar com Remus, então Remus permaneceu aonde estava.
O cheiro de Sirius era muito familiar - mais forte na casa que agora ele chamava de
lar, permeando todos os cômodos. Ele não ficou se deprimindo sozinho durante todo o
verão - não importava o que James dissesse, Sirius tinha os Potter, e Mary, e seu
241
melhor amigo e todos dizendo a ele o quão maravilhoso e sofrido ele era. Pobre
garotinho rico. Provavelmente nem havia sentido falta de Remus.
Não. Remus endureceu sua determinação. Sirius tinha que pagar, mesmo que fosse
apenas com seu silêncio.
No dia seguinte, ele desceu para o café da manhã, mais por educação para com os
anfitriões do que por qualquer outra coisa. Tentou ao máximo sorrir para a mãe de
James e agradecer enquanto ela servia uma tigela de mingau para ele, mas fez uma
careta quando Sirius lhe empurrou o pote de mel. Lupin o ignorou e, pela primeira vez
na vida, comeu seu mingau sem açúcar. Tinha gosto de merda.
“Nós iremos para o Beco Diagonal hoje, eu acho”, disse a Sra. Potter, enquanto a
chaleira fervia. “Suas cartas chegaram esta manhã. Remus ... Sinto muito, mas você
terá que ficar aqui, querido. Vou comprar seus livros.”
“Eu recebo meus livros de segunda mão,” Remus disse, corando, “Do estoque de
Hogwarts. Não tenho dinheiro.”
"Eu vou te pagar de volta!" Sirius interrompeu, ansioso, "Assim que eu tiver dezessete
anos, eu prometo."
"Eu sei, querido," a Sra. Potter deu um tapinha carinhoso no braço de Sirius.
"Eu não posso te pagar de volta." Remus disse, falando com a Sra. Potter, mas
encarando Sirius, cerrando os dentes. “Mesmo quando eu tiver dezessete. Eu não tenho
uma herança.”
242
"Por que Remus não pode vir, mãe?" James saltou, rapidamente. "Ele nunca esteve lá
antes."
"Receio que não seja muito seguro, amor," a Sra. Potter suspirou, "Dumbledore e
Moody concordaram que... depois do ataque."
Remus deixou sua cabeça cair entre as mãos. Viu sua vida se desfazendo diante de
seus olhos - sempre seria assim. Lugares que não poderia ir, coisas que não poderia
pagar, amigos com quem não poderia falar. Quando a guerra acabar, você ainda será
um lobisomem queer com um monte de desvantagens. Aquela voz desagradável
voltou.
Remus ergueu os olhos, confuso. A Sra. Potter estava sorrindo maliciosamente, seus
olhos brilhando,
"Meu Deus", disse ela, puxando três envelopes grossos de seu avental, "Se você
demorou tanto tempo para ligar os pontos, estou muito preocupada com seus
resultados nos NOMs..." Ela entregou a cada um dos meninos suas cartas, e eles as
rasgaram.
"Sim, Moony, seu lindo!" James comemorou, lendo por cima do seu ombro.
243
"Vá e mostre seu pai!" Sra. Potter disse, depois de beijar seu filho alegremente. O Sr.
Potter ainda não havia deixado seu escritório, pelo que Remus sabia. James pegou um
prato de torradas para ele também.
Sirius estava olhando para Remus do outro lado da mesa, mordendo o lábio.
"Sim, estou feliz com as notas." Ele queria desesperadamente saber como Sirius tinha
se saído - principalmente para descobrir se fora melhor que ele em História da
Magia. Felizmente, ele não precisava perguntar. Sirius deslizou seu pergaminho pela
mesa. Remus esticou o pescoço para olhar.
***
A Sra. Potter e os meninos saíram logo após o café da manhã, e Remus ficou
sozinho. Ele saiu, foi para o jardim e sentou-se na beira do muro baixo, olhando para
os acres de terreno aberto e verde. Puxou seus cigarros. Restaram apenas três. Ele
poderia ir para a cidade mais tarde e comprar alguns - tinha uns trocados no bolso de
trás. Estava muito alto para roubar, atualmente.
“Lupin."
Remus esperava que seus ombros não tivessem enrijecido muito visivelmente ao som
daquela voz rouca. Ele se virou, lentamente,
244
"Tudo bem, Moody?" Ele estava feliz por fumar o cigarro. Algo para se esconder
atrás.
"Sim, ótimo..."
“Nós temos suspeitos, entretanto. Um em particular, alguém de quem você já deve ter
ouvido falar.”
Remus ficou frio, suas mãos começaram a tremer. Ele fingiu que estava apenas
sacudindo as cinzas.
“Eu não sabia que ele estava ... eu não tinha ouvido falar dele atacando ninguém há
muito tempo. Achei que estivesse no exterior, em algum lugar.”
245
"Tem feito sua pesquisa, não é?" Moody disse, com uma nota de desafio em sua voz:
“Não posso dizer que te culpo, rapaz. Eu gostaria de saber tudo o que pudesse. Ele não
tentou entrar em contato com você, então? "
"Se você tem feito sua pesquisa corretamente - e Dumbledore diz que você é
inteligente - então você deve saber que Greyback tem uma inclinação particular por
crianças?"
"Mm." Remus teve que se impedir de tocar a antiga cicatriz no lado de seu corpo,
aquelas marcas de dentes de onze anos.
“Ele é,” Moody concordou, “Mas ele tem um motivo, por mais louco que
pareça. Temos razões para acreditar que ele gosta de transformar as crianças pequenas,
para que possa aparecer quando elas tiverem idade suficiente - e fortes o suficiente -
para se juntar a ele.”
"Na mente dele, ele é seu pai." Moody disse, como se não fosse nada: "Ele vai querer
que você ... assuma o negócio da família, por assim dizer."
246
noite - todos exceto seu filho mais novo, que foi mordido, mas sobreviveu. Uma
marca negra foi lançada acima da casa.”
“É melhor se você ficar longe de áreas povoadas por bruxos por um tempo. Até o
pegarmos.”
"Hogwarts?"
“Ah. Ok."
"Isso não foi ... foi sobre outra coisa." Remus suspirou. Então ele pensou em algo. “O
que aconteceu com a criança? A que foi mordida? " Ele levou o cigarro aos lábios e
tragou - mas percebeu que não o havia acendido. Moody estalou os dedos, e ele
acendeu imediatamente.
"Ah, ela vai?" Remus poderia ter rido. E olhou para os campos novamente. O dia
realmente estava lindo. "Até a próxima lua, suponho."
247
"Hm?" Remus franziu a testa para ele.
Remus teve a impressão de que Moody sabia a resposta para isso, e só queria
confirmar por si mesmo.
"Sim." Ele assentiu. "Eu sei que não sou James, ou ..., mas não sou ruim em duelos, e
se eu puder ajudar, eu quero."
"Se você for qualquer coisa como seu pai, será mais do que uma ajuda."
Remus acenou com a cabeça, taciturno. Como poderia saber se ele era parecido com
seu pai? Que coisa estupida a se dizer.
"Não sei sobre isso." Ele disse, amargamente: "Tenho algumas limitações que meu pai
não tinha."
“Pode ver dessa forma,” Moody inclinou a cabeça. “Mas pode ser visto de
outra. Quantos lobisomens você acha que temos do nosso lado? "
Remus franziu a testa, como se Moody o tivesse xingado. É por isso que Dumbledore
o manteve tão perto? É por isso que ele não alertou o ministério assim que Remus foi
dado como desaparecido? Não sabia se isso era melhor ou pior. Pelo menos alguém
achava que ele era útil.
248
Capítulo 95: Verão 1976: Parte Três: Paz
Reina
Não foi fácil para Remus manter Sirius à distância enquanto estava com os Potter. A
casa era grande o suficiente, mas isso não importava muito em uma casa de
família; algo que Remus estava apenas começando a aprender. A Sra. Potter deu
espaço a Remus durante os primeiros dias, mas depois de um tempo, ficou claro que
ela não tinha ideia da briga entre os marotos e esperava que os três passassem todo o
tempo juntos, como de costume.
Por mais que se sentissem desconfortáveis com esse arranjo, por suas próprias razões,
nenhum deles queria decepcionar ou preocupar Euphemia. Então, uma trégua
incômoda foi firmada, e Remus passou a maior parte do tempo lendo seu livro,
sentando-se perto o suficiente de James e Sirius para não parecer suspeito.
Grant disse que não doeria para sempre - e embora ele não soubesse todos os fatos
sobre a situação, Remus estava começando a acreditar nele. Ainda se sentia muito
zangado com Sirius - mas doía menos, já que as últimas semanas do verão se esvaíram
em uma inundação de sol e céu azul. Pelo menos, estava sendo capaz de ser civilizado,
e Sirius parecia grato. De qualquer forma, ele parou de tentar encurralar Remus em
uma conversa a cada cinco minutos.
Além disso, depois de sua conversa com Moody, Remus tinha outras coisas ocupando
sua mente. Há anos, vinha supondo que Greyback não o conhecia, que teria o
elemento surpresa a seu favor. Mas agora, parecia que Greyback também poderia estar
procurando por ele. Não diria isso aos marotos, não até que soubesse mais. Não
adiantaria nada deixá-los preocupados; se Moody disse que Hogwarts era segura,
então Remus estava inclinado a acreditar nele, por enquanto. Os Potter claramente
confiavam nele, e isso teria que bastar. Além disso; ele conhecia Ferox.
249
Ferox também estava na mente de Remus também. Mais uma vez, seu antigo
professor parecia a opção mais segura quando se tratava de fazer perguntas. Ele havia
entendido a necessidade de Remus de saber mais - mesmo que não soubesse o porquê,
exatamente. E ele não queria incomodar o Sr. Potter, não quando o senhor parecia já
ter o peso do mundo sobre seus ombros. Ele enviaria uma coruja para Ferox assim que
voltasse para a escola - e assim que a poeira baixasse com essa revelação recente.
Nesse ínterim, Peter os visitava todos os dias, e eles saíam em suas vassouras, ou
então se deitavam no gramado, fumando, ouvindo o toca-discos de Sirius e tomando
sol. Remus ficou muito bronzeado, o que o fez parecer mais saudável do que nunca, e
seu cabelo se tornar um tom mais claro.
No penúltimo dia das férias, faziam exatamente isso - estava quente demais para se
mover, e os quatro estavam deitados de costas, assando ao sol. Remus se posicionou
um pouco mais longe dos outros, apenas para mostrar a Sirius que ele não estava fora
de perigo. (Também porque Sirius tinha o hábito irritante de tirar a camisa e Remus
estava tentando não notar.)
“Então me diga de novo,” Peter bocejou para o sol, os braços atrás da cabeça, “Como
era o Nôitibus? Sempre quis andar nele.”
"Não foi tão bom", James respondeu, "Mal posso esperar até que possamos aparatar -
as aulas começam em janeiro."
"Eu vou ser um lixo nisso." Peter disse, desamparado "Dezzie tem lido os livros
teóricos, mas eu não consigo entender".
250
O estômago de Remus embrulhou. Ele realmente odiava a ideia de que James e Sirius
estiveram lá. Sentiu como se eles tivessem visto alguma parte privada dele, uma parte
que preferia manter escondida. Como a primeira vez em que se transformou na frente
deles.
"Qual é, Pete," disse James, "É da casa de Moony que você está falando."
“Aposto que é ótimo morar com outras pessoas da sua idade”, disse James,
encorajando-o. A maior tristeza de James é que havia crescido como filho único.
"Deve ter sido." Sirius acenou com a cabeça, obviamente satisfeito com a atenção, "Se
ela trata as pessoas do jeito que trata os cachorros, então não te culpo por fugir."
"Eu não estava perdido." Remus disse, friamente, abaixando seu livro finalmente. “Eu
estava com um amigo.”
251
"Mas James disse ..."
“Eu disse que ele estava num apê, Pete, não sozinho. Ele estava com esse cara trouxa -
desculpe Remus, esqueci o nome dele ...? "
"Ele não nos disse seu nome." Sirius disse, do nada. Remus se sentou e semicerrou os
olhos para ele. Sirius o estava olhando de um jeito estranho, mas isso só fez com que
ficasse irritado.
James, que parecia ter percebido que a conversa havia tomado um rumo desagradável,
se levantou também.
“Sim, você está certo, Moony. Vamos todos entrar um pouco? Beber alguma coisa e
lavar a louça que a mamãe queria. Ela estará de volta em breve.”
A Sra. Potter havia saído à tarde para algum compromisso e o Sr. Potter estava
trabalhando. Gully estava em algum lugar da casa, é claro, mas nunca fazia sua
presença conhecida a menos que fosse convocado. Os meninos estavam praticamente
sozinhos.
"Eu vou para casa se vocês forem limpar as coisas ", resmungou Peter, lutando para se
levantar, "Limpeza eu já sou obrigado a fazer na minha casa."
"Se anima, Wormy", James deu um tapa em seu ombro suado, "Tem tortinha de geleia
na cozinha, você pode comer uma de marmelada, se quiser."
Os quatro caminharam de volta pelo gramado até a casa, parando no galpão para que
Sirius e James pudessem guardar suas vassouras primeiro. Pete foi direto para sua
torta, e Remus ficou para trás no pátio, entre eles, sentindo-se muito desconcertado e
agitado. Ele se sentou no muro de tijolos novamente e ouviu as brincadeiras alegres de
Sirius e James de dentro do galpão.
252
"Eu preciso polir o cabo de novo antes de guardar na mala ..."
"Vai se ferrar!"
Houve uma briga, e Remus podia ouvir a risada alegre de Sirius enquanto os dois
garotos lutavam. "Espera só até que estejamos de volta à escola e eu possa amaldiçoar
suas bolas fora!" James riu,
Os dois cambalearam de volta para a luz do dia, Sirius segurando sua mão.
"O que você fez?" James perguntou, espiando. Ele empalideceu ao ver a mão de Sirius
e recuou, "Desculpe, cara, você sabe como eu sou com sangue ..."
“Não tem outra opção - não sei nenhum feitiço de cura ...”
253
Sirius e James se viraram para olhar para ele. Os olhos de Sirius piscaram para James,
então de volta para Remus, antes de se aproximar, a mão estendida. O corte foi muito
profundo, e o sangue estava escorrendo em filetes pelos longos pulsos brancos de
Sirius.
Remus engoliu em seco, "Você precisa limpar isso, vai infeccionar ... espera, tenho
algumas coisas na minha mala."
Ele conduziu Sirius pela cozinha, escada acima até o banheiro do primeiro andar e
abriu a torneira fria. Ele tinha um pouco de antisséptico em seu malão, sobras de St.
Edmund, onde, frequentemente, tinha que cuidar de seus próprios machucados quando
Madame Pomfrey não estava por perto. Remus o trouxe, junto com algumas bolas de
algodão e gaze.
“Tenho certeza de que vai funcionar da mesma forma,” Remus ergueu uma
sobrancelha. Ele pegou o pulso de Sirius, segurando-o com mais força do que
realmente precisava. Sua pele estava quente do sol. Remus podia sentir seu pulso. "Vai
doer." Ele disse, enquanto pressionava. Sirius estremeceu, e Remus se lembrou do dia
após o Natal em que passaram no banheiro dos Potters, furando a orelha de Sirius.
254
"Vai doer??" Sirius entrou em pânico no último minuto, enquanto Remus estava
pronto para segurar o alfinete.
"Obrigado, Moony."
"O que eu fiz ..." Sirius lambeu os lábios nervosamente, ainda segurando o braço de
Remus como se isso fosse a única coisa o mantendo no lugar.
255
"Não." Sirius abaixou a cabeça. "Você está certo." Ele soltou, mas Remus não se
afastou, embora soubesse que deveria. Sirius passou a mão ilesa pelo cabelo em
frustração. "Eu sou um idiota." Ele disse.
Remus não refutou isso. Sirius continuou. “Foi um ano muito bom, não foi, o quinto
ano? Passar as luas juntos e as festas ... então eu fui e estraguei tudo. "
"O que? Moony, não! " Os olhos de Sirius se arregalaram. Ele parecia tão sério e
sincero que Remus quis perdoar tudo em um instante. “Eu sei que eu não ... você não
fez nada de errado. Aquilo, o que aconteceu no seu aniversário, foi ... "
Remus piscou. Corajoso?! O que diabos isso queria dizer? Sirius viu sua reação e
tentou cobrir seus rastros,
“Só quero dizer que você não deve se preocupar com isso. Não ... aquilo não mudou
nada, ok? "
"Ok." Remus olhou para baixo, então, sentindo-se mais corajoso, ergueu os olhos
novamente. “Nós nunca conversamos sobre isso.”
“E eu sei o que eu fiz. Não tem palavras, não, então vou calar a boca e vou ... vou
mostrar em ações, ok? Vou provar que sinto muito, todos os dias. Eu juro, nunca mais
vou fazer outra coisa estúpida sem pensar novamente.”
256
"Qual é."
“Tá, ok, talvez isso seja um pouco ambicioso demais. Eu nunca vou fazer nada para
machucar nenhum dos meus amigos, nunca mais, que tal? "
"É um começo."
257
Capítulo 96: Sexto Ano: Setembro
“Você não pode estar falando sobre o que eu acho que está falando,” Remus ergueu
uma sobrancelha por cima de seu livro.
"Mas você tem certeza?" Sirius sorriu, "Você já teve essa sensação antes."
"Sim," James acenou com a cabeça, respeitosamente, "Você está certo, Padfoot. Mas
algo está diferente desta vez. Eu posso praticamente sentir o gosto. O amor com
certeza está no ar.”
"Ou luxúria," Remus murmurou, virando sua página, "Você provavelmente está
apenas captando os hormônios que vêm desses idiotas." Ele acenou com a cabeça para
Sirius e Peter, que estavam olhando para fora da janela do trem, procurando por suas
respectivas namoradas.
"Quem você está chamando de idiota, Moony?" Sirius respondeu, "Não posso evitar se
eu deixo as mulheres loucas de desejo."
“SIRIUS BLACK, EU VOU MATAR VOCÊ!” O grito furioso de Mary poderia ter
quebrado vidro. Sirius praticamente saltou meio metro de seu assento.
258
James gargalhou, quase engasgando com os feijõezinhos de todos os sabores que
estivera mastigando.
Ninguém estava mais feliz com a reconciliação de Remus e Sirius do que James. Ele
não disse nada diretamente, mas assim que reconheceu que seus dois melhores amigos
não estavam mais se mantendo à distância, ficou sorrindo de orelha a orelha, de volta
ao seu jeito travesso de sempre. E, portanto, voltando a suspirar por Lily Evans.
Lily entrou no compartimento neste momento, logo atrás de Mary, que entrou como
um redemoinho. Lily sorriu para Remus, que sorriu de volta enquanto a menina se
sentava ao seu lado, ambos se acomodando para assistir ao show.
“Você realmente não sabe, não é?!” Mary ficou parada com as mãos nos quadris, uma
expressão de nojo no rosto. Ela parecia espetacular quando estava com raiva, seus
brincos de argola de ouro tilintavam, seus olhos contornados de delineador kohl
estavam arregalados e ferozes. "Beco Diagonal?!" Ela bateu o pé.
"Droga."
259
"Oh merda," James deu um tapa na testa, "Eu tinha que lembrar ele ..."
“Meu único amigo verdadeiro!” James sorriu, "Você nunca vai me deixar por uma
garota, vai, Moony?"
"Espere," Lily gritou, agarrando o ombro de Remus, " É por isso que eles chamam
você de Moony?!"
“Espera aí,” James franziu a testa, “Descobriu o quê? É só uma piada, certo,
Remus? Uma coisa estúpida que inventamos quando crianças, nenhum grande segredo
ou coisa assim...”
Os olhos castanhos de James se arregalaram e ele olhou para os dois. Lily riu, seus
olhos se tornando provocativos, e Remus de repente viu exatamente porque ela
deixava James tão louco.
260
"Bem, é claro," James endireitou as costas e estufou o peito, "Todos nós faríamos
qualquer coisa pelo Moony."
Remus ficou realmente comovido com isso e teve que erguer o livro para esconder o
rosto. Ele esperava que Lily soubesse que James estava sendo muito honesto, e não
apenas se exibindo para a aprovação dela. A porta do compartimento se abriu e
Marlene entrou. Ela havia cortado o cabelo em um bob elegante durante o verão, como
Mia Farrow. Combinou muito com ela. A menina sorriu e acenou com a cabeça para
os amigos, sentando-se ao lado de James.
"Sirius e Mary estão tendo um belo show de gritos lá fora, uma maluquice." Ela olhou
para Lily, então James, então Remus, "O que eu perdi?"
***
Mary perdoou Sirius quando chegaram a Hogwarts, com a promessa de que ele a
levaria para um dia em Hogsmeade em compensação. Remus havia ficado satisfeito -
ele poderia dizer isso de forma honesta, verdadeira, sem amargura. Sentiu que Sirius
havia traçado uma linha sob o beijo deles, no banheiro dos Potters e, cabia a ele,
honrar e respeitar esse limite.
Sirius gostava de Mary. Remus teria que superar isso, simples assim. E sim, tudo bem
que, as vezes, fantasiava sobre beijar a clavícula de Sirius, sobre tocar seus lábios por
toda a extensão desde da garganta até seu umbigo - e daí?! Isso era um problema puro
e inteiramente de Remus. Ele teria que concentrar sua atenção em outro lugar. Talvez
Christopher tivesse se tornado incrivelmente atraente durante o verão.
261
NEWTs. Tudo perfeitamente normal, Remus pensou consigo mesmo enquanto
terminavam as sobremesas e se levantavam, bocejando, prontos para dormir.
"Oh, não, não, Potter, você vem comigo." Lily disse, severamente. Ele piscou, como
se não pudesse acreditar na sua sorte. Ela franziu a testa, "Temos que levar os alunos
do primeiro ano para a cama - você já esqueceu que é um monitor?!"
"Ah, merda, sim - quero dizer, droga - quero dizer ... ops."
Eles agradeceram e seguiram em frente, deixando James para trás, parecendo confuso,
mas agradecido.
Sirius se jogou no maior e mais confortável sofá da sala comunal, ocupando espaço
suficiente para três pessoas. Mary se juntou a ele com um sorriso indulgente,
colocando os pezinhos sobre as pernas dele. Peter e Marlene começaram uma partida
de xadrez no tapete em frente à lareira, e Remus pegou seu livro. Tudo como deveria
ser, ele sorriu pacificamente.
"Quando vai ser nossa primeira festa, então?" Ele perguntou à sala em geral.
262
"Isso está longe." Mary ronronou “Halloween? É perto do seu aniversário. Podemos
fazer depois do banquete.”
"Você não pode estar com fome," Sirius arqueou uma sobrancelha, "Você comeu três
porções de sobremesa!"
Deve ter se passado apenas meia hora, quando Remus acordou com o som de uma
risada rouca.
"Fique parado Potter!"
"Estou tentando!"
Remus piscou algumas vezes, confuso e grogue. Ele olhou ao redor para encontrar
Peter e Marlene rolando no tapete da lareira rindo, Mary parada ao lado de Lily perto
do buraco do retrato, onde James parecia estar executando uma dança irlandesa muito
complicada e vigorosa. Remus sorriu sonolento e se endireitou, com as costas
doloridas devido a posição toda dobrada em que havia cochilado. Ele virou para a
esquerda, apenas para estralar o pescoço, e pegou Sirius o observando com um sorriso
suave e inconsciente. Remus ergueu uma sobrancelha, o que pareceu quebrar o feitiço,
e Sirius piscou, então desviou o olhar rapidamente.
263
“O idiota estava se exibindo, como de costume. Seu feitiço atingiu uma armadura e
saiu pela culatra." Lily estava meio rindo, meio tentando encurralar James por tempo
suficiente para executar o contrafeitiço.
"Maldito Mulciber", disse James, uma carranca cômica em seu rosto enquanto suas
pernas voavam energicamente sob ele,
“Petrificus Totalus” Sirius disse, com um bocejo. James congelou e caiu no chão duro
como uma tábua.
"Black!" Lily suspirou
Assim que Remus estava indo em direção ao dormitório masculino, ele avistou
Christopher. O garoto quintanista estava descendo as escadas, com um distintivo de
monitor de prata brilhante preso orgulhosamente em seu peito. Infelizmente,
Christopher não tinha se tornado incrivelmente bonito durante o verão - na verdade,
muito pelo contrário. Ele obviamente estivera em algum lugar muito quente e
ensolarado durante o verão, e sua pálida pele inglesa estava chamuscada de um
vermelho vivo e descascando grotescamente em seu nariz.
Eles se encararam por um momento, antes que Christopher olhasse para seus pés e
depois se afastasse sem dizer uma palavra. Remus sentiu uma pontada de culpa. Ele
teria que se desculpar, em algum momento.
***
264
Quarta-feira 8 de setembro 1976
“Com seus NOMs agora para trás e seus NIEMs a frente em um ano, não caia na
armadilha de acreditar que este será um ano fácil. Seu sexto ano estabelece a base para
seus exames avançados, e o trabalho que fará será fundamental para determinar as
oportunidades disponíveis para você quando sair da escola ...”
Remus lutou para não bocejar. Ele poderia ter se sentido nervoso, preocupado e
estimulado a agir - e estivera. Na primeira vez que ouviu esse discurso. Eles estavam
na metade da primeira semana do sexto ano, e até agora todos os professores haviam
feito alguma variação dele. Esta manhã, a palestra estava sendo ministrada pelo
professor Flitwick e, portanto, tornou-se ligeiramente mais interessante por causa de
sua vozinha estridente.
Remus olhou pela janela. Esta noite era lua cheia e ele estava inquieto. Havia uma
sensação horrível sobre isso, assim como as pontadas e surtos de adrenalina
habituais. Seria a primeira lua cheia que ele passaria com os marotos desde aquela
noite terrível de junho. Era a primeira lua cheia depois do ataque do lobisomem em
agosto - desde que ele fugiu de St. Edmund's.
265
[Ele sabia que Ferox não era mais um professor, mas não sabia mais como chamá-lo e
não conseguia se referir a ele como algo tão familiar quanto 'Leo'.]
Espero que não haja problema em escrever para você. Eu tinha algumas perguntas e
não conseguia pensar em mais ninguém que pudesse saber. Falei com Alastor Moody
enquanto estava com os Potter’s neste verão, e ele disse que você está bem. Espero
que você não esteja em nenhum lugar muito perigoso.
Moody me disse que a família Munday foi assassinada por Greyback. Ele disse que
Greyback poderia tentar me encontrar e fazer com que eu me juntasse a ele. Espero
que saiba que nunca me juntaria a esse lado. Eu quero estar preparada se ele vier
atrás de mim, no entanto. Você pode me dizer algo útil? Eu nem sei como ele é.
Lamento incomodá-lo com isso, mas você é a única pessoa a quem posso perguntar,
porque conheceu meu pai e me conhece.
Obrigado,
Remus J. Lupin.
Ele sabia que você deveria encerrar as cartas com 'sinceramente' ou 'atenciosamente',
ou algo assim, mas parecia tão bobo e formal. Ele temia que Ferox pudesse pensar que
ele estava se esforçando demais para parecer adulto.
"O que?!" Remus olhou para cima, piscando e atordoado. Sirius estava de pé sobre ele,
e todos os outros estavam guardando suas coisas,
266
“É por causa de hoje à noite? Você está nervoso?"
“Nós temos um período livre agora,” Sirius disse, alegremente - ele estava gostando
muito de seu horário de estudos para os NIEM, tendo abandonado quatro
matérias. “Quer dar uma passada nas estufas?”
“Nah,” Remus sorriu, “Tô ok. Na verdade ... tenho que ir ao corujal. Tenho uma carta
para enviar.”
"Ah é? Eu vou com você, James tem outra reunião de monitores. Eu juro que você
nunca foi a tantas reuniões,”
"É, eu meio que deixava tudo para a Evans, para ser honesto," Remus sorriu,
"Claro, eu não estava tentando impressioná-la."
Sirius riu,
"Er ... você se importa em não perguntar?" Remus olhou para baixo enquanto eles
deixavam a sala de aula, caminhando com um passo um pouco mais longo do que o
normal para que Sirius tivesse que andar mais rápido para acompanhar. Era um truque
barato, mas devia haver alguns benefícios em ser alto.
Ele estava sendo extremamente flexível ultimamente, ansioso para fornecer a Remus
qualquer coisa que ele solicitasse. Remus pensou que provavelmente conseguiria fugir
de vê-lo agarrar a Mary na mesa de jantar do jeito que as coisas estavam.
267
Os dois caminharam até o corujal rapidamente - com a lua crescendo, os níveis de
energia de Remus estavam no teto - e então subiram pela última escada em espiral.
O corujal era um lugar lindo, para os padrões de qualquer pessoa (desde que você
ignorasse o cheiro de bosta de pássaro), com a melhor vista de qualquer outro lugar do
castelo. Era um espaço luminoso e arejado com vigas altas, repleto de sons suaves de
corujas empoleiradas. Sirius obedientemente recuou uma distância respeitável
enquanto Remus selecionava a coruja de aparência mais resistente (ele não tinha ideia
de onde Ferox estava, ou a que distância, e queria um pássaro que estivesse à altura do
trabalho), anexou sua carta e a soltou, através da enorme janela panorâmica.
Sirius estava se inclinando para fora da janela do lado oposto, olhando para a floresta
proibida.
"Até onde você acha que chegamos, no ano passado?" Ele perguntou: "Alguns
quilômetros, pelo menos ..."
"Sim, bem, você não pensa nessas coisas quando tem sete anos, não é?"
“Imagino que não. Na verdade, nunca pensei em fugir, para ser honesto. Muitos
meninos realmente faziam isso, mas a polícia normalmente os trazia de volta. A
Diretora costumava dizer que se um de nós desaparecesse não era problema dela - ela
ainda receberia o salário, no final da semana.”
268
Remus riu e se afastou,
Eles começaram uma descida um pouco mais lenta pela escada em espiral, mas
tiveram que parar no meio do caminho quando ouviram passos subindo. O estômago
de Remus afundou quando viu que era Christopher. Ele havia se recuperado um pouco
da queimadura de sol, mas ainda tinha um brilho quente ao redor de suas bochechas e
nariz. O menino congelou quando viu Sirius, com Remus logo atrás dele.
Os dois garotos se achataram contra a parede o melhor que puderam para deixá-lo
passar.
"Sim ... obrigado." Christopher assentiu. Ele ainda não olhou para cima, exatamente,
mas meio que olhou para o espaço acima do ombro esquerdo de Remus, e deu um
sorriso fraco ao passar.
269
Quando ele abriu os olhos, e a tontura havia passado, Remus pensou que só deveriam
ter se passado alguns segundos em que estavam assim, agarrados um ao outro na
escada escura. (Eu preciso parar de ficar preso em espaços confinados com ele, a
parte lógica do cérebro de Remus o repreendeu.) Percebeu que estava segurando o
ombro do outro com bastante força e se soltou rapidamente, afastando-se e ajustando
suas vestes.
"Tudo bem," Sirius sorriu, virando-se e descendo as escadas novamente, "Outra razão
para odiar monitores, hein?"
270
Capítulo 97: Sexto Ano: Outubro
“Depende do que você entende por ruim,” Remus fez uma careta, colocando as calças
rapidamente.
James desviou o olhar, educadamente para preservar sua modéstia, e Sirius, ainda um
cachorro, aproximou-se com a camisa de Remus na boca, oferecendo-a com a cabeça
inclinada. "Valeu, Padfoot," Remus sorriu. Ele queria afagar a cabeça do cachorro e
tinha que ficar se lembrando de que era Sirius.
“Você tem sorte,” Peter disse, aparecendo do nada em um canto distante da sala, “Eu
tenho que levar Dezzie para Hogsmeade às onze. Prongs, você não tem que levar os
terceiranistas para baixo?”
“Nah,” James bocejou de novo, ruidosamente, “Agora que Evans sabe sobre o
probleminha peludo de Remus, ela está realmente me dando uma folga. Aquele garoto
do quinto ano com queimaduras de sol vai fazer.”
271
"Evans não sabe de mais nada, sabe?" Sirius finalmente reapareceu, juntando-se a
James no sofá.
“Não posso,” Remus balançou a cabeça, “Eu não te disse? Minha permissão foi
revogada. Depois dos ataques...”
"O que?!" Sirius parecia indignado, "Eles não podem punir VOCÊ por algo que aquele
bastardo fez!"
Eles foram embora bem na hora, Madame Pomfrey entrou na Casa poucos minutos
depois. Ela o examinou rapidamente e, satisfeita, acompanhou Remus de volta ao
castelo. Ela lhe prescreveu algumas horas de sono na ala hospitalar, o que ele ficou
mais do que feliz em aceitar. Com todos os seus amigos em Hogsmeade, não havia
muito o que perder.
272
Remus estava tão faminto, na verdade, que não percebeu a carta apoiada na fruteira
entre duas maçãs até estar bem adiantado na construção de seu segundo
sanduíche. Quando ele viu que era endereçado a ele numa letra familiar depois de
diversas redações de Trato das Criaturas Mágicas devolvidas, ele quase derrubou o
prato da cama em sua ânsia de abri-la.
Caro Remus,
Não posso divulgar minha localização no momento, mas tenha certeza de que estou
tão seguro quanto possível. Fico feliz em saber que você está bem - Dumbledore me
contou sobre seus resultados NOMs. Estou incrivelmente orgulhoso de você, Remus,
sei que você deve ter trabalhado muito. Continue assim e eu prometo que nada pode
te parar.
É perfeitamente natural que você queira saber mais sobre Greyback. Eu só gostaria
de ter mais para lhe contar. Receio nunca ter trabalhado em nenhum caso
relacionado a lobisomens para o ministério - e se você quer minha opinião, ninguém
fez nenhuma pesquisa útil sobre licantropia desde seu pai - e como você sabe, ele
estava terrivelmente errado sobre um número das coisas.
Eu sei que Greyback era um bruxo perigoso antes de ser mordido, e é um dos homens
mais cruéis que eu já ouvi - exceto pelo próprio Voldemort. O conselho que o libertou
contra a vontade de seu pai acreditava que ele era um mendigo trouxa - eu diria que
ele se veste mal e é um manipulador habilidoso.
Desculpe, não posso te dizer mais do que isso. Quero enfatizar, entretanto, que a
coisa mais importante que sabemos sobre Greyback é que ele é perigoso. Se você tiver
a menor suspeita de que ele sabe onde você está, deve contatar Dumbledore
imediatamente. Apenas Dumbledore é confiável.
273
Ferox.
Remus leu duas vezes, então leu o primeiro parágrafo mais uma vez, apenas pela
emoção. 'Estou incrivelmente orgulhoso de você, Remus'. Que coisa maravilhosa. Não
havia nenhuma informação sólida ali, é claro. Nada que Remus já não tivesse
considerado - é claro que Greyback deve parecer um sem-teto; essa era a melhor
maneira de evitar chamar atenção para si mesmo. E Remus era a última pessoa que
precisava ouvir sobre como esse homem era perigoso. A carta parecia preciosa, do
mesmo jeito. Apenas os marotos haviam escrito para ele antes.
"Boa tarde, querido," Madame Pomfrey emergiu de trás da tela. Ela tinha um sexto
sentido para saber quando ele estava acordado.
"Olá", ele sorriu para ela, as palavras de incentivo de Ferox ainda em sua mente.
“Você está de bom humor”, ela sorriu de volta, “embora eu não te culpe - quase uma
noite perfeita! Você está livre para ir assim que quiser.”
"Obrigado," ele colocou as pernas para fora da cama imediatamente, então olhou para
cima, rapidamente, "Er ... Madame Pomfrey? Posso te perguntar uma coisa?"
“Claro, Remus,” ela respondeu, ocupando-se em desarrumar a cama dele agora que
ele a havia deixado. Ela fez isso com um movimento de sua varinha, era uma das
magias mais elegantes e perfeitas que Remus já havia visto.
“Eu gostaria de aprender sobre feitiços de cura. Apenas coisas básicas - eu não sou
bom em Poções - na verdade, eu larguei a matéria.”
"Mm, lamento ouvir isso", respondeu ela, arrumando sua cabeceira agora, "fazer
poções é uma habilidade útil."
"Certo, mas eu só quero ser capaz de me recuperar depois da lua cheia - assim que as
aulas acabarem, você sabe ..."
274
Madame Pomfrey parou o que estava fazendo e se sentou na cama para olha-
lo. Quando ele era pequeno, ficavam cara a cara quando a mulher se sentava. Agora,
ela tinha que olhar para cima enquanto ele se elevava sobre ela, e percebeu, pela
primeira vez, o quão pequena era. Remus nunca se esqueceria a manhã em que ela o
embalou em seus braços, e como ela o fez se sentir seguro desde então. Ele
provavelmente poderia levanta-la agora, se quisesse, e de alguma forma, a médica
ainda lhe dava a mesma sensação de segurança.
“Tudo bem, Remus,” ela disse, após examiná-lo, “Eu ensino a uma pequena seleção
de alunos os fundamentos da cura nas terças à noite. Você é bem-vindo para entrar, se
desejar, embora não haja uma qualificação nisso.”
“É para preparar os alunos que desejam começar seu treinamento como curandeiros
assim que deixarem Hogwarts. Só posso presumir que a cura não foi sua carreira
escolhida quando você falou com a Professora McGonagall no ano passado,”
“Oh sim, certo ...” Ele esfregou a nuca, ligeiramente envergonhado. Ele nunca tinha
pensado em cura - principalmente porque ele achava que provavelmente envolvia
um monte de poções, mas também, porque tinha certeza de que ninguém iria querer
contratar um lobisomem para cuidar de pessoas vulneráveis.
A sala comunal estava quase vazia, era um belo dia ensolarado de outono e um fim de
semana de passeios em Hogsmeade. Remus entrou no dormitório ruidosamente,
permitindo que a porta batesse. James se sentou na cama, assustado,
"Puta merda!"
275
"Estávamos indo," Sirius rolou em sua própria cama, bocejando, "Mas nossas camas
pareciam tão confortáveis ..."
"Não se preocupe, pedi a Peter para fazer isso." Sirius respondeu, deitado de costas,
sem dar nenhum sinal de que planejava se levantar. "É hora do almoço?"
"Sim," Remus sorriu, satisfeito por ter seus amigos numa tarde que ele esperava ser
muito monótona e solitária. "Vamos descer?"
"Só vou tomar um banho primeiro," James assentiu, caminhando sonolento em direção
ao banheiro. "Ugh, e eu realmente preciso começar aquela redação de Defesa Contra
as Artes das Trevas sobre patronos - algum de vocês fez isso?"
"Só o rascunho," Remus disse, folheando sua própria pilha de dever de casa, "Você
pode dar uma olhada se quiser, mas aposto que você sabe melhor do que eu de
qualquer maneira."
"Quase não tive tempo para a leitura", gritou James de dentro do banheiro. Ele nunca
fechava a porta e tratava todos os lugares como um vestiário de quadribol, "Com o
jogo chegando e essas patrulhas de monitores - não que eu esteja reclamando...
patronos parecem muito legais, eu queria ser o primeiro a fazer isto."
Remus não respondeu a isso, mas ele pensou que James provavelmente seria o
primeiro a lançar um patrono. Não apenas porque ele foi o melhor do ano em DCAT,
mas - de acordo com os livros que Remus havia lido até agora, pelo menos - parecia
que você precisava ser capaz de evocar um pensamento feliz em um prazo
extremamente curto. James parecia ser o mais capaz de fazer isso. Ele achou que
provavelmente conseguiria também - mas talvez não muito rapidamente. Fez uma nota
mental para pensar um pouco mais antes da aula prática.
276
"Então, a bebida está resolvida," Sirius estava dizendo - alto, para que James pudesse
ouvi-los por cima da água correndo, "Comida é fácil - e vai ser logo após o banquete,
de qualquer maneira, ninguém vai estar com fome, exceto Moony.”
“Decorações ...” Sirius continuou, sorrindo, “Bem, eu pedi a Avni da Lufa-Lufa para
fazer algo criativo com abóboras, então veremos como fica ... então tudo que
precisamos é música. Você vai fazer isso de novo, não vai, Moony? "
“Eu poderia, mas da última vez todo mundo simplesmente colocou o que queria, de
qualquer maneira.” Ele não queria admitir que não estava particularmente ansioso para
a festa de Halloween. Não que não gostasse de se afogar em Whisky de fogo e ver
James se fazendo de bobo na pista de dança. Mas não conseguia se livrar da memória
da última festa na sala comunal da Grifinória, e como aquilo havia terminado para ele.
"Eu sei que você tem seus padrões, mas er ... Mary perguntou se você poderia tocar
um pouco do ABBA, talvez?" Sirius perguntou isso com um leve estremecimento,
como se isso lhe causasse dor física.
277
"Merda! Mary!" James gritou do banheiro.
James saiu correndo do banheiro, encharcado e pingando nas tábuas do chão, uma
toalha em volta da cintura.
"Mary!" Ele disse, novamente, "Você deveria passar o dia com ela em Hogsmeade,
para compensar o aniversário!"
"Não é sua culpa, cara", disse James pegando outra toalha para secar o cabelo,
deixando-o ainda mais bagunçado no processo. "Você esteve ocupado."
Remus achava que isso era extremamente caridoso da parte de James, e uma bela de
uma mentira. Sirius era o menos ocupado dos marotos - ele mal se importava com o
dever de casa, não estava no time de quadribol, não fazia nada extracurricular e estava
estudando menos disciplinas do que Peter. Além de detenções e um compromisso
dedicado com pegadinhas, Mary era a única outra preocupação real de Sirius.
"Ah, tudo bem, ela vai me perdoar." Sirius suspirou, "Vou levá-la para sair na próxima
vez, e realmente farei algo louco no dia dos namorados."
"Seu funeral, cara", disse ele, "Você vai perder aquela garota se não tomar cuidado."
278
Capítulo 98: Sexto Ano: Halloween
Ouvir T-Rex.
Terminar um livro.
Beijar Sirius...
279
sussurrando. Ah, ótimo, Remus pensou, aposto que Snape já contou a eles tudo sobre
Loony Lupin. Falar sozinho vai realmente ajudar...
Estava a caminho de sua primeira sessão de estudos com Madame Pomfrey e com os
outros alunos que se preparavam para o treinamento de curandeiro, e usava o tempo
livre para listar todas as suas memórias mais felizes. Apenas uma memória em
particular continuava interrompendo. Se meu patrono for um cachorro preto, disse a si
mesmo, terei que deixar Hogwarts para sempre e nunca mais mostrar meu rosto.
“Ah, uau! Eu não tinha ideia de que você queria ser um curandeiro! " Ela sorriu.
Remus tentou não parecer muito surpreso. Parecia o tipo de coisa que ele deveria
saber sobre seus amigos - mas, então, Marlene sempre foi um pouco mais reservada
do que Lily ou Mary.
Secretamente, Remus sempre sentiu um carinho especial por Marlene. Ela era quieta e
tímida, como ele, menos abrasiva do que Mary e menos mandona do que Lily. Se
lembrou de uma vez, em um momento de confusão aos treze anos, ter decidido gostar
dela. Isso o embaraçava agora, mas tinha a sensação de que, se contasse, ela veria
graça nisso. Na verdade, agora que ele pensava sobre isso, Marlene tinha a boa
natureza inerente e a atitude sensata que provavelmente convinha a um curandeiro.
280
Além disso, durante a aula da Madame Pomfrey, Marlene era claramente a aluna que
se destacava. Ela parecia já saber metade dos feitiços, e a medibruxa disse-lhe com
aprovação que a menina tinha um dom natural. Marlene corou de orgulho com isso, e
Remus percebeu que era a primeira vez que a via tão confiante. Ela sempre aparentava
estar insegura antes.
"Caramba, eu deveria começar a ter aulas com você!" Ele disse, quando eles deixaram
a enfermaria mais tarde naquela noite.
"Ah, cale a boca", ela sorriu, timidamente, "Tenho certeza que você vai me vencer
assim que tiver a chance de me alcançar."
"Ha, sem chance!" Ela riu: “Você deveria ver o estado em que meu irmão está, e ele é
profissional há apenas alguns anos. No entanto, eu gostaria de ser curandeira para os
Cannons. Ou qualquer time que o Potter acabe – assim, eu ainda posso ver vocês
quando a escola terminar. "
"Vamos nos ver de qualquer maneira!" Remus disse: "Você não pode se livrar de nós
tão facilmente."
“Você é um amor, Remus,” ela deu uma cotovelada nele. “Ei, estou realmente ansiosa
por esta festa - os rumores são verdadeiros?!”
"Er ..."
***
281
Os marotos haviam se tornado lendários em status, e circulavam rumores por todo o
castelo especulando sobre o que exatamente os quatro meninos poderiam ter
planejado. Houve menção de grandes quantidades de álcool, fogos de artifício em
potencial - Remus ouviu um lufano jurando cegamente que eles haviam
contrabandeado uma banda de verdade, com instrumentos e tudo.
“O que eles estão achando?” James riu, “Que eu estou escondendo uma banda debaixo
da minha cama? ... er ... mas eles podem estar certos sobre os fogos de artifício...”
"Exatamente", ele sorriu, estufando o peito, "E eu tenho autoridade para sancionar
qualquer comemoração que achar conveniente."
Remus tentou incitar Lily nessa declaração - não querendo colocar James em
problemas, mas igualmente não querendo vê-la humilhada também.
"Olha, Remus, depois de seis anos eu estou aprendendo a seguir o fluxo no que diz
respeito a vocês," ela disse, sem tirar os olhos de seus gráficos de Aritmancia, "Se
Potter e Black quiserem uma festa, eles vão dar um jeito - vou apenas revisar os
feitiços de extinção de fogo e garantir que ninguém se machuque. Além disso,” - e ela
olhou para cima, agora - “acho que todo mundo precisa de um pouco de
animação. Com a guerra, sabe ...”
Então foi isso. Se Lily Evans concordava com uma festa, Remus supôs que ele
também estava de acordo. Além disso, era em parte para comemorar o aniversário de
Sirius também, que cairia na quarta-feira seguinte. E você tinha que ser capaz de uma
crueldade sobre-humana para privar Sirius Black de uma festa de aniversário.
Este era um ponto sensível para Mary, que havia sido esquecida duas vezes agora e
estava perdendo rapidamente a paciência com seu namorado volúvel e extremamente
distraído. O problema era que ela parecia pensar que Remus era a melhor pessoa para
desabafar sobre isso.
282
"Eu não sou uma idiota," ela suspirou, alguns dias depois de perdoar Sirius pelo
último evento (não depois de ter encantado todas as taças na mesa de jantar da
Grifinória para, de repente, jogar bebida no rosto dele), "Eu sabia como ele era antes
de começarmos a namorar, e minha tia sempre diz 'você não pode mudar um
homem’...’”
“E, sabe, gosto do fato de ele não seguir as regras e não se importar com o que as
pessoas pensam. Eu meio que gostaria que ele se importasse com o que eu penso ... "
"Mas ele não demonstra isso... e, na verdade, ele não é o único garoto bonito em
Hogwarts." Ela disse isso com uma expressão irônica no rosto, enquanto um corvino
alto do sétimo ano passava por eles. Roman Rotherhide - Remus havia ouvido muitas
garotas cochichando sobre ele. O menino tinha cabelo louro e cacheado tão comprido
quanto o de Sirius e olhos castanhos escuros.
Mary lambeu os lábios, seus próprios olhos seguindo o corvino mais velho enquanto
ele saia da biblioteca. Remus fechou o livro com força,
"Vamos?"
***
Na tarde da festa, Remus estava deitado em sua cama com as cortinas fechadas,
ouvindo Diamond Dogs pela centésima vez, tentando evitar todas as bobagens
acontecendo lá embaixo. As garotas pareciam ter unido forças e transformado a,
geralmente confortável, sala comunal da Grifinória em um cruzamento entre uma
283
liquidação desordenada e o balcão de cosméticos de uma perfumaria. Ele praticamente
podia sentir o cheiro do perfume de sua cama, e isso fazia seu nariz coçar.
Elas estavam 'se arrumando', Mary e Marlene disseram a ele, embora Remus não
pudesse entender o que isso significava exatamente - exceto que parecia envolver
muitos espelhos, muitas risadas e uma quantidade horrível de spray de cabelo.
James estava coordenando o teste para novos batedores para o time de quadribol e
Remus presumiu que Sirius estivesse com ele. Peter estava ajudando Dezzie a
'escolher um vestido' para a festa (embora Remus suspeitasse que fosse apenas uma
mentira; uma olhada no mapa do maroto disse a ele que Peter Pettigrew e Desdemona
Lewis estavam sozinhos no banheiro dos monitores).
Sentindo muita pena de si mesmo, ele se reclinou na cama e ergueu sua varinha,
preguiçosamente levitando o disco para fora da capa e para debaixo da agulha. Ele
puxou o toca-discos de seu lugar habitual na prateleira de Sirius e o colocou na ponta
da cama, esperando que, com as cortinas fechadas, ele pudesse tocá-lo alto o
suficiente para abafar a tagarelice aguda que subia as escadas.
284
"Oi", respondeu ele, inquieto, ligeiramente envergonhado, como se tivesse sido pego
fazendo algo que não deveria, "Você quer seu toca-discos de volta?"
"Nah," Sirius acenou com a mão. Ele abriu mais as cortinas, e para o horror de Remus,
entrou, engatinhando na cama. O menino se acomodou de costas ao seu lado e ouviu a
música com ele.
Eles ficaram em silêncio por um longo tempo, ambos olhando para o dossel vermelho
acima deles. Remus continuou dizendo a si mesmo que Sirius estava se comportando
perfeitamente normal. Ele ficava deitado na cama de James o tempo todo; não
significava nada.
"Mesmo? Lamento, cara.”
“Nah, está tudo bem. Não é como se eu estivesse apaixonado por ela ou algo assim.”
"É" Sirius riu. Ambos ficaram quietos novamente. A voz fina e aguda de Bowie
estremeceu entre eles. A primeira música terminou e a onda estrondosa de Sweet
Thing começou. “Adoro esta música.” Sirius comentou. Remus murmurou em
concordância.
285
"Nós fizemos." Sirius disse, de repente. “Eu e Mary.”
"Certo. Isso é ... quero dizer, por isso que ela terminou com você? "
"Não!" Sirius fez uma careta para ele, “Obrigado pelo voto de confiança, mas eu não
acho que fui tão terrível. Só terminamos, só isso.”
"…Como foi?"
"O término?"
“Ah sim ... foi bom. Ótimo. Não como eu imaginei, mas ... sim, bom.”
286
"Sim, acho que ainda acredito um pouco que ele é."
“Um dia, quando todos nós morarmos em Londres, vamos procurar ele e então
poderemos perguntar.”
"Vai negar?" Ele respondeu: "Seu ego é tão grande que tem órbita própria."
"Ai!"
"Seu ego é tão grande," Remus continuou, maliciosamente, "Quando você estava
fazendo com Mary, você provavelmente fechou os olhos e se imaginou!"
287
"Não." Remus ergueu uma sobrancelha e lutou para se libertar. Sirius estava montado
nele agora, e se preparou contra os movimentos de Remus, empurrando de volta para
baixo.
"Sirius," Remus sussurrou, hesitante, ouvindo a tensão em sua própria voz. "O que
estamos fazendo?"
Se era isso que Sirius queria, Remus não faria mais perguntas - ele achava que não
tinha sangue suficiente em seu cérebro para formular um pensamento, de qualquer
maneira; estava dolorido, tenso de desejo, e Sirius o pressionava, acertando as partes
de Remus que mais queriam contato. Empurrou a mão entre eles, atrapalhando-se com
os botões de seus jeans. Sirius enrijeceu um pouco, mas permitiu, deixando Remus
fazer tudo. Deixando Remus tocá- lo.
Ele ficou momentaneamente tímido com seu corpo - como deveria ser ossudo aos
olhos dele; como suas mãos eram estranhas. Mas logo não havia espaço para timidez,
Sirius continuou se movendo, e Remus estava perdido, completamente perdido na
estranha familiaridade de outra pessoa e no cheiro maravilhoso do cabelo de Sirius.
288
Tudo acabou quase tão rapidamente quanto começou. Bastou o ângulo certo contra o
quadril de Sirius e Remus engasgou, se contorcendo, vendo estrelas, e um segundo
depois Sirius soltou um gemido abafado nos lençóis.
Nos momentos de silêncio que se seguiram, ambos ficaram sem fôlego e tensos. Então
Sirius se apoiou e saiu de cima, rolando de costas. Não disseram nada enquanto
levantavam as calças e endireitavam as roupas. Remus se recusava a ser o primeiro a
falar.
Remus piscou.
"Desculpe."
"Como se eu fosse."
289
Remus caiu de costas na cama, sua mente ainda se recuperando. Se ele não estivesse
tão confuso, ficaria furioso.
290
Capítulo 99: Sexto Ano: Festas e Pústulas
O banquete de Halloween de Hogwarts de 1976 foi tão terrível que a primeira coisa
que Remus fez imediatamente depois foi ficar o mais bêbado humanamente possível.
Não foi terrível de nenhuma maneira exterior, é claro. A comida estava deliciosa,
como de costume - um glorioso porco dourado assado com pedaços de maçã coberto
de creme doce. Foi terrível para Remus. Sirius não fora rude ou frio - ele nem estava
tentando evitar Remus. Era exatamente sua dedicação à normalidade que o tornou tão
desagradável. Ele sorria. Ele ria. Ele brincava. Ele chamava Remus de 'Moony' sem
nenhum traço de vergonha. Remus não teve escolha a não ser seguir seu exemplo -
afinal, ele prometeu não contar.
Além de que, ele não fazia idéia de como contar a alguém uma coisa dessas.
291
"Oi, James, o Sirius já meio que foi para a sua cama e vocês meio que acabaram se
tocando um pouco?"
Não que ela parecesse magoada. Quando a festa começou a todo vapor (Remus bebeu
três doses de whisky assim que a oportunidade apareceu), Mary desceu do dormitório
feminino usando um vestido de matar, vermelho e muito justo, o que fez até Remus
ficar encarando por alguns segundos. Roman Rotherhide, da Corvinal, foi o primeiro a
oferecer-lhe uma bebida, e os dois passaram o resto da noite totalmente absortos um
no outro, de uma forma ou de outra.
Marlene se aproximou em algum momento, para ver se ele estava bem, e para
perguntar se Sirius estava saindo com mais alguém, agora que ele e Mary haviam
terminado. Remus fez uma careta ao ver o olhar esperançoso dela e disse que não dava
a mínima. Ela franziu a testa, mas o deixou sozinho depois disso.
292
Por volta das nove horas, as coisas ficaram realmente nebulosas. A última coisa de que
se lembrava foi a performance perfeita de Peter e Desdemona em Paradise by the
Dashboard Light (só Peter para gostar de Meatloaf, de todas as músicas trouxa do
mundo). Remus se lembrava vagamente de sorrir estupidamente enquanto os dois se
jogavam pela sala, vermelhos e suando, mas se divertindo muito, cantando o dueto
com toda a força dos pulmões.
A próxima coisa que Remus percebeu foi que estava no banheiro do dormitório,
curvado sobre o vaso sanitário, vomitando suas tripas fora. Ele deve ter chegado um
pouco tarde, porque sua camisa e calça estavam molhadas e fedendo. O banheiro girou
e balançou, e ele se deitou nos ladrilhos suaves e frios, enquanto os acordes de
fechamento de Rebel Rebel ecoavam pelas escadas.
“Oi, Moony! Acorda acorda, cara”a voz de James explodiu em sua cabeça latejante
algumas horas depois.
"Gnuuughh."
Remus piscou com a luz forte e tentou se levantar. Para começar, o banheiro era
pequeno, havia espaço apenas para uma pia, vaso sanitário e banheira. Não
293
havia realmente espaço para três garotos compridos de dezesseis anos de idade, dos
quais dois estavam tão bêbados que mal conseguiam se manter de pé. Remus recuou
para a pia enquanto Sirius se jogava sobre o vaso sanitário, vomitando
ruidosamente. Felizmente, seu cabelo estava preso para trás.
Remus piscou novamente, olhando estupidamente para ele por um tempo, antes de
James gentilmente puxá-lo pelo cotovelo,
"Pfft, você deveria ser o responsável," James bufou, brincando, enquanto fechava as
cortinas da cama. "Boa noite, Moony."
A ressaca do dia seguinte foi tão horrível que Remus pensou que provavelmente
nunca mais beberia.
***
294
As explicações eram inúmeras, disso ele tinha certeza. Apenas precisava pensar sobre
isso. Talvez Sirius só estivesse com vontade - os dois eram adolescentes,
afinal. Remus estava prontamente disponível e não havia apresentado nenhuma
resistência. Talvez esse fosse o tipo de coisa que os meninos ricos faziam em
internatos. Qualquer lugar disponível se tornava um alvo. Podia até ser um pouco do
lado canino de Sirius aparecendo.
A pior parte era que Remus realmente não se importava com o motivo. Ele só queria
que acontecesse novamente. Tão culpado quanto sabia que deveria se sentir, ele
passava todas as noites deitado em sua cama desejando e desejando que Sirius viesse
rastejando. Ou que ele, Remus, tivesse a coragem de se levantar e ir pessoalmente até
o outro. Mas a coragem nunca veio, e depois de uma semana (que incluía o aniversário
de Sirius, um fim de semana em Hogsmeade, Bonfire Night e uma lua cheia) Remus
simplesmente teve que tentar desistir disso.
Como de costume, ao enfrentar uma crise, Remus compôs uma lista confiável para
ajudar a equilibrar seu pensamento. Este era intitulado: Razões para esquecer a
situação de Sirius.
Sirius claramente queria fingir que isso nunca aconteceu. Um bom amigo deve
respeitar seus desejos.
Remus queria ser um bom amigo, porque, afinal, perder um amigo era potencialmente
muito pior do que nunca tocar em Sirius novamente. Não era?
Sirius não estava escondendo sua atração profunda e permanente por garotas. Todas e
cada uma delas.
Este último era o ponto mais relevante. Um fator que havia contribuido para a
bebedeira de Remus na festa de Halloween foram as tentativas obstinadas de Sirius
em flertar com todas as garotas maiores de quinze anos. Tentativas extremamente
bem-sucedidas, diga-se de passagem. Tão bem sucedidas que, quando o próximo fim
de semana chegou, era de conhecimento geral que Sirius agora estava casualmente
295
saindo com Avni Chaudry, a lufana que havia encantado as abóboras para brilharem
no escuro.
Esta era uma situação familiar a esse ponto, e Remus, pelo menos, estava feliz por não
ser mais um monitor, e não correr o risco de tropeçar em Sirius e Avni se agarrando na
torre de Astronomia. Ele começou a evitar as estufas, no entanto.
A terceira lua cheia do ano foi tão bem quanto as duas anteriores - James jurou que
havia avistado um unicórnio, realmente, desta vez. E as aulas com a Madame Pomfrey
se tornaram um prazer inesperado, a ponto de, agora, Remus ser competente em curar
pequenas cortes e hematomas. Sem uso de antisséptico a partir de agora.
Então, ele dizia a si mesmo repetidamente que, ele, Remus John Lupin, não tinha
nenhuma razão para estar infeliz. Tudo estava como deveria ser - até mesmo James e
Lily estavam se dando bem sem nenhum feitiço ou maldição sendo lançados. O vazio
estava apenas dentro dele – pois, sua vida exterior estava mais cheia do que nunca.
Diante de tudo isso, ficou bastante surpreso ao, em uma tarde tranquila na biblioteca,
receber uma carta. Na verdade, 'receber uma carta' parecia um exagero. Um avião de
papel o havia atacado na nuca, enquanto tentava se concentrar em converter uma
equação aritmética de Agripa para a forma Caldéia. Ele sibilou de dor e agarrou-o,
olhando ao redor. Estava sozinho, mas sabia exatamente quem era o culpado. Os
feitiços locomotores de James eram lendários. Remus o desdobrou, alisou e começou a
ler.
296
‘Marotos se reúnam! Ficamos adormecidos por muito tempo.
Ele não pôde deixar de sorrir. Eles não faziam uma brincadeira adequada há anos.
***
"Quem é?"
"Sou eu."
“Ah, oi, Moony, você encontrou a capa então. Sirius está com você? "
"E Wormtail?"
“Ele está aqui, no meu ombro. Nós não nos encaixamos de outra forma.”
"Padfoot!"
"Prongs."
297
A 'tapeçaria do jardim' ficava no andar térreo, a apenas alguns metros da entrada das
masmorras. A partir disto, Remus presumiu que a pegadinha seria dirigida a
Sonserina. Não estava errado. James tinha uma grande caixa de madeira com ele, que
ele estava levitando graças a seu encanto de locomoção patenteado.
"Bem, eu não sei a senha da Sonserina deste ano - algum de vocês sabe?"
Todos eles balançaram a cabeça, exceto Peter, que - ainda empoleirado no ombro de
James - deu um guincho negativo. James suspirou, apenas ligeiramente desapontado,
"Então eu pensei que provavelmente poderíamos espalhar eles por aí - eles estão quase
prontos para estourar, eu acho..."
Assim que alcançaram os níveis mais baixos, sombrios e cavernosos do castelo, Peter
se transformou de volta em si mesmo, e James largou sua caixa. Ele ergueu a tampa
para apresentar uma recompensa de, pelo menos, cem cogumelos grandes, amarelados
e de leve pulsação.
"Eugh." Disse Peter.
298
latejava de forma desagradável em suas mãos, e Remus achou que James estava
certo; estavam prontos para explodir a qualquer minuto, deixando as masmorras
cobertas de pus amarelo fedorento.
"Ah, droga!" James disse: "Vocês três peguem a capa e se escondam, eu vou ..."
"Aquela porra de gato maldito está atrás de mim," Sirius murmurou, "Desde que me
tornei um animago."
“Locomoto!”
"Não!"
299
Sirius não era tão bom nesse feitiço quanto James. Ele sempre colocava um pouco de
força demais por trás. Tudo o que Remus pôde fazer foi abaixar-se e cobrir a cabeça,
quando a caixa de delicadas bolinhas de pus se chocou contra a porta do banheiro,
disparando até a última pústula com um ruído nauseante.
300
Capítulo 100: Sexto Ano: Limites
Eles foram pegos, é claro - apenas Sirius e Remus. O raciocínio rápido de Peter o
livrou, e James correu rápido o suficiente a tempo. Ele queria dizer a McGonagall que
tudo havia sido ideia dele, mas Sirius não permitiu.
A chefe da casa deu a eles um dos piores castigos que tiveram em anos - piorou ainda
mais pelo fato de que ela estava vestida com sua camisola de tartan e roupão, o que
não foi nem um pouco engraçado, mas extremamente assustador. Eles ficaram em seu
escritório, cabeças abaixadas, pingando pus até que ela os mandou para a cama. Vinte
pontos da casa perdidos e detenção até o Natal.
“Vocês dois têm uma hora livre antes do almoço amanhã,” ela disse, como uma farpa
de despedida, “Eu espero que se apresentem nas masmorras para limpar sua
bagunça. Sem magia.”
301
Sirius estava furioso e, depois de se lavar, foi para a cama sem dizer uma palavra. Pete
sentou-se na ponta do colchão, com o rosto pálido e preocupado.
"Eu realmente sinto muito!" Ele sussurrou para Remus, desesperadamente, "Eu entrei
em pânico, às vezes eu simplesmente perco o controle quando estou com medo ..."
"De qualquer forma," James saltou de sua cama, "Eles não encontraram nenhuma das
bolinhas que escondemos, ainda ..."
"Foram vocês dois?!" Lily olhou para Remus espantada, quando ele disse a ela por
que não poderia encontrá-la na biblioteca antes do almoço, "Não Black e Potter, Black
e você?!"
"Não precisa parecer tão surpresa", ele franziu a testa, "sou capaz de ser um idiota
tanto quanto qualquer outra pessoa."
"O que Mary disse?" Remus sentiu uma onda de calor subir por seu pescoço - Sirius
disse algo a Mary? Algum lapso estúpido enquanto eles estavam se beijando?
“Eu não sei,” Lily pareceu levemente surpresa, “Pergunte a ela, eu realmente não
consigo me lembrar, eu só pensei que ela disse algo sobre vocês dois não estarem se
302
falando. De qualquer forma, você poderia tentar não destruir mais banheiros este
ano? A Grifinória já tem a menor quantidade de pontos entre as casas, e nem é Natal.”
Os ataques surpresa no corredor tinham perdido mais vinte pontos para Grifinória, e
uma noite extra de detenção para Remus e Sirius. James se sentia terrivelmente
culpado, mas o senso de cavalheirismo e honra de Sirius não o deixou confessar.
Claro, foi uma história muito diferente mais tarde naquele mesmo dia, quando ele e
Remus estavam do lado de fora do banheiro isolado, esperando Filch chegar com
baldes e esfregões.
"Ei, seja legal," Remus franziu a testa, "Ele só fez isso porque alguém ficou muito
animado e explodiu todos aqueles cogumelos."
"Ainda sim ele não precisava ter fugido." Sirius cruzou os braços, encostado na parede
oposta.
303
Cansado e mal-humorado, Remus retrucou de volta,
Sirius olhou para ele, furiosamente. Como alguém ousava falar algo contra James
Potter na presença de Sirius Black. Remus revirou os olhos e encarou o teto até Filch
chegar.
Argus Filch era um dos adultos mais desagradáveis que Remus já conhecera. A
Diretora teria gostado dele. Um homem amargo, rancoroso e asqueroso de meia-idade,
Filch era um zelador e um bisbilhoteiro, que parecia odiar os alunos mais do que
qualquer um que trabalhava em uma escola deveria odiar. Isso era mais evidente do
que nunca quando ele tinha permissão para administrar detenções.
O homem deixou cair dois grandes baldes de madeira aos pés deles com um sorriso
malicioso no rosto e empurrou a porta. Durante a noite, o pus parecia ter secado e
deixado uma crosta espessa amarelada sobre a maioria das superfícies que havia
atingido. Remus torceu o nariz. Filch entregou a eles esfregões e escovas.
"Voltarei para ver como estão em duas horas." Ele disse: “Vocês devem terminar até
lá. Sem varinhas e sem brincadeirinhas.” Ele zombou enquanto os deixava.
Remus olhou para Sirius, que obviamente ainda estava irritado com ele. E endireitou
as costas,
"Vou começar por ali", o mais velho acenou com a cabeça para o outro lado do
banheiro, "Você vai lá." e então indicou o lado oposto.
304
Sirius ainda não estava falando com ele e virou as costas, trabalhando em
silêncio. Remus fez o mesmo. Dois poderiam jogar esse jogo. Sirius estava tornando
tudo muito mais fácil.
Remus nunca iria admitir, mas não se importava em limpar e, na verdade, achava isso
bem tranquilizador. Por mais nojento que parecesse o pus, ele saía do ladrilho branco
facilmente com um pouco de água e sabão, de modo que, o trabalho não era
fisicamente cansativo, até o momento de limpar as paredes. Isso era mais difícil
apenas por causa de todos os estiramentos e alongamentos, que o cansavam e faziam
seus ombros doerem.
Quando a primeira hora acabou, eles haviam conseguido remover todos os vestígios
da bagunça e tudo o que faltava era fazer um enxágue final. Remus lavou o balde mais
algumas vezes e aproveitou a oportunidade para lavar as mãos e o rosto, que haviam
ficado quentes com o esforço. Sirius se juntou a ele na pia, mas ambos não falaram.
305
"Cale a boca sobre o Wormtail, ok?!" Remus disse, exasperado, "Vê se cresce!"
Sirius franziu a testa, mas não disse nada. O moreno lavou as mãos e o rosto também.
Remus tentou não assistir. Então, se voltou para sua própria parede e começou a jogar
a água limpa nela, tirando o que restava da espuma de sabão.
Uma sombra apareceu em seu ombro e ele se preparou para mais brigas.
"Não, você só está agindo como um idiota." Remus deu uma cotovelada nele, mais
forte do que ele realmente pretendia.
Sirius o beijou.
“Remus, eu ... merda, desculpe. Não sei por que isso continua acontecendo comigo.”
306
"Tudo bem." Remus disse, sem olhar em seus olhos.
“Sim,” Remus disse, “Sim, claro. Nem eu." Ele disse isso rapidamente e sem
pensar. Disse isso para impedir Sirius de dizer a palavra.
"Ninguém vai descobrir," Remus disse, baixinho, ecoando algo que já ouvira uma vez.
“Não. Nós ... nós não temos que parar. A não ser que você quei-"
Sirius o beijou na boca novamente. Ambos sabiam que haviam cruzado uma linha,
mas não havia como evitar agora, e era tão, tão bom, e seus corpos estavam duros um
contra o outro, as mãos se atrapalhando com as fivelas dos cintos, como se soubessem
que era o plano o tempo todo.
307
Remus só pôde sorrir gentilmente de volta, não sabia o que dizer. O banheiro
esfriou. "Vamos," Sirius começou a abotoar as calças, desviando o olhar, finalmente,
"É melhor terminarmos esta limpeza."
Lupin acenou com a cabeça, ainda mudo, incapaz de fazer algo mais do que se
encostar na parede enquanto observava Sirius lavar as mãos novamente e pegar o
esfregão. A visão dele indo embora era muito familiar, e Remus explodiu,
"Ah, ok. Bom."
“Eu me senti mal com isso. Da última vez. Desculpe." Ele estava do outro lado do
banheiro agora, e talvez isso tornasse mais fácil falar. “Mas eu pensei que você estava
com raiva ou algo assim. Não sei."
Remus estava fazendo uma promessa, embora seu cérebro estivesse muito nebuloso
para realmente reconhecê-la no momento.
Sirius reconheceu, embora timidamente que, o que quer que continuasse acontecendo,
provavelmente aconteceria novamente. Ele havia assumido o papel de sempre -
impulsivo, expectante e irresponsável. Por sua vez, Remus assumiu seu próprio papel -
aquele que seria o responsável. Ele guardaria os segredos; ele aceitaria o que lhe foi
dado; ele seria o responsável. Se isso é o que Sirius precisa, Remus pensou, então é
isso que eu darei a ele. Não era nada demais.
308
Corajoso, Sirius o chamou uma vez, em outro banheiro, não muito tempo atrás. Remus
não sabia então se ele era ou não realmente, mas ele havia gostado de como isso soou
na época, e gostou ainda mais agora. Agora, com o gosto de Sirius ainda em seus
lábios, e os ecos de prazer ainda se instalando em seu corpo.
309
Capítulo 101: Sexto Ano: Novo Normal
I saw you watching from the stairs, you're everyone that ever cared
Quase sempre acontecia de forma apressada. Remus sabia que isso era, em parte,
culpa da vergonha. E também, pelo fato de que ambos precisavam tanto disso - quando
estavam juntos, seus corpos zumbiam de vontade um pelo outro.
310
Não haviam duas vezes iguais. Às vezes, eles podiam ser confiantes e ousados, outras
vezes eram tímidos e um precisava do incentivo do outro. Às vezes, não era nem sobre
se satisfazer completamente, e eles se limitavam a apenas beijar - ou pelo menos a
ideia de beijar de Sirius, que era brutal, violenta e sem piedade. Os lábios de Remus
ficavam chamuscados, queimados em carne viva, por dias e dias.
Depois, eles não conversavam sobre o que acontecia, mas - se o tempo permitisse – se
sentavam do ao lado um do outro e compartilhavam um cigarro em silêncio até que
estivessem prontos para cair lentamente de volta em suas brincadeiras de
costume. Naqueles momentos, Remus sentia que Sirius provavelmente teria preferido
estar com outra pessoa. Uma namorada ou - pior ainda - James.
Não sou eu quem ele quer, Remus dizia a si mesmo, lamentavelmente, só sou aquele
que está aqui. A pior parte é que ele sabia que isso era o suficiente. Se Sirius só viesse
até ele na escuridão e no silêncio, então que assim fosse. Era melhor do que
nada. Como se alguém como eu pudesse ter alguém como ele.
E Remus gostava de ser secreto. Ele nunca tinha sido alguém que gostava de atenção e
pensou que, mesmo se fosse um fato que o que estavam fazendo não era diferente do
que Sirius fazia com qualquer uma das garotas por quem se apegava, Remus ainda
preferiria que James e Peter não soubessem. Talvez ele pudesse contar a eles sobre
Grant, um dia, eventualmente - mas não sobre Sirius. Era muito complicado.
Ele gostava de saber que ele e Sirius poderiam estar em uma sala cheia de pessoas, e
ninguém tinha ideia do que andavam fazendo apenas na noite anterior ou, até mesmo,
311
duas horas antes. Gostava de escapar impune. Gostava de ver Sirius com uma garota, e
pensar que não importa, mais tarde ele pertence a mim.
Afinal, ele tinha permissão para ser feliz. Tinha permissão para ter algo só para si -
especialmente porque, em outras áreas da vida de Remus, portas se fechavam e coisas
eram tomadas de si.
Houve outro ataque de lobisomem durante a lua de dezembro, que caiu no início do
mês naquele ano. Testemunhas descreveram mais de uma criatura - estavam
trabalhando em bando. O ministério foi colocado em alerta máximo, e toda a escola
estava falando sobre isso. Os marotos não tocavam no assunto - nem mesmo
Sirius. Ele não podia culpá-los; teria arrancado a cabeça deles se tivessem tentado ser
simpáticos ou ser gentis a respeito.
Ainda assim, ele teve que aturar todo o resto; todos os outros alunos da escola que
começaram a usar joias de prata ou a falar sobre a melhor maneira de se defender de
um ataque de lobo.
“Deveriam cercar todos eles!” Ouviu um aluno do quinto ano contando para qualquer
um que quisesse ouvir no Salão Principal uma noite. “Manter eles trancados, longe das
pessoas normais!”
“Por que não podem marcá-los?” Avni sussurrou, na tarde seguinte, quando ela,
Sirius, Remus, Peter e Lily estavam assistindo o treino do time de quadribol da
Grifinória. “Quer dizer, já existe um registro e eles podem rastrear bruxos menores de
idade - por que não rastrear animais perigosos?! Não faz sentido.”
"Eles não são animais," Lily sibilou por entre os dentes cerrados, "Eles são pessoas."
312
"Sirius, querido, estou com frio ..."
"Entre, então." Ele grunhiu, se sacudindo para que ela o soltasse, os olhos ainda em
James, gritando algo para seu goleiro.
Mas isso não impediu outras pessoas de falar. Remus teve que dissolver seu grupo de
estudo mais cedo porque todos queriam saber se ele poderia recomendar algum bom
livro sobre 'espécies híbridas' e defesa contra criaturas das trevas. No final, tudo o que
pôde fazer foi dizer para procurarem o professor de Defesa contra Arte das Trevas, e
se eles não quisessem ajuda com o trabalho escolar, então deveriam deixá-lo em paz.
Lily encontrou Remus estudando até tarde naquela noite na sala comunal, tentando
recuperar o atraso no trabalho que ele perdeu enquanto estava na ala hospitalar depois
da lua. Estava exausto, dolorido e extremamente irritadiço, mas ela se aproximou e
sentou-se ao lado dele, apoiando a cabeça em seu ombro e um braço em volta de suas
costas. A menina cheirava bem e deu-lhe um aperto suave, suspirando suavemente
contra sua clavícula. Ela não falou, mas Remus sempre ficaria grato por isso.
Caro Remus,
Espero que seu sexto ano esteja indo bem. Odeio ser o portador de más notícias, mas
como você já deve saber, houve um ataque durante a lua cheia da noite passada.
[Remus revirou os olhos com isso. Por que os adultos sempre achavam que os
adolescentes não liam as notícias? Especialmente quando eles estavam no meio de
uma guerra, que os afetava diretamente?!]
313
Não tenho dúvidas de que a Professora McGonagall falará com você em breve, mas
pensei em entrar em contato. Tenho conversado com Alastor Moody, que se preocupa
com sua segurança. Ele me disse que você fica com os Potter todos os anos no
Natal. Os Potter são pessoas excelentes, e eu sei que James é um amigo próximo, mas,
Remus, não se pode confiar que eles irão protegê-lo. Eles fariam tudo o que pudessem
- disso eu não tenho dúvidas, mas minha sensação é que, se Greyback tentasse
rastreá-lo, o único lugar em que ele não poderia te encontrar seria Hogwarts.
Não estou dizendo a você o que fazer, é claro. Mas eu imploro que considere sua
própria segurança e a segurança daqueles ao seu redor.
Muitas felicidades,
L. Ferox
Bem, Ferox estava claramente dizendo a ele o que fazer, mesmo que estivesse apenas
repassando instruções de Moody. O coração de Remus afundou quando terminou de
ler esta carta, mas o pior estava por vir:
Sr. Lupin,
Fomos informados de que, após seu décimo sétimo aniversário no ano que vem, você
terá a maioridade legal conforme definido por sua sociedade.
Embora a lei do Reino Unido declare que você ainda é uma criança, fomos
informados de que suas circunstâncias anulam essa legislação.
314
Desejamos a você o melhor em seus empreendimentos futuros.
Atenciosamente,
Sra. J. Orwell.
Porra. Remus leu esta carta apenas uma vez, então a enfiou no fundo de seu baú. Ele
não podia pensar nisso agora.
Contou aos marotos sobre a primeira carta - omitindo os detalhes sobre Greyback, é
claro. Ele precisava omitir; não havia outra maneira de explicar por que não poderia ir
a Londres para o Natal. Mais tempo para o dever de casa, disse a si mesmo. Ele seria o
único aluno a ficar; os alunos do sétimo ano, com os NIEMs chegando, provavelmente
ficariam para tirar vantagem em uma sala comum vazia. Ele poderia desfrutar de um
Natal bastante agradável na biblioteca, se quisesse. Além disso, um jantar de Natal em
Hogwarts não era, em nenhum aspecto, algo desagradável.
"Não é justo." James vociferou, quando ouviu: "Você não representa perigo para
ninguém, a lua cheia não é até o ano novo!"
"Eu pensei que Ferox gostasse de você," Sirius franziu a testa, deixando cair sua
mochila de livros descuidadamente no meio do quarto, "Ele deveria saber que você
nunca se juntaria a eles."
"Ele sabe," Remus disse, "Mas ele acha que eles podem me forçar ou ... bem, nenhum
de nós realmente sabe o que pode acontecer se eu encontrar outro ..."
315
James, Peter e Sirius trocaram um olhar desconfortável. Remus tirou seu suéter escolar
que coçava, para dar a eles um momento para pensar sobre isso. Quando reapareceu,
seu cabelo estava despenteado com a estática, ele deu a eles seu maior sorriso,
“Está tudo bem, de qualquer maneira, eu realmente não me importo. Será ótimo ter um
pouco de paz e sossego; estou ansioso para umas férias de vocês.”
“Nenhum de nós acredita em você, Moony. Certo, tenho treino, depois uma hora de
dever de casa e depois patrulha com Evans.” Qualquer outra pessoa poderia ter
desenrolado essa lista de obrigações com um ar cansado de martírio. Mas James
parecia estar tendo o melhor dia de sua vida. "Quer ir, Black?"
"Não, tá ok, Prongs," Sirius balançou a cabeça. Ele não tinha parado de olhar para
Remus desde que desabotoara a camisa da escola. "Pode ir, vou começar aquela lição
de Feitiços ..."
“Sei,” James sorriu, “Quem é esta noite, Florence de novo? Até logo." Ele desceu as
escadas, assobiando uma melodia alegre.
“Não,” ele balançou a cabeça, lambendo a ponta da pena, “Ela tem patrulha esta
noite. E ela diz que precisamos levar a sério nossos estudos, agora que somos alunos
NIEM ... Posso fazer meu dever de casa com vocês dois?”
316
Remus e Sirius se entreolharam. Sirius ergueu uma sobrancelha. Remus encolheu os
ombros. Sirius se levantou.
"Oh, certo, sim!" Remus pulou também, lutando para vestir um suéter de lã limpo, "Er
... é um título complicado, é melhor eu te ajudar a encontrar."
"Não precisa" disse Sirius, enquanto os dois corriam para a porta, "Não vamos
demorar ..."
Eles conseguiram passar pela sala comunal sem interferência, mas uma vez que
estavam fora nos corredores, ficaram um pouco perdidos.
"Não." Remus explodiu.
317
Eles colocaram um feitiço de alarme básico na porta e empurraram uma mesa na
frente dela por precaução - mas as tardes de sexta-feira eram normalmente muito
seguras; todos queriam fingir que as salas de aula não existiam.
"Vamos realmente ter que ir à biblioteca agora." Remus disse, soprando uma corrente
de anéis.
"Nah," Sirius balançou a cabeça, "É só dizer que eles não tinham o livro."
"Bem, isso seria bom, exceto que eu realmente estava planejando fazer minha redação
de Feitiços esta noite ..."
Sirius revirou seus lindos olhos e jogou seu lindo cabelo. Remus lutou contra a
vontade de suspirar.
“Eu não tenho que te contar tudo,” Remus deu um estremecimento irritado, tragando
seu cigarro com força. “Eles trabalharam juntos, tivemos algumas conversas sobre, só
isso.”
318
"Eu confio." Remus estava ciente de seu tom, mas não fez nada para moderá-lo.
"Está bem! Eu só ia dizer ...” Sirius engoliu em seco, “Bem, quero dizer, eu poderia
ficar também. No Natal. Aqui em Hogwarts. Se estiver tudo bem para você.”
"Oh." Remus franziu a testa, pego de surpresa e se virou para olhar para Sirius. "Você
quer?"
"Você não deveria ter que ficar preso aqui sozinho, James tem sua família - e Pete, se
ele ficar realmente desesperado."
“Sim, mas eles não esperam por você? Os pais de James? Eles são loucos por você."
Ele percebeu o sorriso de Sirius ao ouvir isso - um flash brilhante de euforia, que fez o
coração de Remus bater mais rápido.
“Eles podem ter um Natal em família, pelo menos uma vez, sem eu me enfiando lá.
Vamos, Moony, não quer dividir a sala comunal comigo? Vou ficar quieto e deixar
você estudar se é isso que você realmente quer.”
Ele deu um sorriso tímido e Remus apagou o cigarro, se inclinou e o beijou com
força. Ele ainda não tinha se acostumado a ser capaz de fazer isso.
"Até parece." Ele disse, se afastando, deleitando-se com o rubor quente nas bochechas
de Sirius.
319
Capítulo 102: Sexto Ano: Torta de Mince
“Ok, então provavelmente não terei tempo para outro encontro até o próximo
semestre,” Remus disse ao seu grupo de estudo, olhando para o relógio de pêndulo
próximo. Eram quase nove horas da noite. Encarou os rostos ansiosos e teve que olhar
para seus papéis novamente - era enervante, comandar tanta atenção assim, "Mas eu
estou aqui quase todas as noites de qualquer maneira, então se vocês tiverem algumas
perguntas rápidas ..."
"Feliz Natal", ele acenou com a cabeça, enquanto eles se dispersavam para seus
próprios cantos da sala comunal, ou então para a cama.
"Desculpe", respondeu Christopher, segurando um livro, "Eu só queria dizer ... Feliz
Natal."
320
Remus sentiu uma estranha sensação de alívio e culpa em seu estômago. Pobre
Christopher.
"Mm." Remus não queria falar sobre Sirius com Christopher, muito menos sobre a
família Black. Christopher era puro sangue também, e provavelmente sabia mais do
que Sirius se sentia confortável.
"Está tudo bem. Espero que não tenha sido algo que eu ... fiz? "
321
"Está bem. Bem ... obrigado por dizer isso.”
"Certo. Você provavelmente vai com Potter e Black e ... qual é o outro. "
"Peter. Mas não vou - na verdade, não posso ir para Hogsmeade, estou banido.”
“Oh. Mesmo?"
"Sim," Remus acenou com a cabeça sinceramente, grato por não ter que mentir.
"Uau, ok." Christopher ergueu as sobrancelhas e Remus não tinha certeza se ele estava
impressionado ou levemente preocupado.
322
"Não acredito que você é amigo desse grupo", disse Christopher, com uma pontada de
indignação, "Eles são tão imaturos."
***
Foi um inverno extremamente frio naquele ano e a neve começou a cair cedo sobre o
castelo. Os marotos usaram isso a seu favor, e James aperfeiçoou um feitiço que
permitia às armaduras - que se alinhavam na maioria dos corredores das salas de aula -
cuspir bolas de neve de suas viseiras em vários intervalos de tempo. Remus gostava do
frio - ou talvez ele apenas gostasse de se agasalhar e se sentar perto do fogo. Pelo
menos, no inverno ninguém perguntava por que usava mangas compridas o tempo
todo.
E ele estava animado - talvez mais animado do que nunca para um feriado de Natal.
Amava rever os Potters, amava a casa deles e a vila vizinha, e ser testemunha do que
era uma família de verdade, pela primeira vez. Porém, ficar sozinho com Sirius por
uma semana inteira; isso era algo que ele nunca poderia ter imaginado que
aconteceria, mesmo dois meses antes.
Eles levaram James e Peter até a fronteira do terreno - o mais longe que Remus podia
ir.
"Você tem certeza?" James perguntou, uma última vez: "Ferox nunca disse que você
não era permitido, e mamãe e papai honestamente não se importariam ..."
“Ano que vem eu vou, espero,” Remus deu de ombros, “Tudo pode ter acabado até
lá. E eu não poderia viver comigo mesmo se alguma coisa acontecesse com sua
família por minha causa.”
323
"Black? Você realmente vai dizer não para as tortas de mince da mamãe? "
"Ah, mas eu não vou, meu querido Prongs," Sirius sorriu por trás de seu cachecol
vermelho e dourado, "Ela mandou algumas, a primeira coisa que fez esta manhã. Eu
tenho um prato cheio.’’
"Mimado, de novo," James sorriu. Ele abraçou Sirius, e então Remus, que ficou
surpreso com isso. Não conseguia se lembrar se eles já haviam se abraçado antes.
"Vão lá, entrem no trem, hein?" Sirius deu um soco no ombro dele, "Você terá Evans
só para você..."
James deu uma piscada para ele, então saiu correndo, Pete atrás dele, acenando para
Remus e Sirius. Os dois meninos que ficaram para trás, permaneceram ali por um
tempo, observando os alunos de mantos pretos marcharem pela neve branca, todos
conversando alegremente sobre seus planos para o feriado, os presentes que
aguardavam e sua ansiedade para ver suas famílias.
"Até mais, Remus!" Christopher sorriu para ele, com as bochechas rosadas enquanto
passava, "Tenha um bom natal!"
"Você também," Remus assentiu, sorrindo de volta. Se sentia muito melhor, agora que
tudo estava resolvido.
"Ele é ok." Remus sorriu para si mesmo, esperando que Sirius não percebesse.
324
Remus alcançou sua varinha enquanto eles se viravam, e meio que esperava ver
Snape. Ficou surpreso ao descobrir que era Regulus Black parado ali na neve, o rosto
contraído pelo frio.
"Por quê?" Regulus perguntou, sem rodeios. Ele estreitou os olhos para o irmão, como
se esperasse pela piada.
“Não é da sua conta. Agora vá, pequeno Reggie, tenho certeza de que a mamãe está
esperando. "
Regulus resmungou e ergueu uma sobrancelha, como se para mostrar que não iria
morder a isca de Sirius. Remus odiou isso e cerrou os punhos. Se Regulus viu ou
sentiu, ele não sabia, mas o menino lhe deu um olhar penetrante, e Lupin sabia que ele
estava se lembrando da última briga deles em janeiro. O garoto mais jovem
visivelmente endureceu, então falou diretamente para ele,
“Não é mais um monitor, Loony Lupin? Eu gostaria de saber porque? Algo a ver com
meu irmão delinquente, talvez? Certamente aquele mestiço gorduroso do Severus não
estava dizendo a verdade ...? "
Remus poderia ter avançado para cima dele, se não estivesse ocupado impedindo
Sirius de fazer o mesmo. Ambos na neve, Sirius rosnando,
"Eu consigo amaldiçoar ele daqui." Sirius rosnou, assim que Remus o soltou.
"Eu prefiro que você não faça isso," Remus respondeu. Ele se voltou para o castelo
coberto de neve, "Olha", ele encorajou, "Temos o castelo praticamente só para nós."
325
"Sim," Sirius disse, distraído, ainda encarando os passos de seu irmão, "Vamos então,
vamos entrar. Minhas bolas estão congelando."
Seu mau humor durou até a hora do almoço, quando desceram ao Salão Principal.
“Eu acho que é a guerra,” Remus sussurrou, enquanto eles se aproximavam da mesa,
“Os pais querem seus filhos em casa neste Natal.”
"Só você e eu então, Moony," Sirius sorriu, "Os órfãos da torre da Grifinória."
Apesar da pequena quantidade de alunos, o salão foi decorado com prata e ouro, fitas
brilhantes estavam penduradas como cabelos de anjo em cada viga, uma árvore
deslumbrante que parecia brilhar em algum lugar entre seus galhos e um bando de
tordos de peito vermelho alegres foram encantados para circular pelo salão,
assobiando melodias natalinas familiares. Remus achou que Flitwick realmente havia
se superado este ano.
Sirius sentou ao lado dele, ao invés de em frente a ele, como de costume. Eles não
conversaram muito com o resto do grupo; os dois corvinos estavam obsessivamente
questionando um ao outro sobre Aritmancia, e o sonserino estava em uma conversa
profunda com o Professor Slughorn.
“Sim,” Remus sorriu para sua torta de escondidinho, aquecido pela memória. Ele
havia passado todo Natal com Sirius desde os onze anos. “Eletric Warrior.”
326
Eles ouviram. Se deitaram no tapete em frente à lareira e deitaram de costas,
escutando o álbum no volume máximo. Sirius tocou Monolith duas vezes porque sabia
que era o favorito de Remus, e Remus tolerou três replays de Jeepster pelo bem de
Sirius.
"Tudo bem," Sirius respondeu, aquele olhar crescendo em seus olhos que Remus
passou a reconhecer como um sinal de que algo maravilhoso estava para
327
acontecer. Ele se levantou da cadeira e caminhou até Remus. "Sentindo minha falta,
obviamente."
Estavam acostumados um com o outro agora - Remus achava que tinha sido bom no
começo, na primeira vez - mas depois de um mês de exploração secreta, eles
desenvolveram um conhecimento íntimo que Remus não sabia que você poderia ter
com outra pessoa. Se sentia tão sintonizado com os vários movimentos e reações do
corpo de Sirius quanto com o seu próprio. Conhecia a linguagem por trás de cada
suspiro, aperto, o código em seus beijos, ou as formas que Sirius traçava em sua
própria pele cicatrizada.
Isso tornava o momento em que se separavam ainda mais difícil. Sirius ficaria quieto
no início, e Remus apenas ouviria sua respiração, o aperto em seu peito, os suspiros da
calma esmagadora. E ele esperaria o momento se quebrar.
A risada, o sorriso atrevido, o tapa na coxa que dizia a Remus que estava tudo
acabado, e eles voltavam ao normal.
328
“Seu manejo da varinha é muito brusco,” disse Remus, abotoando suas próprias calças
e vestindo uma camiseta. Estava muito quente para um suéter.
Sirius jogou para ele uma tortinha mince, sentando na poltrona, então esfregou o
joelho, estremecendo.
"Queimadura de tapete."
"Você não vai colocar sua camisa de volta?" Remus perguntou, dobrando a lata de sua
torta em porções triangulares organizadas.
"Puritano."
"Idiota."
329
Capítulo 103: Sexto Ano: Doze Noites
I borrowed your time, and I’m sorry I called, but the thought just occurred
Sirius estava cantando no chuveiro. Remus não tinha certeza se isso era uma coisa
nova, ou se ele fazia isso há anos e simplesmente não havia notado - normalmente,
costumava evitar os horários de banho de Sirius. De qualquer forma, enquanto Remus
se vestia, escutava e sorria. Ele não tinha uma voz ruim, de verdade - nada especial,
mas era afinada. Black estava obcecado por The Doors no momento e havia
aperfeiçoado uma imitação do grito americano profundo de Jim Morrison,
"C’mon, c’mon, c’mon now TOUCH ME BAAABE", berrou sobre o assobio das
torneiras. O que poderia ter sido cativante, até mesmo atraente, se ele não o estragasse
ao cantar os trompetes também, "BA-DAH Ba-daah ...!"
Sirius saiu do banheiro em uma névoa de vapor, sua pele corada e a camisa úmida
devido ao seu cabelo. "O que?" ele ergueu uma sobrancelha para Remus, "Sem
aplausos?"
330
Era estranho sair do isolamento da torre da Grifinória, onde já se sentiam em casa, e
entrar no resto do castelo, onde tudo era igual. Os dois chegaram cedo para o café da
manhã, e os dois corvinos, uma menina e um menino, sentaram-se mais perto deles
desta vez.
“Não é ridículo que sirvam tanta comida quando há apenas cinco alunos?” A menina,
que tinha grandes óculos de gatinho e um punhado de sardas, comentou: "Parece um
desperdício ..."
Os pratos à sua frente estavam cheios de ovos fritos, bacon, salsichas, pudim, feijão,
tomate frito e torradas - sem contar os cereais, mingaus e sucos de frutas.
"Nah," Sirius respondeu, observando Remus empilhar seu prato, "Você claramente
nunca viu o Moony aqui comendo."
Ainda assim, os corvinos assistiram, fascinados, até Lupin ficar com vergonha de
comer mais. Felizmente, naquele momento, uma distração chegou na forma das
corujas com o correio matinal. Uma pousou na frente de Remus. Três na frente de
Sirius.
331
"Parece bom," Sirius acenou com a cabeça, colocando suas cartas, ainda fechadas, de
lado. Remus recolheu todas antes que deixassem a mesa do café da manhã e as levou
para o quarto com eles.
"Ah sim, acho que sim." Sirius deu de ombros, abrindo seu guarda-roupa e
vasculhando o fundo, puxando gavetas e sapatos velhos que não usava mais.
"Sei lá."
Remus franziu a testa, então avistou algo na mesa de cabeceira de Sirius. Outra pilha
de cartões não abertos. Ele começou a abri-los. Sirius claramente não estava
interessado.
Hm.
'Ao menino que possui meu coração, Feliz Natal e todo o meu amor, S.'
'Querido Sirius, por favor, me encontre em Hogsmeade sob o visco para um beijo ... e
talvez algo mais? Emmeline. '
'Meu príncipe de cabelos negros, eu não posso descansar até estar em seus braços ...'
"Sirius."
332
"O que?" Veio sua resposta abafada. Ele estava meio enterrado no fundo do guarda-
roupa agora, de joelhos.
"Você está me dizendo que seus pés não crescem desde os onze anos?"
“Ah, esses? Para que os abriu? Você quer ter cuidado. Um deles esguichou perfume
em mim. Perfume.” Ele fez uma careta.
“Sério, Moony, estou lisonjeado. Tão lendário quanto tenho certeza de que minha
estamina é, não. Elas são só garotas. Me enviam essas bobagens o tempo todo.”
"Ah, qual é, você está com ciúmes?" Sirius bagunçou o cabelo de Remus, "São só
cartas."
333
Remus pegou a pilha novamente e folheou-a.
“Olha, Remus, por que não te encontramos uma namorada, então assim você não fica
tão interessado na minha vida amorosa.”
"O que?!" Remus olhou para Sirius. Ele estava sendo bastante genuíno, uma expressão
leve de preocupação em seu rosto. Seu coração afundou. Mesmo?
“Ela se ofereceu para me beijar uma vez,” disse Remus, mas balançou a cabeça, “Mas
foi uma piada - Marlene não está interessada em mim. Eu não preciso de uma
namorada.”
"Não critique antes de tentar," Sirius piscou, "Certo, vamos ver o que podemos fazer
com esses patins ..."
Patinar no gelo era ligeiramente melhor do que pilotar uma vassoura, mas não
muito. O lago estava completamente congelado, mas Remus não conseguia se livrar da
ideia de que poderia rachar a qualquer momento, e continuou batendo no bolso para
verificar se conseguia alcançar sua varinha. Sirius, obviamente, possuía um dom
natural. O garoto da corvinal também - Arnold - e os dois logo estavam correndo um
contra o outro para cima e para baixo ao longo do gelo. Remus os observou, nervoso,
tentando não cair.
“Aqui,” a garota com sardas - Tina - deslizou até ele, sorrindo gentilmente, “Coloque
suas mãos nos meus ombros se quiser, e observe meus pés,”
334
“Eu me pergunto se a lula está bem…” ele disse, depois de ficarem um pouco quietos
por um tempo.
“Ugh, eu nunca pensei sobre isso. Você acha que ela hiberna?” Tina olhou para o gelo
com algum interesse “Acho que nunca li nada sobre lulas”.
“Eu sinto falta de Ferox,” ela suspirou, “Ele realmente trazia vida para as
aulas. Acabei abandonando Trato das Criaturas Mágicas. Comecei a fazer um curso
extra em Finanças Goblin, ao invés disso.”
"É sim," ela acenou com a cabeça, sem um traço de ironia, "posso te emprestar um
livro, se quiser?"
Depois do almoço, Remus e Sirius voltaram para a torre. Ele percebeu que a pilha de
cartas havia desaparecido, mas não comentou. Lupin acendeu o pequeno fogo do
quarto e procurou um suéter mais grosso para vestir,
335
“Você deveria ter se movido um pouco mais, faz o sangue esquentar. Mesmo assim,”
seu tom mudou; tornou-se astuto e provocador "Você teve uma boa conversa com a de
sardas?"
“Ei!” Sirius reagiu, rindo "Só estou tentando te ajudar a sair um pouco, Moony, você
deveria ter outros interesses além daquele maldito grupo de estudos."
“Acho que, no mínimo, eu estudaria ainda mais se começasse a sair com a Tina. O que
eu não vou fazer.” Remus soprou em suas mãos fechadas em concha, então as ergueu
contra o fogo novamente. O frio parecia entrar e se estabelecer ali.
Se virou para olhar para Sirius, que estava encostado na cabeceira da cama, o
encarando. Os lábios dele se curvaram em um sorriso malicioso.
***
"Maldito Regulus."
"Ele é um idiota."
336
"Cuidado! Aí não…"
“Você não ia bater nele, você ia acabar quebrando um dedo. Você não sabe socar.”
"Não, é trapaça."
"Tudo bem, esqueci que você era um defensor das regras, monitor Lupin ..."
O jogo envolvia levitar vários itens que encontrassem na sala comunal -bolinhas de
gude, sapos de chocolate, penas, pantufas - e dispará-los rapidamente através dos
"gols", formados por vários buracos nos lençóis de Peter e James, que eles tinham
esticado em toda a sala, dividindo-a. (Remus fora contra cortar os lençóis de seus
amigos por conta do tédio, mas Sirius havia argumentado que eles não podiam fazer
buracos em seus próprios lençóis, que estavam em uso.)
337
A melhor parte é que eles não precisaram arrumar. Depois de terem jogado tudo
disponível através dos gols, tudo o que precisavam fazer era passar pelos os lençóis e
começar do outro lado. Eles faziam isso agora, indo para a metade da sala em que a
lareira estava. Era aconchegante.
“Eu sempre quis.” Remus pensou alto, começando a levitar uma bola de cristal que
alguém tinha deixado rolar descuidadamente para baixo do sofá. “Mas eu sempre
gostei da ideia de estar em qualquer lugar que não fosse St. Edmund's.”
Ele franziu a testa ligeiramente, tendo se surpreendido. Por que ele mencionou St.
Edmund's? Nunca havia falado sobre isso na frente de ninguém em Hogwarts. Sirius
não parecia perturbado.
"Sim, eu não culpo você." Disse então, olhando para a bola de cristal flutuante: "Você
vai quebrar isso."
"Não, não vou, estou levando para o sofá grande." Remus demonstrou, puxando sua
varinha para trás e depois sacudindo-a, mandando a bola de cristal zunindo pelo
buraco menor, que caiu com um 'baque' silencioso do outro lado. Então sorriu para
Sirius, que balançou a cabeça em descrença.
“É assustador como você é bom nisso. Se estivesse em uma vassoura, daria um bom
artilheiro."
Sirius selecionou uma gobstone. Elas eram mais fáceis de levitar, mas muito mais
difíceis de mirar. Black era péssimo em entender seus próprios limites.
338
"Você jogava aquele jogo trouxa em St. Edmund's?" Sirius perguntou casualmente,
disparando a gobstone com muita força e errando o lençol completamente, jogando-a
por cima.
“Com toda a correria e chutes. Nós os vimos jogando quando ... er, durante o verão.”
Remus abaixou sua varinha. Ele nunca reclamou de St. Edmund's - não na frente dos
marotos, ou qualquer pessoa, exceto Grant, porque Grant sabia. Estava prestes a dizer
'Nah, era tudo bem, sério', e então encolher os ombros - mas algo o deteve. Seria uma
mentira, e não havia necessidade de mentir agora.
“Não é ... horrível, mas é ... barulhento. Você sempre tem que estar alerta, e ninguém
se preocupa muito com você. Eles têm que se certificar de que você não morra, ou vá
preso, ou passe fome ou sei lá, mas eles realmente não se importam.”
Não estava mais com vontade de jogar, então enfiou a mão no bolso de trás e tirou
seus cigarros, acendendo um com a ponta da varinha, em seguida, jogando a caixa
para Sirius. Sirius apenas segurou, passando o polegar sobre um pedaço solto de papel
laminado saindo da junta da dobradiça.
“Eu sei como é isso,” ele murmurou. Isso foi tudo que disse, e foi o suficiente na
hora. Sirius olhou rapidamente para cima e sorriu: "Olha o que eu sei fazer!"
339
Ele tirou um cigarro da embalagem e o colocou entre os lábios. Um olhar de
concentração brilhou em seus olhos por um momento, então Black estalou os dedos e
o cigarro se acendeu. Seu sorriso se alargou ao redor do cigarro, e ele olhou para
Remus em busca de elogios.
***
"O que parece?" Remus respondeu severamente, por cima de seu livro. Ele passou
algumas horas tranquilas sozinho na cama, até que Sirius entrou marchando,
cheirando a neve e chocolate quente. Ele tinha ido patinar no gelo novamente, e
Remus implorou para não ir dessa vez, procurando um pouco de sossego.
“Você não está estudando no Natal, né?!” Sirius se jogou ao lado dele na cama,
parecendo escandalizado.
“Não é Natal, não é nem véspera de Natal, é apenas um dia normal. E eu gosto de ler,
para a sua informação.” Lupin se afastou dele, rolando para trás e erguendo o livro
sobre a cabeça para ler.
Era um dos que os Potter haviam comprado para ele - neste ano, suas roupas eram
muito mais práticas e confortáveis do que antes - quase nada especialmente feito sob
medida ou de alta costura. Black ainda era obviamente um aristocrata, nascido e
criado - isso estava claro em sua postura e em cada frase que pronunciava. Mas estava
mais feliz, e sua aparência refletia isso. “Eu me lembro de um menino que odiava ler e
fazer lição de casa e ...”
340
"Mm, e eu me lembro de alguém que amava e se destacava em todas as matérias ..."
Remus se virou para ele, finalmente. “O que aconteceu, não gostou da competição?”
“Pfft. Eu poderia ser muito melhor que todos vocês, se eu quisesse." Isso não era uma
ostentação. Sirius sempre fora excepcional quando se tratava de magia intuitiva e
intensamente diligente em pesquisas - quando convinha.
A conversa havia chegado a um beco sem saída - isso quase nunca acontecia com
Sirius, a menos que você mencionasse a família dele. E isso certamente tinha algo a
ver com os Blacks - ou pelo menos Sirius achava que tinha. Eles queriam que fosse da
Sonserina, então ele acabou na Grifinória. Eles queriam que fosse um bom herdeiro
puro-sangue, então ele se tornou amigo dos Potters e fugiu. Eles queriam que
obtivesse as melhores notas em seus exames para provar que os puro-sangue eram
melhores do que qualquer outra pessoa - então ele usava seus talentos,
exclusivamente, para os irritar.
Remus voltou ao seu livro. Duas linhas depois, Sirius deu um longo suspiro.
"Estou entediado."
“Ugh, não tão entediado. Passei a manhã toda com eles. Eles são legais, mas Merlin,
tudo é tão literal.”
“Ele tem uns parentes visitando, ou algo assim. Vamos nos falar depois do jantar. De
qualquer forma, não estou com humor para conversar.”
341
Remus largou seu livro.
"Oh?"
***
"Sério?!" Remus suspirou,
342
Remus eventualmente recorreu a demonstrar algumas vezes na parede, antes de
reposicionar fisicamente os braços de Sirius para obter o ângulo certo, "Pernas
separadas, não se incline tanto para frente ... ok, tente agora ..."
Demorou cerca de vinte minutos, mas no final Remus considerou Sirius pelo menos
competente o suficiente para causar um olho roxo.
“St. Edmund's.”
"Não, não desse jeito," Remus balançou a cabeça rapidamente, percebendo que Sirius
provavelmente o estava imaginando enfrentando um grupo de trouxas enormes e
fortes. “Alguns dos meninos mais velhos me ensinaram, alguns verões atrás. Eles eram
um pouco rudes, gostavam de brigar, mas foram legais comigo.”
"Ah," os olhos de Sirius brilharam com a luz da compreensão, "Este foi o ano em que
você começou sua incursão no crime organizado?"
“Ugh, não,” Remus cobriu os olhos com as mãos. Ele se encolhia cada vez que se
lembrava de como havia agido, "Eu era tão ridículo."
“Eu não acho. De qualquer forma, você tinha um bom motivo.” Sirius esfregou os nós
dos dedos, que pareciam vermelhos de bater na parede tantas vezes, e Remus lutou
contra o desejo de pegar sua mão e beijar cada dedo. "Você, er ... já aprendeu mais
sobre Greyback?" Black perguntou, hesitante, tirando-o de seu torpor.
"Sim, algumas coisas." Ele não queria se calar, mas o fez mesmo assim, sentando-se
novamente e pegando um jornal, só para ter algo para segurar.
343
“Moony, eu sei que você odeia falar sobre ele. Sobre isto."
Remus olhou para o moreno, apenas para verificar sua expressão. Ele parecia ansioso,
mas não assustado. Não com medo dele, pelo menos.
"Merda."
"É. Merda."
"Não vejo por que ele faria isso." A mentira descarada deveria tê-lo chocado ou, pelo
menos, causado uma pontada de culpa. Mas isso era justificável, Remus disse a si
mesmo, era para proteger seus amigos. Ele tocou a cicatriz em seu lado por cima do
pijama. O tecido era fino e, se pressionasse levemente, sentiria as covas e rugas
causadas por aqueles dentes horríveis em sua carne. “Não é como se ele pudesse fazer
qualquer outra coisa comigo agora. O pior já aconteceu.”
"Moony."
Não era uma pergunta ou um pedido, e os dois deixaram a palavra pairar no ar.
***
344
corvinos. Remus realmente não achava uma ideia tão ruim, mas Sirius decidiu que
eles eram extremamente chatos e não deveriam ser tolerados.
"Quando você diz 'nós'," Lupin respondeu, secamente, "Você quer dizer eu?"
"Não."
"Talvez."
Remus suspirou,
“Teríamos que ir para fora, para as estufas - e provavelmente fumar lá também, não
quero que os elfos domésticos sintam o cheiro. Está muito frio, prefiro não ir.”
"Vamos." Sirius estava puxando-o pela manga agora, e porque não havia muito mais o
que fazer, e ele gostava da ideia um baseado, Remus permitiu. Eles convocaram suas
capas e deixaram o castelo, correndo pela fina camada de neve até as estufas. A frente
deles, enterrado em uma caixa de lata, Lupin desenterrou os baseados, embrulhados
em rolos de papel pardo. Teria que pagar de volta a quem pertencia - se descobrissem,
é claro.
As próprias estufas não tinham neve nos telhados; e estavam quentes o suficiente por
dentro.
345
"Você tá maluco? Sprout vem aqui duas vezes por dia para verificar as
mandrágoras. Tem que ser em outro lugar.”
"A Casa?"
"Nem fodendo." Remus rosnou, sem pensar. Sirius olhou para ele surpreso. Fazendo
com que balançasse a cabeça em resposta, se desculpando, “Eu odeio lá. Por favor, em
outro lugar?”
"Ok, desculpe ... er ... ooh, eu sei!" Black o agarrou pelo pulso desta vez, sua mão sem
luva ainda milagrosamente quente.
Remus descobriu para onde estavam indo antes de chegarem lá - e era realmente
brilhante. Eles estavam se aproximando da estátua da bruxa caolha e corcunda, quando
o aluno do sétimo ano da Sonserina dobrou uma esquina do outro lado do
corredor. Ambos pararam, provavelmente parecendo extremamente culpados.
"O que vocês dois estão fazendo?" Ele perguntou, inclinando a cabeça, os medindo.
"Só vamos dar um passeio." Sirius respondeu, altivamente, "É um castelo livre para
todos."
"Bleugh," Sirius fez uma careta quando viu, "acho que ele é um parente ..."
"Deveríamos ter trazido a vitrola", disse Sirius, "Poderíamos ficar bem confortáveis
aqui, não sei por que nunca pensei nisso antes."
346
“Você e suas fantasias de morar em cavernas,” Remus brincou, expondo toda sua
parafernália. Ele gostava de bolar, era um processo agradável. “Nós não vamos passar
o resto de Natal aqui.”
Foram envolvidos em uma partida de xadrez depois do almoço, uma vez que a mesa
foi limpa, e Sirius realmente se tornou muito competitivo em sua tentativa de derrotar
Tina, que deve ter sido a campeã da Corvinal. Remus estava achando difícil se
concentrar e, eventualmente, deitou sua cabeça na mesa e caiu em um sono profundo.
"Você está bem?" Tina perguntou, seu rosto curioso olhando através do tabuleiro de
xadrez. Aparentemente, ela havia vencido.
"Hmm? Ah, sim ...” ele tentou sentar-se ereto, sentindo uma pontada nas costas ao
fazê-lo. "Desculpe, não devo ter dormido o suficiente na noite passada."
Sirius começou a rir, compulsivamente, e Remus deu-lhe uma cotovelada forte nas
costelas.
347
Voltou para a torre lentamente, caso Sirius decidisse segui-lo, e depois porque seu
quadril doía por ter dormido em uma posição estúpida. Sua cabeça estava mais clara e
ele decidiu tomar um banho quente na banheira, para ver se isso ajudaria em alguma
coisa. Levou seu livro de Aritmancia para o banheiro com ele, esperando que isso o
impedisse de cair no sono novamente.
Remus só estava na água por dez minutos quando a voz de Sirius invadiu o
dormitório,
"Moony?"
"Estou no banho." Ele falou de volta. A porta se abriu, Remus resmungou, "Não disse
que você podia entrar ..."
"Sim."
"Brilhante."
348
“O que você acha do Cabeça do Javali?”
Remus fez tentativas indiferentes de mudar sua ideia, mas quando um plano era
elaborado, geralmente ficava praticamente gravado em pedra. Principalmente se
envolvesse quebrar as regras da escola.
O Três Vassouras era o único lugar que parecia acolhedor - mas Sirius calculou que
Rosmerta poderia entregá-los para McGonagall se os visse lá.
"O que seria uma besteira total", ele bufou, "Tenho dezessete anos, deveria ter
permissão para fazer o que eu quero."
O Cabeça de Javali não era tão convidativo quanto as Três Vassouras, mas ainda tinha
uma certa atmosfera. A clientela era privada, amontoada em grupos conversando entre
si, e o barman ranzinza os serviu sem questionar, e eles conseguiram encontrar uma
mesa sem muitos problemas. Havia um cheiro estranho pairando sobre o lugar - algo
que Remus gostava muito, mas não conseguia identificar. Isso despertou nele uma
espécie de desejo estranho, que ele tentou afogar com o whisky.
349
"Não bebo nada desde o Halloween." Remus disse, ousadamente.
"Ugh, eu estava tão louco naquela noite," Sirius riu, "Eu nem me lembro da metade."
Ele se sentiu um pouco culpado depois disso. Uma pequena parte dele ainda queria
punir Sirius pela dor que ele lhe havia causado, mesmo que, no geral, quisesse
esquecer tudo e apenas ser feliz. O álcool, felizmente, é a solução ideal para esse
problema específico. Pelo menos, Remus achava isso. Então sorriu amplamente,
“A primeira vez que fiquei bêbado”, ele esvaziou o copo, “foi naquele verão que
comprei as botas e tudo mais - fiquei tão louco que pensei que fosse morrer.”
"Fiquei meio bêbado em um banquete de família quando tinha treze anos," Sirius
disse, pedindo mais dois copos com um estalar de dedos, "Mas não tão bêbado como
no seu aniversário aquele ano ... ainda assim, tudo é o mesmo para minha mãe, a
varinha saiu...”
Ele fez um movimento amplo e cortante com a própria mão da varinha, e imitou a voz
afiada e precisa de sua mãe, “Um herdeiro Black mostra comportamento adequado em
todos os momentos,” slash, slash.
Remus estremeceu, pensando nas panturrilhas de Sirius. Black olhou para ele de lado,
"Desculpe," disse, cruzando os braços enquanto os uísques chegavam, "Não é
engraçado, não sei por que ajo desse jeito.”
"Você está fora, agora," Remus disse, sério, "Você nunca mais precisa voltar."
350
vezes eu fiquei no meio ... ele costumava chorar por tudo, mas mamãe odeia choro, ela
diz que isso torna os homens maricas, diz que chorar os torna... - bem, tanto faz, mas
de qualquer maneira, Reg chorava, e eu faria algo pior para distraí-la, e então ela faria
o que sempre fez” slash, slash. Seus olhos estavam brilhantes e suas bochechas
rosadas, "Sabe, se algum de nós tivesse aprendido a não ficar triste, então talvez ...,
mas suponho que Reg aprendeu, no final, aquele filho da mãe com coração de gelo
fudido."
Demorou um ou dois minutos para Remus perceber que Sirius estava falando sobre o
incidente com Snape. Ele não queria falar sobre isso, a conversa já estava melancólica
o suficiente, e ele sabia o que acontecia quando você se deixava abater pela bebida.
351
Ambos deixaram o pub, logo depois. O cheiro infectou Remus, inabalável e
irresistivelmente desejável, o fez se sentir mais do que bêbado - quase como um
lobo. Ele transferiu esse sentimento para Sirius e o empurrou contra a parede na
escuridão de um beco, o beijando com força, pressionando seus quadris contra
ele. Eventualmente, Sirius teve que afastá-lo, usando mais força do que o normal,
***
Como era de se esperar, os dois meninos acordaram no dia de Natal com uma forte
ressaca.
"Me diga que há uma cura, Moony," Sirius lamentou de sua cama, "É você quem está
fazendo aulas de cura..."
"É você que está fazendo Poções," Remus resmungou debaixo do travesseiro. “Dor é
coisa de poção, eu lido com cortes e escoriações.”
"Inútil."
352
"Cala a boca."
Mas não adiantava, ele estava acordado agora e não havia nada que qualquer um deles
pudesse fazer a respeito. Ele desceu dos lençóis, com a cabeça latejando duas vezes
mais rápido enquanto mancava pelo quarto até o banheiro. “Banho gelado,” ele
murmurou próximo a cama de Sirius, “Então café da manhã. Ovos fritos, confie em
mim.”
O café da manhã melhorou as coisas, de alguma forma - pelo menos acalmou seus
estômagos, e eles voltaram ansiosos para a torre para abrir os presentes. Remus
recebeu o sortimento usual de penas, chocolates, livros e suéters como de costume, e
ficou muito satisfeito em recebê-los. Nada da Diretora este ano - ele supôs que ela
decidira cortar os laços mais cedo, visto que depois de seu décimo sétimo aniversário
ele não deveria voltar para St. Edmund. Lupin afastou esse pensamento com um
cigarro.
James entrou em contato logo depois, através do espelho, e os dois lhe desejaram um
Feliz Natal,
"Vocês estão bem?" Ele franziu a testa através do vidro, "Vocês parecem um pouco
mal."
353
"Esquisito." Disse Remus.
Depois, ele tirou uma soneca, ainda exausto da noite anterior, e acordou na hora do
almoço - e, na opinião de Remus, foi basicamente um dia de Natal perfeito.
***
“Ninguém sabe,” Remus bocejou sobre seu mingau, “É um dos grandes mistérios da
vida.”
“Deve ser uma coisa trouxa. Vou perguntar ao meu professor de estudos trouxas.”
"Você faz estudos trouxas?" O sonserino, Flint, estava virado para trás, olhando para
mesa deles e encarando Sirius.
Black jogou dois dedos para cima, então virou as costas, ignorando-o. Remus
continuou comendo, o açúcar mascavo derretendo em sua língua. Seus joelhos
estavam batendo embaixo da mesa e era delicioso.
354
'TROUXAS ATACADOS EM CRISE DE NATAL' berrava a manchete.
Estes, aconteceram em vários locais, aparentemente visando famílias com laços com o
mundo mágico - aqueles com parentes bruxos ou uma história de relações trouxas-
mágicas. As ofensas variam de azarações menores a - em alguns casos - o uso de
maldições imperdoáveis. Não há suspeitos no momento. O ministro da Magia deve
fazer uma declaração ainda hoje.”
A professora McGonagall chegou enquanto estavam lendo, com Flint, Tina e Arnold
atrás. Tina parecia estar chorando. Flint possuía uma carranca miserável.
"Todos vocês ouviram as notícias." A professora disse, sua voz mais fina do que o
normal; tensa e cansada. “Se seus pais solicitaram que voltem para casa, então
tomaremos providências imediatamente para garantir que vocês cheguem em
segurança.”
“Por favor, Professor Flitwick,” Tina soluçou, “Eu preciso ir para casa agora, é minha
tia ...” Arnold colocou o braço em volta do ombro dela e sussurrou algo reconfortante.
"Vamos, Moony," Sirius murmurou, "Vamos ver se James sabe de alguma coisa ..."
“Eu não sei de nada!” James disse, assim que abriu o espelho para responder ao
chamado deles. “Papai foi para o ministério com Moody, eles me deixaram ler o
jornal, mas não há mais nada. Todo mundo sabe quem fez isso - comensais da morte.”
355
Sirius acenou com a cabeça, gravemente.
"Bem," Sirius se sentou, sua boca uma linha sombria, "Minha família sozinha seria
responsável por pelo menos vinte."
Remus pessoalmente não achou que essa fosse a melhor ideia. Isso não resolveria o
problema - e James, definitivamente, não aprovaria as técnicas de distração de
Remus. Sirius conversou com Potter um pouco mais, e ele os deixou sozinhos. Pensou,
ansiosamente, sobre seu último baseado, pousado em sua mesinha de cabeceira no
andar de cima. Provavelmente não era um momento apropriado.
356
***
Arnold, Tina e Flint foram para casa no Boxing Day, então depois disso eram apenas
os dois (e os professores, é claro, mas estes pareciam estar em uma conferência sem
fim, o rosto de McGonagall ficando mais e mais cansado a cada vez Remus a via).
Sirius amuou. Ele não queria sair, não queria ficar no quarto. Não queria fumar, nem
beber, nem comer, nem jogar. Só queria mofar. Remus teria ficado muito contente em
deixá-lo lá, se, pelo menos, não afetasse tanto toda a atmosfera do castelo.
"Esnobe."
Sem resposta.
"Xadrez?"
357
"Chato."
"Dever de casa?"
"Quer um boquete?"
"Sim, isso está claro." Ele brincou com um fio solto em sua manga, "Você quer ir para
os Potter?"
"O que?"
“Eu não me importo,” Lupin disse, honestamente. “Se você precisar vê-los. Se você ...
precisa de James. "
Por um momento, não teve certeza do que Sirius faria. Ele pareceu considerar a ideia,
e Remus desejou não ter sugerido isso. Mas, então, balançou a cabeça.
"Nah." Ele disse: "Que tipo de amigo eu seria se deixasse você aqui sozinho?"
Isso fez com que Remus se recuperasse. Ele puxou o fio da manga, partindo-o,
“Bem, você não está sendo muito amigável agora, para ser honesto. Eu sei que você
está de mau humor, mas - "
358
"Não estou de mau humor." Sirius cuspiu, com raiva, “Eu estou puto. Olha, você não
sabe como é ter uma família fazendo Merlin sabe o que - pessoas de quem sou
parente, Moony.”
"Ah Deus, troca a porra da fita, hum?" Remus gemeu, levantando-se para acender o
fogo, desculpe James, ele pensou, eu não sou você. "Pobre Sirius Black, o menino rico
e mimado com a família perversa."
"Ei, cuidado."
“Bem, sinto muito, mas já aturamos seis anos disso. Não, eu não sei como é, porque
não tenho família, muito menos uma família do mal. Você sabe o que eu tenho? Uma
matilha de lobisomens sangrentos, esperando eu atingir a maioridade para que eu
possa finalmente ir e me juntar a todos os outros monstros. "
“Moony…”
“Eu tenho um assassino de crianças lá fora esperando por mim. E nada, para ser
honesto. Eu não tenho os Potters, ou um tio - eu nem mesmo tenho um futuro
promissor. Então, se você não se importa, prefiro não ficar aqui sentado
ouvindo você reclamar do quão difícil sua vida é.”
Havia decidido, apenas da sua fala, que iria sair dali, mas esperava que não parecesse
assim. Ele não se deixava ficar com tanta raiva há muito tempo - e, como sempre, fora
Sirius quem trouxera isso à tona. Foi para a biblioteca porque não havia outro lugar
para ir, e porque seria o primeiro lugar que Sirius o procuraria. Era estranho andar
pelos corredores e escadas vazios. Podia ouvir os retratos sussurrando enquanto ele
passava, e não gostou.
Quando chegou à biblioteca, percebeu que não tinha um próximo passo planejado. Ele
tinha deixado todos os seus deveres de casa no dormitório, então não podia checar
suas anotações. Poderia convocá-los, ele supôs - mas isso, de alguma forma, derrotava
o ponto de uma saída dramática.
359
Remus apenas foi até a prateleira mais próxima e puxou um livro aleatório, sentando
na cadeira mais confortável que pôde encontrar. Era de poções. Que sorte a dele. Pela
primeira vez em alguns anos, Remus usou Letiuncula Magna para ler. Era mais fácil, e
sua cabeça estava bagunçada demais para se concentrar muito. Ainda assim, isso o
acalmou.
"Remus."
“Bem, tudo bem ficar com raiva às vezes. É normal." Remus sorriu, colocando o livro
de lado. Ele se levantou e foi até a entrada da biblioteca, onde Sirius estava parado,
com as mãos nos bolsos, como uma criança arrependida. "Eu fui um idiota, de
qualquer forma, não deveria ter dito aquelas coisas."
"Você é," Remus sorriu, despenteando seu cabelo perfeito, "Mas eu não me importo."
“Podemos fazer uma daquelas coisas que você sugeriu. Se você ainda quiser ...?”
"Qual? Xadrez?"
***
360
jogando paciência com um baralho que havia encontrado. Lupin nunca tinha visto
Sirius ocupado com uma atividade tão silenciosa antes, e ficava lançando olhares
furtivos.
"Você quer falar sobre aquilo?" Sirius repetiu, ainda olhando para suas cartas,
‘’Greyback?"
"Se você diz ..." respondeu, levantando uma carta e colocando-a em outra pilha. “Você
falou que não achava que ele estava atras de você, mas ontem...”
"Sim, eu sei." sentiu seu pulso acelerar, “É só ... eu não quero pensar sobre isso
agora. Ok?"
Remus sorriu de volta e sentiu uma onda de amor tão forte por Sirius Black que o
deixou tonto.
***
361
"Evans faria a gente tirar tudo."
“Isso de novo…”
"O que?!" Sirius sorriu, levitando uma maçã da fruteira que os elfos haviam deixado.
"Eu não estou. Só não quero que você perca nada dessas coisas.” Sirius enfiou a maçã
no buraco maior e deu um soco no ar, "Sim!"
"Eu sei que você não acha que está, Moony, mas só estou dizendo ..."
"Eu não estou." Remus disparou um tinteiro nos lençóis com tanta força que errou, e
respingou no tecido branco uma mancha azul brilhante.
"Você parece muito irritado." Black abaixou sua própria varinha, virando-se para
ele. Remus não olhou.
"Eu sei que você diz isso, mas ... não posso deixar de pensar que deve haver uma razão
por trás disso ... acho que sei por quê." Sirius se mexeu, sem jeito, e Remus olhou para
362
ele, de lado, o coração batendo forte no peito. Deveria ter esperado isso,
eventualmente. "É por causa da coisa do lobisomem, não é?" O moreno perguntou.
"Sério?" Remus bufou.
“Sim,” Sirius assentiu, encorajando-o, “Elas são legais. E você ... quero dizer, sabe,
você é bem bonito. Você é alto e você é ... “
***
"Ugh, por que você está pensando nisso?" Remus torceu o nariz no escuro.
Lupin rolou para o lado e olhou através do quarto, para onde Sirius estava deitado em
sua cama. Ele podia ver claramente seu contorno pálido, deitado de costas, olhando
para o dossel, os braços atrás da cabeça.
"Não está cansado?" Perguntou. Ambos haviam estado em sua cama, apenas uma hora
antes. Ele sentia a ausência intensamente, mas não havia nada que pudesse ser feito a
respeito.
363
“Acho que não. Continuo pensando em amanhã.”
"Amanhã?"
"Ah, sim." Seria o último dia sozinho deles também. Todo mundo voltaria no dia
primeiro de janeiro, e a bolha em que viveram nos últimos onze dias iria
estourar. "Fazendo resoluções?" Remus perguntou, bocejando.
"Bem." pensou rapidamente: "Por que você não pensa nas coisas que quer fazer?"
"Tipo o quê?"
“Ah, eu não sei,” Remus abafou outro bocejo, “Tipo, como você está sempre falando
sobre ir para Londres? Londres trouxa. Bem, quero dizer, não apenas um apê duvidoso
em Mile End.”
“E ir acampar.”
"Mmm."
364
Remus sorriu, suavemente, ouvindo os sonhos de Sirius enquanto adormecia.
***
"Nah’’
"Olha, todos sabiam que seríamos apenas nós dois aqui para o Natal," Sirius
respondeu, acenando sua varinha cuidadosamente sobre o caldeirão,
"Era responsabilidade deles trancar qualquer coisa que eles não quisessem atiradas
pela janela."
365
"Sim, mas ainda dá risadas quando você se senta nela."
BANG
A poeira baixou e agora toda a sala estava coberta com uma fina película
verde. Remus ergueu uma sobrancelha. Sirius sorriu,
Ele foi para Flitwick, no final, e o minúsculo professor de Feitiços ficou muito
satisfeito em dar alguns conselhos sobre como criar fogos de artifício perfeitos - sem
nenhuma poção ou caldeirões bagunçados. "Ele me fez prometer que não contaria a
McGonagall que me ensinou, no entanto," Sirius riu, "Ele realmente subiu na minha
classificação, o velho Flitters."
“Não posso acreditar que você foi sem mim. Eu sou o melhor em Feitiços.” Remus
murmurou, enquanto escalava a janela do quarto para se sentar na borda ao lado de
Sirius.
366
lo por isso. Havia tirado uma soneca antes para garantir que seria capaz de ficar
acordado até meia-noite – agora, faltavam apenas alguns minutos.
Estava muito quieto do lado de fora e, exceto pelo barulho ocasional de um animal
vindo da Floresta Proibida, ou o pio suave das corujas no corujal, eles poderiam estar
completamente sozinhos no mundo. Ambos se contentaram em ficar sentados neste
silêncio, enquanto os últimos momentos de 1976 se dissipavam sob um céu congelado
de inverno. Remus sentiu uma profunda sensação de satisfação e contentamento. Era
agridoce. Estava ansioso para ver James, Peter e as meninas novamente. Estava
ansioso pelo semestre da primavera. Mas, assim que o Expresso de Hogwarts chegasse
à estação na tarde seguinte, tudo o que ele e Sirius haviam compartilhado nas últimas
doze noites teria que ser arrumado e trancado até que fosse seguro voltar à superfície.
Sirius ergueu seu relógio de bolso - um que ele havia recebido dos Potter em seu
décimo sétimo aniversário. Ele o ergueu para que Remus pudesse ver
também. Faltavam cinco segundos. Sirius sorriu para ele e apertou seu joelho.
"Pronto."
367
Capítulo 104: Sexto Ano: Má Lua Crescente
You don't have to be a big wheel, you don't have to be the end
368
"Lá vem eles!" Sirius estava praticamente pulando ao lado de Remus enquanto
observavam as carruagens sem cavalos se aproximando dos portões do castelo.
"Obrigado pelas luvas", respondeu e acenou para que ela pudesse vê-las, "Muito
quentinhas."
"Sim, obrigada pelas luvas, Evans," James acenou com as mãos cobertas de lã.
Lily corou profundamente e murmurou algo sobre não querer deixar ninguém de fora.
Mais cedo, Remus e Sirius haviam caminhado sozinhos por um castelo de corredores
vazios repletos de ecos, sussurros dos retratos e dos fantasmas assustadores à
deriva. Mas quando todos estavam juntos novamente, foi como se a escola tivesse se
transformado em um instante. As pedras sacudiam com as conversas de amigos se
reunindo, cada arco e coluna eram invadidas por alunos vestidos de preto. Remus
sentiu que estava acordando de um sonho estranho e silencioso.
A rapidez com que tudo voltou ao normal foi incrível - Peter e Desdêmona
começaram uma briga quase imediatamente, Lily azarou James no meio do jantar,
Mary tinha contos de seu mais novo namorado, para o qual Marlene estava revirando
369
os olhos. Sirius tinha olhos apenas para James, é claro, mas Remus estava bem ciente
dos olhares que ele estava recebendo - todos os cartões de Natal sem respostas teriam
consequências.
"Então, o que vocês dois fizeram?" James perguntou, a boca cheia de rosbife, "Vocês
não contaram muito quando conversamos ..."
Sirius e Remus olharam um para o outro apenas por um segundo, tempo suficiente
para o mais novo notar a faísca de pânico surgir no olho de Black e sorrir para James,
James e Peter riram, isso era tudo que precisavam. Sirius se recostou, ombros se
encolhendo e Remus o observou por baixo de seus cílios. Isso não ia funcionar. Era
tudo muito impossível.
Na noite anterior, pouco antes de cair no sono, Lupin havia tomado uma
decisão. Tinha que conversar com Sirius. A ironia não passou despercebida, a ironia
de que depois de dias e dias sem fazerem nada além de conversar, a solução parecia
ser conversar mais. Mas desta vez, faria Sirius ouvir.
Ele só precisava de uma oportunidade, o que sabia que não seria fácil. Oportunidade e
um pouco mais de tempo. Remus não tinha coragem o suficiente ainda. Agora mesmo,
cada música que ouvia o lembrava de Sirius; cada frase sentimental de cada
romance. Talvez não estivesse pronto para desistir de tudo.
Sirius certamente não estava. Lupin tentou questioná-lo, depois que todos já estavam
de volta a alguns dias, depois do outro ter aceitado um convite de Emmeline Vance
para Hogsmeade.
“Você não acha que devemos parar? Não é um pouco confuso para você? "
370
"Ah." Remus disse, baixinho. Ficou feliz por estarem em um armário de vassouras e
por estar escuro, "Ah, não é?"
“O que isso significa?”
“Significa apenas ... você sabe. Você e eu ... não somos ... e ela ... erm ... ah, pelo
amor de Deus,” o moreno ficou irritado e desistiu, “Eu simplesmente não consigo ver
nenhuma razão para pararmos, ok? É divertido, não é?”
"Sim." Remus suspirou.
"Ah, vamos, não seja assim ..." Sirius começou a beijar seu pescoço, e Remus não
estava em posição de discutir depois disso.
Lupin tivera muitas oportunidades, na realidade. Porém, ele era tão fraco quanto Sirius
quando todas as cartas eram colocadas na mesa.
Além disso, era apenas um segredo - como o moreno havia dito uma vez, muito antes
de tudo ficar complicado; 'você não é Moony se não tiver um segredo'. Ele podia lidar
com segredos. Exceto. Estava ficando mais difícil - especialmente por volta da lua
cheia, quando seus nervos estavam mais instáveis e cada emoção queimava logo
abaixo da superfície. Então, ele veria Sirius com uma garota ou outra, observaria
enquanto ela tirava fiapos de seu suéter escolar ou endireitava sua gravata ou envolvia
seus braços em volta de sua cintura e sentiria uma vontade de despedaçá-la.
Às vezes ele pensava que deveria ser tão óbvio, com certeza todos conseguiam ver -
com certeza James conseguia ver? Remus estaria sentado, ou caminhando ao lado
371
deles, ou tomando café da manhã e seus olhos capturariam os de Sirius, e como
ninguém mais conseguia sentir isso?
***
Remus acordou do lado de fora. Algo estava muito errado. O céu estava azul e rachado
com as nuvens. Haviam árvores, galhos pretos e tortos. A brisa estava fria em sua pele
e a camada de folhas macia e fofa embaixo dele também. Não estava certo, mas estava
mais agradável do que o normal. Ele piscou contra a luz da manhã e olhou em volta,
para ver seus três amigos o olhando com cautela. Sirius tirou sua capa rapidamente, e
entregou a Remus,
"O que aconteceu? Por que não estamos de volta a Casa?” Remus franziu a testa,
puxando a capa ao redor de si. Percebeu que James estava ofegante e segurando seu
braço de uma forma estranha, "Eu machuquei você, Prongs?"
“Não de propósito,” James balançou a cabeça, obviamente ansioso para manter Remus
calmo, “Você estava ... você ficava tentando se afastar de nós, só isso. Não
conseguimos fazer você nos seguir como normalmente fazíamos, nem mesmo
Padfoot. "
372
"Você estava." Sirius disse, olhando para ele de forma estranha, “Havia algo que você
realmente queria. Em Hogsmeade.”
Potter acenou com a cabeça fervorosamente, seu cabelo bagunçado balançando com a
brisa da manhã.
"Vamos lá," ele balançou a cabeça, "Temos que levar você de volta a casa antes que
Madame Pomfrey chegue lá..."
"Não estamos muito longe," Sirius disse, caminhando lentamente ao lado dele,
"Conseguimos meio que ... te guiar na direção certa ..., mas você continuou tentando
nos enganar."
"Vocês têm que voltar para o castelo," Remus disse, incapaz de encontrar seus olhos,
"Eu acho ... Acho que algo pode ter acontecido na noite passada."
"Isso é bom," Remus assentiu. A cabana estava à vista agora, “Mas vocês ainda devem
ir. Confiem em mim."
Felizmente, eles foram; todos ainda abalados pelo que quer que tenha acontecido
pouco antes dele retornar ao seu corpo humano. Lupin entrou na Casa, se vestiu e
sentou-se silenciosamente na cama para esperar a Madame Pomfrey. Ela não veio. Em
vez disso, foi McGonagall quem abriu o alçapão, quase uma hora após o amanhecer.
373
“Sr. Lupin,” ela disse daquela maneira brusca que usava quando uma detenção estava
próxima.
“Ela está lidando com outra situação esta manhã, em Hogsmeade,” a professora disse,
seu rosto enrugado com preocupação, “Ela me pediu para atender você. Você está
ferido?"
"Venha, Lupin," disse, voltando rapidamente para o túnel, "Se você estiver bem, então
devemos voltar para o castelo o mais rápido possível."
"Por favor," o menino teve que andar rapidamente para acompanhá-la, o que não foi
fácil quando seus ossos ainda estavam se acomodando em suas posições habituais,
"Por favor, professora, o que aconteceu em Hogsmeade?"
“Eu pude sentir o cheiro - do outro. Eu sabia que eles estavam por perto. Não fui
eu! Eu juro."
"Não, saberíamos se você tivesse escapado." Ela parecia muito certa disso, então não
se opôs.
"Foi ruim?"
"...Sim."
374
"Alguém está morto?"
"Temo que sim. Agora eu realmente não posso falar sobre isso, então vamos apenas
levá-lo de volta ao castelo, certo? Eu sei que Poppy geralmente mantém você na
enfermaria por um dia ou mais para descansar, mas você acha que poderia ir às aulas
como de costume hoje? Acho que seria melhor evitar qualquer suspeita.”
"Claro."
"Você pode vir até mim se não se sentir bem a qualquer momento."
"Eu vou ficar bem." Sua voz estava baixa e vazia. Nunca havia conhecido outro como
ele. Agora sabia que havia um por perto.
“Remus,” McGonagall disse, lhe dando um olhar severo, “Isso não foi sua culpa. Isso
não foi culpa de ninguém. Você entende?"
"Sim, professora." Era melhor apenas dizer aos adultos o que eles queriam ouvir, na
maioria das vezes. Talvez pudesse escrever para Ferox, ou até mesmo para
Moody. Remus queria desesperadamente falar com Sirius sobre isso em particular,
mas supôs que teria que esperar um pouco.
Lupin sabia de tudo agora. Havia outro lobo em Hogsmeade durante o Natal, e ele
estivera esperando a lua cheia. Eles tinham que estar do lado de Voldemort - do lado
de Greyback - porque, na opinião de Remus, pelo menos, você teria que ser louco ou
mal - ou os dois - para se colocar perto de outras pessoas durante a lua cheia. Deveria
ter contado a alguém que reconheceu o cheiro na véspera de Natal? Ele poderia ter
salvado uma vida? Não tinha certeza antes, e não queria ter problemas por ter saído
sem permissão.
375
“É horrível”, disse Marlene, chorando, lendo o jornal por cima do ombro de
Mary. "Aquela pobre mulher, assassinada em sua cama ..."
"Ainda está solto?" Lupin perguntou, mantendo a mão que não segurava a de Lily na
mesa, para que ninguém pudesse vê-lo tremendo.
“Parece que sim”, confirmou Mary, ainda absorta no artigo, “ninguém conseguiu
capturar. Esta noite não é lua cheia, então estamos todos seguros por pelo menos mais
um mês, eu suponho ... esse é o problema com os lobisomens, se você não os pega na
lua, então como você pode pegá-los?"
"Deve haver um teste, ou algo assim," Marlene franziu a testa, "Um feitiço revelador."
"Sim", respondeu Mary, pensativa, "Talvez ..., mas então você pode acabar
encontrando o errado..."
"Sim," James acenou com a cabeça, "A próxima aula é de Defesa Contra as Artes das
Trevas - alguém já teve alguma sorte com seu patrono?"
Apenas James tinha tido, até agora. Meia hora depois, a classe ficou boquiaberta e
assistiu James produzir um espetacular veado prateado, que galopou
fantasmagoricamente ao redor da sala. O professor aplaudiu e convidou todos os
demais a tentar - com vários níveis de sucesso. Lily conseguiu um fragmento de algo,
mas ainda não estava claro o que era. Peter não teve sorte e (para surpresa de
376
ninguém) Sirius lançou algo distintamente em forma de cachorro, mas sem o brilho
sólido da criação de James.
Remus nem mesmo sentiu sua varinha estremecer. Não devia ter ficado surpreso - em
uma manhã como aquela seria impossível fixar um pensamento feliz por muito tempo,
além de que estava exausto de lua cheia.
"Você vai conseguir, Moony," Sirius o encorajou, dando um tapinha desajeitado nas
suas costas enquanto saíam da sala de aula. "Você sempre consegue."
"Minha mente está em outro lugar, para ser honesto," disse baixinho, para que apenas
Sirius pudesse ouvi-lo.
"Mas o que?"
377
“Sim,” Remus acenou com a cabeça, “Eu pensei que fosse isso também - ou pensei
que era ... hum ... bem, você, porque eu queria ...” ele limpou a garganta, “De qualquer
forma, era definitivamente outro. Um lobisomem. Acho que era uma mulher.”
"Não."
"Bem, graças a Godric por isso." O menino agarrou o ombro de Remus. Seu rosto
voltou a ficar preocupado, com a mesma rapidez, "Mas Moony, se você pode sentir o
cheiro deles, você acha que eles poderiam..."
"Está bem. Ok, bem, eles não vieram atrás de você, então ... Tudo vai ficar bem.” Ele
ainda estava segurando-o pelo ombro, o mantendo no lugar, como uma âncora. Era
desesperadamente necessário, Remus pensou. Cada instinto nele dizia para correr.
Lupin pensou, por um momento, que Sirius poderia beijá-lo, mas eles tinham outra
aula e o professor de Defesa Contra a Arte das Trevas havia voltado, batendo na porta
de sua própria sala de aula em confusão. Black pareceu desapontado (ou pelo menos,
Remus achou – poderia apenas estar querendo ver algo que não estava realmente ali) e
deu um aperto final antes de se separarem.
"Ok, Moony," Sirius balançou a cabeça lentamente, "O que você quiser."
378
Capítulos 105: Sexto Ano: Revelando
Segredos
Então Remus não dormiu. Ele passou a maior parte da noite lendo, até não conseguir
mais manter os olhos abertos. Hoje à noite, não foi capaz nem de se concentrar em um
livro.
Rolou para ficar de barriga para baixo, pensando se isso ajudaria. Não, seu rosto
ficava todo espremido contra o travesseiro assim. Rolou de lado, mas isso fez seu
quadril doer. O outro lado deixava sua orelha muito quente. Ele gemeu em frustração,
baixinho.
379
"Sim, mas está tudo bem." Sirius moveu, sentando-se ao seu lado.
"Ah," Remus torceu a boca, envergonhado, "Olha, eu realmente não estou no clima
para ..."
“Ah, não, eu também não! Quer dizer ... bem, na verdade, agora que você mencionou
..., mas não, não é por isso eu vim. "
"Certo."
"Acabou."
“Está tudo bem, eu tenho uns de Emmeline. Vamos lá, vamos descer? É tarde,
ninguém vai estar lá e Prongs vai ficar puto se fumarmos aqui.”
2.Sirius queria passar um tempo sozinho com ele sem acordar James.
O fato de que os cigarros oferecidos tinham vindo da atual namorada de Sirius era um
algo que Remus estava disposto a ignorar por enquanto. Lá embaixo, os dois se
acomodaram perto da janela, no pequeno sofá. Ambos dobraram os joelhos e
sentaram-se de frente um para o outro, de modo que se Remus esticasse um pouco,
seus dedos dos pés se tocariam.
380
"Então," Sirius tragou, acendendo um cigarro com um feitiço não-verbal e passando
para Remus, antes de acender o seu. Provavelmente era algo que impressionava as
meninas. Isso o impressionou também, mas ele não iria demonstrar. "Qual é o plano?"
“Você ficou acordado a noite toda nas últimas três noites e não tem um plano?! Tem
certeza que você é Moony??”
Black deixou seus olhos piscarem, mas assimilou a notícia lentamente. Ele exalou a
fumaça, olhando pela janela escura para a lua minguante acima deles antes de voltar
para falar.
"Certo. Ok, acho que posso entender por quê.” Ele deu uma longa tragada no cigarro,
"Invisível?"
“Remus. Não."
"Por que não?" atirou de volta, calorosamente. Ele estaria pronto para uma briga, se
Sirius quisesse. Isso seria bom; isso seria algo.
“Porque é perigoso?! Porque você nunca os conheceu antes e você não sabe como eles
são, e eles assassinaram uma mulher na outra noite?! Porque você ainda não tem
dezessete anos e se tiver que se defender com magia, pode ser expulso da escola??”
“Você não pode me dizer o que fazer. Só não fique no meu caminho.”
381
“Não seja assim! Olha, eu entendo como você se sente...”
"Ha."
"Eu ficarei - são séculos até a próxima lua cheia, ela não terá nenhuma vantagem
sobre mim -"
O rosto de Sirius se desfez, ele olhou para o tapete e Lupin viu o que tinha feito.
A vida não é justa, Remus queria dizer - mas sabia como isso soaria infantil e
petulante. Esta era uma discussão que nenhum dos dois iria ganhar, e ele estava
cansado, tão exausto de se preocupar e pensar e imaginar e não dormir.
"Eu tenho que conhecê-los." Ele disse, finalmente. “Eu acho que vou enlouquecer se
não fizer isso. Acho que já estou ficando louco.”
382
"Está bem." O moreno se recuperou e passou a mão pelo cabelo. "Ok, e quanto a
Ferox, você tentou falar com ele?"
"Pensei sobre isso. Ele vai tentar me impedir. Moody também. É ideia deles não me
deixarem ir para Hogsmeade em primeiro lugar.”
“Tudo bem ... tudo bem, nós vamos, ok? Juntos. Contaremos a James e ...”
"Não quero que mais ninguém saiba." Remus disse, ferozmente, "É particular."
“Não é fácil! É difícil pra caralho, ok, mas eu tenho que fazer isso!”
"Sinto muito", disse em voz baixa, "Eu sei que estou sendo ... é que tudo é tão ..."
"Você não pode ajudar," disse, "Eu tenho que fazer isso sozinho, não posso arriscar
mais ninguém, tem que ser eu, eu tenho que ..." Remus começou a falar, e tudo saiu
em uma confusão de murmúrios privados de sono. “Se eu puder conhecê-la, então
talvez ... Eu tenho que encontrar Greyback um dia. Eu só sei que preciso. E eu quero -
não me juntar a ele, ou qualquer coisa assim, apenas para - para conhecê-lo. E para
entender. Por que ele fez o que fez e por que ... por que ele fez de mim quem eu sou.”
383
"Moony..." ele colocou uma mão fria e hesitante em seu ombro, levemente, como se
Remus pudesse girar e atacá-lo como um animal selvagem, "Ele não fez de você quem
você é."
"Ele fez de mim o que sou." Oh Deus, ele estava chorando agora. Desejou não ter
começado toda essa conversa, desejou apenas ter mandado Sirius de volta para a
cama.
A última vez que ele chorou foi em uma situação semelhante - estava sentado ao lado
de um garoto que amava, dizendo algo que doía dizer. Grant o segurou e o fez sentir
que tudo ficaria bem. Remus sabia que não tinha o direito de esperar o mesmo de
Sirius.
***
Gostaria de poder observá-lo por um pouco mais de tempo na luz fraca do início da
manhã, mas ele tinha ficado encolhido a noite toda e precisava desesperadamente se
384
alongar. Remus se moveu com cuidado, seus membros rígidos rangendo como os
galhos de um teixo antigo. Sirius se mexeu, tossiu levemente e abriu os olhos.
"Sim."
Remus colocou os pés descalços no tapete e esfregou sua perna esquerda adormecida.
“Pff.” Black acenou com a mão, bocejando, “Não foi nada. Eu tive colapsos muito
piores.”
"O que vocês dois idiotas estão fazendo aqui a esta hora?" James desceu as escadas
correndo, vassoura na mão. Ele olhou para os dois, observou seus pijamas e o cobertor
de Remus. "Vocês dormiram aqui?"
“Esquisitos. Não quer vir comigo e dar uma volta rápida pelo campo antes do treino,
Padfoot? "
“Nah,” Sirius bocejou de novo, “Vou voltar para a cama. É sábado, Potter, seu
lunático. "
385
“Temos saída para Hogsmeade mais tarde, não durma demais.” James avisou
"Desculpe, Moony." Ele lhe deu um olhar de desculpas.
"Sim. Quer vir?"
***
O menino olhou para cima com uma pequena carranca que tinha mais a ver com um
mapa astronômico complexo do que com ser interrompido. Ele sorriu assim que viu
quem era e acenou com a cabeça,
"Claro, Chris, faça sua escolha." Ele apontou para as cinco cadeiras vazias na mesa
que estava usando. Christopher sentou-se a apenas uma cadeira de distância. "Não
estava a fim de ir para Hogsmeade?"
386
"Ah, bem, eu sabia que você não poderia ir, e estou atrasado em algumas coisas, então
..." Christopher parecia ligeiramente nervoso. Ele estava com seus cadernos e
pergaminhos agarrados em seu colo, olhando o mais velho com cautela.
"Er ... você quer terminar suas lições?" Remus perguntou, vagamente divertido.
"Está bem. Bem, estou em Astronomia e fazendo uma bagunça com tudo isso. Você é
muito bom com estrelas e outras coisas, não é? "
"Sim. Quero dizer, não brilhante. Mas ok, sim, er ... quer que eu olhe? "
“Certo, posso ver onde você errou, está alguns graus fora ...” Christopher puxou sua
bússola e começou a traçar uma nova trajetória para Vênus. Remus ficou muito feliz
em deixá-lo continuar com isso e começou a folhear seu planejamento. Ele tinha
História para fazer, mas havia planejado perversamente deixá-la para o final, como
uma sobremesa. Provavelmente poderia dizer isso a Christopher para aliviar o
clima; era o tipo de coisa que Chris fazia também. Sirius apenas balançaria a cabeça
em perplexidade e o chamaria de nerd.
387
"Sim! Tem sido ótimo. Eu gosto mais de poesia ...” foi uma declaração bastante
inócua, mas Chris parecia estar revelando seu segredo mais obscuro. Suas bochechas
estavam vermelhas agora, e ele não o olhava quando falou. "Eu er ... eu gosto muito de
Oscar Wilde."
Ele achava que tinha uma boa ideia do que Christopher queria dizer, na verdade, mas
precisava ganhar tempo enquanto pensava em como reagir. Certamente eles não
falariam sobre isso aqui e agora, às três horas de um sábado em uma sala comunal
apenas meio vazia? Haviam alunos do primeiro ano jogando gobstones no tapete, pelo
amor de Deus!
“Certo, sim ...” Ele limpou a garganta, desejando saber a maneira certa de
responder. "Você talvez goste de Truman Capote, também."
"Eles são ... são o seu tipo de escritores também, então?" Christopher estava mordendo
o lábio com força agora, Remus estava preocupado que ele talvez fosse arrancar um
pedaço de sua boca.
"Um, sim."
Ele não sabia como se sentia sobre isso realmente. Já fazia algum tempo que tinha
uma ideia - mais do que uma ideia - sobre Christopher. Mas não esperava isso nem em
um milhão de anos. Christopher parecia incrivelmente aliviado e se inclinou,
388
Remus se inclinou para trás, em pânico sobre quem poderia estar ouvindo. Ele olhou
em volta rapidamente e esfregou a nuca.
Este foi talvez o pior momento possível para falar sobre isso. Mas isso não era culpa
de Christopher. Ele não sabia sobre a situação peluda, ou Greyback, ou a atitude
absurda de Sirius com relação à sua sexualidade, ou mesmo que os marotos estavam
planejando ir para a guerra em apenas um ano. Christopher só sabia uma coisa, e
Remus sabia que ele precisava de um amigo.
Os dois foram para a Torre de Astronomia, sabendo que provavelmente estaria vazia -
todos os casais estavam em Hogsmeade hoje. Eles se sentaram do lado de fora, com as
costas apoiadas no parapeito, Remus fumava e Christopher torcia as mãos no colo.
“Hum ... eu acho que meio que sempre tive uma ideia. Mas. É, talvez apenas a alguns
meses.”
"Vai ficar tudo bem, você sabe." O mais velho disse, esperando que soasse
verossímil. Não era exatamente uma mentira - mas ele não tinha certeza.
Remus estremeceu, lembrando-se do calor da pele de Sirius contra a sua mais cedo
naquela manhã. Como ele havia segurado sua mão enquanto chorava. Como ele havia
saído mais cedo do café da manhã para encontrar Emmeline. Então apenas balançou
sua cabeça,
“Nah. Ainda não."
“Nenhum dos meus amigos sabe. Você é a única pessoa para quem eu contei.”
389
Remus não sabia o que dizer sobre isso. Nem todo mundo tinha um Grant, supôs. Ele
meio riu, meio suspirou.
"Tudo bem. É bom saber que há mais alguém ... é assim com os trouxas? "
“Hm? Ah, bem ... Quero dizer, há trouxas que são queer, sim. Obviamente, Oscar
Wilde e tal. Eles costumavam poder te mandar você para a prisão, mas é ok
agora. Bem. Não é ok. Não é ... quero dizer, ainda é melhor não ser homossexual, eu
suponho. E com os bruxos?”
"Remus?" Christopher chamou.
"Sim?"
"Estou feliz ... er, estou feliz que se alguém tivesse de...saber ... então estou feliz que
seja você."
***
No geral, havia sido um sábado muito agitado. E ainda nem havia acabado, Remus
disse a si mesmo enquanto permanecia deitado no escuro, o mais imóvel possível,
esperando a respiração de seus amigos se estabilizar, para saber que todos estavam
dormindo. Estava parado e quieto para tentar enganar Sirius - não podia se permitir
uma interrupção esta noite. Haviam lugares nos quais ele precisava estar.
390
Sim, ok; ele disse a Sirius que não iria para o Cabeça de Javali. Ou, pelo menos, que
ele não iria sem ele. Mas, Remus justificou para si mesmo, isso era muito importante,
e ele tinha que ir sozinho. Não poderia ser responsável por colocar mais pessoas em
perigo do que já havia colocado. E, na verdade, pensou, mal-humorado, enquanto
começava a rastejar para fora do quarto, a capa de James enfiada sob suas vestes,
quem era Sirius para exigir alguma coisa de Remus? O fato de que eles se pegavam de
vez em quando claramente não significava que possuía qualquer direito sobre o
outro. Sirius não poderia ter tudo do seu jeito.
Mais cedo do que esperava, Remus se viu do lado de fora da estátua da bruxa
corcunda, e então estava no túnel, caminhando a uma velocidade que raramente
conseguia. Não precisava acender sua varinha, como sempre fazia quando os outros
estavam com ele. Ele apenas avançou no ar frio, o cheiro de chocolate que ficava mais
forte a cada minuto nunca fora menos apetitoso.
Na Dedos de mel, ele foi capaz de passar pela frente da loja com poucos problemas,
embora tivesse um grampo de cabelo que pegou de Mary só por precaução. E de
repente, ele estava lá; sozinho em Hogsmeade. Remus continuou, era a única opção. Já
podia sentir o cheiro dela, ela ainda estava lá, ou estivera recentemente. Seu coração
começou a bater mais forte. Estava mais assustado do que jamais esteve em sua vida -
mais assustado do que no ano anterior, acordando para descobrir o que Sirius havia
feito.
Fora do Cabeça de Javali, ele finalmente parou para respirar. O cheiro estava muito
forte agora. A luz brilhava pelas janelas sujas do pub, e Remus podia ver que não
havia muito movimento lá dentro, embora houvesse clientes. Ele puxou a capa,
respirando o ar frio de janeiro.
391
"Aí está você! Quem é um menino bonito, então? "
392
Capítulo 106: Sexto Ano: A Longa Noite
Ela não era o que ele esperava. Bem, Remus não sabia o que esperar - mas certamente
não era isso. Ela era pequena, mas tinha o porte de alguém muito mais alto. Suas
feições angulares e agudas se tornavam mais severas por sua cabeça raspada e seus
enormes olhos cinzentos que se focavam nele com o brilho de um predador. A mulher
tinha uma boca larga e seu lábio havia sido cortado em algum momento e estava mal
cicatrizado. Ela também tinha cicatrizes; tantas quanto ele, mas quase invisíveis sob
um complexo rendado de pequenas tatuagens circulares, espiralando em sua pele
castigada pelo tempo em sequências indetectáveis.
“Remus Lupin,” ela disse, em uma voz baixa e rouca. Havia um sorriso horrível e
ameaçador que mostrava todos os dentes – dentes em mau estado, descoloridos e
desiguais. "Eu estive esperando por você, meu querido."
"Larga isso!" Ela rosnou, levantando a mão - suas unhas eram longas, amarelas e com
garras, imundas de sujeira.
Sua varinha caiu no chão e ele engasgou. Remus estava congelado no lugar. A mulher
estava a apenas alguns metros de distância e sua varinha poderia ser alcançada, mas
ele não conseguia mover um músculo. Ela riu, sua respiração pura e branca no ar do
inverno, “Eu vi você aqui na véspera de Natal,” ela disse, apontando para o beco
escuro, “Eu vi você lá, com o humano. Eu segui vocês dois.’’
"O que você quer?" Lupin perguntou, firmemente, olhando para ela. A mulher era
repulsiva, suja - sua capa era grossa e emaranhada de pele de animal, cheia de piolhos
e outros vermes. Ela fedia a floresta, podridão e sangue. Apesar disso, algo o atraia -
algo familiar, seguro e acolhedor. Bando, o lobo disse a ele, um rosnado baixo de
algum lugar lá dentro. Alcateia.
393
"Nós queremos você, irmão." Ela disse, dando um passo à frente.
A loba abaixou a mão, e ele sentiu uma espécie de estalo nos músculos e deu um
passo para trás, automaticamente.
“Quem são 'eles'?” Lupin perguntou, olhando para trás rapidamente. Ele estava quase
na porta. Se recuasse o suficiente, estaria visível por dentro das janelas do pub.
"Você cheira a terror humano, Remus Lupin." Ela disse, inclinando a cabeça para o
lado.
"Ótimo ..." ele abriu a porta com algum alívio e entrou no pub encardido. Nunca havia
se sentido realmente "seguro" no Cabeça de Javali, mas nunca tinha ficado tão feliz
por estar cercado por outros bruxos; das trevas ou não. Haviam talvez cinco ou seis
deles, incluindo o velho barman de barba branca. Alguns fregueses ergueram os olhos
por debaixo dos capuzes quando os dois lobisomens entraram - mas se eles possuíam
alguma pista sobre a situação, não deram sinal disso.
394
A loba se sentou a uma mesa, sem tirar os olhos de Remus por um momento
sequer. Ele não pediu bebidas, apenas se sentou em frente a ela e colocou as duas
mãos sobre a mesa, sentindo que essa era a opção mais segura; esperando que ela visse
que não estava planejando atacar.
"Então. Você sabe meu nome. Qual é seu?" Ele não sabia de onde vinha essa atitude
arrogante - se era uma loucura momentânea ou apenas o resultado de sua própria
estupidez, mas era o que o mantinha seguro por enquanto.
“Livia.”
“Livia...?”
"Greyback."
Ela não respondeu, apenas o encarou com seus olhos estranhos e violentos. Livia não
pertencia a ambientes fechados entre quatro paredes, ele sentiu. A cauda de sua capa
estava coberta de lama e sujeira manchava as partes visíveis de sua pele. De perto,
Remus podia ver que suas tatuagens não eram simplesmente círculos - eram fases da
lua. "Greyback é realmente seu pai?" perguntou, mantendo a voz baixa.
395
Livia não disse nada, e o barman não a questionou, apenas estalou os dedos e a garrafa
apareceu. Ele se afastou arrastando os pés, de volta ao bar. Remus enxugou a borda da
garrafa com cuidado e tomou um gole. Estava muito doce e não gelada o
suficiente. “Ok,” ele disse para Livia novamente, “Você está no bando de
Greyback. Isso er ... deve ser bom? Você -"
“Eu esperei o máximo que pude, mas a caça estava boa demais e eu estava com fome
...” seus olhos brilharam intensamente, como se a memória ainda estivesse muito
fresca, “Por que você não veio até mim? Eles não o trancaram; segui seu cheiro por
dias depois. "
Ela riu,
"Loucura. O que eles fizeram com você, meu pobre irmão? Meu pai me disse que você
tinha sofrido nas mãos dos humanos, mas eu não sabia quanto.’’
“Pobre menino,” Livia falou tristemente, “Você não sabe. Mas é claro que não é sua
culpa. ‘Como eles poderiam ver mais do que sombras se nunca foram autorizados a
mover suas cabeças?’”
“Meu pai não impõe limitações a mim. Meu pai deseja que eu seja livre, forte e sábia.”
396
"E uma assassina."
"Porque agora?"
“É a hora certa”, ela inclinou a cabeça, “o pai prefere esperar até a nossa maioridade -
para que possamos ir a ele com uma verdadeira compreensão do nosso lugar no
mundo; o lugar que a sujeira humana nos impôs. Mas o tempo é curto para todos nós,
esses dias.”
"Eu não vou com você." Ele disse. "Eu pertenço a este lugar. Eu sou um bruxo."
A loba riu de novo, uma risada gutural e profunda que estremeceu em seu peito e o
contou sobre longos invernos frios em lugares difíceis e implacáveis.
“Um bruxo,” ela cuspiu a palavra, tristemente. “Pensar que uma besta magnífica como
você aspiraria ser tal criatura! Você não sabe metade do poder que possui, Remus
Lupin. Nem Dumbledore.”
“Meu pai suspeitou que você seria difícil. Ele está muito ansioso para conhecê-lo.”
Isso enviou um arrepio para a espinha de Remus. Ela sorriu novamente, lendo-o como
um livro. Ele engoliu, secamente, ignorando a cerveja amanteigada agora,
397
"No tempo certo" A mulher acenou com a cabeça, "Uma vez que você entender seu
lugar."
"Como ele é?" Remus mal murmurou a pergunta. Os olhos de Lívia brilharam e ele
teve a impressão de que ela não o via; ela estava imaginando algo maravilhoso.
“Ele é magnífico.”
"Você acha isso…?!" Lupin mal conseguia esconder a emoção de sua voz, "Você o
chama de pai depois do que ele fez com você?"
"E é para isso que você está aqui, não é?" Ele a olhou de cima a baixo. Livia deu de
ombros minimamente.
“Meu pai esperava que eu fosse a pessoa certa para persuadi-lo. Eu aprendi na véspera
de Natal que ele estava errado - não sabíamos que seus desejos estavam em outro
lugar.” Ela lambeu os lábios novamente, seus olhos o percorrendo, “Deve saber que
isso não será um problema. O bando não discrimina. Você encontrará alguém que lhe
agrade.”
"Eu não estou indo a lugar nenhum." Repetiu. “Você pode dizer isso a ele. E eu quero
que você vá embora antes da próxima lua. "
“Não se iluda, meu querido irmão,” ela arqueou uma sobrancelha, “Eu estou aqui a
pedido de meu pai. Vim falar com você e nada mais.”
398
“Lobos não podem assassinar, Remus Lupin. Eu esperei por você. Quando você não
veio, eu segui minha natureza. Não é fácil, eu sei. Aprender que o mundo não é o que
parece é muito doloroso. Mas você aprenderá. E você virá até nós.”
Ela batucou um ritmo na mesa encharcada de cerveja com suas unhas nojentas, e mais
uma vez Remus se viu congelado no lugar. Livia sorriu e correu uma garra enegrecida
pelo braço dele, lentamente. Era horrível, vil, revoltante, lhe causava arrepios em sua
carne, mas ele não conseguia escapar.
“Eles vão te prender, exatamente assim,” ela sussurrou, “Eles vão te prender,
acorrentar e amarrar até que você esteja meio louco de fome. Você será espancado e
traído. Você ficará sozinho e viverá com medo. Isso é uma promessa, Remus Lupin. "
Seu coração batia forte contra sua caixa torácica, ele estava tonto de terror, mas ainda
não conseguia se mover, falar ou reagir. A loba cravou as unhas em seu braço, e
Remus não conseguiu gritar, mas lágrimas de dor brotaram de seus olhos enquanto
gotas de sangue escuro borbulhavam por sua pele ferida. “E você virá até nós,
rastejando, derrotado, e seu pai irá recebê-lo de braços abertos e com o amor do
bando. Você nunca ficará sozinho novamente.”
* CRACK *
399
As correntes de prata caíram no chão coberto de poeira como uma cobra brilhante, e
Remus caiu para frente, finalmente livre. Ele se afastou de seu salvador e vomitou, seu
braço latejava e a prata fazia sua cabeça girar.
Leo Ferox sentou-se no assento oposto, onde Livia estivera segundos antes. Lupin
piscou para ele com os olhos marejados e balançou a cabeça, limpando a boca
rapidamente,
"Você está bem?" Ferox perguntou, seus olhos azuis cheios de preocupação paternal.
"Acho que sim, é apenas a prata ..." Remus assentiu, segurando o braço e tomando um
gole rápido de cerveja amanteigada para limpar o gosto amargo em sua
boca. "Sim." Então acenou com a cabeça novamente.
"Bom." O rosto de Ferox ficou sério. Ele estendeu o braço sobre a mesa e deu um tapa
na nuca de Remus. O garoto resmungou e se abaixou, mais por choque do que por
dor. Olhou para seu antigo professor, ferido. O homem lhe encarou de volta "Então,
você pode me dizer o que diabos você pensa que está fazendo!?"
“Eu sei exatamente o que ela era. Nós estamos rastreando ela há semanas.”
"Nós?"
“Eu e o Moody” disse Ferox, impaciente, como se esse não fosse o ponto. “Eu não te
disse o quão perigoso Greyback era? Não fui claro!?”
"Você foi claro." Remus fez uma careta. “Mas eu posso fazer minhas próprias
escolhas.”
400
"Obviamente." O homem rosnou.
"Não importa." Ferox retrucou, chamando sua atenção de volta. "Mas você tem sorte
para caralho."
“Ok, ok!” Remus olhou para suas mãos. Seu braço havia parado de sangrar, mas
estava doendo de forma muito desagradável. Quem sabia que tipo de sujeira ela tinha
sob as unhas. "Eu sinto muito."
"Sim." Ele respondeu, grosseiramente, cruzando os braços com cuidado para não bater
naquele que estava doendo "Ela me contou."
“Já sou um deles!” Remus gritou, levantando-se tão rápido que seu banquinho voou
para trás, batendo no chão sujo do pub e atraindo a atenção de todos. Ele não se
importou e começou a andar para a porta. Ferox o seguiu para fora. E Lupin andou
mais rápido, indo para a Dedos de mel, “Você não é meu pai. Você nem é mais meu
professor, então dê o fora e me deixe em paz!”
401
Seu terror havia se transformado em raiva tão rapidamente, sua cabeça ainda latejava
pela prata e por ter levado um tapa (assim como a porra Diretora, os adultos malditos
são todos iguais), seu braço doía e coçava mais do que nunca. E Remus não era rápido
nem nos seus melhores momentos. Ferox o alcançou facilmente e agarrou seu ombro,
“Ei! Olha, talvez eu tenha sido um pouco duro, mas ... Jesus Cristo, Lupin! Você deu
um susto em todos nós"
"Todos?"
"Você estará enfrentando muitas detenções, Remus, não vou mentir para você."
Lupin bufou e olhou para Ferox apropriadamente pela primeira vez. Na verdade - ele
não precisou olhar para cima. Nos dois anos desde que se conheceram pela última vez,
o garoto havia alcançado sua altura. Estavam cara a cara. O antigo professor ainda
tinha cabelos dourados, ainda Era asperamente bonito e castigado pelo tempo, mas
não era mais o herói que Remus adorara aos treze anos. Ele era apenas um homem -
um soldado em uma guerra, como todos eles.
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"Eu realmente sinto muito." Lupin disse, "Eu sabia que era estúpido, não consigo nem
me explicar."
"Ah, você não precisa, rapaz", Ferox bateu com a mão em seu ombro, "É natural,
sabendo o que você sabe sobre ele."
"Eu nunca conheci outro ... lobisomem ... antes." Falou. "Eles são todos assim?"
"Não, suponho que não podem ser." Ele suspirou: “Existem pessoas boas e
más. Bruxos bons e maus. Por que os monstros deveriam ser diferentes?”
"Remus, meu velho amigo, se você pudesse fazer todo mundo entender isso, então não
acho que haveria uma guerra."
***
Ele foi levado direto ao escritório de Dumbledore. Remus nunca havia estado dentro
dele antes, e era quase tão indutor de ansiedade quanto encontrar Livia. Era uma sala
arejada de teto alto com retratos cobrindo as paredes e armários cheios de curiosidades
estranhas. Terrivelmente, Dumbledore estava sozinho, sentado em sua mesa,
escrevendo em um longo pedaço de pergaminho. Lupin ficou em silêncio por, pelo
menos, cinco minutos.
"Sr. Lupin." O diretor disse, finalmente. “Parece que sempre nos encontramos nas
condições mais desagradáveis.”
403
O diretor observou sua indiferença cuidadosamente.
Dumbledore, é claro, não sabia sobre o segredo dos marotos. Ele pode muito bem
saber sobre os esforços de Madame Pomfrey para ajudar Remus, mas se soubesse, não
demonstrou interesse.
Então Lupin calou a boca e recebeu sua punição, esperando que, eventualmente,
Dumbledore o liberasse e ele pudesse simplesmente voltar para a cama. Houve uma
palestra sobre responsabilidade e maturidade. Um lembrete severo de que a guerra é
maior do que ele e que seus próprios motivos pessoais não importavam. “Todos nós
temos que fazer sacrifícios ...” (sim, Remus zombou, interiormente, alguns mais do que
outros, provavelmente.)
"Sim, diretor."
Depois disso, ele teve que dar a Dumbledore um relatório detalhado de tudo que ele e
Livia discutiram. Não foi muito - Remus não pôde deixar de se sentir um pouco
decepcionado com o quão pouco ele havia aprendido sozinho. O velho parecia
satisfeito, entretanto - tanto quanto Dumbledore parecia estar uma coisa ou
404
outra. Vários dos relógios em um dos armários de vidro começaram a soar e Lupin
percebeu que eram três horas da manhã e reprimiu um bocejo.
“Sim,” Dumbledore acenou com a cabeça, como se Remus tivesse acabado de fazer
um ponto muito interessante, “Talvez isso seja o suficiente por esta noite. Você pode
ir para a cama, Sr. Lupin. "
“Os talentos dela não eram nada fora do comum, Sr. Lupin,” O diretor respondeu, sem
olhar para cima, “Ela claramente estudou as artes das trevas, e pode ser
particularmente talentosa. Não pense muito sobre isso.”
“O Sr. Ferox vai ficar em Hogsmeade por mais alguns dias. Boa noite, Remus. "
"Tenho certeza de que você já recebeu bronca o suficiente por uma noite." A
professora disse, rigidamente.
"Ah," Remus suspirou, "Posso aguentar um pouco mais, se isso fizer você sentir
melhor."
405
Ela ergueu uma sobrancelha para ele, resmungou, mas continuou andando. Quando
chegaram ao buraco do retrato, a mulher parou e disse:
“Dois meses de detenção, todas as noites, exceto na lua cheia. E diga a esses meninos
para irem para a cama imediatamente.”
Ele rastejou até a sala comunal e encontrou James, Sirius e Peter lá, esperando em
seus pijamas. James estava andando de um lado para o outro perto da lareira, Peter
estava tentando não dormir, apoiando-se no cotovelo, e Sirius, que estava sentado
ereto em uma poltrona, levantou-se em um salto no momento em que o viu.
“Você acha que isso é uma brincadeira?!” Ele gritou, atravessando a sala, "Fugindo
por conta própria!"
"Por favor, não, Padfoot, estou exausto ..." Remus suspirou, estremecendo. Estava
ficando com dor de cabeça. Ele só queria dormir - chega de conversa esta noite.
"Você tem alguma ideia de como foi descobrir que você sumiu?!" Sirius gritou. Remus
ergueu uma sobrancelha para ele.
O moreno piscou e deu um passo para trás ligeiramente, olhando para baixo. "Para
todos nós, quero dizer."
"Eu posso imaginar." Lupin disse, “E me desculpe, mas, por favor, posso ir para a
cama? Você pode brigar comigo de manhã. "
406
Capítulo 107 : Sexto Ano: Negociações
Ele acordou o mais tarde possível na manhã seguinte para adiar novos confrontos. Não
poderia falar com eles, ainda não, não até que sua cabeça estivesse em ordem. Eles
teriam tantas perguntas - algumas não conseguiria responder, outras, não queria. Lupin
tomou banho por mais tempo do que o normal - algo de Livia parecia se agarrar a ele,
então aumentou a pressão da água, tentando afogá-la. As marcas de garras que a
mulher havia deixado já estavam sarando, mas ainda coçavam sob seu suéter de lã
áspero.
Lavado e vestido, Remus foi até seu baú e procurou um pedaço de pergaminho antes
de rabiscar uma nota desordenada:
“Moony, espere ...” os meninos o seguiram, todos os três, pelo buraco do retrato. Não
importava, não podiam discutir isso abertamente, ele sabia disso e eles sabiam
também.
"Depois."
407
"Moony, podemos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite?" James perguntou,
ainda parecendo muito cansado. Remus supôs que ele estava suportando o impacto da
frustração de Sirius. Bom; deixe outra pessoa fazer isso um pouco.
"Aqui não."
Infelizmente, todos o seguiram até o corujal – que, por acaso, estava completamente
vazio - exceto por corujas, é claro, a maioria das quais estavam dormindo.
"Por quê?!"
Lupin largou o barbante que estava usando e resmungou quando teve que se curvar
para pegá-lo. Então, continuou a explicar, calmamente.
“Ele está trabalhando com Moody e foi convocado para me trazer de volta...”
Black deu um passo para trás, parecendo que gostaria muito de dizer algo, mas estava
mordendo a língua. James tocou seu ombro novamente. Remus ignorou os dois e
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amarrou a carta ao pássaro - talvez um pouco apertado demais, porque a coruja o
bicou com raiva antes de voar em direção à aldeia. Ele poderia ficar lá esperando,
talvez não demorasse muito. Mas seu estômago roncou, então se virou para olhar para
seus amigos.
“Sim, Padfoot, sim. Vamos hum ... pegar uma torrada e dar uma volta ou algo assim,
ok? "
Então foi isso que fizeram. Remus passou manteiga em, pelo menos, cinco fatias de
torrada no Salão Principal, embrulhou-as em guardanapos e enfiou todas nos bolsos de
suas vestes. Os outros três marotos o seguiram, observando com cautela, como se
ainda não tivessem certeza do que fazer com ele.
"Certo." Disse, uma vez que estavam do lado de fora: “Vocês todos precisam calar a
boca e me deixar contar, ok? Sem interrupções.”
Havia achado muito mais fácil do que contar a Dumbledore - pelo menos sabia que,
com certeza, os marotos estavam ao seu lado. Ele tentou explicar tudo com o mínimo
de contexto emocional possível. Sabia que havia um lobisomem por perto. Foi
procurá-los, conheceu Livia, Ferox acabou intervindo.
“Moody falou comigo no verão passado”, explicou, finalmente, “Ele disse algo para
mim, e isso me fez ... apenas me fez pensar sobre o quão útil posso ser, só isso. Eu
tenho que parar de olhar para o meu problema como ... bem, como um problema. Se
vamos guerrear com criaturas das trevas, então, como uma criatura das trevas, eu
quero ser ...”
409
"Você não é uma criatura das trevas." James disse, de repente, "Você é nosso Moony."
Remus encolheu os ombros. Não teria apostado que James fosse ser o primeiro a
interromper, mas agora estava muito feliz por ele ter feito isso. Então, deixou a pausa
no ar; não havia mais nada a dizer. James ainda estava olhando para ele, com uma
pequena ruga entre as sobrancelhas. O menino empurrou os óculos para cima do nariz,
claramente pensando muito profundamente. Peter, é claro, parecia ansioso. Ele estava
olhando para os próprios pés, esfregando as mãos. Remus não olhou para Sirius. Em
vez disso, procurou seus cigarros.
“Então,” Potter disse, depois de engolir em seco, “Ela se foi agora, não é? A
lobisomem?"
"Livia," Remus o corrigiu, o cigarro entre os dentes, "Sim, acho que Ferox a
assustou."
“Certo,” James acenou com a cabeça, muito mais confortável falando sobre ações
sólidas, “E aposto que com Moody no caso, ela não volta tão cedo, hein? Então, você
está com muitos problemas? Com Dumbledore? "
"Acho que não." Lupin suspirou, esfregando o quadril dolorido, "Eu acho que
Dumbledore estava mais preocupado comigo estragando seu plano de espionagem, do
que por eu ter quebrado qualquer regra."
Todos caminharam lentamente em direção à beira do lago, onde havia alguns bancos
de pedra. Estava muito frio para qualquer outra pessoa sair neste horário de domingo,
e Remus observou a névoa do fim da manhã se espalhar pela superfície escura da
água, enquanto mastigava os restos de suas torradas. Sirius não havia falado desde o
corujal, e Remus estava tentando não notar. Black se sentia traído - ele sabia disso,
410
tanto quanto sabia seu próprio nome. Se sentia traído mesmo que, realmente, não
tivesse o direito de se sentir assim. Isso não é sobre você. Lupin queria sibilar para o
Sirius triste e silencioso.
“Não posso acreditar que todos nós dormimos durante a noite mais emocionante do
ano, hein.” James o cutucou, tentando trazer um pouco de suavidade para a atmosfera
sombria.
“Não foi tão emocionante,” Remus sorriu de volta, dando a ele o que queria, “Eu fui
um merda. Se Ferox não tivesse aparecido... não sei.’’
"Você acha que ela poderia ter aparatado com você?" Peter perguntou, ainda torcendo
suas mãozinhas rechonchudas.
"Não sei." respondeu, “Eu acho ... eu tive a impressão de que, de certa forma, ela
precisava que eu concordasse. Como se tivesse que ser eu quem tomaria a decisão -
caso contrário, suponho que todos eles poderiam simplesmente se unir e me
sequestrar.”
"Bem então!" Potter disse, batendo em sua coxa, de forma triunfante, “Não há nenhum
problema, então, não é? Bem, quero dizer, não há dúvida.”
"Não, claro que não." Remus disse, rapidamente, "Eu nunca me juntaria a Greyback."
Lupin olhou para as mãos, ainda oleosas por conta torrada. Ele as enxugou nas pernas
da calça. Claro que não. Claro que ele nunca faria. Exceto. "Moony?" Potter chamou,
sentindo um estranho silêncio.
"Eu nunca me juntaria a ele." Remus disse, com cuidado. "E Livia era ... ela era
horrível, mas." Ele respirou, "Nem tudo que ela disse estava errado."
411
"O que isso deveria significar?" Sirius explodiu. Lupin ainda não o olhou, seu corpo
ficando quente.
"Só que - bem, os bruxos nos tratam injustamente e ... e ... ugh, vocês não
entenderiam."
Black deu um pulo, como se tivesse sido ferido, a ponto de quebrar. Ele olhou para
Remus como se fosse começar a gritar. Então se afastou, em um ritmo impossivel de
ser seguido.
“Tudo bem." Remus acenou com a mão, "Desculpe, eu não deveria ter dito nada, não
posso explicar direito."
“Sim, você sabe o que quero dizer, não é, Moony? Eu só acho ... temos apenas
dezesseis anos, não podemos pensar em outra coisa senão fazer a 'coisa certa' o tempo
todo? Costumávamos nos divertir.”
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Lupin estava apenas ouvindo pela metade. Ele se espreguiçou, esfregando o quadril
novamente para ver se ele se moveria.
“Acho que preciso voltar para a cama, Pete. Ou a biblioteca. Por que você não vai ver
Dezzie?”
"Sabia o que?" perguntou, arqueando as costas novamente para ter certeza que estava
tudo no lugar.
***
Remus ficou genuinamente triste ao ouvir sobre Peter e Dezzie. Ela nunca fez parte do
grupo deles, mas era uma garota legal e deixava Peter feliz - ela havia dado a ele algo
que James e Sirius não haviam, e isso era especial por si só. O rompimento foi
ostensivamente devido a uma mudança de atitude. Eles namoravam desde os quatorze
anos, e aos dezesseis, parecia que Desdêmona queria abrir um pouco as asas.
413
"Ela poderia mudar de ideia?" Remus sugeriu a um Peter carrancudo no terceiro jogo
de xadrez.
"Duvido," Pettigrew bufou. “Acho que ela tem uma queda por aquele tal de Roman
Rotherhide. Babaca. Cavalo para F3.”
“Mary sai com todo mundo,” Peter riu, maldosamente. "Ela é como a versão feminina
de Padfoot."
Remus,
Infelizmente, não posso convidá-lo para Hogsmeade, mas posso encontrá-lo para
jantar na segunda-feira à noite no castelo. Encontro você fora do Salão Principal às
18h.
Isso foi ok. Bom o suficiente - ele poderia perguntar o que precisava perguntar em
qualquer lugar. Como de costume, Remus foi para as aulas na segunda-feira e contou
aos marotos na hora do almoço. Sirius voltou a falar com ele, mas não
adequadamente. Para cada pequeno passo à frente, ele e Remus pareciam dar três
passos enormes para trás.
“Vou tomar chá com Ferox esta noite”, explicou. "Então, não vou ver vocês mais
tarde."
Ele sabia que James tinha treino de quadribol, e Peter o estaria assistindo, agora que
ele não tinha namorada. Sirius se endireitou.
"Devemos ir também?"
414
Quando o relógio marcou seis horas, Lupin estava praticamente marchando pelos
corredores. Ele não queria parecer muito ansioso, então esperou no piso acima antes
de descer a escada principal, apenas um minuto depois da hora marcada. O que acabou
sendo um engano. Quando chegou lá, Mary havia encontrado Ferox e puxava
conversa.
"É o Sr. Lupin quem estou aqui para ver," Ferox sorriu facilmente, apertando a mão de
Remus. Tudo parecia muito adulto.
"Er ... sim, claro." Lupin concordou. Mary sorriu e tocou seu antebraço, inclinando-se
para ele de uma forma muito familiar. Ele não conseguia se lembrar se ela já havia
feito isso antes.
"Você pode esperar aqui?" Ela perguntou a Ferox, ainda tocando Remus, "Marlene
descerá em um minuto, ela adoraria ver você ..."
“Temo que precisamos ir”, Ferox disse, gentilmente, “Talvez outra hora, Srta.
MacDonald. Remus, vamos? "
Remus seguiu Ferox escada acima, ao invés de irem em direção ao corredor, deixando
Mary lá embaixo. "Achei que poderíamos ter um pouco de privacidade", o ex
professor murmurou, "O professor Kettleburn gentilmente me emprestou meu antigo
escritório."
Remus só esteve no escritório de Trato das Criaturas Mágicas uma vez desde que
Ferox saiu - para solicitar uma extensão de uma redação depois da lua
cheia. Kettleburn era um tipo de homem espartano, que optou por não decorar a sala,
mas haviam pilhas de papeladas espalhadas por todo o lugar. Ferox arrumou isso
cuidadosamente com um assobio de sua varinha, antes de convocar bebidas e dois
415
pratos para o jantar. A comida apareceu exatamente como no Salão Principal -
presunto, ovo e batatas fritas desta noite.
"Meu favorito," Ferox sorriu, apontando para Remus começar a comer. Os dois
ficaram quietos por alguns minutos, e o aluno gostou da novidade de compartilhar um
jantar com um amigo, ao invés de com centenas de pessoas.
"Então." Ele disse, comendo o resto de sua gema de ovo com uma batata frita, "Eu
queria falar sobre Livia."
"Olhe para você", O professor acenou para ele, "Dois anos atrás, eu mal conseguia
faze-lo me dizer duas palavras sobre você."
“Não há mais tempo para ser tímido, suponho. Há uma guerra acontecendo.”
"Eu sei muito bem disso, não sei?" Ferox suspirou. "Tudo bem, vá em frente, rapaz,"
O mais velho assentiu, mas não disse nada. Remus, encorajado, continuou, “Mas ... eu
acho que poderia encontrá-los facilmente. Eu acho que eles poderiam me encontrar. E
eles ainda me querem. É isso que Dumbledore quer, não é? Um atalho para os
lobisomens. Eu posso fazer isso. Sei que o que fiz foi estúpido - e não vou fazer de
novo, não enquanto estiver em Hogwarts, não até ter, pelo menos, a maioridade. Mas
... agora eu a conheço, agora eu sei como eles são, não tenho medo. Eu posso fazer
isso."
416
"Não, mas não sou estúpido." Remus disse, com desdém, “Ele não me pediu para fazer
nada, porque ele nunca pede. Ele apenas garante que você saiba o que ele quer. Mas há
coisas que eu também quero.”
"Não, não é." Lupin cruzou os braços. “Você não sabe. Livia pode ser uma idiota, mas
ela não está errada. A escolha entre liberdade sob Greyback ou prisão sob o ministério
é fácil de fazer.”
Ferox o olhou por um longo tempo. Remus bebeu seu suco de abóbora, com a
garganta muito seca. Seu coração batia tão rápido que ele pensou que o professor
poderia ouvir.
"Essas não são necessariamente coisas que Dumbledore pode fazer", ele disse,
lentamente.
417
"Eu posso levar para ele." O ex professor suspirou, parecendo derrotado, "Mas eu não
posso fazer promessas."
“Bem,” Lupin respondeu friamente, “Eu faço dezessete em dois meses. Portanto, esse
é o prazo.”
"Eu ainda tenho a cabeça quente." Remus disse simplesmente, “Acho que Lyall
provavelmente também tinha. Não é que eu ache que Dumbledore pode resolver todos
os meus problemas. Mas eu queria colocar todas as minhas cartas na mesa.”
"Justo." O homem acenou com a cabeça. "Tudo é justo no amor e na guerra, hein?"
"E Achilles?"
"Achilles está bem." O mais velho sorriu. “Ficando com um amigo meu. Falando nisso
- há quanto tempo o romance está acontecendo, hein, Lupin? "
418
“Com a senhorita MacDonald, lá embaixo? Eu teria pensado que você combina
melhor com Marlene, mas suponho que o coração quer o que quer, hein?’’
"Hm", O homem resmungou, obviamente não acreditando muito nele. "O que causou
essa mudança de personalidade, então?"
“Por que tem que ser sobre uma garota? Dois anos é muito tempo.” Remus disse,
irritado. “Não é como se eu tivesse mudado de repente. Olha, a primeira vez que disse
que ajudaria Dumbledore a lutar, foi quando eu tinha quatorze anos.” Ele tentou
explicar. "E então, no ano passado, James Potter disse que planejava se juntar também,
assim que saísse da escola, e todos nós dissemos que também iríamos, e eu ... É obvio
que eu iria, você sabe, mas só porque James e Sirius queriam. Eu mesmo nunca tive
um motivo, na verdade.”
“Eu realmente não posso evitar, posso? Todo mundo vai fazer isso por mim. Você
conhece meu amigo, Sirius Black?”
“Não muito bem.” O homem respondeu. “Os Potters o acolheram, não foi? Achei um
pouco estranho, conhecendo a família dele.”
419
pessoas nunca esquecem coisas assim - elas pensam que o que você é, faz de
você quem você é. É o mesmo para mim."
Lupin franziu a testa. Ele pensou em Livia - seus pés descalços, suas roupas
esfarrapadas; sua tosse terrível e o olhar vazio em seus olhos. Não era jeito de se viver.
Poderia estar pedindo muito. Porém, Remus nunca havia pedido nada antes em toda
sua vida. Ele esperava que Dumbledore se lembrasse disso.
420
Capítulo 108: Sexto Ano: Mary Mary
A distância repentina entre Remus e Sirius era dolorosa, e tornou-se ainda mais difícil
pelo fato de que o relacionamento deles (se poderia ser chamado dessa forma) sempre
fora um segredo. Lupin recorreu à sua tática usual, enterrando-se em seus estudos,
enquanto Sirius se absorvia em Emmeline. Ele estava de mau humor, Remus sabia. E
pela primeira vez, não o culpou. Toda a situação complicada só provou para si que
eles deveriam que parar com isso o mais rápido possível. Estava se tornando
impossível permanecerem como amigos, e eles precisavam ser amigos antes de
qualquer coisa.
O problema era que Black não havia vindo até ele desde aquela noite em que
dormiram na sala comunal. Remus estava apavorado que isso significasse que já havia
421
acabado - que Sirius havia chegado à essa conclusão por conta própria, e
simplesmente decidiu parar. E Remus não permitiria isso. Não poderia simplesmente
acabar, sem nenhum dos dois dizer nada a respeito. Poderia?
No dia seguinte à lua cheia de fevereiro, Lupin estava deitado em sua cama de hospital
de costume, pensando nessas coisas. Ele tinha um corte no braço, no qual Madame
Pomfrey lhe disse para praticar seus feitiços de cura. Era muito básico, mas estava tão
cansado após sua transformação,
“Você tem que tentar, querido,” a medibruxa disse, sem compaixão, “Você queria ser
capaz de cuidar de si mesmo depois das luas, então você apenas terá que aprender a
encontrar a força.”
Ele cutucou o corte, que já se curava sozinho de qualquer maneira, fazendo outra
tentativa indiferente de consertá-lo. Nada. As marcas que Livia havia deixado estavam
desbotadas, quase rosadas, pálidas agora, e Madame Pomfrey pensou que
provavelmente iriam desaparecer com o tempo, já que não eram feridas inerentemente
mágicas.
"Você está liberado para sair", a mulher falou alto, de seu escritório. "Se você vai ficar
sentado aí lamentando ... Vá ver seus amigos."
Remus não se incomodou em dizer a ela que eram seus amigos - ou melhor, um amigo
em particular - que ele estava lamentando sobre. Mas nem pensou duas vezes quando
ela lhe deu permissão para ir. Levantou, se vestiu rapidamente e saiu apressado da ala
hospitalar,
Era depois do almoço, e havia apenas uma aula naquele dia na parte da tarde - Trato
das Criaturas Mágicas - para a qual Remus não estava muito no humor. Estava à frente
do resto da classe de qualquer maneira, e ninguém sentiria falta dele. O menino desceu
422
pelos corredores sem rumo por um tempo, ainda pensando em Sirius e Emmeline, e
como que ele poderia... espere um minuto.
Ele parou e franziu a testa, olhando para o retrato mais próximo. Algo estava muito
estranho. A pintura retratava um bruxo idoso com cabelo ralo e um cavanhaque bem
cuidado espiando por um grande telescópio dourado. Por alguma razão, o bruxo estava
usando uma enorme peruca encaracolada vermelha brilhante. Não parecia incomodá-
lo - ele apenas ajustava a visão em sua engenhoca, murmurando baixinho para si
mesmo. Remus bufou e olhou para o próximo quadro.
Sirius estava à vontade, as mãos nos bolsos, conversando casualmente com uma
pintura de uma ninfa do mar risonha em uma grande moldura dourada. Quando ela viu
Lupin, ela deu um grito e mergulhou nas ondas abaixo.
"Aw, Moony, por que você a assustou?" Black resmungou, "Eu estava prestes a lançar
o feitiço."
423
"Sim, ele está cuidando da ala leste," Sirius acenou com a cabeça, passando para a
próxima pintura. “Nós acabamos de ter a ideia, voltando para a cama esta
manhã. Desculpe, pensei que você ainda estaria dormindo.”
“Não, eu -”
"Ah merda!"
O grande relógio de pêndulo do salão havia começado a soar - todas as portas das
salas de aula estavam prestes a se abrir e os alunos sairiam correndo para a próxima
aula. “Eles vão saber que fomos nós!” Sirius disse, "Rápido!" Ele puxou a capa de
invisibilidade de James de suas vestes e a ergueu como uma tenda.
Remus correu para ficar embaixo dela, agachando-se levemente para compensar a
diferença de altura. Ambos recuaram contra a parede e esperaram. As portas
começaram a se abrir uma de cada vez, e torrentes de alunos encheu o espaço, antes
silencioso. Invisível e preso, Lupin percebeu que esta era a melhor chance que ele teve
em dias.
"Como ass--"
"Não, eu não estou." Black o empurrou, de repente, quando uma garota do terceiro ano
chegou perto demais. Ele recuou direto no peito de Remus, de modo que,
praticamente, todo seu corpo o tocava. "James disse para lhe dar espaço." Ele
424
murmurou: " E você me deixou de fora da missão Cabeça de Javali, mesmo depois que
dissemos que iríamos juntos."
“Não era uma missão!” Lupin sussurrou, lutando para manter a voz baixa. As pessoas
estavam notando os retratos vandalizados agora, apontando e rindo ao redor deles. “E
eu nunca concordei em irmos juntos!”
“Bem, isso passou a mensagem de que você queria espaço!” Sirius atirou de volta. Ele
se virou para poder sussurrar no ouvido de Remus também. Eles ainda estavam se
tocando em alguns lugares, tentando não o fazer em outros.
"Eu sinto muito, ok?" O mais novo respondeu "Não achei que você fosse levar isso tão
a sério!"
"Eu não estou levando isso a sério!" Sirius balbuciou, mortalmente ofendido, "Você
faz parecer como se..."
"Bem ... sim, ok, eu queria, mas não até que tivéssemos pelo menos conversado."
425
"Eu realmente não vejo o que há para falar," Black jogou a capa para longe. Seu
cabelo caiu suavemente de volta ao lugar, enquanto Remus, que estava bagunçado
graças a estática, teve de alisar o seu com as mãos. "Ou estamos fazendo... você sabe,
ou não estamos."
Deus, eu adoro discutir com você, Remus pensou, sentindo o calor subir por seu
pescoço, o desejo por Sirius quase queimando-o, eu poderia discutir com você para
sempre.
Sirius mordeu o lábio inferior e ergueu uma sobrancelha. Remus Lupin meio que
quase morreu ali mesmo.
***
Alguns meses atrás teria estado bem - ele havia estado bem. Apenas mais um segredo
para adicionar à lista, outra parte de si mesmo que não deveria deixar que os outros
vissem. Mas muita coisa aconteceu desde então. Lily sabia que ele era um lobisomem,
por exemplo - isso fora um alívio surpreendente. Compartilhar o segredo com ela
426
havia sido uma coisa boa; tinha certeza. Então havia Christopher, tão corajoso em
abrir sua alma, e tudo que Remus podia lhe oferecer em troca eram meias verdades.
“Vou convidar Evans para ir a Hogsmeade neste fim de semana, obviamente,” ele
disse alegremente, “Ela vai dizer não, por tradição, mas estou conquistando ela, posso
sentir.”
"Mm." Lupin suspirou, passando o dedo pelas lombadas de couro flexível dos textos
antigos. Não que ele quisesse comemorar o Dia dos Namorados - era um dia estúpido
e feminino com o qual ele não queria ter nada a ver - mas se ressentia de
todo mundo querer fazer coisas nele.
427
"Sim, acho que sim." James respondeu, puxando um livro e abrindo-o para verificar o
índice. "Ou outra de suas adoráveis fãs, se ela o deixar antes disso."
"Hmph."
"O que?"
"Não, claro que não!" Lupin lutou para manter o rosto sério, "Padfoot pode fazer o que
quiser. Mas ... você não acha que ele ... sei lá, seja um pouco demais, todas essas
garotas. Como se ele estivesse se exibindo."
"Não são muitas garotas, ele está com Emmeline desde dezembro, não é?"
"Bem então. Isso é bom. O resto está apenas flertando. Ele sempre gostou de atenção.
"
"Sim, mas..."
"Olha, você só precisa deixar Sirius ser Sirius. Ele é meio babaca às vezes, mas ele
passou por maus bocados. Deixe-o se divertir um pouco se ele quer." Potter se
levantou e o olhoude lado, avaliando. "Sabe, Moony, também não te mataria ter um
pouco de diversão."
"Ha." Remus bufou.
"Ah, cara!" James se inclinou por cima do ombro para ler o livro que Remus tinha
aberto, "Muito bem, você encontrou!"
428
Ter um pouco de diversão. Então, talvez Remus pudesse culpar James - pelo que
aconteceu a seguir, de qualquer maneira.
***
Ela estava flertando com ele há anos - Remus sabia muito bem o que era flertar,
agora. No jeito que ela sorria, a cabeça inclinada para baixo. A maneira como ela
começou a passar a mão em seu peito quando ele a fazia rir (o que definitivamente
parecia acontecer mais do que o normal também). Aquela remexida fofa que as
garotas fazem quando estão arrumando a meia-calça. Eventualmente, eles se
encontraram sozinhos na sala comunal naquele fim de semana de Hogsmeade, pouco
antes do Dia dos Namorados, com o dever de casa terminado, sentados no sofá - e ela
apenas perguntou. O que era muito mais do que Sirius já havia feito.
Remus e Mary sempre foram bons amigos; ele gostava muito dela. Sua natureza alegre
e despreocupada sempre apelou para o lado sombrio dele; e sua confiança para sua
introversão. O menino havia ignorado o flerte completamente, achando-o levemente
lisonjeiro, mas de outra forma, desinteressante, até que ela decidiu ficar no castelo
com ele ao invés de ir para Hogsmeade.
"Por que você não está em um encontro, afinal?" Lupin perguntou, enquanto eles
terminavam as últimas anotações para suas redações de História.
“Eu queria passar mais tempo com você,” ela sorriu para ele, acomodando-se no sofá,
sua coxa tocando a dele. "Não posso deixar você aqui completamente sozinho."
“Não sou tão divertido quanto Roman Rotherhide, aposto,” Remus riu, ainda sem
acreditar na direção que isso estava tomando. A mão dela estava em seu joelho. Ela ia
deixar lá? Ah, caramba, não, ela não ia...
"Bem, eu não sei sobre isso", ela disse, com a voz baixa, inclinando-se para ele agora,
enquanto seus longos dedos se moviam lentamente para cima, "Eu gostaria de julgar
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por mim mesma ..." ela piscou lentamente e se inclinou, beijando-o suavemente nos
lábios. Ele estava congelado no lugar. A menina sorriu descaradamente, “Bem? Você
gosta disso? "
Mary era muito bonita. Ele não era tão próximo dela quanto de Lily, então ele
raciocinou - onde estava o mal? O que quer que estivesse acontecendo com Sirius,
claramente não significa que nenhum dos dois poderia procurar em outro lugar. E
se Sirius podia fazer isso, então ele também podia. Era mais que justo.
“Você é adorável,” ela sussurrou, deitada em sua cama, olhos escuros. Remus passou
a mão por sua coxa macia. Entre as pernas, ela estava escorregadia como óleo quente.
Depois, ele não sabia o que fazer com isso. Certamente não havia nada do que
reclamar - ela era linda, e o calor do sangue dela ao redor dele era definitivamente
muito excitante. Mas não era o mesmo que aquelas noites escuras furtivas com
Sirius; não havia nada da rica complexidade, do entendimento seguro. Os seios macios
de gelatina de Mary não substituíam o aperto firme de Sirius. Seus doces suspiros
ofegantes não o despertaram da mesma forma que os quentes e ásperos gemidos de
Black.
Após todas as coisas serem ditas e feitas, embora Remus certamente estivesse feliz por
ter tido a experiência, não achava que fosse algo que estivesse muito interessado em
repetir.
***
Apenas um dia após o experimento Mary, Sirius estava de volta. Era meio da tarde,
mas James e Peter estavam na biblioteca estudando para o próximo exame de Estudos
Trouxas. Tudo começou como sempre, em silêncio e em uma necessidade quieta e
430
desesperada. Sirius estava agarrando e puxando as roupas de Remus - então ele rolou e
pareceu parar. Então cheirou o travesseiro.
“Ah. Certo. Você e ela?"
“Bem ... foi apenas uma coisa de um dia. Isso é ... ok? "
"Eu sei que vocês dois estavam ..., mas foi há muito tempo agora, e você está com
Emmeline, então..."
"O- o quê?" Lupin só queria fechar os olhos, relaxar sob os dedos longos de Sirius.
"Sexo." Black disse.
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"Foi bom. Ela é, hum ... tão macia, sabe. Quer dizer, você sabe ...”
"Sim," Sirius respirou em seu pescoço, praticamente em cima dele agora, sua mão
trabalhando no cinto do outro.
Depois, eles se sentaram lado a lado e tudo que Remus queria fazer era colocar sua
cabeça no peito em chamas de Sirius, fechar os olhos e apenas ficar. Mas não fez
isso. Ele olhou para o amigo, que já estava acendendo um cigarro, a pele ainda rosada
e brilhante, e pensou consigo mesmo, com tristeza - isso nunca será suficiente.
432
Capítulo 109: Sexto Ano: Heniokhos
"Eu não sei por que vocês odeiam tanto," Lily bocejou, colocando a bolsa no ombro,
"Poções é divertido, é lógico."
"Pobre Lily", disse ele, fingindo simpatia, "tão incompreendida em sua busca por
conhecimento."
Ela riu também, e todos saíram da biblioteca juntos. Eles estavam lá todas as noites da
semana - exceto quando Lily tinha deveres como monitora ou quando Marlene tinha
quadribol; então eram apenas Remus e Mary. O que era surpreendentemente bom -
Mary havia feito algumas piadas provocativas sobre o breve caso deles, mas não
433
mencionou que queria fazer isso de novo, e parecia estar saindo com Roman
Rotherhide mais uma vez. Remus ficou aliviado. Apenas um caso secreto era o
bastante.
Faltava muito para os NIEMs, mas os quatro decidiram reunir novamente seu grupo
de estudo este ano, a fim de revisar a primeira parte do exame. Ainda faltavam mais de
um ano para os exames finais, mas na opinião de Remus e Lily, não existia algo como
excesso de preparação, principalmente com os exames anuais em junho.
"Se você quiser," Remus respondeu, pegando o bocejo dela, "eu disse que faria um
grande grupo de estudos no domingo, então um descanso cairia bem."
“Eu não sei como você faz isso, Lupin,” Mary balançou a cabeça em descrença. "Mas
isso é perfeito, deixa a noite de sábado livre."
"Você tem outro encontro com Roman, não é?" Marlene perguntou, parecendo um
pouco irritada.
"Eu só acho que você deveria ir mais devagar, só isso!" A loira retrucou, passando os
dedos pelos cabelos novamente.
"Bem, como já discutimos antes, não é da sua conta com quem eu saio, não é?!" Mary
disse, arqueando uma sobrancelha para a amiga. Marlene adquiriu um tom incomum
de rosa choque e olhava para o chão. Remus encarou as duas garotas, surpreso. Ele
nunca havia visto elas falarem assim uma com a outra antes – geralmente, eram
melhores amigas.
434
“Vamos, estamos todos cansados” disse Lily, avançando. “Blatherskite” ela se dirigiu
à senhora gorda, que se afastou para que todos pudessem entrar.
"Sim, sim, boa noite, Potter," A ruiva suspirou, balançando a cabeça. Remus percebeu
seu pequeno sorriso, embora ela tentasse disfarçá-lo por trás de seus longos cabelos.
“Fazendo amor furiosamente com todas nós, obviamente,” Mary disse, impassível,
empurrando Sirius para o lado para se sentar mais perto da lareira.
‘’Foi preciso nós três para satisfazê-lo!” Marlene saltou, parecendo um pouco mais
feliz.
"Ah meu Deus, por favor, calem a boca..." Remus gemeu, sentando-se em sua
poltrona de costume. "Estávamos na biblioteca, como se você não soubesse."
"Ah, claro," James piscou para ele. "Não diga mais nada, Casanova."
“Nah, aí vai ser muito quente,” Mary suspirou, “Nosso apartamento é ridículo, mesmo
se você abrir todas as janelas. Mas acho que eu vou receber permissão para usar magia
esse ano - eu posso fazer isso se minha família for trouxa? "
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"Ah, eu faço”, a ruiva confessou, mordendo o lábio, "A gente não pode?"
"Por que você não vem e fica comigo, Mary?" Marlene disse “Há mais espaço em
nossa casa, é mais fresco”.
"Ooh, eu fui para a Cornualha no ano passado", disse Lily, "Era lindo, acampamos
bem perto da praia."
"Estou falando sobre acampamento trouxa, Potter," Lily resmungou, alisando a saia
sobre os joelhos, constrangida, "Em tendas trouxas - sem encantamentos de extensão
extravagantes ..."
"Não pode ser tão diferente," James respondeu, sem se intimidar, "Esses dois nunca
nem mesmo acamparam," ele acenou para Remus e Sirius.
"Ei!" James disse, de repente, jogando o pomo bem alto no ar, em seguida, estendendo
a mão para pegá-lo de volta, "Devíamos todos ir acampar!"
436
"Este verão!" Potter acenou com a cabeça, animado, "É nosso último verão antes de
todos nós termos que ser adultos - e todos nós seremos maiores de idade, temos que
fazer isso!”
"Bem ..." Lily olhou para ele, "Barracas separadas para meninos e meninas, certo?"
"Qualquer coisa!"
"Barracas trouxas."
"Oh."
***
Custo: 12 galeões.
437
"Eu prefiro que você não faça isso."
"Eu sei," Sirius o cutucou com o quadril, de brincadeira. "Você vai ganhar mais
dinheiro do que qualquer um de nós um dia, seu grande nerd."
Lupin olhou em volta, furtivamente. A sala comunal não estava cheia, mas também
não estava vazia.
Sirius inclinou a cabeça, com uma expressão fingida de inocente que fez Remus cair
na gargalhada,
“Eu ... lembra que jantei com Ferox? Depois que conheci Livia.”
438
"...sim claro." Sirius ficou sóbrio imediatamente. Eles não haviam discutido isso,
desde que fizeram as pazes.
“Ok, bem, não fique bravo comigo, mas… eu meio que fiz algumas exigências. A
Dumbledore.”
Sirius olhou para ele, sem expressão. Remus continuou, engolindo em seco, “Eu disse
a ele que se ele quer que eu os ajude, se ele quer que eu seja algum tipo de emissário
para os lobisomens, ou o que seja, então eu quero algo em troca. Proteção, para os
outros do bando de Greyback, em primeiro lugar"
"Bem, isso é razoável, pelo menos," Sirius respirou. "Mas, Moony ... a outra coisa ..."
“Eu sei,” Remus concordou, “Eles são assassinos, alguns deles. Eu sei que são. Mas
eles são ... eu não acho que eles conheçam outro caminho. Acho que se quisermos
mostrar a eles que existem outras escolhas, maneiras melhores de viver, então ... isso
tem que começar com gentileza.”
"Gentileza." Sirius repetiu.
“Não perdão,” Disse, rapidamente, “Eu não estou dizendo que eles vão sair
completamente impunes, mas ... quero dizer, você tem que admitir, o ministério lidou
muito mal com a licantropia, até agora. Quando vencermos esta guerra, haverá uma
chance de tornar as coisas melhores. Para todos os bruxos. Até mesmo mestiços.”
Sirius estava olhando para ele, sua testa ligeiramente franzida. Seus profundos olhos
azuis focalizaram intensamente, como se estivesse procurando por algo no rosto de
Lupin. Então ele deu um leve aceno de cabeça.
439
"Isso é muito importante para você, não é?"
Remus concordou.
"Eu sei."
"Mas, nós vamos te ajudar." Sirius disse, sem quebrar o contato visual. "Eu, Peter e
James - Evans também, provavelmente, aquela garota ama você."
"Você não precisa," Sirius balançou a cabeça. Ele se inclinou e beijou Remus tão, tão
gentilmente nos lábios, quase como um sussurro. "Qualquer coisa pelo nosso Moony."
Mais tarde naquele dia, Lupin estava a caminho da sala de aula de Flitwick - o gentil
professor de Feitiços havia permitido que ele a usasse em suas aulas de reforço, desde
que tudo fosse arrumado depois. Ele tinha um mapa da costa sul na bolsa e esperava
chegar cedo o suficiente para ter a chance de estudá-lo. Se todos fossem fazer uma
viajem naquele verão, alguém teria que organizá-la.
A primeira lua cheia do verão cairia no dia primeiro de julho, e Remus esperava ficar
mais uma noite em Hogwarts para isso. Ele já havia perguntado a James se poderia
ficar com os Potter na semana seguinte, e James, é claro, concordou
ansiosamente. Depois disso, todos sairiam em viagem para acampar, e então ... Remus
não tinha ideia de qual seria seu próximo passo. Voltar para Mile End, talvez; se Grant
ainda estivessse lá. Ele não podia simplesmente ficar na casa dos Potter para
sempre; não sabia o que aconteceria quando tivesse dezessete anos.
440
“Oi Remus!” Christopher acenou, já esperando do lado de fora da sala de aula. O
coração de Remus afundou ligeiramente. Claro que Christopher chegou cedo. Ele
nunca perdia a chance de encontra-lo sozinho.
"É uma pena", suspirou Christopher, "Você está sempre em detenção esses dias."
Christopher riu, sem jeito. Ele tinha boas intenções, mas Lupin tinha a impressão de
que o garoto, raramente, se sentia confortável com o humor do estilo
maroto. Demorava para se acostumar.
Após uma lesão em Dunkirk, Laurie Odell é enviado para um hospital de veteranos
para convalescença. Lá, ele faz amizade com Andrew, um objetor de consciência que
serve na ordenaça. Mas quando Ralph, um mentor dos tempos de escola, reaparece
441
em sua vida, Laurie é forçado a escolher entre os doces ideais da inocência e os
distintos prazeres da experiência.
Naquele momento, houve uma batida na porta. Os dois meninos se viraram para ver
Emmeline Vance enfiar a cabeça para dentro. Ela era uma garota imensamente bonita,
com cachos dourados e grandes olhos verde-maçã. Outra corvina, ela também era do
sétimo ano e já havia saído com o próprio Roman Rotherhide. A menina sorriu,
entrando,
“Olá, Remus,” ela disse, em sua voz suave e feminina. Ele tentou ser educado, mas
sabia que soava frio.
“Ah, não, eu não estou aqui para o seu grupinho de estudos,” ela sorriu novamente,
franzindo o nariz de uma forma que poderia parecer fofa ou cativante para qualquer
pessoa exceto Remus e Christopher. "Eu esperava que Sirius estivesse aqui."
"Sim, estou vendo!" Ela riu, guturalmente, jogando o cabelo sobre o ombro. "Mas ele
disse que me encontraria na torre da Astronomia meia hora atrás ..."
442
"Ele está ocupado esta noite."
"Fazendo o que?! Ugh, ele não está saindo com aquela garota MacDonald de novo,
está? "
"Nunca dá para saber, com Sirius," Remus disse cruelmente, tentando não sorrir.
"Você realmente sabe onde ele está?" Christopher perguntou, com uma pequena
carranca.
“Eu sei que ele é seu amigo! Desculpe, eu só quis dizer ... ele é um idiota arrogante às
vezes. "
443
Não eram marotos; não eram importantes.
"Você não está errado." Remus deu de ombros. "Certo, por onde você quer começar?"
444
Capítulo 110 : Sexto ano: Dezessete
"O tempo é imaterial", disse James, usando um chapéu de festa pontudo e colorido, "É
seu aniversário."
Eles acenaram com a cabeça, todos os três, em perfeita sincronia, as fitas em seus
chapéus cônicos balançando e piscando na luz opaca da manhã.
"É a prova d’água," Sirius explicou alegremente, "Então você pode até tomar banho
com ele." O moreno deu uma piscada e Remus esperava que não estivesse
corando. Black estivera em sua cama apenas algumas horas antes, por um motivo
445
muito diferente, e Remus estava achando as mudanças rápidas de humor cada vez
mais difíceis de lidar.
Apenas meia hora depois, e Lupin havia tomado banho (o chapéu ainda estava firme
em sua cabeça), aberto cerca de cinquenta cartões de aniversário desejando-lhe muitas
felicidades (“Eu não sabia que conhecia cinquenta pessoas!”) E comeu uma generosa
fatia do bolo de chocolate da Sra. Potter.
"Vocês são loucos", Lupin respondeu, enquanto desciam para a sala comunal, "Vocês
não deveriam ter tido todo esse trabalho."
"Boa, Evans," James piscou para ela, cutucando-a de leve com o cotovelo, "Sabia que
você não iria decepcionar."
"Ah, nem vem, Potter," ela o empurrou de volta, parecendo muito satisfeita e um
pouco corada.
Havia um cartão de Ferox, o que foi inesperado - Remus não tinha certeza se eles
ainda estavam se falando depois do último encontro. Havia também uma nota de
Dumbledore.
446
Ele rachou o selo vermelho cereja rapidamente sob a mesa e leu o mais rápido
possível.
Sr. Lupin,
Atenciosamente,
Albus Dumbledore
"Lá vamos nós." Ele suspirou baixinho. Sirius, que possuía o hábito irritante de ler por
cima do seu ombro, se inclinou,
Remus balançou a cabeça, mas sorriu para Black, tentando ser gentil,
Em primeiro lugar, ele havia ficado louco por sugerir isso. Ninguém mais precisava de
uma razão para ajudar no esforço de guerra - James nunca faria isso. Mas então,
Remus supôs, não havia nada que James quisesse que Dumbledore pudesse dar a
ele. A menos que o diretor possuísse a chave do amor eterno de Lily Evans.
447
Ele encontrou a escada já aberta e subiu com a mesma lentidão, lembrando-se, apenas
no último minuto, de arrancar o chapéu de festa de sua cabeça.
Dumbledore estava sentado em sua mesa, como sempre. Desta vez, não estava
escrevendo cartas; ele esperava pacientemente, com um sorriso benigno no rosto.
"É ok."
"Eu tenho algumas coisas para você, enviadas para mim pela Sra. Orwell."
"A Diretora?!"
"De fato." Dumbledore apontou para uma caixa de sapatos, que parecia ter aparecido
de repente em cima da grande mesa de mogno. "Eu acredito que há alguns itens lá que
pertençam a você, que foram mantidos em custódia em St. Edmund's."
“Ah, uau ...” Remus tocou a tampa da caixa hesitantemente, mas não a abriu. Queria
estar sozinho para isso.
"Minha o quê?!"
“Seu pai deixou um testamento. Ele deixou algumas provisões para sua mãe e o resto
para você. Ele não era um homem rico, devo dizer, mas mesmo assim, o cofre em
Gringott's agora pertence a você.” Dumbledore tirou uma chave do bolso e passou-a
pela mesa.
448
Remus a segurou na mão e pensou em Lyall – algo que não fazia há alguns meses.
"Leo Ferox me fez acreditar que você já tinha uma ideia muito boa do que fazer com
isso, Remus." O velho respondeu, seus olhos sérios. "Você é um adulto, eu deixo isso
em suas mãos."
"Ferox disse outra coisa também, eu imagino." Remus disse, tentando manter contato
visual, mas achando extremamente difícil. Dumbledore era exatamente como as outras
pessoas - ele cheirava tão fortemente a magia quanto qualquer outra bruxa ou bruxo,
mas nada mais. Ele não tinha nenhum diferencial.
Remus sentiu algo murchar dentro dele, abrindo espaço para a raiva que se
aproximava.
449
"É um não." Ele disse, sem rodeios.
"Com todo respeito," Remus percebeu a dureza em sua própria voz, e isso o
surpreendeu, mas o tornou mais corajoso, "Não há tempo para ter paciência."
“Muitas pessoas estão sofrendo, Remus. Você teve muito pouco tempo no mundo
mágico - “
“Mas, depois que você fizer isso, verá, entenderá por que as atitudes estão muito longe
de mudar. O que você está pedindo –”
"E o que VOCÊ está pedindo?!" Remus gritou, incandescente, "A Ferox, e Moody e
aos Potters e –"
“Estou pedindo um enorme voto de confiança!” Dumbledore disse muito alto - ele não
gritou; você não poderia chamar aquilo de gritar, mas não era mais gentil. “De muitas
pessoas. E vou continuar pedindo até que a guerra seja vencida. Esse deve ser o nosso
foco, por enquanto.”
450
"Com tempo. Quando tivermos os recursos. Quando tivermos força para lutar outra
batalha.”
Remus queria gritar vai se foder, mas decidiu que, como já havia sido expulso de uma
instituição hoje, provavelmente era melhor evitar qualquer risco. Ele agarrou a caixa
de sapatos, se virou e marchou para fora.
"Só esperando por você - eu sei você não queria companhia, eu só pensei -"
"Você nunca me escuta, porra!" Remus vociferou, passando por ele. Sirius agarrou seu
braço e não soltou, permitindo que o arrastasse pelo corredor,
451
“Eu sei, eu sou terrível,” ele estava dizendo, correndo um pouco para acompanhar os
passos mais longos de Remus, “Nunca faço o que me mandam, faço? Continue
gritando comigo, eu mereço - ei, quer me bater?”
"Não."
"Bêbado?"
"...Talvez."
"É..." Remus a segurou com as duas mãos, agora. Não era muito pesada, não podia ter
muito. Podia sentir folhas de papel deslizando por dentro. “Só algumas coisas, acho
que meu pai deixou para mim. Só vou abrir mais tarde.”
"Justo."
***
452
A alegria geral de Sirius continuou durante o jantar - salsichas e purê com molho de
cebola - até a sobremesa, quando Emmeline apareceu. Remus estava quase de bom
humor quando a menina apareceu na mesa deles e se espremeu no colo de Sirius. Ela o
beijou, na boca, por muito tempo.
"Vai ser boa", respondeu James, jovialmente, "os aniversários de Moony sempre são."
Ela piscou e franziu a testa, as rugas em sua testa estragando sua beleza apenas
momentaneamente. Sirius apertou a cintura dela,
“Ei, Em, por que não encontro você mais tarde? Temos que fazer algumas coisas antes
da festa.”
“Ok,” ela sorriu novamente, “Lembre-se de sua promessa ...” então a menina o
agarrou novamente.
"Ah, só que eu a levaria de volta para o Salão Comunal da corvinal depois da festa."
453
Black riu, desabotoando a camisa para se trocar,
"Talvez. Por quê?"
"E você e Mary?" Sirius perguntou, selecionando uma camisa preta limpa de sua
cômoda bagunçada, "Essa coisa de vocês acabou, ou o quê?"
"Sim." Assentiu, observando-o. É isso, ele pensou, é agora que você conta a ele. “Foi
apenas uma experiência, mais ou menos… Você sabe o que eu quero dizer?"
"Hm?" Black murmurou, mais focado em abotoar sua camisa. "O quê, não foi bom?"
“Foi ok. Não tão bom quanto ...” ele engoliu em seco e disse rápido, “Não tão bom
quanto quando somos só você e eu.”
Black voltou para sua cômoda, procurando por jeans agora. Suas costas se viraram, ele
disse calmamente.
"Sim."
Sirius suspirou, mas não se virou. Ele fechou a gaveta, aparentemente decidindo que o
jeans que estava usando serviria.
454
"Certo." Remus ficou tão surpreso com essa resposta que não conseguiu pensar em
mais nada para dizer. Infelizmente, isso deu a Sirius a oportunidade de falar em vez
disso. Ele se virou, jogando o cabelo comprido para trás, casualmente.
“Suponho que seja porque nos conhecemos tão bem, não? Certo, é melhor eu descer lá
e ajudar antes que Prongs venha atrás de mim com uma maldição de pernas de
gelatina! A gente manda Peter para te buscar quando estiver tudo pronto.”
***
Ele cambaleou até sua poltrona e afundou-se nela com outra garrafa de algo
deliciosamente doce e forte. Estava se sentindo muito aquecido e com muito
sono. Preguiçosamente, ele permitiu que seu olhar vagasse até Sirius, tagarelando
perto do toca-discos, quadris jogados para a frente só um pouco, na medida
certa. Remus se permitiu encarar um pouco. Ele tinha esse direito. O primeiro beijo
deles foi há exatamente um ano. Era uma pequena memória boba, considerando tudo o
que aconteceu no meio, mas sentiu um pequeno ronronar de satisfação do mesmo
jeito. Filho da puta.
"Ele e Emmeline estão juntos há um tempo agora." Lily disse para Remus, vindo se
sentar no braço da cadeira. Seus olhos estavam arregalados e desfocados, ela tinha um
sorriso fácil. Lupin cuidadosamente assumiu o controle de suas características faciais e
sorriu de volta, como se não se importasse com o mundo.
455
"Você parece surpresa."
Remus deu de ombros, porque não conseguiria falar sem falar muito. Lily continuou
mesmo assim. "E - eu sei que parece horrível, e eu sei que ele é seu amigo, então pode
me mandar calar a boca, mas eu meio que pensei ... você sabe, que ele só ia sair com
ela para irritar a família."
"O que você quer dizer?" Remus perguntou, dando um longo gole em seu Whisky de
fogo.
“Ahh, sabe,” Lily balbuciou, talvez até mais bêbada do que ele, “Todo mundo sabe
que Black tá numa guerra estranha com a mãe ... ele nunca fica com garotas puro-
sangue. Teve a Mary ...” ela começou a contar as conquistas de Sirius em seus dedos,
“ela é nascida trouxa ... Evangelina, Florence, Avni ... agora Emmeline.”
O garoto se levantou de repente, os nós dos dedos estalando. Lily quase caiu do braço
do sofá de susto,
"Eu ... vou ficar vomitar." Remus disse, percebendo que realmente estava enjoado. Ele
fugiu e subiu as escadas o mais rápido que pôde e tropeçou no banheiro a tempo,
vomitando no vaso sanitário.
456
Ele se equilibrou nos tornozelos, suando e com frio. Havia bebido muito, agora só
queria deitar, dormir e não pensar em nada. Remus escovou os dentes e lavou o rosto
com água fria. Se sentiu menos enjoado, mas não menos sóbrio. Ele vestiu a calça do
pijama e abriu a porta.
Sirius estava parado do outro lado, encostado na coluna da cama, com as mãos nos
bolsos. Ele parecia tão ele mesmo. Seus olhos se encontraram e se fixaram. Black
quebrou o contato primeiro.
"Olha, sobre as coisas que eu disse," Sirius começou. Remus se preparou, sem saber o
que estava por vir. "Eu realmente sinto muito." sua voz estava impotente. "Eu nem sei
por que, mas ... eu só sinto muito, ok?"
457
"Sim," Concordou e se afastou, deixando Sirius se equilibrar sozinho. Ele esfregou a
nuca. "Não acho que devemos ... acho que você vai se arrepender."
"Então ..." Sirius falou lentamente, a mente nublada com a bebida, "Temos que parar
nossa ... coisa, só por causa dela?"
"O que?!"
"É melhor você ir." Remus disse, caminhando até sua cama. Sirius o seguiu como um
cachorrinho perdido, puxando o cós da calça de seu pijama com necessidade.
"Não!"
458
Remus o empurrou uma última vez,
Sirius o encarou mais um pouco, a bebida ainda confundindo suas reações, tornando-o
lento e estúpido.
459
Capítulo 111 : Sexto Ano: Separação
No momento em que ele terminou seu banho na manhã após seu aniversário de
dezessete anos, Remus tinha um plano de ação. Ele fecharia a porta para qualquer que
fosse seu relacionamento com Sirius – estava tudo bem em ver como uma lembrança
afetuosa, ou se sentir um pouco mais solitário, um pouco menos completo - mas isso
era totalmente necessário, tanto para sua saúde quanto sua sanidade.
Sirius não era o mundo inteiro, por mais que parecesse às vezes.
Remus demonstrou isso quase imediatamente. Ao sair do banheiro, ele trombou com
James - que parecia não ter tocado em uma gota de bebida alcoólica na noite anterior,
apesar de ter bebido tanto quanto todos os outros. Aquela boa sorte irritante de Potter
aparentemente se aplicava a ressacas também.
Remus olhou para as duas camas feitas, e para as duas com as cortinas ainda fechadas,
onde (presumivelmente) Peter e Sirius ainda estavam dormindo.
460
Remus acenou com a cabeça, casualmente,
"Eu vou com você. Preciso melhorar no voo, pode ser útil quando terminarmos a
escola. Eu tenho sua velha vassoura em algum lugar, deixa eu procurar...”
Ponto para James. Após sua surpresa inicial, ele foi totalmente a favor da ideia, e até
segurou a língua quando viu o estado da sua vassoura empoeirada e abandonada. Ele
simplesmente se ofereceu para polir, então levou Remus até o campo de quadribol
tagarelando sobre exercícios básicos e simples para 'aumentar sua confiança'.
E não foi horrível. James era um professor muito paciente e Remus se sentia em mãos
seguras - o garoto de óculos nem mesmo riu depois da terceira vez que caiu. Depois,
Lupin sentiu que entendia Potter um pouco melhor. Era uma sensação muito saudável
voltar para o café da manhã, faminto, dolorido e cheio de energia. O primeiro
experimento havia sido tão bom, na verdade, que decidiu que diria sim a qualquer
coisa que seus amigos pedissem dele de agora em diante. Dessa forma, ele se manteria
ocupado até que Sirius voltasse a ser o que havia sido antes.
No café da manhã, eles foram recebidos por uma fileira de grifinórios de olhos
vermelhos e rosto doentio, todos se apoiando sonolentos nos cotovelos, Mary e
Marlene sentadas de costas, apoiando-se uma na outra.
Remus apenas deu de ombros, então desviou o olhar. Black não tentou falar com ele
novamente.
Estavam no meio da refeição - Remus, como sempre, comendo metade de seu peso em
pão torrado, ovos, feijão cozido e bacon; todos os outros mexendo em seus próprios
pratos com expressões levemente enjoadas ou então segurando uma grande caneca de
461
café preto - quando Lily se endireitou, os olhos se arregalando de repente, como se
tivesse sido eletrificada.
"Ah merda!" ela disse, então chutou James por baixo da mesa, "Potter!" Ela sibilou,
"Nós não demos o presente a Remus!"
“Todos nós contribuímos,” Potter riu, “E não há necessidade de me bater, Evans, está
bem aqui,” ele retirou uma caixa de couro marrom de suas vestes. Era mais ou menos
do tamanho de sua mão, liso e de aparência cara, com uma borda dourada em
relevo. Parecia o tipo de coisa na qual as garotas mantinham suas joias mais caras.
"Oh, cale a boca, Moony," Peter bocejou, cutucando seu mingau atordoado, "Nós
fizemos uma vaquinha - quase todos da Grifinória queriam contribuir."
"Não apenas Grifinória também," Marlene sorriu, "Quase todo mundo a quem
perguntamos, até mesmo alguns professores!"
Remus estava apenas olhando para a caixa agora, porque sabia que provavelmente
havia ficado vermelho. Alguma bolha quente e doentia de emoção queimava sua
garganta, então ele engoliu em seco, o que não ajudou.
462
Era um relógio de bolso dourado, com uma corrente longa e fina, polido em um brilho
profundo de forma que praticamente brilhava. A caixa era decorada com padrões de
espirais intricadas, semelhantes a videiras, em torno de um escudo no centro no qual
havia sido gravado, em uma caligrafia elaborada, suas iniciais: R.J.L
Ele o abriu com o mais leve toque e viu que o mostrador do relógio era em
madrepérola e brilhava maravilhosamente sob os ponteiros dourados que
tiquetaqueavam de forma reconfortante. A outra metade parecia conter uma bússola.
"É especial!" Mary disse, ansiosa “Não aponta para o norte, ou para onde quer que as
bússolas normais apontem. Se você disser o nome de alguém que você ama, aponta na
direção da pessoa!”
Remus olhou para seus amigos, nervoso, então rapidamente levou o relógio à boca e
sussurrou,
"Lily Evans."
463
turma dos NIEMs de Trato das Criaturas Mágicas entrava em pânico sobre
esfinges. Ele acompanhava Lily em patrulhas, discutia literatura com Chris, falava de
táticas de quadribol com Marlene e jogava partidas sem fim de xadrez com Peter (e
perdia todas as vezes). Ele era o anjo da torre da Grifinória.
Porque Sirius não era a única coisa que Remus estava ignorando.
A velha caixa de sapatos que Dumbledore lhe havia dado ainda estava embaixo de sua
cama, juntando poeira e fechada, como provavelmente estivera por muitos anos -
talvez em alguma prateleira no escritório da Diretora. Por que era uma caixa de
sapatos? Remus se perguntou, enquanto se revirava na cama todas as noites. Algo tão
mundano, tão casual. Isso fazia com que tudo o que estava dentro parecesse ainda
mais assustador. Se quisesse que algo fosse feito com uma praticidade quase cruel,
confie na diretora para fazer um excelente trabalho. A caixa não era nem de uma boa
sapataria, como a Clarks ou a Johnson's. Era uma marca econômica, como tudo o mais
que ele já havia recebido em St. Edmund's.
A caixa poderia conter inúmeras coisas; e não era que Remus não estivesse
curioso. Não era como se ele não tentasse imaginar o que havia ali. A escritura de uma
casa na qual ele poderia morar seria muito brilhante. Talvez algum dinheiro
antigo. Fotografias. Uma carta de seu pai, uma explicação - poderia conter respostas
para perguntas que nem havia feito.
Mas ele não abriu. Sabia que assim que abrisse a caixa, todo o mistério desapareceria
e ele ficaria com algo decepcionante. Porque não poderia haver nada dentro que
pudesse realmente satisfazê-lo.
Então, manter-se ocupado ajudou; certificando-se de ficar exausto a cada dia, para que
caísse direto no sono todas as noites, mesmo quando os outros meninos ficavam
conversando, tramando travessuras. Mas o próprio Sirius ajudou também. Por alguma
incrível reviravolta do destino, ele parecia estar dando espaço a Remus.
464
Se Black se lembrava de suas palavras duras na noite da festa, ele não
mencionou. Mas não tentou ficar sozinho ou tratá-lo com qualquer tipo de
ressentimento ou desdém. Remus presumiu que Sirius: Estivera muito bêbado para
absorver qualquer coisa, ou acreditara na palavra de Remus e decidiu recuar em
silêncio.
Para Remus, com exames no horizonte, a opção 2 era de longe a mais preferível, então
ele decidiu acreditar.
A separação deles foi tão tranquila e completa que, logo, até mesmo Remus, teve
dificuldade em acreditar que eles algum dia tinham sido próximos. Certamente, para
todos os outros, deveria parecer que nada havia mudado. Sirius ainda era Sirius -
extrovertido, amante de garotas, atrevido, rebelde, devastador. E Remus era apenas
Remus - um maroto secundário, quieto, privado, estudioso e sofrido.
À medida que março se aproximava do fim, a festa de aniversário semanas atrás deles,
houve apenas um momento em que a situação quase chegou ao auge, mas foi
rapidamente esvaziada, com a ajuda de um fator inesperado.
Ele seguiu o cheiro pela sala e observou a porta aberta do escritório de Flitwick se
mover apenas levemente, como se alguém houvesse esbarrado na maçaneta ao
entrar. Flitwick confiou em Remus, e deixou seu escritório aberto para o caso de
precisarem de algum equipamento - ele mantinha vários colchões grandes que eram
bons para duelar, bem como um kit de cura de emergência. Remus pigarreou,
465
"Isso é bom! Continue praticando, lembre-se de pronunciar bem e alto... Eu já volto.”
Ele deslizou pelas bordas da sala ao dizer isso, então entrou no escritório.
“Você está com a capa, esconda-se em outro lugar! Estou quase terminando aqui, de
qualquer maneira, eles estarão saindo em um minuto.”
“Bem, então não é grande coisa, é? Eu vou ficar até que todos eles saiam. Posso até
aprender alguma coisa!”
“Eu vou te ajudar a arrumar,” ele disse ansioso, enquanto os últimos alunos saíam,
gritando suas despedidas.
466
Christopher e Remus fizeram o trabalho de reorganizar a sala de Feitiços, restaurando-
a em sua ordem normal. Ele podia sentir Black os observando o tempo todo, os
cabelos de sua nuca se arrepiando.
"Ah, estou tão feliz que você gostou!" Christopher disse. Remus podia imaginar Sirius
fazendo uma careta para Chris, por ele estar tão animado com um livro. "E quanto ao
final?"
"Eu gostei de Ralph." Remus deu de ombros, “Mesmo se ele não fosse perfeito, ele era
mais ... sei lá. Emocionante?"
Remus achou que Ralph parecia realmente sexy pra caralho, na verdade - mas ele
imaginou Black o tempo todo, o que pode ter tido muito a ver com isso. Esperava,
sinceramente, que se Sirius estivesse bisbilhotando - e é claro que estava, ele era
Sirius, afinal – e que não estivesse entendendo uma palavra do que Christopher estava
dizendo.
"Achei que você gostaria mais dele", o mais novo respondeu, com uma nota de
tristeza. Ele estava parado ao lado de Remus agora, sua mochila sobre um ombro,
467
pronto para ir. Apenas vá, Remus implorou, interiormente. "Ele me lembrou um pouco
do seu amigo, Sirius Black."
"Sim," Chris sorriu timidamente, "Desculpe, mas é bastante óbvio que você tem uma
queda por ele."
"Christopher, eu não-"
Chris o interrompeu com um beijo - ele apenas ficou na ponta dos pés e beijou Remus,
como se fosse assim tão fácil. Seu primeiro instinto foi afastá-lo; isso não era
nada parecido com o que ele queria. Felizmente, foi apenas um breve roçar dos lábios.
"Oh, Chris ..." Remus respirou, "Eu ... você é um amigo tão bom, e ..."
"Tudo bem. De verdade. Prefiro ser amigo do que não ser nada, se isso é tudo que
podemos ser.”
"Vamos," Chris sorriu, como se nada tivesse acontecido. "Hoje terá torta de bife e rim,
sua favorita."
468
Eles deixaram a sala de aula - apenas os dois - e Remus fechou a porta
silenciosamente atrás de si, para evitar suspeitas.
469
Capítulo 112 : Sexto Ano: Aparatação
“Desculpe”, disse ele, “estávamos em uma missão mais cedo, mas eu o perdi de
vista. Espero que Filch não o tenha achado ...”
"E por que Filch estaria procurando por Sirius?" Lily perguntou, abaixando sua faca e
dando a James um olhar muito direto.
"Er ... tenho certeza que não sei." James disse rapidamente, olhando para seu purê de
batata como se fosse a coisa mais fascinante do mundo. Vinte minutos depois, os
monitores foram convocados para uma reunião de emergência para discutir um
problema no quinto andar - todas as armaduras aparentemente haviam começado a
cantar ópera.
Todos os alunos foram mandados para suas salas comunais pelo resto da noite, e
quando Peter, Remus, Marlene e Mary chegaram à torre, eles encontraram Black lá,
sentado em frente à lareira, fumando. Onde ele conseguiu os cigarros? Remus se
perguntou. Ele geralmente me pede. Sirius Black não era do tipo que compra seus
próprios cigarros; ele era um pedidor profissional.
"Ah," Mary ergueu uma sobrancelha conhecedora, e olhou para os outros, "Está em
um de seus humores, aparentemente."
470
Ele não respondeu a isso. Remus frequentemente esquecia o quão bem Mary conhecia
Sirius. Ele admirava a maneira alegre e objetiva com que ela lidava com ele; seu
próprio instinto costumava ser mimar e ceder. Ele devia dar seguir o exemplo de
Mary, pensou.
Quando Christopher voltou da reunião de monitores, Remus grudou nele como cola
pelo maior tempo possível. Em parte, porque sabia que o havia machucado e queria
mostrar a ele que nada havia mudado. Em parte, porque sabia que Sirius não chegaria
nem perto deles enquanto estivessem juntos. Os dois se sentaram no assento da janela
no fundo da sala, mais longe da lareira. Era o mesmo lugar que Sirius havia se sentado
com Remus apenas alguns meses atrás, o lugar no qual haviam brigado e depois se
reconciliaram. Mas ele não estava pensando nisso. Ele estava ouvindo o resumo de
Christopher sobre as instruções dos monitores,
“... e todo mundo sabe que Potter provavelmente teve algo a ver com isso, mas
obviamente não há nenhuma prova porque ele é basicamente um vândalo profissional,
e todos o amam, então ele se safa. Até mesmo Lily Evans desistiu, ela nunca briga
com ele como costumava fazer.’’
“Sim,” Chris concordou, “Ela amoleceu com ele. Eu até perguntei o que ela achava
que deveria ser feito para punir quem havia causado a confusão, e ela deu uma
risadinha! Ela disse que na verdade era muito engraçado, e como não fez mal a
ninguém era pra eu ser mais leve! Eu costumava realmente admirá-la, você sabe. "
“Talvez você devesse relaxar,” O mais velho suspirou, “Parece que foi
engraçado. Todos nós estávamos precisando de umas boas risadas.”
471
Ele começou a se levantar,
“Chris,” Remus olhou para ele, “Vamos, não seja assim. Eu te questiono sobre Runas,
se quiser. "
"Não estou com vontade." Chris respondeu, rispidamente: "Vou para a cama." Ele saiu
em direção aos dormitórios. Lupin suspirou novamente e esfregou os olhos. Ele
esperaria alguns minutos e então subiria sozinho. Havia sido um dia difícil.
Mas é claro que não. Assim que Remus escovou os dentes e vestiu o pijama, Sirius
aproveitou a oportunidade. Ele estava parado no meio do dormitório com o rosto como
um trovão, braços cruzados. Lupin se sentiu um pouco em desvantagem, em suas
roupas noturnas e pés descalços, mas tentou permanecer estoico e assentiu.
“Olá, Sirius. Estou indo para a cama.” Ele tentou caminhar em direção ao seu lado do
quarto, mas Black o bloqueou.
"Se você estava tentando me deixar com ciúmes, então eu acho que é baixo pra
caralho da sua parte, Remus."
Lupin revirou os olhos, o que ele sabia que irriaria Sirius ainda mais.
"Oh, claro." Ele disse, sarcasticamente “Tudo gira em torno de você, não é? Pelo amor
de Deus, você nem deveria estar lá! Por que você simplesmente não saiu com o resto
do grupo?!”
“Achei que você gostaria de descer para jantar comigo! Como eu ia saber que você
tem tido encontros secretos com aquele... aquele... "
472
"Eu não tenho tido 'encontros secretos' com ninguém além de você, seu idiota." Remus
retrucou, “E você já fez eu me arrepender disso. Christopher é meu amigo e, de
qualquer forma, não é da sua conta, então mantenha o nariz fora! "
Remus estava furioso, com tanta raiva que sabia que se ficasse muito mais tempo ali
diria algo do que se arrependeria. Ambos gostavam de ter da última palavra em uma
discussão, era uma das únicas coisas em que eram semelhantes. Como não tinha para
onde ir, ele passou por Sirius, foi até a cama e fechou as cortinas com tanta força que
quase arrancou os anéis da madeira.
***
“Posso acabar do outro lado do país!” Ele disse em voz baixa para Lily enquanto
faziam fila do lado de fora do Salão Principal.
473
"Mesmo? Ok, assim é melhor." Ele acenou com a cabeça, tentando se acalmar. Foi
infinitamente útil deixar Lily ciente do probleminha peludo. Ela tinha muito mais bom
senso do que James ou Sirius.
“De qualquer forma,” a ruiva sussurrou, “Você deveria parar de agir como se fosse um
coisa ruim, ser extra forte às vezes. Eu teria pensado que seria uma vantagem,
especialmente para alguém tão inteligente quanto você.”
Isso o impressionou de uma forma engraçada. Ninguém nunca havia sugerido que ele
tentasse ser positivo sobre seu problema antes. Bem, exceto por Livia. Você não sabe
metade do poder que possui, Remus Lupin.
Era muito difícil se concentrar, quando todos ao seu redor estavam girando,
tropeçando e caindo, como cachorrinhos sendo treinados para rolar. Ainda assim,
Remus fechou os olhos e tentou.
Destino. O arco não estava nem tão longe. Ele o colocou mais para o lado, como
daquela vez com o Sr. Potter.
474
Remus tentou se lembrar de como se sentiu. A magia, puxando-o para frente - não,
mais como ... mais como seguir um canal, como água rodando até ralo de uma
banheira; se você pressionasse as pontas dos dedos contra os buracos, dava para sentir
o vácuo sugando ... era um pouco assim.
Algo não estava certo. Isso era como a coisa estúpida do patrono de novo (ele ainda
não havia conseguido produzir um; era um dos únicos. Até Peter havia produzido um
pequeno pedaço de prata). Só que o truque para isso era ter um pensamento feliz - e
Remus aceitou que pensamentos felizes não eram seu forte. Isto, no entanto, isto
requeria determinação. E ele não era determinado?
Nesse momento, o instrutor de aparatação passou por perto e Remus sentiu o sopro de
sua magia. Era peculiar e forte - zumbia. Isso o lembrou de como a velha TV na sala
de recreação de St. Edmund's acumulava uma nuvem de estática na tela. Quando
475
criança, Remus costumava erguer as mãos maravilhado, e acariciar a energia bizarra e
sobrenatural, como se pudesse absorvê-la
***
476
sua magia. Se as últimas semanas haviam lhe ensinado algo fora que isso estava
incorreto.
Talvez esse mal-entendido fosse simplesmente devido ao fato de que muito pouco
estudo havia sido feito sobre lobisomens no mundo mágico. Ou talvez Livia estivesse
certa - Remus tinha sido instruído pelas pessoas erradas o tempo todo.
Nesse meio tempo, ele tinha exames para se preparar, e embora sua força recém-
descoberta certamente fosse útil em seus exames práticos, Remus ainda precisava
completar vários testes escritos. Nessa tarde em particular, ele convenceu James (e,
por extensão, Peter) a revisar com ele. Era um belo dia de primavera, e os últimos
arrepios do inverno haviam durado o suficiente para que todos concordassem que seria
bom se sentar do lado de fora, para variar.
Eles se esparramam na grama, os livros abertos, James lendo com a língua entre os
dentes e uma pena atrás da orelha, Peter fazendo anotações sobre hinkypunks sem
entusiasmo.
“Não é justo”, ele reclamou, “Não é NIEM ou NOM este ano, por que temos que fazer
exames afinal?”
“É para a gente não perder o ritmo, Wormy’’ Potter respondeu, ainda concentrado em
seu livro. “Pense nisso como uma prática para os NIEMs.”
"Melhor não." Peter fez uma careta. "Moony, você tem as anotações para ..."
477
“Terças, quintas e domingos.” Remus disse, prontamente, sem tirar os olhos de sua
redação de Defesa Contra a Arte das Trevas.
"Ah, mas eu sou seu melhor amigo," Peter gemeu, "Por favor, Moony?"
"Onde você esteve?" James perguntou: "Eu nunca mais te vejo esses dias".
"Não é minha culpa que você se tornou um deles, monitor Potter." Sirius respondeu
friamente, "Eu estava na detenção."
"Você está em detenção com mais frequência do que eu fazendo coisas de monitor",
James rebateu, não mais lendo seu livro, agora de volta ao modo maroto. Ele acenou
com a cabeça para Emmeline, que se sentou afetadamente ao lado de Sirius, alisando
sua saia, "Tudo bem, Em?"
“Oi James,” ela sorriu de volta para ele, “Peter, Remus. Vocês estão revisando?”
"Ah, se vire, pelo menos uma vez," Remus retrucou, não mais provocando levemente.
478
“Eu acho que é uma boa ideia,” Emmeline disse, encorajando, “Tirar isso do caminho
antes de Hogsmeade neste fim de semana. Acho que é a coisa responsável a se fazer,
não é, Sirius? "
"Deve ser."
“Falando nisso,” ela continuou, ignorando sua rejeição, “O que você gostaria de fazer
em Hogsmeade? Eu te encontro lá, ou você me busca fora da minha sala comunal? "
“Ugh, eu não sei. Por que tem que ser uma grande coisa?”
Peter, apesar de seu desespero anterior, de repente ficou fascinado por suas anotações,
com a cabeça inclinada sobre o pergaminho.
“Outros meninos não se importam em fazer planos para sair com suas namoradas,”
Emmeline disse, sua voz quase estridente. Este era claramente um terreno antigo para
eles.
"Não sou como os outros meninos," Sirius rosnou, "Achei que você gostasse disso."
"E daí? Sou um péssimo namorado porque não quero ficar atrás de você como um
idiota sentimental? "
479
“Parece que sim. Reclama, reclama, reclama. "
Emmeline abriu e fechou a boca algumas vezes, claramente querendo dizer algo em
troca, mas não querendo que soasse como mais uma reclamação. Finalmente, ela se
sentou em silêncio, olhando para o chão. Os olhos dela pareciam um pouco mais
brilhantes do que o normal, e Remus finalmente sentiu-se amolecer em relação a
ela. Coitada.
"Ugh, e essas são as duas únicas opções com você, não são, Sirius?!" Emmeline
retrucou, ficando de pé e cruzando os braços sobre o peito.
"Não foi muito legal, Pads." Ele disse sobre seu livro. "Ela está chateada agora."
"Não tenho certeza de que você tenha algum." Potter disse, sem perder o ritmo. "O que
você acha, Moony?"
Remus ergueu os olhos de seu próprio livro, esperando que parecesse incomodado e
desinteressado - como se não estivesse prestando muita atenção.
"Hm?"
480
Sirius alcançou seu olhar. Remus endireitou as costas e desviou.
"Definitivamente não."
"Sirius? Ei!” James se levantou, mas Sirius não olhou para trás. Potter então coçou a
cabeça, sentando-se inquieto. Ele ficou pensativo por um momento antes de olhar para
Remus. "Moony ... está acontecendo algo entre vocês dois?"
"Pergunte a ele!"
"Mesmo." James estava olhando para ele muito intensamente agora, "O que está
acontecendo?"
"Eu ... eu dormi com Mary." Pelo menos era verdade. Peter soltou um suspiro estranho
ao lado dele, mas Remus o ignorou. "Ele descobriu, só isso."
"Está bem. Certo, bom. Por que Sirius está de mau humor com isso? Ele e Mary se
separaram há muito tempo.”
481
"Não sei." Remus respondeu, taciturno. Então suspirou “Ah, vá em frente, Pete, pegue
minhas anotações emprestadas. Qual parte você não está entendendo? "
482
Capítulo 113 : Sexto Ano: A Caixa
Esta manhã, porém, ao entrar mancando nas arquibancadas, ele descobriu que não
estava sozinho.
"Oi, Lily," Remus sorriu, surpreso, "O que você está fazendo aqui?"
Lily se virou e piscou, sua boca rosada aberta em um pequeno 'O', como se não
esperasse que mais ninguém aparecesse. Seus olhos dispararam para o campo, depois
de volta para Remus nervosamente, e ela deu um sorriso tímido,
Ela sorriu e mudou sua bolsa de lugar, como se para abrir espaço para ele, embora as
arquibancadas estivessem completamente vazias. Os dois se sentaram em silêncio e
assistiram ao treino por um tempo. James estava treinando os artilheiros e o goleiro,
então apenas metade da equipe estava lá hoje. Remus se lembrava vagamente da
iniciativa de James de realizar 'sessões focalizadas’, o que havia sido um alívio para o
resto do time da Grifinória, pois significava que eles não tinham realmente que treinar
todos os dias, mesmo que James o fizesse.
"Er ... Lily?" Remus disse depois de um tempo, "Você sabe que Marlene não está
treinando hoje?"
483
Ela olhou para os próprios joelhos, o cabelo caindo como folhas de cobre na frente de
seu rosto.
"Não me faça dizer isso, Remus," ela parecia derrotada. E então levantou a cabeça,
empurrando o cabelo atrás da orelha, "Vá em frente, deixe essa passar."
"Me provoque, tire sarro de mim, diga que sou uma completa idiota ..." ela suspirou,
olhando para o campo, "Eu já sei disso tudo."
"Eu não acho que você seja uma idiota apenas por estar gostando de James." Remus
riu, cutucando-a jovialmente, "Mas ... quero dizer, é um pouco engraçado, depois de
todo esse tempo."
"Ele sabe?"
"Por quê?!" Remus riu de novo, “Honestamente, você não pode achar que ele vai te
rejeitar, né? Ele está esperando exatamente por isso há cinco anos!"
484
Ela mordeu o lábio, ainda o observando voar, soprando o apito e apontando
enfaticamente para os anéis de gol.
"Talvez você quebre." Remus concordou, "Mas acho que James Potter consideraria
uma honra ter seu coração quebrado por você."
A menina bufou,
“Remus, honestamente, você soa tão ruim quanto ele. Eu não sou essa ... não sei,
'garota dos sonhos' perfeita que vai entrar na vida dele e tornar tudo maravilhoso. Não
é um conto de fadas. Eu não sou um conto de fadas. Eu sou muito irritante. Sou uma
bagunça completa de manhã - pergunte a Mary - e odeio perder discussões, grito
quando estou com raiva e meu nariz escorre quando choro. Eu não sei nada sobre
quadribol e eu realmente não quero aprender também.”
"E?" Remus sorriu. “Tenho certeza de que ele já sabe a maior parte disso. E se ele não
souber, não acho que vai doer caso descubra. De qualquer forma, não é como se James
fosse perfeito. Eu já cheirei suas meias.”
Lily riu.
"Obrigada, Remus."
"Só vai ficar assistindo James voar em sua vassoura por horas a fio?"
485
"Se eu quiser! Ele é agradável de se ver, o que posso dizer? " Ela colocou a língua
para fora e voltou a ficar boquiaberta. Remus sorriu e trouxe à tona o único conselho
verdadeiro que tinha.
"Ah, é?" Ela disse "Você parece muito sábio sobre os caminhos do amor, de repente."
"Nah." O menino riu e esperou que tivesse sido convincente "Eu só leio muito."
***
"Black, da próxima vez que você decidir partir o coração de alguém, você pode fazer
isso fora da época de exames?" Lily gemeu quando Sirius entrou na sala comunal e
todos os rádios, toca-discos e gramofones em um raio de vinte metros começaram a
tocar a voz trágica de PP Arnold.
486
Fora um melodrama doloroso e prolongado, mas Emmeline e Sirius finalmente se
separaram. E aparentemente ninguém tratava Emmeline Vance assim, então, em
retaliação, ela lançou um feitiço muito avançado nele, o que significava que toda vez
que entrasse em uma sala, canções de término começavam a tocar. Isso geralmente se
limitava a vitrolas, mas ocasionalmente, quando não havia mais nada ao redor, os
retratos também começavam a cantar.
"Apenas peça desculpas a ela e peça para ela retirar o maldito feitiço!" Lily respondeu.
“Não tenho nada pelo que me desculpar!” Ele cuspiu de volta, com força
“Silencio! Silencio silencio, SILENCIO!”
A música finalmente parou. Quem sabe por quanto tempo. Remus não se envolveu, ele
só poderia piorar as coisas, e Sirius esteve de péssimo humor a semana toda.
“Tenho que dar crédito a garota,” Mary pensou “Ela é criativa.” Ela estava sentada no
colo de Marlene, que estava de bruços no tapete, Mary trançando seus longos cabelos
loiros. Cada vez que chegava ao fim, ela desfazia tudo, penteava com cuidado e
começava de novo. Às vezes, Remus achava que nunca entenderia garotas. Ainda
assim, Marlene, que normalmente odiava ser importunada, parecia estar gostando
bastante, ela parecia muito em paz.
487
“Não estou surpreso por ela ter largado você,” Mary sorriu, “Você está sendo um
idiota miserável esses dias. Que bom que me livrei de você. " Ela deu a ele uma
piscadela de brincadeira, e sua carranca diminuiu.
"Tudo resolvido - vocês só precisam aparecer", James sorriu, "Com suas barracas,
obviamente."
"Papai disse que posso pegar emprestado as da família, desde que eu cuide delas",
disse Lily, "São duas, cabem duas pessoas em cada.”
Remus gemeu interiormente com isso. Não que ele não gostasse de Dorcas; Dorcas era
legal. Mas ele estava ansioso por passar as férias de verão com todos os seus amigos
mais próximos, não com as namoradas dos seus amigos. Graças a Deus, Mary não iria
levar seu namorado mais recente. Porém, com Mary, a rotatividade era muito rápida
para fazer qualquer tipo de plano a longo prazo.
“Mamãe disse em sua última carta que há uma loja de suprimentos para
acampamentos trouxas no nosso vilarejo,” James disse, rapidamente, sempre o
pacificador, “Então todos nós iremos comprar os nossos assim que estivermos em
casa. Você definitivamente está vindo para ficar neste verão, certo Moony? "
488
"Se ainda estiver ok?" Remus perguntou, ansioso. Ele ainda não tinha um plano
b. Talvez James o deixasse ficar com uma das barracas depois. Ugh, que pensamento
deprimente.
Eles olharam para Peter, com culpa. Pettigrew ainda não tinha conseguido chegar a
lugar nenhum sem se estrunchar, ainda.
"Vai ficar tudo bem", disse James, alegremente. "Eu prometo. Melhor verão de todos."
***
Mother
You had me
I wanted you
E realmente, Remus pensou consigo mesmo, ao deixar seu último exame do ano -
Trato das Criaturas Mágicas, discursivo - graças a Deus pelo eterno otimismo de
James. Era uma das únicas coisas que os motivavam a continuar, atualmente.
489
Os exames continuaram como sempre - mais fáceis, talvez, pelo menos quando se
tratava de magia prática. Felizmente, ninguém esperava um patrono este ano. No
entanto, havia algo reconfortante em relação a um calendário, prazos e exercícios
cronometrados. Tudo fazia sentido e não encorajava muito pensamento
independente. Remus sempre ficava grato pela oportunidade de desligar seu
cérebro. Especialmente porque ele havia estabelecido um prazo muito pessoal para si
mesmo.
Assim que seu exame final terminasse (e hoje era o dia), ele abriria a caixa de
sapato. Já fazia quase três meses que estava embaixo da cama. Ele, nem ao menos,
olhava para ela. O que quer que estivesse lá seria perturbador, ele sabia disso. Mesmo
que não fossem nada mais do que algumas notas chatas da Diretora, trabalhos da velha
escola ou algo assim, ele sabia que só de pensar sobre todo o problema de St.
Edmund, seria colocado para baixo eventualmente. Remus disse a si mesmo que era
muito sensato e maduro; ele precisava de uma cabeça limpa para os exames.
Mas já era final de junho e não havia mais nada a ser feito. Claro, sempre havia algo a
fazer - os NIEMs começariam no ano que vem; ele devia ter uma vantagem
inicial. Falava-se sobre uma festa de fim de ano e poderia começar a se preparar para
isso. Ele realmente deveria pôr em dia suas leituras para as aulas de cura da Madame
Pomfrey também; estava terrivelmente atrasado em contusões.
“Moony, para que servem os balões de ar quente? Eu ainda não entendi ...” James
implorou, parecendo muito exausto.
"Você vai se sair bem," disse Lily, servindo-se de um pouco de suco de abóbora,
"Estudos dos trouxas deve ser fácil para você, após a Transfiguração avançada."
490
"Uau, obrigado Evans," James sorriu. Todos olharam para Lily, que corou e voltou
para sua comida.
"Diga a ela que você vê um sinistro," Sirius disse, alegremente, "É isso que estou
fazendo."
"Tenho a sensação de que ela pode realmente verá um amanhã à tarde, por volta das
duas horas." Sirius sorriu. James e Peter começaram a rir, para confusão das meninas.
Remus ficou do lado de fora do Salão Principal o máximo que pôde com seus amigos,
até que todos tivessem que fazer o exame. Adiar alguns minutos não vai doer ...
“Scourgify” engasgou, apontando sua varinha para seus lençóis para livrá-los da
desagradável massa cinzenta. Não há volta agora. Tão rapidamente quanto se estivesse
arrancando um band-aid, ele levantou a tampa.
491
notas eram 'ruins'. 'Mostra muita pouca aptidão para a academia’, dizia-se, 'Incapaz
de aprender. Pode ser adequado para trabalho não qualificado.’ Vadias
desgraçadas.
Sua certidão de nascimento. Era trouxa - ele supôs que sua mãe não fora admitida em
St. Mungus. Remus descobriu que nascera em casa, em Bristol, entre todos os
lugares. O nome de sua mãe era Hope e seu pai estava listado como
'Desempregado'. Passou por tudo isso com impassível paciência, como um arquivista
vasculhando documentos relacionados a alguma história antiga, não sua própria
vida. Mas então vieram as fotos.
A última foto foi a pior. Era de uma família da qual ele não se lembrava.
492
isso que ela não havia dado a ele. Preparando-se mais uma vez, Remus puxou uma
carta, dobrada ordenadamente três vezes. Estava escrito em um lindo papel timbrado
com um desenho floral nas bordas. A caligrafia também era bonita.
Sei que não tenho o direito de deixar esta carta para você. Pode levar alguns anos
antes que a receba - se é que você a receberá. Espero que sim e espero que, quando o
fizer, tenha idade suficiente. Ainda assim, não espero perdão.
Não consigo pensar no que te dizer. Como eu posso explicar? Você foi meu lindo e
precioso menino desde o momento em que nasceu. Não - a partir do momento em que
senti você se mover dentro de mim. Seu pai e eu te amávamos muito e ter você
triplicou nossa felicidade mil vezes. Você era amado, meu pequeno Remus, rezo para
que não tenha se esquecido. Mas você é muito jovem, e eles me dizem que às vezes é
mais gentil se esquecer.
Quando o acidente aconteceu, prometi a você que faria tudo o que pudesse para
consertar as coisas novamente. Eu tive a ideia estúpida de que apenas te amar seria o
suficiente.
Então, quando Lyall nos deixou, eu tentei ser forte por você. Eu juro que tentei. Mas
eu nunca fui uma garota muito inteligente, e nunca tão forte ou prática quanto seu
pai. Você precisava de tanto e eu tinha tão pouco. Não tive família depois que me
casei com ele, sabe, eles me disseram para fazer uma escolha. Meus pais não
aprovaram e, mesmo depois que ele foi embora, eu sabia que eles não aprovariam
você.
Eu não posso dizer o quanto eu sinto muito por deixar você ir. No meu coração, sei
que é a coisa mais segura e o melhor para você, no final das contas. Sei que nunca
vou te esquecer e sei que sempre terei muito desejo de vê-lo novamente. Oro para que,
quando chegar a hora, não seja difícil para você me encontrar.
493
Todo meu amor,
Hope Jenkins.
***
Ele nunca havia pensado muito em sua mãe. Pelo menos, não desde que chegou a
Hogwarts, que parecia tão cheia de Lyall e todas as suas realizações e
erros. Obviamente, teria sido melhor ter uma mãe do que não, mas ele não tinha
certeza do que estivera perdendo todo aquele tempo. A Diretora não havia sido muito
maternal, mas ela não era paga para amar os meninos de quem cuidava.
Esta janela para a vida de Hope - para sua própria vida - era aterrorizante para Remus,
e ele desejou nunca ter lido a estúpida carta. Ainda assim, a leu mais de uma vez. Ele a
leu todas as noites, pelo resto do semestre, como se ler a palavra 'amado' pudesse fazê-
lo se sentir assim. Não poderia.
Os marotos ficaram mais duas noites em Hogwarts, por Remus. A primeira lua cheia
do verão caiu no dia 1º de julho, e seria mais conveniente (sem mencionar que seria
mais seguro para os Potter) se a passasse na Casa dos Gritos. Bem, ele deveria estar na
Casa dos Gritos, mas é claro que Wormtail, Padfoot e Prongs tinham outras
ideias. Livres de exames e animados com o verão, eles tiveram uma das melhores
noites de lua cheia em anos.
494
Ainda assim, Madame Pomfrey insistiu no curso normal de cuidados posteriores, e
nocauteou Remus com uma forte poção para dormir para garantir que descansasse na
manhã seguinte,
“Viajar de pó de flu pode deixar você enjoado na melhor das hipóteses”, ela avisou,
“Melhor prevenir do que remediar”.
"Oi, Moony," Sirius disse suavemente, sentado na cadeira ao lado da cama. Seus olhos
estavam escuros, parecia que estivera cochilando também.
"Oi," Remus repetiu, sentando e espreguiçando-se, "Devia estar na cama, você parece
acabado."
"Sempre."
“Bom, tenho que garantir que você coma,” ele apontou para um prato na mesa de
cabeceira, carregado com frutas e sanduíches. Remus pegou uma maçã e a mordeu,
faminto.
Nenhum deles disse nada por um tempo, mas Sirius comeu algumas uvas. Desde
março, eles haviam se aperfeiçoado na arte de conversar sobre amenidades com o
mínimo de detalhes ou contato visual possível. Você poderia chamar isso de amizade,
se não soubesse o que acontecera antes.
"Hm?"
495
“Eu me sinto um pouco mal pela maneira como falei com você, um tempo atrás. Sobre
seu amigo, hã ... Christopher? "
"Sim." Remus terminou sua maçã, até o caroço, que ele largou, pegando um sanduíche
em seguida. Queijo e picles. “Você foi um pouco rude, mas está tudo bem. Não pensei
muito sobre isso.”
"Ah, isso é bom." Sirius concordou. Ele olhou para Remus, então rapidamente desviou
seu olhar para fora da janela. "Eu pensei que talvez ... eu pensei que ele poderia ser a
razão pela qual você decidiu parar."
Remus não precisou perguntar o que ele quis dizer. Black estava sendo muito claro.
"Não." Respondeu, escolhendo suas palavras com cuidado. “Não tinha nada a ver com
ele. Eu te disse, ele é meu amigo, só isso.”
Ele ainda não entende, Remus percebeu, tristemente. Sirius ainda não sabia por que
eles não podiam simplesmente continuar do jeito que eram. Menino tão estúpido, lindo
e impossível.
“Olha, Sirius,” ele disse, ainda cauteloso, “Eu só ... eu tive um ano de merda, para ser
honesto. Talvez eu esteja tendo uma vida de merda, não sei. Há tantas coisas estão
acontecendo no momento que não consigo controlar. Então, do jeito que eu vejo ... se
algo está me deixando infeliz que eu possa controlar, então ... "
"Entende?"
496
Isso não foi o que eu quis dizer. Remus pensou, não era isso que eu queria dizer. Mas
ele não tinha energia para mais. Não tinha recursos. Teria que servir, pelo menos até
que tudo parasse de ser tão cru.
"São vozes que ouço?" Madame Pomfrey veio correndo pela cortina do hospital,
alegre e com as bochechas rosadas, “Bem! Você está muito melhor. Ansiosos para o
verão, meninos?”
497
Capítulo 114 : Verão de 1977: Parte 1
Remus se sentia estranhamente livre, chegando à casa dos Potter com todas as suas
posses, movendo-as para um quarto temporário. Ele teria que contar a alguém o que
havia acontecido - e logo. Se pudesse conversar com o Sr. Potter sozinho, talvez ...,
mas os pais de James estavam mais ocupados do que nunca este ano, entrando e
saindo de casa em tarefas, ou realizando reuniões secretas às quais os meninos não
tinham permissão para comparecer.
“Mas você ainda é meu bebezinho”, a Sra. Potter beijou a cabeça dele em um ar
materno, enquanto tirava os pratos do café da manhã.
James parecia altamente insultado por esse amimar, mas os olhos de Remus se
encheram de lágrimas e ele teve que sair de perto.
Eles tiveram uma semana para se preparar para o acampamento e, no primeiro dia,
partiram para a aldeia para comprar uma barraca. Remus nunca havia acampado em
sua vida, mas ainda se encontrava melhor equipado do que James, Sirius ou Peter, que
por sua vez estavam distraídos, apavorados e fascinados com cada item da loja. Coube
a Remus conversar com o lojista sobre coisas chatas como lençóis, pinos e
cordames. No final, se contentou com duas tendas marrons e laranja para dois,
ignorando a súplica de Sirius para que ele considerasse uma tenta psicodélica azul e
verde.
498
No dia seguinte, Remus teve que verificar se todos eles tinham roupas trouxas
apropriadas, visto que estariam em uma área trouxa para acampamento, então fizeram
um curso intensivo de culinária com Gully, o elfo doméstico.
"Que tipo de homem que criei aqui", ela fungou, "Se você não pode cozinhar o café da
manhã para uma senhorita, não espere que ela passe a noite."
"Urgh, mãe!" James fez uma careta, com repulsa, enquanto Sirius e Remus se
dobravam de rir.
Os meninos ocuparam o resto do tempo planejando todas as coisas que fariam com
sua liberdade nas férias, e o resto do tempo indo na matinê no cinema local (havia um
filme de Bond passando e Airport '77, que era o favorito de Remus) e, claro, voando
em suas vassouras. Sirius havia ficado muito impressionado com sua recente melhora,
e eles conseguiram organizar um jogo de quadribol em pequena escala (sem o pomo,
Peter como goleiro).
Não havia sinal de Moody neste verão. O Sr. Potter explicou durante o jantar uma
noite que as medidas de segurança na casa deles haviam sido aumentadas e Moody
estava de volta ao escritório dos Aurores, administrando as coisas lá. Remus ficou
aliviado - ele havia juntado Moody a Ferox em sua mente, associando todos eles ao
encontro com Livia e a obstinação cruel de Dumbledore. No final das contas, depois
do ano que teve, o garoto estava ansioso para ficar algumas semanas longe de
qualquer pessoa que fosse mais velha que ele.
Foi decidido que todos iriam aparatar para a Cornualha, exceto Peter, que havia
falhado no teste. A Sra. Potter gentilmente se ofereceu para acompanhá-lo, antes de
desaparatar de volta para casa, mas Peter insistiu em pegar o noitebus. Dessa
forma,decidiu, poderia pegar Dorcas no meio do caminho.
499
Na noite anterior a partida, James, Sirius e Remus se espremeram na cabine telefônica
vermelha no final da rua dos Potter para coordenar o que Sirius estava chamando de 'o
contingente feminino'.
"Qual a parte do telefone que você tem que falar?" Sirius perguntou, segurando o
receptor perto dos olhos para inspeção.
“Ah, pelo amor de Deus, vocês dois, se acalmem...” Remus discou o número da casa
de Lily, pegando o receptor de plástico preto de volta. Tocou um pouco. Ele esperava
que Lily atendesse o telefone, e não um de seus pais.
"Lily?"
Houve uma risada bufada muito rude, então a pessoa do outro lado gritou longe do
receptor;
"LILY! É para VOCÊ!”
500
"Oi Lily, é o Remus."
“Mary e Marlene chegaram aqui pouco antes do chá. Combinamos uma hora da tarde,
não é? "
“Sim, uma hora, fora da área de acampamento. Eu fiz James comprar um mapa.”
"Legal."
Lily riu,
Remus encostou-se nas vidraças e observou James e Sirius brigarem pelo telefone,
revezando-se para gritar algo para Lily e então pressionar o fone nos ouvidos e ouvir
sua resposta, maravilhados. A noite começou a cair ao redor deles, e se alguém
passasse, veria três meninos da aldeia brincando em uma cabine telefônica, sem
nenhuma preocupação com o mundo.
***
501
James. Ele havia aparatado para, de fato, cerca de meia milha ao sul do acampamento,
na praia.
Remus Já havia estado no litoral antes, nas viagens de verão de St Edmund's - três
vezes para Margate, uma para Southend. Não podia dizer que gostava especialmente
dessas praias – ou, pelo menos, não gostava mais delas do que teria gostado de se
sentar no jardim dos fundos de St. Edmund's. Eram lugares movimentados e
barulhentos, cheios de crianças chorando, cães latindo, cheiros estranhos de açúcar e
brinquedos de parques infantis em cores vivas.
Esta praia estava quase deserta, exceto por algumas crianças - que eram como pontos
no horizonte, na verdade - empinando uma pipa rosa e azul. O dia estava quente o
suficiente, o céu era azul e a areia macia e amarela. Ele sabia que deveria começar a
caminhar em direção ao acampamento, para encontrar os outros, mas, em vez disso,
sentou-se por alguns minutos, apenas para olhar. O mar não era verde ou azul
brilhante, como nos livros ilustrados - era mais um tipo concreto de cinza. Ainda
bonito, brilhando sob o sol do meio-dia. À distância, Remus quase conseguiu
distinguir uma forma longa e escura no horizonte. Era a França? Poderia ser. Poderia
fingir que era.
Remus não tinha conseguido relaxar nos Potters. Se sentia como um visitante
lá; alguém que não pertencia. Ele não sabia onde pertencia. Agora que tinha dezessete
anos, poderia ir para qualquer lugar que quisesse. Seria bom morar aqui, na
Cornualha? Ele descobrira recentemente que nascera em Bristol e se perguntou como
seria lá; se era perto do mar também. Remus nunca pensou que moraria em outro lugar
que não fosse Londres. Uma vez, pensou que seria provável que nunca fosse deixar
Essex.
502
armado suas tendas, e as mães e pais estavam sentados do lado de fora em
espreguiçadeiras, absorvendo o raro sol do verão inglês com xícaras de chá e jornais à
sua disposição.
"Fui longe demais", explicou ele, "pousei na praia - não na água, felizmente."
“Todos nós nos embaraçamos, um pouco,” Mary riu, e cada um deles contou os
lugares estranhos nos quais haviam aparatado. Exceto por Lily, que havia chegado
exatamente no lugar que pretendia. Ela estava dentro do escritório, reservando lugares
para eles.
Feito isso, o grupo começou a procurar o lugar perfeito para armar suas tendas. James
e Sirius decidiram que isso precisava ser o mais próximo possível da praia. Então
havia a questão de realmente erguer as tendas, o que era infinitamente fascinante para
os dois meninos sangues puros.
“Caramba, Evans,” James sorriu, ficando de pé com os braços para cima, segurando
uma das varas no lugar enquanto Mary e Marlene tentavam colocar a tela por cima,
“Você já pensou em ser instrutora de quadribol? Você seria incrível.”
“Por favor, não,” Marlene gritou, sua voz abafada sob o tecido pesado. "Vou largar o
time se tiver que aturar vocês dois soprando apitos para mim."
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Demorou quase duas horas, mas foi muito divertido, e todos ficaram muito satisfeitos
consigo mesmos, uma vez que as quatro tendas estavam alinhadas, de frente para o
mar.
“Ele parou em Guernsey duas vezes antes mesmo de partirmos para o sul ...” Dorcas
explicou, parecendo vagamente perturbada. Peter aceitou uma xícara de chá e ficou
sentado em silêncio, bocejando.
Assim que todos despertaram um pouco, Mary decidiu que era hora de ir para a
praia. Era cerca de três horas, mas ainda estava muito quente, e eles tinham horas de
luz do dia restantes. As meninas desapareceram em suas tendas para vestir roupas de
banho. Sirius e James estavam tão animados com a perspectiva de sungas trouxas que
as usaram o dia todo, e Remus - ainda de jeans e mangas compridas - não planejava
tirar a roupa sob nenhuma circunstância.
Ele tirou os tênis e as meias, quando chegaram à areia, mas ignorou os apelos do outro
para se juntar a eles no mar. Estava feliz o suficiente se sentando na margem, curtindo
o sol quente em suas costas e ouvindo os gritos das gaivotas lá em cima. As meninas
gritaram também, enquanto mergulhavam os pés na água gelada, e brincavam de
correr para a frente e para trás com a maré, desafiando-se a entrar. James foi
derrubado por uma onda quando não estava olhando - muito ocupado encarando as
longas pernas nuas de Lily. Bem, Remus a pegou lançando alguns olhares ansiosos
para ele também. Aqueles músculos eram muito difíceis de ignorar.
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braçadas longas e lânguidas e voltou parecendo mais feliz do que Remus o via há
muito tempo.
“Estamos tendo uma experiência completa, aparentemente,” Potter riu, e Lily fez o
mesmo, então corou e desviou o olhar.
Remus já podia ver para onde a noite estava indo, e se sentou o mais longe possível de
Black. Eles já haviam concordado que Sirius e James compartilhariam uma barraca,
Peter e Remus na outra, então, pelo menos, não haveria constrangimento ali. Apenas
precisaria tomar cuidado com a bebida.
Mary acendeu uma fogueira usando magia enquanto Lily estava fora ("ninguém diga
ela, certo? Não vou sentar aqui com minha bunda congelando enquanto Potter e Black
tentam esfregar gravetos."), e Marlene trouxera um rádio sem fio, então, depois que as
latas de cidra foram passadas, se tornou uma cena muito aconchegante.
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"Oh, desculpe!" Dorcas sorriu, alheia, "Eu só pensei ..., mas Sirius e
Mary, vocês costumavam sair, certo?"
“Um dos meus pecados,” Mary gritou, rindo. Black mostrou a língua para ela.
Marlene, que estava lendo um guia que comprou no centro de informações para
visitantes, pigarreou alto,
"Há uma ruína de castelo não muito longe daqui, podemos ir amanhã?" O que mudou
rapidamente o assunto para os planos para o resto da semana. Férias em acampamento
pareciam envolver muita caminhada, Remus percebeu. Ele esperava que seu quadril
estivesse à altura.
Depois de algumas latas, todos ficaram com um humor muito bobo. A bebida era
plana e clara, o que Lupin sabia ser um sinal perigoso quando se tratava de
cidra. Todos eles teriam dores de cabeça de partir o crânio pela manhã se não fossem
cuidadosos. Ele não tocou no assunto - todo mundo estava tão feliz, por que estragar
tudo se preocupando com as consequências?
Uma melodia familiar começou a tocar no rádio - Mott the Hoople. Lançara a alguns
anos, mas era um dos favoritos nas festas da Grifinória,
Speed jive, don’t wanna stay alive, when you’re twenty five…”
506
“Aumente o volume!” Mary cutucou Marlene, que acenou com a varinha para rádio,
preguiçosamente, e então abriu outra lata. Todos eles se calaram para ouvir,
balançando a cabeça e batendo os pés suavemente na grama. Quando o refrão veio,
todas as garotas cantaram junto daquela maneira suave e sussurrada em que as garotas
eram tão boas em fazer,
"Eu amo muito vocês," Marlene disse, "Vocês são meus melhores amigos",
"O mesmo para você, McKinnon," Sirius sorriu através das chamas, erguendo sua lata.
"Sim, você merece um pouco de diversão, Moony," James piscou para ele.
Remus evitou o olhar repentino de Sirius, tomando outro gole de sua lata.
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“Nah,” respondeu.
Peter engasgou com sua bebida. Com o canto do olho, Remus viu James passar as
mãos pelo cabelo e se endireitar. Ele viu a boca de Mary se abrir e ouviu Marlene
soltar um soluço surpreso. Não ousou olhar para Sirius. Seu estômago se revirou e ele
se preparou para se levantar, ir embora e aparatar em algum lugar. Qualquer lugar.
Mas então Lily levantou a cabeça. Ela beijou sua bochecha e o abraçou com mais
força, antes de se acomodar novamente em seu ombro.
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Capítulo 115 : Verão de 1977: Parte 2
nor [ever].
- Tibors de Sarenom
“Vão para a sua tenda, se vocês vão fazer isso!” James jogou uma lata de cidra vazia
neles.
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"Ah, não se preocupe," Remus acenou com a mão, "Vou encontrar um lugar." Sirius
ainda não havia olhado para ele e tinha a sensação de que, depois das revelações da
noite, ele não seria particularmente bem-vindo.
"Você pode dividir com a gente se quiser, Remus?" Mary disse, levantando-se para ir
para sua tenda. Lily acenou com a cabeça,
“Obrigado meninas,” ele sorriu - realmente estava grato. “Podem ir - ainda não estou
cansado. Acho que vou dar uma volta.”
Ele estava feliz por ter dito, não importa qual fosse a reação, mas ainda considerava ir
embora. Ok, então eles não estavam dispostos a chutar sua cabeça, mas quem saberia
como agiriam na luz fria da manhã, austeros e sóbrios. Era melhor ou pior do que ser
um lobisomem?
Ainda poderia aparatar, se quisesse; ir procurar Grant, talvez. Remus sentiu uma onda
de culpa. Ele não pensava em Grant há algum tempo - talvez não durante todo o
ano. O outro garoto havia sido tão bom com ele; acolhedor e disposto a hospedá-lo
indefinidamente. Ele deu a Remus um conselho excelente também, deveria tê-lo
seguido. Fique longe de garotos ricos.
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"Tudo bem, Moony?" James se aproximou dele. Lupin se virou. Sirius estava com ele,
parecendo envergonhado. Parecia que Potter o havia arrastado contra sua
vontade. Remus não ficou surpreso.
"Tudo bem", ele acenou com a cabeça. Ele ofereceu um cigarro a James, que balançou
a cabeça, não.
"Que bom."
"Você não fez isso!" Potter disse, um pouco ansioso demais, como se estivesse
esperando que tocasse no assunto primeiro. Sirius estremeceu, mas apenas Remus
percebeu. "Honestamente, cara, estamos felizes que você nos disse, de verdade."
Lupin apenas acenou com a cabeça e olhou para o mar, dando outra tragada no
cigarro. Atrás dele, ele ouviu James cutucando Black, obviamente tentando fazer com
que dissesse algo reconfortante e amigável, mas sem sucesso.
Remus se virou, erguendo uma sobrancelha. James estava sorrindo, “É, nós sabemos
como você é. Fica com a gente, ok? Está tudo bem. Nem Pete se incomodou.”
"Pete," Lupin bufou, "Ele está muito ocupado tentando se dar bem."
"Não posso culpá-lo." Potter riu e tocou em seu ombro, "Quer falar sobre isso?"
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mesquinho, e a menos que Black perguntasse, como um ser humano normal, ele não
conseguiria um.
"Sempre um maroto." Potter sorriu, cansado, então bocejou "Acho que vou entrar.
Vem?"
"Não voltem fedendo a cinza de cigarro, vocês dois." Ele falou por cima do ombro,
enquanto caminhava de volta para a fogueira na grama.
Remus voltou seu olhar para o mar, mas entregou a caixa a Sirius. Ele o ouviu retirar
um cigarro, acender, tragar. E esperou.
Remus fechou os olhos e sorriu suavemente. Ele não queria brigar, mas estaria pronto
para uma discussão - sempre esteve.
"Por que eu quis. Eu só precisava saber o que eles pensariam, de uma forma ou de
outra.”
"É como se você tivesse ido e mudado tudo ao meu redor." Ele não soava
acusatório. Parecia magoado.
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"Não, eu não esperava nada." Remus explodiu. "Não tinha nada a ver com você, na
verdade."
Isso pegou Remus totalmente desprevenido, e ele finalmente olhou para Sirius,
“Quer dizer que você ainda não sabia!? Como você poderia não saber?!”
Remus percebeu que sua raiva estava voltando. Típico de Sirius, nunca pensando em
nada além de sua própria gratificação pessoal, nunca considerando que a outra pessoa
possuía sentimentos ou pensamentos.
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“Remus! Puta que pariu, só porque eu não… ainda não cheguei onde você
chegou. Isso não significa que eu não sinta o mesmo ... ugh, puta merda. " Sirius
amaldiçoou sua própria falta de articulação.
"Ok." Suspirou, sua voz vazia. Ele estava disposto a deixar por isso mesmo. Black
não.
Remus não disse nada. Ele não viu que precisava entender. Ele apenas tinha que ser o
mais forte aqui.
Sirius continuou, uma mão no braço de Remus. “Quando penso em mim com elas, eu
consigo ... ver, sabe? Eu sei como vai acabar. Eu sei o que devo fazer. Quando penso
em mim e em você ... você sabe, o verdadeiro eu e você. É só que ... não consigo ver
como vai acabar. Só tentei não pensar muito nisso. Então, eu sei que fui meio filho da
puta, eu poderia ter lidado melhor com as coisas, mas eu juro, eu não queria que
acabasse assim.” Sua respiração estava fraca agora, Lupin podia ouvir sua frequência
cardíaca aumentando a cada segundo, "Eu não queria que isso acabasse, para ser
honesto."
“Olha, Sirius, eu não quero ser cruel, eu entendo tudo isso.” Ele realmente entendia -
ele não havia lidado com tudo isso, em sua própria cabeça? "Eu sei que não é fácil
para você."
Black fez um barulho de alívio com isso, e pareceu relaxar um pouco. Talvez eles
estivessem chegando a algum lugar pela primeira vez.
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Remus continuou, “Mas ... é fácil para mim. Sou queer, ok? Sei que quando
começamos eu disse que não era e ... bem, não deveria ter dito isso, porque eu sou. E
não estou dizendo que você também é queer, ou tem que ser, nem nada, mas eu não
poderia continuar do jeito que éramos sem que você ... só, sei lá, reconhecesse isso.’’
Sirius o estava observando muito de perto enquanto dizia isso, pensativo. Remus sabia
como ele ficava quando estava pensando; quando ele estava resolvendo um
problema. Não era travesso, ou atrevido ou sarcástico, era profundamente solene e
sério. Era muito sexy, na verdade, mas Lupin tentou ignorar essa parte.
"Então... o que?" Ficou boquiaberto, "Nós apenas deixamos as coisas como estão?"
Black coçou atrás da orelha, olhando para baixo, um gesto estranho e tímido.
"Não. Quer dizer, se você quer que eu saia por aí dizendo a todos que conheço,
desculpe, mas não sou tão corajoso quanto você. Eu preciso de mais tempo. Mas ... eu
poderia tentar.”
"Você poderia tentar." Este não era o resultado que esperava quando a conversa
começou. “O que você q—”
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Sirius o interrompeu, colocando a palma da mão na bochecha de Remus para virá-la
em sua direção e beijando-o suavemente nos lábios.
Ah, então você vem e diz algo assim... Remus o agarrou, o puxando de volta. Era como
água depois de uma seca, abrigo em uma tempestade - eles eram o ponto de parada do
mundo girando e todos os outros clichês desleixados que você pudesse imaginar. Eles
se beijaram por um longo tempo e, quando se separaram, estavam praticamente
ofegando de alívio.
"Sem mais garotas?" Remus perguntou, ainda segurando Sirius no lugar, como se ele
fosse fugir.
“Acho que estou bêbado,” Remus disse, trêmulo. Ele se sentia todo agitado. “Eu tomo
decisões ruins quando estou bêbado.”
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Infelizmente, eles descobriram que nenhuma das tendas estava mais disponível. A
tenda que Remus estava dividindo com Pete estava bem e verdadeiramente ocupada,
pelos sons. Black fez uma careta e lançou um novo feitiço silenciador sobre ela.
“Amadores.” Ele murmurou.
"Você está falando sério?!" Sirius ficou boquiaberto. "Puta merda. Quer dizer ... uau,
eu meio que quero entrar e apertar a mão dele. "
“Tenho a sensação de que as mãos dele estão ocupadas,” Remus ergueu uma
sobrancelha.
“Oh, certo ... ugh tudo bem, eu fico com Marls. Boa noite, rapazes.” Ela rastejou pela
grama até a tenda de Marlene.
Sirius e Remus se olharam por alguns momentos, antes de Black entrar primeiro. A
barraca das meninas era muito mais confortável do que a deles, cheia de cobertores e
travesseiros e um colchão inflável fofo.
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"Claro." Respondeu.
“Sonoro Quiescis.”
"Ah ok…"
Depois disso, Remus se sentiu mais acordado do que nunca. Seu cérebro zumbia com
perguntas, declarações, pensamentos, palavras. Parecia que havia saído do esconderijo,
como retirar um disfarce que estava usava a muito tempo. Ele queria entregar cada
pedacinho de si mesmo a Sirius; ele queria que Sirius o visse,
"Sirius?"
"Mmhh?"
"Ah Merlin," Black gemeu, rolando de costas, sonolento, "O que é agora?"
“Desde que fiz dezessete anos. Sabe, eu sou maior de idade agora, então ... "
"Sim, então, quando Hogwarts terminar no próximo verão, não tenho para onde ir..."
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"Bastardos." Black disse com raiva e olhou para Remus muito seriamente, “Você pode
ficar comigo e com James, nos Potter. Eles não se importarão, eu sei que não. Então,
quando a escola terminar, vamos encontrar nosso próprio lugar.”
"Sim!" Sirius respondeu feliz, cruzando os braços atrás da cabeça, "Vai ser como na
escola - você, eu, James e Pete, todos juntos."
"Ah," Remus percebeu o que ele quis dizer. “Sim, parece ótimo. Tenho um pouco de
dinheiro que Lyall me deixou.”
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Capítulo 116 : Verão de 1977: Parte 3
Remus acordou e se espreguiçou sob uma lona brilhante, Sirius respirando levemente
ao lado dele. Estava um pouco quente e pegajoso, mas ele não se moveria por
nada. Deitado pacificamente sob os cobertores, ele ainda podia sentir o gosto do sal na
pele de Sirius, sentir seu batimento cardíaco. No fundo do saco de dormir, seus pés
estavam emaranhados.
"Bom dia."
"Bom dia."
Remus ouviu com atenção, então balançou a cabeça. Ele esperava que Sirius não
estivesse preocupado em ser pego - certamente ninguém poderia questionar que eles
compartilhavam uma barraca? O que mais eles poderiam ter feito? Provavelmente era
um pouco cedo para começar a interrogar Sirius, então Remus segurou a língua
enquanto eles se vestiam silenciosa e rapidamente, pescando na parte inferior da cama
por suas roupas, que pareciam ter se espalhado durante a noite.
Saindo e piscando com força contra a forte luz do dia, Remus pensou que tudo parecia
diferente. O mesmo; mas não exatamente como ele se lembrava antes. Mais
realista; sólido e ancorado.
520
Eles caminharam na direção da bomba d'água com seus cantis, e enquanto
caminhavam, eles acertaram o passo, e Remus sentiu como se seu coração fosse
explodir de alegria. Estúpido, realmente, uma coisa tão pequena. O acampamento era
adorável e pacífico, pardais disparando entre as árvores no alto e um ou outro
campista colocando a cabeça para fora e desejando um educado 'bom dia' aos meninos
quando eles passavam.
A bomba d'água ficava perto do chuveiro, e os dois se abaixaram para lavar o rosto
rapidamente, antes de encher os cantis, assim como os outros que haviam trazido.
"A loja vende doces de padaria," Sirius disse, pensativo, acenando com a cabeça na
direção de uma pequena cabana de madeira com um toldo listrado de azul e branco,
"Devemos comprar alguns para o café da manhã, e voltar para o acampamento como
heróis?"
Eles compraram muitos pastéis da Cornualha, mas eles estavam recém saídos do
forno, escamosos, amanteigados e quentes, e Sirius não tinha controle de impulso.
"Eu poderia me acostumar com isso," Sirius disse com um sorriso, esfregando as mãos
na calça jeans, suspirando feliz com a vista. A areia foi lavada durante a noite pela
maré. Tudo estava perfeito e imaculado. “Nunca tive um feriado adequado antes.”
"Nem eu."
Remus enxugou as próprias mãos nas calças de veludo cotelê e remexeu na grama
inquieto.
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"Oi," Sirius disse, "O que foi, Moony? A gente disse sem preocupação.”
"Desculpe."
"Hm?"
"Óbvio que não." Sirius zombou, franzindo a testa. “O que você quer dizer com por
que não James? Eu não gosto de James.”
"Acho que podemos pelo menos admitir que gostamos um do outro." Sirius ergueu
uma sobrancelha, passando o dedo pelo quadril de Remus através do tecido fino de
sua camiseta. Remus acenou com a cabeça,
"O que?"
522
"Eu era tímido."
“Isso me deixou curioso, suponho. Num Natal, lembra quando Andromeda foi para os
Potter? Eu estava muito nervoso, convencido de que minha mãe viria me buscar a
cada cinco minutos, eu pulava sempre que batinham na porta.”
"E?"
"Sim, olhe como isso acabou." Sirius bufou uma risada. Remus riu também, apesar de
si mesmo. "Então, no seu aniversário," Sirius disse, sua voz vacilando um pouco,
como se fosse uma coisa difícil para ele falar. "Você ... você me beijou."
“Eu não imaginava, foi tão inesperado. Eu estive pensando em você, antes disso, mas
eu realmente não sabia ... Eu não sabia que estava pensando nisso. Então eu pensei ...
talvez fosse minha culpa, como se eu tivesse dado alguma mensagem, como se eu
tivesse enganado você ou algo assim. "
“Oh. Bom. Porque eu me senti tão mal com isso, sabe - foi o seu primeiro beijo, e eu
fui e estraguei tudo. "
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"Er ..." Remus suspirou, "Olha, enquanto estamos sendo honestos, você também deve
saber - não foi meu primeiro beijo."
"O que?!"
“Sim ... no verão anterior, eu meio que conheci alguém. Eu nunca disse a nenhum de
vocês. Eu não ... eu não queria que você soubesse que eu era gay. "
Remus riu.
“Eu deveria tentar vê-lo neste verão. Ele tem sido tão bom para mim, você nem sabe
da metade.”
"Mm?"
"Não tá."
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"Tá sim."
“Não t—”
"Sirius! Pelo amor de Deus, você não pode nem se desculpar sem começar uma
briga. Estou te dizendo - está tudo bem. Eu estava sendo injusto. Acho ... acho que
estava te pedindo algo que nem mesmo entendo direito. Lealdade ou amor ou qualquer
outra coisa.”
“Não está, no entanto,” sua testa franziu levemente, enquanto ele procurava pelas
palavras que precisava. Remus prendeu a respiração, sem saber o que estava por vir,
mas de alguma forma sabendo que precisava ouvir. "Você tem tantos segredos, e deve
ser uma merda, esconder as coisas," Sirius começou, ganhando impulso quanto mais
falava, "E eu tornei tudo pior, só te dei mais coisas para esconder ..."
525
Eu adorei guardar seu segredo, Remus queria dizer, eu guardaria mais mil, por
você. Ele sabia que essa linha de pensamento só poderia piorar as coisas, então não
disse nada. Sirius arriscou estender a mão, agarrando a mão de Remus e segurando-
a. Remus apertou de volta.
“Não é que eu tenha vergonha de você, ou disso, é ... um milhão de outras coisas. Eu
gostaria de poder contar a todos, eu gostaria de estar pronto. Eu estarei, Moony, eu
prometo. "
Sirius olhou para ele, implorando. Remus o perdoou de todo o coração. Não era mais
difícil encontrar seus olhos.
"James parecia ... muito bem comigo sendo queer." Remus perguntou baixinho. Ele se
sentiu um pouco dissimulado, mencionando James - James pertencia a Sirius, não era
da conta de Remus interferir.
"Claro que ele sim, o lindo bastardo," Sirius bufou, "Porra de príncipe entre os
homens, não é? Eu sei. Eu sei que ele provavelmente ficaria bem com isso,” ele
agarrou os dedos de Remus, “Mas ... Ele é meu melhor amigo, e eu só não quero que
isso mude ainda. Eu não gostaria de ficar sozinho com ele e tê-lo pensando ... Mesmo
que ele não estivesse pensando sobre isso, eu estaria.”
“Ok,” disse Remus. Ele estava concordando com tudo, ele sabia que era estúpido. Mas
era tão fácil agora.
"Bom dia, rapazes!" Mary gritou do acampamento, Sirius puxou sua mão para trás,
rapidamente, dando a Remus um olhar de desculpas, "Obrigada pelos pastéis!"
"Vamos lá", disse ele, com os olhos brilhando, "mal posso esperar para arrancar a
merda do Prongs por finalmente passar por cima da perna."
526
"Não na frente de Lily!" Remus avisou, "Ela vai azarar suas bolas."
"Bem, isso não pode acontecer, sou muito apegado a minhas bolas."
"Sirius?"
"Remus?"
Felizmente, ninguém estava muito interessado no que quer que Sirius e Remus tinham
feito na noite anterior, porque a noite de todos os outros tinha sido tão agitada. Peter
deu a ele um olhar um pouco cauteloso, mas isso pode ter sido a ressaca. Mary estava
sorrindo para todos como um gato que pegou o rato, beliscando seu pastel e tentando
chamar a atenção de Lily.
"Mmmmph."
“Pobre amor,” Mary resmungou, acariciando a cabeça loira de sua amiga gentilmente,
“Exagerou com a Velha Rosie, não foi? Ainda assim, poderia ser pior. Dorcas ainda
não voltou do banheiro.”
James e Lily estavam sentados um ao lado do outro, mas não muito próximos. Lily
havia puxado o cabelo para trás em um rabo de cavalo, e estava conscientemente
olhando para o chão, comendo seu pastel com uma espécie de resignação
527
silenciosa. James parecia absolutamente encantado, mas tentava não demonstrar
muito.
"Então ..." Mary sorriu amplamente, olhando para todos, "Vamos ficar com os novos
arranjos de dormir pelo resto da semana, vamos?"
“A mim também,” Peter acenou com a cabeça, a boca cheia de carne picada.
Assim que todos terminaram de comer, as meninas organizaram uma expedição aos
chuveiros. Os meninos o seguiram, com toalhas debaixo dos braços e Sirius provocou
James sem piedade.
"Isso é puramente para fins acadêmicos," Sirius repreendeu, "Será uma questão de
interesse histórico, as gerações futuras precisarão saber quais feitos milagrosos você
teve que realizar para finalmente convencer Evans a ..."
“Nós só conversamos!”
***
528
As ruínas do castelo ficavam a cerca de cinco milhas a pé, o que ninguém parecia
pensar que era muito longe. Marlene se animou um pouco depois de tomar banho e
comer, e todos decidiram que ar fresco era provavelmente o melhor remédio para uma
ressaca. Eles fecharam o zíper de suas barracas, enfiaram objetos de valor nas
mochilas - junto com algumas sobras de pastéis e garrafas de água - e partiram por
volta das onze.
Eles seguiram uma trilha ao longo da costa, que se curvava e gradualmente se tornava
um penhasco. A vista no topo era de tirar o fôlego, mas Remus estava lutando para
apreciá-la muito - seus olhos lacrimejavam e suas pernas queimavam com o esforço
de escalar colina acima. Sirius, Marlene e Mary correram para o topo; Marlene vindo
primeiro, apesar de seu enjôo. James surpreendeu Remus diminuindo a velocidade
para acompanhar seu próprio rastejar trôpego.
"Brilhante," Remus ofegou, sem ter certeza se estava puxando para sarcasmo ou
apenas parecia como um péssimo mentiroso.
"Hmmph."
“Padfoot não foi muito chato ontem à noite, certo? Sobre tudo ... er ... sobre as coisas
que você nos contou?"
“Ótimo” concordou James, aliviado. “Só me preocupei que ele pudesse ser, você sabe
como era sua família com relação a esse tipo de coisa. Para ser honesto, estava
dividido em deixá-lo sozinho com você, mas achei que você saberia lidar se ele saísse
de ordem."
529
"Está tudo bem," Remus ofegou, "Não se preocupe."
Os outros seis haviam subido a colina agora e estavam desaparecendo pelo outro
lado. Eles estavam caminhando há apenas vinte minutos, Remus pensou
severamente. Ele se perguntou se poderia aparatar à frente - mas a parte da
'deliberação' seria difícil, sem um mapa ou sem ter visto o lugar antes. Ele estava
envergonhado por James ficar com ele, mas pelo menos não era uma das garotas.
"Desculpe", disse ele, enxugando o suor da testa, "Normalmente eu não fico ruim tão
longe da lua."
"Tudo bem," James deu de ombros, "Estamos de férias, não em uma marcha de rota."
"Eu sei", James sorriu, recebendo aquele olhar estúpido e sonhador enquanto olhava
para o topo do penhasco, "Não posso acreditar na minha maldita sorte." Ele pigarreou,
“Mas era só conversa, certo? Não diga nada para Black.”
"Eu não vou." Eles começaram a andar novamente, com firmeza. O sol estava
atingindo seu ponto mais alto, brilhando acima deles de modo que eles tiveram que
apertar os olhos ou olhar para os pés.
"Nós conversamos sobre você, na verdade", disse James. “Bem, Lily fez. Eu escutei."
"Oh?"
530
“Sim - nada ruim, eu prometo! Acho que provavelmente era apenas a cidra e nós dois
estávamos divagando sobre como você era um bom amigo, e então ela disse algo
sobre ser corajoso e revelar seus sentimentos e viver honestamente, ou ... ah, não sei,
eu estava muito ocupado encatado por ela estar falando comigo.”
Eles chegaram ao castelo duas horas depois, uma boa meia hora atrás do resto do
grupo, que os esperava.
"Desculpe," Sirius disse, uma vez que eles estavam fora do alcance da voz dos outros,
"Eu não pensei."
"Estou bem," Remus sorriu, tentando esconder seu cansaço, "Eu tinha o Prongs."
"Há um ônibus local que passa pelo acampamento, eu verifiquei," disse Sirius,
galantemente, "Podemos pegá-lo de volta, se você quiser?"
"Estou bem."
O castelo era uma ruína, de uma linda pedra cinza ao sol de verão, projetada contra o
mar cintilante, centenas de metros abaixo. Remus mal podia acreditar que alguém
realmente havia morado lá - as estreitas escadas em espiral haviam desmoronado e
não levavam a lugar nenhum, grama alta e dentes-de-leão amarelos brilhantes
invadiram o que poderia ter sido um grande salão de festas. Havia fendas de flechas
nas paredes restantes e pichações gravadas nos parapeitos, onde sem dúvida algum
soldado entediado esperou uma vez, mil anos atrás. Talvez ele não fora muito mais
velho do que eles. Guerra nunca mudava.
James, Peter e Sirius começaram uma luta de espadas muito entusiasmada com alguns
gravetos perdidas que encontraram, enquanto Remus sentava-se enrolando cigarros
em uma pilha de pedras, observando-os.
531
“Você se sentiria muito mais em forma se não enchesse os pulmões com essa merda,”
Marlene resmungou.
“Estou aqui para um bom tempo, não um longo tempo, Marls”, respondeu ele,
secamente, lambendo a fita adesiva do papel e colando-a com cuidado.
Ele fez quatro ou cinco, só para passar o tempo, enfiando-os ordenadamente em uma
velha caixa de fósforos que guardara para esse propósito. Ele observou Sirius,
brincando de cavaleiro contra o dragão de Peter, e riu quando James capturou Lily -
aparentemente agora uma princesa - erguendo-a sem esforço por cima do ombro e
correndo para os portões do castelo. Ela riu e bateu nas costas dele de brincadeira, e
quando ele a colocou no chão, ela parecia tão feliz em seus braços.
Eventualmente, alguns dos outros turistas começaram a ficar um pouco irritados com
a bagunça dos oito adolescentes, então eles decidiram que era hora de voltar para a
praia e passar o resto da tarde se refrescando no mar.
Lily e James lideraram o grupo desta vez, de mãos dadas, conversando alegremente
como se tivessem sido tão íntimos por anos. Uma pontada de inveja percorreu
Remus. Não que ele quisesse segurar a mão de Sirius. Por um lado, estava quente
demais, por outro, você não conseguia manter Sirius parado por tempo suficiente.
"Vocês vão em frente," Sirius gritou, "Eu e Moony vamos dar uma pausa para fumar."
Marlene resmungou mais uma vez, mas correu para alcançar os outros.
"Há um pub lá embaixo," Sirius acenou com a cabeça mais adiante na pista. “Vi na
subida, tem um jardim. Quer ir e matar um tempo?”
"Sim," disse Remus, surpreso. Isso parecia ideal. "Mas você não quer alcançar
James?"
532
"James não me ama mais," Sirius suspirou dramaticamente, segurando o pulso contra
a testa como uma velha prestes a desmaiar, "Seu coração foi reivindicado por outra."
"Eu tenho você," Sirius acenou com a cabeça com um sorriso, pulando da
parede. “Vamos, então. Vamos tomar uma cerveja.”
O pub era uma pequena cabana caiada com venezianas amarelo-mostarda, telhado de
telhas vermelhas e uma fileira de gerânios vermelhos plantados em vasos do lado de
fora. Por dentro estava escuro, mofado e cavernoso; Remus teve que se abaixar sob o
teto baixo. Todos os trabalhadores rudes que sustentavam o bar se viraram para olhar
quando eles entraram, e por um momento Remus se perguntou se não tinha sido uma
má ideia, afinal.
Ainda assim, Sirius pediu duas canecas de cerveja, e eles as levaram para fora para o
jardim, sentando em uma mesa debaixo de uma faia para fazer sombra. Enquanto eles
saíam, o barman ranzinza e os locais hostis voltaram para suas próprias bebidas,
obviamente decidindo ignorar os dois meninos. Remus tinha certeza de ter ouvido um
deles murmurar 'mauricinhos', o que ele interpretou como um desprezo pessoal,
embora, é claro, pudesse ser muito pior. Mesmo assim, eles estavam sozinhos no
jardim e tinham a privacidade que procuravam.
Sirius era imune às atitudes dos outros - talvez ele não tivesse percebido; talvez ele
simplesmente não achasse que valia a pena se preocupar com os trouxas.
"É ótimo aqui", disse ele, engolindo sua cerveja quente e nevoenta, "Você acha que
poderíamos viver aqui, quando tudo acabar?"
"Eu gosto de Londres," Remus respondeu, "É a isso que estou acostumado."
533
“Lembra que você prometeu que poderíamos ir para Carnaby Street,” Sirius disse,
brincando com a caixa de fósforos de Remus, “Neste verão. Vou cobrar isso. "
"No natal."
"Bem, você também passou metade do Natal tentando me convencer a arrumar uma
namorada, então ..."
"Processos de pensamento lógicos não são meu forte, Sr. Moony," Sirius riu, com uma
virada aristocrática de cabeça, "Você deveria fazer as pazes com isso se vamos ... hum
... se vamos ..."
“Comece a sair ...” Remus pediu, gentilmente. Sirius deu a ele um sorriso apologético,
"Você vai chegar lá," disse Remus, casualmente, engolindo sua cerveja.
534
tinha sobre uma interação há muito tempo, e o que ele pensava que isso significava na
época. E Sirius balançava a cabeça com olhos arregalados e sérios e dizia;
Ao estabelecer os fatos, Remus descobriu que grande parte de sua miséria foi causada
por si mesmo; que na maior parte do tempo Sirius nunca quis fazer o mal, e muitas
vezes nem sabia que estava causando dor a Remus - era apenas sua própria ideia
confusa do que estava acontecendo. Eles até falaram sobre Mary.
“Eu realmente gostava dela”, disse ele, “acho que foi isso que me confundiu, no
começo. Sabe, não era como se as meninas não estivessem fazendo pra mim, nesse
departamento ... e ela era tão confiante.”
"Achei que você só estava com ela porque não queria ficar comigo."
"Não." Sirius disse, com firmeza, “Esse é um pensamento horrível. Era por ela, não
por você. " Ele olhou para Remus, "Desculpe."
“Oh Deus,” Remus enterrou o rosto nas mãos, “Não. Eu estou tão envergonhado."
"Tudo bem. Eu gostei." Sirius ergueu uma sobrancelha, dando a Remus um olhar tão
depravado que provavelmente o faria ser preso em algumas partes do país.
"Aparentemente não."
“Eu não podia acreditar que você não se importava com isso. E ainda, quando você
descobriu sobre Chris ...”
535
Sirius se endireitou, parecendo irritado,
"Ele." Ele resmungou.
“E ... esse outro cara ... Grant? Ele estava ...” Sirius se mexeu, obviamente
desconfortável enquanto lutava para dizer a palavra, “Seu namorado? ”
"Há mais alguma coisa que você tem mantido em segredo, hein, Remu?" Sirius o
cutucou, enquanto eles desciam lentamente a colina. Era muito mais fácil, o caminho
de volta, mas eles estavam indo muito devagar de qualquer maneira.
"Não," Remus riu. Ele se sentia leve como o ar - era como estar alto; não tendo nada a
esconder, “Gay, analfabeto, sem-teto, lobisomem ...” ele contou nos dedos, “Eu acho
que é isso. Ah, e minha mãe.”
536
"Sua mãe?!"
"Tudo bem," Sirius deu de ombros, "Podemos conversar sobre qualquer coisa, exceto
nossas mães."
"Perfeito." Remus concordou.
537
Capítulo 117 : Verão de 1977: Parte 4
Durante o dia, se os outros estivessem por perto, eles jogariam bola na areia, ou
Remus consentiria em entrar um pouco no mar – os jeans enrolados e a camisa de
manga comprida ainda firmemente em seu corpo. Se fossem apenas os dois, então ele
poderia enrolar as mangas até os cotovelos, expondo velhas cicatrizes, e Sirius se
tornaria Padfoot e perseguiria gravetos ou seu próprio rabo. E muitas vezes ficavam
sozinhos, porque todo mundo parecia querer continuar fugindo.
"Vocês deveriam ser os monitores!" Mary gritou com eles, após a terceira noite,
encontrando-os praticamente deitados em frente à fogueira.
"Ah, como se eu não tivesse encontrado você mais de cem vezes nas minhas
rondas!" Lily riu, levantando-se e endireitando as roupas mesmo assim. " E você,
Black, pare de nos olhar desse jeito."
O moreno estava carregando de volta a bacia com louças que havia levado para lavar
nos chuveiros. Remus ficou bastante surpreso com isso - Sirius se oferecera para lavar
a louça todas as noites até agora ("Eu gosto de fazer isso, do jeito trouxa," ele
confidenciou, secretamente, "Mamãe costumava nos obrigar a fazer o trabalho do elfo
538
doméstico como uma punição às vezes, mas eu só achava relaxante, para ser
honesto.”)
“Não me puxe para as suas sórdidas escapadas” Black dizia, pudicamente, pondo a
bacia no chão. “Tenho sido um perfeito cavalheiro durante toda a viagem.”
"Não estou convencida de que você não tenha se esgueirado com alguma garota
trouxa da vila." Marlene disse. Ela estava deitada sobre uma toalha, apenas de calcinha
e sutiã, tomando banho de sol. Seu corpo era muito comprido e pálido.
"Como você ousa," Sirius a bateu com o pano de prato úmido, fazendo-a gritar e se
mover, "Estou na cama cedo todas as noites, não é, Moony?"
Remus engasgou com os biscoitos que estivera mordiscando e teve que levar um tapa
nas costas de James algumas vezes antes de se recuperar. Você vai pagar por isso mais
tarde, Black, ele encarou Sirius, os olhos lacrimejando.
Depois que James se acalmou sobre ‘O evento Lily Evans' (como Black estava
chamando, pelas costas) o suficiente para pensar direito, ele ficou surpreso que Sirius
e Remus estavam compartilhando uma barraca, e suspeitando, por razões
completamente erradas.
“Vocês não vão começar a brigar de novo, não é? Vocês sabem que sempre costumam
deixar um ao outro maluco quando estão próximos...”
"Você está certo, Prongs," Sirius disse, animado, "Você fica com o Moony e eu
compartilho com Evans."
Isso pôs fim a essa linha de questionamento, mas não à súbita superproteção de James
por Remus. Era bom - certamente nada para reclamar – mas, um pouco
desconfortável. Lupin nunca teve qualquer tipo de figura de irmão mais velho - a
menos que você contasse Ste ou Craig, que o ensinaram a roubar, beber e dar um soco
apropriado – mas, James agora parecia determinado a dar o melhor de si, com todo
seu jeito bondoso e desajeitado. No meio da semana, Remus ficou um pouco surpreso
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por ninguém ter sequer mencionado a confissão que havia feito na primeira noite. Não
que ele quisesse que alguém fizesse um estardalhaço, ou dissesse algo dissimulado ou
indireto, mas ... mesmo assim. Nada mesmo? Ele tocou no assunto com Sirius em um
momento de silêncio, e o moreno riu,
"Bem, se Prongs deu a todos eles aquele seu maldito discurso, não estou surpreso."
"Discurso?"
“Gostaria de estar. Eu juro, foi tão difícil não rir na cara dele e apenas contar
tudo.” Ele rolou, afastando a areia descuidadamente, "Vou ter que ir e me lavar em um
minuto, se você continuar fazendo isso."
"Essa é a ideia," Lupin sorriu. Sirius no mar era sua nova coisa favorita de se olhar.
540
“Certo, aquele pino precisa sair primeiro, e há uma espécie de lençol de cima que
precisamos remover, caso contrário, tudo fica emaranhado ...” disse, coçando a
cabeça. James e Sirius fizeram isso com sucesso e começaram a dobrar a barraca
marrom.
"Sim", disse Peter do chão, onde estava coletando pinos, "Quem diria que você seria
bom nessas coisas."
"Bem, eu sempre fui o sensato," Remus murmurou, sem prestar muita atenção,
passando para os próximos passos no folheto. Então ele percebeu que tudo havia
ficado silencioso, e James estava parado perto de Peter.
"Sobre o que foi isso?!" Perguntou, indo pegar os ganchos que Peter havia colocado
no chão.
Black balançou a cabeça e não falou novamente até que Peter e James voltaram,
Pettigrew parecendo muito abalado. Remus desejou poder ter dito algo, mas sentiu que
só pioraria o problema.
541
Quando chegou a hora de se despedir, ninguém quis ir embora. Lupin se viu olhando
taciturno para os quatro quadrados amarelos de grama onde antes estavam suas
barracas, enquanto James e Lily se agarraram um ao outro, se despedindo.
"Que sorte!" Mary disse: “Tenho que voltar para Croydon - Marlene me convidou
para ficar, mas mamãe diz que não me vê o suficiente.”
"Isso é bom," Remus sorriu, "É bom ter alguém que sente sua falta."
Peter e Dorcas saíram primeiro, subindo para a estrada principal para encontrar um
local isolado para pegar o nôitebus. Remus acenou para eles, e tudo parecia bem, mas
isso pode ter sido apenas a presença de James. As garotas aparataram - assim que Lily
finalmente soltou James, que prometeu visitá-la antes que o verão acabasse,
prometendo escrever e fazendo James prometer telefonar. Ela abraçou Lupin e então -
talvez apenas em um momento de felicidade cega, Sirius também.
James, Remus e Sirius aparataram de volta para a casa dos Potter com um pouco mais
de sucesso do que da primeira vez. Lupin acabou no jardim dos fundos, de alguma
forma. Black, em algum lugar da vila, mas a Sra. Potter ficou emocionada em vê-los
todos do mesmo jeito, e decidiu que todos precisavam de uma comida adequada, de
uma vez por todas.
"Devemos entrar em contato com o abrigo para você, Remus?" O Sr. Potter perguntou,
casualmente durante o jantar, “Você não está fazendo outro ato de desaparecimento,
está? Não posso ter a polícia trouxa ligando novamente. "
"Oh - er, não, eu ... hum ..." O garoto gaguejou sobre suas batatas cozidas - o que ele
poderia dizer, para impedi-los de perguntar? O que compraria um pouco mais de
tempo? Sirius o chutou por baixo da mesa e o olhou. Vá em frente, Moony, dizia; diga
542
a verdade. Remus olhou para o Sr. Potter, "Na verdade, agora que tenho dezessete
anos, não há um lugar para mim em St. Edmund's."
"Ah, bom", a Sra. Potter sorriu benignamente, "Teremos você durante todo o verão,
maravilhoso!"
"Eu te disse," Sirius sussurrou, enquanto deslizava para sua cama, depois da meia-
noite. “Os Potter adoram receber animais perdidos.”
"Você deveria estar aqui?" Remus sussurrou de volta, ansioso, "E quanto a James?"
Não pressionou mais - afinal, ele queria Sirius ali. Era engraçado ficar deitado sozinho
em uma grande cama de casal depois de passar uma semana espremido em uma
barraca. Ter outro corpo por perto era reconfortante. Ter o corpo de Sirius por perto
era ainda melhor.
"Foi bom ter dito a eles." O moreno disse baixinho, segurando sua mão sob as
cobertas. Ele fazia isso com frequência, e apenas na cama, no escuro. Remus não se
importava.
“Sim, só estou contando tudo para todo mundo, esta semana,” Riu.
"Eu sei." Remus beijou o topo da cabeça de Sirius - um dos muitos privilégios agora
permitidos a ele. Black gostava de dormir escondido sob as cobertas, como uma
criatura hibernando. Isso o fazia parecer menor do que era e fazia Remus se sentir
protetor. Outra coisa que era normal sentir agora. "Sirius?"
"Mm?"
543
"Aquilo que o Wormtail disse, realmente te chateou?"
Ele sentiu o moreno ficar tenso contra si, e imediatamente desejou não ter tocado no
assunto. E tentou encobrir seus rastros, “Só... você conhece Pete, ele é um pouco
idiota às vezes, mas ele é apenas estúpido, não rancoroso. Ele vai se acostumar com
isso. Se acostumar comigo. Da próxima vez que precisar de ajuda para fazer o dever
de casa, não vai importar.”
"Já ouvi coisas assim antes, só isso." Sirius disse bem baixo, de modo que Remus, que
normalmente possuía uma audição perfeita – mais do que perfeita -, teve que ouvir
com atenção. “Sobre ser um homem. Você sabe o tipo de coisa."
O moreno não falou, mas sua cabeça se moveu levemente e Remus entendeu como um
aceno.
Não estamos falando sobre mães. Lupin teve que se lembrar, e apenas apertou a mão
de Sirius e disse a única coisa que conseguiu pensar.
***
James Potter não era tão inteligente quanto Remus acreditava. Eles haviam voltado da
Cornualha havia quinze dias. E Potter havia telefonado para Lily do telefone público
no final da estrada exatamente catorze vezes. E exatamente catorze vezes, Remus teve
que acompanha-lo até lá, colocar as moedas na abertura, discar o número e mostrar a
ele como desligar, no final.
As ligações duravam cerca de uma hora, normalmente, deixando Sirius e ele sentados
do lado de fora na parede de tijolos, fumando. Ocasionalmente, eles caminhavam para
544
cima e para baixo na rua principal, mas, principalmente, apenas esperavam James
terminar.
"Maldito idiota." Lupin suspirou ao sair da cabine pela décima quarta vez. “É difícil
lembrar alguns passos simples? Ele fez estudos trouxas, eles não explicam essas
coisas? "
"Aww, ele fica muito animado para se lembrar de qualquer coisa." O moreno riu,
"Tenha alguma simpatia pelo bobo apaixonado."
"Ah, bom, eu amo quando você fica todo emburrado e de mal humor."
"Vai se foder."
"Mm, oooh sim, agora me chame de idiota estúpido, isso realmente me deixa louco ..."
Sirius brincou, cigarro entre os dentes, brasas brilhando em seus olhos. Lupin o
empurrou tanto que ele caiu da parede, rindo.
Lupin revirou os olhos. Black possuía outro motivo para ser indulgente com
James. Todas as noites, enquanto esperavam que os pombinhos terminassem o
telefonema, uma coisa milagrosa acontecia - aos olhos de Sirius, pelo menos. Uma
motocicleta passava pelo vilarejo - provavelmente algum hippie idoso voltando de seu
trabalho chato de escritório para casa, Remus pensou, petulantemente.
545
Era um Triumph Bonneville T120 (Lupin odiava saber disso, mas depois que viram a
primeira vez, Sirius os arrastou para a banca de jornal para comprar todas as revistas
de motociclistas que pudessem encontrar, até que eles identificassem o modelo), com
um tanque vermelho cereja, cada centímetro de cromo polido até uma prata
reluzente. Sirius estava loucamente apaixonado e Remus estava loucamente ciumento.
Assim que a moto passou, Black deu um suspiro de satisfação, então subiu na parede e
observou Remus por um tempo. Ele fazia muito isso agora. E Lupin teve que aprender
a não se importar muito; não se importar em ser examinado. O moreno inclinou a
cabeça, “É a lua? Deixando você mal-humorado? "
Não que isso importasse muito para ele; uma sala trancada era uma sala
trancada. Desta vez era o sótão, e Moody se ofereceu para ficar de guarda do lado de
fora, garantindo que a família estaria segura. O Sr. e a Sra. Potter (para não mencionar
James e Sirius) repetidamente garantiram a Remus que não estavam nem um pouco
preocupados, e que ele também não deveria se preocupar. Mas é claro que iria, de
qualquer maneira.
546
Sirius queria ir com ele - James também, mas James, pelo menos, tinha bom senso o
suficiente para perceber que não seria possível. Ninguém iria conseguir passar por
Moody - que tinha um olho novo e assustador, azul elétrico e terrivelmente encantado.
"Já enfrentei lobisomens antes," ele disse, rispidamente, enquanto Remus era
conduzido escada acima para o sótão, "Sempre tive um bom resultado, com o mínimo
de casualidades."
Isso não o fez se sentir melhor, mas não tinha certeza se esse era objetivo.
Foi uma noite ruim. Talvez fosse a presença de Moody. Talvez o lobo não gostasse da
altura. Talvez pudesse sentir o cheiro de seus companheiros habituais, Prongs e
Padfoot, e se sentia solitário. Talvez o lobo simplesmente odiasse Remus, quem
sabe. De qualquer forma, quando ele acordou, descobriu que havia destruído o
quarto; rasgado as cortinas e arranhado o assoalho. No final, o lobo mastigou as
próprias patas de frustração.
Com as mãos sangrando, a pele toda arrancada, ele permaneceu deitado no escuro, o
coração batendo forte, esperando que a dor diminuísse ou que alguém viesse ajudá-
lo; o que viesse primeiro.
A Sra. Potter o remendou e fez um bom trabalho, mas ele ainda teve problemas para
segurar a varinha por alguns dias, enquanto a pele crescia novamente. Também não
havia conseguido segurar o cabo de vassoura, então teve apenas que observar
enquanto Peter, Sirius e James praticavam, como nos velhos tempos.
547
"Me conte um segredo," Sirius sussurrava, tarde da noite - todas as noites ele vinha até
Remus, "Algo que ninguém mais sabe."
E então, ele o contaria - porque isso o deixaria feliz, e isso era o que varia a pena - na
verdade, Remus estava percebendo, fazer Sirius feliz poderia ser a única coisa que
valesse a pena pelo resto de sua vida.
“Mentira!"
“Seu bastardo astuto. Como você fazia todas as garotas ficarem se matando para falar
com você, hein? Qual é o seu segredo?"
“Talvez elas confiem em mim porque sabem que não estou tentando transar com
elas.”
"Hum ... eu não sei, eu te contei tudo." Tudo que não te machucaria, acrescentou ele,
silenciosamente.
"Você não contou," Black disse, seus lábios agora contra os dele, enquanto rastejava
em cima de Remus, as mãos deslizando por baixo da camisa de seu pijama. Ele passou
a língua pelo seu lábio inferior, "Eu vou descobrir tudo sobre você um dia, eu
prometo."
548
Capítulo 118 : Verão de 1977: Parte 5
Apathy's a drag.
Remus acordou de sua segunda lua cheia ligeiramente melhor que a última, mas
incapaz de se mover. Moody o amarrou à cama (mantida no sótão especificamente
para esse propósito) usando algum tipo de magia avançada. Não doeu, mas fora muito
humilhante, ter que ficar ali deitado e esperar ser solto, sem nenhuma roupa. Sirius foi
veementemente contra a ideia, mas não doeu e era melhor do que a alternativa. E
Lupin não se importava sobre como o lobo se sentia a respeito.
"Fez muito barulho", disse Moody, ao soltá-lo, "mas isso era de se esperar."
“Lidam com isso em casa desse jeito - com um auror checando antes e depois - ou
ficam nas celas do ministério. Vou pegar um folheto para você, se quiser.”
"Não, obrigado."
549
Remus teve a nítida impressão de que Moody não aprovava sua decisão de não se
registrar.
No andar de baixo, em seu quarto normal, a Sra. Potter havia colocado um conjunto de
robes na cama para ele - não uniformes, mas roupas usuais, de uso diário. O tipo que
James e Sirius usavam fora da escola. Ele esperava que fossem de segunda mão; não
saberia como os retribuiria se começassem a comprar roupas para ele.
"As roupas são para sair" explicou James, quando Remus perguntou sobre isso,
"Vamos para o Beco Diagonal hoje!"
Com o primeiro dia de aula não muito longe, foi combinado que os meninos ficariam
no Beco Diagonal nos últimos dias das férias de verão. O Sr. e a Sra. Potter partiriam
por algumas semanas - a negócios para Dumbledore, aparentemente, embora eles não
tenham confirmado nem negado isso. Até mesmo Moody não poderia discutir sobre
Remusestar indo para o Beco Diagonal desta vez.
"E eu tenho dezessete anos," Lupin respondeu, secamente, "Então, estou livre para ir
aonde eu quiser."
Suas cartas de Hogwarts haviam chegado a apenas uma semana e, para a surpresa de
todos, James fora nomeado monitor-chefe, como evidenciava o broche dourado novo
em folha dentro de seu envelope.
550
Ela estava muito orgulhosa, é claro, mas James estava apenas interessado em contar a
Lily, e correu para mandar uma coruja para ela imediatamente - em menos de meia
hora, eles descobriram que ela havia sido nomeada monitora-chefe.
O Beco Diagonal não era como Hogsmeade, como pensara que seria; era mais lotado,
agitado, barulhento - o equivalente mágico de cosmopolitan. As ruas estavam
ocupadas com multidões de estudantes e todas as lojas estavam lotadas até o teto.
Gringotes era o primeiro ponto de parada para todos, e Remus seguiu James e Sirius
ao redor da margem palaciana, emudecido pela completa estranheza de tudo. O
menino nunca havia estado em um banco trouxa antes, mas nada poderia tê-lo
preparado para o Gringotes; goblins e passagens secretas e montanhas e montanhas de
ouro. Potter e Black se portavam como membros VIP – e, veja bem, provavelmente o
eram. Os goblins rastejaram aos pés deles, o que Remus achou extremamente
desagradável, mas não conseguiu dizer nada sobre. Ele gostaria que Lily estivesse lá,
ou Marlene e Mary - alguém um pouco mais pé no chão.
Lupin descobriu que havia sido deixado com pouco menos de quatrocentos galeões no
cofre que pertencera a Lyall Lupin. Isso soou como uma quantidade enorme para ele -
até que viu a expressão de pena no rosto de Sirius. Silenciosamente, retirou o
suficiente para seus livros e algumas roupas novas, bem como um pouco para
converter em dinheiro trouxa.
551
Remus havia ficado tão arrasado depois da lua cheia, da viagem com pó de flu e da
visita ao banco, que assim que retirou seu dinheiro, teve que voltar para o Caldeirão
Furado para descansar. Os outros prometeram a ele que deixariam as compras para o
dia seguinte e passariam o resto da tarde olhando vassouras e suprimentos de
quadribol. Se sentia cansado demais para se importar e desabou em sua pequena cama
de solteiro, morto para o mundo por, pelo menos, quinze horas. Ele nem mesmo
acordou quando os outros chegaram de forma barulhenta à meia-noite, cheirando
fortemente a uísque, silenciando-se ruidosamente e rindo.
No dia seguinte, Lily chegou e as compras para a escola começaram para valer. Ela e
Remus tinham mentes igualmente metódicas quando se tratava de completar tarefas, e
discutiam em particular um plano de ação, antes de dar ordens aos outros três meninos
pelo resto da manhã. Ele gostaria de ter mais tempo na Floreios e Borrões, mas como
haviam decidido comprar os livros por último (sendo os itens mais pesados da lista),
James, Sirius e Peter já estavam seriamente emburrados a essa altura, e à beira de um
motim se não comessem um pouco de sorvete.
Assim; de volta ao Caldeirão Furado para despejar suas mercadorias e almoçar, ("Pelo
amor de Deus, James, você não pode tomar sorvete antes de comer alguma comida de
verdade, isso é ridículo!"), e então ao Florean Fortescue, onde Sirius tentou comprar
para ele um sorvete de cada sabor (“Vamos, Moony, é bem justo, você nunca
experimentou antes; como você vai saber qual é o seu favorito?!”)
Depois que tudo isso foi concluído, Remus descobriu que sua energia estava quase
completamente esgotada mais uma vez, e eram apenas duas da tarde. Ele considerou
tirar uma soneca rápida, mas era sua última noite em Londres, e havia algo que
realmente precisava fazer antes de partir.
552
Ele esperava que a flecha começasse a apontar para o leste, mas para sua surpresa, ela
começou a girar incontrolavelmente, cada vez mais rápido. A bússola não veio com
instruções, mas Remus teve a sensação de que algo que sempre soube estava
finalmente sendo confirmado. Grant não estava seguro. Grant precisava de ajuda.
***
Remus correu de volta para a mesinha do lado de fora da loja, onde seus quatro
amigos estavam sentados, fazendo muito barulho por causa de algo que Peter acabara
de fazer com seu milkshake.
"E aí, Moony," Sirius sorriu enquanto se aproximava, "Eles querem ir fazer algumas
coisas turísticas, mas parece chato, quer ir para a Carnaby Street, finalmente?"
553
"Eu tenho que ir e encontrar Grant." O garoto disse, agitado. "Veja!" Ele mostrou a
Sirius o giro louco da bússola.
"Sirius…"
Remus suspirou. Essa era provavelmente uma das coisas em que deveria inclui-lo.
Então, engoliu seu temperamento e cedeu.
"Não. Não discuta comigo sobre isso.” Não queria que ninguém soubesse sobre Grant.
Sirius, aparentemente reconhecendo que Remus só cederia até certo ponto, assentiu e
não abusou da sorte. Disseram aos outros que iam à Carnaby Street para ver as lojas,
pagaram e saíram apressados, sem olhar para trás.
Os dois tiveram de ir e vestir roupas trouxas primeiro e, assim que saíram do Beco
Diagonal, se dirigiram para a estação Charing Cross e pegaram dois metrôs para o
apartamento em Mile End, o qual Remus pensou ser o melhor ponto de
partida. Quando chegaram lá, eram quase quatro da tarde.
Lupin não tinha certeza se foi um ano de abandono ou apenas uma retrospectiva que
fez o prédio degradado de cortiços parecer muito menos acolhedor do que no verão
passado. O cheiro de umidade era mais forte, parte do linóleo parecia ter sido
554
arrancado, expondo o ladrilho creme sujo e rachado. Era um dia quente, mas ainda
estava frio por dentro. Adz, o homem que conheceu no ano anterior, era o único do
pessoal original que ainda morava lá.
"Grant?" Ele coçou a cabeça, parecendo atordoado, “É, acho que’le foi pro’este,
quando ficou muito difícil aqui. Hammersmiff, talvez. Tão derrubando esse lugar na
próxima semana, tô indo pra Brixton.”
“É, fez alguns amigos lá, acho. Grant sempre é bom em fazer amigos, quando
convém.”
Então, de volta à linha Central, e para o outro lado da cidade eles foram. Quando
passaram pela Tottenham Court Road, Remus se sentiu culpado por arruinar o dia de
Sirius na Londres trouxa e, secretamente, prometeu compensá-lo quando tivessem
outra chance. Ainda assim, Sirius, surpreendentemente, parecia estar se
divertindo; encantado com as escadas rolantes e catracas da mesma forma que Remus
ficara com Gringotes.
Os dois saíram em Notting Hill, depois caminharam, porque Lupin não fazia a menor
ideia para onde estava indo, exceto pelo seu nariz e a bússola, que estava girando
menos erraticamente agora e parecia estar tentando conduzir em uma direção vaga.
555
“Que bom que você está gostando,” O outro respondeu distraído. Estavam em
Shepherd's Bush agora, ele tinha certeza. Já passava das seis da tarde e percebia que
caminhava mais lentamente. Seu quadril doía de tanto chacoalhar no subsolo; suas
canelas ardiam de tanto caminhar e suas costas latejavam por causa do terrível feitiço
de amarração de Moody.
Era Shepherd's Bush Green - pelo menos Remus sabia onde eles estavam. Então
concordou em descansar apenas por um breve momento - estava mais preocupado
que, uma vez que se sentasse, seria impossível se levantar novamente.
“Pode ser porque você está agitado.” Black sugeriu delicadamente. “Er... você sabe,
porque isso se alimenta da sua emoção em relação à pessoa que você está
procurando. Então, talvez se você ...”
"Isso pode ajudar." O moreno respondeu uniformemente. “Que tal você me dizer algo
sobre Grant? Algo bom?"
"Se você acha que vai ajudar ..." Eles não tinham tempo para isso, Grant precisava
dele agora..., mas a este ponto, Remus estava disposto a tentar qualquer coisa. Mesmo
que fosse apenas uma manobra de Sirius para obter mais informações. “Er ... o nome
dele é Grant Chapman. Eu o conheci em St. Edmund's em 1975. Ele gostava das
mesmas músicas que eu, ele é amigável, e...”
556
"Como ele é?"
"Você o viu."
"Não estou fazendo nada além de pensar nele." Lupin explodiu. Ele fechou os olhos e
respirou fundo. “Cabelo louro. Cacheado. Er… eu acho que olhos azuis? Sim,
azuis. Ele tem um dente da frente torto. A última vez que o vi, ele estava mais
magro...” uma onda de ansiedade subiu por sua garganta. “Er ...” ele gaguejou.
"Sim. E ele faria qualquer coisa por mim. É por isso que preciso ...” Ele olhou para a
bússola e viu que agora estava apontando para o oeste - um pouco trêmula, mas clara
o suficiente.
557
Eles se levantaram e seguiram. Já passava das sete, eles não tinham comido desde o
almoço e o sol estava começando a se pôr. Lily, James e Peter sem dúvida estariam se
perguntando onde estavam. Sirius não reclamou, apenas ficou quieto e seguiu
enquanto Remus murmurava para si mesmo, seguindo a pequena flecha dourada em
sua palma e cheirando o ar denso de Londres.
Shepherd's Bush não era muito melhor do que Mile End e parecia ter uma vida
noturna agitada. Ao seu redor, pubs e clubes lotavam com adolescentes e jovens de
todas as subculturas; os fãs das discotecas em cetim brilhante e lantejoulas, skinheads
sujos com suspensórios e botas, roqueiros old school com cabelo desgrenhado e punks
com jaquetas cravejadas e rostos cheios de metal. Finalmente, quando estavam
subindo pela Latimer Road, Remus parou.
"Ali." Ele disse, apontando para o outro lado da rua escura para um prédio com janelas
escurecidas e degraus que levavam a um porão. A música alta chegava à rua –
qualquer que fosse a banda, claramente possuíam pouca consideração por seus
instrumentos, e menos ainda pelos tímpanos do público. "Ele está ali." Disse com
firmeza. A bússola confirmou isso, apontando para frente.
"Hum.’’ Ele estava prestes a sugerir que fosse sozinho, quando o destino interveio.
"Vaza, seu viadinho filho da puta", gritava o segurança para um jovem, que
cambaleava para a rua, cabeça baixa e mãos nos bolsos. Seu cabelo loiro sujo estava
558
uma completa bagunça e ele possuía um cheiro que Remus reconheceria em qualquer
lugar da terra.
"Grant!" Lupin disparou em direção a ele, correndo pela rua sem nem olhar.
'MATEM OS RICOS',
"Procurando você!" Remus caminhou até ele, tentando ver seu rosto, obscurecido pela
sombra.
"Certo, obviamente ... porra, como você consegue isso todas as vezes?!" Grant
balançou a cabeça.
559
Ele não parecia bem. Ele parecia horrível. Estava magro; mais magro do que deveria
estar, mais magro do que realmente era saudável. Seu cabelo estava escorrido e
parecia que não era lavado há algum tempo, e ele tinha uma colcha de retalhos de
hematomas em um lado do rosto, desaparecendo sob a camiseta, roxos e feios.
"Um punk fodido aconteceu, não foi?" Grant riu, um som horrível de engasgo, depois
cambaleou novamente e se sentou na calçada. "Desculpa cara, tô pouco tonto." Ele
tentou vomitar algumas vezes, mas nada saiu, então ele cuspiu.
"Quem fez isto? Foi lá na casa?!” Ele se inclinou, tentando dar uma boa olhada no
pobre rosto machucado de Grant.
Grant piscou e olhou para Sirius, levantando a mão para proteger os olhos do brilho
das lâmpadas da rua. Ele franziu a testa, então zombou,
“E quem é você porra!? Cai fora, tô falando com meu amigo." Ele se virou para
Remus, "Quer uma cerveja?" E tentou se colocar de pé. Lupin o ajudou, segurando-o
firmemente sob o cotovelo.
"Eu não acho que você precisa beber mais ... que tal um jantar?"
560
Um lampejo de sobriedade voltou às feições de Grant,
“Tem grana?”
"Sim, claro," Remus acenou com a cabeça, tentando guiá-lo para longe da rua horrível
em que eles estavam, "Vamos, vou te pagar um jantar, o que você gostaria?"
Grant olhou duas vezes, estreitando os olhos (ou um olho, pelo menos, apenas um
deles abria direito),
Sirius parecia envergonhado, então Remus conduziu Grant até o café para se sentar,
pedindo três xícaras de chá e uma torta com batatas fritas. Frango e cogumelo.
"Eu não quero problemas com você." O homem corpulento atrás do balcão disse,
enquanto colocava as canecas de chá acinzentado na mesa. "Eu conheço seu tipo."
561
"Cai fora seu velho sujo," Grant falou arrastado, "Aposto que cê pagaria se pudesse."
“Olha,” Remus se levantou rapidamente, “Ele está ficando sóbrio, vou mantê-lo
quieto, juro. Vou pagar adiantado, ele vai ficar bem depois de comer...”
O homem grande o encarou, avaliando, seus olhos passando rapidamente para Sirius,
ainda sentado, então Grant, então de volta para Remus,
"Meu Deus," Grant riu com seu chá, "Cê fica mais chique a cada maldito ano, Remus,
meu velho amigo."
"Por favor, pare de tentar brigar com todo mundo por cinco minutos, ok?"
"Onde você está morando?" Ele perguntou, esperando que soasse gentil, e não
acusatório. "O que você estava fazendo naquele clube?"
"Ficando bêbado." Grant murmurou. Ele estava mais calmo agora que havia comido,
mais lento e mais maleável.
562
Grant ergueu os olhos, de repente, direto para Remus. Ele estava completamente
sóbrio, seus olhos afiados e arregalados, como se o rosto de Remus fosse um espelho e
ele estivesse se vendo pela primeira vez. O menino tocou com os dedos sujos no lado
marcado de sua bochecha.
"Arranjei uma briga uns dias atrás." Ele disse: “Mas foda-se, vou embora amanhã,
descendo Brighton. Cansei de Londres. Porra de Londres maldita. Todo mundo quer te
foder, te pegar de qualquer jeito que eles conseguirem. Sabe o que eu quero dizer? "
"Sim," Lupin respirou. Ele se sentia tão impotente. Ele queria olhar para Sirius em
busca de reafirmação, mas parecia, de alguma forma, desrespeitoso com Grant.
"Tenho uns amigos", Grant deu de ombros, então estremeceu. Ele havia quebrado uma
costela, Remus percebeu, e se repreendeu por não ter notado antes.
563
Ele deu a Sirius um olhar que era tudo, menos sutil. Black, para seu alívio, não reagiu,
mas olhou para o açucareiro. Alguém havia apagado o cigarro nele.
"Eu realmente sinto muito, Grant." Remus disse, sinceramente, "Olha ... onde você
está dormindo?"
"Subindo a rua,"
Eles pediram mais chá e Grant comeu mais um pouco. Depois de terminar, ele ficou
agradavelmente pacífico e sonolento; bêbado com o estômago cheio. Sirius e Remus o
ajudaram a voltar para seu quarto, em um antigo terraço que parecia ter sido
abandonado há anos. Mesmo assim, o interior estava mais movimentado e mais
aconchegante do que o condenado edifício em Mile End. Uma jovem espiou do
próximo cômodo, rosto sardento e parecido com rato, contrastava com seu moicano
verde.
“Um amigo, só estou tentando ter certeza de que ele está bem ...”
564
redonda. Sem mobília, havia uma pilha de revistas em um canto com um abajur no
topo, uma mochila cheia de roupas, um espelho de bordas enferrujadas e o que parecia
ser uma pequena pia - uma barra de sabão, escova de dentes e uma tigela vazia.
"Ele disse que estava indo para Brighton amanhã," Lupin disse a ela, "Isso é
verdade?"
“Se ele conseguir o dinheiro para a passagem de trem”, ela deu de ombros, “disse que
foi roubado na semana passada. Ele estava saindo com um cara bem rude. Tratava ele
como merda, pobrezinho.”
"Ele terá o dinheiro." Remus disse, com firmeza. “Você garante que ele vá? Que seja
seguro?”
"Eu não sou babá dele", ela deu de ombros, recuando, "Já tenho problemas
suficientes."
"Feche a porta," Remus pediu, puxando sua varinha. Ele queria consertar o máximo
que pudesse enquanto Grant ainda estava dormindo. Repassou sua lista de feitiços de
cura - ele só os tinha feito em si mesmo, até agora, mas nada tinha dado muito errado
...
"Que diabos está fazendo?!" Sirius se aproximou, enquanto apontava sua varinha para
o peito de Grant. “E o Estatuto de Sigilo?!”
"Que se dane," Remus grunhiu, "Não posso simplesmente deixar ele assim."
565
Sirius deu um passo para trás e o observou fazer o possível para curar as costelas de
Grant, depois limpar os hematomas e o olho roxo. Depois, se recostou, a mente
acelerada. Ele se virou para Sirius, "Certo, acho que preciso ficar aqui esta noite." Ele
disse “Eu poderia deixar algum dinheiro para ele, mas ... acho que é melhor se eu
garantir que ele chegue a Brighton amanhã, se ainda for o que ele quer fazer, quando
estiver sóbrio”.
"Certo," Black acenou com a cabeça, "Mas temos que ir para King's Cross ..."
"O que você está fazendo?" Remus perguntou, "Você precisa voltar para o Beco
Diagonal."
"Ah, certo, sim, espere ..." O moreno enfiou a mão no bolso e puxou o espelho
compacto. Remus olhou para ele com inveja. Ele gostaria de ter um desses. Ele daria a
Grant e nunca mais o perderia. “Oi, Potter, você está aí? Prongs?” Sirius chamava em
frente ao espelho, “Oi… olha, eu e o Moony vamos ir num show aqui, chegaremos
tarde… não conte a ninguém, ok? Te vejo amanhã ... sim ... sim ... não, eu
prometo. Está bem. Valeu." Ele o fechou e olhou para o outro "Pronto."
“Você não tinha que fazer isso. Se você está preocupado em me deixar aqui com ele,
realmente só estou apenas garantindo que ele esteja bem.”
566
A culpa dentro de Remus aumentou ainda mais, quando Sirius deu a ele um sorriso
brilhante e estendeu o braço em sua direção. Sua última noite antes da escola, passada
no chão de alguma pensão trouxa, e ele nem estava reclamando disso. Remus também
se sentou e se acomodou nos braços de Sirius. Pelo menos, eles estavam juntos
agora. O moreno beijou sua cabeça, e os dois observaram Grant, dormindo como uma
criança.
"Eu sinto muito." Disse, exausto, “Ele não é ... eu não quero que você pense que ele
geralmente age assim. Ele obviamente passou por umas coisas ruins.”
"O que aconteceu com ele?" Sirius perguntou, muito baixinho, "O que aconteceu para
ele acabar aqui, desse jeito?"
“Ele foi expulso de St. Edmund's, dois anos atrás,” Remus bocejou, seus olhos ficando
pesados. “Não tinha para onde ir… não conseguia arrumar um emprego porque não
fez os exames na escola. E estou supondo que ele não tem um endereço fixo.”
"Remus?"
"Mm?"
“Sim,” ele murmurou sonolento, apenas meio prestando atenção, “Eu tenho você,
Padfoot. Não se preocupe comigo.”
567
Capítulo 118.2: Grant, 1977
-X-ray, Spex
"É Nancy, porra, eu te disse," Sandra veio até a porta, abrindo apenas uma fresta para
fazer uma carranca para Grant com seus olhos de gato.
Ela havia sido Sandra durante as últimas duas semanas, então quem sabe o que tinha
acontecido no meio tempo. Alguém a alcançou, talvez. Ou alguém novo estava no pé
dela. Ele não podia perguntar coisas assim às pessoas, para seu próprio bem. Grant já
568
tinha merda suficiente para lidar. E é claro que ela queria ser Nancy, tudo que as
garotas punks queriam, desde que Sid Vicious começou a transar com aquela
prostituta americana.
Ela revirou os olhos. Vadia arrogante. Ele enfiou a ponta da bota na porta dela, “Você
tá me devendo, lembra. Eu te ajudei quando você chegou pra morar aqui."
"Babaca." A punk murmurou e tentou fechar a porta, mas ele manteve o pé lá. Graças
a Deus eram botas com solado de aço, poderia continuar sem mais danos.
Nancy voltou para a porta com uma garrafa. Meio frasco de vodka barata. Ele agarrou
e a menina resmungou novamente.
569
"Valeu." Grant desatarraxou a tampa e bebeu o quanto pôde sem engasgar. Era uma
vodka muito barata. Talvez isso fosse bom? Talvez significasse que funcionaria mais
rápido, ou melhor?
"Onde está Nick, afinal?" Ela olhou para cima e para baixo no corredor atrás dele,
"Por que ele não tá te dando bebida, é culpa dele que você tá neste estado."
Grant a olhou.
"Valeu, Nance." Murmurou.
"Isso não é remédio, sabe", ela gritou, "Vá para a porra de um hospital!"
Ele bateu sua porta e trancou-a com força. Vadia. Por que todo mundo tem que ser
assim? Você nunca pode baixar a guarda, não sem alguém lhe dar um bom chute.
O garoto rastejou até o colchão de joelhos, tomando cuidado para não se apoiar em
nada que doesse muito. Suas costelas ainda estavam doloridas, dois dias depois, e ele
realmente esperava que não estivessem quebradas, porque essa era a última coisa da
qual precisava. Contanto que mantivesse sua respiração superficial, não era tão ruim,
de qualquer maneira.
Ele inclinou a cabeça para trás e bebeu um pouco mais de vodca, olhando para o
pequeno espelho apoiado na parede oposta. Ugh. Fez uma careta. Ele realmente estava
uma merda. Os hematomas mal pareciam estar diminuindo; precisava pegar um pouco
de gelo ou algo assim. Grant nunca pensou que sentiria falta de estar em um Abrigo,
mas, pelo menos, lá você recebia os primeiros socorros se precisasse.
570
Ele levou os dedos à bochecha, observando seu reflexo. Que bastardo, lhe acertando
no rosto assim. Grant não possuía um respeito enorme por Nick para começar, mas
isso fora longe demais. Sorte a dele que havia mantido os dentes.
Passou a língua no dente lascado que tinha há anos. Era um incisivo e estava muito
afiado quando foi quebrado pela primeira vez, mas, agora, estava gasto o suficiente
que mal dava para notar. Ele jurou que seria a última vez que levaria um soco no
queixo, mas não se pode fazer promessas assim, nem para si mesmo.
Grant havia mancado para casa, os nós dos dedos latejando, um nariz sangrando e um
olho roxo - o primeiro, se estava se lembrando bem - e se sentindo estranhamente
orgulhoso de si mesmo, porque, pelo menos, os rapazes que o haviam atacado ficaram
pior. Vovô o encontrou na porta, fumando seu cachimbo.
"Eu os acertei de volta." Grant fungou, enxugando o nariz e ficando com uma mancha
vermelho-escura na manga. "Como você me disse."
"Não." Grant respondeu. "Irlandeses."
Deveria apenas ter mentido. Mas algo em Grant sempre o fazia dizer a coisa errada. O
rosto de seu avô se virou, sua boca uma longa linha dura de desgosto. O rei da estrada
571
de Kilburn tinha uma reputação a manter; não precisava que as crianças da vizinhança
batessem em seu neto.
Grant olhou por cima do ombro de seu avô, para ver se sua mãe estava por perto. Não
que ela normalmente ajudasse muito, mas, geralmente, era melhor ter uma
testemunha. Não conseguiu vê-la.
"Olhe para mim, garoto." Vovô gritou, curvando-se, para que Grant pudesse sentir o
cheiro acre do tabaco em seu hálito, contar cada cerda prateada em seu queixo com a
barba por fazer. Ele se preparou e olhou seu avô nos olhos. "Por que você tá brigando
com meninos irlandeses?"
“Controla a língua e para de procurar sua mãe.” gritou vovô, bem na cara dele, agora
tão perto que gotas de saliva pousaram na bochecha de Grant. "Não pense que eu não
ouvi o que tão falando sobre você, então é melhor calar a porra da boca antes que eu
quebre seu rosto e você possa ver a sua nuca de seu bastardo!"
"Honestamente," sua mãe suspirou cansada, "eu não sei por que você continua
entrando no caminho dele."
Mulher estúpida. Ela mesma sabia que, mesmo ficando quieta e fazendo tudo o que o
velho quisesse, ainda acabaria maltratada de alguma forma, e ainda seria tudo sua
culpa.
572
Então, Grant foi embora assim que viu uma oportunidade, e jurou nunca mais deixar
alguém colocar a mão nele novamente. E então Nick aconteceu, e agora cá estava,
olhando para seu próprio reflexo e engolindo vodka como um viciado.
Nick nem era bonito. E, nem mesmo, havia sido legal. Era apenas mais velho do que
Grant, e mais forte e maior. Ele possuía algo meio sombrio, algo perigoso que era
atraente no início. Até você perceber qual era o perigo real. Grant fora um pouco lento
na compreensão disso; ele era homem o suficiente para admitir. Era sua própria culpa
beber demais, tomar muitos comprimidos e não pegar luz do sol o suficiente.
Na primeira vez que aconteceu, bolou um plano - economize seu dinheiro, saia, vá
para o mais longe possível. Mas ele precisava ganhar dinheiro de alguma forma e
haviam poucas opções para aqueles que não possuíam endereço fixo. Cobrou todos
aqueles para quem já havia feito algum favor, e sobreviveu bem de esmolas por um
tempo - embora as pessoas estivessem ficando cansadas disso; fazia alguns dias que
não comia direito.
Então Nick descobriu, e longe de ficar com raiva, ele encorajou isso. Decidiu que
merecia uma parte também, até que Grant não estava mais ganhando dinheiro para si
mesmo. E dois dias atrás, Nick havia sumido para sempre, deixando-o com duas
costelas quebradas e um rosto cheio de hematomas como presente de despedida.
573
dinheiro. Esqueça a passagem de trem para a qual estava economizando; ele precisava
comer algo, logo.
Havia uma camiseta em sua bolsa que não estava tão suja quanto as outras, mas
descobriu que não conseguiria vesti-la. Na verdade, era mais porque ele não conseguia
tirar o que estava vestindo; doía muito levantar os braços. Então, o garoto
desistiu. Demorou um pouco para amarrar suas botas também, ele teve que parar para
respirar. Lágrimas pinicaram seus olhos e Grant esfregou o rosto violentamente. Era
apenas a dor, nada a mais. Não podia deixar ser algo a mais. Ficaria tudo bem. Tudo
ficaria bem. Apenas precisava passar por isso.
Seu rosto ainda era um problema. Seria difícil ser charmoso quando parecia que havia
acabado de sair dez rounds contra Muhammad Ali. Sandra - Nancy - podia lhe
emprestar um pouco de base, mas ele rapidamente descartou essa ideia. Seria dez
vezes pior se fosse pego sozinho em algum lugar usando maquiagem.
Grant decidiu ir para o peep show cinema mais próximo. Eles eram bons e sombrios, e
os filmes geralmente faziam metade do trabalho para ele. Havia um a apenas algumas
ruas de distância, o que o garoto demorou uns bons vinte minutos para chegar. Mesmo
assim, teve que encontrar uma maneira de entrar sorrateiramente, porque, de jeito
nenhum, ele iria gastar dinheiro com isso.
574
A primeira atriz mostrou os peitos e Grant olhou ao redor. Houve um farfalhar, alguns
deles atrapalhando-se em seus colos. O garoto se levantou e caminhou pelo corredor,
casualmente, tossindo um pouco para que soubessem que ele estava ali. A maioria
deles o ignorou, olhando fixamente para a mulher na tela. Alguns deles o encararam
por mais tempo do que sabiam que deveriam. Ele escolheu um e foi sentar-se a apenas
alguns lugares de distância dele.
Era um jogo, como pescar - embora, para ser honesto, Grant nunca tivesse
pescado. Você tinha que fingir que não estava planejando nada, porque senão eles
ficavam muito nervosos e recuavam. O garoto assistiu um pouco ao filme, esticando-
se o máximo que seus vários ferimentos permitiam, deixando seu cabelo claro refletir
a luz do projetor. A garota na tela também era loira, o que poderia funcionar a seu
favor. Ela estava com um batom horrível, rosa-alaranjado e berrante, formando um 'O'
largo e feio enquanto ela gemia e choramingava.
O homem que o estava observando se moveu, agora sentando-se bem ao seu lado. Ele
cheirava a tabaco de cachimbo e Grant quase vomitou.
"Quanto?"
***
Ele precisava ficar muito bêbado. Ah, Jesus Cristo, precisava ficar tão chapado que
não seria capaz de ver claramente por dias. Foda-se a passagem do trem, foda-se
Brighton, foda-se o coração partido. Grant saiu cambaleando pelas portas dos fundos
do cinema sentindo-se pior do que nunca.
Quando se está no fundo do poço, ninguém consegue ouve você gritando. Isso era algo
que Nick gostava de dizer. Justificou tudo o que fez, de alguma forma, ser
'marginalizado'.
575
Grant teve vontade de dizer 'Posso te ouvir, porra'. Mas não adiantava tentar ser
espertinho.
Ele encontrou uma mercearia e comprou uma garrafa de gim e um pacote de cigarros,
depois se sentou na calçada para tentar se recompor. Sua mente vagou, ele se
perguntou como as coisas estavam indo na velha ocupação em Mile End. Aquele lugar
havia perdido seu encanto com o inverno - eles lutaram para se aquecer, muitos deles
foram embora, e então Charlie F, que havia sumido há alguns dias, apareceu morto no
canal de Bethnal Green. Isso realmente atrapalhou as coisas. Lizzie, que estava saindo
com Charlie, cortou os pulsos - ela não morreu, mas nada foi igual depois disso.
Adz começou a usar drogas e essa foi a gota d'água para Grant. Ele nunca pensou que
voltaria para o oeste de Londres. Uma ou duas vezes pensou ter visto seu avô, e isso o
mandou para o subterrâneo por dias.
Grant balançou a cabeça, o que fez seu olho latejar, depois tomou um gole de
gim. Precisava parar de pensar no vovô. Em Nick. E Adz. E naquele homem no
cinema. Deus, toda merda de homem que conhecera havia arruinado alguma parte
dele.
Exceto Remus.
Talvez este tenha sido o problema. Remus não fora dolorido. Remus era suave e doce
e gentil e tímido. Ele nem mesmo quebrou o coração de Grant.
576
quanto ele. Era bom saber que, pelo menos, um deles estava se dando bem; sendo
cuidado por alguém.
Grant não precisava ser cuidado, mas ele definitivamente podia ver os benefícios.
Um policial na área veio caminhando pela estrada e o garoto se ergueu o mais rápido
que pôde, enfiando a garrafa de gim no bolso de trás. Ele havia passado noites em
celas antes, e nunca era muito divertido. Acendeu um cigarro e começou a andar - eles
te prenderiam pela menor coisa, até mesmo por vadiar, então era melhor apenas
continuar andando.
Porra.
Elas não estavam lá. Grant mordeu o lábio com força para não gritar. Provavelmente,
as havia deixado cair no chão do cinema – e, dificilmente, poderia voltar agora. Porra.
Poderia dormir na rua - havia feito isso algumas vezes e, pelo menos, estava
quente. Poderia voltar e ver se Sandra / Nancy o deixaria ficar com ela. Provavelmente
não, depois de ter sido tão grosso, mas ela poderia ter pena.
A questão era que agora ele estava bêbado e puto. Se voltasse para o apartamento,
ficaria agitado, agressivo e começaria uma briga ou tentaria transar com alguém.
Não, ele decidiu, a coisa certa a se fazer era continuar andando. Havia um bar não
muito longe, no qual teve um pouco de sorte antes – roubando carteiras,
577
principalmente. De qualquer forma, a música era alta e ele poderia pegar outra
bebida. Estava escurecendo agora, então devia ser depois das oito horas.
Grant demorou muito para chegar lá; talvez tenha se perdido algumas vezes. As ruas
pareciam iguais e ele estava perdendo a noção do tempo; como se estivesse
sonâmbulo. Na verdade, nem percebeu que estava do lado de fora do maldito lugar até
que alguém gritou com ele.
Um grupo de caras estava do lado de fora, tentando parecer ameaçadores. O que havia
funcionado. Todos eles se pareciam um pouco com Nick - corpulentos e carecas.
Grant tentou passar por eles rapidamente, mas era muito óbvio.
"Tudo bem Lola?" Um dos homens maiores perguntou. Todos riram como um bando
de velhinhas lavando roupa. Grant zombou. Não era nem mesmo uma porra de piada
original, havia sido chamado de Lola por vários idiotas desde aquela maldita música
do Kinks.
Well I'm not the world's most masculine man/But I know what I am and I'm glad I'm a
man/And so is Lola...
Engraçado pra caralho. E nem mesmo fazia sentido, porque Grant nunca havia se
montado de drag; ele gostava de ser um cara. (Ok, ele experimentou um vestido uma
vez, para dar uma risada, mas isso não contava) supôs que poderia ser chamado de
coisas piores.
A banda era estrondosa, feia e horrível. Todos pareciam ter dezesseis anos, em calças
rasgadas e jaquetas jeans cobertas de remendos e alfinetes. Quando os cantores de
rock deixaram de ser sexy?
578
As coisas ficaram muito instáveis depois disso. Definitivamente bebeu cerveja, mas só
Deus sabia de onde havia vindo. Ele pode ter dançado um pouco, pode ter falado com
alguém. De repente, estava apertando os olhos sob a luz do banheiro, sendo puxado
pelo cotovelo e arrastado pelo segurança através do bar.
O garoto tropeçou e cambaleou escada acima, torcendo o tornozelo, mas o homem que
o arrastava não se importou. Ele lhe deu um empurrão final, uma vez que estavam no
nível da rua.
Bem. Ele não tinha ideia do que havia feito, mas sabia quando abusava da
hospitalidade. O garoto abaixou a cabeça novamente, as mãos nos bolsos, e se afastou
rapidamente. Cristo, ele estava muito bêbado; o asfalto se deformava e balançava na
frente dele. Grant se sentia nauseado, havia um gosto enjoativo na boca, mas não
existia nada dentro dele para vomitar.
Seu primeiro instinto foi continuar caminhando; ignorar. Porque não poderia ser uma
coisa boa; alguém por aqui sabendo o nome dele. Não era como se tivesse
amigos. Mas os passos atrás dele ficaram mais altos e a ameaça chegou mais perto e
ele estava muito irritado e machucado para correr. Grant se virou - poderia muito bem
dar uma boa olhada antes que fizessem o que queriam.
Quem quer que fosse, eram maiores - altos, mas não fortes. Havia um poste de luz
atrás deles, então levou um momento para os olhos de Grant se ajustarem, a visão
turvando-se loucamente. Esses cachos. Esse olhar de preocupação ansiosa. Aqueles
lindos lábios rosados. Era a porra de Remus Lupin.
***
579
Grant raramente pensava em sentimentos. Pelo menos, não sobre os sentimentos que
ele tinha. Havia passado grande parte de sua vida ignorando tudo que os outros
sentiam sobre ele, que raramente se incomodou com introspecção.
Mas ele estava com vergonha da maneira como agiu naquela noite. O fato era; Remus
era a última pessoa no mundo que esperava ver. E assim que Grant colocou os olhos
nele sob a luz amarela dourada da rua, se sentiu tão incrivelmente aliviado que o
chocou. Grant não era uma pessoa religiosa - foda-se essa merda - mas nas
profundezas de seu estado confuso, Remus Lupin parecia a porra de um anjo.
E então, muito rapidamente, o alívio de Grant foi substituído por uma vergonha
absoluta. Aqui estava aquele menino gentil e sensível, que sempre o admirou. E como
ele estava? Mal conseguia ficar em pé direito.
Então ele foi rude. Não conseguia se lembrar de tudo que disse, mas se lembrava de
ser um pé no saco. E Remus simplesmente o guiou e o alimentou porque Remus era
simplesmente adorável assim.
De alguma forma, os dois o levaram de volta para seu quarto, e talvez eles tenham
arrombado a fechadura ou ele tenha esquecido de trancá-la em primeiro lugar, mas
quando Grant acordou, estava seguro e confortável em seu colchão. Ele franziu a testa
e piscou, o quarto parecia mais quente do que o normal. Apesar das memórias da noite
anterior voltarem rapidamente como um trailer de filme de desastre horrível, se sentia
estranhamente melhor. Seu rosto não estava quente e tenso, e não doeu respirar. Não
estava com fome. Se sentia relaxado pela primeira vez em semanas.
580
apaixonados. Grant sentiu uma pontada de dor terrível. Suas costelas pararam de doer,
mas seu coração ainda era uma bolha no peito.
O nariz de Remus enrugou, então ele abriu os olhos, que caíram sobre Grant quase
imediatamente, e Grant sorriu.
581
Capítulo 119 : Sétimo ano: Volta às Aulas
Por um momento horrível, assim que acordou, Remus se esqueceu de onde estava. Ele
inspirou o ar abafado, o leve cheiro de jornal podre, odor corporal e urina. Olhou para
o chão duro, que havia piorado suas várias dores durante a noite. Então abriu os olhos
e viu Grant, deitado no colchão em sua frente, o olhando. Ele parecia um pouco
melhor.
"Bom dia," Remus respondeu, movendo-se contra Sirius, que ainda estava
profundamente adormecido, sua cabeça encostada na parede. Se afastou com cuidado
e sussurrou para Grant “Não se preocupe, ele dorme como um morto. Vou acordá-lo
daqui a pouco.”
"Você não foi," Remus balançou a cabeça, "Só um pouco ... triste, talvez."
"Banheiro?" Ele perguntou.
Remus franziu os lábios e o seguiu para fora. O andar de baixo já estava cheio de vida,
apesar de ser cedo. A casa parecia uma espécie de comuna, cheia de diferentes tipos
de pessoas. Havia uma casinha no jardim dos fundos (mais parecido com um quintal
582
transformado em loteamento) e um chuveiro externo, a qual imaginou que não fosse
muito divertido de se usar no inverno.
Ainda assim, as pessoas foram amigáveis e todos disseram olá para os dois garotos
quando passaram - o que Remus notou.
“Eles são ok,” Grant respondeu de dentro do banheiro, “Só tô aqui a uns dias. Vou
embora assim que conseguir.”
“Oh, mencionei? Sim, esse era o plano ...” O rapaz loiro saiu do banheiro, parecendo
envergonhado, “Mas, talvez no próximo mês.”
“O que há lá? Amigos?"
“Sim - um dos rapazes mais legais lá de Mile End. Tenho uma prima lá também - a
última Chapman que não me odeia. Ela é dona de um pub, disse que me contrataria se
eu pudesse juntar minhas coisas e pagar a passagem de trem.” Ele suspirou
pesadamente, lavando as mãos, depois o rosto, usando um balde de água tirado de
uma grande fonte de cor verde próxima da porta dos fundos. “Eu preciso ‘provar meu
valor’.”
583
decepcionei ela algumas vezes antes. Principalmente quando meu vô estava envolvido
- você sabe que não suporto ele.”
Remus acenou com a cabeça, tentando ser compreensivo. Grant tinha uma grande
família - católica irlandesa, dissera uma vez - mas as relações entre eles eram muitas
vezes tensas, especialmente no que dizia respeito a seu avô patriarcal.
“Não me entenda mal,” Grant continuou, “Eu realmente ia desta vez, eu estava ..., mas
acabou dando errado de novo. Muitas coisas deram errado, para ser honesto.”
Remus queria abraçá-lo, mas ele parecia tão, tão magro e frágil que o deixou com
medo.
“Claro,” Remus acenou com a cabeça, franzindo levemente a testa, “Por que
não? Você faria o mesmo por mim.”
"Eu..." Grant balançou a cabeça, então pressionou a palma da mão em um olho, como
se tivesse sido dominado pela emoção. “Obrigado, Remus. Você é um bom amigo. "
584
“Você faria o mesmo por mim,” Repetiu.
Pela primeira vez, ocorreu-lhe que ele e Grant tinham, na verdade, a mesma
idade. Grant sempre parecera tão sábio, tão esperto e protetor, que Remus o
considerou mais velho; mais maduro. Porém, ele tinha apenas dezessete anos, e a vida
havia sido tão cruel tanto com Grant quanto com ele. Talvez ainda mais cruel, porque
afinal, Remus sabia em seu coração que nunca seria um sem-teto; ele nunca poderia
ficar sozinho enquanto os marotos estivessem lá. Precisava aprender a parar de colocar
as pessoas em pedestais; parar de esperar tanto de todos.
Ele deu um passo à frente e abraçou o outro garoto, cuidando para não se queimar no
cigarro.
"Quando você ficou tão alto, afinal?" Sua risada soou abafada sob o braço de Remus.
***
Havia tempo para Grant empacotar seus pouquíssimos pertences e para Sirius e
Remus levá-lo para tomar café da manhã em um pequeno estabelecimento na estação
Victoria.
“Você vai me deixar gordo,” ele disse a Lupin, enquanto comia de seu segundo
pedaço de bacon.
585
Sirius havia ficado quieto durante toda a manhã - mas ele realmente nunca funcionou
bem depois de uma noite de sono ruim. Black parecia apenas ligeiramente amarrotado,
seu cabelo um pouco menos lustroso do que o normal, seus olhos um pouco
turvos. Remus percebeu que ele ainda estava fascinado pelas paisagens e sons da
Londres trouxa - mas é claro que não poderia explicar isso a Grant.
Grant observava Sirius com uma semelhante cautela. Ele se desculpou por seu
comportamento na noite anterior e tentou explicar que o pegaram em uma 'noite
ruim'. O loiro parecia mais manso na frente de Sirius, menos atrevido - talvez o
percebendo como socialmente superior e, portanto, ligeiramente perigoso. Remus se
lembrava bem de como Potter e Black já foram como alienígenas para si a tempos
atrás.
"Vocês dois têm seu próprio trem para pegar, hein?" O loiro disse, os olhos se
voltando para Sirius, depois para Remus, e então de volta.
"Sim, mas temos tempo." Lupin respondeu. “Aqui, eu quero te dar isso...” ele entregou
a Grant um pedaço de papel que continha o endereço dos Potter, “É onde eu moro
quando não estou na escola. Você vai me enviar uma carta quando estiver
resolvido? Um cartão postal? Prometa."
"Sim, ok," O garoto assentiu, guardando-o, "Já vou avisando que a minha letra é uma
merda e não consigo escrever direito."
“Eu não me importo com isso. Só quero saber onde você estará. Você precisa de
selos? Eu deveria ter comprado selos...”
“Eu posso conseguir selos,” Grant tocou seu braço, “Você já fez o suficiente. De
verdade."
586
"Eu acredito pra caralho - não consigo me livrar de você, não é?" Grant sorriu. Seu
primeiro sorriso genuíno até agora – o que fez Remus se sentir um pouco mais
leve. “Como ímãs, você e eu, hein? Sempre nos encontrando novamente.”
Isso o atingiu de tal forma que ele teve que abraçar Grant novamente, até que o outro
garoto riu e o empurrou, "Tudo bem, tudo bem - eu tenho um trem para pegar, sabe ..."
E, claro, Remus e Sirius também. Assim que o loiro desapareceu pelas portas do trem,
eles correram em direção ao banheiro dos homens para aparatar em King's
Cross. Dentro do cubículo, Sirius finalmente falou. Ele tocou seu braço, no mesmo
local que Grant havia tocado a apenas alguns minutos.
"Mesmo?" Poderia ter dito que não estava mais cansado do que Sirius, que aguentou
tanto quanto ele - mas isso seria uma mentira. Ele realmente estava cansado demais,
até mesmo para discutir.
"Não seja bobo." Black deu a ele um pequeno sorriso. "Ele obviamente... ele te ama."
"Ele-" Mas Remus não teve chance de terminar seu pensamento; estava girando pelo
espaço, ruídos e cores se misturando enquanto deixaram Victoria e pousaram - com
bastante graça - perto de King's Cross.
Não tiveram escolha a não ser correr para a plataforma - e encontraram James
pendurado na porta do trem acenando freneticamente,
587
“Eu estou dando a porra de um exemplo, brigando com esses dois idiotas!” James
retrucou enquanto subiam no trem assim que o apito do guarda soou.
“Ela não é brilhante?!” James sorriu para Remus, que agora estava sentado no chão do
compartimento, recuperando o fôlego. Sirius estava curvado, as mãos nos joelhos de
um jeito completamente não-Sirius; rosto vermelho, cabelo por toda parte. Potter
olhou para os dois, cruzando os braços, os distintivos dourados de Monitor-Chefe e
Capitão de Quadribol brilhando em suas vestes escuras. "Então, onde vocês estavam?"
"Qual banda?"
Sirius lançou um olhar nervoso para Remus, e ele pôde ver que o moreno estava
prestes a contar tudo. Então se levantou rapidamente,
588
"Você está certa!" James sorriu, esquecendo tudo sobre seus dois amigos sem fôlego,
seguindo a ruiva em direção ao compartimento dos monitores. "Vejo vocês mais tarde,
rapazes!" Ele disse, distraidamente.
"Você mente muito bem," Sirius disse a Remus. Talvez fosse a falta de sono ou a dor
no quadril, mas essa declaração o irritou.
Peter estava sentado com Mary, Marlene e Dorcas na cabine da qual Lily acabara de
sair. Ele parecia um pouco em desvantagem, enquanto as garotas trocavam dicas de
feitiços para fortalecer as unhas.
"Você me conhece, McKinnon," Sirius deu seu sorriso mais charmoso, "Gosto de
fazer uma entrada."
"E agora você está arrastando o pobre Remus com você," Mary riu, "Vem e senta
aqui, Lupin, vou te proteger desse delinquente." Ela se moveu no banco para abrir um
espaço perto da janela. Remus pegou sentou, grato.
O trem começou a se mover e Lupin fechou os olhos - porque estava exausto, mas
também porque não queria responder mais perguntas. As meninas começaram a falar
mais baixinho e ele acabou caindo no sono.
589
Quando acordou, já estavam na Escócia, as escuras colinas ondulantes passando, a
chuva batendo nas janelas.
"Eu acabei de ver Lily," Mary sussurrou, "Algo aconteceu no vagão dos monitores,"
ela olhou para Sirius, apenas um amontoado debaixo das capas, e abaixou a voz ainda
mais para que Remus e Marlene tivessem que se inclinar para ouvir, " James e
Regulus entraram em uma briga. Os dois estão bem, mas foi bem desagradável, pelo
que parece ... Regulus estava dizendo algumas coisas realmente malucas, Lily está
realmente abalada.”
"Ele é um deles", sussurrou Marlene, parecendo ansiosa, "A família Black são os
maiores apoiadores de você-sabe-quem, todo mundo sabe disso."
As garotas ficaram quietas depois disso, mas trocaram olhares preocupados e Remus
percebeu que elas o consideravam ingênuo.
Ele se inclinou para trás e olhou pela janela por um tempo, ouvindo os batimentos
cardíacos relaxados de Sirius e se preocupando com Grant e desejando, mais do que
qualquer coisa, que o pior já tivesse passado.
590
Capítulo 120: Sétimo Ano: Trovão
Nem Remus, nem Peter - que também estavam no compartimento - disseram nada a
Sirius sobre as informações de Mary. Peter provavelmente ficou quieto porque não
tinha certeza do que aquilo significava. Remus calou a boca porque era um covarde e,
se houvesse más notícias, ele preferia que James as entregasse.
"Te conto mais tarde." O rapaz murmurou, antes de correr para se juntar a Lily,
conduzindo os alunos do primeiro ano na direção certa.
Ainda estava chovendo levemente e já escurecia - Remus estava muito feliz por não
terem de cruzar o lago. Mesmo assim, era agridoce a sensação de subir nas carruagens
sem cavalos uma última vez com Sirius, Mary e Marlene (Peter decidira seguir o mel
e ir com Dorcas e seus amigos). Quando entraram no pátio do castelo, Remus olhou
imponente para as torres de pedra e se perguntou se essa seria sua memória final de
chegar a Hogwarts. Talvez todos eles voltassem para uma festa de reunião em dez
anos. Era um pensamento agradável, embora 1987 parecesse completamente
impossível naquele momento.
Lupin tentou prestar atenção na cerimônia de seleção, a fila dos minúsculos alunos
nervosos do primeiro ano, o chapéu velho e surrado, o semblante severo, mas
carinhoso de McGonagall. Tentou gravar cada momento em sua memória - mas não
era fácil; haviam tantas distrações.
Primeiro, havia o olho de James, que ele ainda não havia explicado. Então havia
Regulus, que estava visivelmente ausente. Snape continuava carrancudo como sempre,
seus olhos nunca deixando a nuca de Lily Evans. Christopher, que continuava
591
tentando chamar a atenção de Remus, e Black, que estava completamente alheio a
tudo, permanecia simplesmente emocionado por estar de volta a Hogwarts, sua
verdadeira casa. Lupin tentava aproveitar o bom humor de Sirius sem parecer muito
que estava encarando-o. Era uma verdadeira arte.
Assim que Dumbledore anunciou que o jantar estava servido, as portas no fundo do
corredor se abriram. Todas as cabeças se viraram - exceto a de Remus, que só
precisava ver o sorriso morrer no rosto do moreno para saber quem era.
Regulus não se apressou para se sentar, como provavelmente Remus teria feito, com
vergonha por estar chamando a atenção. Não, Regulus era total e completamente um
Black, e caminhava com sua postura régia de costume, devagar e com determinação, a
cabeça erguida. Não havia nenhuma evidência de que James o havia causado algum
dano, mas achava que Reg estava ainda mais pálido do que o normal, o entorno de
seus olhos mais escuros, como se não estivesse dormindo direito ultimamente. Os
sonserinos do sexto ano fizeram um grande show ao abrir espaço para ele na mesa,
como se Black fosse um convidado de honra, ao invés de seu colega de escola. Até a
atenção de Snape fora momentaneamente desviada, quando ele se inclinou para
apertar a mão de Regulus.
Tudo isso levou apenas alguns momentos, mas deixou uma marca indelével nos
alunos do sétimo ano da Grifinória, enquanto todos olhavam Sirius com cautela.
“Cara,” James sussurrou, “Eu preciso te dizer uma coisa, mais tarde. Em particular."
Ele olhou para Remus e Peter ao dizer isso, para que soubessem que estavam
incluídos.
Sirius apenas acenou e manteve a cabeça baixa pelo resto da refeição, apenas
beliscando sua comida. O coração de Lupin doeu, mas não havia nada que pudesse
fazer. A sensação de distância entre ele e Sirius era inadvertidamente exacerbada por
Lily e James, que continuavam apertando as mãos um do outro por baixo da mesa.
Não sabia quando ele e Sirius teriam a próxima chance de ficarem sozinhos.
592
Depois do jantar, houve uma espera pelos monitores-chefe da grifinória quase
insuportável, enquanto terminavam seus afazeres. Remus estava se balançando em sua
poltrona, falhando em se concentrar em seu texto do NIEM de Trato das Criaturas
Mágicas, as pálpebras ficando cada vez mais pesadas.
"Psst, Moony," James o acordou finalmente, com uma sacudida suave, "Vamos,
estamos todos subindo."
Lupin piscou, olhando para si mesmo surpreso - a sala comunal estava quase vazia.
Sirius estava andando de um lado para o outro e, embora uma janela estivesse aberta,
a sala fedia a cigarro e era possível ver a fumaça. Ele havia tomado banho em algum
momento, e seu cabelo ainda estava úmido nas pontas, pingando na camiseta marrom
que ele usava para dormir. Peter acabara de sair do banheiro, já de pijama e com um
leve cheiro de pasta de dente.
"Você não me acordou." Remus disse neutro para Sirius, que encolheu os ombros,
descuidadamente, sentando-se em sua cama,
"Ele fez isso em você?" Sirius acenou com a cabeça para o olho, agora roxo, muito
inchado de James.
"Sim." Acenou com a cabeça. Ele parecia zangado - uma emoção estranha em James.
"Sim, trocamos algumas palavras na cabine dos monitores.’’
593
"Palavras."
"Sim," a mandíbula de Potter estava tensa e a sua nuca, vermelha. Ele flexionou os
punhos, "Parece que Regulus e alguns de seus amigos têm um problema com Evans
sendo monitora-chefe."
"Ah, não", disse Peter, percebendo o que tinha acontecido, "James, ele não..."
"Mas você não’’ Sirius respondeu, ainda sentado na cama, com os ombros caídos.
"Prongs!" Remus suspirou, impaciente, "Você o atacou primeiro?! Você sabe que é
exatamente isso que todos querem da nossa parte. Você deveria apenas tê-lo ignorado.
"
“Ele não tornou as coisas muito fáceis.” James rebateu, ainda nervoso. "De qualquer
forma, não se preocupe, eu ouvi tudo isso de Lily."
Remus se perguntou o que ela tinha a dizer - ele não conseguia imaginar que ela havia
sido muito gentil sobre James bancar o cavaleiro branco. Mas então, Mary havia dito
que ela havia ficado muito abalada. "Eu não o machuquei, de qualquer maneira",
Potter continuou. Ele começou a andar pelo quarto, agora que Sirius havia parado. “Só
queria calá-lo, ia usar o feitiço silencio, ou talvez scourgify em sua boca, sabe - mas
ele se esquivou e tentou me pegar de volta, então usei o pernas de gelatina. Foi quando
Mulciber se lançou em mim e Evans petrificou nós três. Só por alguns minutos. Ainda
assim, eu peguei Regulus, então ele teve que ir para a ala hospitalar e tudo foi
registrado.”
"Nah," James acenou com a mão, "Várias testemunhas disseram que Reg estava
pedindo por isso, e no final foi grifinória contra sonserina, então McGonagall e
594
Slughorn concordaram em nos dar outra chance ‘de sermos civilizados’." Ele fez uma
careta.
"Sim, tudo bem." Potter acenou com a cabeça. Ele parou de se mover e coçou a
cabeça, sem jeito, "Há outra coisa..."
Black ergueu os olhos. Seus braços estavam cruzados sobre o corpo, mas não de uma
forma desafiadora - mais como se estivesse se protegendo.
"O que?"
“Regulus, quando Lily o petrificou, ele caiu e tivemos que colocá-lo em um assento.
Ele arregaçou as mangas para o duelo, e quando eu o estava movendo, eu vi... eu vi...
em seu braço... "
"Prongs?" Sirius estava encarando seu amigo com tanto ardor nos olhos que suas
pupilas se transformaram chamas gêmeas - ele parecia desesperado, como se desejasse
que James não contasse a ele.
Peter fez um barulho e sentou-se com força na cama. Remus mordeu o lábio e ficou
parado, porque ele não conseguia pensar em mais nada para fazer que não parecesse
suspeito.
Sirius engoliu em seco – Lupin pôde ver seu pomo de adão se movendo - então olhou
para baixo, e então de volta para James. Agora ele parecia desafiador. O moreno deu
de ombros novamente, o que provavelmente era para ser casual, exceto que ele ainda
estava se abraçando, então apenas parecia petulante, e jogou seu cabelo.
595
"Bem." Disse "Suponho que saibamos como minha família passou o verão, então.
Ótimo. Isso é bom. Ele escolheu seu lado. Eu escolhi o meu. " E acenou com a cabeça,
como se concordasse consigo mesmo. "Ótimo." Repetiu.
"Padfoot," James estendeu a mão para o amigo, "Estou com raiva de Reg, ok? Eu
não... não tem nada a ver com você, todo mundo sabe que você não é um deles. "
"Eu sei." Sirius respondeu, quase violentamente. "Está bem." Ele apertou as mãos com
mais força sobre os braços e Remus se sentiu tonto com a vontade de correr e envolver
seus próprios braços ao redor dele. "Evans está bem?"
"Sim, ela está." James disse "Quer dizer, acho que ela se machucou, mas ... bem, ela é
mais durona do que eu. Age melhor sob pressão. ”
"Eu deixaria isso pra lá, cara," Potter balançou a cabeça. "McGonagall e Slughorn
sabem de tudo agora, você só vai piorar as coisas."
"Nem tudo," James admitiu, "Não sobre a marca, eu queria deixar isso para você
decidir..."
"...Ok." Black olhou para baixo novamente. Eles ficaram todos em silêncio por um
longo tempo, antes de James tentar de novo, heroicamente.
596
James estava fazendo o que costumava fazer – assumir a liderança, avaliar e gerenciar
a situação de Sirius - mas aquilo estava fora de seu controle. Ele não tinha certeza do
que fazer. Remus gostaria de poder contar a ele, telepaticamente; sabia exatamente a
coisa certa a se fazer. Mas era uma má ideia. Não havia necessidade de adicionar seus
próprios absurdos à pilha de problemas. Simplesmente teria que esperar.
O moreno puxou a cortina e - após uma rápida olhada nas outras camas - Remus subiu
o mais ordenadamente que pôde. Lá dentro estava escuro como breu, mas ainda podia
ver o contorno quente de Sirius, ajoelhado diante dele. Ele mexeu sua varinha.
“Sonoro Quiescis”
"James não está dormindo ainda," Avisou, "Você tem certeza que me quer--"
597
"Sim," Sirius respondeu, "Por favor, fique, só um pouco." Ele estendeu a mão e
agarrou a mão de Lupin, apertando-a. Remus cedeu e finalmente colocou os braços
em volta do moreno, puxando-o para mais perto. Foi um alívio imenso.
"Eu sei."
"Eu não posso acreditar... eu sei que é estúpido, eu deveria ter sabido o tempo todo
que ele iria, mas... eu não sei, acho que só esperava que ele..."
"Sim." Murmurou. “Eu duvido que tenha ido tão longe com Reg. Ele sempre foi ... ele
sempre quis isso mais do que eu. Todo o circo; a aprovação de nossos pais, o respeito
que você recebe dos puro-sangue apenas por ser um Blak. Gostamos de ser populares
e poderosos. Só isso que faz sentido. É por isso que somos todos da sonserina. "
"Não, eu não sou." Sirius exalou, trêmulo, "Eu costumava pensar .."
"O que?"
598
“Eu costumava pensar... talvez não fui classificado na Grifinória porque sou corajoso,
ou cavalheiro, como James. Talvez eu simplesmente não tenha sido bem-vindo na
Sonserina porque não tenho a ambição. "
"Ambição?!" O encarou, "Sirius, o que Reg está fazendo, não é ... não é nada para se
orgulhar. É covardia; ele está fazendo exatamente o que foi criado para fazer, sem
pensar, sem questionar"
"Sim, mas…"
“Moony…”
"Mesmo." Remus disse isso com tanta seriedade que fez Sirius parar.
"Obrigado." Black sorriu. Ele estendeu a mão novamente, puxando o tecido da calça
do pijama de Remus e respirando ruidosamente. “Achei que ficar quieto sobre você e
eu seria a coisa mais difícil deste ano”, disse, “esqueci a estúpida guerra”.
"É." Remus não tinha certeza de como responder. Ele gostaria de poder esquecer a
guerra também. Sirius o olhou, sentindo sua inquietação,
“Ainda é difícil.” Ele disse, "Manter isso quieto", seus dedos continuaram brincando
com o limite da calça de Lupin. “Eu sinto que estamos tão distantes, quando os outros
estão por perto.”
599
"Eu não deveria ficar muito confortável," Remus bocejou, "É melhor eu voltar para a
minha cama."
"Ok." No entanto, seus olhos estavam muito pesados. Estava em perigo real de
adormecer.
"Remus?"
"Hm."
“Er ...” Talvez agora fosse o momento certo. Ele não gostava de trazer à tona a família
Black, mas, afinal, não se tratava de Regulus ou Walburga. "Eu poderia te contar
sobre algo que fiz no meu segundo ano, se você não ficar com raiva..."
“Prometa que não vai ficar com raiva. É um pouco ... bem, lembre-se que eu tinha
treze anos e só queria ajudar.”
“Narcissa,” ele disse, “eu hum ... Eu dei a ela a ideia de usar o voto perpétuo. Você
sabe, para sair do noivado.”
O noivado, não o seu noivado, porque aquilo ainda era muito doloroso.
Sirius estava quieto. Remus mordeu o lábio e virou a cabeça no travesseiro para dar
uma olhada em seu rosto. "Eu realmente sinto muito por interferir..., mas você me deu
600
aquele feitiço de leitura, e você era tão... Eu só pensei que você era tão incrível,
inteligente e corajoso que queria fazer algo para ajudá-lo uma vez."
"Eu, er ... não, não queria. No começo, eu não queria me gabar disso. Então, tanto
tempo havia passado que simplesmente não parecia valer a pena. "
"Ainda é." Sirius bufou. "Todos eles são assustadores para cacete."
"Não pense nisso agora," Remus o repreendeu, "ou terei que animá-lo de novo e não
consigo pensar em mais segredos esta noite."
"Safado."
601
Capítulo 121: Sétimo ano: Comprando
penas
"Sete anos. Sete anos nesta escola. E eu não aprendi nada.” Remus disse, enquanto
procurava freneticamente pela passagem certa em seus livros de História.
Haviam doze deles abertos, atualmente, e ele não conseguia se lembrar qual deles
possuía o melhor contra-argumento para o Ato de Realocação das Pixies de 1382. Sete
dos livros estavam abertos na mesa à sua frente, ocupando quase todo o espaço. Mais
cinco pairaram no ar, ao nível dos olhos para que pudesse verificar as referências
enquanto seguia.
"Se você não aprendeu nada, que chance o resto de nós tem?" Christopher sorriu
pacificamente de seu lugar no chão. Ele estava sentado de pernas cruzadas, os livros
no tapete à sua frente.
"Ah, porque você foi realmente mal nos seus NOMs ..." Christopher resmungou
sarcasticamente.
602
“Perdi meu tinteiro...”
“Você devia comprar uma daquelas penas autotintadas. Podemos dar uma olhada em
Hogsmeade, no próximo fim de semana, se você quiser. ”
"Aqui, eu tenho um lápis, se for apenas para tomar notas ..." Christopher rastejou para
debaixo da mesa agora para encontrar sua mochila. Então, o mais velho se sentiu um
pouco culpado por ocupar todo o espaço.
"Desculpe." Disse, se afastando da loucura por um momento, "Está tudo bem. Tudo
ficará bem assim que colocarmos o grupo de estudo em funcionamento novamente...”
"Pelas bolas enrugadas de Merlin." Sirius disse, olhando para sua mesa. “Você não
pode ter tanto dever de casa depois da primeira semana?!”
Lupin olhou para cima enquanto escrevia. Sirius estava olhando para Christopher com
uma espécie de desdém entediado.
"Olá." Ele acenou e olhou para Remus, "Grupo de estudos, não é?"
603
"Não, apenas um estudo normal hoje" Explicou. “Mas eu estava dizendo que
deveríamos marcar uma reunião em breve - se as pessoas ainda quiserem.”
“Claro que querem!” Christopher disse, ansioso "Você conseguiu fazer metade de nós
passar pelos nossos NOMs no ano passado."
"Sim," Sirius disse, do nada. Ele parecia pensativo, o que era perigoso. “Sim, talvez eu
entre este ano. O que você acha, Prongs? "
"Bem, eu nunca saberei a menos que tente, não é? E você está sempre dizendo que é
um ano tão importante.’’
"E finalmente entrou na minha cabeça!" Sirius sorriu. Aquele sorriso de Sirius Black.
Mesmo com tudo entre eles agora, era completamente desarmante. "Além disso,"
Continuou, olhando para Christopher agora, "posso ser capaz de transmitir um pouco
da minha sabedoria."
Remus não discutiu mais. Já havia aprendido a lição - você não poderia dizer nada a
Black; só tinha que deixá-lo resolver por si mesmo. E sim, ele provavelmente queria
se juntar ao grupo de estudo porque Christopher estava nele. Mas afinal; Sirius
escolheu manter o relacionamento deles em segredo; Sirius estava optando por fingir
que realmente queria fazer o dever de casa. Remus simplesmente concordaria com
isso.
604
Nesse meio tempo, Lupin se sentia como se estivesse carregando todo o peso do
semestre nas costas, enquanto mancava. Ele não havia ficado tão sobrecarregado com
o currículo desde seu primeiro ano. Tudo parecia dez vezes mais envolvente do que no
ano anterior, e os requisitos para a redação eram, pelo menos, 25 centímetros mais
longos. De repente, se sentiu muito culpado por ter passado o verão inteiro relaxando
e agradando a si mesmo, enquanto o tempo passava.
Não pela primeira vez, Remus estava extremamente feliz por não ser mais um
monitor, já que passava quase todo o seu tempo se esquivando nas entranhas da
biblioteca, apertando os olhos para ler textos antigos com poeira nos cabelos. Ele
ficava lá durante as aulas livres, metade do intervalo para o almoço e, na maioria das
vezes, ainda estava lá até que Madame Pince o expulsasse.
Dessa maneira, ficou animado ao se encontrar com seu grupo de estudos novamente,
apenas por ter um pouco de companhia humana.
"Aí está você!" Christopher o encontrou do lado de fora da classe de Feitiços depois
das aulas de uma quinta-feira. O professor Flitwick teve a gentileza de lhe oferecer
sua sala por mais um ano.
(“Não tenho dúvidas de que um dia você terá sua própria sala de aula, jovem Lupin!”
O pequeno professor guinchou alegremente. Remus corou e não fez comentários. Um
dia seu segredo seria revelado; todos saberiam o porquê de não ser apto para ensinar
ou, até mesmo, de não poder frequentar uma escola, e então?)
"Aqui estou," Remus respondeu a Chris com um sorriso, "Você estava procurando por
mim?"
605
"Não particularmente, só não vi muito de você na semana passada. Nem mesmo na
sala comunal. ”
"Eu estive lá lendo por uma hora por noite", disse, "..., mas apenas depois da
biblioteca fechar." E antes que Sirius descesse bocejando a uma da manhã, dizendo
para ele ir para a cama.
"Eu gosto de estudar." Remus disse, com firmeza, desempacotando seus livros. Isso
não era exatamente uma mentira, mas sabia que parecia estar na defensiva.
A verdade era; ele sabia que estava trabalhando mais do que o necessário e por mais
horas. Porém, era melhor do que ficar acordado a noite toda se preocupando com os
vários outros problemas que o atormentavam. Ele ainda não tinha ouvido falar de
Grant - embora isso pudesse ser apenas os caprichos do correio trouxa. Não havia
pensado direito em sua mãe ainda, embora soubesse que realmente deveria. Houve
três relatos de ataques de lobisomem durante o verão, e uma prisão feita. No final das
contas, os NIEMs eram a única coisa que Remus achava que poderia realmente
enfrentar no momento.
E ele não achava que alguém realmente estivesse sentido sua falta, exatamente -
afinal, os outros estavam muito ocupados também. Lily e James possuíam uma série
de novas responsabilidades, além de seus NIEMs. Lily estava estudando Poções
Avançadas, James tinha o quadribol. Peter e Dorcas estavam terminando e voltando,
terminando e voltando, o que parecia mantê-lo bastante ocupado, e Marlene estava
trabalhando mais duro do que nunca na preparação para seus exames de admissão na
academia de curandeiros. Mary, é claro, tinha um novo namorado, o que a mantinha
ocupada.
606
"Você precisa de uma pausa." Christopher dizia, sentando-se ao seu lado, como o
segundo em comando. "Isso é tudo que estou dizendo."
Estava tudo bem para Christopher; ele era um sangue puro. Mesmo que não se
esforçasse tanto, provavelmente havia um trabalho ministerial confortável o esperando
quando terminasse a escola. Se Remus estudasse por todas as horas do dia e tirasse um
O em cada NIEM, ele ainda não via muito futuro além de trabalhos de meio período e
depender da ajuda de seus amigos. Isso se Greyback não o pegasse primeiro, ou se o
ministério não o prendesse.
Os outros alunos começaram a chegar, então puderam parar de falar sobre isso. Era
um grupo menor do que no ano passado, mas ainda assim uma boa dúzia. Você não
poderia esperar que todos aparecessem na primeira semana. Sirius veio, para a
surpresa de Remus e o deleite das garotas.
"Sente-se aqui, Sirius!" Martha Eriksson, uma lufana do quinto ano, acenou para ele.
“Olá a todos,” ele sorriu, olhando em volta, “É bom ter vocês de volta. Er. Devemos
começar escolhendo uma matéria? Alguém está tendo problemas com alguma coisa? "
Os alunos do quinto ano estavam passando por maus bocados com Astronomia, e
Christopher se ofereceu para guiá-los pelas teorias de Eudoxus sobre os movimentos
planetários. Três do sexto ano ficaram presos em um ensaio de História e os do
segundo queriam ajuda com Transfiguração.
"Ok," Remus disse para os do sexto ano, "Se vocês puderem esperar um pouco, vou
explicar Transfiguração para esses dois primeiro..."
607
"Eu posso fazer isso," disse Sirius, de repente.
Os dois alunos do segundo ano pareciam muito satisfeitos por ter Sirius Black, cuja
reputação de rebelde da escola e galã o perseguia, prestando atenção neles, embora
Martha Eriksson parecesse um pouco irritada.
A sessão, marcada para durar duas horas, correu muito bem, na opinião de Remus. Ele
tentou não pairar muito sobre Sirius, embora houvessem muitas risadas e barulho
vindo daquele canto da sala. No final, todos pareciam ter alcançado o que queriam, e o
moreno até ficou para ajudar a arrumar a sala.
"Você vai ficar bem aqui?" Christopher o perguntou "Eu deveria estar patrulhando
com Lily."
"Nós ficaremos bem." Sirius disse, com o que provavelmente pensou ser um sorriso
muito doce, mas estava beirando a loucura.
"Ok, bom." Christopher deu a ele um olhar arrogante, antes de retornar para Remus,
"Vejo você no sábado para comprar artigos de papelaria?"
"Ótimo, sim, encontro você na sala comunal depois do café da manhã." Lupin acenou
com a cabeça, ajudando Black a colocar uma mesa de volta no lugar.
"Até mais!"
Assim que a porta se fechou, Sirius parou o que estava fazendo e colocou as mãos nos
quadris, carrancudo.
608
"Você vai para Hogsmeade com ele?!"
"Eu disse que iria." Franziu a testa, surpreso, “Eu preciso de uma pena nova. Qual é o
problema? Eu posso encontrar vocês depois de comprarmos penas, não posso? "
“Não estaríamos sozinhos, James e Peter estariam lá. Não é como se eu estivesse
tirando algo de você. "
"Você pode se juntar a mim e a Christopher, se quiser." Respondeu. Sirius fez uma
careta.
“Você precisa de penas também. A única razão pela qual eu continuo ficando sem é
porque você rouba todas as minhas. "
"Mas Moony..."
"Claro que não." Sirius balançou a cabeça e voltou para as mesas, usando sua varinha
para colocar tudo em ordem. Ele suspirou profundamente, "Eu irei comprar artigos de
papelaria, então."
609
"Eu não vou ao Madame Puddifoot's." Sirius disse sombriamente, uma pitada de
humor voltando ao seu rosto. Remus sorriu e deu um tapa no ombro dele.
"Como se pudesse." Black pegou seu pulso e o puxou para mais perto, beijando-o com
força nos lábios.
Oh, Remus pensou, não fazemos isso há um tempo. Então, se sentiu realmente
culpado. Talvez Sirius estivesse certo - ele estivera tão atarefado que negligenciou a
única coisa que poderia ter tornado tudo um pouco mais suportável.
***
"Você enfeitiçou suas malditas cortinas para permanecerem fechadas, seu lunático?!"
A voz de James acordou Remus e Sirius no sábado da viagem a Hogsmeade.
Lupin se endireitou, os olhos arregalados. Ele olhou para as cortinas, que tremiam
enquanto James tentava entrar. Sirius fez uma abordagem mais casual, rolando
lentamente e gemendo,
610
“Hogsmeade hoje, lembre-se! Sala comunal às dez em ponto. "
Remus exalou. Ele apertou a mão contra o peito, sentindo o coração batendo forte, e
desejou que se acalmasse.
"Cristo." Respirou.
"Um pouco nervoso aí, Moony?" Sirius sorriu, rolando de costas e esticando os braços
sobre a cabeça.
"Você e James têm problemas de limites." Remus tirou o edredom pesado de cima de
si.
Os dois tomaram banho, se vestiram e correram para o Salão Principal, bem a tempo
para as últimas migalhas de torrada e algumas colheradas de mingau.
"Eu esperava isso de Black, mas não é típico de você perder uma refeição, Remus,"
comentou Lily, folheando seu exemplar do Profeta Diário.
"Fiquei lendo até tarde." Disse Remus. “Eu posso dormir até mais tarde em um
sábado, se eu quiser...”
611
"Não estava dizendo que você não podia." Ela resmungou, como se ele estivesse
sendo excessivamente sensível. Então, a menina abaixou o jornal “Eu estava
patrulhando com Christopher Barley ontem à noite. Ele mencionou que vocês iriam
para Hogsmeade juntos hoje... ”
"Mmph?" Remus olhou para ela sem mastigar, a boca cheia de torradas e mel.
Que porra é essa? Todos estavam olhando-o de repente, com vários graus de
curiosidade divertida. Ele engoliu em seco. "Sim. Só para o Scrivenshaft, preciso de
uma nova pena. ”
“Ah, vamos lá,” ela sorriu, “Chris é definitivamente ... você sabe, ‘daquele jeito'. Ele é
tão excêntrico."
"Ele é?" Remus perguntou, desconfortável. “Eu não tinha percebido. Estamos apenas
comprando penas, nada mais. ”
"Merlin, deixe-o em paz, sim?!" Sirius disse, calorosamente, olhando para as duas
garotas, "Só porque Christopher é... tanto faz, não significa que Moony
automaticamente terá que sair com ele. Ele não está tão desesperado. "
"Ei," Remus disse, aliviado pela interrupção, "Quem disse que estou desesperado?!"
"Exatamente." Black acenou com a cabeça, “Vê? Ele não está interessado.”
612
"Ah, mas Chris é muito legal", disse Lily, "pensei que vocês seriam um bom casal.
Interesses semelhantes e outras coisas.”
“Talvez Moony não queira sair com alguém parecido.” Sirius interrompeu, largando
sua caneca de café com um pouco mais de força do que o necessário.
Remus, disfarçadamente, colocou a mão no joelho dele sob a mesa, esperando acalmá-
lo. Sirius o olhou, então encarou seu prato. Felizmente, ele entendeu a mensagem.
“Você não pode deixar coisas assim te incomodarem.” Remus sussurrou no caminho
de volta para a sala comunal, assim que os outros estavam fora do alcance de sua voz.
"Sim, mas você precisa aprender a ser mais sutil se quisermos ..."
"Ah, estamos de volta a isso, então." O moreno suspirou pesadamente, "Me desculpe,
eu não sou tão bom em todas essas besteiras de mentiras que nem você."
"O que?!" Remus o encarou. Sirius enfiou as mãos nos bolsos e murmurou,
"Tudo ok?" Lily diminuiu a velocidade, quando James e Sirius começaram a tagarelar
animadamente à frente deles.
"Sim." Respondeu.
Estava de mau humor agora. Quem Sirius pensava que era, reclamando sobre como
era difícil manter segredos, quando fora tudo ideia dele manter o relacionamento em
segredo?! Deveria simplesmente sair com Chris e ignorar Sirius pelo resto do dia -
isso serviria para ele.
613
"Hm?"
“Sirius,” Lily acenou com a cabeça para os dois garotos de cabelo preto na frente,
“Ele está sendo um idiota? Porque eu darei permissão a James para esbofeteá-lo, se
ele estiver agindo de forma estranha sobre você ser... "
“Ah, não, nada disso,” Remus acenou com a mão e forçou um sorriso, “Foi outra
coisa. Coisas estúpidas, não se preocupe. "
“Sim,” Chris acenou com a cabeça, animado, “Eu tenho uma lista de livros que
gostaria de procurar também - se estiver tudo bem por você? Quero dizer, se você
tiver tempo, antes de ter que encontrar seus amigos... ”
"Você também é meu amigo, Chris." Remus disse, esperando que Sirius estivesse
ouvido.
Era um dia agradável, ensolarado para o final de setembro, com apenas um leve frio
no ar, o que significa que, até o momento em que os alunos chegassem à aldeia, a
maioria deles estaria com calor o suficiente para remover suas capas pesadas. Remus
manteve o sua, porque raramente tirava qualquer roupa, mas Chris tirou os casacos
quando chegaram à primeira fileira de lojas,
"Ooooh, olhe para ele!" Um assobio soou atrás deles. Os dois se viraram para ver
Bartô Crouch e Regulus Black não muito longe, ambos rindo maldosamente.
"Ignore-os." Chris murmurou, "Eles estão na minha aula de Poções, são idiotas."
Eles passaram algumas horas agradáveis juntos, sem serem incomodados por
ninguém. Remus comprou uma das penas auto-entintadas elegantes, bem como uma
614
comum como reserva. Em seguida, foram à livraria e Christopher comprou tantos
livros que teve de fazer um feitiço de peso na bolsa para conseguir carregar tudo de
volta.
"Meu baú já está quase cheio," ele riu, "Com todos os livros trouxas que trouxe
comigo. Você leu Other Voices, Other Rooms? ”
Tudo estava indo muito bem, até que eles decidiram ir para o Três Vassouras como
parada final. Remus estava quase com vontade de perdoar Sirius agora, tendo se
acalmado, embora estivesse um pouco apreensivo por ver os outros com Christopher.
"Lily disse que você contou a ela sobre nossa vinda para Hogsmeade..." ele disse,
casualmente. Christopher franziu a testa,
"Você sabe que ela é uma das minhas melhores amigas", disse Remus, esperando não
soar muito como se estivesse acusando Chris de qualquer coisa, "Então ... ela sabe que
eu sou gay ..."
"Mm, ela sabe sobre mim também." Christopher disse. “Ou eu suponho que ela
percebeu. A maioria das pessoas descobriu antes de mim, eu acho. Lily é uma garota
muito legal, no entanto. "
"Sim, certo," Assentiu. "O problema é que eu acho que ela pensou que isso era ... hum
... sabe, como se estivéssemos indo para Hogsmeade juntos. Então ... apenas, se
virmos meus amigos, eles podem parecer um pouco engraçados. ”
“Oh,” Chris disse, parecendo confuso, “Er ... ok? Você prefere não ir ao pub, caso eles
estejam lá? ”
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"Não!" Remus disse, rapidamente - ele sabia que estava causando um estardalhaço
desnecessário ao se explicar, "Eu só quis dizer ..."
"Lá vem eles!" Aquela voz maldosa os interrompeu novamente. Haviam acabado de
dobrar uma esquina e encontraram seu caminho bloqueado pelos dois sonserinos do
sexto ano.
"Ah, vai a merda, ta?" Remus suspirou, impaciente. "Vá e encontre outra pessoa para
irritar."
Chris ficou vermelho e olhou para os pés. Em um acesso de raiva, Remus retirou sua
varinha e adotou uma postura de duelo.
"Cai fora, Black!" Ele gritou "Ou direi à mamãe que você ainda joga quadribol!"
"Sim", outra voz surgiu, "E vou contar a todos os seus amigos assustadores como você
molhou a cama até os dez anos!" Sirius apareceu no ombro de Remus, o fazendo rir.
"Isso é verdade?"
"Sim."
"Cale a boca!" Regulus explodiu, com raiva. Ele não ficava vermelho quando estava
envergonhado, mas ficou um pouco mais pálido. “Flagrante! ”
"O que você vai fazer, me dar detenção?" Sirius riu, "Estou tremendo nas minhas
botas. Corra, irmãozinho. ”
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Regulus cerrou os punhos.
"Você não é meu irmão!" Ele cuspiu enquanto virava e se afastava, Barty o seguindo,
parecendo irritado por não ter se divertido.
"Me serve bem." Sirius disse baixinho, entre respirações. Ele se virou para Remus e
Chris, "Três vassouras?"
617
Capítulo 122: Sétimo ano: O cérebro do
crime
Não poderia ser uma coincidência que Sirius tivesse aparecido exatamente no
momento certo, mas Remus esteve tão aliviado no momento, que decidiu não tocar no
assunto. Black estava sendo tão amigável com Chris, e Remus não queria começar
nenhum tipo de discussão. O que quer que tenha acontecido naquela manhã fora
claramente ao acaso; estava tudo bem, todos estavam felizes.
“Eu não posso acreditar que ele ainda tenha permissão para ser um monitor.” Lily
disse, ferozmente, quando soube o que havia acontecido com Regulus. "Ele está pior
do que nunca este ano - e não me fale sobre o garoto Crouch, ele me dá arrepios." Ela
estremeceu visivelmente, e James colocou um braço galante em volta dela.
Eles não mencionaram o que Regulus realmente disse durante a discussão, a pedido de
Chris. Ainda assim, ele parecia um pouco sobrecarregado, sentado com todos os
quatro marotos e a monitora-chefe no Três vassouras. O próprio círculo social de
Christopher era muito pequeno e geralmente muito mais silencioso.
"Devia lhes ensinar uma lição," disse Sirius, sinalizando para Rosmerta trazer outra
rodada de cerveja amanteigada.
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"Não fazemos uma pegadinha há anos," Peter acrescentou, os olhos brilhando, "Não
desde ... er ..."
"É melhor se você apenas cobrir seus ouvidos, Christopher," Lily aconselhou
ironicamente, "Não há como pará-los uma vez que estejam no modo de
planejamento."
Remus mostrou a língua para a ruiva. Era verdade; ele já estava começando a sentir
aquele friozinho na barriga que sempre sentia quando os marotos embarcavam em
uma nova missão.
"Vocês não machucariam ninguém ... machucariam?" Chris olhou ansiosamente para
Sirius e James, que estavam fazendo sua comunicação telepática, sorrindo um para o
outro como loucos e balançando as sobrancelhas.
"Como você ousa." Respondeu, sorrindo, “Todo mundo sabe que vocês três me que
levaram para o mal caminho. De qualquer forma, é o sétimo ano e já fizemos tudo o
que havia para ser feito.”
“Tenha um pouco de imaginação!” James disse "Não acredito que estou ouvindo isso
do garoto que literalmente mudou o tempo apenas para dar uma risada."
"Quando você tinha onze anos," Sirius disse, "Você organizou sozinho um ataque de
pó de coceira em escala máxima aos meninos da Sonserina."
619
"E!" Peter acrescentou, saltando de entusiasmo ‘’Foi você quem aperfeiçoou o feitiço
de expansão do sabão quando explodimos todos os vasos sanitários no segundo ano."
“Ok, sim, eu ajudei com isso ..., mas foi um esforço de equipe!”
"Remus, não foi você quem inventou aquele feitiço de troca de palavras para impedir
os sonserinos de usar insultos?" Lily perguntou, sorrindo docemente em sua direção, a
língua entre os dentes.
“Não fui eu que inventei.” Remus disse, "Eu só ... er ... fiz a pesquisa."
"Viu." James disse a Christopher. “Moony é o nosso cérebro do crime. Sem ele, não
seríamos as lendas que somos hoje.”
“Isso significa que você vai nos ajudar com outra pegadinha?”
"...Sim."
“Eu também vou ajudar!” Chris disse, de repente, parecendo mais feliz do que antes.
"Ah, pelo amor de Deus." Lily gemeu. “Suponho que seja melhor alguém monitorar
vocês, mesmo que seja apenas por questões de saúde e segurança ... Estou dentro.”
Remus sorriu de volta para todos eles, tentando ignorar a sensação de ansiedade
crescendo em seu peito.
***
620
Segunda-feira, 3 de outubro de 1977
Caro Remus,
Desculpa não ter respondido antes, ‘tava muito ocupado. Também sinto muito pela
minha escrita ruim. Estou no pub da minha tia Val em Hove e é muito bom. Ela está
me deixando trabalhar aqui e ficar em seu quarto de hóspedes, mas vou me mudar
quando tiver algum dinheiro guardado. Espero que você venha me ver quando puder.
Você pode me ligar no número no final da página, se quiser.
Espero que a escola esteja ok. Espero que Syri Sirus Siry, seu amigo de cabelo
comprido, esteja cuidando de você tão bem quanto você cuidou de mim.
P.S. Você viu que Marc Bolan morreu? Foi um acidente de carro. Pensei em você
quando ouvi e esperava que não tivesse muito triste.
“O cantor do T.Rex.”
621
"Ah sim! Não era aquela banda trouxa pela qual vocês dois foram obcecados no
primeiro ano? "
“Ei.” Sirius disse, cutucando-a com o cotovelo. “Mas, essa é uma notícia realmente
péssima. Ei, eu sei o que deveríamos d- "
"O que?" Ele falsificou sua expressão mais inocente. Lily não se deixou enganar.
"Sem festas."
"Eu vou te dizer o que eu disse a James." Ela balançou a cabeça, "Fazer festas de
aniversários está tudo bem, mas não durante os exames e não tão no início do ano!"
"Desculpe, cara, eu concordei com isso ... você sabe monitor-chefe e tudo ..."
"Tudo bem, acalme-se ..." Lily se levantou. "Estou deixando você comemorar o seu
aniversário, não é? Deixe James em paz.”
"Poções." Ela respondeu "Quero chegar cedo para perguntar algo a Slughorn."
622
"Vou acompanhá-la." Potter se levantou também, ansioso. Sirius franziu a testa, mas
James não percebeu. Ele pegou a mão de Lily e disse, sem desviar o olhar dela, "Vejo
você depois, Pads? E até o almoço, Moony... ”
Sirius ficou olhando para o casal enquanto eles saíam do salão, as cabeças inclinadas
perto enquanto conversavam alegremente.
"O que?" Remus passou manteiga em sua torrada e refletiu sobre os méritos de mel
versus geleia.
“Essa hora, no ano passado, ele teria sido totalmente a favor. É ela."
"Nossa," Mary riu, "Eu sei o que há de errado com você, Sr. Black."
“Não há nada de errado comigo, eu sou o mesmo que sempre fui, é ...”
"Exatamente!" Ela arqueou a sobrancelha para ele, “Você nunca muda. Você está com
ciúmes."
“Pfft.” Sirius cruzou os braços e se ajeitou na cadeira. Suas pernas se esticaram sob a
mesa e bateram nas de Remus. "Como se eu tivesse ciúme dele."
"Não de James," Mary revirou os olhos, "Você está com ciúmes de Lily. Ela levou seu
melhor amigo embora e agora você está se sentindo negligenciado, certo? "
Black ficou muito quieto. Ele olhou para baixo e depois para Mary.
623
“Não.” Ele disse, muito ferozmente, levantando-se. "Eu estou indo para Poções." Ele
murmurou, afastando-se da mesa do café da manhã. Mary suspirou profundamente, do
jeito que as meninas faziam quando achavam que os garotos estavam sendo
particularmente estúpidos.
Remus encolheu os ombros. Ele só queria tomar seu café da manhã em paz. Mary
resmungou para ele também. "Rapazes." Ela disse, exasperada “Aleijados emocionais,
todos vocês. Certo, eu tenho uma folga esta manhã, indo para a biblioteca. Vocês
querem?"
Não pode deixar de sentir que ele, Remus, deveria ser capaz de fazer algo para animar
Sirius. Afinal, ele havia feito coisas mais loucas antes. Mas o que fazer...
Para se distrair, ele releu a carta de Grant enquanto terminava de comer e, em seguida,
escreveu uma resposta rápida.
Caro Grant,
Obrigado pela sua carta. Estou tão feliz que tudo está indo bem com sua tia.
Eu adoraria ir vê-lo no Natal, se não então, talvez durante o verão. Tentarei ligar
assim que puder - espero que no primeiro fim de semana de novembro.
624
Que notícia ruim sobre Bolan! Obrigado por me dizer, não recebemos essas notícias
aqui.
Me responda logo,
Remus
Enviaria para os Potters primeiro. Porém, isso não resolvia o problema de Sirius.
Estava com uma sensação tão forte de que precisava fazer algo - um gesto. Não
exatamente romântico, mas ... dramático. Ele queria fazer algo sozinho, algo que
deixasse Sirius orgulhoso dele. Isso não era segredo, Remus disse a si mesmo; não no
sentido usual. Seria uma surpresa. Um presente. Mas o que?!
Assim que Remus estava se levantando para deixar o corredor, Emmeline Vance
passou flutuando em uma névoa de perfume doce e cabelos loiros. Algo clicou no
cérebro de Lupin e ele correu para alcançá-la,
***
Levou toda a semana entre as aulas e os deveres de casa, mas Remus finalmente o
resolveu a tempo para a manhã de sexta-feira. Era um pouco louco - razão pela qual
não havia contado a ninguém sobre isso. Eles poderiam achar que seria um pouco
estranho ir tão longe só para animar Black. Porém, valia tanto a pena, fazer Sirius
feliz.
As instruções de Emmeline foram relativamente claras, mas Remus fez alguns de seus
próprios ajustes para garantir. Ele a pagou com o resto de seus cigarros e jurou manter
segredo, embora ela tivesse dito que não contaria de qualquer maneira, porque gostou
muito da ideia - ela amava Marc Bolan também. Os próximos dias se passaram com o
625
trabalho preliminar na biblioteca, escondido em sua escrivaninha favorita perto de
uma das janelas dos fundos, onde a luz era boa.
Sexta de manhã, acordou cedo - até mesmo mais cedo do que James - pegou
emprestada a capa da invisibilidade e se certificou de que tudo estava no lugar. Ele fez
uma anotação mental para melhorar a configuração de seus feitiços de tempo enquanto
bocejava pelos corredores, tocando em cada retrato, estátua e armadura com sua
varinha.
“Vejo você em Feitiços!” Ele disse enquanto saia pelo buraco do retrato. Remus
endireitou-se e ouviu atentamente.
Silêncio ... passos ... James assobiando ... então ... sim! A mulher gorda começou a
cantar em um falsete agudo.
626
O resto da manhã foi um delicioso caos. Cada retrato no castelo começou a cantar
‘Ride a White Swan’, repetidamente - e não apenas os retratos. Cada rádio,
gramofone, toca-discos, estátua - qualquer coisa que pudesse fazer barulho agora
estava tocando o maior sucesso de Marc Bolan.
A melhor parte é que a maioria dos alunos nascidos trouxas cantavam junto, já que era
uma música cativante.
No final, o barulho estava tão ruim, que McGonagall anunciou que as aulas seriam
canceladas durante o dia, enquanto os professores decidiam como parar a cantoria -
Remus havia adicionado uma medida de segurança que significava que ‘Silencio’
apenas resultaria em um aumento de volume.
"Quem você acha que fez isso?" Peter perguntou, animado à mesa do café da manhã.
No fundo, algumas garotas do sexto ano cantavam junto com o barítono metálico das
armaduras.
"Quem?!"
627
"Prongs, obviamente!" Black respondeu, "Provavelmente tentando me compensar,
sobre a festa."
“Caramba”, disse Mary, “James? Sozinho?" Ela parecia cética. A boa e velha Mary.
“Incrível, certo?” Sirius continuou dizendo "Eu nem pensei que Prongs conhecesse
alguma música do T-Rex!"
"O que se passa com você?" Mary o cutucou "Achei que você gostasse de T-rex!"
"Eu gosto." Respondeu, com os lábios apertados e levantou-se. “Se as aulas foram
canceladas, acho que vou colocar alguns deveres de casa em dia.”
"Não estou no humor." E saiu rapidamente, antes que seu aborrecimento se tornasse
muito óbvio.
Ele foi à biblioteca, é claro (era o único lugar silencioso do castelo), mas não
conseguia se concentrar em nada - além disso, alguém ousara se sentar em seu assento
favorito. Eram apenas dois alunos do segundo ano, da Grifinória também - se ele
quisesse jogar a carta de ser um Maroto, poderia facilmente fazê-los sair. Porém,
estava com vontade de sofrer em silêncio, então escolheu uma mesa menor.
Alguém havia esculpido algo na madeira - quem sabe há quanto tempo, tudo neste
castelo maldito era tão antigo. Era um poema - algumas linhas de um doggerel
adolescente.
628
Nunca beije seu amante no portão do jardim
Ergueu os olhos para ver Sirius caminhando em sua direção, movendo-se suavemente
entre as grandes mesas de estudo. Um grupo de garotas sentadas atrás de si deu uma
risadinha ruidosa. Remus se afundou ainda mais em sua cadeira, cruzando os braços.
"Estou ocupado." Ele grunhiu, abrindo o livro mais próximo em uma página aleatória.
"Mm, você parece." Black agarrou uma cadeira, girou-a e sentou, cruzando os braços
nas costas do assento e apoiando o queixo, olhando para Remus daquele jeito irritante,
com aquele sorriso irritante.
Remus encolheu os ombros e Sirius bufou, "Seu idiota, por que você simplesmente
não disse?!"
"Ok…"
"Cai fora." Remus estava começando a sorrir. Ele odiava que Sirius sempre pudesse
fazer isso. O moreno deu um pequeno suspiro.
629
"Sabe, Moony, se você insiste em ser tão reservado o tempo todo, alguns mal-
entendidos vão acontecer..."
"Eu sei." Remus se sentiu desconfortável. Não estava acostumado com Sirius sendo o
mais lógico. "Desculpe." Seus ombros afundaram e ele olhou para baixo
nervosamente. "Você gostou?"
"Claro que sim, seu idiota!" Sirius exclamou, batendo a mão na mesa. "É incrível,
Remus. Obrigada. Eu...” Sirius se tornou levemente rosa, “Eu realmente amei. ”
"Cala a boca" Se sentiu corar. Estava ainda mais difícil não sorrir, todos os músculos
de seu rosto conspiravam contra ele.
630
Capítulo 123: Sétimo ano: Escuridão incide
“Acho que há algo interessante na ideia da mudança de cor.” James balbuciou, usando
sua taça para gesticular descontroladamente. Felizmente, estava vazia e nada havia
sido derramado.
"Nah, é muito óbvio," Sirius balançou a cabeça, tão bêbado quanto Potter, mas se
comportando muito bem, pela primeira vez.
"Além disso," Lily bocejou, de onde estava sentada no chão, a cabeça contra o joelho
de James. “O que mudaríamos? Suas vestes? "
"O dormitório inteiro deles!" Mary sugeriu, a única que ainda estava dançando,
mexendo os braços lentamente sobre a cabeça e girando os quadris ao som de uma
música sensual de Nina Simone. “Uma reforma completa! Rosa brilhante!"
"Mas por que rosa?" Sirius disse, "Algumas pessoas podem gostar de rosa."
"Ha, diga por você, Black!" Marlene fez uma careta para o moreno. Ela estava sentada
de cabeça para baixo em uma poltrona, as pernas balançando nas costas da cadeira, os
longos cabelos loiros tocando o chão. Seus olhos estavam fixos em Mary se movendo
em frente à lareira.
631
"Mas como poderíamos conseguir suas vestes?" Peter perguntou, brincando com o
rótulo de sua garrafa de cerveja: “Tivemos o mesmo problema no primeiro ano,
lembra? Com o pó para coceira.”
"Ah, sim," James assentiu, "Isso mesmo - era mais fácil entrar furtivamente na sala
comunal do que descobrir como os elfos domésticos organizam a lavanderia...’’
"Não nos faça perguntas e não contaremos mentiras, McKinnon." Sirius piscou para
ela. O moreno também estava observando Mary dançar, seus olhos brilhando por
conta da embriaguez. “De qualquer forma, decidimos não fazer isso.”
"Não, não é mais", Peter jogou uma almofada nele. Black jogou uma de volta, então
James lançou outra, e logo todos estavam bêbados jogando almofadas para frente e
para trás, rindo estupidamente.
"Certo," Marlene riu, depois de desviar de uma almofada grande e redonda de veludo,
"Estou indo para a cama." Ela colocou as mãos no tapete e jogou-se para frente,
levantando de forma equilibrada. A loira bateu em seus jeans, um pouco vacilante em
seus pés, então se dirigiu para o dormitório feminino.
"Nãooo," Mary agarrou-a pela cintura, "Não vá, Marls, dance comigo!"
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"Tenho certeza de que um dos meninos dançará com você." Respondeu brevemente,
"Boa noite, todos!"
"Boa noite!" Eles responderam em coro. Remus vagamente se perguntou o que estava
acontecendo entre as duas melhores amigas, mas estava bêbado e com sono demais
para pensar nisso por muito tempo.
"Acho que vou subir também." Christopher já estava de pé, como se estivesse
esperando que outra pessoa admitisse a derrota para que não fosse o primeiro. “Mas
não decidam nada sem mim!”
“Eu realmente não acho que alguém vá conseguir formular um plano esta noite.” Lily
bocejou novamente. "Vejo você amanhã, Chris."
"Boa noite." O menino mais novo acenou para todos com seu jeito desajeitado e
alegre.
"Se ninguém quiser dançar comigo", suspirou Mary, movendo-se para desligar o toca-
discos, "acho que é melhor dormir um pouco de sono de beleza também."
"E eu-" Lily estava se levantando, quando James a puxou para seu colo, abraçando-a.
“Mmm ...” Ela se enrolou nele, sonolenta, e os dois se tornaram uma unidade,
encasulados na grande poltrona de couro. Remus piscou com os olhos turvos e
maravilhou-se mais uma vez por eles terem caçoado James por anos sobre sua certeza
de que ele e Lily foram feitos um para o outro. Engraçado como as coisas
funcionavam.
“Absolutamente obsceno.” Sirius resmungou, fazendo uma careta para o casal. "Bem,
se é assim que a festa está, vou seguir o exemplo de Wormtail ... vem, Moony?"
633
"Sim." Remus se levantou do sofá que estavam compartilhando (mantendo uma
distância educada e discreta, como fizeram a noite toda).
Os dois seguiram Peter e descobriram que ele estava trancado no banheiro, escovando
os dentes ruidosamente e gargarejando. Remus se sentia exausto e sentou-se na ponta
da cama para esperar, bocejando e esfregando os olhos.
"Bom."
"Má ideia, Padfoot, especialmente se James ainda não voltou. De qualquer forma,
estou exausto. " Ele bocejou novamente, como se para provar seu ponto, "Outra hora."
Isso era uma pequena mentira. Depois de muitos quase acidentes, Remus estava
tentando limitar a quantidade de tempo que passava na cama de Sirius. Parecia tão
sorrateiro e desonesto.
"Outra hora." Sirius suspirou. "Só ... é meu aniversário, e eu mal vi você."
“Eu estive aqui o dia todo!” Isso era verdade, é claro - mas também era uma verdade
para todos os marotos e para Lily.
Remus sabia, mas não possuía uma resposta que agradaria a Sirius. Esse mesmo
problema continuava surgindo e, francamente, estava ficando cansado disso.
Especialmente porque não havia maneira de resolve-lo até que o outro finalmente se
decidisse. Cansado e ficando mais irritado a cada segundo, Remus se levantou e
começou a vestir o pijama rapidamente.
634
Sirius ficou de pé e se aproximou dele, cruzando o feixe de luz da lua que marcava o
piso antigo. "Você não está me evitando, está?" Perguntou.
"Não!" Remus murmurou, "Estou apenas ocupado. Eu tenho um monte de coisas para
fazer”. Se havia dito isso uma vez, poderia dizer mais mil vezes.
"Ok." O moreno disse, lentamente. "Apenas, você sabe. Lily e James também estão
ocupados, mas ainda parecem encontrar tempo para... ”
“Mas não somos Lily e James, somos ?!” Lupin ergueu a sobrancelha. Honestamente.
"Não mas-"
"Essa foi sua decisão." Disse enquanto abotoava sua camisola. “O que foi que você
disse? Que não queria ‘gritar aos quatro ventos’. Achei que você queria assim.”
“Você disse que precisava de tempo. Eu estou dando a você. Mas você não pode
continuar reclamando disso. "
Sirius recuou. Então soube que havia vencido, mas não havia alegria na vitória.
Felizmente, Peter escolheu aquele momento para sair do banheiro. Ele foi direto para
sua cama, de cabeça baixa, acenando uma mão preguiçosa para eles,
***
635
Sábado, 26 de novembro de 1977
Naqueles dias, eles superavam pequenas brigas como aquela - eles podiam acordar na
manhã seguinte e estarem prontos para esquecer sobre o que quer que tenha
acontecido. Pelo menos, até a próxima briga. No final, o desejo de um pelo outro, seu
afeto - e acima de tudo sua amizade - pareciam fortes o suficiente para vencer
quaisquer outros problemas. Era um estado que, mais tarde, Remus descobriria que
não haviam dado o devido valor.
Além disso, havia uma guerra, o que pode ter explicado um pouco. Todo mundo
estava ligeiramente melodramático e com os nervos à flor da pele. As manchetes não
ajudavam:
Era tudo o que havia nos jornais. Algo estava acontecendo com os Sonserinos também
- mais do que as bobagens classistas usuais. Durante o verão - ou talvez antes disso -
uma nova hierarquia parecia ter se formado, criando divisões óbvias na casa mais
controversa de Hogwarts.
Regulus Black sempre carregou uma certa influência, é claro. O herdeiro da família
puro-sangue mais nobre, exclusiva e rica, era popular entre seu ambicioso grupo de
colegas desde seu primeiro dia de escola. O garoto se cercou de uma facção de alunos
puro-sangue que pareciam ficar mais desagradáveis a cada ano. Exceto Barty Crouch
Jr, talvez, que fora incrivelmente desagradável desde criança.
636
Agora em seu sexto ano, Regulus não fazia nada para dissipar os rumores de que não
era um simples Comensal da Morte, mas que estava em comunicação regular com o
próprio Lord Voldemort. Na verdade, Regulus parecia gostar do fato de seus poderes
terem aumentado. De acordo com Christopher, que tinha várias aulas com ele, até
mesmo alguns dos professores estavam observando o mais jovem da família Black.
Ele se comportava de maneira diferente., caminhava com as costas retas, o queixo
erguido, um sorriso afetado permanente em seu rosto pálido. Remus mal conseguia
reconhecer o garoto nervoso e perturbado que Sirius costumava chamar de 'Reggie'.
Regulus não era estúpido. Ele nunca recebeu uma detenção em todo o seu tempo na
escola, e era tão brilhante nas aulas quanto o irmão mais velho. Ainda assim, coisas
desagradáveis pareciam acontecer a todos ao seu redor. Um lufano do quarto ano que
(rumores diziam) derrubou um tinteiro na mesa de Regulus, enquanto ele estava
estudando na biblioteca, foi encontrado dois dias depois trancado em um armário de
vassouras nas masmorras, branco como um lençol e completamente mudao. Ele foi
enviado para casa para se recuperar e não foi visto desde então.
Uma tarde, houve uma confusão com o cronograma de treinos, causada pelo time de
quadribol da Corvinal, que ultrapassou em meia hora o horário combinado, fazendo
com que o time da Sonserina tivesse de ser realocado para o dia seguinte. No treino
seguinte da corvinal, todos tiveram que cancelar, assim como adiar a próxima partida
com a Grifinória, porque ninguém fora capaz de tocar em suas vassouras sem receber
centenas de pequenos estilhaços, que só conseguiram ser removidos por Madame
Pomfrey.
Claro, ninguém jamais questionou Regulus e, como não havia testemunhas de nenhum
desses crimes, nada poderia ser feito. Porém, todo mundo sabia, todos com alguma
participação na guerra sabiam. A crescente crueldade e prevalência de tais ataques
637
lançaram uma sombra sobre o castelo que todos os alunos sentiam agora, se é que não
sentiram nos anos anteriores.
Este pode ter sido o motivo de tantas pessoas quererem ajudar os marotos a planejar
sua próxima pegadinha. Embora isso também tivesse muito a ver com Christopher.
"Só mencionei isso a um amigo ..." Christopher respondeu timidamente. "Sabe, muitas
pessoas estão cansadas da Sonserina, e é sempre uma boa ideia obter uma ampla gama
de experiências ..."
“Os marotos não terceirizam suas pegadinhas.” Remus fungou com altivez enquanto
voltavam para a torre.
"Por que não? Não é por isso que devemos lutar? Por inclusão?"
Christopher caiu no riso. Remus sorriu. O mais novo deu uma risada estranha e
estridente, como um burro. O que foi muito glorioso de se testemunhar.
"Mm, talvez ... ou ir para o Potter. Tudo depende se James vai ou não passar com a
família de Lily. "
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“Ah, Merlin, não,” Chris fez uma careta, “Eu acho que preferia quando eles se
odiavam. As reuniões de monitores são tão chatas agora que eles passam o tempo todo
conversando. O suficiente para te dar dor de dente. ”
"Eu acho que é legal," Respondeu. "James é louco por Lily desde o segundo ano, se
ele finalmente puder dizer a ela como ela é incrível em vez de nos contar, então ainda
melhor."
"Sim, suponho que você esteja certo. Todos nós deveríamos ter tanta sorte.” O menor
suspirou.
Eles ficaram em silêncio por um tempo depois disso, apenas caminhando juntos.
Quando viraram a próxima esquina, Remus percebeu que eles não cruzavam com
ninguém há algum tempo. Tudo bem que era um sábado, mas não era um fim de
semana em Hogsmeade, e o tempo estava muito ruim para alguém estar do lado de
fora.
"Ooh", a menininha guinchou, "Não desça aí, é horrível!" e passou correndo por eles,
provavelmente de volta à sua casa.
"Eu irei com você." Remus deu um tapinha em seu ombro. Christopher acenou com a
cabeça, parecendo muito aliviado. Lupin desejou que James estivesse lá - ou Sirius.
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Eles caminharam lado a lado pela arcada e se viram envolvidos na escuridão total. Era
meio da tarde, e maior sabia que normalmente haviam janelas neste corredor e,
mesmo à noite, nunca ficava tão escuro. Algo estava muito errado.
Sem resposta, silêncio absoluto. O monitor se virou para olhar para Remus, apertando
os olhos e erguendo um braço contra o brilho da luz da varinha, "Talvez você deva
procurar um professor?"
"Eu…"
"Eu acho que está ali ..." Chris caminhou para frente novamente, e Remus o perdeu de
vista e teve que segui-lo pelo cheiro. O que era particularmente desconcertante - Lupin
nunca havia conhecido uma escuridão tão negra que não pudesse ver através dela.
"Eu encontrei ... é ... não! Oh Merlin, não! Não!" Christopher começou a gritar, em
algum lugar mais adiante no corredor.
640
Sem pensar, Remus disparou para frente, seguindo os lamentos terríveis,
“Chris!”
Ele quase tropeçou no outro. Christopher estava enrolado no chão, as mãos cobrindo a
cabeça, balançando e soluçando. "O que…?" Remus perguntou, tremendo agora,
quando o mais novo apontou. Usou sua varinha para seguir o braço trêmulo de seu
amigo, finalmente lançando luz sobre seu algoz e quase gritou também.
Remus ergueu sua varinha e ficou na frente de Chris. Ele estava prestes a disparar um
feitiço contra ele - a única coisa que conseguia pensar em curto prazo - quando fixou
seus olhos nos olhos famintos dele. Em um segundo, desapareceu.
Remus piscou, ofegante e, de repente, o corredor foi preenchido com uma luz pálida e
leitosa, uma lua cheia surgiu diante dele. O grito morreu em sua garganta e ele foi
tomado pelo horror - como era possível?! A lua só chegaria em uma semana! Ele
precisava correr, precisava se afastar de Christopher, mas ... espere um minuto.
"Eu sei o que você é!" Seu terror se transformou em euforia, quando ele ergueu a
varinha mais uma vez e gritou com confiança “Riddikulus!”
A lua começou a expandir e se transformar mais uma vez - desta vez em uma enorme
bola de praia branca, que começou a quicar e saltar pelas paredes, antes de explodir
em uma nuvem de bolhas de sabão. Remus riu, o mais alto que pôde nas
circunstâncias, e o bicho papão recuou. Ele aproveitou a chance e agarrou Christopher
641
- ainda enrolado, olhos fechados com força - por baixo do braço, arrastando-o de volta
para o arco o mais rápido que pôde.
Eles saíram do outro lado ofegando e piscando com força sob a luz. Chris estava
segurando as vestes de Lupin com força, sua respiração pesada e o rosto pálido.
Chris negou com a cabeça. Remus deu um tapinha em suas mãos, desejando que ele o
soltasse.
"Ei, está tudo bem. Não era real, lembra? Vamos, temos que contar a alguém, antes
que outra pessoa se depare com isso ... "
"Eu vou." Chris disse, recuperando um pouco de sua coragem "Eu vou agora ... você
está bem para esperar aqui? Caso alguém venha?”
"É claro." Remus acenou com a cabeça, "Ninguém passará por mim." Ele sorriu,
tentando amenizar a situação, mas Christopher ainda estava muito abalado. Ele acenou
com a cabeça severamente e partiu, ainda segurando sua varinha.
Sozinho, ele enfiou a mão nos bolsos do manto profundo e puxou o mapa do Maroto.
Estava com ele há um tempo, devido a preocupação de que James pudesse dar uma
olhada um dia e se perguntar porque ele e Sirius estavam compartilhando o banheiro
com tanta frequência. “Eu juro solenemente não fazer nada de bom,” sussurrou,
batendo no pergaminho.
O mapa imediatamente ganhou vida, a tinta espalhando-se como vinhas pela página.
Remus o ergueu até os olhos e procurou freneticamente pelo bicho papão. Lá estava
ele, ‘Remus Lupin’, claramente marcado em uma extremidade.
642
Ele acompanhou o comprimento com o dedo, o corredor estava completamente vazio;
aparentemente o bicho papão não apareceria no mapa, talvez não houvesse substância
material o suficiente. Ele chegou ao fim, havia um segundo arco do outro lado,
lembrou-se, coberto por uma tapeçaria. Três pessoas estavam esperando lá,
completamente imóveis. Bartô Crouch Jr, Garrick Mulciber e ... O estômago de
Remus afundou, embora não estivesse tão surpreso. Aqui estava, a prova em preto e
branco. Regulus Black.
643
Capítulo 123.2: Compilados de Natal
Peter - O Guardião
My perfect cousin
James voava, seu robe vermelho esvoaçando, sua vassoura reta como uma flecha -
como em um pôster de quadribol. Isso deu a Peter o usual sobressalto de animação,
combinado a uma pontada doentia de inveja. Já era o sétimo ano escolar, e se ele não
estivesse no time agora, provavelmente nunca estaria. Pettigrew havia feito o teste
para entrar quase todos os anos - exceto quando Sirius tentou para batedor, fora bem
melhor ficar fora disso, não precisava de mais provocações.
Ele estremeceu dentro de sua capa. Só faltavam dois dias para as férias de Natal. Parte
dele não podia esperar - nenhuma aula por duas semanas inteiras. Presentes. Peru. As
tortas de mince da Sra. Potter. Mas então, ele nem tinha certeza iriam para casa
ainda; a lua cheia caia na noite de Natal e, por algum motivo, ninguém quis discutir
isso.
Remus nunca falava sobre luas cheias, nunca, o que parecia estranho para Peter, mas
Remus sempre foi estranho. James normalmente era o mais prático, mas ultimamente
todo o seu tempo estava ocupado com Lily, então ele não iria lhes dizer o que
fazer. Sirius era Sirius, e você nunca poderia falar com ele sobre qualquer coisa que
tivesse a ver com Moony, a menos que quisesse sua cabeça arrancada. Talvez esse
fosse apenas o problema de Peter; ele estava sempre dizendo a coisa errada.
644
James tinha a posse da goles agora, soprou seu apito e jogou para a outra
artilheira; Emelia Eriksson. Ela pegou e mirou no arco, mas errou. Peter estalou a
língua, agitado. Ela sempre errava. No último jogo, a menina havia deixado a maldita
bola cair – que foi salva por James, ao pegá-la no ar e impedir que os Corvinos a
alcançassem. Se Peter pudesse mudar alguma coisa, Eriksson estaria fora do time.
James estava convencido de que Emilia iria melhorar e não dava ouvidos aos
conselhos de Peter. O que era bastante justo. Não que Peter fosse melhor de qualquer
forma.
O problema era que a única posição em que Peter já fora bom era a de goleiro. Ele
havia desempenhado esse papel quase exclusivamente durante a infância, quando
eram apenas ele e James todas as tardes. Sentia muita falta daqueles dias; dos dias que
tinha James só para si. Peter idolatrava Potter desde que conseguia se lembrar. Porém,
o tempo que você se dedica não contava muito - ele sabia disso. Como a posição do
goleiro. Peter era bom, mas não bom o suficiente. James sempre foi muito gentil a
respeito, mas James sempre era gentil.
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dia. Ainda. Peter sabia que se alguém olhasse de perto, seria capaz de perceber. Ele
não era bom o suficiente.
No entanto, ele sentiu sua ausência. Nunca tivera um nome para esse sentimento antes,
mas agora sabia que era solidão. Estava ali há muito tempo, talvez desde sempre. Peter
lembrou-se das primeiras pontadas quando Philomena foi embora para a faculdade e
depois quando ela foi embora de verdade. Ele se lembrava de sentir isso no momento
em que James e Sirius apertaram as mãos pela primeira vez.
Havia o clube de xadrez, é claro. No segundo ano, implorou James para se juntar com
ele, mas é claro que Potter era muito descolado para esse tipo de coisa, e Sirius - que
era irritantemente bom em xadrez - riu na cara de Peter com o mero pensamento dos
marotos fazendo parte qualquer coisa tão certinha quanto clubes de xadrez. (Mas
ninguém zombava do grupo de estudos de Moony, como isso era justo?!) De qualquer
forma, no quarto ano, Dezzie o convencera de que ele deveria apenas entrar, se
gostava tanto de xadrez. Então ele entrou.
646
Peter descobriu que poderia ser o maroto menos descolado, mas era o garoto mais
legal do clube de xadrez de Hogwarts. Eles eram ok - não o tipo de pessoa que James
e Sirius gostariam, eram principalmente puros-sangues, e muitos deles Sonserinos
também. Snape até aparecia ocasionalmente e (embora Peter nunca ousasse mencionar
isso a James) eles conseguiam colocar suas diferenças de lado na maior parte do
tempo e jogar algumas partidas muito boas. Bem, antes daquele desastre no quinto ano
- e isso nem havia sido culpa de Peter, culpe Sirius se você quer culpar
alguém. Culpe Moony.
James soprou seu apito e os jogadores ainda no ar, começaram a descer. Peter também
se levantou e começou a descer os degraus de madeira até o chão. Poderia ter alguns
minutos para conversar sobre táticas com James antes que Lily aparecesse. Ele
resmungou para si mesmo quando alcançou os últimos degraus. Maldita Lily, ela era
pior do que Sirius. Potter praticamente desapareceu, desde que eles começaram a sair.
Como seria quando terminassem a escola? Peter teria que voltar e morar com sua mãe,
e ela esperava que ele trabalhasse no ministério; seu padrasto poderia conseguir um
estágio em administração ou algo parecido. Não achava que seria muito ruim no
trabalho administrativo. Alguns de seus amigos no clube de xadrez mencionaram que
também poderiam ajudá-lo. Muitos deles possuíam conexões realmente
boas. Disseram que alguém tão bom em táticas quanto ele não teria problemas para se
encaixar.
Ou ele poderia ir e procurar Remus, que com certeza estaria na biblioteca - ainda tinha
que começar sua redação de Feitiços e havia se esquecido de fazer anotações. O bom e
velho Moony era geralmente bastante prestativo, se você o subornasse com bastante
chocolate.
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Lily acenou para ele perto dos vestiários. Ele levantou o braço e acenou de
volta. Enterrou as mãos nos bolsos, estampou um sorriso jovial e se dirigiu para
ela. Bata um papo rápido, diga tchau para James e depois encontre outra coisa para
fazer. Talvez alguém esteja a fim de um jogo de xadrez.
***
Mary - A Leoa
Uptown Top Ranking
648
irmão pulando na cama, ou batendo na porta, ou se escondendo no armário brincando
um, já abandonado, jogo de esconde-esconde.
E então sua mãe entraria, resplandecente com um bebê no colo, colher de pau na mão,
cabelo enrolado em um lenço amarelo brilhante como uma coroa.
Ela sorriu para si mesma com a memória. Mary sempre se sentia tonta de saudade de
casa na época do Natal - ela ansiava pelo barulho e pelas cores do lar. Grandiosa como
Hogwarts era, o castelo nunca parecia realmente confortável.
A menina deslizou para fora da cama preguiçosamente e se espreguiçou, depois foi até
o espelho de corpo inteiro para se olhsar. Ficou o mais alta que pôde, erguendo o
queixo e esticando as panturrilhas, depois se virou de um lado para o outro, se
retorcendo para verificar se a saia caía bem sobre os quadris, se o peito não estava
marcando muito obviamente.
McGonagall ficaria chocada se a visse, mas era um dia livre de uniforme, então a
velha morcega não podia dar detenção, apenas olhares de desaprovação, e Mary estava
acostumada com estes; ela os recebera de velhas brancas durante toda sua vida. Em
seguida, foi até a cômoda e vasculhou a gaveta de cima em busca de um batom
adequado.
649
de Marlene, é claro, porque ela não era muito feminina e jogava
quadribol. Mary gostava de Marlene porque, em sua primeira noite em Hogwarts,
quando pensou que morreria de sofrimento por sentir falta de sua família, a loira fez
mais hilária imitação, personificando a aparência severa da Professora Minerva e o
sotaque escocês, fazendo com que não pudesse respirar de tanto rir.
Marlene sempre sabia como fazer você se sentir melhor; ela seria uma curandeira
realmente boa, um dia. Mary não tinha certeza do que queria fazer depois da
escola. Elas sempre disseram que conseguiriam um apartamento legal juntas em
Londres, e fariam festas todo fim de semana – embora, agora com Lily e Potter
namorando, provavelmente seriam apenas Marlene e Mary. Talvez Remus também -
Mary tinha a impressão de que ele era tão sem objetivo quanto ela, em termos de
carreira.
O problema era - e Mary não admitiria isso para ninguém - ela simplesmente
não queria um trabalho no mundo mágico. Não conseguia ver o que havia de especial
para ela. Ninguém em sua família poderia usar sicles ou nuques ou qualquer outro de
seu dinheiro de bruxo estúpido, então qual era o ponto? Mas é claro que ela não
possuía nenhuma qualificação trouxa, então era um beco sem saída de qualquer
maneira. Sua prima havia feito um curso de datilografia no verão passado, e a mãe de
Mary insistiu para que se inscrevesse em um assim que Hogwarts terminasse. Muitas
vezes ela fantasiava em conseguir um emprego de moda em uma revista ou gravadora,
enfeitiçar uma máquina de escrever para trabalhar sem supervisão e passar seu tempo
flertando com modelos masculinos e estrelas pop.
Ela terminou os lábios, depois lambeu o dedo indicador e alisou as sobrancelhas, antes
de endireitar a saia mais uma vez e sair do dormitório. A morena pulou vários degraus
no caminho para baixo, mesmo com suas botas de saltos altos - Lily brincava com ela,
dizendo que seu patrono era provavelmente uma gazela. Bem, até o final do ano
passado, na aula de Defesa Contra a Arte das Trevas, Mary finalmente produziu o seu
- uma leoa.
650
"Olá, Mary!" Connor Fitzpatrick, um sextanista ruivo muito sardento, se
aproximou. Mary tentou não revirar os olhos, embora fosse difícil. Ele a emboscava
assim há semanas, estava ficando ridículo.
"Obrigado."
Ugh. Mary às vezes se perguntava se ela havia se acostumado mal, saindo com Sirius
Black e Roman Rotherhide em rápida sucessão, no sexto ano. O problema de ter os
dois garotos mais bonitos da escola como seus primeiros namorados sérios era que,
uma vez que esses relacionamentos acabaram, as opções ficavam um pouco
limitadas. Ela não era superficial (embora Marlene a tivesse acusado disso em
algumas ocasiões), mas também não era facilmente conquistada - apesar de alguns
rumores muito desagradáveis.
A questão era: os meninos ficavam chatos depois de um tempo. O lado físico das
coisas sempre fora a melhor parte, ela nunca teve nenhum escrúpulo a respeito; um
bom momento era um bom momento; mas sempre havia a parte emocional. O que
nunca pareceu se alinhar muito bem com nenhum deles. Os rapazes eram ou muito
distantes, como Sirius, ou muito grudentos, como Roman - esperando que você os
rondasse o tempo todo. "O que você quer?" Marlene suspirava "Que eles te venerem?"
Mary respondia "Não, claro que não!" Mas era uma grande mentira. Por que ela não
deveria querer ser venerada pela pessoa com quem estava transando? Para que mais
serviam os homens?! Marlene não entendia, então passou a aceitar isso.
"O que você vai fazer, mais tarde?" Connor estava perguntando agora.
651
Eles haviam passado pelo buraco do retrato agora, e estavam se movendo rapidamente
ao longo dos corredores de pedra em direção à saída mais próxima ao terreno
aberto. O garoto seguia atrás dela como um pequeno cachorrinho tagarela, e sua
paciência estava se esgotando. Mesmo que Connor fosse dez vezes mais bonito, ele
era do sexto ano e Mary tinha critérios.
"Ah, qual é, seja legal, você saiu com Eric Leith, ele contou!"
Isso a irritou. Eles haviam chegado a uma escada agora, e - para sua sorte – ela decidiu
começar a se mover assim que chegaram na metade do caminho, o que significava que
teriam que parar e esperar até que pousasse. Ela cruzou os braços e se virou para olhá-
lo nos olhos.
Mary sacou sua varinha, furiosa agora, e a segurou contra o queixo sardento e idiota
de Connor.
“Escuta aqui, seu nojento! Eric Leith é um idiota mentiroso. Fui tomar uma bebida
com ele duas vezes, e ele se esqueceu de trazer dinheiro nas duas - e ele ainda me deve
por isso. Ele te disse isso?" Connor balançou a cabeça, dando um passo para trás e
quase tropeçando nos degraus de mármore, ela continuou, avançando sobre ele. Sou a
porra de leoa, seu pervertido. “Eu não deixaria Eric Leith me tocar nem com uma vara
de três metros, muito menos com aquelas mãozinhas sujas. Só fui com ele porque senti
pena dele - ele é patético, e você também, então dê o fora.”
652
A escada se reconectou com um ruído pedregoso naquele momento, e Connor
cambaleou para trás, recuando para a torre. Mais corajoso à distância, seu rosto
contorcido de vergonha, ele zombou dela,
“Sua puta suja! Como se eu fosse gostar de você! Só tentei porque todos dizem que
você é fácil."
"Sangue ruim!" Ele cuspiu do topo da escada antes de dar meia-volta e sair correndo.
Sua respiração ficou presa em seu peito com isso. Ela segurou o corrimão e apertou os
lábios. Bruxos do caralho.
***
Lily - A Irmã
Querida Lily,
653
Mamãe e papai disseram que em sua última carta você perguntou se poderia trazer
seu 'namorado' para casa no Natal este ano. Queria escrever e dizer que acho que
você está sendo incrivelmente egoísta. Você sabe que este é meu primeiro Natal de
verdade com Vernon, e sabe o quanto eu esperava que ele conhecesse a família de
maneira adequada.
Estou acostumada com você tentando roubar meu holofote em todas as ocasiões
possíveis, e tenho sido extremamente gentil com isso há sete anos, mas esta é
absolutamente a gota d'água. Não posso acreditar que você tenha sido tão imprudente
a ponto de convidar um pequeno romance de verão, quando Vernon e eu estamos nos
vendo há dois anos. Você sabe o que ele significa para mim e sabe como ele se sente a
respeito de elementos prejudiciais.
Se você se atrever a estragar meu Natal, NUNCA vou falar com você DE NOVO.
Sua irmã,
Lily lutou contra as lágrimas ao terminar de ler a carta. Ela ficou tão animada quando
o envelope chegou na mesa do café da manhã, reconhecendo a caligrafia de
Petúnia. Fora tola o suficiente para guardá-lo para depois, quando pudesse ler em
particular.
E agora aqui estava ela, em seu lugar favorito perto da janela da sala comunal da
Grifinória, as mãos tremendo e quase chorando. Dobrou a carta e colocou-a no
bolso. Ela balançou a cabeça ferozmente e olhou pela janela, respirando
profundamente e desejando que o nó em sua garganta se desfizesse,
Não vale a pena chorar por aquela vaca idiota! Palavras de Severus - Lily não
conseguia deixar de ouvi-las sempre que Petúnia a machucava. Mesmo depois de tudo
que Sev tinha feito, ainda era um conforto. Você vale dez dela!
Melhor não pensar em Sev por muito tempo, ou então ela nunca pararia de chorar.
654
A ruiva assoou o nariz no lenço do bolso e ergueu os olhos. Mary uma vez lhe disse
que se fosse chorar, olhar para cima ajudava. "Não desperdice seu rímel", disse
sorrindo. Lily sorriu também, pensando nisso e se sentiu melhor.
Claro, não havia dúvida que Lily passaria o Natal na casa dos Potter, por mais que ela
gostasse da ideia. Os natais da família de Evans eram extremamente importantes para
os pais dela, principalmente para o seu pai, que sempre ficava feliz ao ter Lily de volta
na casa após o período escolar.
Apenas teria que explicar para James - felizmente, sabia que ele entenderia. Fora uma
revelação e tanto, talvez a mais surpreendente de todas, descobrir o quão
compreensivo e atencioso James poderia ser. A maneira como ele cuidava de Remus
provou isso para ela.
Saiu do corredor das pinturas em direção ao terreno. Potter estaria de bom humor logo
após o treino, mesmo que tivesse sido ruim. Estaria mais receptivo a más notícias. Lily
655
ensaiou em sua cabeça exatamente o que planejava dizer - melhor não mencionar a
carta de Petúnia, melhor enquadrá-la como sua própria ideia. Não queria que James
soubesse como sua irmã se sentia sobre magia, ou bruxos, ou qualquer coisa. Já era
ruim o suficiente que ele fosse um puro-sangue e ela tivesse que explicar todas as
outras coisas trouxas para ele.
Isso era injusto, Lily se repreendeu. Pelo menos, James se importava o suficiente para
perguntar - pelo menos, ele estava genuinamente interessado. Ela se lembrou do olhar
de desgosto de Snape quando fazia qualquer coisa que o lembrava de sua condição de
nascida trouxa. E ele era mestiço.
Ela reajustou o vestido, rapidamente. Era uma jardineira azul marinho sobre um suéter
creme com gola pólo. Um pouco mais curto do que ela gostaria, mas estava usando
uma boa meia-calça grossa, e Mary sempre dizia a ela que suas pernas eram sua
melhor característica. Potter havia concordado, e ela o bateu, embora secretamente
pensasse nisso o tempo todo.
Lily teve algumas conversas com McGonagall, no início daquele ano, sobre o que era
necessário para se tornar uma professora em Hogwarts. Minerva havia sido gentil, mas
sugeriu que tentasse um emprego fora da escola primeiro para obter alguma
'experiência de vida'. Muito justo, supôs Lily. Ela sabia muito pouco sobre o mundo
656
mágico, na verdade. Além disso, a única coisa que acha que fosse boa o suficiente
para ensinar, seria Poções, e Slughorn não parecia estar pronto para se aposentar tão
cedo. Talvez um emprego em um boticário. Seu gentil professor de Poções mencionou
que possuía vários contatos nessa área, se ela estivesse interessada.
Fez uma anotação para falar com James sobre isso, algum dia. Ela valorizava a
opinião dele, nesse tipo de coisa - e afinal, seu avô havia sido um famoso mestre de
poções.
"Oh, oi, Lily!" Mary estava saindo de um dos banheiros das meninas pela grande
entrada. A morena parecia uma modelo saída da revista Jackie. Mary amava os dias
sem uniformes.
"Oi!" Lily sorriu, “Devemos ter saído da Torre quase na mesma hora. Vai encontrar a
Marlene?”
"Yep."
"O que?!" Ela deu uma risadinha, brincalhona, “Eu só estou curiosa. Nunca estive com
James. Nem mesmo um beijo.”
657
"Mm, ainda não tenho certeza se acredito em você e Remus..."
"Pergunte a ele." Ela deu de ombros, confiante. “O que vocês dois vão fazer, depois
disso? Ficar aninhadinhos no sofá de sempre?”
“Eu preciso contar que ele não poderá vir para casa comigo no Natal,” Lily mordeu o
lábio, franzindo a testa. Elas haviam chegado ao campo agora, e os jogadores estavam
pousando, pelo que parecia. Acenaram para Peter, sentado na arquibancada. “Tuney
não quer - o namorado dela vai passar conosco, então suponho que não seja justo ...”
"Ugh, maldita Petúnia." Mary resmungou: “Aquele namorado pescoçudo dela pode ser
grande, mas ele não ocupa muito espaço. Você deveria ver o nosso apartamento no dia
de Natal - quinze de nós em volta da mesa, isso que é um jantar tranquilo.”
“Sim, mas eu não quero chatear ela ...” Lily estava distraída agora, observando a
descida de James. Deus, ele era fantástico na vassoura. Ela sentiu um rubor quente
começar em seu pescoço, subindo em direção às suas bochechas. Na noite anterior,
eles foram um pouco mais longe do que o normal, e ele havia colocado sua mão por
baixo do elástico do sutiã. Ela suspirou, e ele também, enquanto murmurava contra
seus lábios - ah Lily, ah, tão linda ... a ruiva praticamente se dissolveu em uma poça.
“De qualquer forma”, Mary estava dizendo, “Você está completamente maluca pelo
garoto. Tudo é justo no amor e na guerra, não é? "
***
Marlene - A Vadia
Some people think little girls should be seen and not heard
But I say...
Oh Bondage! Up yours!
658
Bind me, tie me Prenda-me, amarre-me
I wanna be a slave to you all eu quero ser uma escrava a todos vocês
Marlene deu uma volta rápida ao redor do campo de quadribol enquanto James
treinava a nova artilheira, Eriksson. Ela era um lixo, mas o melhor que haviam
conseguido em um curto período de tempo. Ah, bem, Marlene pensou consigo mesma,
eles ganharam a taça todos os anos desde que ela entrara no time, não importava se
perdessem este ano.
Voou o mais rápido que conseguia, sentindo o vento em seu rosto, assobiando em seus
ouvidos, vendo as arquibancadas abaixo. A loira agarrou seu bastão e fez alguns
movimentos de prática. Ela sentiria muita falta de bater nas coisas, uma vez que as
aulas terminassem.
Estava nervosa; era só energia, ela disse a si mesma. Assim que Marlene pensou nisso,
o coração começou a bater forte, seu estômago embrulhou e teve que diminuir a
velocidade e voar mais baixo para parar de balançar. Ufa. Não se sentia assim há
algum tempo. A menina sorria e se permitia ser feliz. Se permitia sentir a felicidade,
desinibida e sem vergonha ou constrangimento.
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James apitou e ela pousou rapidamente, ansiosa para um banho. Podia ver Lily e Mary
esperando por ela - bem, Lily provavelmente estava esperando por James – e ela
queria evita-las por mais um pouco.
"Tudo bem, McKinnon?" Yaz gritou para ela perto dos vestiários "Se divertindo aí em
cima?"
Marlene revirou os olhos e fingiu ignorá-la. Ela estava com calor devido ao exercício,
então seu rosto já estava vermelho - uma camuflagem útil. A loira correu para um
cubículo de chuveiro rapidamente, querendo pegar aquele que havia o melhor controle
de temperatura na outra extremidade.
Houve silêncio por um momento, e então, baixo - de modo que apenas as duas
pudessem ouvir -
"Atrevida, Marlene."
McKinnon inclinou a cabeça para trás para encharcar o cabelo e mordeu o lábio. Esse
havia sido o sinal mais claro até agora. As borboletas voltaram ao seu estômago.
Yaz havia se juntado ao time de quadribol neste semestre - ela era uma Grifinória do
sexto ano com quem Marlene havia falado apenas uma ou duas vezes antes. Porém,
desde setembro, quando a outra se tornou a nova artilheira, as duas se encontravam
bastate. Yaz era brilhante, atlética e tática, a combinação perfeita, equilibrada e em
forma. No início, Marlene havia apreciado sua habilidade. Então, depois de ter o
coração partido durante o verão, Yaz se tornou uma distração agradável.
660
Mary nunca iria acontecer. Marlene havia aceitado isso há muito tempo. Ou ela
pensara que havia. Depois da revelação surpreendente de Remus naquela primeira
noite na Cornualha, a tensão se tornou quase insuportável para Marlene, e ela contou
tudo para sua melhor amiga em uma torrente de lágrimas e beijos ansiosos. Assim que
se acalmou, Mary a abraçou com força e acariciou seus cabelos como uma mãe,
enquanto gentilmente a largava. Não é o que sinto por você. Eu te amo. Mas não
assim. Depois de quatro anos adorando sua amiga, sua vivaz, linda e irritante amiga,
Marlene lidou a rejeição pior do que esperava.
Ela tentou não descontar em Mary, que nunca a havia enganado, nunca fizera nada
que não deveria, nada de propósito. Mesmo assim, foi difícil. McKinnon se sentiu
péssima; que tipo de pessoa horrível ela seria se ficasse com raiva de sua melhor
amiga por algo que nenhuma das duas poderiam controlar? Que tipo de vadia sem
coração ela seria?
Então, quando Yaz flertou pela primeira vez - sim, Marlene tinha certeza de que
estava flertando agora - ela ficou relutante em responder. Cometer o mesmo erro
terrível duas vezes seria mais do que poderia suportar. Então ela esperou e foi
amigável, mas não muito amigável. Cada piscadela da outra garota era recebida com
um sorriso brilhante. Cada comentário tímido com uma risadinha inocente. Mas agora
ela tinha certeza.
661
eles ficavam sozinhos. Ela esperaria por um corredor vazio, viraria para ele, e diria
bem baixo “Eu também, Remus. Você não está sozinho.”
Mas não o fez, e o tempo estava se esgotando. Em breve, nada disso importaria mais; a
escola acabaria e eles começariam suas vidas, as coisas infantis seriam deixadas de
lado. Marlene lia os jornais. Sabia o que estava por vir e que não haveria mais tempo
para problemas egoístas.
“Ei, McKinnon,” a voz suave e cantante de Yaz chamou por cima dos chuveiros
sibilantes. “Eu estou com um machucado, você pode dar uma olhada? Ouvi dizer que
você é a aprendiz estrela de Pomfrey .."
“Hum ... ok, posso olhar, só um minuto—” Marlene desligou o chuveiro rapidamente
e torceu o cabelo. Ela era péssima em usar feitiços para secar, então teria que enfia-lo
sob seu gorro de lã.
Houve uma batida na porta de seu cubículo. McKinnon se enrolou em uma toalha com
pressa e destrancou a porta, as mãos tremendo um pouco. Yaz também estava de
toalha, seus longos cabelos escuros como uma corda de veludo preto sobre um ombro,
olhos negros brilhando como galáxias gêmeas, cheios de provocação e
travessura. Marlene teve que lutar para não morder o lábio novamente.
"Mm." Yaz sorriu, entrando e fechando a porta atrás de si, "Está bom e quente aqui."
"O que você vai fazer depois?" A outra perguntou, ainda sorrindo "Quer dar uma
volta?"
662
“Você a vê o tempo todo. Venha dar uma volta comigo.”
“Hum. sim. Ok." Oh uau. Agora que estava acontecendo, ela não tinha ideia do que
fazer. "O... machucado?"
"Ah, sim", Yaz riu, jogando a cabeça para trás e tocando um dedo na mandíbula,
"Bem aqui ..."
Marlene se inclinou para frente para ver, e Yaz virou a cabeça suavemente, pegando-a
em um beijo, bem nos lábios.
Borboletas.
***
Sirius - O Quebra-cabeça
Puta que pariu, como foi tão fácil para Moony? Deve ser uma das grandes ironias da
vida que o misterioso Moony, indefinível e incompreensível tenha sido capaz de abrir
sua alma de forma tão simples e sem esforço. Porém, isso era o Remus da cabeça aos
pés. Esse era empate. Quando pensava que o havia entendido o suficiente para vê-lo
claramente, outra parte se revelava e toda a imagem se transformava diante de seus
663
olhos. Camada após camada, até perceber que nunca o conheceu de verdade. Era ao
mesmo tempo fascinante e frustrante.
James era o oposto; o que você via era o que você tinha, e Sirius o amava ferozmente
por isso. Porque você sabia onde estava. Ele nunca o enganara ou deixara espaço para
mal-entendidos. Eles nunca haviam brigado, nem em sete anos de amizade e, no que
dizia respeito a Sirius Black, isso era nada menos que milagroso.
Mas era isso que Moony fazia. Ele simplesmente entrava e virava tudo de cabeça para
baixo e então desaparecia antes que você pudesse recuperar o fôlego. Sirius às vezes
sentia como se tivesse passado os últimos dois anos tentando descobrir qual era o
caminho certo. Não que estivesse reclamando, não que não fosse incrível pra cacete,
mas ele seria o primeiro a admitir que não era bom nesse tipo de coisa. Não era como
se ele tivesse algo em que se basear.
Remus era capaz de colocar uma data nisso. Havia sido tão claro para ele; ele sabia o
exato momento em que tudo mudou. Mas Sirius não. Obviamente, deve ter tido um
momento, um segundo em que, de repente, havia se dado conta. Mas nada vinha a
mente. Sempre não havia pensado que Moony era um pouco especial? Não havia
sempre querido se aproximar?
664
Ele se levantou e saiu da cama. Um movimento decisivo. Havia pensado nisso o
suficiente por um dia inteiro. Estava ficando muito complicado, era melhor encontrar
outra coisa em que pensar. Sabia por experiência própria que se passasse muito tempo
sozinho, sua mente começava a falar fora de seu controle. Dizendo-lhe coisas que não
gostava de ouvir sobre si mesmo. Sobre o que outras pessoas pensavam dele. Melhor
interromper, deixar outra pessoa distraí-lo.
De qualquer forma, se o treino acabasse, isso significava que Evans estaria lá para
encontrar James. E Sirius não era tão patético ainda, não a ponto de seguir aqueles
dois esperando por uma migalha de atenção. Bem, isso realmente não lhe deixou outra
escolha, com um sorriso malicioso, decidiu para si mesmo. Moony. Ele foi até a mesa
de cabeceira de Remus e puxou o mapa do Maroto.
Sim, lá estava Prongs, zunindo para frente e para trás no campo oval. Peter na
arquibancada, Marlene contornando o perímetro - provavelmente entediada, pobre
garota, os exercícios de James podiam ser maçantes. Evans e MacDonald pareciam
estar juntas, acabando de entrar no terreno agora. Observou suas bandeirinhas, o
progresso constante. A marcação foira ideia de Remus, mas os delicados pergaminhos
com os nomes foram Sirius. Era muito bem feito, produzindo um feito espetacular de
magia - mas a apresentação era tudo. Essa era a diferença entre ele e Remus – entre a
magia deles, pelo menos. Poder bruto versus sutileza espontânea.
Regulus estava nas masmorras. Sirius não pôde deixar de verificar. Era bom saber que
ele estava onde deveria estar. Talvez se estivesse cercado por Sonserinos, não estaria
atormentando ninguém, pela primeira vez. Black sabia que não era da sua conta - que
precisava cortar os laços com seu irmão, que ele era apenas mais um Comensal da
Morte agora, apenas outro inimigo. Porém, era mais difícil do que parecia. Às vezes,
quando não tinha mais nada para fazer, espiaria Regulus. Como aquele dia em
665
Hogsmeade - e havia sido útil, não? Ele salvou Moony e aquele garoto irritante do
sexto ano, completamente por acidente.
Ah. Não. Lá estava ele. Remus Lupin, dizia a bandeirinha, e Sirius teve que rir de si
mesmo. Estava apenas na maldita sala comunal. A poucos metros de
distância. Colocou o mapa de volta e se endireitou. Se olhou no espelho ao sair da sala
e descer as escadas.
Eles podiam ficar uma ou duas horas sozinhos, antes do jantar, desde que ninguém
aparecesse no dormitório. Um jogo de gobstones, ou snap, ou apenas ouvir um disco,
talvez. Há quanto tempo eles não tinham espaço para relaxar juntos? Mas é claro,
Remus parecia querer fazer qualquer coisa, menos relaxar atualmente; era estudar,
estudar e estudar.
Sirius alcançou o final da escada e olhou em volta, procurando por Remus. A sala
comunal estava quase vazia, apenas um pequeno grupo de alunos do primeiro ano
trocando cartas de sapo de chocolate em um canto, um quinto ano conectado em seus
fones de ouvido, a cabeça balançando descontroladamente no parapeito da janela. E
Remus, afundado em sua poltrona favorita, a cabeça apoiada em um cotovelo
dobrado, um livro enorme no colo. Dormindo profundamente, roncando muito
suavemente.
666
Sirius parou perto dele, com as mãos na cintura, e sorriu. Estudar, estudar e
estudar. Ele deveria estar exausto. Sirius cedeu. Talvez Moony não precisasse de uma
hora tentando distrair Sirius de seus próprios pensamentos. Talvez ele só precisasse de
um bom descanso. Black se afastou e sentou-se no sofá em frente. Pegou um exemplar
do Profeta Diário e começou a fazer as palavras cruzadas, levantando os olhos sempre
que possível.
Ele parecia tão diferente, adormecido. Sem seus olhos atentos e vigilantes abertos, o
rosto de Remus se suavizava, fazendo-o parecer mais jovem; mais frágil. Cicatrizes
prateadas refletiram a luz cinza do inverno, o único sinal externo de quão
impossivelmente forte ele era. Quão resiliente e resistente. Sirius lembrava de
querer ser Remus, quando pequenos. Os astros do rock que Black adotou como heróis
durante aqueles anos pareciam muito mais com Moony, eles pertenciam
ao seu mundo. Ele era feroz e descolado, ligeiramente selvagem - não aceitava merda
de ninguém, muito menos de adultos. No Largo Grimmauld, nas férias, Sirius pensaria
em seu amigo mestiço, se perguntando o que ele diria quando Walburga o irritasse. Ele
não teria medo. Ele não cederia.
E então - não, Sirius nunca poderia ter certeza de um momento específico ou de uma
mudança repentina. Porque talvez sempre pareceu inevitável para ele. Porque, a
quem mais Moony poderia pertencer? Quem mais além de Sirius poderia querê-lo
tanto?
O buraco do retrato se abriu atrás dele e uma rajada de ar frio entrou, perturbando o
calor da lareira. Black suspirou, ouvindo os passos familiares de James, e a risada
musical de Lily. Ele se preparou para forçar um sorriso e lançou um último olhar para
Remus, dormindo profundamente, as bochechas rosadas.
"E aí!" James saltou sobre o encosto do sofá, jogando seu eu estúpido e desajeitado ao
lado de Sirius e batendo-o no braço. Sirius bateu de volta,
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Remus acordou, espreguiçando-se, bocejando e sorrindo estupidamente para Lily, que
deu um tapinha na cabeça dele, encostado na cadeira.
"Não era para eu ter dormido," Ele respondeu, erguendo o livro pesado no outro braço
da cadeira e esfregando as coxas como se estivessem doloridas. Olhou para Sirius e
deu-lhe um sorriso rápido e secreto. O moreno desviou o olhar, timidamente.
Mary e Peter entraram com eles e ficaram parados, um pouco sem jeito. Nada de
Marlene. Sirius se perguntou se elas estavam brigando de novo - Marlene tinha estado
muito triste ultimamente, e quase não estava por perto.
"Vim só deixar meu kit", disse James, acenando para sua grande mochila de
quadribol, em uma pilha no chão. “E depois vou descer para um chá da tarde. Vocês
querem vir?"
"Sabe de uma coisa." Peter disse, de repente, olhando para seu jogo de xadrez, em uma
prateleira alta no canto mais distante da sala. “Acho que vou ficar aqui e ver se alguém
quer um jogo.”
"Vou descer com você", disse Mary, "Ver se Roman está por perto."
"Eu pensei que vocês dois tivessem se separado?" Lily ergueu uma sobrancelha. Mary
deu de ombros, a mão no quadril. Sirius conhecia aquele olhar muito bem. Mary
queria algo e ela iria conseguir.
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"Esquisitos." James bufou, antes de se erguer, tão rapidamente quanto se
acomodou. "Tudo bem, me dê cinco minutos, Evans." E caminhou em direção ao
dormitório com sua bolsa, assobiando alegremente.
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Capítulo 124: Sétimo ano: Natal Parte 1
Em uma infeliz reviravolta do destino, a lua cheia de dezembro de 1977 caiu no dia de
Natal. Todos os marotos concordaram em ficar em Hogwarts até o fim, com um plano
de viajar de volta para os Potter no Boxing Day. Lily fez todos eles prometerem que
se encontrariam o mais rápido possível no Beco Diagonal.
"É o único lugar no qual meus pais me deixam ir sozinha," ela explicou a Remus, "Eu
queria ir para os Potter também, mas eles são protetores e ainda não conheceram
James."
"Por que não convidar James para sua casa?" Remus sugeriu. Lily mordeu o lábio e
encolheu os ombros.
Foi um Natal desanimado, na verdade. James estava com saudades de Lily. Peter
obviamente desejava estar em casa, não preso na escola. Sirius ficava ansioso e
nervoso sempre que ele e Remus estavam no mesmo quarto com outra pessoa, e o
próprio Remus estava mal-humorado e irritado, esperando a lua chegar.
Eles também não fizeram nada muito natalino, a não ser descer para almoçar com os
outros alunos que haviam ficado. Haviam prometido à Sra. Potter não trocar presentes
até que estivessem todos juntos.
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"Não seja bobo", James balançou a cabeça corajosamente, "Eu sei o quão ruim é para
você no sótão, amarrado daquele jeito. A Casa é o melhor lugar - pelo menos podemos
todos correr um pouco.”
E ele estava certo, é claro. Todos precisavam de uma boa corrida e, pela manhã,
Remus acordou e olhou para os rostos rosados e sorridentes de seus amigos, e sabia
que todos se sentiam muito melhores.
Não poderiam sair imediatamente, é claro, Madame Pomfrey não permitiria. A Lupin
foi prescrita sua manhã normal de sono, e ele esperava que os outros marotos
estivessem aproveitando a oportunidade para fazer o mesmo.
Quando acordou na enfermaria, Sirius estava sentado na cadeira ao seu lado, sorrindo,
com duas malas aos seus pés.
"Estarei pronto quando você estiver!" Ele disse alegre, e Remus sentiu uma pontada
de culpa novamente. Sirius precisava voltar para casa, para os Potter, tanto quanto
James.
"Claro que não," Black bufou, "Prongs quem fez. Porém, eu me certifiquei de que ele
guardasse o livro da sua mesa de cabeceira. "
Lupin abriu a boca para falar, mas o moreno levantou a mão, “E aquele debaixo do
seu travesseiro. Não se preocupe, Moony, nada passa por mim. "
"Tem certeza que você vai ficar bem para usar o pó de flu?" Sirius perguntou,
enquanto Remus saía da cama, seus pés descalços pousando nas pedras frias. Ele se
sentia um pouco fraco e tonto, mas não pior do que o normal. Assentiu,
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"Ok. Mas você deveria dizer, se não estiver se sentindo bem. "
Sirius obedeceu. Remus se vestiu lentamente, checando seu corpo a cada movimento,
certificando-se de que tudo estava funcionando como deveria. Ele estava morrendo de
fome, mas disposto a esperar pela comida da Sra. Potter. "Onde estão os outros?"
Perguntou, agora curvando-se para amarrar os cadarços.
"Sala comunal," O moreno respondeu e ergueu seu espelho compacto de prata, "Tenho
que avisar ao Prongs quando estivermos a caminho do escritório de McGonagall, eles
nos encontrarão."
"Excelente." Remus acenou com a cabeça. Ele parou por um momento, tonto de novo,
e fingiu estar apenas se espreguiçando.
"Moony?"
"Mmm ...?" Remus começou a colocar seu segundo sapato, concentrando-se muito.
"O que?!" Ele se levantou tão de repente que teve que agarrar o braço de Sirius para
parar de cambalear. Sua cabeça girou e teve de piscar algumas vezes enquanto o
equilíbrio se restaurava. "Contar ao ... Prongs?"
"Sim." Sirius parecia muito pálido, seus olhos grandes, "Se estiver tudo bem para
você? Acho que seria melhor.”
672
O rosto de Remus ficou quente e ele desviou o olhar, cutucando o dedo do pé de Sirius
com o seu,
"Fique quieto."
"Nunca." Sirius colocou a língua para fora. "Então está tudo bem?"
"Sim. Claro que sim. Você vai me contar ... quando acontecer?"
"Ok."
"Obrigada." E com isso, Sirius ficou de pé e desapareceu atrás da cortina. Remus ficou
parado por alguns minutos, atordoado. Bem. As pessoas sempre poderiam te
surpreender.
***
A tarde do Boxing Day nos Potters foi uma mudança de ritmo bem-vinda. Euphemia
queria saber tudo sobre Lily, e Fleamont queria saber como a nova formação de
quadribol da Grifinória estava funcionando. Isso levou a uma discussão muito longa e
complexa entre Peter, Sirius, James e seu pai, enquanto eles reclamaram do pobre
novo apanhador - algo Eriksson - e se preocupavam se este seria ou não o fim da
sequência de seis anos de vitórias do time.
No final, Remus e Euphemia os deixaram e foram para a cozinha ajudar Gully a lavar
a louça. A Sra. Potter puxou uma cadeira para perto da pia e disse,
“Apenas sente aí, meu amor, e você pode secar. Não quero que fique em pé a noite
toda, ou nunca vai se levantar amanhã. E parece que os meninos planejaram muitas
coisas.”
673
Eles trabalharam em um silêncio amigável por um tempo, Remus praticou vários
feitiços de secagem antes de desistir e apenas usar um pano de prato. Talvez nunca
fosse ficar bom em encantamentos domésticos.
"Vem com a prática", sorriu Euphemia. Seu rosto estava suave a luz e, embora
parecesse cansada e mais velha do que Remus se lembrava, ela parecia contente e
relaxada. Exatamente como uma mãe deveria parecer em sua mente.
"Sra. Potter?"
"Sim, querido?"
“Lyall? Um pouco, mas não muito bem. Monty o conhecia melhor, eles se cruzaram
no Ministério uma ou duas vezes ... e eu acredito que ambos gostavam de algumas
cervejas de sexta à noite no Caldeirão Furado - ela estalou a língua indulgentemente.
"Mas você a conheceu." Ele olhou para a mãe de James, maravilhado. Por que isso
nunca ocorreu a ele antes? Ela tirou o avental amarelo brilhante e se sentou na cadeira
ao seu lado.
“Fomos apenas apresentadas. Estávamos ambas grávidas na época, fora a única razão
de que me lembro. Ela era muito mais jovem do que eu, e - como disse - uma trouxa.
Nós vivíamos em círculos sociais diferentes, eu suponho. Lyall era um homem muito
reservado.”
"Como ela era?!" Remus perguntou, desesperado, "Ela era ... legal?"
674
"Ah, Remus," Euphemia estendeu a mão e pegou a dele, que estava fria com a louça e
parecia um pouco familiar demais. Ele não queria aborrecê-la, então a deixou fazer
isso. “Ela era muito simpática, pelo que me lembro. Coisinha tímida, cabelo loiro e
um sorriso adorável. Muito pequena, lembro-me de ter pensado - embora, perto de
Lyall, qualquer um parecesse pequeno. Não me lembro qual foi a ocasião, mas ambas
estávamos enormes - lembro-me dela me dizendo que daria à luz em março. Eu disse a
ela para entrar em contato se precisasse de alguma coisa, mas temo que ela nunca o
fez. Talvez não soubesse como. "
Remus olhou para baixo. Se ele tivesse saído de sua infância intocado, talvez, com o
tempo, sua mãe pudesse ter feito mais amigos. Talvez tivesse feito amizade com a Sra.
Potter, e talvez todos eles pudessem ter passado o Natal juntos.
"Recebi uma carta," disse lentamente. “Quando eu fiz dezessete. Ela, Hope, escreveu
antes de me entregar para o Lar. Ela disse... ela disse que eu poderia tentar encontrá-
la. "
"Não sei. Talvez ela tenha mudado de ideia depois de todo esse tempo. "
"Remus." Euphemia disse, muito ferozmente: "Posso prometer que ela não mudou de
ideia. Se você quiser procurar sua mãe, é só me dizer. Monty pode fazer isso em um
instante. ”
"Obrigado."
Ele foi para a cama cedo e foi acordado por Sirius, se esgueirando para debaixo de
suas cobertas. A casa estava silenciosa e estava muito escura.
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"Sim, você queria." Murmurou, sonolento. "Ainda não disse ao Prongs, então?"
"Nah," Sirius balançou a cabeça contra seu braço, enterrando o rosto sob o edredom,
"Eu pensei amanhã. Depois do Beco Diagonal, antes do jantar.”
***
"Acalme-se seu lunático, estamos quase prontos!" Sirius gritou de volta, de onde
estava se checando no espelho de corpo inteiro.
“Não consegui encontrar. Você guardou? " Remus bufou, pendurado na moldura da
porta.
“Eu te disse, eu deixei as malas para o Prongs fazer. EI, PRONGS! VOCÊ
ESQUECEU O GORRO DE MOONY, SEU BASTARDO! "
“EU PEDI PARA VOCÊ ME AJUDAR!” James gritou de volta "VOCÊ DISSE QUE
EU TINHA TUDO SOB CONTROLE!"
"DESCULPE, MOONY!"
676
“ESTÁ OK, PRONGS!” Remus se juntou, um pouco envergonhado. "Eu vou sem."
disse "Não está tão frio."
"Pegue o meu," Sirius deu de ombros, jogando a cabeça de novo, ainda se olhando no
espelho, "Eu não quero bagunçar meu cabelo, de qualquer maneira," Accio gorro. "
"Ok. Vamos!"
“Mandou uma coruja, não estava a fim de ir, aparentemente. Mal-humorado idiota.”
"Sim, bem, pela primeira vez, não o culpo por não querer ir de flu para Londres em
um dia de inverno só para ver você e Evans se beijando." Sirius brincou.
“Isso não é tudo o que fazemos!” As orelhas de James ficaram vermelhas. "De
qualquer forma, se isso for verdade, por que você e Moony estão vindo?"
“Eu quero alguns livros novos e ele é um voyeur.” Remus encolheu os ombros.
"Vamos andando?"
Lupin lembrou-se de manter os olhos e a boca fechados dessa vez, e gostou de pensar
que chegou à lareira do Caldeirão Furado com alguma dignidade, mesmo que tivesse
tropeçado na grade de ferro fundido. Felizmente, tropeçou direto nos braços de Lily, já
que a ruiva os esperava ansiosamente.
677
"Oi", ele riu, recuperando o equilíbrio, "Meu herói!"
"Tarde demais, Prongs," Sirius disse, limpando-se, enquanto passava habilmente sobre
a grade, "Você já a perdeu para um homem melhor."
“Era inevitável, suponho.” James sorriu, seguindo-o para fora. Lily largou Remus
imediatamente e se jogou em James, que parecia emocionado até os ossos.
Eles conseguiram encontrar uma mesa para se sentar no pub lotado e pediram quatro
cervejas amanteigadas.
"Está cheio, não?" Remus disse, levantando a voz por cima do barulho enquanto abria
caminho entre a multidão de clientes com as bebidas.
"São as vendas", disse Lily, casualmente, "Oxford Street está tão ruim quanto, eu
estive lá com mamãe esta manhã."
"Alguém aqui que conhecemos?" Sirius perguntou, levantando a cabeça para olhar
para os rostos.
“Um ... acho que não ... Ooh, er, eu vi Frank, mais cedo - você se lembra de Frank
Longbottom? Ele foi monitor-chefe em nosso primeiro ano.” Lily disse, antes de
abaixar a cabeça e se concentrar em sua bebida - e na mão de James, que estava em
seu quadril, serpenteando lentamente por baixo de seu suéter de lã verde.
Assim que terminaram as bebidas, todos estavam ansiosos para sair do bar barulhento
e superaquecido, e tomar ar fresco. A rua, entretanto, estava igualmente lotada.
Pareceu a Remus que toda a população bruxa da Grã-Bretanha devia estar amontoada
nessas pequenas ruas tortuosas, todos envoltos em pesadas vestes de inverno,
carregando sacolas, cestos e caixas, desejando alegremente um ao outro feliz Natal, ou
então rudemente os empurrando para chegar à loja que queriam.
“Tentem ficar juntos!” James disse por cima do ombro para Sirius e Remus, antes de
desaparecer prontamente na multidão com Lily.
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"Vamos apenas fazer nossas compras e encontrá-los mais tarde," Black bufou,
irritado. "Você disse que queria livros?"
"Eu não sei." Ele disse, sem muita convicção “Só cheira diferente da última vez. A
mágica. Provavelmente são todas essas pessoas.”
"Puta merda."
A livraria estava uma loucura, mas Remus não se importou. Ele teria se contentado em
vagar pelas prateleiras o dia todo, fileira por fileira, vasculhando, lendo sinopses e
acariciando capas. Estava tendo a melhor tarde que teve em anos, até que foi
interrompido.
"Ora, ora. Olha quem é.” Lupin ergueu os olhos e viu Snape parado a apenas alguns
metros de distância. Ele cheirava a prata, então Remus ficou para trás.
"O que você quer, Snivellus?" Resmungou, fingindo não estar preocupado, voltando
ao livro que estava olhando.
“Você e seu pequeno bando de delinquentes podem pensar que são os donos da
escola, Loony Lupin,” Severus resmungou, “Mas você não tem nenhum direito sobre
o Beco Diagonal. Posso fazer compras onde quiser.”
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"Bem, caia fora e vá fazer compras, então. " Remus deu de ombros, se virando. Estava
começando a se sentir mal, só queria que Snape e tudo o que ele estivesse escondendo
sob suas vestes desaparecessem.
"Você está no meu caminho." O sonserino estreitou seus olhos negros e frios. Ele
começou a avançar em sua direção, alcançando por cima de si, um livro sobre poções.
As mãos de Remus começaram a tremer, então ele largou o livro e se afastou,
enfiando-as nos bolsos. Onde estava Sirius?
"O que você está fazendo com tanta prata em você, sua aberração?" Remus engasgou,
recostando-se na estante atrás dele, seus olhos lacrimejando.
“Não há tal coisa como ser cuidadoso demais.” Snape ronronou. "Há todos os tipos
'por aqui."
"Tudo bem aí, Snivellus?" A voz de Sirius veio logo atrás deles. Lupin suspirou de
alívio quando Snape recuou, parecendo ter sido pego roubando. Sirius saiu de trás da
estante com os braços cruzados, “Se perdeu no caminho para a Travessa do Tranco,
não foi? Ou apenas está na cidade para a sua lavagem anual de cabelo?”
"Ah, por favor, depois de você," Sirius fez uma reverência ampla, permitindo que
Severus se afastasse, resmungando sombriamente para si mesmo. Remus riu
fracamente.
Hm. Melhor não o fazer se preocupar sobre a prata. Provavelmente era apenas Snape
sendo ridículo como sempre.
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"Sim, tudo bem." Remus sorriu. "Vamos, vamos lá encontrar os outros, certo?"
“Nah,” Balançou a cabeça, “Eu só queria anotar os nomes, ver se Pince os encomenda
para a biblioteca da escola para mim. É grátis, assim.”
Eles tiveram de empurrar várias pessoas pela maior parte do caminho para fora e,
assim que saíram, Remus precisou parar para respirar, tendo que se encostar na parede
do beco ao lado da loja.
“Tem certeza de que está bem?!” Sirius perguntou, puxando uma mecha de seu longo
cabelo, ansiosamente.
"Ah, a bobagem de sempre," Franziu o rosto, "Não acho que ele pretendia esbarrar em
mim. O que é a Travessa do Tranco? ”
"Lá," Sirius acenou com a cabeça para outro lado da rua na direção de outro beco, um
pouco mais largo do que aquele em que estavam, que claramente levava a mais lojas.
“É onde os tipos mais perversos se encontram. Bruxos das trevas, banshees
disfarçados, vampiros. Esse tipo de coisas."
681
“O pai de James estava me dizendo que eles estão planejando uma incursão em
algumas das lojas de lá no Ano Novo - acha que eles estão estocando suprimentos
ilegais. Aposto qualquer coisa, é para onde o Snivellus escapuliu. "
Remus olhou para a Travessa do Tranco por um tempo, enquanto recuperava o fôlego.
Qualquer que fosse o estranho cheiro, estava vindo de lá. Já havia cheirado algo
parecido antes; em Moody. Magia Negra - queimada nas bordas, carne carbonizada.
Ele estremeceu.
“Vamos para a Artigos de qualidade para quadribol?” Sugeriu “Se James estiver em
algum lugar, ele estará lá”,
Eles deixaram o beco sombrio e saíram para o forte sol de inverno. Não havia nevado
este ano, mas ainda estava muito frio e o céu estava claro, tornando o ar fresco com
energia. Enquanto cruzavam a estrada, passando lentamente pelo bando de bruxas
fazendo compras com seus filhos, bruxos apenas passando o tempo e elfos domésticos
fazendo tarefas para seus mestres, a energia pareceu mudar, ligeiramente. O que fez os
pelos do pescoço de Remus se arrepiarem, como a chegada de um predador. Ele ficou
tenso e olhou em volta. Avistou Lily e James olhando para a última vassoura na janela
da Artigos de Qualidade para Quadribol. Estava prestes a se virar e chamar a atenção
de Sirius, quando aconteceu.
BANG
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CRACK CRACK CRACK, as pessoas estavam aparatando ao redor - muitos estavam
saindo, mas alguns estavam chegando também. Esses eram os que faziam algo dentro
de Remus querer começar a rosnar.
BANG
Outra loja, mais adiante na rua explodiu também, depois outra, e ...
683
Capítulo 125: Sétimo ano: Natal Parte 2
O chão tremeu e Remus fechou os olhos com força, de barriga para baixo nos
paralelepípedos. Tudo depois daquele momento - vendo os rostos de Lily e James se
virarem, antes do prédio na frente deles explodir - tudo depois disso fez tão pouco
sentido. Fora muito lento ou muito rápido, e Remus descobriu que não reagiu da sua
maneira normal - ele estava fraco, assustado e sua compreensão confusa. Se sentiu
atordoado.
Eles ergueram a cabeça - ele e Sirius - muito tempo depois de tudo ficar quieto,
quando as pessoas ao redor deles já estavam de pé e gritavam ou choravam.
Definitivamente, alguém estava chorando, uma mulher. Isso parecia o mais alto de
tudo. E alguém ria também, uma gargalhada fina e afiada à distância, pura alegria.
O Beco Diagonal parecia ser consequência dos destroços de uma bomba. As lojas
destruídas eram como dentes quebrados em uma boca aberta; estranhas manchas azuis
de céu onde alguma outra coisa deveria estar. Era difícil ver muito no nível do chão,
mas eles semicerraram os olhos em meio à poeira que se assentava na rua em direção
a Gringotes, de onde a maior parte do barulho parecia vir.
"Vocês dois!" Uma mulher sibilou, vindo em direção a eles por trás, mexendo nos
escombros, sua varinha erguida, “Para trás! Atrás de mim!" Ela seguiu em frente. Suas
vestes eram castanho-avermelhadas, o uniforme de um auror.
"James!" Sirius engasgou, sua voz estranha e estrangulada de terror. Ele se levantou
com dificuldade, as vestes empoeiradas e os cabelos cheios de fuligem. Ele meio
correu, meio tropeçou, em direção ao buraco no céu onde a loja de suprimentos para
quadribol ficava, minutos antes.
684
"Sirius!" Remus tossiu de novo, se esforçando para acompanhar, mas havia
machucado o quadril quando atingiu o chão e seus ouvidos ainda zumbiam, seus olhos
estavam começando a ficar embaçados enquanto ele enxugava as lágrimas com os
pulsos empoeirados. "Sirius-"
Remus caiu de joelhos, cobrindo as orelhas, e ele não era o único. A voz parecia estar
bem atrás dele - dentro de sua cabeça, estava em toda parte. A multidão ficou em
silêncio finalmente, enquanto todos olhavam em volta, piscando, procurando o dono
daquela voz horrível e insidiosa.
O que quer que estivesse acontecendo, estava acontecendo mais longe - Remus podia
sentir o cheiro de magia agora, e ver raios de luz disparando através da nuvem de
poeira ao redor de Gringotes. Ele podia sentir o cheiro de Moody e ... Ferox? Talvez
fosse ele. E os Comensais da Morte. Alguns deles ele reconheceu, outros não - mas
estavam lá, e havia muitos deles. Onde estava Sirius? As ruínas da loja que estava
diante deles ainda sangrava fumaça, e Sirius havia entrado direto nela, o idiota.
Cerrando os dentes e sem um pouco de dor, Remus se levantou novamente. Tinha que
encontrá-los.
Os gritos da batalha estavam ficando mais altos, mais desesperados; a mulher que
ordenou que ele e Sirius voltassem reapareceu, e a consciência de Remus lhe dizia que
deveria ir e ajudar. Mas James, Lily e Sirius ...
685
“Silencio!” Alguém o amaldiçoou. Uma estranha quietude, mais flashes - azul, verde,
amarelo, vermelho e então ...
Pela primeira vez, Remus pensou em retirar sua varinha, tateando em suas vestes
emprestadas por ela. Ao fazer isso, seus dedos roçaram em outra coisa – algo liso e
pesado. Sua mão se fechou em torno de seu relógio de bolso e ele o puxou, abrindo-o
rapidamente e dizendo em voz alta.
"Sirius Black."
A agulha nem balançou, mas apontou para frente imediatamente, e ele a seguiu em
direção às ruínas da loja. "Sirius?! Sirius?!"
"James!"
James o abraçou com força, e Remus nem pensou em como isso era incomum, ele
estava tão, tão grato e aliviado que o abraçou de volta. Lily apareceu em seu ombro, o
rosto pálido, o cabelo caindo do rabo de cavalo, as roupas manchadas de cinza. Havia
um corte logo abaixo da linha do cabelo, sangue escuro escorrendo pela sobrancelha
esquerda. E Sirius, graças a Deus, graças a Deus, graças a Deus.
"Eu te perdi." Remus disse, roucamente, assim que James o soltou. Uma das lentes de
seus óculos estava quebrada.
"É melhor irmos ajudar", disse James, sacudindo ambos os ombros, "A batalha ..."
"Está acabada." Disse Remus. “Eles fugiram. Desaparataram, a maioria deles. Como
vocês dois ...’’ ele olhou para Lily e James, ainda sem acreditar nos próprios olhos.
686
"Frank." Lily disse, soando muito menor do que Remus jamais a ouvira. Potter passou
um braço ao redor dela. “Frank é um auror. Ele usou um contra-feitiço em nós, pouco
antes da loja ser atingida, então protego, eu acho. Eu não ... eu não sabia o que fazer. "
Os olhos dela se encheram de lágrimas e James passou o outro braço em volta da
ruiva, envolvendo-a completamente.
"Eu também não." Remus disse, como se isso fosse ajudar. "Nem peguei minha
varinha."
Sirius estava segurando a dele, no entanto. Ele parecia horrível; feroz como um
demônio, olhos cheios de ódio.
"Eu estou indo de qualquer maneira. Eles ainda podem precisar de ajuda.” Disse.
Remus o agarrou pelos ombros, surpreendendo até a si mesmo com sua força.
"Não. Ouse.” Ele rosnou, encontrando os olhos de Sirius. Algo distintamente canino
passou entre eles, então Remus quase pensou que eles iriam realmente brigar, e que
seria uma espécie de alívio se o fizessem. Mas é claro, James interveio.
CRACK
"Rapazes!"
"Pai!"
Fleamont Potter havia aparecido bem ao lado de James. Ele agarrou seu filho, então
Sirius, então Remus - que havia se recuperado o suficiente agora para achar os abraços
um pouco demais - e então olhou com horror para o que restava do Beco Diagonal.
Suas sobrancelhas grossas se uniram, e ele se dirigiu ao filho.
“Vocês estão bem? Sua mãe quer que você volte para casa imediatamente, ela foi
chamada para o St. Mungus, caso contrário, ela estaria aqui. "
687
“Não deveríamos ficar e ajudar?” James perguntou, parecendo perturbado, ainda
segurando Lily com força contra seu peito. Que puta herói, Remus pensou. Ele ainda
segurava Sirius pelos ombros com força, porque não poderia abraçá-lo.
Fleamont olhou para James e pareceu crescer alguns centímetros por conta de seu
orgulho. Ele sorriu.
"Não, filho, está tudo sob controle - Moody está lá e Dumbledore está a caminho. Eu
só quero vocês todos em casa e seguros, antes de qualquer coisa”
“Amos,” o Sr. Potter acenou com a cabeça para o oficial do ministério. “Cheguei aqui
assim que pude. Levando os meninos para casa, eles vieram fazer compras e foram
pegos. ”
"É mesmo?" O oficial - Amos - veio dar uma olhada em todos eles. "Nomes?"
"Bem, você conhece James, o conhece desde que ele tinha cinco anos, pelo amor de
Deus ..." Fleamont resmungou "E esta é a Srta. Evans, presumo?" Ele olhou para Lily,
que havia parado de chorar, mas ainda parecia muito assustada.
"Evans?" Amos parecia pensativo. Ele puxou um pergaminho do bolso, "Evans, Evans
... Nomes dos pais?"
"Você não os conheceria." Ela disse, seus olhos disparando entre James e o oficial,
"Eu sou nascida trouxa."
688
Amos olhou para ela de novo, então olhou para James com um rude movimento de
sobrancelha.
"Entendo. Muito bem. E vocês dois? Oh hoho! Eu conheço você! Você é o herdeiro
dos Black! "
"Eu era." Sirius murmurou. Ele se livrou de Remus e enfiou as mãos nos bolsos,
adotando uma atitude carrancuda e irritada que sempre aparecia quando sua família
era mencionada. Remus gostaria de poder dizer a ele para não fazer isso. Não o fazia
parecer menos culpado.
"Ele está voltando para casa conosco também." Fleamont disse, rapidamente. "Sirius
vive conosco há mais de um ano agora, e-"
“Vamos, Monty,” Amos resmungou, “O herdeiro dos Black? Eu não sou estúpido e
nem você. Ele terá que ser questionado. "
"Absolutamente não." Fleamont ergueu a voz. Remus nunca o havia ouvido gritar
antes - era ainda mais assustador do que uma marca negra. “Eles são alunos, pelo
amor de Godric!”
“Muitos alunos estão do lado deles também, pelo que ouvi.” Amos disse "Muitos
Black também."
“Não estou interessado nisso. Você pode falar com Dumbledore se precisar, mas eu
sou responsável por esses meninos e estou levando todos eles para casa agora. "
"E você?" Amos de repente se virou para Remus, que piscou. Às vezes, ele se
esquecia de que os Potter o incluíam em suas responsabilidades.
“R-Remus.” Ele disse, tentando ser corajoso, mas falhando miseravelmente. E se esse
homem souber de alguma coisa? E se ele souber que sou um lobisomem? "Lupin."
689
"Hmph." Amos fez uma anotação, mas não fez mais perguntas. "Todos vocês devem
esperar aqui enquanto eu falo com Dumbledore." Ele disse, pomposamente.
"O inferno que vamos." Fleamont bufou, "Se você quiser interromper Alvo
Dumbledore enquanto ele ajuda na investigação de um ataque terrorista para cuidar de
alguns adolescentes assustados, então-"
"Amos!" Alguém - era realmente Frank? - gritou à distância, "Onde diabos está você,
precisamos de você aqui - é o Leo!"
O oficial se virou bruscamente e, com um relutante olhar final para Sirius, correu em
direção à voz. O Sr. Potter entrou em ação, sem correr riscos.
“Rápido, meninos - vocês estão bem para aparatar? Srta. Evans, provavelmente é
melhor você vir conosco agora? "
Lily assentiu e James a beijou, antes que os dois desaparatassem juntos, de mãos
dadas. Fleamont acenou com a cabeça para Sirius e Remus, antes de desaparecer com
um alto CRACK ele mesmo. Remus olhou para Sirius. Sirius o olhou também, ainda
com raiva, ainda cheio de um desejo ardente de vingança.
"Ah não." Lupin disse, com firmeza, então, mal pensando sobre isso, agarrou o
cotovelo de Sirius com força, e se preparou para aparatar com ele.
Eles chegaram na varanda da frente do Potter com tanta força que suas cabeças
bateram uma na outra, e eles se separaram, ofegantes, sentindo-se queimados.
690
"Puta que pariu, Moony!" Sirius engasgou, esfregando o cotovelo onde o havia
agarrado.
"Tive que ... parar você ... idiota ..." Remus se inclinou para frente, as mãos nos
joelhos. Ele se sentia completamente esgotado, zumbindo com magia; os nervos
acesos com a estática.
Lily ficou por mais uma hora ou mais, bebendo xícara após xícara de chá, enquanto
Gully corria de um lado para outro da cozinha, torcendo as mãozinhas enrugadas e
balançando a cabeça tristemente. O Sr. Potter se desculpou profusamente com Lily, e
esperava que se encontrassem novamente em circunstâncias melhores - antes de se
trancar em seu escritório. Depois disso, eles ficaram sentados em silêncio a maior
parte do tempo; com apenas uma explosão ocasional de James ou Sirius.
"Snape!" Sirius vociferou, andando de um lado para o outro, "Nós o vimos na livraria,
ele ameaçou Moony - ele deve ter tido algo a ver com isso!"
"Você não sabe disso." Lily disse, trêmula, olhando para o padrão de sua xícara de
chá.
“Moony. Você sentiu cheiro de algo. Você me disse, lembra? Você sabe quem-"
691
"Remus, você pode sentir o cheiro das pessoas?!" Lily olhou para cima, meio
chocada, meio curiosa. "Como um perfume?"
"Não é como ... é apenas uma ... coisa de lobo. Instinto. Mas eu não senti. Eu não...’'
Remus desejou que o chão o engolisse.
Poderia contar a eles. Porém, ele não queria contar a Sirius assim; não enquanto eles
estivessem furiosos um com o outro e assustados, e com Lily e James sentados bem
ali.
"Moony." Black chamou, em uma voz muito baixa e sombria que nenhum deles
jamais ouvira antes. "Diga-me. Quem?"
Remus olhou para James, desesperado por ajuda, mas ele estava apenas o encarando,
esperando. Lily também, a boca ligeiramente aberta. Olhou para Sirius novamente, e
tentou segurar seu olhar.
Sirius jogou as mãos para cima e saiu da sala em silêncio absoluto. Lily deu um
suspiro muito cansado.
“James”, disse ela, “acho melhor ir para casa. Mamãe e papai vão se perguntar. "
James insistiu em aparatar de volta com Lily, depois voltar sozinho. Remus desejou
que não fizesse. Ele não queria ser deixado sozinho. Sozinho, tudo voltaria à sua
mente, tão vívido quanto uma tela de cinema. O barulho, a fumaça, o terror absoluto.
E a vergonha. Ele não agiu. Sua primeira chance de se provar a Dumbledore, Moody e
até Snivellus que estava do lado certo e disposto a lutar por isso. Porém, ele nunca
esperou que fosse assim. Nunca havia considerado que quando chegasse a hora, que
quando estivesse em um campo de batalha com as únicas pessoas que amava no
mundo - tudo que ele iria querer fazer era encontrá-los e fugir.
692
Quando James voltou, encontrou Remus andando de um lado para o outro, pisando no
mesmo tapete que Sirius estivera antes.
"Você está bem, Moony?" Ele perguntou, nervoso, dando passos lentos para frente,
braços para cima, como se Remus fosse uma besta indomada.
“Eu não fiz nada.” Murmurou, ainda andando. "Eu só ... eu não conseguia me mover.
Eu não conseguia pensar. "
"Remus ..." James continuou falando naquele tom firme e amigável. Era mais
calmante do que queria admitir. “Ninguém conseguia. Foi horrível, foi a coisa mais
assustadora que já aconteceu.”
"Sirius sabia." Lupin o desafiou. “Foi ele quem se levantou. Ele queria ajudar ... ”
"Ei, vai a merda, Potter." Sirius apareceu de repente na porta, de braços cruzados.
Seus olhos estavam um pouco rosados, mas não parecia mais com raiva. Remus sorriu
para ele, esperançosamente, pelas costas de James. O moreno sorriu de volta,
tranquilizador.
"Eu ia dizer," James riu, "Isso é o que o torna tão corajoso, seu idiota. Você só quer se
apressar e ajudar, mesmo que seja a pior ideia do mundo.”
"Sim, ok, não foi uma boa ideia." Sirius falou, sentando-se no sofá, ao lado de James.
"Pelo menos você fez alguma coisa." Remus disse "Pelo menos você se levantou."
693
"Depois de você!" Respondeu, "Eu fui patético, eu estava ... como vamos ganhar essa
guerra se vai ser assim?! Se estou com muito medo de...”
"Eu também estava com medo." Sirius disse, olhando para cima. “Eu não sou tão
maluco. Eu ainda estava bloqueando, quero dizer. Puta que pariu. "
"Não faça isso." Potter passou a mão pelo cabelo, ainda arenoso com os escombros.
“Levei muito tempo para descobrir o que aconteceu - e tudo que eu conseguia pensar
era em levar Lily para algum lugar seguro. Eu pensei que faria qualquer coisa para ter
certeza de que ela estava segura. ”
"Aí está, então." Sirius disse, com firmeza. “É assim que ganhamos.”
***
A Sra. Potter não voltou do St. Mungus a noite toda, mas Fleamont saiu de seu
escritório para dizer aos meninos que havia falado com ela, e que ela estava bem,
antes de pedir a Gully que fizesse um sanduíche e fechar a porta novamente.
Peter veio, pálido e trêmulo - ele tinha ouvido a notícia, aparentemente possuía um
primo que trabalhava para o Profeta Diário. No entanto, não houve nenhuma
informação útil. Nenhuma contagem de mortes ainda, não havia sido finalizada. Peter
ficou para o jantar, mas James foi o único realmente capaz de manter uma conversa
adequada e, eventualmente, Pettigrew foi embora. Quando Remus anunciou que
queria dormir cedo, os outros dois deram de ombros e concordaram em subir também.
Depois de tomar banho e tirar a poeira e a fumaça do cabelo, ele escovou os dentes no
banheiro frio e silencioso e tentou não pensar em como era estranho estar fazendo
coisas tão normais em um dia tão anormal. Podia ouvir Sirius e James murmurando
baixinho no quarto ao lado, tons solenes e tensos. Decidiu deixá-los assim.
Horas depois, Remus estava se arrependendo seriamente dessa decisão. Ele não
conseguia dormir. Esperou e esperou que Sirius viesse, até perceber que ainda deveria
estar com James, e que talvez nem viesse. Então, deitou-se de costas e tentou evitar
694
que seus pensamentos fiquem muito altos. Isso é guerra, ele continuava pensando.
Isso é o que você concordou em fazer. Você prometeu a Dumbledore. Você prometeu
a seus amigos.
"Estou aqui."
695
Capítulo 126: Sétimo ano: Natal Parte 3
A próxima semana e meia foi uma das mais sombrias que Remus conseguia se
lembrar. Quando a Sra. Potter finalmente chegou em casa no dia seguinte ao ataque,
ela estava pálida e abatida, e abraçou sua família com força, como se tivesse pensado
que nunca os veria novamente.
"Cerca de cinquenta mortos, pelo que ouvi." Disse, solenemente. “Eu fiquei
encarregada principalmente da triagem. Centenas de feridos”.
"Algum... algum dos nossos?" O Sr. Potter perguntou. Parecia que o homem não
dormia há tempos - e de fato, pelo que Remus sabia, ele nem ao menos havia ido para
a cama.
"Mais tarde." Ela disse, lançando um olhar para os meninos. James parecia indignado.
“Podemos ouvir.” Ele disse. “Todos nós somos maiores de idade e estávamos lá
quando aconteceu!”
"Sim, eu sei que estavam!" Sra. Potter gritou, sua voz estridente. A boca de James se
fechou e ele olhou para baixo, envergonhado. A mulher se levantou. "Eu vou deitar."
"Está tudo bem." Fleamont tirou os óculos e esfregou a ponte do nariz. “Estamos
todos chateados. Sua mãe e eu precisamos que vocês, rapazes, ouçam e façam o que
mandarmos até a hora de voltar para a escola, entenderam? "
696
Todos eles assentiram relutantemente, e Remus viu os músculos da mandíbula de
Sirius se contraírem. Era um sinal de seu respeito pelo Sr. Potter o fato de ele não
protestar. “Agora,” Fleamont continuou “Esta casa ficará muito cheia nos próximos
dias, e vocês verão muitas pessoas bastante importantes fazendo um trabalho muito
significativo. Não façam muitas perguntas e não os incomodem.”
"Sim." Fleamont acenou com a cabeça. "Sendo anfitriões graciosos e cuidando de sua
mãe."
"James ..." Fleamont começou, estendendo a mão para tocar o braço de seu filho.
Remus e Sirius interpretaram isso como uma deixa para limpar a mesa e esperaram na
cozinha, ajudando Gully a lavar a louça sem muito entusiasmo.
“Não vejo por que tanto alarde.” Sirius resmungou, o cotovelo afundado na espuma do
sabão. “Se eles soubessem metade das coisas de que somos capazes, poderíamos
realmente ajudar.”
“Teremos nossa chance.” Remus respondeu, olhando pela janela enquanto secava os
pratos. O jardim estava muito escuro e uma névoa fria pairava no ar, tornando difícil
ver muito além da parede do pátio. Apenas podia ver os aros de quadribol de James no
gramado, e a lua minguante escura. Ele não gostava de não ser capaz de ver muito
longe, ficava inquieto.
"É fácil para você dizer." Sirius ainda estava reclamando, "Você já provou seu valor."
697
“Com aquele lobisomem que você conheceu, ano passado. Você já enfrentou o
inimigo e mostrou a Dumbledore que ele pode confiar em você. "
"Acho que não expliquei direito, se é isso que você pensa ..." Lupin disse. "Lívia não
era ... não era sobre a guerra."
“Dumbledore acha que era. Moody também. Eles falam sobre os lobisomens o tempo
todo - como você será útil tentando convencer as criaturas das trevas a não se
juntarem a você-sabe-quem. "
"Tudo bem."
Eles conversaram sobre nada. Lavaram a louça em completo silêncio. Remus olhava
pela janela para a escuridão do terreno dos Potter procurando... algo.
"Sim", James deu de ombros, parecendo de alguma forma mais sábio; Mais velho.
"Apenas as coisas do meu pai, sabe."
Sirius e Remus se entreolharam, e Lupin sabia que estavam sentindo a mesma inveja
amarga. O que significava ter um pai como Fleamont Potter? O que significava, ao
menos, ter um pai?
"Eu disse que daria um anel para Lily, vocês dois querem fazer um passeio até a vila?"
"Por que não?" Black respondeu, deixando o pano de prato em cima da torneira.
"Ah, Moony, papai disse para te dar isso." James entregou um pequeno pedaço de
papel. Remus abriu rapidamente, olhando para o nome e endereço escritos lá. Potter
inclinou a cabeça, curioso.
698
"O que é isso?"
"Ah, nada. Um livro sobre o qual eu estava perguntando.” Enfiou o papel no bolso.
"Vamos lá. As ligações são mais baratas depois das seis.”
James finalmente aprendera como usar a cabine telefônica sem ajuda, então não havia
nada para Remus fazer a não ser se encostar na cerca ao lado de Sirius, esperando. Ele
bolava cigarros para passar o tempo; em novembro, havia cortado os dedos de suas
luvas especificamente com esse propósito.
"Eu não quis dizer você." Sirius disse com a voz baixa. "Quando eu disse ‘criaturas
das trevas’."
"Eu sei que não." Remus lambeu a seda e então a alisou. Ele entregou o cigarro pronto
para Black, que o pegou e colocou atrás da orelha. Lupin começou outro.
“Tenho que aprender como fazer isso um dia.” Sirius murmurou, olhando para ele
com apreciação. “Aposto que poderíamos descobrir um feitiço para fazê-lo
instantaneamente.”
"Justo."
Remus acendeu o cigarro com um estalar de dedos e inalou. Sirius seguiu o exemplo.
Sua perna se aquietando.
699
"Eu sou, no entanto." Remus disse, em uma expiração.
"O que?"
"Sim," Remus acenou com a cabeça, olhando para os campos diante deles e para a
estrada atrás da paisagem. “Então, quando você fala sobre querer provar a si mesmo,
eu entendo o que você quer dizer. As pessoas confiam nos lobisomens tanto quanto
confiam em filhos renegados de bruxos das trevas. "
“Sim, não queria agir assim. Eu sinto muito. Não era a minha intenção. "
“Eu sei,” Remus sorriu, o olhando finalmente. "Sinto muito sobre Regulus."
"Bem." Sirius arrastou o pé no asfalto, “Eu praticamente já sabia. Claro que ele estaria
lá.”
“Vou trabalhar muito nessa pegadinha da Sonserina quando voltarmos para a escola.
Será meu melhor trabalho.”
"Godric, Moony." Ele sorriu amplamente "Quando você diz coisas assim, fico com
vontade de beijar todo seu rosto."
"Ha," Remus riu e lançou um olhar para James, dentro da cabine telefônica vermelha,
tagarelando com um enorme sorriso no rosto, "Talvez não agora..."
700
"Eu vou contar a ele, mas não com todas essas coisas ruins acontecendo, sabe?"
"Eu sei." Acenou com a cabeça. Ele sabia. Ele não queria que Sirius soubesse, mas a
ideia de James finalmente descobrir sobre eles era muito mais assustadora do que
havia se preparado. Por que abalar todas as pessoas novamente?
“O que era o bilhete do pai de James? Não era o título de um livro, era?”
"Não." Respondeu "Não era." Ele enfiou a mão no bolso e puxou-o, passando o
polegar no pergaminho macio e grosso por um momento antes de entregá-lo a Sirius.
"Hope Jenkins?" Ele leu, uma ruga na testa: "O que isso significa?"
"Ah!" Sirius respirou, relendo, ainda franzindo a testa. "Sua mãe." Ele pronunciou a
palavra como se nunca tivesse considerado a possibilidade de Remus ter tal coisa.
"Sim," Lupin pegou o pergaminho de volta, colocando-o no bolso. “Eu sei que
dissemos que falaríamos sobre qualquer coisa, menos mães, mas... Bem. Dumbledore
me deu uma carta que ela havia escrito para mim, depois que Lyall morreu. Ela disse
que eu poderia tentar encontrá-la quando tivesse idade, então ... o Sr. Potter a
encontrou, suponho. "
"O que você vai fazer com isso? Escrever para ela?”
701
"Nós vamos. Espero que você a encontre.”
***
O Sr. Potter estivera certo - nos próximos dias, a casa esteve mais ocupada do que
Remus vira desde a festa de Natal de 73. Exceto, é claro, que houve muito pouca
alegria. Essas eram as pessoas mais próximas de Dumbledore - muitos deles
trabalhavam para o ministério, mas todos eram leais a ele antes de qualquer coisa. Eles
eram a linha de frente da guerra.
Alguns deles possuíam rostos familiares - Moody, é claro, gastou um pouco de seu
tempo para lançar um aceno áspero para os três adolescentes, que agora passavam
seus dias cuidando da lareira para os recém-chegados. Então, havia o próprio Frank
Longbottom, tão agradável e bem-humorado quanto Remus se lembrava. Ele sempre
estava na companhia de sua namorada, Alice, a jovem que havia se colocado a frente
de Sirius e Remus no dia do ataque.
Os gêmeos Prewett foram outra surpresa - James e Sirius estavam se atropelando para
alcançá-los e compartilhar todos os atos nefastos que haviam cometido em Hogwarts
desde a partida dos meninos mais velhos. Ambos tinham ficado muito bonitos, ombros
largos e mais feições ásperas devido a algumas aventuras - mas ainda possuíam o
mesmo temperamento fácil e senso de humor perverso. Frequentemente, eles traziam
sua irmã e genro igualmente ruivos.
Todos esses convidados só pararam para conversar por alguns momentos com James,
Remus e Sirius, antes de desaparecerem para o escritório do Sr. Potter, ou então para o
jardim para aparatar (aparentemente Moody havia colocado um feitiço sobre a casa
dos Potter tornando-a, não só impossível de localizar, mas também de se traçar
qualquer vestígio de aparatação). Como consequência, a sala de estar e o hall de
entrada começaram a parecer muito com a plataforma 9 ¾.
702
À noite, a Sra. Potter voltava para casa, parecendo cansada e determinada. Ela ainda
teria um sorriso para todos e estaria pronta para receber quem estivesse em casa para o
jantar. Euphemia não era nada se não espetacular.
Na noite anterior era esperado que os meninos voltassem para Hogwarts, Moody,
Frank e Alice estavam se juntando a eles para jantar - ensopado de carne com
bolinhos. Eles estavam tendo uma noite muito agradável, Frank e Remus discutiam
muito intensamente sobre feitiços defensivos, e Alice e os meninos (incluindo
Fleamont) conversavam sobre qual time de quadribol iria ganhar a liga.
Moody ergueu uma sobrancelha, fazendo seu misterioso olho mágico se projetar
grotescamente,
"Você tem uma audição muito boa, rapaz. Daria um bom auror. ”
"Professor Ferox?"
“Sim, querido,” Euphemia explicou calmamente, “Leo Ferox foi ferido no ataque ao
Beco Diagonal. Ele agora está estável e vai ficar com sua avó por um tempo para se
recuperar totalmente. Sinto muito, esqueci completamente que ele deu aulas em
Hogwarts, você o conhecia bem? "
"Mais ou menos. Ele era meu professor favorito, ”Remus disse, suas entranhas se
agitando. “Ele está... o que aconteceu? Ele estava em uma das lojas?”
703
"Ele estava no chão, na batalha conosco", disse Frank, "Ele estava no meio de tudo,
ninguém poderia duvidar de sua técnica, ele estava disparando feitiços melhor do que
todos, mas todos nós temos azar às vezes."
"Mas ele vai ficar bem?" Remus havia largado o garfo agora, ele não iria comer mais.
Todo o terror que Remus vinha tentando ignorar nos últimos dias voltou com tudo.
Ele agarrou o assento de sua cadeira, olhou para seu prato e pensou em Ferox, deitado
inconsciente nos escombros. Um homem bom e forte como aquele, abatido. Remus
sentiu uma punhalada de raiva desafiadora em seu interior, aguçando seu foco. Ele
seria melhor, não importava o que custasse. Ele seria mais rápido; mais corajoso. Na
próxima vez que a batalha viesse, estaria pronto.
704
Capítulo 127: Sétimo ano: responsabilidades
Remus escreveu três cartas em sua última noite antes de ir para a escola depois
daquele feriado de Natal. Duas precisariam de um selo trouxa e seriam colocados na
caixa de correio vermelha do Royal Mail no final da estrada antes de partirem para
King's Cross. O segundo poderia esperar até chegar a Hogwarts e usar uma das
corujas da escola.
Meu nome é Remus Lupin. Meu pai era Lyall Lupin e acredito que sou seu filho.
Estou agora com dezessete anos. Recebi uma carta escrita por você em 1965. Espero
que não se importe que eu lhe escreva. Se você quiser escrever de volta, eu gostaria
muito.
(Ele achou melhor assinar com seu nome completo, mas ficaria muito surpreso se
houvesse outro Remus Lupin morando na Grã-Bretanha. Também achou melhor ser
breve e direto ao ponto. Ela apreciaria isso, talvez, se escolhesse ignorar a carta.)
705
Caro Grant,
Espero que você tenha tido um bom Natal. Eu gostaria de ter ido fazer uma visita,
mas fiquei com a família do meu amigo e é difícil sair de lá.
Espero que você esteja bem. Como está indo o trabalho? Você já economizou para
comprar um apartamento? Terei que começar a pensar nisso logo. É meu último
semestre na escola, e em junho estarei vivendo no mundo real. Espero poder te ver
então.
Por favor, responda o mais rápido possível e diga-me como você está.
Seu,
Remus.
(Ele não queria colocar 'Sinceramente, seu', porque parecia bobo e formal demais. Não
queria colocar 'Com amor', porque parecia muito extremo. Então, no final, 'seu'
parecia a maneira mais simples e honesta.)
"Então falta apenas a carta do Ferox para postar?" Sirius perguntou, enquanto se
sentavam em sua cabine usual no Expresso de Hogwarts. Eles estavam completamente
sozinhos - Peter fora em busca de Dorcas, que aparentemente havia escrito uma carta
muito intensa para ele durante as férias de Natal, enquanto James e Lily seguiram
direto para o compartimento dos monitores.
"Sim, só a de Ferox." Remus acenou com a cabeça, batendo em seu bolso. Black havia
se sentado no mesmo banco que ele, reclinando-se e esticando as pernas em cima de
seu colo, os braços cruzados atrás da cabeça. Remus bufou indulgentemente, "Sinta-se
confortável, por que não?"
706
"Qual é a resposta que estou mais ansioso para receber?" Remus ergueu uma
sobrancelha secamente, "Você quer dizer entre meu ex-professor ferido em batalha,
meu ex-namorado infrator ou a mãe que me abandonou?"
"Você prefere que eu fique choramingando o tempo todo?" Lupin suspirou, abrindo o
livro que trouxera para a viagem em cima das pernas de Sirius.
"Não," Respondeu pensativo, olhando para o teto da carruagem. "Mas, quero dizer, se
você não tivesse a mim para conversar sobre essas coisas, eu estaria preocupado que
sua cabeça explodisse."
“Não iria explodir, muito obrigado,” Remus bateu levemente no joelho do outro com a
capa alaranjada padrão da Penguin. “Você é tão dramático. Lidei perfeitamente bem
antes de você decidir se envolver. ”
"Como?!"
"Bem" Remus mordeu o lábio, "Eu er ... você vai achar que é estúpido."
"O que?"
“Eu ... faço listas, na minha cabeça. Benefícios e perdas. E às vezes tenho conversas
fingidas, você sabe, para me ajudar a resolver um problema... ”
Remus riu,
707
"Já teve uma conversa imaginária comigo?"
"Bem, talvez seja aí que você esteja errando..." Black começou a beija-lo bem de leve,
logo atrás do lóbulo da orelha. Remus se contorceu, o livro caiu no chão do vagão.
"Não," Sirius se recostou, parecendo divertido. Ele estava olhando para Marlene com
um brilho muito perverso nos olhos. Black piscou para a pessoa que vinha atrás dela,
uma aluna alta e morena do sexto ano que Remus pensou ter reconhecido vagamente.
"Patel." Sirius acenou com a cabeça.
Oh Deus, Remus pensou consigo mesmo, Sirius poderia ter conquistas antigas que eu
nem mesmo sei?!
"Remus, você conheceu Yasmin?" Marlene perguntou, sentando-se à sua frente, "Ela é
a nova apanhadora."
"Sem Mary?" Sirius estava levantando uma sobrancelha para Marlene, como se
soubesse de algo. Lupin estava apenas confuso e um pouco perturbado.
708
assim!" A loira parecia ... ela estava corando?! Por que todo mundo estava agindo de
forma tão estranha? Remus se mexeu no assento, notando a atmosfera estranha.
"Hm." Sirius disse, ainda sorrindo para McKinnon presunçosamente, "O que vocês
duas estavam fazendo, então?"
"Nada. O que vocês dois estavam fazendo? " Ela ergueu uma sobrancelha sugestiva e
Remus quase saltou em choque. Ela sabia?! Quem era essa Yasmin?
"Bem, então." Marlene deu de ombros, seu rosto se iluminando enquanto ela se
recostava, parecendo ter acabado de ganhar um jogo de xadrez particularmente
gratificante. "Vamos deixar por isso mesmo, então, vamos?"
"Ótimo." Sirius se inclinou para trás também, cruzando os braços. Yasmin deu uma
risadinha e Remus apenas coçou a cabeça.
"O que vamos deixar por isso mesmo?” Ele perguntou a Sirius, mais tarde naquela
noite. Os dois estavam subindo lentamente até o corujal antes do toque de recolher.
Ele havia comido muito no jantar e estava um pouco arrependido agora.
"Moony, realmente." O moreno riu, "Alguém tão observador como você não tem
notado nada diferente em Marlene, ultimamente?"
"Não sei do que você está falando." Ele ofegou, se esforçando como sempre para subir
a escada em espiral.
Remus não queria admitir que, se fosse mesmo observador, era apenas Sirius a pessoa
que observava. Ele normalmente considerava as garotas um completo mistério e
raramente possuía qualquer ideia do que estava acontecendo com elas, a menos que
709
explicitamente lhe contassem. Lily e Mary faziam isso com mais frequência do que
Marlene, que sempre fora tão reservada quanto ele.
"Ah, vamos, Moony," Sirius riu, "Marlene e Yaz? Não me diga que você não viu -
elas estavam uma sobre a outra antes de perceberem que o vagão não estava vazio."
"Sim."
"Sim."
"Puta merda."
"Sim." Os olhos de Black estavam brilhando maliciosamente. “Não acredito que você
ainda não tinha percebido!”
"Bem." Remus bufou. Eles estavam quase no topo, agora. "Estou muito impressionado
que você tenha notado. Já que você, aparentemente, não tinha ideia sobre mim, depois
de estarmos nos beijando por um ano."
Remus veio atrás dele e procurou por uma coruja apropriada. Não seria uma longa
jornada, ele pensou. Parecia se lembrar de Ferox dizendo a ele que sua avó morava em
Liverpool. Foi uma carta difícil de escrever, mas necessária, considerando a forma que
haviam se despedido da última vez. Simplesmente esperava que Ferox estivesse bem e
acrescentou alguns detalhes sobre sua preparação para os NIEMs.
710
"Então, se Marlene sabe..." Remus disse pensativo, amarrando a carta na perna de sua
coruja.
"Não é minha intenção continuar trazendo isso à tona ..." Se desculpou, deixando a
coruja livre para voar para fora da janela mais próxima enquanto assistia.
"Não, eu prometi que faria isso." Black ergueu as mãos. “De qualquer forma, este
semestre vai ser um pesadelo o suficiente com os NIEMs e a guerra ... prefiro não ter
mais nada com que me preocupar.”
"Me cagando."
"Não, se você vai sugerir que eu tenha uma conversa imaginária com o Prongs ..."
"Não vejo por que não," Remus deu de ombros. “Prongs é fácil de fazer. Agradável e
previsível.”
"Mm, ao contrário de alguns." Sirius murmurou. “De qualquer forma, não é com o que
ele vai dizer que estou preocupado. Eu sei o que ele vai dizer. Vai ser como foi
quando você ... hum ... "
“... saiu do armário ...” Lupin forneceu, prestativo. O moreno acenou com a cabeça,
timidamente.
"Eu sei que ele será justo como sempre. Estou mais preocupado com as coisas que ele
não diz... ”
"Bem." Remus disse, afastando-se da janela, "Não há nada que você possa fazer sobre
isso."
711
"Black?! Bla-aaack? Oi, Padfoot! ” O bolso de Sirius começou a gritar com ele. O
moreno sorriu, pescando seu espelho compacto e abrindo-o,
"Falando no diabo."
“Corujal.”
"Sim."
"Dumbledore o quer."
"Agora mesmo?!" Sirius olhou para Remus, cujo estômago afundou. Isso nunca era
bom.
***
Remus não ficou surpreso ao encontrar todos os três marotos (e Lily - que a esta altura
poderia muito bem ter seu próprio apelido e acesso ao mapa, de qualquer maneira)
esperando por ele do lado de fora do escritório de Dumbledore. Ele estava grato -
estava em tal estado que, se tivesse que caminhar de volta para a torre sozinho,
provavelmente teria se perdido.
"Bem?" Sirius perguntou, ansioso como sempre para ser o primeiro a saber.
"Vamos lá", Lily falou, pegando seu braço suavemente, "Você não precisa nos dizer,
só queríamos saber se você está bem."
712
"Claro que ele tem que nos dizer." Sirius franziu a testa. Lupin deu a ele um olhar de
advertência.
Não falaria com eles até que chegassem lá, e usaria o tempo para descobrir
exatamente como explicaria, sem ferir, pelo menos, os sentimentos de Sirius e o
orgulho de James. Dumbledore não disse que não poderia contar a ninguém. Apenas
para ter cautela para quem contasse. Para sua segurança e a deles, o velho advertiu
ameaçadoramente. Remus ainda possuía sérias dúvidas sobre se Dumbledore estava
ou não preocupado com sua segurança, pessoalmente, mas manteve a boca fechada.
Em sua posição, deveria ter cuidado com o que dissesse.
Finalmente, todos eles se amontoaram no dormitório dos marotos - até mesmo Lily, o
que era um pouco estranho, especialmente quando ela se sentou na cama de James,
como se já tivesse feito isso uma centena de vezes antes. Remus sentou na tampa de
seu malão. Ainda não tivera tempo de desfazer as malas.
"Ele me deu uma tarefa." Remus olhou para o tapete gasto enquanto dizia isso, sem
encontrar os olhos de ninguém. Ainda não conseguia acreditar.
"Ele o quê?!" James o surpreendeu ao falar primeiro. "Ele deu a você ... não a
qualquer um de nós?"
713
"Lobisomens." Sirius disse. Lupin ergueu a cabeça e encontrou seus olhos. Ele parecia
chateado, então Remus sorriu.
"Você já..." Lily começou, então balançou a cabeça, como tivesse pensado melhor. “O
que ele precisa de você? Porque agora?"
“Sim, lembro de ter recebido o meu próprio convite para me juntar a esse lado.” Sirius
disse, com um arrepio. Remus desejou não ter trazido à tona. A última imagem que ele
precisava em sua cabeça agora era o corpo inconsciente de Sirius caindo da lareira dos
Potter naquela noite horrível.
“Não vai ser assim.” Ele disse, rigidamente. “Nada pode acontecer, eles podem nem
aparecer para mim. E eu me saí bem da última vez, não foi? "
“Só porque Ferox apareceu!” Sirius tinha esquecido que eles não estavam sozinhos,
ele estava se preparando para uma discussão adequada.
714
"Eu sei, mas já sou maior de idade ... saberei o que esperar." Remus tentou manter sua
própria voz plácida, esperando que isso fizesse Sirius lembrar de se controlar.
"Eu também sei disso, mas não tive exatamente uma escolha!" Ele retrucou. A ruiva
abaixou a cabeça e franziu os lábios. Ele não pretendia levantar a voz para ela, mas
teria que se sentir mal com isso mais tarde. Agora era pedir muito.
"Ok, vou precisar que algumas coisas sejam explicadas, aqui ..." disse Lily, uma ruga
profunda na testa.
"James, você faz isso?" Remus pediu "Acho que só quero ir para a cama ..."
"Sim, claro." James assentiu, entrando em ação imediatamente. “Podemos falar sobre
isso amanhã, quando todos tiverem algum tempo.”
"Moony?" Potter disse rapidamente, enquanto os outros se levantavam "Eu não quis
dizer que você não deveria receber uma tarefa, ou que não pode fazer isso, ou
qualquer coisa ..."
715
“Eu sei,” Remus assentiu, dando um tapinha em seu ombro. "Acredite em mim, se
você ou Sirius pudessem fazer isso, eu não seria a primeira escolha de Dumbledore.
Suponho que apenas tive sorte, hein? "
Trancado dentro do banheiro, ele pressionou as costas contra a porta e tentou controlar
a respiração. Agora que seus amigos sabiam, tudo havia se tornado mais real. O
pensamento que o atormentava desde que Dumbledore descreveu a tarefa pela
primeira vez finalmente o atingiu. Você nunca pensou que ele fosse pedir isso. Remus
se repreendeu, você nunca acreditou realmente que seria útil. Cuidado com o que
deseja, Loony Lupin.
Tonto e trêmulo, ele pressionou o ouvido contra a porta do banheiro. Todos eles
haviam saído do quarto. Todos menos um. Ele abriu a porta sem pensar duas vezes e
ficou cara a cara com Sirius.
"Você está bem?" O moreno perguntou, seus frios olhos azuis cheios de preocupação.
Remus balançou a cabeça.
"Não."
716
Capítulo 128: Sétimo ano: Preparação
what I heard;
Love is just a Four Letter Word de Bob Dylan, mas performado por Joan Baez.
"Certo, Moony," James marchou para o Salão Principal na manhã seguinte carregando
uma pilha de livros pelos quais mal conseguia ver sobre. Ele jogou todos na mesa do
café da manhã na frente de Remus, derrubando o mingau que estivera pegando. Não
era como se estivesse com muito apetite de qualquer forma.
"O que são esses?" O rapaz estendeu a mão para pegar o livro mais próximo. Feitiços
defensivos avançados.
“Potter,” Lily endireitou as costas, olhando para a pilha com um olhar confuso, “Você
esteve na biblioteca?! De manhã?! Em vez de ir voar?!”
717
"Precisamos preparar o Moony, Lily!"
"Mas ... você disse que as manhãs eram sagradas para você!" Sirius disse.
"Você disse que tinha que prestar homenagem aos deuses do campo de quadribol!"
Peter sorriu.
"Me larda", Potter puxou a mão de volta, as orelhas ficando vermelhas. “Vocês podem
parar de zombar de mim. Eu sou o único que está levando isso a sério?! ”
"Ei!" Sirius sorriu. Remus e Peter gemeram em antecipação ao que estava por vir, “Eu
estou sempre Sirius.”
Peter e Remus cobriram os olhos de vergonha, mas deve ter sido a primeira vez que
Lily ouviu aquela piada, porque ela roncou de tanto rir o que fez com que o chá saísse
disparado de seu nariz. Fora a coisa mais engraçada que os marotos haviam
presenciado em anos, e todos riram histericamente por uns bons cinco minutos - cada
vez que qualquer um deles conseguia parar, Lily roncava de novo, ou James balançava
as sobrancelhas e eles ficavam incapacitados de tanto rir mais uma vez.
Quando finalmente se acalmaram, Remus abriu o primeiro livro trazido por James
ansiosamente e decidiu que comeria seu mingau, afinal.
Todos foram para as aulas com um novo propósito, e James sugeriu que se
encontrassem na biblioteca após o último sino para começar a preparar Remus para o
que estava por vir. Eles fizeram isso todos os dias durante uma semana inteira,
confiscando um bloco de seis mesas atrás de algumas estantes em um canto, onde
poderiam ter total privacidade, juntaram todas e as cobriram com livros sobre teoria de
batalha, técnicas de duelo, encantamentos defensivos e feitiços. Peter até fez uma
placa ameaçadora que dizia Conselho de Guerra dos Marotos: Não Perturbe, que
718
funcionou como um encantamento (talvez porque havia sido literalmente encantado
por Lily) o que significava que eles poderiam deixar seu trabalho lá e voltar quando
quisessem.
Remus abandonou seus grupos de estudo, pedindo a Christopher para assumir, James
indicou Marlene para assumir duas de suas sessões de quadribol, e até mesmo Lily
parou de ir às reuniões do Slug Club naquela semana. (Embora ela tenha tentado
invadir o estúdio de Slughorn para conseguir um pouco de Felix Felicis para Remus,
mas não teve sorte e quase foi pega). Em suma, todos os cinco passaram o máximo de
tempo possível trabalhando pela mesma causa: preparar Remus para sua missão.
Ele estivera provocando James antes, mas Remus realmente estava comovido - apenas
não havia tempo para pensar nisso, já que todos eles estavam se esforçando para
estudar mais do que já haviam em qualquer outro momento. Remus apenas agradeceu
a sua estrela da sorte por James ser tão bom em Defesa Contra a Artes das Trevas;
nunca haviam tido um professor que permaneceu mais de um ano naquela matéria,
então seu próprio conhecimento era irregular. Os esforços combinados de James e
Lily o ajudaram a cobrir mais terreno em uma semana do que havia feito para os
NOMs.
"E sabemos que você pode fazer isso." LIly encorajou, arrumando a bagunça que
haviam feito tentando congelar as almofadas do sofá no ar.
"Não vai ser como o Beco Diagonal," Sirius o tranquilizou, dando um tapa em suas
costas, "Porque você saberá o que está por vir. Você teve tempo para se preparar.”
"Fácil dizer..." Remus mordeu o lábio. "Estou bem com a maior parte disso, aqui, com
vocês, mas se eu estivesse realmente me defendendo ... e ainda não consigo fazer um
patrono."
719
“Não se preocupe com isso agora, concentre-se apenas nas coisas mais simples.”
James aconselhou, esfregando o queixo, “O patrono virá - não é como se você não
fosse forte o suficiente; você aparata como se não fosse nada. "
"Alguém poderia me descer agora?" Peter chamou de cima de suas cabeças, onde
estava paralisado no ar.
***
Caro Remus,
Obrigado por escrever para mim. Meu Natal foi bom. Eu nunca tinha comido peru
antes, foi legal.
Nada de apartamento ainda mas estou tentando. Continuo com minha tia como você
verá no endereço, mas gosto daqui. Gosto do mar e talvez aprenda a nadar.
Tenho visto um rapaz aqui, mas ele não é tão inteligente quanto você. Mas tem um
belo corpo.
***
Caro Remus,
Gostaria de começar lhe assegurando que estou muito bem após os eventos no Beco
Diagonal durante o Natal. Lamento saber que você e seus amigos também estavam lá
720
- Tive esperanças que a guerra já teria acabado quando você estivesse pronto para
deixar a escola.
Vou ficar mais um pouco com minha avó. mas espero estar de volta ao trabalho o
mais tardar na Páscoa. Não tenho dúvidas de que irá entender por que não posso
dizer mais do que isso.
L. Ferox.
***
Sim, claro - aquela voz desagradável na parte de trás de sua cabeça falava, sempre
tarde da noite, quando todos estavam dormindo e ele estava mais sozinho - como se
você já tivesse tido tanta sorte.
Eles passaram o dia todo de sábado na biblioteca, todos os cinco, mas no domingo
Lily foi obrigada a mediar uma situação com os monitores e Peter teve uma detenção
à tarde por ter usado o uniforme de um jeito despojado, então, por uma boa parte do
dia, eram apenas Remus, James e Sirius trabalhando em seu pequeno e tranquilo
recanto de estudo.
721
Sirius e James estavam na lista negra da seção restrita, então Remus entrou sozinho e
voltou com o maior livro sobre maldições que pôde encontrar.
“Há alguns alunos do segundo ano do outro lado do corredor apostando se estamos
realmente estudando para os NIEMs ou apenas planejando a pegadinha mais incrível
que Hogwarts já viu.” Ele disse, colocando o livro enorme em cima de mais três.
"Estou tão orgulhoso de nosso legado, você não, Sr. Prongs?" Sirius sorriu
maliciosamente para o livro do qual estava fazendo anotações.
"Ok", disse James, "olhem só isso." Ele terminou de ler e virou o livro para mostrar a
Remus e Sirius, que estavam do outro lado da mesa. “Eu realmente acho que esse tipo
de coisa combina com seus pontos fortes, Moony. É tudo intuitivo com muito poder
por trás, a maneira como você faz as pegadinhas. ”
Sirius e Remus se levantaram para dar uma olhada sobre o livro, inclinando-se para
frente na mesa. Os ombros de Lupin ainda estavam doloridos da última lua - os dias
sem dor entre as luas pareciam estar ficando mais curtos à medida que envelhecia;
seus tendões pareciam uma corda com nós rígidos esfregando contra seus ossos. Ele se
722
espreguiçou para aliviar um ponto particularmente dolorido enquanto lia,
pressionando com a ponta dos dedos e inspirando levemente com a dor.
Sirius se aproximou e - talvez sem pensar - estendeu a mão para acaricia-lo com seus
próprios dedos longos. Ele era muito melhor nisso do que Remus, que sentiu uma
onda de alívio quando o moreno traçou pequenos círculos suaves em seus músculos.
Ele suspirou, cansado.
Remus foi o primeiro a terminar de ler e olhar para James. Porém, o jovem de óculos
não estava olhando para o texto. Ele estava olhando para eles, do outro lado da mesa.
Especificamente no ponto onde a mão de Sirius estava tocando seu pescoço. A boca
de James estava ligeiramente aberta e havia uma pergunta em seus olhos.
Remus se moveu para alertar Sirius, que finalmente olhou para o amigo. Vendo
imediatamente o que havia feito, ele apenas o encarou, imóvel por um momento.
Lupin meio que esperava que ele fosse se afastar, que fosse retirar a mão. Mas o
moreno não fez isso. Em vez disso, Sirius passou o braço em volta de seus ombros e o
apertou, muito deliberadamente, segurando o olhar de James todo o tempo.
Potter fechou a boca, olhou para os dois novamente e acenou com a cabeça, sem
palavras. Remus se endireitou, deixando o braço de Sirius cair.
“Er. Tenho certeza de que há um livro mais profundo do que este. Acho que tenho
uma cópia lá em cima, vou ... vou só buscá-la ... vejo vocês em mais ou menos uma
hora, talvez? "
Sirius e James assentiram, ainda se encarando. Remus saiu, rapidamente, feliz pela
biblioteca estar quase vazia. Ele sentia calor e frio por toda parte, um sentimento
semelhante à culpa, embora soubesse que não deveria sentir. No meio do caminho
para a torre, ele esbarrou em Lily,
723
"Biblioteca," Respondeu, "Mas eu ... não iria para lá, se fosse você. Ele e Sirius estão
conversando.”
“Ah, eu posso interromper um bate-papo ...” ela começou. Remus tocou o braço da
ruiva rapidamente,
"Lily, não." Ele mordeu o lábio, “Desculpe, mas eu realmente acho que você deveria
dar a eles um pouco de tempo. Sirius realmente precisa, ok? "
"Ok ..." Lily o seguiu, parecendo curiosa e preocupada ao mesmo tempo, uma
pequena ruga se formando em sua testa cheia de sardas.
Lá fora, sob o forte sol de inverno, tudo parecia um pouco mais alegre. Remus se
preparou, seu estômago embrulhando. Precisava ficar se lembrando de que queria
isso; queria que todos soubessem. Só agora, parecia totalmente aterrorizante. Eles
vagaram em direção ao lago. Remus olhou através da superfície, apertando os olhos
contra os fragmentos refletidos de luz ofuscante.
“Você e Sirius? Ah não, o que vocês fizeram? Só vocês dois poderiam ter problemas
durante a primeira semana de aulas.”
"Não, não é nada disso!" Remus riu, apesar de tudo. Ele esfregou a nuca, procurando
as palavras certas, "Olha, você sabe como você sempre diz que eu deveria ... encontrar
alguém?"
724
"Sim ..." Lily franziu a testa novamente, procurando algo em seu rosto.
Remus ergueu as sobrancelhas, esperando que ela chegasse lá. Demorou mais do que
ele esperava, mas seus olhos se arregalaram de repente. "Oh meu Deus!"
"Sim, me desculpe."
Ele o fez, esperando pacientemente, olhando para o lago. Não olhou para ela, porque
não importava. Lily ficaria bem, Lily entenderia tudo em seu próprio ritmo.
"Não poderia ter mais certeza." Remus sorriu - de repente, era muito fácil sorrir. Ele
puxou a capa e a gola do suéter disfarçadamente, para mostrar a ela o hematoma roxo-
avermelhado que a boca de Sirius havia deixado lá algumas noites antes.
"Oh meu Deus!" Ela repetiu. Ele encobriu, corando, mas ainda sorrindo. "James
sabe?"
“Ele está descobrindo agora. É por isso que eu queria que você desse a eles um pouco
de espaço.”
725
“Há muito tempo? Há quanto tempo...?”
“Desde o verão. Bem. Ficou sério durante o verão. Mas ... nós estávamos ... bem,
haviam coisas acontecendo por um tempo antes disso. Desde que Sirius terminou com
Mary.”
"Puta merda." Ela balançou a cabeça novamente. "E aí? Sirius é seu namorado? Você
está apaixonado por ele? "
“Uau” Remus piscou, afastando-se, “Quer dizer, se acalme! Vamos apenas hum ...
agora tudo está claro e isso é o bastante.”
Lily deu a ele um olhar muito longo e avaliador. Então acenou com a cabeça.
"Mas você disse que é sério. Ele não está apenas ... hum ... não está apenas brincando?
"
Lily balançou a cabeça e olhou para ele com olhos grandes e sérios.
"Tudo bem, então." Ela disse, rapidamente, de volta ao seu estado sensato. A ruiva se
inclinou e beijou sua bochecha. "Olha, eu não fiz adivinhação, porque é besteira, mas
tenho certeza de tempos sombrios vão vir, muito em breve."
726
"Meu Deus, você soa mais como James a cada dia, é ridículo." Remus bufou. Ela lhe
deu um tapa no joelho de leve.
"Me escute! Vai ser difícil. E está acontecendo mais rápido do que pensei que
aconteceria. Vai ser assustador, o tempo todo, por muito tempo. Mas se pudermos
continuar sendo felizes juntos, e fazendo um ao outro feliz... então isso é bom.
Brilhante. Se é Sirius para você e você para ele, então brilhante.”
"Jesus, Evans." Remus enterrou o rosto no cabelo dela, puxando-a para um grande
abraço.
***
Lily e Remus esperaram mais meia hora ou mais antes de voltar para a biblioteca,
onde descobriram que todos os livros haviam sido retirados e que James e Sirius
haviam sumido. Remus não estava com o mapa, mas felizmente Lily conhecia James,
e eles foram direto para o campo de quadribol.
Como previra, duas figuras familiares estavam correndo pelo ar entre as traves em
suas vassouras. James estava ganhando, mas não por muito - Remus poderia dizer pela
postura de Sirius que ele estava se esforçando ao máximo - não o havia visto tão
concentrado em voar assim desde que fora expulso do time.
"Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu ..." Lily balançou a cabeça,
espantada.
“--Ferox apareceu e disparou algumas correntes de prata nela, então ela aparatou bem
rápido. Eu poderia tentar isso, mas só estou bem em transfiguração, e se a prata for um
tiro pela culatra e me afetar?"
727
"Pode haver uma poção que ajude com o seu problema com a prata." Lily mastigou a
pena, "Vou perguntar ao Slughorn. Mas, caso contrário, pode não valer a pena o
risco.’’
THUD, THUD. Dois pares de botas pesadas pousaram diante deles. James e Sirius
ofegantes e suando, ambos segurando suas vassouras. Lily enrolou o cabelo em volta
do dedo e inclinou a cabeça, e Remus lutou para não fazer o mesmo.
"Tudo bem, rapazes?" Ela quebrou o gelo. Eles acenaram com a cabeça.
"Tudo bem, Prongs?" Ele perguntou, se esforçando para esconder o tremor de sua voz.
James olhou para Sirius, depois para Remus. Ele balançou a cabeça, olhando para
baixo, e estendeu o braço, puxando Remus para ficar de pé.
"Venha aqui seu grande idiota", ele disparou, envolvendo-o em um abraço de urso.
728
Capítulo 128.2: Padfoot & Prongs, 1978
Remus saiu da biblioteca e, por alguns momentos, Sirius sentiu o pânico tomar conta
de seu interior. Espere, ele queria dizer, não me deixe fazer isso sozinho.
Porém, no fundo, ele sabia que era a melhor assim. James apreciaria mais. E, afinal,
Remus já havia feito sua parte.
"Er ... então sim... é exatamente o que você pensa que é."
“Você ...” disse James, franzindo as sobrancelhas, depois se suavizando, como se não
tivesse certeza de qual expressão se encaixava melhor na situação.
Sirius lambeu os lábios, procurando algo para dizer. Isso era tão frustrante - ele e
James sempre souberam falar um com o outro. Podiam compartilhar qualquer coisa -
sempre foi assim. Seja corajoso, disse a si mesmo, Moony seria corajoso. Moony não
pensaria duas vezes. E, de qualquer maneira, James não ficaria com raiva. Afinal, ele
tinha sido tão gentil com Remus. Porém, Potter ainda não havia dito nada.
"Eu queria te contar," Sirius disse cuidadosamente. “Eu só ... er. Estava esperando pela
hora certa, sabe?”
729
"Sim," Acenou com a cabeça, esfregando a nuca. Se sentia inquieto e com muito calor,
então puxou a gravata da escola. "Eu sei."
"Nós estávamos escondendo isso." Sirius disse, rapidamente. Ele não queria que James
pensasse que ele era um amigo ruim, ou negligente, ou qualquer uma dessas
merdas. Se alguém era o culpado, era ele, Sirius. Talvez Moony também, um pouco,
mas se alguém deveria levar um puxão de orelha, então deveria ser Sirius.
"Padfoot ..." Potter estava dizendo agora, ainda carrancudo, "Eu não quero ser rude
nem nada, mas ... que porra você pensa que está fazendo?"
"O que?" Sirius olhou para ele, surpreso. Ele esperava alguma reação diferente, mas
não isso.
"Eu sei!"
“Remus Lupin!”
“Eu sei o nome dele!” Black retrucou, ficando irritado. Não conseguia ver o que o
outro garoto queria dizer, e parecia muito injusto que James brigasse com ele dessa
forma, quando estava apenas tentando ser honesto.
730
“Qual é, Sirius, eu sei como você é! Você mergulha de cabeça, até ficar
entediado. Olha, eu nunca disse nada quando era Mary - ela sabe se cuidar. Ou
Emmeline, embora você realmente tenha sido um filha da puta com ela. Ou Avni, ou
Florence, ou qualquer outra pessoa que você tenha procurado, mas isso é longe
demais, mesmo para você, Black.”
“Eu não dou a mínima para isso,” James movimentou a mão com desdém, “Você sabe
que eu não me importo com esse tipo de coisa. O que me importa é você agir como se
pudesse ter qualquer pessoa, a qualquer hora, sem consequências!”
“Eu não acredito em você! Se você pudesse apenas pensar com seu cérebro em vez de
seu pau pela primeira vez.”
"Cai fora, eu não preciso dessa merda." Retrucou, "Você obviamente não está
interessado em ouvir."
"Bem, eu pensei mesmo que ele parecia familiar." Sirius disse, exasperado. "Eu não
posso acreditar que você está sendo tão idiota sobre isso!"
“Estou tentando colocar algum juízo em você! Eu sei que você sempre foi um pouco
... bem, você sabe. Você marcha no ritmo do seu próprio tambor, ou o que for, mas
Remus não é assim ... ele não é apenas alguém que você pode experimentar um pouco
e ver se encaixa. Ele precisa de nós. Agora mais do que nunca."
731
“Prongs, eu sei o que parece, eu sei o que você deve estar pensando ..., mas eu juro
que não é assim. Simplesmente aconteceu ... e eu queria te dizer, eu disse, eu ia te
contar no Natal - "
"Verão passado." Sirius disse rapidamente, ansioso para contar a verdade agora que
estava tudo escancarado. "Quero dizer ... algumas coisas antes disso, mas
praticamente." Ele esperava que não estivesse corando. Ainda estava com vergonha da
maneira como se comportou no ano passado.
“Olha, ele tinha alguma escolha no assunto! Você está agindo como se ele não pudesse
tomar decisões por si mesmo, quando sabe muito bem que ninguém nunca obriga
Moony a fazer nada, o teimoso idiota."
James não respondeu a isso, mas Sirius pode ver em seu rosto que isso o fez
parar. Vendo uma oportunidade, ele seguiu em frente: “A culpa não
é toda minha. Merlin, achei que você entenderia. Ou pelo menos seria um pouco
menos crítico - tive que ouvir você falando da Evans pelos últimos cinco anos e não
reclamei.”
732
“Espere,” James olhou para cima novamente, franzindo a testa, “Apaixonado? Você
está apaixonado pelo Moony?!”
A boca de James caiu aberta novamente, mas pelo menos ele parou de franzir a testa.
"Olha," Black continuou, inclinando-se sobre a mesa, "Eu sei que você se preocupa
com ele. Todos nós nos preocupamos. Eu me preocupo. Não é como foi com todas
aquelas garotas, é ... mais. É melhor. Ele me faz melhor, ele me entende.”
"Desculpe." Ele tentou novamente. “Eu não sei mais o que dizer a você. Mas não estou
pedindo sua permissão, estou apenas avisando. É assim que as coisas são."
"Sim, vamos."
733
obstáculo final. Ele e James trocaram de roupa para voar em um silêncio
amigável. James não era como Remus; você não precisava ficar insistindo e tentando
adular para obter uma resposta, ou ele dizia o que pensava ou você podia presumir que
estava tudo bem.
Black aceitou sua vassoura e inalou o ar fresco. Ele olhou para James. Assim que
estivessem no ar, estaria acabado; todo esse desconforto, toda a estranheza. Só tinha
mais uma coisa que ele precisava dizer.
"Prongs?"
"Sim, Padfoot?"
"Todas aquelas coisas que você disse sobre Moony?" Sirius olhou para seu melhor
amigo por trás do cabelo, “Sobre como ele apenas começou a confiar em nós, e como
ele precisa de nós? Isso ainda é verdade. É por isso que eu realmente preciso que você
se acostume com isso, ok, Potter? Você precisa mostrar a ele que tudo está igual.”
James o olhou por um longo tempo, seus olhos castanhos escuros parados e
infinitos. Ele assentiu.
734
Capítulo 129: Sétimo ano: Instinto
"Você contou para ele!" Remus beijou Sirius assim que ficaram sozinhos.
"Bem, ele descobriu..." O moreno disse, rindo, enquanto era empurrado de volta para
o quarto. Lily e James tiveram que liderar uma reunião de monitores e Peter ainda
estava na detenção. Remus havia lhe arrastado escada acima o mais rápido que pôde,
todas as suas dores sendo esquecidas.
"Mas você contou para ele." Lupin insistiu, passando a língua por seu pescoço, da
clavícula até o lóbulo da orelha, fazendo-o estremecer enquanto a parte de trás dos
joelhos batia na estrutura da cama. Remus deu-lhe um empurrão meio urgente, meio
brincalhão, e eles caíram juntos.
"Merlin," Sirius engasgou, enquanto o outro continuava seu ataque, subindo em cima
dele, os joelhos ao lado de seu quadril, "Se eu soubesse que seria assim que você
reagiria, teria contado ao Prongs há muito tempo -”
"Cale. A. Boca." Remus o beijou com força nos lábios, as mãos no cinto do moreno.
Sirius obedeceu.
Lupin também estava um pouco surpreso. Quem diria que uma confissão seria tão
excitante? Se não tomasse cuidado, contaria a todos que conhecesse.
“Então”, disse ele, meia hora depois, apenas com sua cueca box, sentando-se a janela
enquanto acendia um cigarro. Sirius permanecia deitado na cama, vagamente
atordoado, o encarando. "Ocorreu tudo bem?"
“Hm?!” Black piscou muito lentamente, como se suas pálpebras estivessem pesadas.
Remus sorriu, exalando fumaça, tentando mirar através da fresta da janela.
735
“Acho que a primeira coisa foi ‘que porra você pensa que está fazendo?’, mas ficou
melhor a partir daí.” Sirius bufou.
"Ela disse 'Meu Deus' cerca de cem vezes, mas entendeu tudo razoavelmente rápido."
“Prongs também. Exceto que o idiota não vai contar ao Wormtail para nós, diz que
temos que fazer isso."
"Nós vamos. É justo." Remus tragou seu cigarro novamente, então soprou a fumaça
no quarto, observando-a preencher o espaço entre eles. “Que perguntas ele fez?”
“Nada escandaloso. Por quanto tempo, quando começou, por que eu não disse a ele ...
esse tipo de coisa."
Remus já tinha feito. Ele o estendeu. Sirius rolou de bruços e estendeu o braço longo e
pálido através da fumaça para pegá-lo, colocou-o entre os lábios franzidos e estalou os
dedos. Ele sugou, então rolou para trás, exalando com um suspiro.
"Como se sente?" Lupin perguntou, incapaz de desviar os olhos. Ainda parecia algo
milagroso, algo além de tudo que pudesse imaginar. Sirius Black, nu, na porra da
minha cama.
736
"Oh!" Remus corou, pulando da janela, “Recebi algumas cartas de volta. Ferox está
bem. E, erm... ”
"Grant." Os lábios de Sirius se curvaram quando ele pegou o cartão-postal que Grant
havia enviado de Brighton. Possuía uma foto colorida de um cais na frente, o mar
parecia azul e o sol brilhava. Remus estava tão feliz por ele ter enviado. Era bom
imagina-lo em um lugar luminoso e alegre como aquele. Black continuou fumando
enquanto lia. "Ele está saindo com alguém que tem um corpo bonito, mas sente sua
falta?!"
Remus pulou na cama e pegou a carta, levantando-a para que Sirius não pudesse
alcançá-la.
“Ele está saindo com alguém com um corpo bonito e sente minha falta. Declarações
separadas.”
"Bem." Sirius cruzou os braços, deitando-se novamente e bufando com força, "Espero
que você esteja escrevendo para ele sobre meu lindo corpo."
"É claro." Remus riu, deitando-se ao seu lado. Os dois olharam para as cortinas de
veludo vermelho da cama. "Você não está realmente com ciúmes, está?" Perguntou,
hesitante.
"Pfft, não." O moreno o cutucou gentilmente com o cotovelo. “Curioso, talvez ...”
"Sobre...?"
"O que você acha? Você e ele! Você nunca me contou nenhum detalhe ... "
“Tínhamos quinze anos, não havia nenhum detalhe. Apenas beijos.” Remus
resmungou, "Honestamente, que coisa a se perguntar."
737
"Bem, ele não perguntou, mas eu sabia que ele queria."
"Não, ele não perguntou, você está apenas sendo vaidoso." Remus se inclinou para
apagar o cigarro na xícara de chá frio em sua mesa de cabeceira. Black o pegou pelo
quadril e o puxou, fazendo-o fechar os olhos e se deixar ser levado.
--- “Graças a Godric eu tinha o mapa, eu teria ido para a biblio – PELAS BOLAS DE
MERLIN!” A porta se abriu e Peter, boquiaberto, colocou as mãos na frente dos
olhos.
Remus saltou da cama como se Sirius estivesse pegando fogo e começou a procurar
por suas calças no chão, gritando.
Sirius puxou o edredom para cima, olhando para os dois, então caiu na gargalhada.
***
Peter demorou um pouco para se acostumar, mas todos demoraram, até mesmo Remus
e Sirius. Os dois sempre se esqueciam de que os marotos sabiam. Haviam se
acostumado a se evitar inconscientemente, e se tornaram estranhamente tímidos sobre
demonstrar qualquer tipo de afeto na frente dos outros. Claro, Remus ficava
lembrando a si mesmo que era melhor se manter discreto de qualquer maneira; eles
ainda tinham o resto da escola com que se preocupar.
738
haviam sido perseguidos por Madame Pince, que não os deixou ficar mais, mesmo
quando Lily e James mostraram seus distintivos de Monitora e Monitor chefe.
"Ah, agora você se lembra do nome dele," Remus bocejou, apertando os livros contra
o peito - na verdade, apenas para ter algo a que se agarrar.
"Só estou dizendo," Black também bocejou enquanto cobria a boca, mas continuou
falando, "Ele já sabe a metade, não há mal nenhum em contar a ele o resto. Não é
realmente justo deixá-lo continuar sofrendo por você quando não há uma chance de ...
"
"Sirius Black, você está com ciúmes?!" Lily gargalhou, rindo devido cansaço
excessivo.
"Não." Sirius fungou, o nariz empinado, "Eu só não quero nenhum mal-entendido."
"Bem, se eu sobreviver amanhã, então vou pensar sobre isso." Remus bocejou
novamente.
Isso fez com que todos ficassem quietos e ele se arrependeu de ter dito. Todos
voltaram para a sala comunal em um silêncio solene. A torre da Grifinória estava
pacífica e quase vazia - alguns alunos do segundo ano permaneceram após o toque de
recolher, mas, assim que viram James e Lily, fugiram para seus dormitórios, e os
marotos tomaram seus assentos de costume perto da lareira. Remus se acomodou em
sua poltrona e imediatamente voltou ao livro que estava lendo antes de Pince o
interromper tão rudemente.
Sirius acenou com a varinha para a chaleira pendurada sobre a lareira e Lily convocou
algumas xícaras de chá limpas do armário, mas ninguém falou até que a água fervesse
e o chá esquentasse em seu bule.
739
"Não parece o suficiente." Remus respondeu, sentindo-se espinhoso e irritado. "Eu sei
que estou esquecendo de alguma coisa."
Todos ficaram encarando, e agora Lupin não sabia se era porque estavam surpresos
(ou enojados) sobre toda a coisa com Sirius, ou se eles estavam convencidos de que
ele estava prestes a fugir e se juntar aos lobisomens.
“Isso não é um exame.” Retrucou. A xícara e o pires tremeram em suas mãos, então
ele as pousou no braço da cadeira. Tinha a sensação de que Sirius havia notado isso,
mas esperava que mais ninguém houvesse.
"Mas Moony," Peter sorveu seu próprio chá ruidosamente, "Você já fez isso antes.
Ano passado."
Remus suspirou e não disse mais nada. Qual era o ponto; reclamar não o levaria a
lugar nenhum. Ele tomou um gole de chá, desejando que sua mão permanecesse firme.
Esta era potencialmente a pior época do mês para uma missão, não conseguia deixar
de pensar. Apenas quatro noites longe da lua cheia e sua magia parecia mais forte do
que o normal, mas também, menos previsível. Estava inquieto, sua pele formigando,
seus sentidos nus e seu humor borbulhava. Sabia que estava esquecendo de algo.
Simplesmente sabia. Um sentimento sombrio de mau presságio dizia que nem todas as
maldições do mundo resolveriam o problema.
Ele se levantou bruscamente, derrubando a xícara de chá da poltrona. Sirius foi rápido,
e a parou no meio do ar com um aceno de sua varinha. Remus ignorou isso.
740
"Ok, Moony," James acenou, brilhantemente. Ele olhou para Lily, "Acho que vamos
ficar aqui um pouco."
Peter olhou para Sirius e depois para Remus com uma expressão de leve terror. Lupin
resmungou.
"Está tudo bem, Wormtail, eu realmente vou dormir. Vejo vocês amanhã."
Ele não dormiu. Seu cérebro não deixou. Odiava Dumbledore, odiava Greyback,
odiava a guerra e, conforme as horas ficavam cada vez menores, odiava Peter também.
No entanto, ele não odiava o outro lobisomem; aquele que não era Greyback. Assim
como não odiava Lívia, embora ela o assustasse. Quanto mais Remus pensava sobre o
que estava à sua frente, menos certeza ele tinha sobre sua preparação.
Sim, agora conhecia mais maldições e feitiços do que Regulus e Severus combinados
(provavelmente), mas quanto mais pensava em seu encontro com Lívia, menos úteis
essas coisas pareciam. Ela mesma não havia dito? "Você pode usar esse uniforme e
agitar seu galho idiota, mas sabe que tem mais em comum comigo do que qualquer
pessoa naquele castelo." Ele sabia que ela era mais forte do que ele; Livia poderia
machucá-lo se quisesse - mas não o fez, não realmente. Em vez disso, ele se lembrou
da pena que sentiu imediatamente após o encontro. Se lembrou do desejo de ajudá-la e
de suas conversas com Ferox e Dumbledore.
***
741
How could we say no?
O café da manhã foi desolador. Remus estava com uma fome voraz, mas ninguém
mais parecia estar comendo. Sirius estava tomando café preto, o que já o estava
deixando agitado pela forma como ele se balançava em seu assento. Mary e Marlene
eram as únicas agindo normalmente, porque nenhuma delas sabia sobre a tarefa.
Lily e James assentiram, tentando sorrir, o que fez com que parecessem levemente
perturbados. Os dois estavam de mãos dadas sob a mesa novamente, e Remus tentava
não pensar nisso, então pegou o prato de bacon para outra porção.
742
"Posso levar Yaz?" Marlene estava perguntando a Mary, que levantou uma
sobrancelha.
"Excelente." Marls sorriu. A boca de Mary torceu, mas ela não disse nada.
A caminhada até Hogsmeade pareceu mais longa do que nunca. Felizmente, Lily e
James tinham deveres a cumprir, então, pelo menos, eles não estavam seguindo
Remus, apenas esperando. Infelizmente, Sirius possuía energia nervosa o suficiente
para três pessoas, e Lupin podia senti-la emanando dele em ondas.
"Onde nós devemos ir?" Ele murmurou, baixo o suficiente para que apenas Peter e
Remus pudessem ouvir.
"Se quiser.’’
"Se quiser."
Remus não conseguia despertar muito interesse. Estava bastante ocupado tentando
descobrir se Hogsmeade possuía algum cheiro diferente, ou se era porque, geralmente,
tentava ignorar os cheiros como um humano.
Eles entraram em um beco ao lado de uma loja e Peter e Sirius se transformaram atrás
de algumas lixeiras. Wormtail rastejou na palma de sua mão, e ele o colocou sentado
em seu ombro. O peso era um pequeno conforto, mesmo que seus bigodes fizessem
cócegas no pescoço de Remus. Era bom ter Padfoot também, grande, preto e agitado,
trotando ao lado como um companheiro leal. Sim. Muito melhor quando seus amigos
não eram humanos, em sua opinião. Pelo menos agora.
743
Eles andaram. Remus evitou deliberadamente a rua principal, ao invés disso, vagava
pelas estradas residenciais. Quantas pessoas viviam em Hogsmeade? Quantos estavam
potencialmente em perigo, mesmo sem saber? Ele tentou farejar o ar, e foi como
exercitar um músculo que havia permitido que atrofiasse.
Alguns cheiros eram mais fortes do que outros. Padfoot obviamente, e Wormtail.
Resíduos domésticos das lixeiras, quintais e magia - aquele forte sabor de ferro que se
instalava em sua língua como melaço quando ele estava tão perto da lua. Outros
alunos, o aroma adocicado doentio da Dedos de mel e o cheiro reconfortante de
pergaminho emanando da Scrivenshaft.
A floresta. Podia sentir o cheiro da floresta, se realmente tentasse. Ele fechou os olhos
brevemente e inalou. Verde, exuberante, denso, repleto de vida ... e magia. A princípio
pareceu um capricho indulgente, apenas uma ideia de que havia gostado o bastante do
cheiro para querer se aproximar. Porém, quanto mais caminhavam, e quanto mais
perto ficavam, mais importante parecia. Remus teve a impressão de que algo o estava
atraindo naquela direção há algum tempo.
Padfoot choramingou ao lado dele quando deixaram Hogsmeade e a estrada para trás.
Se perguntou se Sirius podia sentir o cheiro também, mas era impossível extrair
qualquer expressão dele na forma de cachorro. Remus tentou desligar sua mente
racional por um momento - havia alguma coisa lá, ou ele estava apenas pensando
demais?
A magia na floresta não era a mesma de Hogwarts; não era humana, não possuía
aquele cheiro metálico de pólvora que Remus passou a associar à maioria das bruxas e
bruxos que conhecia. Era mais orgânica; menos precisa; um cheiro inebriante de terra
e decomposição. Havia poder ali. Ele soube disso instintivamente – poder estonteante,
744
enorme, capaz de mover a Terra. Um dia, aquilo teria sido assustador. Porém, quanto
mais perto chegava, mais seguro se sentia - o poder seria dele, se quisesse. Tudo o que
precisava fazer era deixá-lo entrar. Outro cheiro se revelou; um animal; sangue.
Remus sentiu o lobo dentro de si se mover, e seu desejo de entrar na floresta tornou-se
quase impossível de resistir.
Padfoot latiu bruscamente e correu na sua frente. O grande cachorro preto se virou,
eriçando o pelo e emitindo um rosnado baixo. Remus piscou, voltando para si mesmo.
Wormtail estava guinchando e tremendo em seu ombro - talvez já estivesse assim há
alguns minutos.
Padfoot continuou a rosnar. Wormtail deu outro guincho, antes de se enfiar nas vestes,
dentro de seu bolso esquerdo. Remus se sentiu quente e com raiva - como se algo
tivesse sido arrancado dele, algo que queria. Algo que precisava. Ele se moveu para
frente, e Sirius se transformou de volta em si mesmo.
"Onde você está indo?!" Ele disse, ainda bloqueando seu caminho. "Você não
consegue sentir o cheiro?!"
"É." Remus acenou com a cabeça, ansioso. Isso certamente não era óbvio?!
745
"Não." Ele disse. “Você fez o que disse que faria. Nós sabemos que está lá. Vamos
voltar agora. "
"Eu ..." Lupin olhou por cima do ombro de Sirius, para as selvas escuras e invernais
além. Queria tanto isso. Mais do que ele jamais quis qualquer coisa; exceto - talvez - o
menino parado diante dele. "Eu tenho que ir." Terminou. Era uma explicação
insuficiente, mas era tudo o que tinha.
O impasse de Sirius e Remus foi interrompido pelo grito alegre de James. Os dois se
viraram para vê-lo vindo da aldeia em direção a eles, com Lily ao seu lado. “O que
estão fazendo aqui? Pensei que deveriam deixar seu cheiro por toda a cidade ou algo
assim. "
"Sim, íamos voltando agora." Black respondeu - o que Remus achou muito atrevido,
sem mencionar, presunçoso.
Remus podia sentir o peso quente do corpinho peludo de Wormtail em seu bolso, mas
não disse nada. James estava agonizando por meses sobre quando falar sobre o lance
de animago para sua namorada, e agora definitivamente não era o momento certo
"Eu não vou voltar com você. Eu tenho que entrar lá.” Ele apontou para a floresta,
ciente de como parecia louco.
"Você o que?!" James parecia preocupado. Seus olhos se voltaram para Sirius
automaticamente, o que irritou Remus ainda mais. Sirius não era seu guardião, pelo
amor de Deus.
746
"O lobo está lá." Black explicou "E Moony ficou completamente louco e decidiu que
precisava enfrentar isso agora mesmo."
"Eu não fiquei maluco, seu idiota!" Retrucou ferozmente. Como poderia explicar que
isso era exatamente o que tinha que acontecer? Que ele sabia, no fundo de sua alma,
em seu próprio âmago. “Voltem ou esperem aqui. Vocês não vão entender.”
"Ajude-nos a entender, Remus," Lily adiantou-se, gentilmente, "Isso não é algo que
você faria, correr para uma luta ..."
Remus quase riu na cara dela. Ninguém se lembrava de quem ele era? O que ele era?
"Eu não vou lutar com ninguém." Ele disse. “Eu só quero falar com eles. Isso é o que
eu devo fazer. "
Todos o encaravam, não convencidos. Sua raiva explodiu novamente, e ele teve um
pensamento muito desagradável - que poderia facilmente passar por eles, se quisesse.
A magia na floresta era mais do que suficiente; isso o fazia se sentir forte. Poderia
forçar seus amigos a ficarem lá e isso nem mesmo o cansaria, provavelmente nem
precisaria de sua varinha. Esta noção o queimou tão intensamente que o assustou.
Ele olhou para Lily novamente, recusando-se a olhar para Sirius ou James.
“Estávamos errados - isso não é uma batalha. E eu não sou uma arma contra os
lobisomens ", ele tentou explicar," Eu sou um ... sei lá, uma forma de entrar. Eles
precisam saber que não quero fazer mal. "
Lily parecia incerta, e Sirius estava praticamente queimando um buraco em sua nuca
com sua indignação. Remus passou as mãos pelos cabelos. Eles não iriam entender.
747
Como poderiam? Ele mal entendia. "Olha." Continuou "Isso é importante e preciso
que todos confiem em mim."
Não foi um pedido e nem foi recebido como tal. James e Lily olharam um para o outro
e depois para Sirius. James acenou com a cabeça.
"Ok, Moony."
Black fez um barulho de protesto, mas Remus estava longe demais para se importar.
Ele o compensaria mais tarde, quando pudesse pensar com clareza; quando cada
instinto nele não estivesse lhe dizendo para correr para a floresta a todo vapor.
"Ok." Ele acenou. "Fiquem aqui." Houve um puxão em seu diafragma quando a magia
assumiu o controle - nunca teria certeza se havia feito isso de propósito ou não e, no
momento, simplesmente não se importava.
Ele se virou e começou a caminhar para a floresta rapidamente, suas longas pernas
dando passos largos, seus amigos atrás dele, imóveis, incapazes de segui-lo.
748
Capítulo 130: Sétimo ano: Castor
Era mais fácil não pensar, pelo menos nos minutos seguintes. Remus não diminuiu a
velocidade ou se cansou tão rápido quanto de costume - até mesmo seu quadril havia
parado de doer. Apesar da lisonjeira culpa beirando a superfície, ele não se sentia tão
bem em meses. O cheiro se tornava mais forte conforme a floresta ficava mais densa,
e uma penumbra de escuridão caiu, lançando sombras estranhas que pareciam se
mover pelos cantos de seus olhos.
Ele não pensou. Era tarde demais para pensar; estava muito longe.
Puta merda, uma voz em sua cabeça surgiu do nada, quando você vai em frente, você
realmente se joga de cabeça, não é, querido?
Grant. Remus não queria fazer isso agora. Cale a boca, disse para seu cérebro.
Oh, charmoso! A voz de Grant gargalhou, aqui estou, apenas tentando ajudar. Não
tento sempre ajudar?
Se você não precisasse, eu não estaria aqui. A voz de Grant rebateu. Eu poderia ser
outra pessoa, se preferir? Muitas pessoas sensatas para escolher. Eu tenho Ferox
aqui, quer conversar com ele? Ou Lily, embora ela seja um pouco reclamona, se
quiser saber minha opinião... Dumbledore? Nah, um idiota. Ooh, e quanto ao seu
menino riquinho? Eh, ‘Moony’?
Cale a boca. Remus repetiu, andando mais rápido, respirando com mais força.
Sim, a voz de Grant concordou, maliciosamente, posso ver por que ‘cê não gostaria
de falar com ele, depois do que acabou de fazer.
749
Bem, agora que eles não vão, seu lunático.
Remus ignorou a voz. Não havia tempo para isso; ele apenas teria que lidar com as
consequências mais tarde. Sabia que não havia como voltar agora, não realmente.
Espero que você goste da floresta, Remus. Grant estava sussurrando agora, porque
ninguém vai querer você de volta à civilização depois dessa bagunça.
Cale a boca, cale a boca, cale a boca. Remus se enfureceu dentro de sua cabeça,
como um louco; como alguém perturbado. Talvez tenha sido um erro vir sozinho.
Talvez ele realmente tivesse se perdido e seus amigos estivessem apenas tentando
mantê-lo seguro...
Não. Sentiu o cheiro novamente, e isso mexeu tanto com suas entranhas que era como
se estivesse sendo conduzido; arrastado para frente, incapaz de resistir. Era uma
sensação que, antes, só havia associado às transformações. Não estava mais sob
controle, da mesma forma que o lobo não interferia quando estava em sua forma
humana. Era ele - o outro lobo, em algum lugar lá fora. Remus tinha que encontrá-lo,
ou então ... bem, não tinha certeza, mas nem valia a pena considerar.
Ele caminhou em direção ao cheiro, confuso. Estava muito perto, mas não conseguia
ver nada. Remus se viu em um bosque de bétulas prateadas - árvores finas e
fantasmagóricas com troncos como casca de papel que brilhavam na escuridão da
floresta. O cheiro era forte, mas ainda não havia nada - e ele havia perdido o rastro do
lobo.
750
“Aparecium.’’ Sua varinha pareceu pular em sua mão, a força de sua magia estava
muito forte.
Um lamento angustiado encheu o ar, e a árvore mais próxima de Remus não era mais
uma árvore, mas uma jovem. Uma dríade. Ela era linda - à sua maneira. Esbelta e alta
como as árvores que ela guardava, sua pele brilhava tão branca como casca de prata, e
seu cabelo farfalhou de folhas frágeis de inverno farfalhou. A dríade se virou,
mostrando seus dentes amarelos e afiados, e ele cambaleou para trás, chocado e
pasmo.
"Vá embora, coisa detestável." Ela sibilou, estreitando os olhos que eram da cor das
folhas novas da primavera, estranhamente brilhantes e ferozes. "Eu já lidei com o
outro, vou lidar com você também."
"Qual outro?!"
"O outro metade-besta." Ela ficou carrancuda. A dríade era, pelo menos, uma cabeça
mais alta e avançava em um ritmo constante, as raízes se desenrolando nas solas dos
pés e girando em sua direção. Por mais terrível e assustadora que ela fosse, Remus
tinha que ficar focado em seu objetivo.
“Estou procurando por ele - o outro. Não quero fazer mal a você, ou a suas ... er ...
árvores. "
"Bruxos não pertencem a este lugar." Ela continuou, severa “Mesmo bruxos metade-
bestas. Saia."
"Não é lua cheia", ele insistiu, "Eu não vou me transformar, eu juro!"
751
"Não lobo." A dríade murmurou, muito perto dele agora, hera e urtigas serpenteando
em sua direção, cobrindo seus sapatos. "Mago. Lobo é bem-vindo. Lobo é natural.”
"Oh ..." Remus não tinha uma resposta para isso, e as vinhas estavam fazendo cócegas
em seus tornozelos agora, o picando enquanto apertavam. Ele ainda tinha sua varinha.
Ainda tinha todas as maldições que passou as últimas duas semanas praticando.
Porém, agora que havia chegado hora de usá-las, a consciência de Remus doeu.
A dríade estava apenas fazendo o que deveria fazer; proteger suas árvores.
"Por favor!" O garoto disse, erguendo as mãos, esperando que parecesse respeitoso,
"Eu prometo que não vou machucar você, ou ninguém - eu só preciso encontrar o
outro ... o outro lobo. Então eu irei, realmente irei! "
"Juro!"
"E o pequeno?"
De perto, ele podia ver que o rosto dela não era liso, como pele humana, mas
finamente enrugado e rachado, como uma casca de árvore; carvão preto sob a fina
camada externa do tecido. A dríade deu outro gemido áspero e ergueu a mão. Remus
se encolheu, mas ela não o tocou - em vez disso, houve um tremor violento dentro do
bolso de seu manto, e Wormtail saiu voando, caindo no chão coberto de musgo com
um suave 'pat'. Merda. Remus pensou. Maldito Peter!
A dríade ergueu o braço novamente e Peter se transformou de volta para sua forma
humana, tremendo e se encolhendo no chão.
752
"Por favor, não me machuque!" Ele choramingou, cobrindo o rosto. Lupin se colocou
a frente dele, rapidamente. De todas as pessoas para ter ao seu lado em uma situação
como essa, ali estava Peter.
Ela estava levantando os dois braços agora, e seus olhos escureceram para a cor de
agulhas de pinheiro. Agora, Remus tinha certeza de que ela queria causar muito mal a
eles; cada um de seus dentinhos pontiagudos estava à mostra. Ele não podia desarmá-
la, ela não possuía uma varinha. Ele não tinha certeza se os feitiços defensivos usuais
funcionariam com ela. Remus havia acabado de decidir que usaria a azaração
Flipendo para ganhar algum tempo, quando -
“C-c-confringo!” Peter guinchou atrás dele, apontando sua varinha atarracada sobre o
ombro de Remus.
Pettigrew o seguiu, mas nenhum dos dois corria especialmente rápido e, no momento
em que julgaram estarem seguros para parar, os dois estavam ofegantes.
"Maldição... inferno ... Pete ..." Remus ofegou, curvando-se para frente, um braço
contra um carvalho para se apoiar.
“Eu não sabia o que fazer!” Peter respondeu, com o rosto vermelho, o cabelo claro
colado na testa. "Vamos voltar, Remus, por favor ..." Ele olhou em volta, ansioso. Eles
753
estavam ainda mais à fundo na floresta agora e, além de suas próprias respirações,
estava mortalmente silencioso.
"Não." Ele disse “Eu tenho que encontrá-los. Ela o machucou. "
"Olha, sinto muito que você tenha se envolvido nisso," Remus franziu a testa,
impaciente. Agora que eles não estavam em perigo imediato, seu desejo de achar o
outro lobo havia retornado. Podia sentir o cheiro de sangue; estava certo disso. "Mas
eu tenho que continuar. Você pode voltar, se quiser - vá e encontre os outros.”
Peter olhou para trás, depois de volta para Remus, seus olhos grandes e brilhantes.
"Voltar sozinho?" O tremor em sua voz era palpável, e Remus de repente queria que
ele fosse embora mais do que qualquer coisa no mundo, caso seu terror fosse
contagioso.
"Está tudo bem", ele sussurrou. “Se algo acontecer, você pode simplesmente se
transformar de volta e ir contar para os outros, não é? Você saberá o caminho melhor,
como um rato. "
"Eu não vou te deixar, Remus," Peter sussurrou, trêmulo, "Eu posso ser corajoso, eu
sei que posso."
754
"Está bem. Por aqui. Fique o mais quieto que puder. ”
A dríade não havia vindo atrás deles, graças a Deus. Remus não conseguia se lembrar
sobre tudo em relação os guardiões das árvores, mas tinha quase certeza de que não
podiam deixar seus bosques. Ou talvez fossem náiades? Ele não conseguia se lembrar
da diferença.
"Está perto." Remus sussurrou para Peter, enquanto passavam por um matagal denso,
provavelmente anunciando sua chegada para todas as criaturas próximas.
Houve outro batimento cardíaco, não muito longe, e parecia assustado também. Mais
alguns passos e Remus pôde ouvir uma respiração fatigante; como alguém que já
lutava há algum tempo e estava começando a se cansar. Mais perto e pôde sentir o
cheiro do suor - e da raiva – devido a esse esforço. Era uma mistura tão forte de
emoções e energia, que Remus ficou momentaneamente perdido em sua névoa,
oprimido demais para ver uma direção clara. Então mudou - parou, de repente. Uma
voz áspera soou, quebrando o silêncio da floresta, sacudindo os pássaros de seus
ninhos;
“Remus Lupin!”
Peter soltou um grito agudo de terror, antes de pular no ar, se transformar em rato e
virar o rabo, correndo. Não importava. Remus continuou de pé.
755
A sensação de estar sendo puxado voltou ao seu peito, e ele a seguiu, deixando-se ser
levado para frente, através de uma pequena clareira de árvores. No centro havia um
teixo antigo, retorcido e rangendo, e preso ao tronco, estava um jovem. A dríade o
amarrou usando quilômetros de arbustos cruéis e retorcidos. Os espinhos estavam
cortando sua capa de couro gasta e perfurando a pele de seu pescoço. Seus braços
estavam ao lado do corpo e, apesar das óbvias tentativas de se libertar, os cipós
marrons e fortes se mantiveram firmes.
Ele não estava lutando agora, no entanto. Apenas olhava para Remus, a cabeça
inclinada para frente, olhos escuros e inescrutáveis. Sua cabeça estava raspada, como
a de Lívia, e suas roupas gastas pelo tempo e puídas, mas a semelhança terminava aí.
Ele era alto; tão alto quanto Remus, e talvez apenas alguns anos mais velho. Sua pele
era escura como couro bronzeado, seus traços eram bonitos e marcantes. Ele sorriu
lentamente, mostrando fileiras de dentes retos e brancos.
Remus inclinou a cabeça. Este homem estava preso. Totalmente à mercê. Sentiu sua
coragem voltando.
"Sim."
"Bem." Remus se encostou na árvore mais próxima e cruzou os braços, "Você vai ter
que me dar uma razão decente para libertá-lo, não é?"
Castor rugiu furiosamente, lutando contra suas amarras mais uma vez, rasgando suas
roupas e cravando os espinhos mais fundo em seu pescoço. Ele era claramente muito
forte, com uma construção larga, bíceps grossos flexionando contra as trepadeiras.
756
"Ah, querido" Remus resmungou, coloquialmente, "Parece que você não vai a lugar
nenhum sem mim."
Mais tarde, ele se perguntaria de onde viera essa ridícula sensação de petulância.
Afinal, a situação em que Remus se encontrava agora era tão perigosa quanto o ataque
ao Beco Diagonal, que virou sua mente do avesso. Talvez fosse a floresta e o poder
que ele sentia percorrendo seu corpo. Talvez fosse a voz de Grant, ainda zumbindo em
seus ouvidos. Talvez simplesmente fosse a familiaridade da situação. Remus estava
enfrentando valentões que pensavam que o tinham descoberto desde que ele tinha seis
anos de idade. "Então?" Continuou, sorrindo "Quer conversar?"
"Hm." Remus brincou com a ponta de sua varinha, pensativo, como se não se
importasse com o mundo. "Veja, eu tenho um pouco de dificuldade em acreditar em
você, Castor, companheiro. A última vez que Greyback enviou alguém para 'apenas
conversar' comigo, uma mulher inocente acabou morta. "
“Meu pai reconheceu seu erro ao enviar Livia.” O lobisomem disse, seriamente. Ele
havia se acalmado um pouco agora, e estava claramente observando Remus para ver
onde isso estava indo. "Então, desta vez, ele me enviou."
"Eu posso ver através disso também, você sabe," Pensou, "Ele achou que um cara
bonito poderia ... er ... despertar meu interesse, não é?"
757
"Aquela vadia da árvore!" Castor rosnou, lutando novamente, "O que quer que ela
tenha feito, essas vinhas ... eu não posso usar magia ..."
"Ah, eu vejo isso!" Remus acenou com a cabeça, "Bem, devo lembrar de agradecê-la
da próxima vez que a vir."
"Livia me contou sobre você", disse Castor, "Ela disse que você é o cão de estimação
de Dumbledore, desdentado. Não faria mal a uma mosca, não perseguiria um coelho
na lua cheia. "
"Eu não sou animal de estimação de ninguém." Respondeu, sua mandíbula apertando.
“E nem vocÊ deveria ser. O que há de tão bom em Greyback, hein? O que vocês
acham que vai acontecer com vocês quando derrotarmos Voldemort? "
“A mesma coisa que sempre acontece com nossa espécie.” Castor respondeu, dando a
Remus um olhar de pena, "Seremos caçados e oprimidos."
“Você não quer mudar isso?” Remus implorou, dando um passo à frente. “Você não
tem família, no mundo real? Você não quer uma família, um dia?"
Remus suspirou.
“Você não entende. Ele está mentindo para você. Eu sei que existe uma maneira de
melhorar as coisas, de realmente mudar a forma como somos tratados, mas não pode
ser assim, não percebe?’'
“Exatamente como Livia disse. Desdentado. Disse ao pai que você não estava pronto.
Disse a ele que era muito cedo. "
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"Para a grande noite, é claro," Castor estava sorrindo de novo, um sorriso sinistro que
deixou Remus enjoado. O lobisomem continuou, reconhecendo sua incerteza, "Na
noite da próxima lua, a alcateia estará à caça. Será uma caça como o mundo não viu
desde a idade das trevas.”
"Por que você está me contando isso?" Havia um tremor na voz de Remus agora, por
mais que ele tentasse disfarçar, "Você sabe que estou indo direto para Dumbledore."
Castor riu, um som vazio e sem fôlego vindo do fundo de seu peito.
"Perfeito."
*CRACK*
"Irmã!" Castor murmurou, lutando pela liberdade mais uma vez, "Liberte-me!"
"Você falhou com nosso pai." Ela respondeu. "A punição o aguarda."
Livia levantou a mão e Castor foi silenciado, incapaz de se mover ou fazer barulho.
As entranhas de Remus congelaram quando ela se virou para ele.
Remus puxou sua varinha e apontou para a mulher, assumindo uma posição de duelo e
se enraizando no chão. Ela não iria impedi-lo, desta vez. Desta vez ele sabia o que
esperar.
759
"Não há tempo para isso, a lua se aproxima." Ela resmungou, caminhando em sua
direção, tão esfarrapada, imunda e selvagem quanto ele se lembrava. "Largue esse
galho idiota." Ela levantou a mão e girou no ar, como se estivesse girando a maçaneta
de uma porta. Remus sentiu a força disso, separando seus dedos, sua varinha
queimando em sua mão, mas desta vez, ele não a largou. Lupin cerrou os dentes e
reuniu cada grama de magia da floresta ao seu redor.
"Não."
Livia ergueu os dois braços agora, e estalou os dedos, de forma que eles se espalharam
em suas palmas. As árvores ao redor de Remus se tornaram luz em um instante, do
tronco aos galhos, colunas de fogo rugindo ao redor. Ele estava apavorado, mas não
desistiria.
"Não." Ele repetiu, dando um passo para trás, lentamente. Ele correria, se fosse
preciso, deixaria as dríades lidarem com ela - deixaria os centauros fazerem isso. Você
não poderia simplesmente aparecer em uma floresta como esta e começar a incendiá-
la.
Livia estalou os dedos então e, imediatamente, Castor foi libertado de suas amarras,
ofegando e rosnando. Ele se juntou a sua companheira de bando, e agora havia dois
deles, seus olhos brilhando como carvão em brasa, refletindo as chamas que os
rodeavam.
“Chegou a hora, Remus Lupin,” eles disseram, em uníssono, enquanto a fumaça negra
começava a encher o ar, o cheiro de seiva e pinheiro faiscando ao redor.
"Não." Repetiu, embora não pudesse ver nenhuma saída agora. “Mordeo!” Ele gritou,
apontando sua varinha para os dois, enquanto se afastava. Castor recuou, rosnando,
mas Livia riu guturalmente e acenou com a mão novamente, descartando a maldição
como se não fosse mais do que uma teia de aranha.
760
Era isso. Eles iam levá-lo - sabe Deus aonde - e torná-lo um deles. Ele nunca mais
veria seus amigos, nunca mais veria Sirius. Havia sido um idiota, obrigando-os a ficar
para trás. Agora não havia mais ninguém para protegê-lo.
Há você. Remus não reconheceu essa voz. Não era Grant, ou qualquer pessoa com
quem já havia ‘conversado’ antes. Talvez estivesse certa. Havia um feitiço que não
havia considerado, simplesmente porque ele nunca o dominou corretamente. Porém,
ele estava em apuros agora e tinha à sua disposição mais poder do que nunca.
Quando brasas brilhantes e folhas queimadas choveram sobre os três, Remus reuniu
todos os seus recursos; sua força, sua raiva e toda alegria em seu coração. Ele teria que
estar pronto para correr, assim que o encanto fosse falado. Se falhasse, não teria tempo
de escapar.
Respirou fundo, com cuidado, e - pouco antes de lançar o feitiço - lembrou-se dos
olhos de Sirius, da boca de Sirius e do sorriso de Sirius. "Eu sou louco por você."
Porém, não havia tempo para ficar e desfrutar de seu sucesso, então não o fez. Ele
correu novamente, para a orla da floresta; de volta a Hogsmeade, ao mundo bruxo e
seus amigos. Remus correu com tanta força que suas pernas queimavam, e a dor em
seu quadril era como uma lança em sua carne, mas ele não parou, os pulmões cheios
de fumaça de lenha e os olhos lacrimejando, apenas continuou, até as árvores
começarem a ficar mais finas, até a luz ficou mais forte.
***
761
Peter e Sirius ainda estavam lá. Sirius estava andando erraticamente para frente e para
trás na trilha. Peter, sentado no chão com os joelhos dobrados, olhava para a floresta.
Ele parecia estar chorando.
Remus cambaleou para a luz do dia e se sentiu prestes a desmaiar ali mesmo. Peter se
levantou, enxugando os olhos em descrença, e Sirius correu em sua direção, e então
parou, de repente, e foi jogado para trás, como se tivesse batido em uma parede.
Furioso, ele soltou um grunhido de raiva. Remus permitiu que um dos nós dentro dele
se desfizesse e a barreira foi levantada. Ele mancou em direção a seus dois amigos,
ofegante.
"Desculpe." Murmurou.
Para sua surpresa, Black jogou os braços em volta de seu pescoço e o segurou com
força. Seu coração vibrava contra o de Remus, e ele o abraçou de volta, exausto e
grato.
“Não podíamos ir e ajudar.” Sirius disse, sua voz rouca e oca, "O que quer que você
tenha feito ... não podíamos segui-lo."
"Sinto muito, Remus!" Peter explodiu de repente, seus olhos se enchendo de lágrimas
novamente, "Eu sinto muito!"
"Tudo bem." Lupin estendeu o braço para dar um tapinha em seu ombro, mas Sirius
não o deixou ir. Finalmente, Remus voltou aos seus sentidos, e gentilmente se
desemaranhou, “Eu tenho que ver Dumbledore agora. Onde estão os outros?"
“Eles tiveram que voltar,” Sirius explicou, “Toque de recolher. Disseram que
contariam a McGonagall. ”
"Bom." Acenou com a cabeça. "Vamos, temos que ir agora." Ele começou a mancar
em direção à aldeia.
762
"Moony, você está bem?" O moreno correu ao seu lado, um braço sob seu ombro para
se apoiar.
"Havia fogo…"
"Eu não posso ... eu não posso explicar ainda, por favor, não me pergunte."
"Tudo bem." Havia um tom frio na voz dele que Remus não gostou, mas o moreno
continuou o apoiando, então teria que ser ignorado por enquanto. Uma coisa de cada
vez.
McGonagall estava esperando por eles nos portões da escola, seus braços cruzados,
linhas profundas vincando sua testa.
"Professora!" Remus balbuciou, ainda tossindo fumaça, "Sinto muito por termos
perdido o toque de recolher, mas preciso ver o diretor agora ..."
"Sim, claro, Lupin, venha comigo." McGonagall acenou com a cabeça rapidamente, e
tirou o braço de Sirius. Minerva olhou para os outros dois. “Vocês dois voltem para a
torre e não digam nada. Eu não quero nenhuma discussão, estão me ouvindo? "
Os dois jovens ficaram tão surpresos com essas instruções afiadas que os assentiram e
saíram imediatamente, Sirius lançando um olhar para Remus.
Ele contou a Dumbledore quase tudo. Contou sobre o cheiro, a dríade e Castor. Sobre
o incêndio e os planos que Greyback tinha para seu bando e Livia. Ele não mencionou
a barreira que, de alguma forma, havia conjurado para manter seus amigos afastados.
Nem explicou que sabia o quão perigoso seria, ou que havia ignorado cada grama de
seu bom senso para perseguir Castor.
763
No entanto, Dumbledore parecia muito satisfeito.
"Tudo o que você me contou foi imensamente útil, Remus." O velho disse, sorrindo
do outro lado da mesa com os olhos brilhando de orgulho, pela primeira vez que
Remus conseguia se lembrar. “Você foi muito corajoso e cumpriu sua tarefa
admiravelmente.”
“Eu ... eu cumpri? Mesmo que eu tenha ido para a floresta proibida? "
“Você seguiu seu instinto. E não vejo que qualquer dano tenha acontecido. Você é
claramente um bruxo formidável, como seu pai. ”
Remus sentiu uma pontada muito pequena de prazer com isso, o que o deixou mais à
vontade.
"Mas esse ataque ... a caçada que eles estão planejando ..."
“Deixe que a Ordem lide com isso.” Dumbledore balançou a cabeça, colocando as
mãos na mesa e se levantando. "Você já fez o suficiente - mais do que qualquer um
poderia esperar de um bruxo de dezessete anos."
"Lamento ter pedido isso a você, Remus." O diretor deu a volta em sua mesa e
colocou uma mão amiga em seu ombro. "Espero não ter que pedir de novo."
"Estou no seu lado." Remus respondeu, sentindo que deveria reiterar isso. “Eu farei o
que tiver que ser feito.”
Os olhos de Dumbledore brilharam de triunfo e ele apertou seu ombro com mais
força.
***
764
O fogo foi apagado pelas náiades, de acordo com McGonagall, que o acompanhou do
escritório de Dumbledore até a enfermaria. Não havia nenhum vestígio de Lívia ou
Castor, e presumiu-se que eles haviam aparatado.
Felizmente, teve permissão para voltar para a torre da Grifinória sozinho. Seus amigos
estavam todos esperando - não em seu lugar usual perto do fogo, mas em um canto
mais silencioso, perto de uma das janelas distantes. Todos falavam em tom sério e
abafado, e suas cabeças se viraram imediatamente para encará-lo quando ele apareceu
pelo buraco do retrato.
Remus se aproximou, um pouco tonto com a corrente de ar, e eles abriram espaço para
que se sentasse no assento da janela, espremido entre Lily e Sirius, que rapidamente
apertou sua mão antes de soltá-lo. Todos o olharam e esperaram que falasse, então ele
falou.
Contou a eles o máximo que pôde - e algumas coisas que não havia dito a
Dumbledore. Peter felizmente já havia coberto a parte da dríade e, aparentemente, os
marotos haviam passado grande parte da noite explicando o segredo sobre serem
animago para Lily. Ainda assim, ela cobriu a boca de horror quando Remus falou
sobre ter encontrado Castor e os poderes incríveis de Livia, e o fogo ... Sirius estava
praticamente tremendo de raiva ao lado dele, mas segurou a língua o tempo todo e o
deixou terminar.
"Puta merda." James disse, uma vez que a história foi contada. "Muito bem com o
patrono, cara."
765
"Obrigado," Remus corou levemente. Claro que James para encontraria algo louvável
em tudo isso.
Não muito depois, todos se arrastaram para a cama, um de cada vez, cada um com
seus rostos determinados. Remus percebeu que ele não fora o único que tivera um dia
muito difícil. Ele tomou um banho rápido, para tirar o resto da floresta de sua pele, e
escovou os dentes sem se olhar no espelho, com muito medo do que pudesse ver ali.
Sirius ainda não tinha tentado falar com ele, ou confrontá-lo sobre a terrível traição na
orla da floresta, mas Remus tinha certeza de que isso ainda estava por vir e, embora
soubesse que seria difícil, ele ansiava por esclarecer as coisas.
Por horas, ele ficou deitado na cama, esperando e esperando. Sirius sempre vinha até
ele em uma noite como esta; se algo tivesse acontecido. Black sempre sabia quando
Remus precisava conversar; mesmo quando não queria, Sirius poderia arrancar tudo
dele e fazer ficar certo de novo. Lupin esperou muito tempo. Vamos, pensou consigo
mesmo, preciso de você, onde está você?
Ele não é um leitor de mentes, querido. A voz alegre de Grant interrompeu mais uma
vez.
Remus se recusou a responder, porque não era mais necessário. Trabalhar com os
problemas em sua cabeça usando uma interpretação imaginária era muito bom. Porém,
era isso que fazia quando se sentia incrivelmente sozinho, quando pensava que não
possuía mais ninguém a quem recorrer. Ele percebeu com uma sensação nauseante de
vergonha o quão estúpido havia sido. Sem perder mais um momento, ele deslizou para
766
fora da cama e caminhou pelo chão. Remus abriu as cortinas da cama de Sirius e
sussurrou na escuridão.
"Sirius?"
"O que?" Black estava deitado de costas também, as mãos cruzadas sobre a cintura
como uma efígie de lápide. Sua frieza fez Remus estremecer, mas ele engoliu seu
orgulho.
"Vem."
"Eu sei. Foi que James disse. " A voz de Sirius derreteu ligeiramente e agora estava
mais petulante do que zangada.
"Mas isso não é desculpa," continuou Remus. “Eu só ... eu não era eu mesmo. Você
entende?"
Black deu de ombros, movendo os lençóis para que deslizassem de seu ombro,
expondo sua clavícula. Remus tentou não se distrair muito com isso, e lambeu os
lábios, encontrando os olhos dele novamente.
767
"Você nos contou." Sirius respondeu, irritado.
"Não tudo." Rebateu "Há coisas que não quero que todos saibam. Mas. Eu quero que
você saiba. Se tudo bem por você?"
Sirius o olhou como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo. Um pequeno
sorriso apareceu em seu rosto, e ele obviamente estava tentando suprimi-lo.
Então, o fez. Contou a ele todos os sentimentos que tivera - a atração irresistível para a
floresta, o poder áspero da magia natural, a culpa terrível. No momento em que parou
de falar, percebeu que Sirius havia estendido a mão para ele e estava acariciando seu
braço gentilmente, para frente e para trás, na intenção de confortá-lo.
"Ah."
“Não como as vozes normais, no entanto. Normalmente é alguém que eu conheço. "
Remus pensou sobre isso, o que o fez se sentir engraçado. Black ainda estava olhando
para ele, ainda acariciando seu braço. Remus se lembrou de outra coisa.
“É um lobo. Meu patrono. Não queria que os outros soubessem, não quero que
pensem... ”
"Eles nunca pensariam mal de você, Moony, eles o conhecem muito bem."
768
“Mas eles me conhecem? Depois de hoje... me sinto tão estúpido. Fiquei tão
envolvido que não sabia o que fazer. Eu continuei entrando cada vez mais fundo.”
"Mas você fez a coisa certa, no final." Sirius disse com firmeza, agarrando-o agora,
"Isso é tudo que importa." Ele se inclinou e beijou Remus gentilmente nos lábios, um
gesto calmante. "Você voltou para nós."
"E ..." Remus olhou para baixo, baixando a voz para quase um sussurro. Ele olhou
para o moreno novamente, encontrando aqueles perfeitos olhos azuis. "Eu voltei para
você."
Sirius o beijou novamente com mais força, e não parou por um longo tempo.
769
Capítulo 131 : Sétimo Ano: Interlúdio
-'Wake up and Make Love With Me' de Ian Dury & The Blockheads
7h50
770
"Eu tenho o dia livre, idiota, dê o fora." Sirius gemeu em resposta, enterrando a cabeça
sob o travesseiro.
"Urrgh."
"Err ..." Sirius tirou o travesseiro do rosto e olhou para Remus, levantando uma
sobrancelha em questionamento.
"Sim, talvez ..." James concordou, "... Ah, espere, vou verificar o mapa, ele o deixou
na mesa de cabeceira!"
Remus deu um tapa em sua cabeça, surpreso com sua própria estupidez.
"Oh!" Eles ouviram James parar do lado de fora das cortinas da cama, “Oh ... er, certo,
é claro! Desculpe, eu ... er ... não pensei ... "Seus passos retrocederam rapidamente,
771
em direção à porta," Desculpe, rapazes ... er ... vejo vocês mais tarde, hein? " A porta
se fechou.
Sirius bufou de tanto rir enquanto Remus se arrastava para debaixo dos lençóis como
se pudesse escapar do constrangimento.
"Ah, qual é," O moreno ria, tentando puxar os lençóis, "Não foi tão ruim ..."
"Foi horrível." Respondeu, enterrando-se ainda mais, "Eu nunca vou ser capaz de
olhar nos olhos dele de novo!"
"Eu não vejo por que tanto medo" Sirius disse, entrelaçando seus dedos macios e
brancos entre os de Remus, em seguida, espalhando-os e balançando-os, como um
jogo infantil. "Tenho certeza que ele já assume ... algumas coisas."
772
"De jeito nenhum, se não descermos agora, James definitivamente vai pensar que
estamos..."
"Transando?"
“Ah, Moony! Você me mata. O que aconteceu com aquele garotinho rude que eu
conhecia?"
***
8:30 da manhã
James não conseguia exatamente olha-los nos olhos, para a diversão de Sirius. Peter
estava de cabeça baixa também, silenciosamente colocando mingau em sua boca e,
por um momento horrível, Remus se perguntou se ele havia contado a James
exatamente o que vira no quarto deles, apenas alguns dias atrás. O que seria mais do
que poderia suportar, Remus tinha certeza.
Ele se distraiu ouvindo Mary falar, o que sempre foi fácil de fazer. Ela estava saindo
com um garoto do time de quadribol da Lufa-Lufa atualmente, e estava
773
simultaneamente exaltando suas virtudes e lamentando o lado ruim de sair com um
atleta. Remus não pôde deixar de pensar que Mary estava fazendo tempestade em
copo d’agua, já que, é claro, Lily (e, se Sirius estivesse certo) e Marlene também
estavam saindo com jogadores de quadribol.
Marlene estava revirando os olhos, e James olhava fixamente para sua xícara de chá
enquanto Lily ria por trás de suas mãos. Mary estava gloriosamente alheia a
tudo. "Mas então ele tem a ousadia de reclamar sobre o atrito em sua coxa por causa
de sua maldita vassoura!" Ela gargalhou.
As orelhas de Potter ficaram vermelhas e Sirius estava tentando alcançar seu olhar, um
sorriso maníaco em seu rosto.
Peter praticamente engasgou com seu mingau, Lily cobriu o rosto e Marlene bateu
com a mão na mesa.
"Uhm, bem. Você está sendo um pouco gráfica, para a mesa do café...” disse Lily,
diplomaticamente.
“Somos todos adultos, não somos?” Mary arqueou uma sobrancelha, "Somos maduros
o suficiente para falar sobre sexo."
774
"Onde você está indo?"
"Poções!"
"Ainda temos mais quinze minutos ... Ok, espere, eu irei com você." Ela se levantou,
ainda lançando um olhar estranho para o namorado, e os dois saíram juntos.
"Ah, não foi você, MacDonald." Sirius explicou, esticando os braços sobre a cabeça e
despenteando seus longos cabelos, "Prongsie teve uma pequena surpresa esta manhã --
ow!"
Remus sorriu e entregou a Sirius, que fez uma careta cômica. A segunda carta era do
Professor Ferox, com uma lista de recomendações de livros que havia pedido sobre a
história do sistema de classificação de criaturas mágicas. Eles vinham trocando
correspondências desde o Natal; parecia que Ferox estava entediado com sua
recuperação, encontrando-se perdido.
775
"Alguma resposta da...?" Perguntou, lhe dando um olhar significativo. Remus
balançou a cabeça. Nada de sua mãe. Sirius tentou dar a ele um sorriso encorajador,
"Ainda há tempo, sim?"
“Estou indo para a biblioteca, ver se consigo encontrar algum desses antes de História
da Magia.” Ele ergueu a lista de Ferox. "Vejo vocês mais tarde, meninas." Ele acenou
com a cabeça para Mary e Marlene.
Ah, Remus lembrou, era terça-feira. Não havia frequentado as aulas de cura que a
Madame Pomfrey gentilmente o incluíra há algumas semanas - ocupado demais
memorizando maldições. Ele realmente não queria ir esta noite, sendo lua cheia, mas
olhou para Marlene e se sentiu culpado.
Sirius saltitava feliz ao seu lado enquanto caminhavam para a biblioteca, com Remus
mentalmente repassando sua agenda para o dia. Felizmente, só haveriam três aulas,
mas ele havia prometido encontrar Christopher em algum momento, e ainda queria
escrever de volta para Grant e Ferox, e tinha uma redação de Aritmancia para
entregar...
"Hm?"
"Acabamos de passar pela biblioteca, se é para onde você está indo ..."
776
"Ah, nada. Só pensando."
Na verdade, ele estava tentando não pensar na lua que se aproximava - afinal,
Dumbledore havia dito para que não se preocupasse, que a Ordem estava lidando com
isso, e Remus só podia esperar que isso significasse que Alastor Moody estava no
caso, o que o fazia se sentir um pouco melhor. Ainda assim, o aviso de Castor vinha
soando em seus ouvidos desde sábado e era impossível esquecer.
"Não acho que devemos sair da Casa esta noite." Remus sussurrou. “Se alguma coisa
acontecer…”
"Eu sei." Ele disse, calmamente "Mas eu gostaria que você respeitasse meus desejos,
se é tudo o mesmo para você."
“Ei, não seja assim,” Black o repreendeu gentilmente, “Claro que vamos. Qualquer
coisa pelo nosso Moony.”
Remus encontrou três dos livros da lista de Ferox, o que o animou um pouco. Então,
ele os levou para Madame Pince, e começou a enfiá-los em sua bolsa.
"Eu levo," Sirius ofereceu, estendendo as mãos, "Você não quer carrega-los o dia
todo, vou voltar para o dormitório de qualquer maneira."
777
"Ah, valeu." Remus os entregou. "Você vai começar aquela redação de Aritmancia?"
“Er ... sim, mas eu deveria ir encontrar Christopher ... então tem a redação que você
não vai fazer e a aula de cura. E eu realmente quero escrever de volta para Ferox hoje,
se eu puder, acho que ele gostaria de receber algum correio, já que não tem permissão
para sair muito.”
"Merlin, Remus," O moreno estava balançando a cabeça, "Você tem que estar na Casa
às seis!"
***
13h50
778
Sirius empurrou um prato de salsicha com purê sobre a mesa em sua direção. Remus
começou a comer, falando o mais rápido que podia - eles só tinham dez minutos antes
do almoço terminar e o coral da escola iria querer usar o salão para suas sessões
semanais de prática. "De qualquer forma, deu certo no final, usei o tempo para
escrever minha carta para Ferox e um bilhete para Grant, então pelo menos isso está
feito - o que é isso?"
Sirius deslizou uma pilha de pergaminhos pela mesa agora. Remus esvaziou seu copo
de suco de abóbora e o olhou. "Aritmancia?"
"Você o quê?" O garoto perguntou, surpreso. Sirius era ridiculamente bom com uma
pena e havia imitado sua própria caligrafia perfeitamente. "Eu não acredito!"
“Quantas vezes você já fez isso para o Wormy? Ou James, por falar nisso - ele ainda
está esquisito por causa desta manhã, a propósito, não quer falar comigo sobre isso -
de qualquer maneira, agora isso está feito, e as cartas, você está livre durante a tarde!”
"Muito obrigado, Padfoot, honestamente, isso é brilhante ..., mas eu prometi ver
Christopher, e-"
"Não." Sirius estava sorrindo como o gato que pegou o rato. “Acabei de ver ele. Disse
que você não estava bem, então não ia poder vê-lo. "
"Sirius!"
779
olhou para cima e encontrou Sirius o encarando, seus olhos grandes como os de um
filhote, cheios de remorso.
"Não foi minha intenção!” Sirius se sentou, parecendo chocado, “Eu só... sempre há
tantas coisas acontecendo na sua vida, e é uma loucura. Quero dizer, é incrível, porque
você é incrível e pode lidar com isso, mas não precisa”.
"Ok..." Remus franziu a testa, levantando-se. Não tinha certeza do que Sirius estava
dizendo, não exatamente. Ele sempre tentou se manter ocupado. Gostava de estar
ocupado e ser útil para as pessoas.
“E você havia escrito tantas notas para aquela redação que ela, praticamente, já estava
feita.” Sirius continuou, quando eles deixaram o Salão Principal e começaram a se
dirigir para a torre da Grifinória. "E podemos ir e encontrar Christopher se você
quiser, ele provavelmente está na biblioteca ..."
"Pode ir, vou mandar as cartas para você, e vejo você no jantar mais cedo -"
“Sirius ...” Verificou se a barra estava limpa - todo mundo estava em aula, e Pirraça
não estava por perto. Um corredor vazio era uma coisa rara em Hogwarts.
"Ah, merda!" O moreno deu um tapa em Sua própria testa, “Eu não posso jantar mais
cedo, eu tenho aquela detenção com Filch. Só por uma hora, porém, sairei a tempo
de...”
"Sirius!"
780
"O que?!" Ele finalmente parou de falar a tempo de Remus pegá-lo desprevenido com
um beijo rápido nos lábios.
"Cale a boca, idiota." Sorriu, “Eu prefiro muito mais passar a tarde com você do que
estudar com Christopher.”
***
14h15
781
“Sobre a estamina do goleiro da Lufa-Lufa? Acho que ela estava se gabando, para ser
honesto com você. "
"Não isso," Lupin riu, "A coisa de sangrar ... sangrando da ... hum ... O que ela quis
dizer?"
Sirius girou a cabeça no colo de Remus para olha-lo com uma carranca confusa.
"Ela estava falando sobre ... você sabe, a 'época do mês' dela..." Ele ergueu as
sobrancelhas, como se o outro fosse entende-lo de alguma forma.
"O que??"
“Ok, então garotas tem isso todo mês ...” Black começou a explicar. Remus ficou
totalmente horrorizado quando terminou.
"É natural." O moreno deu de ombros, “Vou pedir a Lily para explicar para você, eu
provavelmente disse algo errado. Puta merda, você tem quase dezoito anos, como
não sabia?!"
782
"Azarei o Crouch."
"Ah, certo."
"Ele e meu querido irmão estavam atormentando alguns alunos do segundo ano - mas
obviamente ele escapou porque ele é um monitor." Sirius murmurou sombriamente.
O moreno nunca mais havia dito o nome dele, apenas ' meu querido irmão ' , naquele
sotaque cruel e excessivamente chique, que Remus pensou ser – provavelmente - para
zombar da elegância de Regulus. Exceto (e nunca diria isso em voz alta), durante os
primeiros anos que conheceu Sirius, ele possuía exatamente o mesmo sotaque.
"Você precisar tentar ignorar eles, se puder." Remus aconselhou. “Eu sei que ele te
incomoda, mas é melhor apenas ficar fora do caminho. A escola vai acabar, em
breve.”
Lupin estendeu a mão para pegá-lo, agarrando seu pulso. Deus, ele amava os pulsos de
Sirius. Os ossos eram tão finos, as veias pareciam fitas azuis sob a pele
translúcida. Seus próprios dedos o envolviam facilmente. Ele o segurou agora e puxou
a mão de Sirius até a boca, chupando a ponta do baseado, e então o soltou.
Black apenas sorriu. O disco parou e ele teve de se levantar para virá-lo para o lado B.
"Eu acho que eu só não quero que ele machuque alguém." Suspirou, voltando a se
sentar.
"Sinto que é." Sirius murmurou, se espreguiçando. “Você não sabe como ele era
quando éramos crianças. Ele não era ... ele não é ... eu não sei. Só não quero que ele
faça algo de que se arrependerá depois.”
783
Remus pensou muito - o que não era algo fácil com os pulmões cheios de erva
cultivada pelos corvinos.
“Er ... mais ou menos? Mas é sobre Regulus. Você pode não querer ouvir.”
Black ficou um pouco quieto; um pouco mais rígido, mas acenou com a cabeça,
"Diga."
"Como eu poderia esquecer?" Sirius respondeu, com uma nota de ciúme em sua voz,
"Queria ter estado lá, nunca vi um bicho papão."
Remus esticou o pescoço levemente, para que pudesse ver o rosto de Sirius e como ele
estava recebendo a notícia. Sua boca era uma linha reta. Ele parecia mais cansado do
que com raiva. O moreno balançou sua cabeça.
"Sua mãe?"
784
tão bom e agradável, e se pudessem apenas aguentar um pouco mais, então esta seria
uma boa memória, algo que ele teria dentro de si para sempre.
Sirius o beijou.
***
16:00
Remus desceu sozinho para jantar às quatro, quando Sirius saiu para sua
detenção. Estava tão cedo que era o único ali, exceto por Marlene, que também teria a
aula de cura da Madame Pomfrey.
“Estou feliz por você ir,” ela sorriu para ele. Marlene sorria muito ultimamente. "Não
te vejo direito desde o Natal!"
“Eu realmente queria falar com você sobre o que aconteceu no trem ...”
"Oh! ... er ...” Lupin a encarou, o garfo a meio caminho da boca. Com todo o alvoroço
sobre Castor e a lua cheia, havia conseguido evitar falar sobre o estranho encontro
com Yasmin e Marlene no trem. E se sentiu culpado novamente. Obviamente, Marlene
estava pensando muito nisso.
"Espera aí," Ela pediu enquanto pegava sua varinha, " Muffliato !" Murmurou.
785
"O que é que foi isso?" Ele perguntou, mantendo a voz baixa.
"Mesmo?!"
"Desculpe," Marlene corou, olhando para baixo, "Eu sabia que eu era ... diferente,
suponho, há muito tempo, e eu realmente queria dizer algo para você, especialmente
depois do verão, mas ... Não sei, como se traz isso à tona? "
786
“Yaz é minha namorada desde pouco antes do Natal. Ela é incrível.” McKinnon estava
sorrindo novamente, e Remus praticamente podia sentir a alegria irradiando dela. Ele
tocou gentilmente sua mão.
“Hum ... você sabe, eu não perguntei. Nós realmente não falamos sobre esse tipo de
coisa.”
"Vocês não falam?" Ela lhe deu um olhar estranho de soslaio. “Isso não te incomoda?
A história dele com garotas?”
"Não." Remus sentiu que ficava quente sob o colarinho. Esse era exatamente o tipo de
coisa que ele queria evitar discutir. Com qualquer um. “Não é relevante.”
“Ok,” Marlene deu de ombros, embora não parecesse convencida. "Se funciona pra
você, suponho."
Marlene estava planejando contar a Mary, havia dito, quando fosse a hora
certa. Remus conhecia esse argumento bem o suficiente e não achava que era
realmente sua função dar conselhos. Era bom saber que outra pessoa sabia como ele se
sentia, pelo menos mesmo um pouco.
A aula de cura passou muito lentamente. Remus descobriu que ainda estava muito
chapado, além de bastante cheio, o que o deixou com sono. Ele tentou ouvir o sermão
787
da Madame Pomfrey sobre feitiços diagnósticos circulatórios, mas sua mente
continuava vagando, voltando para a cama e para Sirius. A gentil enfermeira presumiu
que ele só estava sonolento porque a lua estava próxima e não o castigou como
costumava fazer - ele deveria ter se sentido mal com isso, mas estava muito feliz
sonhando acordado para se preocupar.
***
18h30
A curandeira se despediu e prometeu voltar logo pela manhã, como sempre. Ele fez a
mesma expressão corajosa de quando tinha onze anos e acenou alegremente para ela
da cama enquanto fechava a porta. Sozinho, Remus olhou para o chão por um tempo,
tentando se lembrar de sua tarde, e suprimir o medo crescente na boca do
estômago. Ele se levantou e caminhou um pouco, procurando algo para fazer.
Com o tempo, a porta se abriu mais uma vez e James enfiou a cabeça pelo espaço. Ele
olhou ao redor da sala, antes de entrar, parecendo tão estranho quanto naquela manhã.
"Oi, Moony", disse, empurrando os óculos para cima do nariz nervosamente ao entrar,
"Nada de Wormtail ainda?"
“Acho que ele tinha detenção para fazer da McGonagall.” Remus disse, sentando na
cama novamente.
788
Ambos ficaram completamente em silêncio por uns bons três minutos. Remus tentou
não se inquietar, mas o silêncio era bastante insuportável - ele e James nunca haviam
tido momentos constrangedores antes. Mesmo depois que Remus se assumiu, ele foi o
primeiro a jurar que nada havia mudado. Porém, claro, agora algo
realmente tinha mudado; algo que havia distorcido a dinâmica do grupo. Geralmente,
James era bom em se adaptar a uma situação difícil, mas parecia que ele tinha um
ponto cego quando se tratava de Sirius Black.
"Claro que quer," Sorriu carinhosamente, "Aposto que ela domina na metade do
tempo que vocês levaram."
Mas isso levou a um beco sem saída, e o silêncio invadiu o espaço entre eles mais uma
vez. Remus engoliu em seco e observou James, que estava olhando para seus pés. Ele
tinha acabado de decidir a falar - fazer alguma piada, ou perguntar sobre quadribol,
quando Potter ergueu os olhos, de repente, encontrando seu olhar.
789
“Veja, isso é o que eu quero dizer; você não deveria ter que se esgueirar! " James
explodiu “Realmente, não é um problema! Você deve dormir onde quiser. "
"Cristo, Potter", ele sorriu, "Por que você sempre tem que ser tão perfeito?"
Naquele momento, a porta se abriu mais uma vez, e Sirius entrou no quarto, seguido
por Peter.
“Ei!” Black praticamente latiu, apontando para James, "Tire as mãos do meu homem."
790
Capítulo 132 : Sétimo ano: Vítimas
“Remus?! Remus?? Acorde!"
"O quê??"
Ele estava deitado de costas no chão empoeirado da cabana. E sangrava, mas não sabia
de onde. Sirius estava sangrando também. Remus tentou se sentar e estremeceu
quando sua cabeça girou e suas costas estralaram.
"Aqui," Black o ajudou a se levantar e ir para a cama. Ele puxou uma taça - não sabia
de onde - e sussurrou " Auguamenti." As mãos dele tremiam enquanto a água
derramava de sua varinha, e ele a entregou a Remus, que bebeu avidamente,
derramando-a por seu peito. Sabia que algo estava errado; podia sentir o cheiro do
sangue, do medo e do nascer do sol, mas seus pensamentos humanos demoraram a
voltar à sua mente; era como acordar ainda bêbado com uma ressaca para superar.
"Está tudo bem," Sirius balançou a cabeça. Ele estava muito pálido - sem sua
aparência aristocrática de costume, mas doentio, preocupado, amarelado de
suor. "Você apenas me arranhou algumas vezes - você continuava tentando sair."
791
"Eu... ?!" Remus o agarrou de repente, puxando sua camisa. Sirius o empurrou para
baixo gentilmente, pegando cobertores para cobri-lo. Ele balançou a cabeça,
Ele ficou debaixo da capa assim que Madame Pomfrey chegou, e ela entrou apressada,
com um terrível olhar cinzento em seu próprio rosto. Remus se sentou, todos os
músculos gritando.
"Primeiro, como você está?" Ela perguntou, aproximando-se para sentir sua testa,
"Você está muito quente."
"Eu me sinto bem" mentiu, afastando a mão dela com impaciência, "Houve um
ataque, não foi?"
792
"Não sei." Disse, muito baixinho. Remus nunca tinha ouvido aquela voz nela
antes. Por um momento, Pomfrey nem mesmo encontrou seus olhos. Ela sempre o
olhou nos olhos.
"Ele não está aqui." Ela se levantou, “Agora, você pode andar? A professora
McGonagall disse que você deve ir às aulas normalmente se estiver bem o
suficiente? Não queremos ninguém perguntando onde você está. Vou te dar algo para
a dor.”
Eles caminharam pelo túnel em silêncio, com Sirius atrás deles, ainda
invisível. Madame Pomfrey lidou com o pior de seus arranhões - majoritariamente
feitos por Padfoot, embora - felizmente - ela presumisse que ele mesmo os havia
causado - e lhe disse para continuar com seu dia. Ele tomou a poção que lhe foi dada,
mas sua cabeça ainda latejava e seu corpo doía. Assim que ela virou uma esquina,
Sirius se revelou e passou o braço pelas costas de Remus.
"Por que você está fingindo que está bem?" Ele sibilou, apoiando-o enquanto subiam
as escadas de volta ao dormitório, "Você mal consegue andar!"
"James disse que mandaria uma coruja para seu pai imediatamente," Sirius continuou,
enquanto atravessavam lentamente a escada de mármore, "Se alguém souber o que
aconteceu, serão os Potter."
793
"Sim," Remus acenou com a cabeça, ofegando, "Bom..." Mas ele sabia que não era
nada bom. O que quer que tenha acontecido, aconteceu, e fora tão terrível quanto
Castor prometeu. Seria o fim de qualquer chance de civilidade para os lobisomens.
De volta ao dormitório, James ainda estava esperando por uma resposta de seus
pais. Remus se sentou em sua cama, pesadamente, o peito arfando, cada parte dele
doendo, sua pele em chamas.
"Você poderia simplesmente faltar," Sirius disse, sem jeito, olhando para os outros,
"Fazemos isso o tempo todo."
Ele podia ouvir os outros três marotos sussurrando alto pela porta do banheiro, mas
não tinha energia para se concentrar em nada, exceto em passar pelas próximas seis
horas. Então, abriu as torneiras e deixou que a água sibilante o afogasse.
***
Centenas foram afetadas por uma série de ataques brutais de lobisomem durante a
lua cheia da última noite, que deixou quinze bruxos mortos e pelo menos cinco
desaparecidos - supostamente sequestrados. Nenhuma das criaturas responsáveis foi
identificada ainda, e o escritório do Auror aconselhou todos a ficarem em alerta
máximo e consultar as diretrizes do ministério - já publicadas- sobre a identificação e
abordagem de lobisomens, que são classificados como XXXXX e considerados
altamente perigosos.
794
O ministro interino da magia foi criticado por não manter o Registro de Lobisomem,
estabelecido por Newt Scamander em 1947. Falando pela oposição, Abraxas Malfoy
divulgou um comunicado na madrugada desta manhã:
"Os ataques de ontem à noite são mais uma prova de que o ministério está em
extrema necessidade de reforma e, em nome das famílias mágicas da Grã-Bretanha,
antigas e respeitadoras da lei, exigimos sanções mais rígidas para os meio-humanos e
outros elementos indesejáveis e potencialmente perigosos."
“Cuidado com o que você diz!” Peter sussurrou, com os olhos arregalados "Meu
primo que trabalha no Profeta disse que estão recebendo diretrizes muito rígidas sobre
o que podem escrever - sobre o ministério, a guerra, qualquer coisa - e há espiões em
todos os lugares verificando-os, certificando-se ninguém está sendo muito crítico.”
Isso fez com que todos ficassem quietos, e Lily olhou em volta nervosamente,
verificando por cima do ombro. Não importava; todos no Salão Principal pareciam
estar falando sobre a mesma coisa, amontoados em grupos sobre os jornais,
sussurrando entre si.
795
"Isso é ridículo!" Black zombou, "Um ataque organizado como este só acontece
quando há alguém por trás dele, isso nunca aconteceria sem Voldemort o incitando."
Todos estremeceram quando ele disse o nome. Remus notou isso acontecendo cada
vez mais, conforme a lista de desaparecidos crescia e as pessoas confiavam menos
umas nas outras.
"Eles ainda são perigosos." Marlene respondeu. “Não vejo por que fingimos que não
são - está dito bem aqui”, ela apontou para a impressão em preto e branco,
“Classificados XXXXX. Eu sei que é uma pena para eles, eles poderiam ter sido
perfeitamente normais de outra forma, mas fatos são fatos.”
Remus fazia o seu melhor para ignorar a todos. Ele estava ocupado escrevendo uma
carta para o Professor Ferox, que era a única pessoa que conseguia pensar que poderia
estar em potencial perigo na noite anterior. Lívia o conhecia; ele a atacou uma vez, e
Remus pensou que ela parecia o tipo de pessoa que guardava rancor. Além disso,
escrever deu-lhe algo para se distrair de quão terrível se sentia; todo dolorido e cheio
de calafrios. Sabia que também estava com uma aparência péssima e achou melhor
manter a cabeça baixa.
"Ela não sabe do que está falando." Lily sussurrou para ele, no caminho para fora do
Salão. “Marls vê tudo em preto e branco. Não leve para o lado pessoal,”
"Eu não levei." Remus respondeu, cansado, "Estou bem, não se preocupe comigo."
Ainda assim, ele temia Trato das Criaturas Mágicas mais tarde naquela manhã,
quando teria que se sentar ao lado de Marlene. Ele lançou um feitiço para encobrir
suas cicatrizes mais recentes, e estava bebendo em uma poção energética como se
fosse mantê-lo vivo, mas não podia esconder o fato de que estava completamente
exausto. Sem mencionar a culpa esmagadora que sentia pelos ataques. Ele sabia
796
que eles iriam acontecer. Ele disse a Dumbledore, mas não foi o suficiente, deveria ter
feito mais.
Aritmancia não foi tão ruim; ele tinha Sirius, James e Lily, e eles formaram um
amontoado protetor ao redor dele, tomando seus assentos no fundo da classe. Os
exercícios eram quase impossíveis de fazer, Remus encontrou sua mente
estranhamente fraturada; incapaz de segurar um pensamento por muito tempo. James e
Sirius caíram em suas travessuras e palhaçadas de sempre, criando uma distração
satisfatória sempre que o professor olhava para Lupin. Estava muito grato,
especialmente porque os dois também haviam passado a noite inteira acordados.
Depois, Sirius o acompanhou até Trato das Criaturas Mágicas, já que ele tinha uma
hora livre, e Remus não teve energia para recusar. Os corredores estavam muito
ocupados para ele arriscar se apoiar no outro garoto, então foram devagar.
"Só falte essa?" Sirius implorou, observando-o lutar para descer o terceiro lance de
escada, "Você já mostrou seu rosto, Snivellus viu você..."
797
Ninguém interveio - ninguém nunca fazia quando era Sirius - e Remus estava muito
focado em chegar à aula a tempo.
"Se outra pessoa não os encontrou até agora," Sirius deu de ombros. “Eu só ensinei
uma lição, qualquer monitor teria feito o mesmo.”
Remus normalmente teria achado aquilo engraçado, mas sentiu como se ele estivesse
afundando em areia movediça também, seus membros pesados e lentos, tudo ao seu
redor nebuloso e turvo. "Certo," Sirius estava dizendo, "Eu estarei de volta aqui em
uma hora para te buscar."
"Não," Sirius apertou sua mão, muito rapidamente, "Você é meu Moony."
Ele fez uma anotação mental para guardar isso para mais tarde, quando estivesse
sozinho, e poderia se deleitar com a ideia de ser qualquer coisa de Sirius. Agora, ele se
odiava demais para permitir que alguém fosse gentil.
Trato das Criaturas Mágicas foi pior do que ele poderia ter imaginado. Sua
temperatura estava subindo ainda mais com o esforço, e teve que enxugar o suor dos
olhos, o cabelo grudando na testa. Apesar de o café da manhã ter acontecido apenas
uma hora antes, seu estômago parecia uma caverna vazia, roncando de forma
intermitente. Sua cabeça doía e sua visão turvava, mas ele se sentou ereto, olhando
fixamente para o quadro-negro.
798
cicatrizes de batalha estava com bastante energia - ele havia perdido dois membros
para os dragões.
Apesar desse conto animado, apenas metade da classe estava realmente prestando
atenção (você poderia dizer pela expressão de leve horror em seus rostos enquanto
escreviam anotações). A outra metade - Marlene e Mary incluídas - estava ocupada
lendo o capítulo em seus livros que tratava de lobisomens.
“Há algo um pouco sexy sobre toda essa coisa de homem-fera, no entanto,” Mary
sussurrou para Remus, que começou a se sentir tonto.
"Bem, então eu sinto muito por eles!" Mary retrucou "Isso parece horrível, os bruxos
são tão sem coração."
“Com licença, Professora Kettleburn,” toda a classe se virou para ver McGonagall
parada na porta. O estômago de Remus afudou - ela tinha vindo atrás
dele? O ministério finalmente veio atrás dele?!
A chefe da casa da Grifinória parecia muito séria e segurava uma carta na mão, mas
não olhou para Remus. “Lamento interromper. Marlene McKinnon, posso falar com
você?”
799
Marlene franziu a testa e se levantou, colocando a pena de volta no tinteiro. Ela lançou
um olhar confuso para Mary e Remus antes de seguir a Professora para fora da sala. A
porta se fechou e todos olharam para ela em silêncio.
"Ela não pode estar com problemas," Mary sussurrou para Remus, "Ela é certinha
demais."
Remus resmungou algo, mas sua fome havia se transformado em enjoo e ele não
queria abrir a boca. Gostaria de poder tirar a capa, a sala estava tão abafada e
quente; ele estava ficando desconfortavelmente úmido sob as axilas e nas
costas. "Você está bem, querido?" Mary perguntou, seu rosto preocupado. "Parece que
você vai vomitar, são as histórias horríveis de Kettleburn?"
No entanto, não havia mais espaço para Mary sondá-lo. Um grito horrível soou fora da
sala de aula, seguido por um gemido arrepiante de desespero absoluto. Mary ficou de
pé imediatamente e saiu correndo da sala para ver sua amiga. Remus teve apenas um
vislumbre quando a porta se abriu e fechou, Marlene de joelhos, soluçando, e
McGonagall curvada sobre ela, dando tapinhas em seus ombros.
Até Kettleburn ficou mudo por alguns minutos, antes de recuperar a compostura e
limpar a garganta.
"Estamos vivendo em tempos difíceis", disse ele, um tanto fora do personagem, "Peço
a todos que sejam gentis uns com os outros, especialmente ao se preparar para deixar
Hogwarts."
800
sua mesa. Cerca de quinze minutos antes do final da aula, houve uma segunda batida
na porta.
Kettleburn acenou com a cabeça e gesticulou para a mesa de McKinnon, onde seu
trabalho ainda estava espalhado, a mochila pendurada nas costas da cadeira. Lily se
aproximou e rapidamente começou a juntar as coisas. Ela deu uma olhada em Remus e
ergueu a cabeça, “Desculpe, professor - posso pedir a Remus para vir comigo? Eu não
percebi que Mary deixou as coisas dela também...”
Assim que eles estavam fora do corredor, Remus se apoiou pesadamente na parede e
fechou os olhos.
"Oh, Remus," disse Lily, ansiosa, levando a mão fria à testa dele, "Você está
horrível!"
"Ela foi para casa." Lily baixou a voz, embora estivessem sozinhos. “- O irmão dela,
Danny, foi atacado ontem à noite. St. Mungus começou a divulgar nomes.”
A cabeça dele girou; ele abriu os olhos apenas para ver manchas pretas, e fechou-os
novamente, caso desmaiasse.
801
"Ele…"
A culpa era avassaladora, rugindo nos ouvidos de Remus. Como ele iria olhar Marlene
nos olhos novamente? "Vamos," Lily pegou seu braço e colocou-o sobre os
ombros. Ela se ajustou muito bem, mas ele não se atreveu a se apoiar muito nela,
“Estou levando você para a torre, você não está em condições de ir a mais aulas. Vou
dizer que está me ajudando a fazer as malas da Marlene.”
“Alguém deveria contar —” Ele estava prestes a dizer Yasmin, mas percebeu que
ainda era um segredo. "... Madame Pomfrey." Terminou, desajeitadamente, "Marlene
vai perder as aulas de cura."
"Tenho certeza que ela já sabe", respondeu Lily, vivamente, "Venha, agora."
802
Capítulo 133 : Sétimo Ano: Tarde de
Domingo
"Moony?"
"Mmm?"
"E?"
"...não, obrigado."
"Posso entrar?"
"...não.”
Ele podia ouvir Sirius se remexendo, as mãos nos bolsos, e então os dedos passando
pelo cabelo. Finalmente,
Remus suspirou. Ele estava uma bagunça; não tomava banho direito desde quarta-feira
e só saíra da cama para usar o banheiro. Os outros garotos o estavam alimentando
passando comida pela fresta de suas cortinas, e se não tivessem feito isso, Remus não
803
tinha certeza se teria comido. Ele estava no pior estado em que já esteve. Mas sentia
falta de Sirius.
"...Ok então."
As cortinas se abriram e Remus fez uma careta contra a forte luz do dia, mas Sirius
entrou rapidamente, fechando-as novamente. Ele o olhou, mas não por muito tempo,
logo se arrastando para deitar ao seu lado e envolvê-lo em seus braços.
“Sente que vai querer levantar logo? Todo mundo está preocupado. E eles estão vindo
perguntar a mim agora, como se eu soubesse o que fazer, porque todo mundo sabe
sobre nós, o que é estranho, e muita pressão, na verdade.”
Remus riu, e foi estranho, mas bom. Ainda assim, ele tinha um episódio melancólico
para sustentar.
"Ok, então você precisa deixar eu me esconder aqui com você, porque eu não vou
voltar para lá."
" Re mus ." Black franziu a testa para ele, exagerando as sobrancelhas para parecer
estúpido.
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"Pare com isso." Remus cruzou os braços, ciente de que estava começando a soar
como uma criança mal-humorada.
"Eu não vou." Sirius o cutucou nas costelas, "Vamos lá, eu sei que você está se
sentindo na merda sobre tudo, mas você já considerou que não é para você carregar
toda essa miséria assim? Que talvez se você conversar com seus amigos as coisas não
pareçam tão ruins?”
"Não, eu já me curei, minhas feridas nunca ficam abertas por mais de um dia."
“Puta merda”, Black riu levemente, “Como é possível você ser ainda mais legal?!”
“Ok, ok,” ele se sentou, passando as mãos pelos cabelos. “Você me atacou algumas
vezes na lua, eu te disse isso, nós fizemos isso um com o outro. E você não pode me
transformar quando eu sou um cachorro, já testamos isso várias vezes.”
805
“Mas você ainda está sangrando?! Já faz quase uma semana! Você precisa ir até a
Madame Pomfrey! "
"Ah, sim, aí eu vou dizer que meu namorado lobisomem me arranhou enquanto eu
estava em forma de cachorro como um animago ilegal?!"
"Jesus." Remus gemeu, puxando-se para cima e para fora da cama, agarrando Sirius
pelo pulso e puxando-o consigo.
Remus abriu o pequeno armário com espelho acima da pia, pegando essência de
murtisco, desinfetante, gaze e bolas de algodão. (Ao longo de anos, havia descoberto,
entre tentativa e erro, que uma combinação de coisas mágicas e trouxas funcionava
melhor. Como quase todo o resto.) Ele puxou a varinha da calça do pijama e parou na
frente de Sirius.
"Ok. Me mostre."
Não estava tão ruim quanto temia, mas ainda sim fez seu estômago apertar quando
viu. Três listras vermelho-escuras nas costelas de Sirius. Elas estavam começando a
curar, mas Lupin sabia que poderia acelerar o processo com bastante facilidade. Ele
respirou fundo, encontrou os olhos de Sirius e pegou o desinfetante. Então sua
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varinha. Remus era muito bom em curar cortes a essa altura, e a crosta e a
vermelhidão desapareceram em um instante. Agora eram listras brancas.
“Eu sinto muito,” disse com pesar. “É uma ferida mágica. Você vai ter uma cicatriz aí
para o resto da sua vida agora.”
***
Então, por incentivo de Sirius, Remus se juntou ao grupo, e todos foram gentis o
suficiente para fingir que ele simplesmente tivera um mal estar, e não que esteve os
evitando. As notícias dos últimos dias foram particularmente sombrias. Primeiro,
o Profeta publicou uma lista dos mortos e suas fotos. Em seguida, publicaram uma
lista dos "supostos infectados", junto com suas fotos, o que provocou protestos entre
alguns dos comentaristas mais liberais e acendeu um debate sobre o registro
obrigatório para todos os lobisomens.
O nome de Greyback não havia sido mencionado, nem qualquer outro lobisomem que
Remus conhecesse. Era como se os crimes horríveis simplesmente tivessem
acontecido uma noite e os agressores tivessem desaparecido no ar. Ninguém tinha
ouvido falar de Marlene também, embora Danny McKinnon fosse um dos citados nos
jornais.
Ele recebera dez centímetros de texto, em virtude de sua fama como batedor dos
Chudley Cannons. O gerente da equipe foi entrevistado e citado dizendo que, embora
ainda não tivesse sido informado sobre os detalhes da condição de Danny, os Cannons
operavam uma política de 'tolerância zero' para 'mestiços e criaturas perigosas' e
lidariam com qualquer alegação de infecção adequadamente. James jurou que nunca
veria um jogo do Chudley Cannons novamente, mas Remus, principalmente, se sentia
mal por Danny.
807
Todos tentaram colocar toda essa miséria para trás e desceram para o almoço de
domingo (e graças a Deus; geralmente era a refeição favorita de Remus da semana, e
ele estaria ainda mais triste se a tivesse perdido), então passou o resto da noite
acomodado na sala comunal em frente ao fogo. Remus até concordou em jogar xadrez
com Peter, que ficou extasiado.
"Você sabe o que devemos começar a levar a sério?" Sirius pensou alto, remexendo
em sua coleção de discos.
"Pelo amor de Deus," Sirius disse, "Tenho vergonha de chamar vocês de marotos."
“Agh. Não sei por que me incomodo, não venço você desde que tínhamos treze
anos.” Lupin suspirou, deitando no tapete sobre os cotovelos. Ele olhou para Sirius,
“Bem, então? Tem um plano?”
"Talvez. O que quer que façamos, acho que devemos focar o ataque nas masmorras.”
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“Não vamos usar palavras como 'ataque',” disse Lily, apressadamente, “Isso é apenas
uma brincadeira, certo? Espírito saudável de rivalidade inofensiva?”
"Se quiser" Sirius deu de ombros, meio ignorando a interjeição. “De qualquer forma,
Moony, pensei que seu grupo de estudos estava envolvido nisso. De que adianta você
ter todos esses minions se não pode fazê-los trabalhar para você? "
"Ah meu Deus, pela última vez, eles não são meus 'minions'!" Remus revirou os
olhos. “De qualquer forma, ainda não fizemos uma reunião direito neste
semestre. Tenho estado um pouco ocupado.”
“Bem, como nenhum de nós está programado para estar em perigo mortal pelo
próximo mês ou mais,” Sirius respondeu, “Acho que devemos começar. Todo mundo
está precisando de uma risada, hein? Reúna as tropas, nos agruparemos na próxima
semana.”
“Contanto que não coincida com quadribol,” James bocejou, “Eu estarei lá. Certo, vou
para a cama, Transfiguração é a primeira aula amanhã.”
Remus tinha acabado de colocar seu pijama e escovar os dentes, quando se lembrou
de que havia deixado seu livro no andar de baixo. Embora isso normalmente não
importasse, este livro em particular era Maurice, de EM Forster, e embora a capa fosse
indefinida, estava um pouco preocupado que se alguém o pegasse e lesse a sinopse, as
sobrancelhas seriam levantadas.
Suspirando, ele saiu do banheiro e desceu correndo, murmurando "Vou buscar meu
livro". para Sirius, que era o próximo na fila.
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Tinha acabado de pegar o livro e estava prestes a subir de volta quando ouviu o buraco
do retrato se abrir. Ele se virou para ver Mary entrar. Ela estava usando um vestido
curto de prata brilhante e tropeçou ao entrar, mas se conteve e deu uma risadinha.
“Ei, sexy,” ela sorriu, vagando um pouco instável em seus pés. Poderia ser devido ao
salto de dez centímetros que ela estava usando. Ou poderia ser a Cerveja da Bruxa.
Remus podia sentir o cheiro flutuando dela.
"Oi, onde você esteve?" Ele voltou para os sofás, querendo ter certeza de que ela
estava bem antes de sair.
"Mm, ele estava lá." Ela exalou, sorrindo, inclinou a cabeça para trás e fechou os
olhos. Suas pálpebras estavam pintadas de ouro, e delineadas com kohl. Ela parecia
uma rainha egípcia em um vestido de festa. "Mas muitas pessoas estavam lá,
suponho."
"Oh. Sim." A menina abriu os olhos lentamente, e sorriu para ele. Ela não estava tão
bêbada, ele percebeu, mas parecia cansada e profundamente infeliz. “Apenas coisas
em minha mente. Meninos sendo idiotas. Pobre Marlene.”
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"Você teve notícias dela?"
“Você não tem um cigarro, tem, querido? Eu normalmente não fumo, mas eu
realmente quero um agora.”
"Tenho," Remus enfiou a mão no bolso em busca da caixa de fósforos onde guardava
os cigarros que ele mesmo bolava. Então a abriu, "Normal ou divertido?"
"Oooh, divertido, por favor", ela ronronou, estendendo a mão, "Pode me ajudar a
dormir."
“Hum, sobre Marlene,” Remus disse, acendendo o seu, “Eu acabei de pensar, er ...
você conhece a amiga dela, Yaz? Você a viu por aí? Eu não tenho certeza se alguém
contou a ela - "
"Eu contei." Mary disse, exalando, observando-o através da fumaça sob suas pesadas
pálpebras douradas. "Eu contei a ela."
“Mmm, achei melhor ela saber,” Mary continuou, puxando uma mecha de seu cabelo
e enrolando-a timidamente em torno de seu dedo mínimo. "Não queria que ela
pensasse que Marls tinha dado um bolo nela.”
Remus deu uma tragada rápida e afiada no cigarro, franzindo a testa levemente.
Mary riu, arqueando-se para trás na cadeira, mostrando seus dentes brancos
perolados. Ela deixou a mecha de cabelo enrolar de volta ao seu lugar como um saca-
rolhas.
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"Você ... ela te contou?"
“Não,” Mary concedeu, voltando a se sentar com um suspiro, “Mas eu não sou burra,
apesar dos rumores que dizem ao contrário. Pelo menos, eu sei como romance é. ” Ela
arqueou a sobrancelha. “Não sou tão estúpida quanto James, por exemplo. Quanto
tempo ele demorou para descobrir? "
"Ele não sabe sobre Marlene," Remus respondeu, "Eles não devem conversar muito
durante os encontros para o quadribol."
“Eu não estou falando sobre Marlene agora. Eu estou falando de você."
"Eu?!"
"Ele beija bem, não é?" Ela piscou para ele. "Mas você também beija, eu me lembro."
"Como…?!"
"Droga."
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você esteja mantendo em segredo, Remus, então você pode confiar em mim, ok? Isso
não muda nada.”
Eram revelações demais para uma noite. Lupin deu uma tragada forte em seu cigarro,
e meio que desejou ter optado por um baseado também.
"O que você está dizendo?" Ele perguntou, com muito cuidado. "Você acha que sabe
de mais alguma... coisa?"
"Você não pode contar a ninguém." Remus disse, sua voz muito baixa, embora eles
estivessem completamente sozinhos. “Por favor, Mary ... eu e Sirius, isso é uma coisa,
mas isso ... eu poderia ser expulso da escola. Eu poderia ser preso!”
"Mesmo?"
“Não se preocupe com isso,” A menina disse, petulantemente, “A cabeça dela vai
mudar. Ela sabe quem você realmente é. E talvez você possa ajudar? Você poderia
escrever para Danny, até - aposto que um amigo ajudaria.”
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"Isso é-" Remus estava prestes a dizer que embora fosse uma ideia muito boa, era
quase impossível, considerando o fato de que ele não era registrado, e seria uma má
ideia chamar atenção para si mesmo.
Ela apenas mostrou a língua para ele. Sirius olhou para Remus, “Estamos apenas
contando pra todo mundo, agora?!”
“Ei!” Mary pulou do assento, “Eu não sou 'todo mundo'! Seu idiota arrogante. Não se
esqueça que eu tive vocês dois primeiro. "
Remus não pôde deixar de rir da expressão no rosto de Sirius, e levantou da poltrona,
envergonhado, ainda segurando Maurice.
"Desculpe, vou subir agora, estávamos apenas conversando." Ele olhou para Mary,
"Você vai ficar bem?"
“Sim,” ela acenou com a cabeça, sorrindo, “Eu estou indo para a cama também. Boa
noite rapazes!"
"Boa noite!"
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“Pensei que tínhamos perdido você, Moony,” ele sussurrou alegremente, quando os
dois garotos entraram.
"Veja, isso é o que acontece quando você fica preso com o monitor-chefe e a
monitora-chefe em sua casa," Sirius suspirou, recostando-se na própria cama, "Toda a
diversão acontece em outro lugar."
“Oh, pare de reclamar,” James sorriu, fechando seu livro, “Teremos mais festas e você
sabe disso. Agora vá para a cama como um bom menino.”
"Tudo bem," Sirius bocejou, caindo dramaticamente para trás, então ele desapareceu
através das cortinas de veludo pesadas.
"Boa noite, então," Remus disse, indo para sua própria cama, mas a mão de Sirius
disparou e agarrou seu pulso.
“Moony ...” ele sussurrou suavemente, das sombras atrás do véu da cortina. Remus
mordeu o lábio e olhou para James, que desviou o olhar sem jeito, e começou a fechar
as cortinas de sua cama. Ah, bem. Foda-se.
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Capítulo 134: Sétimo ano: Dia dos
namorados 1974
Drive me to be lazy.
'I Love You, You Big Dummy' by The Buzzcocks (originalmente escrita por Captain
Beefheart & His magic Band).
"Você sabe," Lily bocejou, "Outros namorados podem aproveitar a noite antes do dia
dos namorados para planejar algo legal para suas namoradas, em vez de atacar outros
alunos."
"Achei que estávamos chamando de brincadeira, Evans," Sirius piscou. “De qualquer
forma, como você sabe o que os outros meninos estão fazendo? Nós somos os únicos
garotos que você conhece, e estamos fazendo isso.”
“Touchè.” Lily mostrou a língua para ele de onde estava sentada de pernas cruzadas
na cama de James.
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"E," James disse, sentando-se no chão ao lado de Remus, dobrando os envelopes tão
rápido quanto Lupin conseguia enchê-los, "Como você sabe que eu já não planejei
algo legal?!"
"Quando você tem tempo?" Ela deu de ombros, "Sempre que você não está comigo,
você está jogando quadribol."
“Eu posso fazer várias coisas ao mesmo tempo”, disse ele com altivez, um brilho
malicioso nos olhos.
Remus deu a James um olhar de soslaio. Não conseguia se lembrar dele tendo
qualquer tempo livre, mas era melhor nunca subestimar James Potter.
"E você, Pete?" Mary perguntou, sentando-se do outro lado de James, empilhando
ordenadamente os envelopes que ele a entregou e marcando os nomes da lista,
"Grandes planos para amanhã?"
"Não." Peter respondeu, taciturno. Ele estava deitado de bruços em sua cama,
completando freneticamente seu dever de Feitiços para o dia seguinte. Havia jogado
algumas insinuações para Remus sobre querer copiar suas anotações, mas Lupin
fingiu não entender e, eventualmente, o pobre wormtail e apenas se resignou a fazer
um trabalho ruim.
"Me largou."
"Ah, pobrezinho." Ela murmurou "Pelo menos eu não serei a única solteira."
"Sim, larguei aquele lufano estúpido." Mary acenou com a cabeça, curvada sobre seu
trabalho.
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“Ah, bem, talvez você gostaria de sair para jantar, talvez ...” Peter começou. A menina
balançou a cabeça.
"Oh não, desculpe Pete, eu já marquei de sair com três pessoas; será um milagre se
nenhum deles se esbarrar. "
"Oh." Peter voltou ao dever de casa, parecendo ainda mais deprimido do que antes.
Lily sufocou uma risadinha, mas MacDonald parecia alheia.
"Anime-se, Pete, nós ainda te amamos." Remus ofereceu, enchendo seu último
envelope e entregando-o a James. "Eu e Padfoot vamos jantar com você."
“Então, basicamente, será exatamente o mesmo que todas as outras noites do ano.”
Sirius brincou.
"Vocês dois não vão fazer nada, então?" Mary perguntou, casualmente. Mesmo assim,
parecia uma pergunta bem calculada, e Remus achava difícil ignorar os olhares que
seus amigos agora lançavam uns para os outros. Ele olhou para Sirius e disse, com
muita firmeza.
"Aww, acho que é uma pena", disse Mary, riscando o último ano de sua lista e
esticando as pernas no tapete, apoiando-se nos cotovelos. “O Dia dos Namorados pode
ser bom, se você fizer direito.”
818
Remus sorriu para ela. ‘Fazer direito’ para Mary significava receber ofertas votivas de
seus vários acólitos; viver uma fantasia em que ela era Afrodite, e todos iriam prestar
homenagem.
"Não, não estou interessado." Ele disse, esticando as próprias pernas rígidas. "É
apenas um dia normal."
" Sirius gosta." A morena comentou maliciosamente "Ele sempre foi mortalmente
romântico".
"Quando não estávamos brigando." Sirius interrompeu. Remus o olhou e percebeu que
nunca havia realmente considerado se o outro garoto estava ou não interessado em
comemorar. Apenas havia presumido que eles estavam na mesma página.
"De qualquer forma, isso era diferente." Peter pensou alto, chupando a ponta da pena e
sujando o lábio de tinta.
"Quando Padfoot estava saindo com você." Pettigrew respondeu. "Obviamente, ele fez
todas as coisas sentimentais então."
"Obviamente?" Lily colocou. Remus se encolheu. Ele podia ver para onde isto estava
indo. A ruiva estava irritada; o que não acontecia com frequência, mas quando
acontecia sempre terminava em uma bronca. "O que você quer dizer, Peter?"
"Eu não estava sendo desagradável", disse "é apenas ... bem, não é a mesma coisa, é?"
James também estava claramente irritado. Remus suspirou internamente e olhou para
Sirius, que encolheu os ombros. Ele estendeu a mão e o outro pulou da cama para
pegá-la, puxando Remus de pé. Lupin pigarreou.
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"Todos já terminaram de discutir nosso relacionamento entre vocês?"
"Desculpe, Moony,
"Desculpe, Remus."
“Não se esqueça, a tinta só se torna legível quando a pessoa certa dá o nome dela.”
Remus continuou. Ele foi até a mesa de cabeceira para pegar sua caixa de fósforos de
cigarros e puxou um para fora.
"Essa foi uma ideia tão boa, não posso acreditar que você fez isso tão rapidamente."
Disse Mary. Ela não sabia que o feitiço que eles usaram era exatamente igual ao do
Mapa do Maroto, e eles não iriam contar a ela.
“Pelo menos abra uma janela se tiverem que fumar aqui,” James suspirou.
"Temos que fumar aqui," disse Sirius, sacudindo a varinha para as janelas para que se
abrissem. “Porque nosso monitor-chefe baniu o fumo na sala comunal.”
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"Veja, Moony," Black cutucou-o com o quadril, "É por isso que você deveria ter
continuado um monitor, você poderia ter sido a voz da razão."
"Certo, estou indo para a cama, então." Mary disse, levantando-se e carregando a pilha
de convites e colocando-as no baú de James. “Estou ansiosa por isso, é bom ter outra
coisa em que pensar.”
"Vou mantê-la segura na árdua jornada pela sala comunal, Potter." Mary provocou.
Mesmo assim, Lily e James passaram os próximos cinco minutos se despedindo, o que
envolveu muitos amassos. Quando Mary finalmente conseguiu arrastar sua amiga para
longe, Lily estava rosa e sorrindo.
Sirius começou a fazer ruídos de vômito, o que fez Peter começar a rir, mas Remus
apenas observou a expressão estúpida de James. Ele nunca os tinha ouvido dizer 'eu te
amo' antes. Não achava que já havia ouvido alguém dizer isso, na verdade; não
alguém com quem ele se importasse, pelo menos. Havia visto isso escrito. Nos livros e
na carta de Hope. Porém, nenhuma dessas coisas parecia tão tangível quanto isso. Há
quanto tempo eles estavam dizendo isso? Há quanto tempo eles sentiam isso? Fora
difícil dizer da primeira vez? Remus achou que devia ser. Como lançar um patrono.
821
que poderia perguntar a Sirius sobre toda a coisa de 'amor', mas não tinha certeza se
queria abrir aquela caixa de pandora. Eles estavam felizes desse jeito, não? Estava
ficando confortável, agora que seus amigos sabiam. Além disso, depois de dois anos
rodando em círculos e quase um ano de sigilo, Remus queria apenas aproveitar o que
tinham, sem todo aquele material prescritivo pairando sobre eles.
Remus sabia por experiência própria que era melhor resistir à tentação de separar
coisas assim. Especialmente algo tão precioso e arduamente conquistado quanto o que
ele e Sirius tinham. O problema era: depois de começar, talvez você nunca mais se
lembre de qual foi o primeiro passo.
Ainda pensando, ele escovou os dentes e vagou em direção à cama de Sirius para
sentar e esperar por ele.
"Finalizado!" Peter gritou, erguendo sua pena com um floreio. " Finalmente ."
"Eu não consegui te ajudar muito, no entanto." Peter disse, olhando para a pilha de
envelopes melancolicamente.
“Ei!” Sirius saiu do banheiro naquele momento, “Eu escrevi essas malditas coisas!
Onde vocês estariam sem minha bela caligrafia? E também não me lembro da Sra.
Prongs fazendo nada. "
Black havia começado a chamar Lily assim em particular (ele não ousaria dizer na
frente dela) sabendo que isso irritava James. O garoto de cabelo bagunçado apenas
822
rolou na cama, sacudindo o dedo médio na direção de Sirius. O moreno riu e foi para
sua cama. Remus também entrou, ainda perdido em pensamentos.
"Bom."
"...Sirius?"
"Remus."
“Eu sabia que isso iria te deixar nervoso. Eu praticamente pude ver seu cérebro
começar a superaquecer.”
"Vai a merda." Remus chutou sua canela. "Eu só estou perguntando ."
“Mary amava todas aquelas coisas - presentes e flores e cartões e outras coisas. Eu
gostava de fazer isso por ela, porque a deixava feliz. Você odiaria, então eu não farei."
823
"Eu sei. Não se preocupe com isso.”
"Ok."
“...”
“...”
"Remus."
"O que?"
"De qualquer forma, não é nem mesmo uma coisa real." Sirius disse, pensativo. "Dia
dos Namorados. Eu pesquisei."
“É real para os trouxas, não é?” Remus franziu a testa. Não poderia dizer que havia
pensado muito nisso.
“Havia um cara chamado Valentine, mas não há nada especialmente romântico nisso.
Mas descobri outras coisas, sobre os romanos.”
“Por que você não pode aplicar essa sede de conhecimento ao seu trabalho escolar
real?!”
"Ugh, não seja tão chato. De qualquer forma, você já ouviu falar da Lupercalia? ”
824
"Não. Só conheço a palavra lobo em latim porque é o meu maldito nome.”
"Ok."
"Cale a boca, Padfoot, ele quer dormir." James gritou do outro lado do quarto. "E eu
também!
“Sonoro Quiesces.” Remus murmurou, criando uma bolha seca de silêncio dentro da
cama. Entretanto, continuou sussurrando porque era estranho falar em um volume
normal no escuro. "Eu disse que não queria falar sobre coisas de lobo, meu Deus."
“Eu só estava tentando fazer você se sentir melhor sobre o Dia dos Namorados.”
"Ok, desculpe, eu entendi mal." Sirius estava sussurrando também, mas alto,
obviamente irritado. “Você não falou nada sobre isso e eu queria animá-lo. Achei que
você estava com inveja de Lily e James. "
"Com inveja?!"
"Essa é a palavra errada. Você estava apenas ... Eu vi você os olhando, beijando e
outras coisas, e sendo todo piegas. E eu sei que você odeia demonstrações públicas de
afeto, mas não sei. Não é como se tivéssemos escolha de qualquer maneira ... ”
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Remus piscou no escuro, rolando para trás para ver o rosto de Sirius.
"Isso te incomoda, não é?" Tinha que ser, porque nunca havia incomodado Lupin
antes. De repente, ele percebeu o que tinha acontecido.
"Um pouco, talvez." Black respondeu, honestamente. Remus procurou sua mão
embaixo do edredom novamente.
***
Na manhã seguinte, James e Sirius não estavam em lugar nenhum - Remus presumiu
que eles haviam saído mais cedo para um treino de quadribol; era um dia claro e
ensolarado, apesar do frio no ar. Depois de alguns minutos de reflexão profunda,
Remus vasculhou sua gaveta de cabeceira em busca de seu último sapo de chocolate e
o enfiou no bolso antes de descer as escadas.
O resto dos Grifinórios acordaram para descobrir que, durante a noite, os elfos
domésticos haviam decorado sua sala comunal com guirlandas de corações de papel
vermelho e rosa - algo que parecia dividir todos os alunos.
"Aww, acho que é adorável." Mary suspirou alegremente. Ela estava sutilmente
vestida para a ocasião, usando uma fita vermelha no cabelo e brincos de esmalte
vermelho em cada orelha. Christopher balançou a cabeça, severamente para a menina.
“Se fosse um feriado adequado, como Natal, Páscoa ou algo assim ...”
"Mas por que os bruxos celebram essas coisas?" Remus interrompeu, pensativo,
enquanto eles avançavam em direção ao refeitório. Cada corredor também foi
decorado com papel crepom rosa e vermelho, e parecia haver música vindo de algum
826
lugar, "Nenhum dos puros-sangues que conheci é cristão, ou mesmo sabe algo sobre
Jesus, ou o coelhinho da Páscoa, ou -”
“ O que da Páscoa?!” Christopher estava olhando para ele como se estivesse louco.
"Não se preocupe, Remus," Mary riu, "Lily e eu tentamos no primeiro ano. Não
devemos perguntar. "
O humor de Christopher não melhorou quando eles entraram no Salão Principal, que
era banhado por um brilho rosa por uma coleção de velas flutuando dentro de
lanternas de vidro vermelho. Flores frescas foram colocadas em vasos em cada mesa,
e envelopes rosa voavam para frente e para trás sobre as cabeças dos alunos - cartões
de dia dos namorados procurando por seu destinatário.
“É apenas um dia.” Remus disse, levantando o bule, que também era rosa.
Assim que se sentaram, uma pilha de envelopes rosa caiu no colo de Mary, fazendo-a
gritar de alegria. Remus sorriu também. Ele pegou seus próprios envelopes e
sussurrou um encantamento, jogando-os no ar para que se misturassem com os outros
voando acima deles.
"Aqui está, Chris," Remus jogou um sobre a mesa, "Não é um dia dos namorados,
prometo."
"Oh. Er ... o que é? " O menino segurou o envelope em branco com cautela.
"Um convite." Remus piscou. “Dê seu nome, mas não divulgue, ok?”
"Bom dia!" Lily apareceu, parecendo alegre como sempre, segurando um livro sobre
poções avançadas. "Alguém viu o Potter?"
827
"Campo de quadribol?" Remus ergueu a cabeça.
"Não," Lily deu de ombros, "Eu também pensei nisso, mas a corvinal o reservou esta
manhã."
Assim que ela adoçou seu mingau, um * pop * alto ecoou sobre suas cabeças, e todos
olharam para cima. Os alunos que não mergulharam imediatamente para se proteger
sob suas mesas de café da manhã, começaram a murmurar 'ooh' e 'ahh', quando uma
exibição de fogos de artifício espetacular começou sobre suas cabeças. As explosões
de cores tomaram a forma de gigantescos corações de amor brilhantes, e as brasas que
choveram revelaram-se flores rosa e brancas.
"Ah não!" Christopher lamentou, "Eu sou alérgico!" Ele espirrou, antes de apontar sua
varinha para cima e suspirar, " Protego! " para se defender das flores esvoaçantes.
"Eu não acredito nisso ..." Lily estava corando mais do que em qualquer outro
momento. Remus sorriu.
“Eu teria ficado feliz com um cartão!” Ela sibilou, quando os fogos de artifício finais
morreram, e o último dos lírios voou para o chão como grandes flocos de neve rosa,
enchendo a sala com seu cheiro adorável.
"Cale a boca, Evans," Mary resmungou, "É lindo demais da parte dele."
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"Seu idiota absoluto!" Evans se levantou e jogou os braços em volta do pescoço de
James, beijando-o. Remus não estava assistindo a essa exibição, no entanto; ele estava
observando Sirius, que sacudiu a varinha nas costas de James.
As flores que se juntaram na mesa (aquelas que Chris não tentou limpar, de qualquer
maneira) começaram a se mover novamente e se juntaram na frente do prato de Lily.
Com outro pequeno * pop * suave, a pilha se transformou em uma grande caixa,
adornada com ainda mais lírios.
"O que é isso?" Lily se virou, inclinando-se para olhar mais de perto.
"Abra e veja!" James estava sorrindo de orelha a orelha, claramente radiante consigo
mesmo.
Christopher espirrou novamente e assoou o nariz, mas foi totalmente ignorado quando
Mary e Remus se levantaram para ver melhor. Lily, ainda rosada e sorridente,
levantou cuidadosamente a tampa da caixa e todos se inclinaram para dentro. Sobre
um travesseiro de veludo vermelho, com um laço em volta do pescoço, estava um
pequenino gatinho cinza-carvão com enormes olhos amarelos.
"Ele," James acenou com a cabeça, "Eu sei que o gato da sua família morreu no Natal
passado, e Hagrid me disse que uma ninhada nasceu na vila na semana passada, então
..."
"Oh, ele é tão fofo!" Mary estendeu a mão para acariciar a cabeça do gatinho.
"Ah, pelo amor de Merlin ..." Christopher se levantou, levando o lenço ao nariz. “Eu
também sou alérgico a gatos! Dia maldito estúpido ... ”com isso, ele se levantou e saiu
furioso.
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"Que vergonha." Sirius sorriu, sentando-se no lugar vazio. "Bom dia, Moony."
O resto do café da manhã foi gasto com todos os olhos sobre o novo gatinho de Lily
enquanto todos tentavam escolher um nome para ele. Remus manteve uma distância
educada, apenas por precaução. Tivera experiências ruins com gatos no passado e não
gostava de nenhum arranhão novo hoje, não importa o quão minúsculas suas garras
fossem.
Logo, todos estavam se levantando para ir às suas várias aulas (enquanto discutiam
sobre quem deveria cuidar do gatinho naquela manhã), e Sirius acertou o passo com
Remus.
"Ah, eu não preciso ir," Remus respondeu, astutamente, "É uma aula especial para os
NIEMs."
"Mas você sempre vai às suas aulas," Sirius respondeu, "Mesmo as opcionais."
"Eu sei, mas você está sempre me dizendo para relaxar, então ..." Remus secretamente
puxou sua caixinha de fósforos do bolso do robe e bateu nela. Black ergueu uma
sobrancelha.
“Por mais que eu realmente ame o Moony chapado - o que causou a rebeldia?”
“Tem que haver um motivo?” Remus encolheu os ombros. Ele olhou ao redor
rapidamente para verificar se ninguém estava ouvindo muito atentamente - mas todos
estavam muito absortos em seus vários cartões e presentes. Então, colocou o sapo de
chocolate no bolso de Sirius. "Feliz Dia dos Namorados, idiota."
830
Capítulo 134.2: Sirius: Dia dos namorados
1978
"Bem," Sirius respondeu, "Não seria bom deixar Evans desapontada, e sei que você
não teria conseguido sem mim.”
James bufou de tanto rir, ainda se espreguiçando. Ele gemeu, "Campo de quadribol?"
"Moony?"
"Sim." Sirius apertou os lábios com isso. Algo dentro dele ainda estremecia quando o
outro mencionava Remus naquele contexto. Obviamente, era ótimo que Potter
soubesse. Obviamente. Porém, também era estranho e assustador. A pior parte é que
ele sabia que James se sentia estranho também, e era por isso que ele sempre tocava
no assunto. O idiota estava tentando ser um bom amigo.
"Er ... vocês dois vão fazer algo para o Dia dos Namorados?" Perguntou James.
831
Ele parecia desconfortável. Talvez porque fosse a primeira vez que havia parado para
pensar no assunto, depois de Sirius passar três horas ajudando-o a aperfeiçoar o feitiço
de fogos de artifício florais para Lily.
"Ele odeia?"
"Sim. Lembra da Grande Corrida de Amasso? Remus Lupin e romance não andam
juntos.”
"Eu só presumi que sua aversão a beijos era porque ele era ... hum ..."
“Queer?”
A verdade é que Sirius não tinha fazia ideia se era ou não a palavra certa - mas era a
que Moony usava, então ele supôs que estava tudo bem. Black já havia decidido não
pensar muito sobre palavras ou definições específicas, porque não gostava do jeito que
se sentia sobre.
Provavelmente pelo mesmo motivo que se fechava sempre que James tentava falar
com ele sobre seu relacionamento com Remus. Sirius claramente se lembrava de ter
contado a Potter todos os mínimos detalhes sobre seus vários namoros com garotas - o
que ia aonde, por quanto tempo, o quão rígido, o quão rápido, quão bom, quão grande,
quão pequeno. Não com Moony. Na verdade, pelo que James sabia, eles mal se
beijavam. Sirius sentiu uma onda de calor em sua barriga então, pensando em beijar
Remus.
832
Enfim, o que exatamente eles fariam no Dia dos Namorados? Não é como se eles
pudessem fazer uma grande exibição pública, como James costumava fazer. E cartas?
Poesia?? De jeito nenhum - Remus riria na cara dele ou morreria de vergonha.
Secretamente, Sirius pensava que o outro era legal demais para coisas de dia dos
Namorados. Remus não era flores e músicas românticas; ele era cigarros roubados e
jeans rasgado, ele era punk.
“Ei!” Sirius esfregou o couro cabeludo, embora não tenha realmente doído. Ele
amarrou o cabelo para trás rapidamente e seguiu o amigo até o campo.
***
Mais tarde naquela noite, quando as garotas estavam em seu quarto, o assunto do dia
dos namorados foi abordado e Remus reagiu exatamente como Sirius esperava que ele
fizesse. O que era muito agradável; ele estava finalmente entendendo o jeito de
Moony.
Mal podia esperar para irem dormir e, felizmente, as meninas foram embora
rapidamente depois disso. Prongs e Evans deram um grande show, como sempre, se
beijando e sussurrando e continuando como se fossem ser separados por toda
eternidade, não por apenas algumas horas de sono. Sirius pegou Remus os observando
e pela milionésima vez se perguntou o que Moony estava pensando.
833
No momento em que Sirius estava pronto para dormir, Remus havia se aproximado,
quieto e pensativo, e Black não conseguia dizer se ele estava apenas cansado,
concentrado na pegadinha ou se era outra coisa.
Fosse o que fosse, Sirius só fez piorar. Ele entrou no assunto da coisa da Lupercalia,
não sabia por quê. Honestamente, às vezes era difícil acompanhar. Um dia, Remus era
perfeitamente receptivo a discutir sua condição de lobo. Em outros, era um tabu total,
e ele se fechava à menor menção.
Já haviam meio que resolvido isso entre eles - estavam ficando um pouco melhores
nessa coisa, cutucando um ao outro até entenderem. De qualquer forma, descobriu que
Remus estava realmente preocupado com todas as bobagens do Dia dos Namorados -
não porque ele queria música e dança, mas porque ele achava que Black gostaria.
Isso era tão incrivelmente doce que Sirius não conseguia parar de sorrir e teve que
começar a beijar Remus para que ele não pudesse ver o sorriso bobo em seus lábios.
***
Para ser sincero, Sirius não havia realmente pensado muito nisso. Demonstrações
públicas de afeto, no caso. Pelo menos, ele não havia pensado nisso além de quaisquer
que fossem as necessidades e preferências de Remus. Fora a mesma coisa com Mary -
ela adorava se agarrar em público, adorava ser pega e se exibir; então Sirius também
adorou. Por outro lado, Remus sempre gostou de esconder e guardar segredos, e Sirius
estava aprendendo que isso poderia ser muito divertido por si só.
Talvez, para Black, fosse apenas mais fácil de lidar com afeto. Ou talvez ele gostasse
muito das pessoas. Claro que se irritava um pouco, quando Lily e James passavam
horas enrolados no colo um do outro na sala comunal, ou caminhavam de mãos dadas
entre as aulas, sorrindo, enquanto outros alunos tinham que se esquivar para sair de
seu caminho. Obviamente, ele e Moony nunca seriam aquele tipo de casal, não em
834
público, mas era muito cansativo ter que lembrar de manter as coisas platônicas fora
do dormitório. Afinal, Sirius gostava de se exibir. Ele gostaria de exibir Moony.
Pensou sobre isso enquanto ele e James se esgueiravam para o Salão Principal para
preparar o presente de Lily, no início da manhã. Ele deixou Moony dormindo, lençóis
enrolados em sua cintura, um braço sobre a cabeça, cabeça inclinada para cima. Na
luz da manhã, suas cicatrizes eram como veias no mármore, e Sirius queria se abaixar
e traçá-las com a língua. Não fez isso. Havia feito uma promessa a James.
"Acha que vai haver espaço suficiente?" Potter perguntou, quando eles entraram no
Salão Principal vazio. "Não quero que ninguém se machuque."
"São fogos de artifício florais," Sirius bocejou, "Ninguém vai se machucar, a menos
que seja gravemente alérgico."
"Merlin, não me diga que você vai mudar de ideia agora, não depois de me arrastar
para fora da cama a esta hora infernal."
"Eu não vou, não vou... vamos lá, vamos fazer isso, então."
"O que você vai fazer o resto do dia?" Sirius perguntou, sentando em uma das mesas e
balançando as pernas enquanto observava James se agitar sobre os toques finais. "Ou
você acha que aquele gato é o suficiente?"
"Ela tem a maior parte do dia livre e eu providenciei para que o banheiro dos
monitores seja misteriosamente fechado para reparos", Potter sorriu, satisfeito consigo
mesmo.
835
"Muito romântico." Sirius falou lentamente.
"Na verdade, é" James respondeu. "E você? Ainda fugindo de Moony? "
"Eh?"
"Aquilo não foi uma briga." Sirius sentiu suas bochechas esquentarem. Havia se
esquecido que Prongs tinha ouvido essa parte. “Nós nos reconciliamos, de qualquer
maneira. Só usamos um feitiço de silenciamento para que você parasse de espionar. "
"Oh, era para isso que servia...?" James ergueu uma sobrancelha arrogante, a língua
tocando o canto de sua boca.
"Cai fora," Black o empurrou, pulando da mesa. "Senhor Banheiro dos Monitores."
“Godric, Black, você está corando?! Você está realmente corando??” James riu,
empurrando-o para trás. "Uau, Moony deve ser de outro mundo."
"Ah, vamos lá", James riu, correndo levemente para alcançá-lo, "Sabe, estou
realmente aliviado. Vocês dois agem como se a manteiga não derretesse, na maioria
das vezes, eu nunca nem vi vocês se beijando. "
Ele disse 'beijo' e não 'amasso', porque James Potter era um romântico por completo.
Provavelmente, chamava sexo de 'fazer amor'. Haha. Sirius fez uma anotação para
lembrar disso mais tarde.
"Você acha isso estranho?" Sirius perguntou, diminuindo a velocidade. Ele realmente
gostaria de alguns conselhos sensatos, e Prongs teria que servir se Lily não estivesse
por perto. "Que você não tenha. Er. Visto? Nós nos beijando, quero dizer. ”
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James encolheu os ombros, “Não sei. Vocês se beijam, não é? "
"Bem, então. Eu simplesmente presumi que fosse Moony sendo ele mesmo, daquele
jeito estranho.”
"Sim, é. Mas você sabe ... não podemos ser tão públicos quanto você e Evans. ”
James ficou bastante tempo pensando. “Não,” ele disse, finalmente, “Isso faz sentido.
Desculpe amigo."
"No entanto, você deve se sentir confortável perto de nós." Potter afirmou. “Nós
somos seus amigos.”
"Sim, eu sei."
***
837
"Prongs vai reclamar tanto comigo por fumar aqui," Sirius deu uma risadinha, na
metade do primeiro baseado.
"Maneiro." Sirius respirou, maravilhado. Remus deu a ele um olhar engraçado que lhe
dizia que ele estava sendo estranho. Mas ele não se importou. Se achar que Moony era
legal era estranho, então Sirius era estranho. Riu novamente. O outro sorriu,
balançando a cabeça e pegando o baseado.
“Fraco.”
“Tanto desdém. Tanta crueldade.” Black caiu de costas na cama e afrouxou a gravata.
"Você ama." Remus exalou fumaça, fazendo com que ela traçasse todo o corpo do
moreno, como névoa.
"Ei," Sirius olhou para baixo, franzindo a testa, "Não faça isso, meu uniforme vai
feder."
"Mesmo?"
Remus levou o baseado aos lábios novamente e sugou. Aqueles lábios. Aqueles dedos.
Aqueles olhos. Ele acenou com a cabeça, exalando, "A menos que você pense que vai
para as aulas hoje?"
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Nunca havia sido assim com Mary ou Emmeline. Ninguém nunca o fez se sentir
assim; como se pudesse ser desmontado e remontado, novo e melhor do que antes. E
daí se Moony não fosse afetuoso em público? Contanto que ele fosse assim em
particular.
"Vamos, então," Remus estava dizendo agora, um tom mais duro em sua voz, "Não
tenho o dia todo."
Sirius se moveu rápido - Remus não estava realmente com pressa, só que Black nunca
recusou uma ordem se ela fosse dada da maneira certa. Ele tirou a gravata e
desabotoou a camisa rapidamente. As calças, ele deixou para Moony, porque essa era
a parte favorita de Moony, e Sirius gostava de ver seus longos dedos trabalhando no
fecho de seu cinto.
Remus estava em cima dele agora, montando em seu corpo e se inclinando para frente,
beijando-o com força, movendo seus quadris suavemente para frente e para trás,
apenas o suficiente para ser enfurecedor. "Moony ..." Sirius murmurou contra seus
lábios, "Por favor ..."
Isso foi o suficiente - sempre era o suficiente. Remus rosnou e acelerou seus
movimentos, pressionando com mais força, praticamente mordendo os lábios de
Black.
Sirius gemeu em êxtase - lá estava; essa necessidade, esse poder furioso. Ele não tinha
vergonha de admitir que a força de Remus, sua capacidade de desarmar e oprimir
completamente, era uma de suas atrações mais poderosas. Ser querido - necessário -
por Remus era inebriante. Ele tentou freneticamente acompanhar o novo ritmo,
movendo seus próprios quadris com fervor.
“Vem cá...”
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"Porta-" Remus murmurou, olhando para o lado, "Cortinas - Prongs..."
"Ele vai ficar fora o dia todo," Sirius balançou a cabeça, desabotoando os botões da
camisa de Remus, puxando-o de volta para baixo "Eu prometo, ele me disse, está tudo
bem..."
"Eu amo o dia dos namorados para caralho" Remus sorriu, voltando a beija-lo.
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Capítulo 135: Sétimo ano: Cooperação
interna de planejamento da pegadinha dos
Marotos
"Não acredito que você está guardando essa coisa aqui." Christopher disse, agitado,
enquanto Remus destrancava a sala de Feitiços.
"Seu nome do meio é Fleamont, seu idiota." Sirius zombou. “E este lugar é genial,
ninguém jamais suspeitará de nada. Eu sabia que suas aulas de nerd seriam úteis um
dia, Moony. ”
"Oh, Chris, ele está apenas brincando," Lupin riu, colocando sua mochila no chão. Ele
deu uma olhada em seu relógio de bolso. "Estamos todos bem e adiantados, James,
você tem uma agenda?"
"Uma o quê?" James se virou do quadro-negro, onde estava direcionando o giz para
desenhar um leão gigante com ‘Grifinória Manda!’ embaixo dele.
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"Então, quem mais recebeu um convite?" Christopher perguntou, por cima de seu
livro (que parecia ter se materializado do nada - ele era a única pessoa que Remus
conhecia que poderia ir de 0 a leitura em menos de três segundos).
"Sim, quase não deixamos Wormtail participar." Sirius praticamente latiu de tanto rir
da janela, de onde estava meio inclinado para fora, fumando. Remus queria muito ir
até lá e abraça-lo, roubar o cigarro (que provavelmente era dele de qualquer forma,
Black era um ladrão) e beijar seu pescoço. Porém, os outros estariam chegando em
breve, e essa era uma linha de pensamento completamente insana.
Peter chegou pouco depois disso, seguido por Mary, Lily e Yasmin. Em seguida
vieram os alunos do sexto e sétimo ano do grupo de estudo de Remus, e Dorcas - que
ainda mantinha relações amigáveis com Peter, aparentemente. O último ficante de
Mary, um garoto da Corvinal chamado Jonty Simmons, que parecia não acreditar na
própria sorte. E, finalmente, para desgosto de Lupin, Emmeline Vance entrou (dois
minutos atrasada) com Roman Rotherhide.
A sala ficou muito lotada e barulhenta com o zumbido de excitação depois disso. A
maior parte do grupo tinha alguma ideia do motivo de estar ali, mas outros estavam
curiosos e todos pareciam fascinados com os marotos.
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"Bem, todos nós sabemos por que estamos aqui", James começou, usando sua voz de
capitão do time de quadribol.
Remus bufou impaciente e Christopher, sentado ao lado dele, lhe lançou um olhar
estranho.
"Nem eu!" Dorcas também levantou a mão, junto com um ou dois sextanistas do
grupo de estudos de Remus.
“Por que todos vocês vieram, então?!” Sirius perguntou, as sobrancelhas levantadas.
Um grupo de meninas sentadas no fundo da sala deu uma risadinha. Lupin fez uma
anotação mental. Ele havia tentado ao máximo evitar convidar muitos membros do fã-
clube de Sirius Black, mas era inevitável quando isso se aplicava a metade da escola.
"Sim!" Outro aluno do sexto ano gritou "Ouvi dizer que vocês estavam planejando sua
maior pegadinha!"
"Ouvi dizer que um de vocês sabe como tirar o monstro da câmara secreta!"
"Woah woah woah", James ergueu as mãos, "um pouco menos dramático do que isso
..."
843
"Bem, se é sobre nos vingar dos Sonserinos por todas as bobagens que eles fizeram,
estou dentro." Emmeline disse decisivamente, jogando seus luxuriantes cachos loiros.
Remus resmungou alto, e Chris lhe lançou outro olhar.
"É exatamente disso que se trata. E exatamente por isso que precisamos que todos
vocês fiquem calados sobre isso.” James disse, entrando no clima, agora. “Este é o
nosso último ano e estamos convidando todos vocês para nos ajudar a planejar nossa
pegadinha final.”
" Não." Peter respondeu indignado, embora ninguém realmente tenha prestado
atenção.
“Gosto de pensar nisso mais como uma colaboração.” James disse, pensativo.
Todos pareceram muito satisfeito com isso. Pelo menos, parecia impressionante e
oficial o suficiente.
"Certo." James bateu palmas e as esfregou, sorrindo para todos. “Agora que isto está
fora do caminho, quem tem algumas ideias?!”
"Err," Lily falou, "Eu acho que antes de entrarmos nisso pode ser bom ter algumas
regras básicas?"
“Como não machucar ninguém? Isso é só brincadeira, ok? Não é uma vingança por
tudo que a sonserina já fez. " Ela estava usando sua voz de monitora-chefe agora, e
algumas pessoas baixaram as mãos.
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"É justo," disse James, erguendo as mãos amigavelmente, colocando-se entre Sirius e
Lily. “Nenhum dano físico pretendido. E como eu disse antes, nada de falar sobre isso
fora desta sala. Sob pena de morte. Estou brincando, Evans!” Ele se abaixou quando
ela deu um tapa em sua nuca.
Após esses problemas iniciais, todos pareceram entrar no espírito da coisa. Muitas
pessoas tinham ideias – desde o extremo (Lily vetou invocar uma banshee para
assombrar as masmorras), a sutis (Emmeline conhecia um feitiço que transfiguraria o
sapato direito de todo mundo em um sapato esquerdo - ela disse que tinha feito isso
com ela irmã durante o verão e levou três dias para ela perceber o que a estava
incomodando).
Eventualmente, o tempo se esgotou, então James passou uma "lição de casa" para
todos - pedindo que voltassem na próxima semana com uma ideia.
"Sim, isso parece mais justo." Mary acenou com a cabeça. "Se todos nós estivermos
nos colocando em risco de expulsão por vocês."
"Expulsão?!" Christopher mordeu o lábio, "Certamente não ... certamente não iremos
tão longe ...?"
"Será que vamos ter problemas?" O garoto lufano ergueu a mão novamente. Todos
olharam para ele.
"Não muito." Sirius encolheu os ombros. “Um pouco de detenção nunca fez mal a
ninguém.”
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"Não, desculpe, não quero dizer detenção." O menino balançou a cabeça, nervoso.
“Quero dizer com ... você conhece os sonserinos. Eles não vão ... dizer aos Comensais
da Morte para nos pegar, vão? "
Sirius parecia prestes a rir, quando percebeu que a atmosfera na sala havia mudado.
Algumas pessoas ficaram desconfortáveis, algumas estavam cochichando entre si.
Remus pôde até sentir um cheiro de medo real adentrando a sala; todos pareciam ter
ficado um pouco tensos.
Claro, Sirius e James não se preocupavam com esse tipo de coisa. Tudo isso fazia
parte da cruzada do caos que eles travavam desde os onze anos. Até mesmo Remus foi
bem irreverente sobre a magnitude da pegadinha. Porém, agora, viu que significava
muito mais para aqueles reunidos na sala. James, Sirius e Peter eram os únicos puro-
sangue presentes. Sem contar com Christopher, que tinha seus próprios assuntos a
tratar com os sonserinos.
"Absolutamente não. Ninguém nesta sala irá se machucar por causa dessa pegadinha."
Algumas pessoas relaxaram - afinal, James Potter, herdeiro de uma elegante fortuna,
monitor-chefe, capitão do time de quadribol e principal criador de travessuras, era
alguém em quem a maioria das pessoas confiava. Remus acreditava nele de todo o
coração - mesmo que a questão não tivesse sido levantada, seria uma questão de honra
para James proteger qualquer pessoa que fosse menor do que ele. Lily estava sorrindo
para James e Sirius parecia muito satisfeito, como se aquela fala tivesse resolvido
tudo.
“Certo,” Lily bateu palmas agora, tomando a palavra novamente, “Vejo vocês
novamente na próxima semana, eu suponho. Acho melhor sairmos todos em pequenos
grupos, não queremos chamar atenção...”
846
Com isso, a sala lentamente voltou ao normal, grupos de alunos agora conversavam
animadamente sobre as ideias que tiveram ou maldições que gostariam de
experimentar. Lily assumiu sua voz de monitora-chefe e começou a direcionar as
pessoas para fora da sala em grupos de três ou quatro, em intervalos curtos. Os
marotos se voltaram para si para uma pequena reunião.
"Puta merda." James murmurou, para que não fosse ouvido, "Isso foi intenso."
"O que você esperava?" Mary resmungou, içando-se sobre a mesa e balançando as
pernas. “Isto não é apenas uma brincadeira para a maioria dessas pessoas - algumas
realmente querem vingança.”
"Então é isso que vamos dar a eles." Sirius disse ferozmente. O moreno possuía aquele
brilho em seus olhos que dizia a Remus que ele ficaria totalmente insuportável nas
próximas horas. Um plano estava em andamento, e nada poderia derrubar Sirius desse
tipo de empolgação.
"Acalme-se, Black," Mary provocou, "Vocês são garotos de escola, não generais."
“Ok, pessoal,” Lily voltou para a sala. Restavam apenas os sete. "Voltaremos em dois
grupos, porque ninguém vai acreditar que vocês quatro não estavam tramando algo ..."
Mary, James, Lily e Peter saíram primeiro, com instruções para Remus, Sirius e
Christopher darem a eles uma vantagem de dez minutos. Remus estava um pouco
relutante sobre isso, mas não havia como trazer à tona. Não podia deixar de lembrar o
que aconteceu da última vez em que ele e Chris estiveram sozinhos naquela sala de
aula com Black. Embora, é claro, Christopher não soubesse que Sirius estivesse lá na
hora, e Lupin jamais diria a ele.
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“Vamos jogar a verdade ou o desafio.” Sirius sorriu.
"Passar o tempo."
"Errr…"
“Ótimo, você pode ir primeiro. Verdade ou desafio, o que você quer? "
"Hum." Os olhos de Chris alternaram entre Remus e Sirius nervosamente. "Eu não ...
hum ... verdade?"
"Excelente! Comece fácil, se for a primeira vez que joga,” Sirius acenou com a cabeça
encorajadoramente. “Hmmm, deixe-me ver ... ah! Ok, por que você quer se envolver
com a pegadinha?”
"O que?"
"Chris está envolvido desde o início, Padfoot, você sabe disso." Remus resmungou.
“Se você precisa saber.” Christopher disse, bastante friamente "Foi seu irmão."
"Justo, ele é um idiota." O moreno assentiu. Ele lambeu os lábios e olhou para Remus,
depois de volta para Chris. "Tem certeza de que não havia outro motivo?"
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"Não."
"Eu irei em seguida," disse Remus, rapidamente. "Chris, você pode me pedir para
fazer um desafio." Ele nunca escolhia 'verdade', seria muito perigoso.
"Umm ..." Christopher mordeu o lábio, ainda um pouco confuso com a coisa toda.
"Ah, eu não sei, eu sou péssimo nesse tipo de coisa."
“Eu tenho um bom!” Sirius disse imediatamente. Ele piscou para Remus, então se
inclinou e sussurrou no ouvido de Chris. Os olhos de Christopher se arregalaram e ele
riu, cobrindo a boca.
“Ok, Remus,” Chris ainda estava corado, mas parecia estar se divertindo agora. “Ok,
você tem que escrever algo rude no quadro-negro e deixar aí.”
“Não vou dizer isso em voz alta!” O menino riu, ficando ainda mais vermelho. Remus
poderia facilmente adivinhar o tom da sugestão de Sirius. Ele ergueu uma sobrancelha
ironicamente, como se estivesse sob coação.
Ele foi até o quadro e pegou um pedaço de giz, então considerou por um momento,
"Quão rude?" Perguntou aos outros dois, casualmente.
"Bem, são as regras do jogo, suponho ..." Remus começou a desenhar, apreciando as
risadas por cima do ombro enquanto habilmente traçava a primeira coisa rude que
surgiu em sua cabeça.
Ele deu um passo para trás, um artista admirando seu trabalho. Os outros dois meninos
estavam de cada lado dele, sorrindo loucamente. "Bem?" Perguntou.
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Sirius deu um tapa em suas costas.
"Bem, isso é um alívio." Remus sorriu de lado, se esquecendo que Christopher estava
lá. Ele não pareceu notar - ou então apenas presumiu que era uma piada interna dos
marotos (o que de certa forma era).
"Glorioso." O menino mais novo acenou com a cabeça, ainda muito rosado nas
bochechas.
"Vamos, então," Remus largou o giz, "Já demos tempo suficiente, podemos ir agora.
Sala comunal?"
"Qual é o ponto?" Remus balançou a cabeça, "Você sempre escolhe desafio, e não há
nada que eu consiga pensar que o faria pensar duas vezes antes de fazer."
"O mais estúpido, talvez," brincou, acotovelando-o nas costelas. "Venha, vamos."
Eles deixaram a sala de aula e seguiram pelos corredores silenciosos de volta à torre
da Grifinória. Já era bem tarde da noite e faltava apenas algumas horas para o toque de
recolher, então estavam sozinhos a maior parte do caminho, exceto pelos retratos, que
estavam curtindo a paz e o sossego.
"Você terminou Maurice, Remus?" Perguntou Chris. Sempre de volta aos livros.
"Quase," Remus respondeu. “Falta apenas um ou dois capítulos. Você me promete que
é um final feliz? "
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“Definitivamente,” Chris concordou. "Você vai amar. Eu estava pensando ... se você
estiver livre no sábado, poderíamos conversar sobre isso no Três Vassouras? Eu
realmente gostaria de saber o que você pensa.”
"Sim, talvez ..." Remus estava dividido entre seu desejo de não decepcionar
Christopher (o que ele sempre parecia estar fazendo) e sua aguda consciência do
humor muito instável de Sirius. “Não vejo porque não.”
"Esse é o livro trouxa que você andou lendo?" Sirius perguntou, "Ele é bom então?"
"Excelente. Talvez eu leia então. Posso terminar antes de sábado, leio mais rápido do
que você.”
"Você não lê mais rápido que eu!" Remus fez uma careta, escandalizado.
"Só porque você dificilmente vai à metade das aulas." Atirou de volta.
"Duvido que seja o seu tipo de coisa, Sirius." Christopher falou. Os dois olharam para
ele, que deu de ombros, "Bem, não é! Diga a ele do que se trata, Remus. "
"Er ..."
Mas era tarde demais, Sirius já estava remexendo na bolsa em seu quadril enquanto
andavam e imediatamente retirou o livro. Remus lutou contra o desejo de pegá-lo de
volta, apenas porque ele havia sublinhado algumas partes, só as que havia gostado
muito e, agora, estava envergonhado por ter feito isso.
(Eu acho que você é lindo, a única pessoa bonita que eu já vi. Eu amo sua voz e tudo
o que tem a ver com você, desde suas roupas ou o quarto em que você está sentado.
Eu adoro você.)
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Felizmente, Sirius não folheou as páginas, apenas olhou para a contracapa, franzindo a
testa ligeiramente.
"Sim, você disse que eu poderia pegá-lo emprestado ..." Remus esfregou a nuca.
"É sexual?"
"Não."
"Ah, bem. Vou ler de qualquer maneira. " Sirius colocou a língua para fora. "Esse
pode ser meu desafio."
"Mas é sobre ..." Christopher franziu a testa. Eles estavam quase no buraco do retrato
agora, e Sirius parou, fazendo os três pararem também. Black olhou para Remus,
levantando uma sobrancelha, então acenou para Chris.
Remus ficou surpreso ao descobrir que suas próprias bochechas também estavam
esquentando. Ele encolheu os ombros.
"Ei, Christopher?" Sirius lançou a ele um olhar muito perverso. "Me desafia a beijar o
Moony?"
"O qu-- eu-- ?!" Christopher parecia chocado, como se soubesse que havia uma piada
em algum lugar, mas não conseguia descobrir qual era.
Sirius não perdeu tempo. Ele pegou a cabeça de Remus rudemente e o puxou para um
beijo. Remus cedeu. Era meio cruel, mas ele dificilmente poderia recusar. Se fosse um
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teste de lealdade, ou simplesmente algo que Black acharia engraçado, apenas o
seguiria.
"Ah, pelo amor de Merlin!" Uma voz veio mais adiante no corredor, fazendo com que
Sirius e Remus se separassem. "Fico fora por uma semana e o castelo se transforma
em uma orgia!"
Os três meninos se viraram para ver Marlene parada ali em sua capa de viagem,
mochila nos braços. Ela deu a eles um sorriso malicioso, "Que monte de bichas."
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Capítulo 136: Sétimo ano: Jogos da Mente
Lily e James correram, abraçando-a e pegando sua bolsa, capa e levando-a para o sofá
perto da lareira, onde Mary a abraçou com tanta força que Marlene quase gritou.
“Sentimos sua falta!” Mary exclamou, finalmente deixando sua amiga ir.
"Eu posso ver isso!" McKinnon engasgou, suas bochechas rosadas. "Vocês todos
ficaram entediados sem mim?"
Remus ficou um pouco para trás. Ele e Marlene não se abraçavam muito, de qualquer
maneira, então não achou que seria notado. Lupin a observou com cautela e escolheu
sentar-se na poltrona mais distante dela, tentando não chamar a atenção para si
mesmo. Em algum momento, Christopher também havia escapulido, talvez para seu
dormitório. No fundo de sua mente, Remus esperava que Chris não estivesse zangado
com ele, mas guardaria isso para outra hora. Ele tinha muito com que se preocupar
com o retorno de Marlene.
"Ele está... se recuperando." Marlene acenou com a cabeça, os olhos sérios. "Ele está
em casa agora, mamãe o está deixando louco como de costume. Ele não... ele não vai
voltar para os Cannons. " Ela engoliu em seco e olhou para as próprias mãos.
"Isso é um puta absurdo." James bateu com o punho no braço do sofá, "Se eu fosse o
empresário deles, eu ..."
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"Ele está gravemente ferido, de qualquer maneira." Marlene balançou a cabeça,
enxugando rapidamente sob os olhos, "Ele teria ficado fora pelo resto da temporada
mesmo se estivesse no time, levará meses até que volte para uma vassoura. Então.
Tudo bem."
"Sim, bem." Marlene ergueu os olhos, um pouco chocada “Dificilmente posso culpá-
los. Eu sei que eu teria feito isso antes... de qualquer maneira. Não vale a pena pensar
nisso.”
Remus se sentiu mal devido a tensão. Todos os outros sentados ali sabiam o que ele
era - todos, exceto Marlene. A culpa que estivera evitando - com sucesso - por uma
semana, voltou sobre ele como uma ducha fria. A responsabilidade de alertar a todos
sobre o ataque fora sua. Ele havia contado a Dumbledore, mas não foi o suficiente;
havia falhado. E agora a evidência de seu fracasso estava bem na frente dele, com seu
rosto fino e os olhos sombrios de preocupação.
“Vou falar com a Madame Pomfrey assim que puder para ver se ela recomenda
alguma coisa. Os curandeiros do St. Mungus foram inúteis, mais preocupados em
mantê-lo em quarentena do que realmente ajudá-lo. Quase ninguém conseguia
responder às perguntas que eu tinha sobre transformações, ou cuidados posteriores, ou
alívio da dor... era como se eles preferissem que eu simplesmente parasse de falar
sobre ele, como se quisessem fingir que ele não estava lá ... "
Sua voz estava ficando mais alta e mais fina enquanto ela falava, as lágrimas
ameaçando sufocá-la. McKinnon pigarreou novamente. “Quer dizer, eu sei o que ele
é, não me entendam mal. Eu sei o que ele vai se tornar. Mas ele ainda é meu irmão,
pelo amor de Deus! "
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"Claro que ele é." Mary disse, apertando sua mão. Ela olhou para Remus e ele olhou
para os pés. Não. De jeito nenhum. Claro que não.
Ninguém mais estava falando, mas todos possuíam a mesma expressão em seus rostos.
Eles estão pensando em mim? Remus se perguntou, enjoado. Eles me culpam? Eles
estão se perguntando do que eu sou capaz?
"Presente de dia dos namorados," Lily sorriu, acariciando o pacote ronronante em seu
colo. “O nome dele é Hieronymus.”
"Você ainda está no time, certo?" James perguntou, inclinando-se para a frente,
"Minha melhor batedora?!"
"E, estamos planejando essa imensa -" Peter começou, ansioso, mas foi interrompido,
"Ei, McKinnon."
Todos se viraram para ver Yasmin de pé atrás do sofá, com as mãos nos quadris e
sorrindo amplamente. Ela obviamente estivera se preparando para dormir, seu cabelo
estava desajeitadamente preso no alto de sua cabeça e ela vestia uma camiseta enorme
da Holyhead Harpies e uma calça larga de moletom masculino.
"Tudo bem aí, Patel?" Marlene respondeu. Remus não conseguia ver o rosto dela, mas
sabia que estava sorrindo. A loira se virou no sofá, ajoelhando e as duas meninas se
abraçaram com força.
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Era possível fazer isso, Remus percebeu, quando eram meninas. Ninguém achou
estranho. Ele se perguntou se Sirius estaria pensando a mesma coisa. Esperava que
não.
Isso praticamente acabou com qualquer conversa sobre lobisomens, o que foi um
alívio. Remus só esperava poder evitar isso mais tarde, quando estivessem apenas ele
e Sirius. Tinha certeza que Black iria querer saber como ele estava se sentindo, quais
eram seus pensamentos ... e, embora sim, ok, Remus entendia que comunicação era
importante e blá blá blá... mas isso significava que eles tinham que discutir cada
assunto doloroso nos mínimos detalhes?!
Pelo amor de Deus. Ele já estava ficando agitado sobre isso e nada havia acontecido
ainda. Remus estalou o pescoço e depois os ombros, desejando se soltar. Percebeu que
ainda estava um pouco nervoso por causa daquele beijo no corredor. Não tinha certeza
se Sirius quis dizer algo com aquilo ou se tudo fora apenas um show para Christopher,
mas alguma coisa havia se esticado dentro de si, e agora parecia... um assunto
inacabado. Ele se mexeu um pouco na cadeira e tentou ignorar isso também.
Mary, taticamente, havia se movido para a outra ponta do sofá, e agora estava
casualmente lixando as unhas e conversando com Lily, que estava brincando com
Hieronymus com uma pena.
Yaz subiu no encosto do sofá para ocupar o lugar dela, e ela e Marlene estavam com
as cabeças juntas, falando muito rápido e baixo. Remus sentiu o cheiro abafado do
feitiço muffliato, que era mais estranho por fora do que por dentro - como se as
palavras delas estivessem borradas de alguma forma. As duas estavam sentadas tão
próximas uma do outra que suas coxas se tocavam, o braço de Yaz pendurado nas
costas do sofá, logo atrás da cabeça de Marlene, de forma que teria levantado
sobrancelhas, mesmo se uma delas fosse um menino.
James e Sirius estavam em uma conversa profunda sobre a partida de quadribol contra
corvinal, Peter intervia ansiosamente de vez em quando com seus próprios insights
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táticos. Remus puxou seu livro e tentou ler. O que não conseguiu. Não conseguiria se
concentrar com tantas pessoas conversando.
Com amor.
Aquela palavra novamente. Obviamente, Grant conseguia dizer isso. Ou escrever. Ele
não conseguia escrever o sobrenome de Remus da mesma forma duas vezes, mas
amor não era grande coisa. Eca. Apenas meia hora atrás, estivera quase
completamente livre de preocupações, encasulado por seus amigos e Sirius, e a ideia
idiota de que tudo ficaria bem se apenas pudessem inventar uma pegadinha realmente
boa.
Porém, a sombra havia caído sobre si agora, e não importava para onde olhasse, tudo
que Remus podia ver eram problemas e suas próprias falhas. Frustrado, ele fechou o
livro no cartão-postal, um pouco forte demais. Todo mundo ergueu os olhos.
"Sim. Desculpe." Ele acenou com a cabeça, enfiando a mão no bolso para pegar um
cigarro, puxando sua caixa de fósforos rapidamente.
"Não na sala comunal, por favor!" Lily mudou para o modo monitora tão rápido
quanto um flash.
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"Nós também vamos para a cama." Marlene disse, então corou e gaguejou
rapidamente: “Quer dizer, lá em cima. Dormir. Erm. Vocês sabem, se temos treino
amanhã de manhã... ”
Yaz mal conseguiu manter o rosto sério enquanto acenava para todos eles, antes de
subir correndo as escadas atrás de sua namorada. Mary e Remus trocaram um olhar
compreensivo, mas James e Lily ainda pareciam felizmente ignorantes.
"Boa noite." Lupin acenou com a cabeça para todos, colocando sua bolsa no ombro e
subindo o lance oposto de escadas para o dormitório masculino.
Isso foi um erro. Sozinho, não havia nada para distraí-lo de seus próprios julgamentos
- e eles eram severos. E, na sua opinião, bem corretos também. Se a família
McKinnon não conseguisse esquecer as repercussões de sua omissão, então por que
ele deveria ter qualquer alívio? E essas eram apenas as pessoas que ele sabia que havia
decepcionado – neste exato momento, em todo o país, haviam famílias enfrentando a
lua cheia pela primeira vez. Ainda bem que seu pai estava morto. Ainda bem que sua
mãe havia se livrado dele. Pelo menos não poderia causar mais dor a eles.
Ele se sentou no parapeito da janela, deixando o ar frio passar por seu corpo, fumando,
pensando e repreendendo-se até que pensou que poderia simplesmente se jogar para
fora dela. Porém, isso foi apenas uma fantasia passageira. Remus era covarde demais
para fazer o que deveria ser feito; isso ele sabia.
Ainda assim, ele sentiu um forte desejo de fazer algo. Algo drástico, algo violento. O
lobo lá dentro teria gostado de uma boa corrida, mas logo passaria do horário do toque
de recolher. Havia um pouco de droga em sua gaveta de meias, mas isso só o deixaria
mais sombrio. Alguém estava escondendo uma garrafa de whisky de fogo, podia sentir
o cheiro, mas provavelmente era uma preparação para seu próximo aniversário, e ele
não poderia estragar isso para seus amigos. Talvez colocasse um disco e se agitasse
um pouco, mas nunca havia gostado muito de dançar e seu quadril o estava
incomodando.
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Os passos de Sirius na escada interromperam seus pensamentos. Remus lambeu os
lábios, lembrando-se daquele beijo anterior. Ah. Sempre haveria isso. O ápice da
distração.
Ele o calou com um beijo feroz, apertando seus lábios, puxando-o pelos quadris para
que ficassem pressionados um contra o outro.
"Oh, ok..." Sirius engasgou, quando finalmente se soltou. Ele chutou a porta atrás de si
enquanto Remus o arrastava para a cama.
Era bom. Muito, muito bom. Sua urgência frustrada se fundia com a necessidade de
correspondência de Sirius, e eles se colidiam um contra o outro, fora de sincronia da
melhor maneira possível. Perder-se na bebida ou nas drogas não era nada comparado a
se perder em Sirius Black. Os dois já estavam nisso há tempo suficiente para conhecer
as bordas dos limites um do outro e o quão longe eles poderiam forçá-las.
"Porra." Sirius gemeu quando tudo acabou, quando as janelas estavam embaçadas e a
lua crescente já havia surgido do lado de fora. Remus pegou seus cigarros mais uma
vez, ainda zumbindo, sua pele quente vibrando. "Porra." Sirius repetiu, deitado de
costas, olhando para cima. Uma bela bagunça. "O que causou isso?"
Remus se acomodou, fumando silenciosamente. Isso era bom. Isso era melhor, de
qualquer maneira, do que qualquer outra coisa que ele pudesse estar fazendo. No
entanto, ainda estava inquieto. Um pouco mais cansado, mas nervoso e agoniado.
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Poderia fazer novamente. Poderia fazer durante toda a noite, se isso fosse impedir seu
cérebro de funcionar. Isso o fez olhar para a porta - eles não tinham fechado as
cortinas e, por algum milagre, escaparam impunes.
"Hm?" Os olhos de Sirius já haviam se fechado, mas ele os abriu com certa
determinação "Oh, er... Pete está na terceira rodada de um jogo de xadrez com um
aluno do segundo ano que obviamente é algum tipo de super herói, Mary foi para a
cama, e Prongs e sua patroa foram para o banheiro dos monitores. Eles pensaram que
estavam sendo sutis.” Ele riu levemente sob sua respiração.
"Eu vou escovar meus dentes." Remus disse, levantando-se. No banheiro, tudo voltou
à tona, e ele não conseguia encontrar seus próprios olhos no espelho.
Quando voltou, Sirius estava sentado na cama, parecendo mais acordado. Ele sorriu
para Remus.
"Ei, eu só queria saber se você está bem sobre Marlene e tudo mais,"
"Tudo bem," Remus acenou com a cabeça casualmente, subindo de volta na cama,
fechando as cortinas enquanto o fazia. "É bom tê-la de volta."
"Caramba, de novo?" Black parecia surpreso, mas não exatamente infeliz com isso.
"Mmm..." Respondeu, pegando seus pulsos e segurando-os com força. Aqueles pulsos
tão, tão encantadores.
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"Cale a boca, Black." Remus rosnou, se afastando e encontrando seu olhar. Sirius o
fez, mordendo o lábio. Lupin sorriu. "Muito melhor. Chega de falar esta noite.”
***
Era realmente um truque cruel, explorar a tendência peculiar de Sirius por seguir
instruções diretas. Mas funcionou, e, pelo menos naquela noite, Remus conseguiu sua
paz. O dia seguinte foi mais difícil, mas as aulas e o tempo na biblioteca tornaram-se
uma barreira confortável entre eles mais uma vez, sem mencionar a multidão de
amigos que os acompanhavam em quase todos os lugares.
Um homem mais sábio e corajoso poderia ter usado o tempo para examinar a si
mesmo, para lidar com os sentimentos de culpa, vergonha e auto aversão, e talvez
fazer algumas mudanças para melhor.
E, parecia que, por um curto período de tempo, parecia que Sirius o deixaria. Os dois
ainda estavam juntos quase o tempo todo, e não era como se estivessem discutindo. Se
Sirius se perguntava o porquê da libido de Remus disparar sempre que começavam a
ter uma conversa privada, ele não disse nada. No final, Black adotou uma medida
diferente.
No fim de semana antes da lua cheia que se aproximava, eles estavam voltando para a
escola de Hogsmeade, e Remus teve que diminuir o ritmo por causa de seu quadril
estúpido, mais uma vez. Sirius e James conversavam e andavam mais a frente, mas
Christopher diminuiu o passo para lhe fazer companhia.
Eles já haviam estado no Três Vassouras, mas estando na companhia de um grupo tão
grande, Christopher sempre ficava muito tímido para falar muito nesse tipo de
situação. Então ele estava se arriscando agora.
"Estou feliz que você gostou do livro", o garoto disse, com as mãos nos bolsos
enquanto caminhava, "Não foi um bom final?"
862
"Sim, ótimo." Remus bufou, esfregando o quadril para tentar continuar andando.
"O que? Nah. ” Ele estava começando a suar com o esforço, apesar do ar frio de
fevereiro. Lupin enxugou a testa, apertando os olhos colina acima. Sirius e James
estavam avançando, rindo de alguma coisa juntos. Christopher seguiu sua linha de
visão e apertou os lábios.
"Você e ele ...?" Ele não conseguia encontrar as palavras, e Remus sabia como era,
então apenas deu uma resposta direta. Não havia necessidade de ser tímido.
"Sim. Estamos."
"Oh." Christopher parecia desanimado, como se ainda pensasse que era tudo uma
piada às suas custas. "Como é isso, então?"
“Eu gostaria...” ele parecia tão triste, e nunca terminou a frase. Depois de um longo
tempo, e mais esforço para acompanhar, Remus tocou seu ombro gentilmente.
"Talvez."
“Ei Moony! Vamos!" Sirius estava gritando. Eles estavam quase na escola agora,
Black havia parado sob o arco de pedra do portal para esperar.
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esperando que o moreno não se importasse de esperar um pouco mais enquanto ele se
recompunha.
"Você está bem?" Sirius perguntou, dando a ele um olhar engraçado. "Desculpe, não
queria deixar você para trás."
"É o seu quadril?" Sirius estava com as mãos nos quadris agora, e estava dando a ele
uma espécie de olhar de cima a baixo que era um pouco como Madame Pomfrey
depois de uma lua cheia especialmente ruim.
“Quando você diz 'um pouco engraçado', quer dizer que está com dor?”
"Então, dor então." Sirius ergueu uma sobrancelha. Remus odiava aquele olhar
superior. "Há quanto tempo está doendo?"
“Ah, não sei,” Ergueu as mãos, exasperado - qual era o sentido disso?! "Desde que eu
tenho treze anos."
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"Ah, pelo amor de Deus, eu não reclamo para ela sobre esse tipo de merda!" Remus
estava ciente de que sua voz estava ficando mais alta, alguns alunos do terceiro ano se
viraram para olha-lo, antes de sair correndo rindo.
"Você está sendo ridículo." Sirius cruzou os braços e sacudiu o cabelo, “Ela é uma
enfermeira, ela deveria fazer você se sentir melhor. O que você faria se eu dissesse
que estou sentindo dor há cinco anos?! ”
"Você não é a porra de um lob---" Ele parou bem a tempo. Os dois olharam ao redor
furtivamente, verificando se ninguém estava ouvindo. Remus repreendeu a si mesmo.
Já fazia muito tempo que ele não deixava alguém descontrolar seu temperamento.
Isso doeu. Não sabia por que, mas atingiu Remus com tanta força que o deixou sem
fôlego, e seus olhos arderam. Ele se endireitou, tomando cuidado para permanecer
sem expressão dessa vez. Ele ergueu o queixo para Sirius, encontrando seu olhar.
“Não vou mais falar sobre isso. Vamos, vamos perder o jantar. " E começou a
avançar, guardando para si a dor em seu lado.
865
Capítulo 137: Sétimo ano: Remus, o Mártir
The north side of my town faced east, and the east was facing south
O impasse entre Remus e Sirius durou pelo resto do fim de semana. Domingo fora o
jogo de quadribol Grifinória x Corvinal, então eles escaparam sem precisarem
conversar muito. Os dois se sentaram juntos nas arquibancadas, torcendo quando era
apropriado e vaiando a qualquer ponto feito pela corvinal.
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"Eeeeee outros dez pontos para a Grifinória!" O comentarista gritou pelo megafone
“Uma esmagadora marca de sessenta pontos agora marcados pelo capitão do time
James Potter, nenhuma surpresa aí - os fãs estão começando a se perguntar o que será
dos poderosos leões no próximo ano quando eles não tiverem seu menino de ouro para
de- ufa, cuidado com esse balaço, Simms!... Muito bem! Embora eu deva dizer, eu
teria mandado para a esquerda, mas suponho que nem todo mundo é escolhido por sua
destreza, às vezes é apenas sobre dar uma chance a todos, independentemente da
habilidade... "
“Quem deixou Lockhart ser comentarista?” Sirius resmungou. "O idiota não sabe nada
sobre quadribol."
"Ele me disse que estava escalado para jogar pelo Puddlemere", disse Peter, "E a única
razão pela qual ele nunca jogou pela Corvinal foi que seu treinador disse que ele não
deveria desperdiçar seu dom em jogos escolares."
"Você é tão crédulo, Pete," Remus o cutucou, "Eu sei mais sobre quadribol do que
aquele idiota."
"Sim, e Moony sabe tanto sobre quadribol quanto você sabe sobre julgar pessoas."
Sirius acrescentou, sua voz desnecessariamente afiada.
“Bem, Padfoot,” ele respondeu friamente, “Se você quer tanto fazer isso, vá e
pergunte a McGonagall. Acho que você seria perfeito para o trabalho.”
"Ah, sim, você é a única pessoa nesta escola que fala mais merda do que Lockhart."
Mary e Lily explodiram em risadas, cobrindo a boca. Black fez uma careta.
867
O jogo terminou com 280 pontos para a Grifinória, mas Sirius não estava
comemorando.
Ele se aproximou de Remus, seu cabelo em ridículos cachos loiros bufantes. Gilderoy
também fedia a loção pós-barba.
“Amei essa ideia”, disse ele, “Ajudar outros alunos a alcançar o sucesso, muito bom!”
868
"Er, sim, Yay." Remus acenou com a cabeça, "Eu preciso repassar uma legislação
anti-gigante com os alunos do terceiro ano hoje, mas você pode conversar com Chris,"
ele se afastou rapidamente, deixando Christopher lidar com isso.
"Desculpe por isso," Remus ofereceu, acendendo um cigarro enquanto Lockhart saia.
"Não sei como lidar com ele."
"Ah, está tudo bem, ele está em metade das minhas aulas, então estou acostumado."
Chris respondeu, ainda parecendo um pouco perturbado.
869
Remus foi para sua própria cama, puxando o edredom.
"Você vai dormir aí, então?" Sirius perguntou do nada. Lupin franziu a testa, virando-
se para olha-lo. Ele não tinha pensado que isso seria motivo de debate - eles mal
estavam se falando, por que diabos iriam dormir juntos? E por que diabos Sirius
queria chamar atenção para isso na frente dos outros?!
"Sim." Ele acenou com a cabeça, dando as costas, “Lua cheia amanhã. Achei que
devíamos todos dormir o máximo possível.”
"Sim, justo." Black respondeu. Remus entrou e fechou as cortinas, sem dizer mais
nada.
"Tudo ok?" James sussurrou muito alto. Sirius grunhiu uma resposta, e só.
***
Remus estava mais nervoso do que o normal no dia da lua cheia. Havia dormido mal,
pensando sobre os McKinnons e Sirius e se perguntando como consertaria isso.
No café da manhã, parecia que Marlene também tinha tido uma noite difícil. Seus
olhos estavam avermelhados e seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal.
Yaz e Mary sentaram-se uma de cada lado, competindo para ver quem a confortaria
mais.
"Eu simplesmente não consigo parar de pensar nele," Marlene balançou a cabeça,
olhando para sua tigela de sucrilhos. “Já li tantos livros e relatos, e todos dizem que
dói muito ...”
Remus parou de comer seu próprio café da manhã e tomou um gole de chá, tentando
esconder sua angústia.
870
"Eu também já sobre", disse Sirius, "mas tenho certeza de que, se Danny pedir a ajuda
de que precisa, ele ficará bem."
"Mamãe teve que levá-lo para o ministério." Marlene continuou, infeliz, “Eles têm
celas lá, aparentemente. Perguntamos se haveria curandeiros presentes, mas ninguém
consegue dizer nada.”
"Tenho certeza de que é o melhor lugar", Yaz apertou o braço dela, suavemente.
"Ele não merece isso!" Marlene começou a chorar, "Ele não merece ser trancado
sozinho! Ele é meu irmão, meu adorável irmão, não algum ... algum animal. "
A náusea da culpa ameaçou dominar Remus, e ele saiu assim que pôde. Mal
conseguiu se concentrar nas aulas pelo resto do dia. Por mais perverso que fosse,
desde que os marotos se tornaram animagos, ele meio que ansiava pelas luas cheias
em Hogwarts. Já fazia um tempo desde que havia se sentido tão mal sobre uma.
"Oh, olá, querido", ela sorriu para ele, cansada, "Vamos indo?"
Remus acenou com a cabeça e esperou pacientemente que ela colocasse a capa.
Pomfrey o viu olhando para as cartas. “São de ex-alunos, em sua maioria”, ela
explicou, “Aqueles que foram afetados pelos ataques. Alguns deles têm familiares
enfrentando sua primeira lua cheia, eles querem saber se eu sei algo de algo útil.”
"Oh."
871
“Consegui passar um pouco de conhecimento sobre os cuidados posteriores, mas você
e eu sabemos quão pouca informação real existe”, ela continuou, enquanto eles saíam.
Remus permaneceu mudo. "A pobre Srta. McKinnon vem aqui quase todos os dias.
Ela é sua amiga, não é?"
"Obrigado." Ele podia ouvir a voz de Sirius na parte de trás de sua cabeça,
provocando-o, eu disse a você...
Mas Sirius estava errado. Dor física era o menor dos problemas de Remus, era algo
que ele estava disposto a suportar se fosse necessário. A dor o lembrava do que ele
devia.
Apesar de sua apreensão, a lua cheia foi um alívio. Remus nem mesmo gritou com a
transformação, ele apenas deixou que o consumisse. Por mais envergonhado que isso
o deixasse, era bom se tornar outra pessoa por algumas horas, abrir mão do controle.
O lobo ainda estava em boas relações com Padfoot, pelo menos, e eles podiam
brincar, correr e caçar sem nenhum problema humano os atrapalhando.
***
872
dormindo após tomar uma poção, acordou na hora do almoço, então voltou para sua
própria cama à tarde.
Mais recentemente, Sirius vinha buscá-lo na enfermaria, se seu horário permitisse. (E,
na verdade, até mesmo quando seu horário não permitia - o moreno dava qualquer
desculpa para cabular a aula.) Claro, dada a maneira como Remus estava agindo, ele
não esperava que Black viesse naquele dia.
"Obrigado."
Remus o olhou por um longo tempo, deixando-o cozinhar um pouco. Então sorriu,
Eles voltaram para a torre muito felizes, embora Remus estivesse se esforçando um
pouco mais do que o normal, tentando não mancar ou mostrar qualquer traço de
desconforto.
"Sim, acho que sim," Sirius acenou com a cabeça, "Ela recebeu uma carta da mãe dela
esta manhã, dizendo que Danny está bem. Chorou um pouco, mas ela está menos
comovida agora. "
873
"Bom. Isso é bom."
"Acho que vou direto para a cama um pouco", disse Remus, indo para o dormitório.
"Se está ok?"
"Claro!" Sirius acenou com a cabeça, educado de uma forma quase exagerada,
enquanto eles subiam mais um lance de escadas. Remus estava se esforçando
seriamente agora, mas faria o impossível para evitar que o outro notasse.
"Ah, bom." Remus finalmente alcançou sua cama e se sentou. Sem nem mesmo
pensar, sua mão foi esfregar seu quadril. Ele parou assim que percebeu, mas os olhos
de Sirius fixaram-se nele imediatamente. Ele o encarou com ar de censura.
Sirius resmungou.
“Remus, pare de ser difícil! Você a vê toda semana! Basta mencionar para ela - quero
dizer, eu farei isso para você, se quiser. "
“Jesus Cristo, isso de novo não! Me deixe em paz!" Ele se sentou novamente.
874
"Não!" Black respondeu, com a mesma crueldade, "Eu não entendo por que você não
conta a ela sobre isso, tenho certeza que ela poderia ajudar."
"Ah meu Deus, por que você não pode simplesmente esquecer isso? Eu disse que não
quero incomodá-la com merdas como essa. Você está fazendo um alarde por nada! "
Remus estava de pé agora, o lobo dentro de si querendo estabelecer alguma vantagem;
afirmando domínio.
“E você está evitando seus problemas de novo!” Sirius se enfureceu, "Você sempre
faz isso e é tão exaustivo! Você acha que está sendo tão maduro, não é? Mantendo
tudo para si. É estupido! Você está apenas se fazendo de mártir, é como se quisesse
ser miserável. "
"Ah, vá se foder, Black!" Lupin gritou de volta. “Fácil para você falar, não é?! Por que
a gente sempre tem que falar sobre a minha vida de merda, hein?! Senhor ‘Me conta a
porra de um segredo’?!”
Sirius piscou, chocado, e Remus estava exultante; ele tinha algo agora. Ele tinha Sirius
em suas mandíbulas, e não iria deixá-lo ir até que provasse seu sangue. “E você,
Sirius?! Como é que nunca podemos falar sobre sua família fodida, ou o seu irmão
comensal da morte e a sua prima louca?! Por que não falamos sobre sua dor e suas
cicatrizes por um tempo, para você ver como é.”
"Não, eu sei! Por que não falamos sobre sua mãe? " Remus partiu para a matança, e
foi mais eficaz do que ele esperava. Sirius mudou completamente; sua expressão
congelou, sua postura ficou tensa, como se ele tivesse levado um soco no estômago.
Remus quase desejou ter dado um soco nele, porque então, pelo menos, Sirius poderia
simplesmente socá-lo de volta, e eles poderiam ter uma luta justa, e seria apenas isso.
Porém, isso não tinha sido justo, e ele não poderia voltar atrás.
875
Sirius deu a ele um olhar de total dor e choque, antes de se transformar rapidamente
em raiva.
"Vá se foder, Lupin." Ele cuspiu, saindo pela porta como um furacão.
Respirava com dificuldade e seu rosto estava muito quente. Ele gostaria que Black
voltasse e gritasse com ele um pouco mais, para que pudesse gritar de volta, mas se
contentou em fumar um cigarro atrás do outro e em ouvir The Sex Pistols. Foda-se
todo mundo.
Sirius não voltou, e Remus não sabia onde estava o mapa, então não pôde procurar por
ele.
"Oh, oi, Moony!" James parou quando o viu pensativo perto da janela. Ele parecia um
pouco envergonhado, "Desculpe, pensamos que você ainda estaria na ala hospitalar."
"Não, não, Remus, não!"! Lily disse, nervosa "Nós apenas viemos aqui para termos
silêncio."
"Não sei."
"O que?"
876
“Não sei. Não me importo.” Remus tirou outro cigarro de sua caixa de fósforos e
acendeu-o com a ponta do último.
James recuou e olhou para Lily, que deu de ombros para ele.
Naquele exato momento, como se tivesse sido convocado apenas para quebrar a
tensão, uma coruja voou pela janela aberta, surpreendendo os três. Era dos Potter, e
James recuperou duas cartas amarradas em sua perna. Ele olhou para uma e a estendeu
para Lupin.
Ele esperava por outro cartão-postal de Grant, mas era um envelope dobrado com
cuidado. Remus não reconheceu a caligrafia organizada em tinta azul, mas ela possuía
um carimbo trouxa.
877
Capítulo 138: Sétimo ano: Hope
Remus engasgou com o cigarro, depois o deixou cair, queimando a calça. Gritando
com a dor, ele saltou, batendo freneticamente na mancha quente em sua coxa.
878
"Remus!" Lily o olhou, alarmada, "Você está bem?!"
“Sim, sim ...” Ele pegou o cigarro e o jogou pela janela. Depois, amassou o pequeno
envelope usando a outra mão e o enfiou no bolso. "Só... indo ao banheiro."
Lupin correu para o pequeno banheiro e fechou a porta com força, tentando regular
um pouco a respiração. Ok. Ok. Deveria ter esperado isso. Afinal, havia sido ele quem
havia escrito para ela.
Remus puxou a carta do bolso e a alisou. Não poderia ter aberto na frente de Lily e
James; poderia conter algo importante, e ele estava tão despreparado. O garoto
mordeu o lábio. Queria muito outro cigarro, mas tinha acabado de jogar o último pela
janela. Típico.
Ele abriu o envelope lentamente, tomando cuidado para não o rasgar, como se isso
pudesse significar alguma coisa. O papel era fino como seda e ele o desdobrou com
cuidado. A caligrafia estava mais reconhecível agora, parecida com a da carta original,
escrita há tantos anos, só que agora era mais espigada; visivelmente torta, como se a
mão estivesse tremendo.
Caro Remus,
Lamento ter demorado tanto para lhe responder. Receio não ter estado bem e não
estive em casa para receber a correspondência.
Fiquei muito feliz em ouvir de você. Lamento não poder escrever mais, meu querido,
mas adoraria saber como você está. Por favor, me escreva de volta e mande para o
endereço abaixo.
As próprias mãos de Remus tremiam agora. Com amor, mamãe. O que diabos isso
significava?!
879
Ele sentiu a raiva crescendo dentro de si, pronto para engoli-lo por inteiro. A briga
com Sirius se tornou insignificante; agora estava realmente furioso. Era uma raiva que
permanecera adormecida por muito tempo, mas sempre esteve lá, em seu âmago. Uma
raiva que não possuía direção ou propósito, além de enchê-lo com uma mania
incandescente. Talvez Greyback a tivesse colocado lá. Talvez o abandono de Hope
tivesse. Agora ele não dava a mínima.
Incapaz de se controlar, ele chutou a porta do banheiro. Chutou com tanta força que
estilhaçou a madeira, quebrando-a.
"Porra." Ele murmurou. "Ai." Esperava não ter quebrado um dedo do pé.
James estava bem ali, seus olhos grandes e arregalados, Lily logo atrás dele, como se
ele a estivesse protegendo de Remus.
"O que diabos você pensa que está fazendo?!" James disse, sua voz dura. "Olha, se
você está tendo uma briga com Padfoot, então resolva isso entre vocês, não comece a
destruir nosso quarto!"
"Desculpe." Lupin pediu de novo, se sentindo muito pequeno agora. Nunca havia sido
repreendido por James antes. Era mais assustador do que ele esperava.
Ele balançou a cabeça, olhando para a carta em suas mãos. Seus ombros caíram.
Ainda estava respirando com muita dificuldade para ser capaz de falar, então apenas
entregou a ela.
880
Lily lhe deu um olhar interrogativo, mas pegou o papel. Enquanto ela lia, seus olhos
ficaram maiores e seu queixo caiu. James leu por cima de seu ombro, e logo as
expressões deles combinaram. Remus parecia não conseguir controlar sua respiração,
não tinha certeza do que estava acontecendo. Seu peito se apertava mais a cada
segundo, como se todo o ar tivesse sido sugado para fora do quarto. De repente, ele
sentiu muito calor e ficou tonto, seus olhos refletindo estrelas.
Remus não sabia que tipo de magia era, mas começou a funcionar e, após dez
respirações profundas, ele começou a se sentir normal novamente. Com sua visão
clareando, ele olhou para cima. Lily estava sentada ao seu lado no chão empoeirado
do quarto. James permanecia parado perto deles, parecendo preocupado. Ele estava
com a carta.
"Obrigado," disse, ainda sem fôlego, "Desculpe, não sei o que aconteceu."
“Minha irmã tem rompantes estranhos como esse o tempo todo, quando fica ansiosa”,
explicou Lily. “Tem algo doce? Ela normalmente come um biscoito depois que o pior
já passou.”
"Hm... sim." Remus procurou em seu bolso o sapo de chocolate que Sirius o havia
dado mais cedo. Ele desembrulhou e arrancou a cabeça com uma mordida,
rapidamente. Sua boca se encheu da rica doçura e ele realmente se sentiu muito
melhor.
881
Então, tentou se levantar, e James imediatamente ofereceu um braço firme para
ajudar.
"Desculpa por ter gritado, Moony", disse ele, ainda parecendo muito preocupado, "Eu
fui um idiota."
"Não, eu não deveria ter quebrado a porta ..." Remus respondeu, passando as mãos
cuidadosamente por sua calça e caminhando para a cama para se sentar.
"Ah, isso não é nada," Lily se levantou e retirou sua varinha, "Reparo. Viram?"
"Claro, desculpe!" James correu para devolvê-la. Remus leu novamente. Seu
estômago se apertou, mas ele não ficou tonto como antes. Com amor, mamãe. "Eu não
sabia que você tinha enviado uma carta para ela." Continuou. "Eu nem sabia que você
sabia onde ela estava."
"Seus pais me ajudaram." Remus disse, ainda relendo. "Eu só contei a Sirius sobre
isso."
"Ah, amor," Lily veio se sentar ao lado dele e apertou sua mão. "Você vai escrever de
volta?"
Lupin olhou para cima, encarando em frente. Havia tomado uma decisão.
"Ah!" Lily guinchou, "Sim, claro ... er ... aposto que McGonagall ajudaria você a
organizar isso para o fim de semana, talvez..."
882
"Já esperei o suficiente." Disse Remus. “Eu tenho o endereço. Estou indo."
Sua mão roçou a queimadura de cigarro em sua perna. Droga. Onde conseguiria outro
par? Seria melhor tentar um feitiço de conserto quando se acalmasse um pouco. Ele se
levantou e foi até seu malão para encontrar uma calça limpa. Não poderia encontrar
sua mãe com queimaduras de cigarro nas roupas, poderia?
"Sem pensar." Disse a Lily. "Ela está em um hospital, só Deus sabe por quê, mas
posso não ter muito tempo."
Ele se despiu sem nem mesmo pensar. Lily desviou o olhar rapidamente, corando, mas
ele não se importou. "Prongs", chamou, "Posso pegar sua capa?"
"Obrigado. Vou tentar aparatar da Dedos de mel, acho. Não devo ficar fora a noite
toda, posso voltar antes do toque de recolher, acho. "
“Como você vai chegar à Dedos de mel ?!” Lily perguntou, parecendo muito confusa.
Remus olhou para James, curiosamente. O outro garoto deu uma risada tímida e
empurrou os óculos no nariz.
Menos de meia hora depois, eles passavam pela estátua da bruxa corcunda e estavam
prestes a começar a jornada para Hogsmeade. Às pressas, os três haviam se vestido
com roupas trouxas, algo que Lily sugeriu quase no último minuto. James tinha
sugerido contar a Sirius e Peter, mas Remus recusou. Peter não conseguia aparatar de
883
qualquer maneira, e não havia espaço para Sirius em sua cabeça agora. Felizmente,
James respeitou suas vontades.
“Mais quantos segredos vocês têm?!” Lily estava sussurrando, olhando em volta
enquanto avançavam ao longo do túnel escuro.
Eles não estavam realmente brigando. Para Lily e James, fazia apenas parte da
diversão, todas as brigas. Os dois já haviam passado tantos anos fazendo isso que
simplesmente não sabiam como parar. Remus gostava. Isso manteve sua mente longe
de todo o resto.
E Sirius. Ele queria mais do que tudo ter Sirius por perto, se eles não estivessem
brigando. Talvez ele mesmo tenha causado tudo isso, invocando a mãe de Black
daquela forma. Oh Deus, e se Hope fosse como Walburga?!
Mas ele continuou, porque já havia chegado tão longe agora. Logo estavam no porão
da Dedos de mel e todos memorizavam o endereço do hospital, preparando-se para
aparatar.
Essa era a parte fácil. Remus estava tão cheio de emoções e adrenalina que mal teve
que se mover e já estava voando pelo espaço, seguindo a corrente de magia em
direção a Cardiff. Lily e James pousaram momentos depois, de mãos dadas.
"Este é o País de Gales, então", disse Lily, olhando em volta para a rua tranquila da
cidade em que se encontravam. "Nunca estive aqui antes."
884
"Nem eu." James e Remus responderam em uníssono.
"Vamos procurar o hospital, então", ela sorriu e largou a mão de James para segurar a
de Remus, meio que o levando para o fim da estrada.
Eles erraram o local exato por apenas uma ou duas ruas. O edifício principal era
ornamentado, com tijolos antigos e vermelhos, o resto era concreto cinza dos anos 60.
O lugar possuía aquela atmosfera institucional fria que lembrava muito a Remus de St.
Edmund's.
"Certo!" Lily disse, brilhantemente, de frente para um grande mapa do prédio, abaixo
de uma placa que apontava para várias direções. "Era a ala do Pardal, não era ... então
é ... ali."
A ruiva partiu novamente, e Remus estava tão, tão feliz por ela estar ali, porque tudo
nele o dizia para fugir e nunca olhar para trás. A ala pardal era em um dos blocos de
concreto. Eles pararam do lado de fora.
“Hum ... Lily? James?" Remus disse, fazendo-os parar. “Vocêm se importam em ...
não vir comigo? Eu só ... eu quero fazer isso sozinho. Desculpe."
"Claro." Lily respondeu, lhe dando um tapinha em seu ombro. "Vamos esperar bem
aqui, certo James?"
"Ok." James acenou com a cabeça com cuidado, "Moony, você tem certeza que não
quer que eu chame..."
"Ele não virá." Remus disse, com certeza absoluta. “Você estava certo, nós brigamos.
Eu fui horrível com ele, disse algumas coisas realmente horríveis. Ele está com raiva e
tem o direito de estar. "
"Está tudo bem, Prongs." Assegurou-lhe "Estou bem. Ok, vou entrar agora. ”
885
"Boa sorte!" Lily sorriu. Ele acenou com a cabeça, severamente, e se aproximou das
portas giratórias.
Dentro do hospital haviam placas apontando em todas as direções, e três vezes Remus
teve que voltar porque havia virado em um corredor ou entrado em um elevador
errado. Era um lugar horrível; cheirava a doença, urina e desinfetante mascarando
sangue e morte. Seus nervos estavam enfraquecendo a cada minuto.
Finalmente, ele passou por um conjunto de portas duplas com a palavra "Pardal"
impressa perfeitamente em azul e branco. O que o levou a um corredor mais
silencioso, com um posto de enfermagem no final e muitos quartos iluminados e
abertos com filas organizadas de pessoas deitadas em camas.
Remus se arrastou até o posto de enfermagem, tentando dar uma olhada nos nomes
dos pacientes listados na parede atrás.
"Quem você está procurando, querido?" Uma enfermeira gorducha perguntou a ele
com um sorriso agradável.
"Ah, ela vai ficar tão satisfeita! Ela fala sobre os filhos o tempo todo, a Hope. Apenas
me siga, querido.”
Ele não teve tempo de ficar surpreso com a última revelação de que sua mãe possuía
"filhos", no plural. Mudo, Remus seguiu a enfermeira pelo corredor de linóleo verde e
ressonante, até uma enfermaria com seis ou oito camas. Ela o levou até a janela mais
distante, onde a luz entrava. "Hope, meu amor, você tem uma visita! Seu menino veio
ver você, não é legal? "
886
A enfermeira o conduziu para dentro, e ele ficou parado ao pé da cama, impotente. A
mulher deitada parecia ter cochilado, embora estivesse apoiada em uma posição meio
sentada. Ela estava piscando agora, desorientada, e franziu a testa ligeiramente para a
enfermeira.
"Quem?" Ela falou em uma voz baixa e rouca, ainda confusa até que seus olhos
escuros pousaram em Remus. Suas sobrancelhas pálidas se ergueram. "Oh." Ela disse.
"Vou dar a vocês dois um pouco de privacidade", a enfermeira estava dizendo agora,
puxando as cortinas claras do hospital ao redor da cama, "Posso pegar uma xícara de
chá para alguém?"
Ela era muito pequena e muito frágil. Esquelética, até; seus ossos e tendões
aparecendo através da pele. Hope parecia muito mais velha do que Remus havia
imaginado; mas talvez fosse apenas a doença. Seu rosto estava encovado e tinha uma
aparência mórbida de uma caveira. Ele se lembrou de como ela estava linda em sua
fotografia e de como ainda poderia ser bonita, se estivesse bem.
Mais alertas agora, seus olhos negros lacrimejantes o encaravam, com um brilho quase
ganancioso; como se ela estivesse absorvendo cada centímetro de seu corpo
desengonçado. Ele ficou parado e deixou.
“Oh,” ela sussurrou, roucamente. Seus olhos se encheram de lágrimas. "Oh, você se
parece com ele."
Então esta era sua mãe. Ele a olhou e não sentiu nada.
"Recebi sua carta." Ele não sabia mais o que dizer. E desejou não ter vindo.
887
"Você não precisava vir." Hope respondeu suavemente. "Não me atrevi a pedir isso.
Mas eu queria ver você. Eu queria ver você... há anos. " Ela fechou os olhos e as
lágrimas correram pelo seu rosto magro.
Ele mordeu a língua. Todos os tipos de coisas sujas e desagradáveis ferviam em sua
garganta, querendo ser faladas. Mas para que serviria? Ela estava claramente
morrendo, ele podia sentir o cheiro nela. Palavras raivosas não fariam diferença. A
mulher falou novamente. "Você está em Hogwarts?"
Silêncio novamente. Remus não queria olhar para ela por muito tempo. Hope parecia
tão triste, tão fraca e tão doente. "Há algo que você queira me perguntar?"
Remus encolheu os ombros. Isso era mais horrível do que ele poderia ter imaginado.
Ela riu, suavemente.
"Você não vai ferir meus sentimentos, sabe. Esta pode ser sua única chance.”
Ela engoliu em seco, quando ele ainda não falou. "Tudo bem então, vou apenas dizer a
você. Sinto muito pelo que fiz. Eu não estou orgulhosa. Eu amava seu pai mais do que
... bem, eu o amava com todo o meu coração. Ele era tudo para mim, gostaria que
você o tivesse conhecido. Quando você se machucou e ele morreu ... Eu simplesmente
não sabia o que fazer. Eu era tão jovem, estava sozinha. Fazia anos que eu não via
minha própria família e nem conhecia os vizinhos porque Lyall disse que
precisávamos manter as coisas em segredo. ”
Ela era galesa, Remus reconheceu o sotaque. A maneira como ela falou o nome de seu
pai em duas sílabas suaves - Ly-all. Ele se sentiu estúpido por não perceber, visto que
eles estavam em Cardiff, mas ainda assim. Ninguém nunca lhe disse que ela era
galesa. Ele supôs que não era uma informação pertinente para ninguém além dele.
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"Olha", disse ele, "está tudo bem, você não precisa explicar."
"Eu pensei em você", Hope falou, desesperadamente, "Todos os dias. Meu menino,
meu pobre menino.”
"Não faça isso." Remus pediu, sentindo-se desconfortável - assustado, até. “Está tudo
bem, por favor, não...”
Ele se sentou na cadeira de hospital de encosto rígido ao lado dela. Não estendeu a
mão para Hope, parecia demais.
“Eu pensei que seria o melhor a se fazer”, ela chorou, as lágrimas escorrendo pelo
travesseiro em que ela estava deitada, “Eu não poderia ter cuidado de você, você era
tão forte, mesmo quando era tão pequeno. Eu tive que trancar você, você estava com
tanto medo e estava chorando por mim e eu não pude entrar... "
"Você fez a coisa certa." Disse “Você fez. Você fez tudo que podia, eu nunca culpei
você. "
Isso era verdade. Ele culpou seu pai uma ou outra vez em sua cabeça, o odiou
ferozmente por anos. Porém, de alguma forma, sentiu mais simpatia por sua mãe, uma
trouxa que foi deixada para morrer pela morte de Lyall tanto quanto ele.
"Ainda... acontece?" Ela perguntou, com os olhos arregalados. Eles eram do mesmo
marrom esverdeado que os seus. Ele assentiu.
“E a escola? Aposto que você é tão inteligente quanto seu pai! "
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“Eu gosto da escola”, respondeu, “me saio muito bem”. Não tinha certeza do que mais
poderia dizer sobre isso, "Eu er ... eu tenho a varinha dele. Lyall. ”
Hope sorriu, sua pele, uma fina camada de papel branco se esticando sobre seu rosto
oco, como uma caveira.
“Eu ...” Ele pensou em Lily e James e em Peter e Grant e em Madame Pomfrey, e em
Mary e Marlene, e até na Professora McGonagall. E Sirius. "Sim. Eu tenho amigos."
“Ah sim,” ela acenou com a cabeça, “Eu amo um pouco de dança, eu amo. Lyall era
um leitor, mas estou mais feliz com uma boa música pop. Ele costumava me
provocar.”
Seu sotaque era adorável, doce, amigável por completo. Ele estava feliz por ela não
ser chique, esperava que não parecesse muito comum para ela.
"Eu também gosto de música." Disse suavemente. Não conseguia levantar a voz, mas
ela não se importou. "David Bowie, principalmente."
“Você deve ter herdado isso de mim”, Hope disse, sonolenta, ainda sorrindo. “Meu
menino saltitante. Eu costumava colocá-lo no tapete enquanto fazia o trabalho
doméstico, tocava meus discos e você pulava e se contorcia como se estivesse
dançando. Love Me Do estava tocando no rádio quando deu seus primeiros passos.”
“Acho que me lembro”, disse ele, rapidamente - era mentira, mas a deixaria feliz. Ele
não queria que ela ficasse tão triste, não por ele. Sem pensar, ele estendeu a mão para
890
a dela, gentilmente, como se Hope fosse se despedaçar. Era uma mão muito pequena -
ela era uma mulher muito pequena. “Eu amo os Beatles”, disse ele, “sempre amei”.
Ela sorriu. Mesmo com as bochechas encovadas e os olhos escuros de sua doença, ela
tinha um sorriso adorável. Hope apertou a mão de seu filho e sorriu para ele, e eles se
sentiram confortáveis assim por algum tempo. Remus sentiu a agitação de algo dentro
de si - algo quente, antigo e familiar.
"Mesmo? Deixe-me ver...” Remus procurou sua varinha no bolso e deu uma batidinha
na caixa preta de madeira. Ele fez isso sem soltar a mão dela, e Hope fez um pequeno
som de alegria e orgulho ao vê-lo usar magia.
O disco começou a girar, e o som que saiu era claro e adorável. Foi um disco da
Fairport Convention; Remus nunca se preocupou muito com eles antes; muito hippie
para seu gosto. Mas ela sorriu quando a voz de cotovia de Sandy Denny começou a
preencher a sala. Então ele escutou.
But how can they know it's time for them to go?
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Os dois ficaram sentados ouvindo a música em silêncio, e Remus viu que ele havia
herdado um pouco da timidez dela, talvez. Hope nunca mantinha contato visual por
muito tempo e nunca o obrigava a falar. Remus tinha a sensação de que eles podiam
ficar sentados em um silêncio satisfeito por horas e se entender tão bem como se não
tivessem feito nada além de conversar.
Ela levou a mão dele aos lábios. Ela estava muito fraca, mas ele deixou. Hope beijou
suas cicatrizes nos nós dos dedos.
Algo dentro dele quebrou quando percebeu que não poderia dizer de volta. Não sabia
como dizer isso com sinceridade.
"Vejo você em breve." Ele prometeu novamente, esperando que ela não se importasse
muito.
Remus saiu do quarto atordoado e foi um milagre ter conseguido sair do hospital.
Deve ter demorado o dobro do tempo que ele levou para entrar.
Lá fora, havia escurecido. Lily estava sentada em um banco, com um grande cachorro
preto ao seu lado. Ela se levantou, a luz da rua atrás de si iluminando seu cabelo,
parecendo incendiá-lo; uma luz de halogênio.
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Ele encolheu os ombros, sem palavras. Instantaneamente, Lily deu um passo à frente e
passou os braços em volta de sua cintura, colocando a cabeça contra seu peito e
apertando. Remus passou os braços em volta dela, agradecido, e a abraçou de volta,
curvando a cabeça para inalar o adorável cheiro de casca de maçã. Ele estava
chorando, e Sirius estava bem ali, mas não se importou, ele apenas deixou Lily
continuar apertando-o, sentindo como se ela estivesse mantendo todas as suas partes
juntas. Podia ouvir Padfoot se lamuriando e ofegando. Finalmente, Remus se afastou,
esfregando os olhos.
"Não seja estúpido", ela apertou o braço dele, seus próprios olhos verde-mar
brilhando. “Quer ir para casa?”
"Na verdade," Remus fungou, "Eu quero ficar muito, muito bêbado."
Padfoot latiu.
893
Capítulo 138.2: Hope
"Não, mãe." Hope olhou para sua xícara de chá. Sem leite, apenas uma fatia de limão,
servido em uma xícara de chá adequada com um pires que tinha um design de folha de
rosa combinando. Ela deveria ter recebido um conjunto de porcelana semelhante
quando se casou, mas Lyall não queria trouxas na recepção.
“Eu sempre disse que ele não era bom. Homens assim - sem família, sem igreja. E
você nunca explicou exatamente com o que ele trabalhava.”
“Ele trabalhava no governo local.” Hope respondeu. Ela colocou a xícara de chá na
mesinha de canto da sala de estar de sua mãe.
"Gabinete?" Sua mãe perguntou, animando-se um pouco, "Bem, isso é alguma coisa.
Ele não deixou nenhuma pensão? Nada mesmo?"
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Sua mãe resmungou novamente. Ela achava que era um nome bobo. Hope havia
tentado se comprometer, e deu ao filho o nome de seu pai também - mas Remus John
soava ainda pior, de acordo com sua mãe.
A Sra. Jenkins preferia fingir que o filho de Hope não existia, mesmo quando ele
estava dormindo no quarto do andar de cima. Hope queria ir ver como ele estava - dar-
lhe um abraço - mas não se atreveu a levantar-se; sua mãe diria que estava o mimando
demais e Hope não queria discutir. Ele estava dormindo muito – o que provavelmente
era normal para crianças de cinco anos.
Porém, Remus não era um menino normal de cinco anos, não mais.
Uma dor atingiu Hope no fundo de seu peito; seu coração parecia estar sendo
partido. Ela abaixou a cabeça, deixando o cabelo cair para a frente, fechou os olhos e
deixou as lágrimas correrem por seus cílios. Fungou. Eu preciso de você, Lyall. Como
você pôde fazer isso comigo?
“E o que você planeja fazer em relação a dinheiro? Eu não posso te bancar, não na
minha idade.”
"Ele sempre teve um fraco por você, se me bem lembro." Disse sua mãe. Ela parecia
pensativa; não estava realmente falando com Hope agora, estava planejando. Hope
estava bastante familiarizada com o modo como a mente de sua mãe funcionava,
sempre maquinando, organizando e suavizando as coisas. Fazendo correções. Os
últimos seis anos foram um erro - que logo seria corrigido.
Isso não era nada novo para Hope; outras pessoas tomaram decisões por ela durante
toda a sua vida. Primeiro sua mãe, que a aconselhou a deixar a escola mais cedo e
conseguir um emprego na Central Telefônica. Depois, Lyall, a quem havia decidido
895
seguir para dentro de um mundo completamente diferente. Agora ele se foi, e ela
estava de volta à sua mãe. Você nunca foi uma garota muito inteligente.
Ela nem mesmo foi questionada sobre o funeral. Tudo havia sido resolvido por seu
povo - homenzinhos estranhos em mantos que podiam arrumar qualquer coisa com um
aceno de suas varinhas. Eles foram muito gentis com Hope, mas a trataram como uma
criança - uma particularmente estúpida. Um deles pegou todas as coisas de Lyall -
seus livros e sua varinha. Ela foi autorizada a ficar com a casa, mas lhe aconselharam
a pôr à venda.
Mas não. Os feitiços que Lyall colocara não a deixavam mais entrar e, de qualquer
maneira, ela precisava do dinheiro. Os bruxos tinham um vago interesse em Remus,
embora ela tivesse feito o possível para mantê-lo escondido - Lyall colocara nela o
medo de Deus em relação a isso. Se alguém suspeitasse do que tinha acontecido com
seu filho, eles o levariam embora e o trancariam.
(Ela não mencionou mais nada que Remus tinha feito. Que a primeira vez que a
transformação ocorreu; a primeira vez que o pobre bebê dela foi virado do avesso por
aquela maldição terrível, ele ficou tão apavorado que fez a porta desaparecer, e Lyall
teve de barricá-lo com a cristaleira da sala de jantar no final. Talvez essa tenha sido a
gota d'água, para Lyall.)
"Isso é muito bom," o velho sorriu, "Ele receberá sua carta de Hogwarts após seu
décimo primeiro aniversário."
896
Ela não sabia o que dizer sobre isso, mas tentou parecer satisfeita. Hope esperava que
Remus fosse como seu pai - melhor do que ser como ela, de qualquer maneira - mas
não conseguia ver como ele entraria em uma escola exclusiva como aquela, não mais.
"Desculpe, mãe."
“Eu estava perguntando sobre o menino. Você disse que tinha feito arranjos? "
“Oh. Sim."
O velho que perguntou sobre Remus a ajudou com isso também. Ele foi gentil a
respeito. Disse que dependia inteiramente dela, mas que conhecia alguém, se ela
precisasse de ajuda. Alguém que seria discreto. Ele a colocou em contato com uma
mulher chamada Sra. Orwell, que dirigia uma casa para meninos. Era em Essex, mas
talvez Remus se saísse melhor se crescesse na Inglaterra - não era como se houvesse
mais oportunidades no País de Gales. Hope sabia como era difícil se sentir como um
forasteiro, e Remus já teria o suficiente disso.
"Quer que eu vá com você, meu bem?" Sua mãe amoleceu. Ela sempre fazia isso,
quando Hope estava sendo obediente.
Hope abanou a cabeça. As lágrimas escorreram por suas bochechas, mas ela mal
percebeu. Era difícil acreditar que ainda não tinha murchado como uma passa, com
todas as lágrimas derramadas ultimamente. A mãe dela se levantou e veio se sentar no
braço do sofá. Ela colocou um braço em volta de Hope e apertou-a suavemente.
“Tudo bem, meu amor. É a coisa certa. A melhor coisa. Você ainda é jovem, vai se
recuperar. Espere um ano ou mais e será como se nada disso tivesse acontecido, eu
prometo a você. "
897
Hope enxugou os olhos e se levantou, afastando-se da mãe.
No topo do pequeno patamar escuro, Hope foi presenteada com três portas
fechadas. O quarto dos pais, o banheiro e seu quarto de infância. Seu quarto atual, na
verdade, até que economizasse o suficiente para se mudar. Ela pensou no dinheiro de
Lyall novamente. Não. Isso não era dela.
Ela abriu a porta lentamente. Não rangeu, mas o carpete sempre ficava preso e fazia
um barulho desagradável quando você o empurrava. Lá dentro, as finas cortinas
amarelas estavam fechadas, mergulhando tudo em um brilho amanteigado caloroso.
Era tão estranho estar de volta a este quarto; tudo parecia tão pequeno e antigo,
embora na verdade só tivesse se passado seis anos desde a última vez que ela dormiu
aqui. Tudo ainda estava no lugar. Sua pequena penteadeira de vime pintada de branco,
que provavelmente ainda tinha um maço de cigarros escondido em uma das gavetas de
baixo, junto com os batons e sombras pelos quais ela e o pai haviam brigado quando
898
ela tinha quinze anos. Um pôster dos The Monkees na parede acima da cama, ao lado
de uma impressão de Arthur Rackham.
O mais estranho de tudo era o menino aninhado na colcha lilás. Ainda dormindo, ele
era todos cachos dourados e bochechas rechonchudas e pequenos bracinhos
gordos. Seu coração deu um salto, como acontecia desde o primeiro momento em que
ela o segurou em seus braços. Seu filho.
Ela enrolou o corpo ao redor dele, virando as costas para o resto do quarto. Quando
Remus nasceu, ela não conseguiu sair da cama por dias, mas ele era um bebezinho tão
pacífico, os dois ficaram deitados assim, fazendo companhia um ao outro. Lyall
chegaria do trabalho e viria se juntar a eles. Ele envolveria seus próprios longos
membros em torno de Hope, e ela envolveria Remus, e fecharia os olhos e se sentiria
tão segura e tão feliz.
Se ao menos Lyall estivesse aqui agora. Era o toque dele que ela mais sentia falta. Ele
era tão alto, mesmo quando Hope usava seus saltos mais compridos, ele conseguia
descansar o queixo no topo de sua cabeça. As lágrimas arderam em seus olhos e ela
colocou a mão suavemente no peito de Remus, sentindo o constante subir e descer.
Às vezes, nas tardes em que a pequena família ficava deitada na cama, Lyall cantava
uma velha canção de ninar para Remus. Hope nunca a tinha ouvido antes, mas adorava
a maneira como ele a cantava; era a única vez que você podia ouvir o sotaque escocês
suave em sua voz. Ela cantarolou alguns versos agora, perguntando se Remus
lembraria que seu pai cantava para ele, e apenas para ele.
899
Baloo, my boy, lie still and sleep
Oh, Lyall Lupin, seu bastardo. Era um fardo impossível odiar alguém que você não
conseguia deixar de amar. Como ele poderia colocá-la nesta posição? Ele deve ter
sabido que ela não poderia fazer isso sozinha. Ela não era mágica, como ele. Ela não
era forte. E ela nunca foi uma garota muito inteligente.
Ela estava chorando de novo, mas Hope aprendera a chorar sem fazer barulho. Talvez
isso fosse ser mãe, embora não se achasse merecedora desse título. Ela puxou o
corpinho quente de seu filho para perto do dela, sem se importar caso o
acordasse. Podia sentir seu pequeno coração batendo contra o dela.
900
Capítulo 139: Sétimo ano: Bêbados
A superstar?
Ev'ryone come on
"Certo. Para o pub, então?” Lily disse, como se estivesse em uma reunião de negócios.
“Acho melhor voltarmos para Hogsmeade, vocês não? Não imagino como nos
sairíamos aparatando de volta para a Escócia bêbados... "
"Sim, bom plano," Remus acenou com a cabeça, enxugando o nariz na manga, ainda
fungando. "... onde está James?"
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“Bem, nós percebemos que ficaria muito suspeito se o monitor e a monitora-chefe
tivessem desaparecido,” A ruiva riu. “Então ele voltou para nos encobrir. Ele hum ...
ele enviou Sirius. Nós dois pensamos... ”
"Tudo bem." Remus acenou com a cabeça e finalmente se virou para se dirigir ao
cachorro, esperando pacientemente. "Sirius?"
"Ah, Remus, esqueci!" Lily quebrou a tensa atmosfera. Ela o entregou uma pequena
caixa de papelão quadrada. Um maço de cigarros Silk Cut. "Ideia de James" a ruiva
encolheu os ombros.
“É melhor eu entrar em contato com ele, na verdade,” Evans continuou, olhando para
os dois, “Black, me dê o espelho? Eu o direi onde nos encontrar. "
Sirius entregou a ela e Evans sorriu, se afastando um pouco logo em seguida – e então,
ela estava longe o suficiente para não conseguir ouvi-los.
“Acende para mim? Estou tão nervoso que provavelmente explodiria na minha cara se
eu tentasse."
902
"Moony, eu sou..."
"Sirius--"
"Você foi." O moreno acenou com a cabeça, pegando um cigarro para si. "Mas você
não estava completamente errado."
"Não há nada de errado com você, Remus." Sirius tocou seu joelho gentilmente,
olhando-o nos olhos. Ele estava com roupas trouxas, o que era uma boa mudança,
Remus pensou. Jeans pretos e sua jaqueta de couro preta. Lupin sorriu.
“Me conte algo novo.” Black mostrou a língua, mas tornou-se solene de novo, "Não
pude acreditar quando Prongs me contou sobre a carta. Eu me senti uma merda por ter
gritado com você, só queria ter certeza de que você estava bem, então ele disse que
você tinha ido... "
"Desculpe," Remus respondeu. "Eu só tinha que vir aqui imediatamente, nem pensei."
"Eu também teria feito o mesmo." Sirius admitiu. "Embora, na verdade, eu não sei se
eu iria exatamente correr para o lado da cama da minha mãe."
Remus riu sem entusiasmo, e os dois ficaram em silêncio por um tempo, pensando em
suas mães.
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Lupin considerou com cuidado antes de responder. Ele tentou se lembrar da voz dela,
dos olhos dela, da sensação da sua mão na dela.
"Tudo bem, vocês dois, prontos?" Lily voltou, obviamente após ter julgado que eles já
haviam feito as pazes apropriadamente.
***
Eles acabaram no Três Vassouras, todos os cinco - James trouxera Peter do castelo
com ele. Com três whiskies de fogo, Remus já se sentia agradavelmente aquecido e
solto, sorrindo estupidamente enquanto seus amigos faziam um barulho.
Ninguém lhe fez perguntas, o que foi perfeito; eles apenas beberam, riram e
conversaram como adolescentes de verdade pela primeira vez.
“Este mapa é uma das melhores magias que já vi.” Lily ficou maravilhada, depois de
estuda-lo por algum tempo. “E vocês só usam para pegadinhas?!”
"É tudo seu" Black disse, "A coisa toda foi ideia sua, Sr. Moony."
904
Os quatro meninos se entreolharam com uma nota de tristeza. O mapa não seria mais
útil para eles, se não estivessem em Hogwarts. Moony, Wormtail, Padfoot e Prongs
não seriam mais os principais criadores de travessuras de Hogwarts. James encolheu
os ombros.
"Eu já estou bêbada," Lily balbuciou, piscando com força. “Não sei como vou voltar
andando para a escola...”
"Eu carrego você." James disse corajosamente, embora ele próprio estivesse
claramente começando a ficar um pouco vacilante.
"Calma Wormy, não vamos voltar ainda." Sirius falou quando Rosmerta apareceu com
uma bandeja de bebidas. Remus agarrou outro whisky de fogo e tomou tudo em um
gole. Ele gostava da queimação; parecia que estava funcionando.
"Eu não quis dizer esta noite." Peter disse, batendo desajeitadamente com o punho
rechonchudo na mesa "Quero dizer, escola, quero dizer tudo."
905
"Não." Ele suspirou, "Mas tudo vai mudar, não é? Não nos veremos o tempo todo,
todos teremos empregos.”
“Fale por si mesmo,” Sirius riu, “Alguns de nós são independentemente ricos. De
qualquer forma, é claro que nos veremos todos os dias, idiota, vamos todos morar
juntos! "
“Cara,” James disse, sem jeito, “Er. Lily e eu temos conversado sobre... talvez
conseguir um apartamento juntos, depois do verão. "
"Padfoot," Remus tocou seu joelho, "Ele está se referindo apenas aos dois."
“Não vamos falar sobre isso agora!” Lily disse apressadamente "Nada está decidido!"
"E quanto a essa pegadinha, então?" James perguntou, ainda olhando para Sirius, "O
que vamos fazer se ninguém tiver nenhuma ideia boa?"
"Nós vamos" Remus disse, "Ainda temos tempo. Sou só eu ou a ideia de uma
levitação em massa está começando a soar bem?”
"Ah bom, você está bêbado." Sirius sorriu, “Como diabos vamos levitar duzentos
alunos? E por que nós faríamos isso?”
906
"Há pessoas o suficiente", disse James, "Se todos se concentrassem, poderíamos
facilmente levitar todos eles."
"Er... não." Sirius olhou para baixo, constrangido. “Achei melhor alguém continuar
responsável o suficiente para fazer vocês voltarem para o castelo por inteiro.”
“Ahhh,” Lily sorriu estupidamente, “Você se importa, Black! Você é todo doce e
sensível no fundo, não é? "
“Só não quero que ninguém seja expulso antes que possamos fazer essa pegadinha
decolar!”
"Ah, pelo amor de Deus ..." Sirius revirou os olhos. "Eu estou indo ao banheiro." Ele
se levantou e os deixou rindo.
Remus aproveitou a oportunidade para sair e fumar um cigarro. Ele poderia ter
fumado dentro do pub, talvez Lily e James poderiam até deixá-lo, mas queria um
minuto para si mesmo. Lá fora estava bom e fresco, o ar parecia limpo. Ele acendeu o
cigarro e começou a tragar, envolvendo os braços ao redor do corpo para se proteger
do frio. Remus estava muito bêbado. Ele precisou se encostar na parede apenas para
permanecer de pé. Foi agradável; não precisava se preocupar com nada se estivesse
bêbado. Ninguém esperava que ele o fizesse.
Ele inclinou a cabeça para trás contra a parede, avistando a lua crescente pálida
brilhando através das nuvens. Pensou em Livia, como sempre fazia quando via a lua.
E Castor. Pensou sobre o aviso deles, e como tudo havia sido em vão no final. Por que
907
isso? Sua mente confusa devido ao whisky atingiu algo - algo que ele não tinha
pensado antes. Mas assim que apareceu, sumiu novamente. Remus balançou a cabeça,
confuso.
“Ei!” Remus respondeu, brincando, “Eu posso segurar minha bebida, muuuito
obrigada. Ao contrário de alguns.”
"Ah, é?" Black brincou, encostando-se na parede também. Ele pegou a mão de Remus
e entrelaçou seus dedos.
"Nahh," Remus suspirou feliz, apertando os dedos dele. "Foi bom. Você adormeceu
no meu ombro e me disse que eu era magia.”
"Eu disse?"
"Você disse."
“Isso soa bem. Eu devia estar muito bêbado.” Ele riu, "Não que eu não ache que você
não seja magia, Moony."
No entanto, a mente de Remus estava vagando. Seu cigarro havia apagado e ele o
largou.
908
"Como o quê?" Sirius franziu a testa.
"Coisas legais."
Lá dentro, Peter estava meio adormecido, apoiado em seu cotovelo, e Lily estava
sentada no colo de James. Ela parecia estar tentando localizar as amígdalas dele com a
língua.
Remus deu uma risadinha, terminando o resto de seu uísque. Isso era melhor.
"Fale à vontade!" Lily mostrou sua língua rosa para ele. "Marlene me disse que pegou
vocês dois se agarrando no corredor outra noite!"
"E daí se ela nos pegou?" Sirius respondeu afetadamente: "Era algo bastante privado
até ela aparecer."
"Christopher estava lá," Remus falou. Lily riu e apontou para Black.
“Ha! Exibicionista!"
"Ela está certa." Lupin acenou com a cabeça, bêbado, “Você é. Lembra quando eu era
monitor e costumava achar você com Mary o tempo todo. ”
909
"Remus!" Lily disse, ainda rindo e com o rosto bem rosado agora "Você não vai
acreditar no que Mary me contou sobre você no ano passado!"
"O que?"
"Foi antes de você sair do armário, então pensei que ela tinha inventado, mas ela disse
a mim e a Marlene que você e ela... você sabe ..."
“Fizeram um doce amor heterossexual?” Sirius forneceu, mal sufocando sua própria
risada agora.
"Ano passado, na verdade." Sirius corrigiu. "Está tudo bem, Lily, ele só fez isso para
me deixar com ciúmes."
Peter começou a roncar. James olhou para ele, então para seu relógio de bolso.
***
Remus insistiu em terminar não apenas sua bebida, mas a de todos os outros antes de
partirem. Ele queria estar bem e bêbado, para que caísse direto no sono, sem nenhum
dos pensamentos intrusivos que o atormentava desde o retorno de Marlene. Além
disso, embora não fosse contar a Sirius, seu quadril não doía tanto com todo aquele
álcool em seu sangue.
910
James foi fiel à sua palavra e carregou Lily em suas costas durante todo o caminho até
a Dedos de mel. Remus olhou para Sirius com uma sobrancelha arqueada. O outro
menino riu.
“Quem disse que o romance está morto?” Peter bocejou, esfregando os olhos e
arrastando-se ao lado deles.
No momento em que desciam os degraus para o porão da loja de doces, Remus estava
se sentindo muito menos animado com a coisa toda. Talvez os últimos uísques tenham
sido uma má ideia. Sua cabeça estava começando a latejar dolorosamente e sua visão
estava se borrando. Seus membros pareciam pesados e, à medida que afundavam na
escuridão do túnel, ele quase quis se deitar para dormir ali mesmo.
"Ninguém vai sentir nossa falta," ele murmurou enquanto Sirius o puxava gentilmente,
"Amanhã é final de semana."
"Eu realmente não acho que você ficará feliz acordando aqui, Moony," Sirius o
repreendeu gentilmente. "Confie em mim."
Tudo estava ótimo para Peter. Ele havia se transformado em um rato e se enrolou para
dormir no bolso de Lily.
“Ele é tão bom nisso,” Black se maravilhou, “Eu não consigo me transformar
bêbado.”
"Eu consigo!" James disse entusiasmado, e prontamente o fez, para grande susto de
Lily.
"Jesus Cristo." ela respirou, "Eu nunca vou me acostumar com isso."
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Prongs abaixou sua cabeça com chifres e abaixou um joelho, permitindo que Lily
subisse em suas costas. Ela agarrou o pescoço dele, sorrindo, e gritou quando James
começou a galopar pelo túnel.
“Por que você não é um animal mais útil?” Remus resmungou, apoiando-se
pesadamente contra ele.
"Ugh, ali, então ..." Sirius o agarrou pelos ombros e o virou bem a tempo.
Felizmente, Remus não tinha comido muito naquele dia, mas ainda assim, ele se sentia
horrível. Seu estômago se contraiu dolorosamente e ele vomitou até seus olhos se
arregalarem, fazendo-o pensar que fosse engasgar. Seus olhos ardiam com as lágrimas
quando ele finalmente se levantou para respirar. Remus os esfregou rapidamente.
Sirius entregou a ele uma taça de água fria.
“Eu guardo comigo para as luas cheias,” Sirius deu de ombros, “Feitiço de ausência de
peso. Devo ter deixado no meu bolso. Ei, apenas tome um gole, ou você vai colocar
tudo para fora de novo. "
"É apenas vingança pelo seu aniversário de quinze anos" Sirius riu, "Vamos, vamos
andando?"
912
Lupin acenou com a cabeça, uma mão no ombro de Sirius para se manter firme.
"Você merece." Sirius respondeu, despreocupado. “Depois do dia que você teve. Ou a
semana que você teve... ”
"Eu fui um idiota." Remus estava ficando melancólico agora, sentindo pena de si
mesmo. Sirius não iria aceitar nada daquilo.
"Do que você está falando, é claro que você tem sentimentos. Olha, estamos quase
chegando agora. Ugh, aqueles bastardos continuaram sem nós. Ei, você acha que
Prongs descobriu como se transformar de volta?"
"Ela me disse que me ama." Remus disse, sua testa no ombro de Sirius, agora.
"O que? Quem? ... oh ... certo ...” Sirius parou para verificar se ele estava bem e
tentou ser reconfortante "Bem, isso é bom, não é? É bom ouvir isso.”
"Oh, Moony, isso era esperado. Não significa que você não tenha sentimentos! Eu sei
que você tem em seu coração que você é um monstro, mas lamento dizer que você não
é."
"Não consegui dizer." Remus insistiu, sua voz abafada. “Eu não acho que consigo
dizer isso a ninguém. Mesmo se eu quiser.”
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Sirius ficou muito quieto e completamente imóvel por um tempo. Eles estavam na
entrada do túnel agora, em alguns momentos estariam de volta ao castelo. Black lhe
deu um abraço rápido, acariciando seu cabelo gentilmente. Ele se afastou e segurou
sua mão com força.
"Tudo bem, Remus," ele sussurrou, embora estivessem sozinhos. "Tudo bem, porque
não é algo que você diz. É algo que você faz. Certo?"
"Certo." Lupin acenou com a cabeça, choroso e bêbado, mas perplexo de certa forma.
"Bom." Sirius sorriu novamente. "Agora, vamos te levar para a cama, hein?"
"Sim?"
"Você é magia."
914
Capítulo 140: Sétimo ano: Ideia brilhante
Remus achava que nunca havia odiado tanto whisky de fogo como agora. Quando
acordou na manhã seguinte, sua garganta estava em carne viva, seus membros doíam e
sua cabeça latejava. Entre passar por uma noite de lua cheia e ficar de ressaca, ele
escolheria a lua cheia sem pensar duas vezes. Pelo menos depois da lua cheia, todos
eram compreensivos.
“Urrrgh.” Outra pessoa gemeu de uma das camas. Ouviu-se barulhos altos de passos
quando quem quer que fosse correu para o banheiro, bateu à porta e começou a
vomitar ruidosamente.
"Tudo bem aí, Pete?" Gritou James. Ele foi respondido com um som gorgolejante
alarmante de dentro do banheiro. "Um pouco de café da manhã vai te ajudar",
aconselhou.
Remus ouviu os pés de James pousando no chão. Ele começou a assobiar uma
melodia alegre. O maldito Potter perfeito e sua imunidade a ressacas.
O estômago de Remus roncou. Café da manhã parecia ser uma boa ideia, apesar da
dor aguda por trás de seus olhos. Sirius levantou a cabeça com o barulho e sorriu.
"Hm." Ele acenou com a cabeça fracamente, “Com sede. Com fome."
"Suponho que não vou conseguir passar o sábado deitado, então ..." O moreno
suspirou dramaticamente. Ele puxou o edredom e as cortinas para sair.
915
Remus se sentou lentamente.
"Fraco." Respondeu, pulando da cama em sua boxer para procurá-los. Ele teria que
usar o banheiro compartilhado no corredor, não parecia que Peter sairia do deles tão
cedo. Seus olhos arderam sob o forte sol da manhã e ele se curvou, tateando o chão
em busca da camisa e da calça do pijama como um animal confuso.
"Merda!" Remus saltou, surpreso, e cobriu a virilha com a revista de quadribol mais
próxima, então mergulhou de volta para trás da cortina da cama, "O que diabos você
está fazendo aqui?!"
"Eu dormi aqui." Lily respondeu, com um sorriso em sua voz. "Eu não sabia que
vocês dois dividiam a cama."
"Eu não sabia que vocês dois dividiam a cama." Sirius respondeu, indignado. Ele
jogou o pijama para Remus, "Aí está, Moony, fique decente."
Remus iria matar James. O que ele achava que estava fazendo convidando meninas
para seu quarto? Certamente havia uma regra implícita sobre isso?! Nenhum lugar era
imaculado?! Ele vestiu o pijama o mais rápido que pôde por cima da cueca e saiu
correndo do quarto.
Cristo.
***
916
Ainda bem que era sábado. Eles andaram lentamente para o café da manhã, no final,
até Peter desceu para comer, embora ainda estivesse muito pálido e quieto, apenas
sentou-se para beber seu chá.
Remus, entretanto, encheu seu prato até que não pudesse ver o padrão de porcelana. O
café-da-manhã dos finais de semana eram os melhores; ovos fritos, salsichas
cumberland grossas, cogumelos fritos, bacon, torradas douradas com manteiga, feijão
cozido, tomate frito, pudim... ele iria realmente sentir falta da comida de Hogwarts.
"Por que Remus está tomando o café da manhã da ressaca?" Mary perguntou,
servindo-se de um pouco de suco de laranja. “E onde vocês estavam ontem à tarde?!”
“Acho que você respondeu sua própria pergunta, MacDonald,” Sirius piscou.
"Não tem nada de diversão." Peter respondeu, com a cabeça entre as mãos “Péssimo.
Horrível."
“Coma algo, Wormtail” Remus sugeriu, engolindo tudo que estava em sua boca.
"Você se sentirá melhor."
"Acho que ele está com medo de perder um braço..." Sirius sorriu, enquanto Remus
pegava outra porção de bacon.
"Ah, pelo amor de Deus, os pratos se reabastecem, não é?" Remus revirou os olhos.
917
"Mais ou menos como um elevador de mesa mágico." Remus acenou com a cabeça,
agora construindo para si um sanduíche muito complexo.
"Parece complicado para mim." Disse Mary. “Eu sou inútil em teletransporte, tive que
refazer meu teste de aparatação três vezes.”
“Eu tentei limpar meu quarto uma vez usando isso” Sirius disse, “Acabei mandando
toda a bagunça para o quarto acima do meu. Exceto que eu não consegui recuperar
nada depois, minha mãe colocou uma fechadura impenetrável no sótão. E eu
acidentalmente mandei minha cama, o que causou um pouco de confusão... ”
"O que?" Lily perguntou "Você não vai vomitar de novo, vai?"
"Merlin!" Black brincou, "Melhor dar a ele uma poção analgésica ..."
“Podemos fazer isso em uma escala maior?” Ele perguntou "A coisa do transporte?"
"Você quer dizer como levar comida da cozinha para o nosso dormitório?" Remus
perguntou, "Acho que não, acho que apenas os elfos domésticos podem fazer isso.
Seria ótimo, no entanto.”
"Não," Peter franziu a testa, balançando a cabeça, "Mais parecido com o que Sirius
estava dizendo - com camas, baús e móveis ..."
918
"Sim, provavelmente," Sirius deu de ombros, "Acho que é assim que tudo acaba indo
parar no trem no final do semestre. Porém, é uma magia um pouco poderosa - demorei
meio dia para fazer no meu quarto. Veja bem, eu tinha quatorze anos... ”
"Temos muitas pessoas, no entanto", disse Pettigrew, agora olhando para James,
sorrindo. "Nós poderíamos fazer isso."
"Peter", James estava começando a sorrir agora também. "Você acabou de ter sua
melhor ideia em sete anos de pegadinhas?"
Peter sorriu de volta para ele, parecendo mais feliz do que Remus o vira em anos.
***
O problema de planejar uma pegadinha entre trinta pessoas, em vez de quatro, era
pura logística. Entre os treinos de quadribol, clubes, revisão de NIEM e NOM e
disponibilidade de salas, convocar uma reunião de emergência era quase impossível.
Acabou sendo adiada para o domingo, depois para segunda - então, para a irritação de
James - seu horário habitual de quarta-feira.
"Acho que sim." James murmurou, arrastando os pés nas lajes enquanto eles voltavam
para a sala comunal.
"Eu tenho algumas bombas de bosta por aí, se você quiser explodir algo por aí hoje..."
Sirius jogou um braço em volta de James.
"Sim!"
"Não consigo ouvir isso ..." Lily cobriu os ouvidos e correu para alcançar Mary.
919
No corredor da senhora gorda, Remus fez uma pausa.
"Vá em frente, só vou demorar um minuto." Ele parou do lado de fora da porta do
escritório da Professora McGonagall.
Sirius olhou para trás e deu a ele um aceno de compreensão, antes de continuar com
James e Peter, discutindo em voz alta sobre o melhor lugar para plantar as bombas de
bosta.
Ele empurrou a porta e colocou a cabeça para dentro nervosamente antes de entrar.
Ele sentou-se com cuidado, estranhamente lembrando-se da primeira vez que esteve
ali, e como ela parecia alta e assustadora. Realmente havia pensado que iria odiá-la,
ela parecia muito com a Diretora. Agora ele era capaz de olhá-la nos olhos e sorrir de
volta como se ela fosse uma amiga de verdade. "Como posso ajudar?" A mulher
perguntou, enquanto a pena vermelha pousava no tinteiro ao lado dos papéis.
“Eu... eu queria pedir um favor,” disse cuidadosamente. Ele apalpou os bolsos e tirou
a carta de sua mãe e a colocou sobre a mesa, deslizando-a. “No Natal, os Potters me
ajudaram a encontrar minha mãe. Eu escrevi para ela e ela respondeu. Ela está em um
hospital trouxa, no País de Gales. Eu gostaria de ter permissão para ir vê-la. "
McGonagall apenas olhou para a carta brevemente, antes de olhar para ele novamente.
920
"Claro. Podemos fazer os arranjos assim que você quiser.”
“Mesmo” ela respondeu, “Sr. Lupin, isto é uma escola, não uma prisão. Os alunos têm
permissão para visitar os membros da família.”
"Ah. Bem, ótimo. Eu pensei que talvez no próximo fim de semana de Hogsmeade? ”
"Certamente", ela abriu um caderno e anotou algo, "Venha me ver na manhã desse
dia, e eu escreverei sua permissão."
"Obrigada."
"Er... não. Obrigado, mas não." Agora que já havia ido lá uma vez, percebeu que era
algo que precisava fazer sozinho. Não estava ansioso para contar isso para Sirius, mas
não havia como evitar.
"Estou muito feliz por você, Remus," disse McGonagall, sorrindo novamente. “Você
sabe que minha porta está sempre aberta, se você precisar de alguém para conversar.
Embora eu saiba que você não tem falta de amigos. "
"Bem, obrigado." Remus acenou com a cabeça, feliz por estarem falando de um
assunto mais fácil.
“Melhor do que bem, pelo que ouvi”, ela continuou, sorrindo, “Todos os seus
professores deram excelentes relatórios sobre suas realizações. Na maioria das aulas,
você está tendo um desempenho bem acima de seus colegas, e ouvi dizer que você não
só tem trabalhado duro para si mesmo, mas para ajudar os outros também?”
921
“O grupo de estudos é algo colaborativo...” Ele respondeu sem jeito.
Ele não sabia o que dizer sobre isso, então apenas olhou para as próprias mãos. "Sr.
Lupin," a chefe da grifinória continuou, "tenho um favor a pedir..."
"Sim, James colocou a programação em nosso quarto com uma contagem regressiva
encantada em segundos e tudo."
“James tem sido um trunfo absoluto para o time, ele liderou a Grifinória em uma
sequência de vitórias recorde durante seu tempo aqui. A equipe que ele montou é de
primeira classe, preparada para ganhar sua sexta taça em poucos anos ... o que me traz
ao meu problema.”
"De fato. Agora, não posso entrar em muitos detalhes, mas lamento dizer que
Alexander Gordon, nosso batedor, estará voltando para casa pelo resto do semestre.
Eu direi a Potter na segunda-feira, é claro, um substituto deve ser encontrado o mais
rápido possível, e é por isso que eu queria falar com você primeiro... ”
McGonagall o encarou com uma carranca por um momento, antes de começar uma
risada (altamente fora do personagem). Ela levou a mão à boca, desculpando-se.
922
“Meu Deus, Lupin! Não tive a intenção de sugerir... embora eu tenha certeza de que
você é muito capaz em uma vassoura, não era você que eu tinha em mente. "
"Oh!" Ele exalou, seus ombros relaxando. “Oh, bom. Er... então como posso ajudar? "
“Bem,” McGonagall ficou séria mais uma vez. “Nós já temos um bom batedor na
Grifinória. Mas, como você sabe, ele foi expulso da equipe há dois anos.”
"Sirius."
"Não..." Remus engoliu, encontrando sua boca bastante seca. Ele não gostava de
pensar naquilo, nunca. Como o quadril, era uma dor que às vezes vinha à tona, mas
que ele precisava ignorar para continuar.
“E eu mantenho a punição que ele recebeu”, sua professora continuou, “mas... bem,
ele só foi eliminado da equipe, não foi colocado sob proibição permanente”.
"Certo," Remus acenou com a cabeça, sobriamente. "Então ele pode jogar de novo, se
quiser."
"Remus, não vou permitir, a menos que você concorde." McGonagall disse, colocando
a mão na mesa entre eles. "Foi você que Sirius colocou em perigo, e se você sente..."
"Não." Respondeu "Quero dizer, sim, quero dizer... deixe-o voltar ao time."
"Tem certeza?" Ela olhou para ele por cima dos óculos, como se tentasse ler sua
expressão.
923
“Obrigada, Sr. Lupin,” ela acenou com a cabeça, recostando-se novamente. "Eu direi a
Potter a primeira coisa amanhã."
924
Capítulo 141: Sétimo ano: Star Star
Se quisesse, ele poderia ter contado a James e Sirius imediatamente. Poderia ter
bancado o herói, aproveitado os holofotes e ser a causa da alegria deles. Mas não fez
isso. Disse a si mesmo que era para preservar a privacidade de Alexander Gordon ou
respeitar a autoridade de McGonagall. Porém, a verdade é que ele simplesmente não
queria ter nada a ver com isso.
Obviamente queria que Sirius fosse feliz. Obviamente não queria ser um obstáculo
para a felicidade de Sirius. E obviamente ele queria que a grifinória vencesse a
sonserina na partida final, queria que James tivesse seu momento de glória. Não
queria ver Sirius punido para sempre por um erro que cometeu aos dezesseis anos.
Não queria que a traição pairasse sobre eles daquele jeito, ou trazer tudo à tona
novamente. E, no entanto, lá estava.
Remus havia perdoado Sirius no banheiro dos Potter há dois anos atrás; havia
absolvido um menino com sangue nas mãos e olhos tristes verdadeiramente
arrependido. Fora antes de se entenderem, antes de tantas outras boas lembranças, de
coisas boas que mudaram sua amizade. Porém, Remus não tinha esquecido como se
sentiu. Sirius poderia destruí-lo completamente, mesmo sem querer. Na verdade,
estava ainda mais vulnerável a isso agora do que esteve aos dezesseis.
Não, Remus disse a si mesmo. Havia uma diferença entre reparação e vingança. Sirius
merecia isso.
925
e meio algo mais. Quando o café da manhã estava terminando, a voz abafada de James
começou a emanar do espelho bidirecional no bolso do uniforme de Sirius.
"O que você acha que ele quer?" Sirius coçou a cabeça quando eles se levantaram da
mesa.
"Oh, acho que você vai gostar." Remus respondeu enigmaticamente. "Vá em frente,
ele parece animado."
"Você sabe o que é, não é?" Sirius olhou para ele com desconfiança.
"Talvez."
"Você não quer que eu te acompanhe até Trato das Criaturas Mágicas?"
"Você estava certo," Sirius sorriu, praticamente saltando no banco quando Remus
chegou, "Eu realmente gostei."
Remus apenas sorriu de volta. Bastava vê-lo feliz; e se amor era algo que você fazia,
esperava que isso fosse o suficiente.
"Por que você está tão feliz?" Marlene perguntou, sentando-se em frente aos meninos.
926
"Oh!" Marlene sorriu brilhantemente, “Excelente! Er ... o que aconteceu com
Gordon?”
“Ah. Bem, de qualquer maneira ", A loira balançou a cabeça," Isso é fantástico, senti
falta de ter você na minha retaguarda. Então, como é que McGonagall deixou? Achei
que você tivesse sido expulso por ter feito algo que ninguém fala sobre...? "
"Ah, sim", acrescentou Mary, mexendo o queijo ralado em sua sopa de alho-poró e
batata, "também me lembro de algo assim, o que você fez?"
Remus franziu a testa ligeiramente. Esta era a primeira vez que isso havia ocorrido a
ele? Remus esteve agonizando com as implicações de um evento do qual Sirius mal
lembrava?! Porém, mesmo assim, ele o resgatou.
"Ha, você não pode esperar que Sirius se lembre de cada façanha estúpida que ele faz
e que o coloca em apuros." Respondeu alegremente.
Durante o resto das aulas da tarde, o instinto de Remus era o de ser evasivo; fugir
rapidamente após sua última aula e ficar na biblioteca até o mais tarde que pudesse,
então ir direto para a cama sem falar.
Mas, sério, ele tentou raciocinar consigo mesmo, essa não seria apenas outra maneira
de punir Sirius? Certamente não demonstraria perdão. Não havia se esquecido da
recente briga deles e como o moreno o chamou de 'exaustivo', o que havia ferido
bastante seus sentimentos, porque sabia que era uma verdade dolorosa.
927
Então. Ele tentaria do jeito de Sirius.
Pudim apareceu na mesa na frente deles. James estava fazendo anotações sobre
mecanismos de teletransportes e continuou pegando os pratos assim que eles
esvaziavam, para ver se voltariam a encher no ar ou pousariam na própria mesa.
"Potter, se você deixar cair uma torta de melado, eu vou te arrebentar..." Lily
ameaçou.
***
Foi fácil para eles fugirem naquela noite, e os dois vagaram em direção à torre de
astronomia, porque as noites estavam agradáveis agora que o inverno finalmente
estava chegando ao fim e não haveria ninguém lá para reclamar por estarem fumando.
"Tem certeza que quer terminar isso?" Remus ergueu uma sobrancelha irônico.
Os dois se acomodaram. Remus enrolou suas vestes para usá-las como almofada, e
eles se sentaram de costas para a parede, bolando seus baseados tranquilamente.
"Estou muito feliz por você." Remus começou, após sua primeira tragada. “Sobre o
quadribol. Você merece isso."
928
"Obrigado," Sirius acenou com a cabeça, parecendo aliviado. “Eu realmente... hum.
Eu perguntei a James, e ele disse que McGonagall perguntou a você primeiro se
estava tudo bem.”
"Ela perguntou." Concordou, mantendo a voz firme. “Obviamente eu disse que estava
tudo bem. Obviamente."
“Claro,” Sirius disse, seriamente, “Eu mereci a minha punição. Eu merecia ser expulso
pelo que fiz. Ser trancado em Azkaban. Eu escapei fácil, e eu sei disso.”
"Eu nunca quis que você sofresse." Remus respondeu. “Eu te odiei por isso - eu não
vou mentir. Mas eu te perdoei, então não posso continuar guardando rancor. Você
cumpriu a sua promessa, como disse que faria. "
Ele se sentia um pouco atordoado enquanto dizia tudo isso. Não era muito, mas ele
sabia que os dois sentiam o peso das palavras. Sirius sempre tentou entendê-lo mais
do que qualquer um.
"Mesmo assim," Black respondeu, colocando uma mão sobre a de Remus, "Se você
ainda está com raiva, tudo bem. Ainda me sinto culpado por isso. Foi a pior coisa que
já fiz.”
“Eu só queria que você soubesse que ainda me sinto responsável. Eu não culpo
ninguém além de mim - nem mesmo Snivellus. Nem mesmo... nem mesmo ela."
929
Ele sentiu a perna de Sirius enrijecer ao lado dele, viu sua mão tremer apenas por um
momento.
"Minha mãe." Ele respondeu baixinho. Sua respiração estava superficial, e o moreno
falou tão baixo que Remus teve que esforçar os ouvidos para entender tudo. “Você se
lembra do que aconteceu naquele Natal? Foi quando fui expulso... ”
Remus acenou com a cabeça. Como poderia esquecer? Fora uma das piores noites de
sua vida, e ele já havia tido muitas delas.
Sirius continuou, olhando para os joelhos, encolhendo-se ainda mais contra a parede
de pedra.
"Ela já havia feito coisas antes - quero dizer, você sabe sobre isso, os cortes e o
silenciamento e daquela vez em que ela fez meu cabelo sumir. Mas - e eu sei que isso
parece estranho - eu nunca pensei que ela faria... aquilo. Ela ameaçava me expulsar o
tempo todo, ameaçava fazer todo tipo de coisa. Mas até o momento que eles
começaram a se aprofundar em Voldemort, eu nunca realmente acreditei nela.”
Ele fez uma pausa, aparentemente para respirar fundo algumas vezes, então continuou
bravamente. “Sempre foi a coisa mais importante, quando eu estava crescendo, a
família. Lealdade à família. Eu sei que eles baniram Andrômeda, mas minha mãe
sabia que eles ainda mantinham contato, ela não tentou impedir. Então pensei - bem,
eles devem estar planejando perdoá-la um dia, traze-la de volta, porque ela era família.
E foi arrogante da minha parte, mas eu realmente nunca pensei que isso fosse
acontecer comigo.”
Ele olhou para Remus timidamente, como se tivesse dito algo idiota e esperasse ser
provocado. Remus não disse nada, apenas agarrou sua mão. Sirius suspirou.
“Mas então aconteceu - e eles já haviam me punido tantas vezes antes que eu pensei
que sabia o que esperar. Mas não naquele dia. Eu nunca tinha ficado tão... tão
assustado. " Seus olhos estavam brilhando agora, e ele estava olhando com raiva para
930
a frente. “Eu odiava, odiava me sentir daquele jeito e tudo que eu conseguia pensar,
deitado na cama dos Potter, era como você ou James teriam se saído melhor, sido mais
corajosos, ou como teriam pensado em uma maneira de revidar. Eu não revidei,
porque... porque eles eram minha família. "
"Sirius ..." Remus tentou soar gentil, mas Sirius balançou a cabeça, enxugando os
olhos rapidamente.
"Não, está tudo bem, não estou dizendo isso para que você sinta pena de mim, não
estou dando desculpas. Não há desculpa. Eu só estou... sei lá, tentando explicar. De
qualquer maneira, isso aconteceu no Natal, e depois eu estava morando na casa dos
Potters, então tudo bem para mim, não estava? Tipo... eu estava seguro e não tinha do
que temer. Mas eu ainda sentia que ela poderia me pegar. Eu tive esses pesadelos,
lembrando da maldição. Desculpe, eu sei que parece estúpido.”
"Ainda sim. Eu senti que tinha que fazer algo e não era como se eu sempre tivesse as
melhores ideias. Você sabe como eu era – todo arrogante, agindo como um idiota. Eu
e James, nós dois costumávamos incitar um ao outro, não é? E Snape era tão fácil de
incomodar, porque ele já é tão asqueroso e desagradável. Godric, tão desagradável.
Ele tentou atacar Mary, e então ele e Reg tentaram machucar você também, lembra? E
ele simplesmente continuava, não importava o que fizéssemos. E eu só... não é como
se Snape fosse a minha mãe ou algo assim - acho que há pelo menos seis graus de
maldade entre eles - mas ele me fez sentir do jeito que ela me fazia sentir. Como se eu
não conseguisse controlar. Eu só queria deixá-lo com medo, fazê-lo sentir isso
também, para que talvez ele parasse. Isso não é uma desculpa e eu sinto muito,
Moony. "
Remus não largou a mão de Sirius. Algo estranho estava acontecendo dentro dele.
Algo que raramente sentia fora da lua cheia. Um desejo feroz e irresistível de proteger
o garoto sentado ao seu lado. Um desejo de ter certeza de que ele nunca mais sentiria
931
medo de novo. Ele puxou Sirius para si, pegando seu baseado e pressionando seus
lábios juntos.
Sirius não falou nada, apenas o olhou, grato e feliz, e Remus pensou que se pudesse
engarrafar aquele olhar, ele nunca mais teria problema em produzir um patrono
novamente. "E você pode culpar sua mãe por isso, se quiser." Disse, se afastando, "Ela
certamente parece uma vagabunda."
“Quem está aqui?!” Mary dobrou a esquina na ponta dos pés. "Oh." Ela suspirou ao
vê-los. "Eu esperava que fossem Marlene e Yaz, estou tentando pegá-las há muito
tempo para finalmente acabar com essa brincadeira de se esconder."
"Ohhh, é isso que eu acho que é?" Mary viu o baseado na mão de Remus, "Egoístas!"
***
“Moony! Onde você foi? Eles vão fazer o seu bolo antes que James realmente fique
bêbado...” Sirius gritou escada acima.
Remus sorriu para si mesmo, embriagado. James já estava bêbado demais a essa
altura, se perguntassem a ele. Potter estava pulando em toda a mobília da sala comunal
ao som de "Jean Genie" a meia hora já.
932
"Sim, só mais um segundo!" Remus gritou de volta.
Ele estava procurando algo para usar como um vaso e finalmente decidiu transfigurar
uma velha bota Wellington que deve ter sido de Peter no primeiro ano. “Aguamente,”
ele murmurou, sua varinha fez um movimento um pouco desleixado por causa da
cidra. Ele havia pensado que cidra seria uma escolha mais inteligente do que uísque,
mas parecia tê-lo tornado mais estúpido do que o normal.
Ele mergulhou o buquê de tulipas no vaso que parecia muito borrachento e sorriu para
si mesmo.
"O que você está fazendo?" Sirius entrou. Ele também estava bêbado. O moreno usava
um chapéu lilás de aba larga que havia conseguido em algum lugar e o estava usando
em um ângulo elegante. "Flores?" Ele parecia confuso.
"São para Hope," Ele colocou a língua para fora. "Vou vê-la amanhã, lembra?"
"Oh sim!" Sirius sorriu de novo, olhos praticamente violetas sob a sombra de seu
chapéu roxo ridiculamente lisonjeiro. "Ansioso?"
933
"Sabe de uma coisa, eu meio que estou? Pelo menos eu não quero vomitar, como da
última vez.”
“A small Jean Genie snuck off to the city, strung out on lasers and slash-back blazers,
ate all your razors while pulling the waiters…”
"James realmente gosta dessa música, hein?" Remus sorriu, as mãos nos bolsos,
gostando de ficar longe de tudo um pouco.
“Depois de anos de tentativas, Bowie finalmente conseguiu entrar nele.” Sirius voltou,
dando alguns passos tímidos em direção a Remus, encostando-se na cabeceira da
cama daquele jeito devastadoramente casual. "Você está gostando da sua festa?" Ele
inclinou a cabeça para baixo enquanto perguntava, os olhos grandes e sedutores como
os de uma garota.
"Ah é?"
Remus apenas deu de ombros, os olhos fixos na maneira como Sirius movimentava os
quadris inconscientemente para frente e para trás no ritmo do baixo que reverberava
nas tábuas do piso. Quando saíssem da escola, Remus compraria para ele cem pares de
jeans preto, e isso seria tudo o que permitiria que ele vestisse.
934
"Você já me deu um presente!" Remus protestou. Havia ganhado suprimento de sapos
de chocolate para anos inteiros - embora tivesse certeza de que poderia acabar com
eles assim que os exames terminassem.
"Eu tenho permissão para te dar mais de uma coisa." Black disse, petulantemente.
Black o entregou a Remus, que sentiu o cheiro de ouro maciço. Era uma caixa
retangular, apenas maior que a palma da mão. Possuía o mesmo desenho de videira
frondosa de seu relógio de bolso de ouro, e parecia bom e pesado em sua mão. Ele a
abriu para encontrar uma fileira de dezoito cigarros bem enrolados aninhados dentro.
A tampa interna também tinha um desenho, delicadamente gravado para que as linhas
finamente talhadas brilhassem quando refletissem a luz. Era um céu noturno
cintilante, com uma grande lua celestial em um canto e Canis Major destacado em
incrustações de madrepérola.
"Para que você possa se livrar daquela caixa de fósforos velha e nojenta."
"Obrigado... é lindo."
"Ei, vocês dois, se apressem ou Wormtail vai comer o bolo!" James gritou escada
acima, ignorando as tentativas de Lily de calá-lo.
Remus e Sirius sorriram um para o outro e desceram, de mãos dadas até o último
degrau.
935
como águas-vivas inchadas esquisitas, as armaduras ocasionalmente soltavam fogos
de artifício sem chamas, e havia pessoas em cada extensão de carpete e garrafas em
cada superfície.
“Jean Genie! Lives on his back! Jean Genie! Loves chimney stacks! He’s outrageous,
he screams and he bawls… ”
A maioria dos convidados agora estava pulando pela sala com toda a graça e
dignidade de crianças em pula-pula, liderados por James, Peter, Lily e Mary, que
estavam pulando com mais vigor. James parou ao ver Remus e ergueu os braços
comemorando.
"Moonyyyyy!"
“Minhas duas coisas favoritas,” ele riu, ignorando a cotovelada de Sirius nas costelas.
Ele apagou as velas e cortou o bolo, fazendo o mesmo pedido nas duas vezes. Depois
disso, James começou a liderar todos em uma série de brindes; cada um mais
complicado e elaborado do que o anterior, encorajado por Sirius e Peter. O que
significou pelo menos mais dois litros de cidra e cerveja da bruxa de Mary quando ele
acabou.
936
o rosto vermelho e sorrindo - e Remus nem se importou quando Lily e James
apontaram e riram dele quando a última faixa começou a tocar e todos gritaram com
toda a força de seus pulmões.
Yeah! You're a star fucker, star fucker, star fucker, star fucker, star!
Yeah, a star fucker, star fucker, star fucker, star fucker, star!
937
Capítulo 142: Sétimo Ano: Visita ao
Hospital
Eles se viram mais cinco vezes na primavera de 1978, e Remus marcaria cada um
desses encontros com as flores que trouxera para ela, com as conversas que tiveram
também, é claro - mas as flores pareciam fixar tudo; colorindo cada sessão com sua
própria personalidade.
Tulipas presidiram o segundo encontro. Elas eram laranja, rosa e amarelo, com caules
robustos e verde escuro e pétalas de veludo suntuosas. Uma flor muito generosa,
Remus pensou.
Ela estava pronta para ele, desta vez; havia lavado e penteado o cabelo, que brilhava
em um loiro platinado ensolarado contra os cobertores rosa do hospital. Havia
colocado um pouco de maquiagem também, embora Remus se sentisse mal por
perceber isso, porque sentia que não deveria se importar com a aparência dela.
“Pedi à minha irmã para desenterrar algumas fotos,” disse Hope ansiosamente,
batendo em um envelope de papel pardo ao lado da cama, enquanto Remus colocava o
estranho vaso que havia transfigurado enquanto estava bêbado.
“Do que são as fotos?” Perguntou com cautela, puxando uma cadeira para o lado
dela. Ele não queria ser pego de surpresa por nada muito doloroso.
"Algumas são suas, quando bebê", ela sorriu com lábios cor de coral brilhantes,
"Algumas de mim e de seu pai."
938
"Lyall." Remus disse, rapidamente.
Hope sempre fazia o possível e o impossível para impedir Remus de sentir, até
mesmo, o menor desconforto; isso esteve claro desde o início. Ele achava isso
perturbador; muito poucas pessoas haviam se importado com seus sentimentos tão
intensamente antes.
“Você não tem que olhar. Podemos fazer isso em outro momento.” Disse Hope, com
um tremor de medo na voz. Ele não queria assustá-la. Queria dizer a ela para não se
preocupar; que ele não iria fugir ou desaparecer para sempre; que queria estar lá e
queria conhecê-la. Mas isso era demais, então apenas abriu o pacote e sorriu.
Felizmente, não haviam muitas - mas ele ficou surpreso ao descobrir que mais da
metade das fotos eram mágicas, e as imagens se moviam em suas mãos como rolos de
filme.
"Quantos anos ele tinha nesta aqui?" Remus ergueu uma foto de seus pais, no quintal
de alguém. Lyall estava usando um terno trouxa e os dois estavam com os olhos
semicerrados por causa da luz do sol, mas sorrindo. Ele estava com o braço em volta
da cintura de Hope.
"Oh, acho que só nos conhecemos algumas semanas antes de a foto ser tirada", disse
Hope, pegando-a para olhar mais de perto, "Ele teria... trinta anos, eu acho?"
939
Remus olhou novamente. Ele sabia que era parecido com Lyall, havia ouvido isso
algumas vezes e, até certo ponto, concordava. Ambos eram desengonçados, altos,
magros e com má postura. Porém, Lyall parecia mais à vontade do que Remus jamais
se sentira em seu corpo comprido; seus movimentos na fotografia eram confiantes e
seguros.
Ela o deixou levar as fotos de volta à escola, e ele as mostrou aos amigos. Durante
seus sete anos em Hogwarts, ele viu muitas fotos de família. Peter e James mantinham
as fotos em porta-retratos ao lado da cama, ou então pregadas nas paredes sobre os
armários. Lily tinha um álbum que folheava quando estava com saudades de casa, e
Mary possuía uma caixa de sapatos cheia de fotos tiradas durante férias, natais,
cartões postais e fotos de seus primos na Jamaica. Então foi uma experiência
surpreendentemente boa, Remus pensou, ser capaz de compartilhar sua própria
coleção modesta.
"São eles", disse timidamente, enquanto se sentavam ao redor da lareira, "Eles são
meus pais."
"Remus, você se parece com o seu pai!" Lily disse, querendo ser gentil.
"Ahhh!" James pegou outra foto, acenando para todos, "Olhem para o bebezinho
Moony!"
Era bobo, Remus sabia, mas até sentiu o início do orgulho por compartilhar sua
família assim. Era prova de que um dia já havia sido normal, assim como seus
amigos. Esse é quem eu sou. É de onde eu vim.
Uma tarde, ele até voltou ao corredor da corvinal para ver o troféu de duelo com o
nome de Lyall nele. Era o mesmo de sempre, mas não lhe dava mais aquela misteriosa
dor como no segundo ano.
940
"Oh, 'Lupin'!" Christopher disse surpreso, olhando para dentro da caixa para ver o
troféu “É o seu pai? Legal!"
"Obrigado," Remus colocou as mãos nos bolsos, de repente tímido. Marlene tocou seu
ombro de maneira amigável e reconfortante. Ele sorriu para ela, agradecido. "Eu
conheci minha mãe recentemente," explicou a Christopher, "E isso me fez pensar."
“Você conheceu sua mãe? Achei que seus pais estivessem mortos.” Christopher coçou
a cabeça. Honestamente, se não fosse sobre algo que estivesse escrito em um livro, ele
poderia ser incrivelmente estúpido sobre algumas coisas.
"Então, se sua mãe está bem, por que você morava em um abrigo?"
***
"Como ele era?" Remus perguntou a Hope, na próxima vez que a viu. Desta vez, levou
um vaso de gerânios vermelho vivo e berrante, com lindas folhas largas como leques
chineses.
"Lyall?" Ela perguntou.
941
“Ele era o homem mais inteligente que já conheci.” Hope respondeu
decisivamente. “Nunca entendi metade das coisas que ele dizia, mas adorava ouvir - e
ele adorava falar.”
“Oh, ele era arrogante, sim! Ele também sabia disso. Sempre tinha que estar certo,
sempre tinha que dar a última palavra. Nós brigávamos como um cão e um gato por
causa disso, às vezes.” Ela viu o olhar de desânimo dele e se apressou em esclarecer,
“Eu o amava por isso, no entanto. Eu amava quanta certeza ele tinha, quanta
confiança. Ele nunca me decepcionou.”
Ela contou a ele como eles se conheceram, como se fosse um conto de fadas.
“Certa tarde, eu estava voltando do trabalho para casa. Naquela época, eu era
operadora de uma central telefônica. Peguei um atalho, o mesmo de sempre, no
principal ponto de ônibus da cidade, por um trecho de um bosque. Então, do nada,
esse homem veio e me atacou - um vagabundo, pensei, ou um prisioneiro
fugitivo. Gritei e foi Lyall quem me salvou. Bem, eu o amei no momento em que ele
me segurou em seus braços, ele era um herói. Claro, ele me disse mais tarde que tinha
sido apenas um bicho-papão, mas ainda assim era muito corajoso, não era?"
“Eu conheci algumas pessoas que o conheciam”, disse ele, “eles me disseram que ele
tinha um temperamento ruim”.
"O que? Não." Ela franziu a testa, “Ele ficava irritado às vezes, mas todos nós ficamos
também, não? Mas ele sempre foi bom e sempre gentil conosco. Ele odiava violência.”
942
"Certo." Remus acenou com a cabeça. Ele nunca soube o que pensar sobre Lyall. Nada
sobre ele parecia real, porque nada que aprendesse poderia apagar o que ele havia
feito.
“Não me importo sobre o que seja, só gosto da sua voz”, ela sorria sob as pálpebras
pesadas. Ele gostava daqueles tempos, neles, Remus realmente sentia que eles
pertenciam um ao outro.
"Você já perguntou a ela por quê?" Sirius perguntou a ele uma noite, quando voltou de
um dia no hospital.
Remus franziu a testa. Ele apoiou a cabeça no braço do sofá e olhou para o teto.
943
"Eu gostaria de saber." Sirius respondeu, brincando com os cadarços das botas de
Remus.
Na verdade, ele estava apavorado. Queria muito saber exatamente o que Hope vinha
fazendo consigo mesma por treze anos, mas sabia que nenhuma resposta o
satisfaria. As outras crianças mencionadas pela enfermeira em sua primeira visita
nunca foram mencionadas e ela não usava aliança. Não haviam outras fotos ao redor
de sua cama de hospital e nenhum sinal de que alguém a estivesse visitando.
E Remus era egoísta. Ele gostava de ter Hope só para ele. Gostava de fingir que não
havia mais ninguém no mundo. Era a única maneira de eles se comunicarem por
enquanto, decidiu. A única maneira era bloquear todo o barulho de outras pessoas, e
apenas serem eles mesmos juntos.
“Revisão de história.” Ele explicou, fechando-o com cuidado agora que ela estava
acordada. "Meus exames finais estão chegando."
944
“Assim como seu pai,” ela sorriu, fechando os olhos. Naquele dia, seu rosto estava
muito pálido e ele não tentou corrigi-la, ela estava obviamente exausta. "Talvez você
salve uma garota bonita de um bicho papão, um dia." Ela riu baixinho.
"É, talvez." Respondeu. Então, porque ele se sentiu mal por mentir, adicionou "Eu
gosto de Transfiguração também, mas meu amigo Sirius é o melhor da classe - ele
pode se transformar em um cachorro e tudo mais."
Ela sorriu.
"Vejo você na próxima semana?" Ela apertou a mão dele com uma força
surpreendente.
"Não, desculpe", ele balançou a cabeça, "Eu... próxima sexta-feira é lua cheia, então
não poderei viajar no sábado."
“Lua cheia...” ela murmurou, levando alguns segundos para entender. Quando a névoa
se dissipou, ela teve um olhar agudo de pânico que Remus não suportou.
“Mas talvez eu possa vir no domingo. Eu verei." Ele se abaixou e beijou sua bochecha,
muito levemente. Ela começou a chorar e ele teve que ir embora. Estava no meio da
enfermaria quando a ouviu murmurar, muito baixinho.
945
"Maldito seja, Lyall Lupin, seu bastardo."
946
Capítulo 143: Sétimo ano: Colapso
03:00 AM
Remus rolou novamente. Ele não conseguia dormir. Ficava com muito calor com o
edredom e com muito frio sem ele. Suas pernas se enroscavam nos lençóis, seu
travesseiro tinha caroços e em algum lugar da torre da Grifinória uma torneira
pingava, o que o estava deixando louco. Além disso, simplesmente não se sentia
cansado.
"Mmmrgh."
947
"Desculpe."
Ele saiu da cama. Não adiantava fazer o outro permanecer acordado também.
Do lado de fora das cortinas da cama, na escuridão da manhã do quarto, Remus ficou
parado na janela por um tempo. Era uma noite clara e a lua estava quase cheia. Falta
apenas um pedacinho. Ele se perguntou se já havia visto uma lua cheia com seus
próprios olhos humanos. Talvez fora muito jovem para se lembrar.
A floresta sob a lua estava negra com as sombras, e parecia inacreditável para Remus
que em apenas algumas horas ele e seus amigos estariam correndo por entre aquelas
árvores escuras e misteriosas como se fosse seu playground pessoal. Agora, parecia
assustador; um grande buraco negro que poderia engoli-lo por inteiro.
Remus olhou para sua própria cama vazia sem entusiasmo. As cortinas não eram
fechadas há semanas, porque ele nunca dormia lá, apenas usava para fazer o dever de
casa. Como consequência, estava coberta de livros, penas quebradas, embalagens de
chocolate, bolas de papel amassadas. Mesmo que estivesse arrumada, os lençóis
pareciam de alguma forma frios e pouco convidativos ao luar. Teria suspirado de
novo, mas não queria fazer mais barulho.
Haviam alguns biscoitos na sala comunal. Uma lata de garibaldi da Sra. Potter. Se
pegasse seu livro e cigarros, poderia passar algumas horas agradáveis antes de
finalmente adormecer ou chegar a hora do café da manhã. Seu estômago roncou, e
essa foi a decisão tomada. Ele calçou um par de meias grossas (na verdade, eram de
Peter, mas ele nunca se importou muito em emprestar coisas), pegou sua varinha, seu
livro e desceu para a sala comunal, tomando cuidado e pulando por cima do degrau
barulhento da escada.
948
Enquanto Remus abria a porta da sala comunal, percebeu - tarde demais - que não
estava sozinho. A lareira estava acesa e as lâmpadas ao redor dos sofás brilhavam
calorosamente. Uma figura estava enrolada no maior sofá de veludo vermelho, envolta
em um grosso cobertor marrom, com apenas uma longa trança preta saindo do topo.
Na poltrona, segurando uma caneca oval quente e olhando fixamente para o fogo,
estava Marlene. Ela ergueu os olhos quando ele entrou, e Remus não teve escolha a
não ser sorrir afavelmente e se aproximar dela.
Enquanto se aproximava, ele podia ver que seus olhos estavam escuros e pesados,
suas bochechas vermelhas e manchadas de lágrimas.
"Oi."
"Você está bem?" Se prostrou, perto o suficiente. Ele não queria saber a resposta. Se
arrependeu de tudo e desejou com cada fibra de seu ser estar de volta na cama com
Sirius, levando um chute na canela toda vez que se movia.
Marlene balançou a cabeça tristemente, olhando para o fogo, seus olhos se enchendo
de lágrimas. Era uma visão familiar, nos dias de hoje, e não apenas Marlene. Más
notícias eram tão comuns. Membros da família no hospital, mortos ou - pior do que
ambos - desaparecidos.
"Eu disse que ele poderia entrar em contato pela lareira se quisesse conversar esta
noite." Ela sussurrou, sua voz rouca como a de uma velha. “Danny. É lua cheia
amanhã. Bem, esta noite, eu suponho. " A menina olhou de relance para o relógio.
949
“Tem que ser esta noite, você vê. Ele vai para o ministério amanhã e eles vão trancá-lo
nas celas de lá. Eu queria ir para casa por isso, mas ele diz que não há nada que eu
possa fazer.”
"Suponho que não." O estômago de Remus se apertou com tanta força que ele queria
se dobrar. Já estava tão nervoso e agitado. "Ele vai ficar bem..." tentou, esperando que
soasse gentil.
"Ele vai sobreviver." Ela disse, amargamente. “Mas eu não acho que ele vai ficar bem.
Isso tira um pouco de você, todas às vezes. Eu os vi, no St Mungo's. E... ele me
contou. Como se sente."
"Por que?!"
"Eu perguntei." Ela encolheu os ombros. “Madame Pomfrey disse que eu tenho uma
mente curiosa, é por isso que serei uma boa curadora. Queria saber para poder ajudar.
Mas ele estava tão deprimido depois do mês passado, tão fraco.”
"Não parece o suficiente." Ela suspirou pesadamente e seu foco pareceu retornar um
pouco. A menina o olhou diretamente, pela primeira vez “Desculpe, amor, está tudo
bem com você? O que você está fazendo acordado?"
"Oh, simplesmente não conseguia dormir." Ele levantou seu livro para demonstrar.
"Nem eu. Eu sabia que Danny provavelmente não tentaria entrar em contato, mas não
poderia ir para a cama, caso ele precisasse. Pobre Yaz, tentou de verdade ficar
acordada”, ela lançou um olhar afetuoso para a garota que dormia no sofá. "Ela é boa
demais para mim."
950
"Pessoalmente, não acho que ninguém seja bom o suficiente para você." Remus disse -
embora não fosse ele falando, não realmente - eram palavras de Sirius. Percebeu que
se parecia mais e mais com Black a cada dia, e descobriu que não se importava. De
qualquer forma, isso fez Marlene sorrir novamente.
"Menino adorável." Ela disse, suavemente. “Sente-se, hm? Você está me deixando
nervosa pairando assim. "
“Opa”, a menina se inclinou para pegá-la, “eu ia tentar escrever uma carta para ele.
Mas não sei o que dizer.” Ela puxou o pergaminho em branco da lateral da almofada
da poltrona.
“É realmente uma cela o luga em que o colocam? No ministério? " Perguntou, incapaz
de conter sua curiosidade. Ela se levantou para se esticar mais e concordou com a
cabeça.
"Sim. Mamãe me disse. Ele não quis me contar sobre isso - o que significa que deve
ser ruim. Mamãe disse que é melhor eu não saber muito... "
"Mmm." Remus ficou de boca fechada, sem confiar em si mesmo. Marlene inclinou a
cabeça com simpatia.
"Eu sinto muito, Remus, eu nem pensei. Eu me sinto péssima reclamando disso
levando em conta a sua situação."
"O que?!" Ele olhou para ela, seu coração batendo forte.
951
“Com sua mãe no hospital,” Marlene respondeu, bocejando, colocando a pena e o
pergaminho na mesinha de centro entre eles. "Não me admira que você também não
consiga dormir."
“Ah, sim ...” Ele se esforçou para se acalmar. "Sim. Está tudo bem, eu entendo. ”
“Posso sentar com você um pouco? Você pode ler seu livro, eu não vou incomodar.”
Ela perguntou, mordendo o lábio. “Eu só não quero ser a única acordada.”
"Sim claro."
Para sua surpresa, ela não se sentou novamente, mas veio se juntar a ele no sofá.
Marlene se acomodou, ficando confortável, puxando o cobertor até o queixo. Ele
fingiu fazer o mesmo, abrindo o livro e apoiando-se casualmente no braço da poltrona.
"Oh Remus," ela bocejou novamente, sua voz grossa, "Que fascinante." A menina
relaxou um pouco e pousou a mão no joelho dele. Ele deu um aperto rápido para
conforto.
"Você me conhece", disse ele suavemente, juntando-se ao sarcasmo dela, "Eu vivo
perigosamente."
Marlene deu uma risada baixa, fechando os olhos. Ele leu enquanto sentia o batimento
cardíaco dela se estabilizar, sua respiração regular, e, em apenas alguns minutos, ela
estava profundamente adormecida, um peso morto enrolado contra ele. Ele não se
importou. Na verdade, era muito bom.
Remus parou de ler depois que Marlene adormeceu. Ele gentilmente fechou seu livro
e apenas ficou pensando por um tempo. Podia sentir o cheiro salgado das lágrimas
secando na pele dela e a ansiedade em seu sangue. Não conseguia tirar Danny da
952
cabeça, em uma cela no Ministério da Magia - provavelmente subterrânea,
provavelmente vazia, escura e fria...
Se o que Marlene disse era verdade, então seu irmão não tinha mais ninguém para
perguntar sobre isso. Ninguém para dizer a ele que se você tentasse lutar contra a
transformação, se você tentasse se afastar isso, apenas doeria mais. Ninguém para
dizer que a essência de murtlap era melhor para os cortes iniciais, mas se você usasse
também antisséptico trouxa, a pele se curaria de forma mais limpa. E havia coisas que
Remus não tinha certeza se alguém sabia - sobre o cheiro de magia, ou como você
poderia extrair dele. Como isso o tornava mais forte, contanto que você pudesse
canalizar direito. Como ser um lobisomem significava muitas coisas, e nem todas
eram horríveis.
***
953
I'm gonna breakdown, yeah, uh-huh
17:30
"Você não tem que me levar," Remus retrucou irritado, "Eu sei onde fica a ala
hospitalar."
"Nem você."
"Isso é porque eu não quero vomitar em mim mesmo quando a agonia paralisante
chegar." Murmurou sombriamente.
Sirius olhou para os amigos deles, que encaravam com firmeza seus pratos vazios.
Remus enfiou as mãos nos bolsos das vestes e saiu rapidamente do Salão Principal,
forçando Sirius a correr um pouco para acompanhá-lo. "Ei!" O moreno correu atrás
dele.
Não diminuiu a velocidade até que estivessem na metade do caminho para a ala
hospitalar.
“Estou sempre de mau humor.” Remus resmungou. "Você deveria parar de fumar,
como vamos vencer a Sonserina se você está tão sem fôlego que não consegue me
acompanhar?"
954
"Você pode falar," Sirius se endireitou. "Esta é a primeira vez que eu vejo você sem
um cigarro na boca há semanas. De qualquer maneira. O que há de errado?"
“Ok, ok,” Black agarrou o braço dele para atrasá-lo, “Você não está dormindo e não
pôde jantar, embora tivesse pudim e shortbread de caramelo, que é o seu favorito ...
Justo, eu também estaria rabugento.”
“Sensível, então.”
"Vai se foder." Remus praticamente rosnou. "Me deixe em paz se você vai ficar
agindo como um idiota."
Eles estavam quase chegando à ala hospitalar agora, e todos estavam jantando, então o
corredor estava vazio - o que era uma sorte, porque Remus não verificou antes de
perder a cabeça completamente.
“Fazer você entender?!” Ele gritou “Puta que pariu, ok, vá em frente então. Entenda
que estou escalando porras de paredes de preocupação e estresse e ... são os NIEMs e
a merda da lua e a porra da minha mãe chorando porque não posso vê-la amanhã
porque a porra do meu pai não conseguiu controlar a porra do seu temperamento e
agora estou... e Marlene chorando por causa do irmão, o que nem foi culpa minha,
mas parece que sim, e a escola está quase acabando, e há uma guerra, e uma partida de
quadribol e uma grande pegadinha, e meu quadril dói, e estou cansado, e queria muito,
muito mesmo comer pudim!”
955
Ele se sentiu um tolo depois que acabou, mas um pouco melhor também. Como se
houvesse um balão inflando em seu peito todo esse tempo e finalmente tivesse
estourado, dando-lhe espaço para respirar novamente. Ele ficou lá, olhando para
Sirius, esperando por uma reação.
" Minha nossa." O retrato em frente a eles disse. Era uma bruxa de aparência muito
severa, sentada em uma cadeira de madeira de encosto alto. “Nunca ouvi uma
linguagem tão nojenta.”
"Ah, vai a merda sua velha idiota." Sirius retorquiu em uma imitação muito boa de
Remus. Então, o olhou para novamente, e seu rosto se abriu em um sorriso, “Você
quer se sentar um pouco? Acho que você nunca disse tantas coisas de uma só vez. "
"Desculpe."
"Pelo que? Vamos, Madame Pomfrey vai ter um treco se demorarmos...” Eles
continuaram o caminho, o ar estava limpo e nada parecia tão sombrio. Ainda assim,
Remus odiava que Sirius tivesse que ir sabendo que, da próxima vez que se
encontrassem, nenhum dos dois seriam eles mesmos.
"Então, do jeito que eu vejo," Black continuou, ainda alegre, depois de tudo aquilo "Se
eu correr de volta para o salão o mais rápido que puder, posso pegar o último pedaço
de shortbread de caramelo e embrulhar para você, para o café da manhã. Posso fazer
mais alguma coisa para ajudar?”
"Yep."
"Qualquer coisa."
956
"Er ... você poderia postar isso para mim?" Remus entregou a ele um envelope
lacrado. Sirius pegou, olhando para baixo com a testa franzida.
"Tem certeza?"
"Obrigada."
***
Breakdown, yeah
957
A transformação não foi tão ruim quanto esperava - talvez porque nada podia ser tão
ruim quando você realmente espera o pior. E a própria noite fora maravilhosa; ele
correu, correu e correu, até que Prongs e Wormtail se perderam, quilômetros atrás
deles, e então eram apenas o lobo e o cachorro, mordendo e provocando um ao outro
de brincadeira.
O barulho dela discutindo com Madame Pomfrey acordou Remus. Ele despertou de
repente, o coração batendo mais rápido ao som de vozes elevadas. A primeira coisa
que viu foi Sirius, dormindo profundamente na cadeira ao lado, os braços cruzados
sobre o peito, a cabeça pendurada, os pés apoiados na beira da cama do hospital.
Havia um prato com pelo menos vinte shortbread de caramelo na mesa de cabeceira.
Os olhos de Sirius se abriram alguns segundos depois de Remus e ele piscou surpreso,
franzindo a testa.
“É a McKinnon?!”
958
“REMUS?! REMUS LUPIN!”
"Estou aqui, Marlene," Remus começou a se levantar da cama, pronto para enfrentar o
inevitável. Se tudo tivesse acabado, ele ainda sim teria sobrevivido por sete anos.
Ainda tinha permissão legal para fazer magia, mesmo que fosse exposto. "Está tudo
bem, Madame Pomfrey," ele chamou, enquanto Marlene caminhava com estrépito
pela enfermaria, puxando a cortina que o escondia.
"É verdade?!" Seu cabelo voou sobre seu rosto enquanto ela entrava, seus olhos
arregalados e selvagens.
Ela o encarou, e Remus soube que ela o estava vendo de verdade, pela primeira vez, o
analisando. Uma curandeira nata, Marlene olhou para a cama, e para Sirius e para suas
cicatrizes e sua estrutura danificada, e ele sabia que ela estava se lembrando de cada
vez que esteve cansado, faltou uma aula ou adquiriu um novo arranhão. A luz da
verdade iluminou seus olhos e ela começou a chorar. "Seu bastardo de merda."
959
Capítulo 144: Sétimo ano: Escolhas
"Está tudo bem," disse Remus - sem saber com quem estava falando; Sirius, que
saltou para o modo de defesa, ou Marlene, soluçando, com o rosto vermelho e
zangado.
960
"E você!" Marlene se virou para ela, “Você disse que não sabia de nada sobre isso!
Você disse que nunca tinha trabalhado com um antes! "
"Não a culpe, Marlene, por favor ..." Remus disse, sentando-se na cama novamente,
sentindo-se um pouco tonto, "Ela só estava tentando me proteger!"
"Desgraçado!"
Ela jogou um pedaço de pergaminho na cama. Era uma carta dobrada e um pouco
amassada de tanto ter sido mexida. Remus a alcançou com as mãos trêmulas. Marlene
ficou lá, com o rosto impassível, esperando que lesse.
Ele a desdobrou, olhou para baixo e tentou o seu melhor. Na maior parte do tempo,
não tinha problemas para ler. Porém, ainda estava muito cansado e tão nervoso que, de
repente, se sentiu com onze anos de novo, as letras pareciam se mover e mudar
conforme ele tentava entendê-las.
"Desculpe," balançou a cabeça, "Desculpe, estou com dor de cabeça, o que ... er ...?"
Sirius pegou dele e, ao fazê-lo, colocou-se visivelmente entre Remus e Marlene. Ele
pigarreou, franzindo um pouco a testa.
"Por favor, apenas me diga o que está escrito" Remus balançou a cabeça, inclinando-
se para frente e segurando a testa nas mãos. Ele realmente estava ficando com dor de
cabeça. Marlene estava batendo o pé impacientemente, e Madame Pomfrey ainda
estava pairando ao redor deles, obviamente sem saber se deveria ou não interferir com
toda essa situação.
961
Sirius examinou a página, estando muito mais confortável com toda a atenção.
"Bem, esse é o ponto principal..." Sirius respondeu, ainda lendo, "... Ele recebeu uma
carta quando chegou em casa esta manhã de um dos amigos de Marlene, que 'afirma
ser um lobisomem’. Continha muitos conselhos úteis e ele gostaria de conhecê-lo. Ele
diz que não vai contar a ninguém, e ele não tem ideia de quem você é, de qualquer
maneira. "
"Mas eu sim." Marlene disse. Ela havia parado de chorar agora, e sua voz estava um
pouco mais calma, mas Remus podia sentir o calor da emoção irradiando dela.
"Sim." Ele acenou com a cabeça, seu pescoço rígido, "Eu sabia que você entenderia."
"E você mandou a carta mesmo assim?" Ela vacilou por um momento.
Houve uma longa pausa. Remus gostaria de se deitar, mas sentiu que não seria
adequado.
“Dumbledore sabe? E McGonagall? ” Marlene falava muito mais baixo agora, como
se mal pudesse acreditar.
"Sim."
"Não." Sirius disse, com as mãos nos quadris, "Está tudo perfeitamente seguro, desde
o primeiro ano, não é, Poppy? Remus nunca faria mal a ninguém. "
"Remus não faria." Marlene encontrou seus olhos, "Mas o lobo poderia."
962
"Nunca aconteceu nada, nunca." Remus sentiu a necessidade de confirmar. “Fizemos
todo o possível.”
“E você ... você só queria ajudar Danny? Você não estava tentando ... eu não sei,
colocá-lo daquele lado?"
“De que lado você está falando, McKinnon?!” Sirius deu um passo à frente,
ameaçador, "Moony está do nosso lado. Ele é seu amigo. "
"Eu pensei que ele era." A menina respondeu. Ela não tinha medo de Sirius. Marlene
poderia vencê-lo no campo de quadribol qualquer dia, e Madame Pomfrey estava bem
ali.
"Eu tive que manter isso em segredo, Marlene," Remus implorou, a tensão se tornando
muito insuportável, "Eu tive que manter em segredo, caso contrário, eu nunca poderia
ter vindo para Hogwarts. Você sabe como é quando há algo... diferente em você. Você
sabe como as pessoas são.”
Ele encontrou os olhos dela ao dizer isso, e a viu ficar fria de medo quando percebeu
exatamente a que ele estava se referindo.
"Não, eu não quis dizer ..." Ele ergueu as mãos, mas era tarde demais.
“Fique longe da minha família!” Ela retrucou, antes de girar em seus calcanhares e
sair furiosamente, da mesma forma que havia chegado.
Remus exalou. Ele realmente não se sentia com medo, embora não tivesse ideia do
que Marlene planejava fazer a seguir. Se perguntou vagamente se poderia fazer seus
exames de NIEMs por correspondência - ou se os Potter o deixariam ficar na casa
963
deles sem que James ou Sirius estivessem lá. Porém, sua cabeça estava muito confusa
para fazer um plano adequado, e ele pensou que preferia apenas dormir um pouco
enquanto podia.
"Eu acho," Remus respondeu sonolento, fechando os olhos, "Seria melhor conversar
com Marlene, assim que ela se acalmar. Ela respeita sua opinião. Não a coloque em
apuros, ela não fez nada de errado.”
Madame Pomfrey deu a ele um olhar muito suave, então se aproximou para alisar um
pouco seus lençóis, tocando sua mão suavemente antes de sair.
“Não fez nada de errado.” Sirius murmurou, arrastando os pés contra o piso de laje.
"Ela está sendo uma vaca preconceituosa."
"Não é um ponto de vista incomum," Suspirou, "É melhor me acostumar com isso
algum dia."
“Eu deveria ir e -”
"Ela vai falar com seus amigos, primeiro." Remus disse com firmeza. “Lily e Mary.
Eu preferia que ela conversasse com as duas. Elas são as melhores pessoas para esta
situação.” Ele bocejou.
"Puta merda, Moony." Sirius balançou a cabeça. “Como você pode estar tão calmo?!”
964
"Estou exausto." Remus respondeu. E foi a última coisa que ele disse por horas.
***
A questão era, de qualquer maneira, Remus não conseguia ver muito futuro para si em
Hogwarts. Obviamente estava grato por tudo que Dumbledore, McGonagall e
Madame Pomfrey fizeram por ele. Ele amou cada uma de suas matérias (exceto
Poções, talvez) e, acima de tudo, possuía um grupo de amigos que eram mais queridos
do que qualquer família seria. Porém, as coisas boas continuariam sendo boas, mesmo
se tivesse que partir.
Talvez fosse ter mais tempo para ficar com Hope. Mais tempo para se dedicar a
vencer essa guerra terrível. Remus não estava mais aprendendo nada na escola que já
não tivesse aprendido nos livros. Ele ansiava por experiência prática, queria ser
verdadeiramente testado. Você não precisava de NIEMs para isso, apenas uma
biblioteca bem abastecida e coragem suficiente. Agora, ele tinha tudo que precisava
para fazer o que queria fazer quase toda a sua vida.
Se Marlene o fizesse ser expulso da escola, então Remus estaria finalmente livre para
procurar Greyback.
A ideia estava ali desde que soubera o nome do lobisomem e, naquela noite em que
ele escreveu para Danny, tudo pareceu muito claro.
Foi para isso que havia nascido. Quase como se tivesse herdado a tarefa de Lyall.
O desajeitado, insignificante e pobre Remus Lupin nunca iria derrubar alguém tão
insidiosamente terrível e poderoso como Lord Voldemort. Porém, o lobo nele sabia
que poderia ter uma chance com Fenrir Greyback. Remus sabia que isso poderia matá-
lo, mas, com certeza, faria algum estrago antes de isso acontecer.
Ele não disse nada a Sirius sobre isso. Por mais que estivessem juntos, Remus estava
profundamente envergonhado de seu próprio desejo de vingança, de sua incapacidade
de domar aquela raiva imprudente. Sirius o procurava em busca de autocontrole, em
965
busca de uma resposta razoável e medida, e Remus não gostaria de quebrar essa ilusão
e arriscar arruinar tudo que funcionava nessa dinâmica.
De qualquer forma, tinha dezoito anos agora e, sendo trouxa ou bruxo, poderia fazer
escolhas por si, não importava o quão perigoso fosse. E se deixar Marlene infeliz era o
que daria o pontapé inicial, então pelo menos ele havia sido capaz de ajudar seu irmão
de alguma forma. Então, um dos bordões fatalistas da Diretora surgiu em sua cabeça:
"nenhuma boa ação fica impune". Embora não soubesse exatamente sobre quaisquer
boas ações feitas por ela.
Quando acordou pela segunda vez naquele dia, era hora do jantar. Sirius não estava
mais lá, mas o mapa do Maroto estava debaixo do travesseiro de Remus. Ele o retirou
e viu que os marotos estavam todos na sala comunal com Mary e Lily por perto. Havia
uma torta de frango em um prato ao lado da cama, magicamente mantida quente de
alguma forma - Remus ainda não havia descoberto como, talvez um feitiço no prato?
Decidiu que comeria antes de qualquer coisa, e o fez em silêncio, pensando a uma
milha por minuto, como se seu cérebro estivesse compensando todo o tempo que
havia perdido dormindo. Ele examinou o mapa em busca de Marlene. Ela estava no
dormitório feminino, com Yaz.
Ele não sabia se isso era bom ou ruim. Nenhuma multidão furiosa brandindo tridentes
havia aparecido ainda, o que provavelmente era um bom sinal. Madame Pomfrey veio
quando ele estava terminando sua segunda fatia de shortbread de caramelo. O doce
espesso e viscoso era muito reconfortante.
"Como você está se sentindo, querido?" Ela perguntou, rugas profundas em seu rosto.
"Bem!" Respondeu brilhantemente e estendeu o prato para ela, “Quer um? Eu nunca
vou conseguir comer todos eles. " Isso era uma mentira e os dois sabiam disso, mas
Madame Pomfrey foi educada o suficiente para aceitar.
966
"Bem ... como não há mais ninguém na ala hospitalar hoje", ela sorriu, sentando-se na
cadeira ao lado dele e aceitando um doce. Poppy conjurou dois pires, então despejou
chá fumegante de sua varinha, e foi tudo muito agradável, mas Remus podia sentir
uma Grande Conversa chegando.
"Você nunca é um problema, Remus," ela respondeu gentilmente, soprando o chá para
esfriar. "Mesmo quando você era um garotinho."
“Eu era um pirralho idiota no primeiro ano.” Remus rebateu. Ela sorriu e balançou a
cabeça.
"Oh." Ele disse, sentindo-se aquecido. Se fosse qualquer outra pessoa ele teria dito
‘cale a boca' ou 'dá o fora', mas ele nunca, jamais diria uma palavra rude para Madame
Pomfrey.
“Passou voando, os últimos anos,” ela suspirou, “eu me lembro daquele pequeno
pedaço de gente que você era, só olhos e cotovelos. Você se tornou um belo jovem. "
Ele desejou que ela parasse. Por mais bom, não sabia o que fazer com isso. "E você
merece todo o sucesso, Remus, está me ouvindo?" Ela continuou: "Não vai ser fácil
para você, depois da escola, e eu sei que você sabe disso."
Ele assentiu.
"Você vai." Ela sorriu, seus olhos brilhando com lágrimas, "E se você precisar de
alguma coisa, você sabe onde me encontrar."
"Claro."
967
"Eu conheci Danny McKinnon, você sabe," ela disse, pigarreando, aí vem, Remus
pensou. Ela o havia dominado astutamente com todas aquelas coisas boas, e agora ele
só teria que cerrar os dentes e ouvir.
“Sim, quando ele era um estudante aqui. Ele vinha aqui uma centena de vezes para
remenda-lo - era o batedor da grifinória, como Marlene. Ele era um pouco mais
extrovertido do que ela. ”
"Não sei," Remus respondeu, secamente, "Mas ela dificilmente pode ser vista como
alguém tímida."
“Sim, bastante. Ela tem aquela tenacidade McKinnon e um aguçado senso de certo e
errado.”
"Sim." Suspirou. Ele sempre gostou disso em Marlene; sua franqueza, "E eu sei o que
você vai dizer - que nem tudo é tão simples, que há tons de cinza e que não importa o
que as pessoas pensam de você, importa o que você faz..."
"Bem, sim."
“Eu sei de tudo isso e está tudo bem. Eu sabia de tudo isso quando escrevi para
Danny, até sabia como Marlene reagiria. Mas no final, não importou. A única coisa
que importava era ajudá-lo.”
Isso o deixou confuso. Sua garganta se apertou e ele quase engasgou tentando engolir
o resto de sua fatia, o açúcar se transformando em ácido no seu caminho para baixo.
Ele gaguejou e tossiu, pegando o chá para engoli-lo. Madame Pomfrey se levantou
sorrindo e deu um tapinha em seu ombro enquanto se recuperava.
968
"Eu vou deixar você ir."
Ele levou alguns minutos para se recompor antes de levantar. Tirou as migalhas dos
lençóis e arrumou a cama, embora soubesse que realmente não precisava. Embrulhou
o resto dos doces em um pergaminho e cuidadosamente colocou o pacote em sua
bolsa. Ele pode precisar deles mais tarde.
Remus quase ficou surpreso com a calma que sentia. Havia uma sensação de
encerramento, de chegar a um fim inevitável. Alguém sempre iria descobrir, disse a si
mesmo. Ele teria sido um idiota em pensar que todos eles poderiam esconder uma
coisa tão grande para sempre. Haviam feito um trabalho muito bom, mas tudo foi
sorte, e eles correram tantos riscos. Pelo menos dessa forma fora sua escolha; havia
controlado tanto quanto podia. Dessa forma, os marotos também estariam seguros.
Ninguém saberia o que todos eles haviam feito em cada lua cheia.
Ele voltou lentamente para a Torre da Grifinória. Estava todo tenso por ter dormido o
dia todo e estava grato pela oportunidade de esticar as pernas com privacidade. Sirius
não havia mencionado o problema do quadril por um tempo, mas Remus o via apertar
os lábios ou franzir a testa sempre que o notava mancando ou esfregando o lado do
corpo.
"Blatherskite", disse à senhora gorda, que mal ergueu os olhos de lixar as unhas para
deixá-lo passar.
Ele entrou na sala e sentiu seis pares de olhos o mirando ao mesmo tempo. Se
recompondo e colocando um sorriso despreocupado no rosto, Remus se aproximou de
seus amigos, sentados em seus lugares habituais, ocupando dois sofás e uma poltrona.
"Moony!" Sirius se levantou de onde estava esparramado para abrir espaço, "Eu ia
subir e ver se você estava acordado."
969
"Sirius nos contou o que você fez." Peter atirou, como se não pudesse se conter. Ele
estava manuseando uma peça de xadrez - havia um jogo acontecendo, mas Remus não
sabia dizer contra quem ele estava jogando.
“Gritaram com a gente,” suspirou Mary, indicando a si mesma e a Lily. "Acho que ela
está mais magoada por ter sido a última a descobrir."
"Hm."
“Ela não disse nada mais, no entanto. Está trancada com Yaz. ”
"Certo."
"Ele pode." Remus acenou com a cabeça, embora não tivesse tanta certeza. Ele
poderia servir a Dumbledore melhor fora da escola agora do que pôde aos dezesseis.
Especialmente considerando os contatos que já havia feito. "Mas deixe-o de fora por
enquanto, ok?"
"Por que você fez isso?!" Peter perguntou, ainda segurando a peça de xadrez.
“Para ajudar Danny.” Remus respondeu, surpreso. Ele olhou para todos, "Ele estava
sozinho, ninguém o estava ajudando, a própria Marlene me disse isso."
“Mas Remus ...” Lily disse, “Você sabia como ela se sentiria sobre isso. Você sabia
que ela não entenderia. "
970
Todos prometeram dar um tempo e ver o que Marlene decidiria fazer a seguir. Lily e
Mary juraram que fariam tudo o que pudessem e, naquela noite em seu dormitório,
elas explicariam, tentariam convencê-la. Remus agradeceu, porque sabia o quanto as
meninas se importavam com ele.
Eles tiveram uma noite tranquila. Remus jogou xadrez com Peter e perdeu, então
Sirius assumiu e eles empataram. James e Lily questionaram um ao outro sobre os
ingredientes de poções e Mary trabalhou nos formulários de emprego de forma nada
entusiasmada.
"Metade são de serviços chatos de secretariado trouxa para agradar a mamãe e metade
são de serviços chatos do ministério de magia para agradar McGonagall," ela
suspirou.
Eventualmente, eles foram para a cama um por um e, embora Remus mal tivesse
permanecido acordado por três horas naquele dia, ele subiu as escadas bocejando.
Sirius havia sido muito paciente. Não havia falado nenhuma palavra ainda, e Remus
sabia o quão difícil isso devia ser para ele. Então, quando eles finalmente estavam na
cama, e tão sozinhos quanto poderiam estar em Hogwarts, ele deitou-se
silenciosamente de costas, olhou para as cortinas de veludo e deixou Sirius falar.
"Eu não vou deixá-la fazer isso." Sirius sussurrou em seu ouvido, pegando sua mão,
"Eu vou falar com ela, Mary e Lily vão falar com ela, e nós a faremos entender.
McGonagall e Madame Pomfrey - elas vão querer te ajudar, ela vai ouvi-las mesmo
que não nos ouça. Ou Dumbledore. James poderia expulsá-la do time - qualquer coisa.
Não vamos perder você, Moony, você trabalhou muito, não vai ser expulso só por
tentar ser legal com aquela ingrata, arrogante, intolerante... "
971
“Não, quero dizer, não importa o que aconteça, vai ficar bem. Se eu sair daqui a três
meses ou tiver que ir amanhã, tudo ainda vai ficar bem.”
“E Aritmancia.” Remus riu. “Mas ... bem, os NIEM não significam muito. Ainda não
poderei entrar em nenhum dos programas de treinamento do ministério sem me
registrar como lobisomem, e não vou fazer isso, nunca. Não sei se realmente quero
fazer esse tipo de trabalho. O que eu quero é começar a mudar as coisas. É por isso
que escrevi para Danny em primeiro lugar. ”
“Eu não acho que vai chegar a esse ponto. Eu não acho que Marlene faria, mesmo que
ela esteja com raiva. Mas ela pode me pedir para sair, e se for o que ela quer, então eu
irei.”
"E então se juntar à guerra." Sirius terminou. Sua voz soou estranha. Nada ruim, mas
Remus sabia que ele entendia.
"Sim, suponho que você poderia colocar dessa forma." Acenou com a cabeça.
"Eu irei com você, então. Eu também não preciso de NIEMs, sou um Black. ”
Remus não queria admitir, mas estava silenciosamente emocionado. Talvez fosse a
parte grifinório dele, mas deixar a infância para trás e correr de cabeça para o
desconhecido com seu melhor amigo parecia tão gloriosamente tentador. Seria o
972
nascimento deles; longe de Hogwarts e horários e todas as rixas e rivalidades idiotas
de lá. Eles tinham muito a oferecer, ele sabia disso. Eles não triunfaram em tudo o que
já haviam tentado? Não foram eles os heróis de todas as histórias até agora? Não seria
nada para eles. Eles poderiam acabar com esta guerra e realmente começar suas vidas.
"Obrigada." Ele rolou para beijar Sirius. Beijou seus lábios e suas mãos deslizaram
sob sua camiseta e ele continuou beijando-o, seus lábios, seu pescoço, sua mandíbula,
"Obrigado, obrigado ..."
973
Capítulo 145: Sétimo ano: O que nos falta
Eram promessas maravilhosas, mas não era para ser. Remus não teria a chance de
fazer uma saída misteriosa e digna de Hogwarts, e Sirius não teria a oportunidade de
provar que seguiria seu Moony em qualquer lugar.
Mais tarde - depois que a guerra e todo o resto acabaram - Remus se perguntaria se
as coisas poderiam ter sido diferentes se ele e Sirius tivessem deixado a escola. Talvez
pudessem ter mantido um ao outro mais perto ou ter mantido outras pessoas mais
seguras.
Depois, por anos e anos, uma vez que a agonia de todos aqueles funerais e obituários
e memoriais e discursos tivesse desaparecido, Remus ficaria com memórias de seus
últimos meses em Hogwarts, quando eles foram estúpidos e ingênuos e
indescritivelmente felizes sem nem mesmo saberem.
O fim de semana passou silenciosamente; havia dever de casa para fazer, quadribol
para treinar e uma pegadinha extremamente complicada para planejar, e Marlene não
deu um passo em nenhuma direção.
Sirius e James relataram que ela participou do treino de quadribol e jogou tão bem
como sempre, mas não tinha falado com eles. Mary disse que ela ainda estava
chateada, mas que ainda não havia se decidido se contaria ou não.a
974
Ele estava arrumando a sala de aula de Feitiços após uma sessão de revisão, pouco
antes da reunião de quarta-feira da Cooperação entre Casas de Planejamento da
Pegadinha. Normalmente Chris o ajudava, mas ele estava com um resfriado e havia
tirado a tarde de folga. Remus quase havia desejado cancelar completamente o grupo
de estudo. Tudo parecia tão fútil; aprender e aprender e aprender - para quê? Para
passar nos exames, tirar uma boa nota e depois? Se Greyback não o matasse antes dos
vinte anos, ele ainda seria um desempregado. Porém, todos pareciam gostar do grupo
de estudo e odiaria decepciona-los
Marlene entrou na sala cheirando a ervas da estufa - alecrim, sálvia e solo rico em
terra. Ele se virou e inconscientemente se afastou até encostar na parede.
"Olá." Disse.
Ela ficou parada por um tempo, o olhando em total silêncio antes de responder.
"Eu sei." Ele acenou com a cabeça, tentando ser compreensivo, "Eu acho que é justo.
Você... hum. Você está pronta para falar sobre isso?”
"Não." Ela retrucou, cruzando os braços. Marlene o olhou e Remus desviou os olhos,
como um suplicante implorando perdão. Ele a ouviu se inquietar um pouco e suspirar
impacientemente. "Mas Danny disse que eu preciso."
Remus conscientemente evitou sorrir, mas não pôde ignorar a onda de alívio que
sentiu com essas palavras. Ele ergueu os olhos novamente, com cuidado.
"Sim. Ele disse que experimentou a essência de murtlap combinada com antisséptico
trouxa e está se curando mais rápido. E você estava certo sobre tomar um sonífero.”
975
“É a melhor coisa que eu descobri. Para cura.” Remus respondeu cautelosamente,
desviando os olhos novamente. Ela o fazia se sentir tão envergonhado de si mesmo.
"Todo mundo sabia, exceto eu." Marlene disse. Ela estava encostada na parede oposta
agora, uma sala inteira de confusões de cadeiras e mesas entre eles. "Até Mary."
"Eu sempre pensei que você era estranho porque você era queer."
Remus franziu um pouco a testa. Ele era estranho? Mesmo assim, não disse nada, ele
não conseguia pensar em nada que pudesse melhorar a situação.
"Nós somos amigos!" Remus protestou, "Eu sou seu amigo, de qualquer maneira."
"O que você teria feito?" Remus estava ficando irritado agora. “Reclamar? Dizer a
todos? Me fazer ser expulso?”
"Talvez não." Ela mordeu o lábio e desviou o olhar. Quanto menos certeza ela tinha,
mais irritado Remus ficava.
976
"Bem, eu não queria correr o risco!" Ele disse "Não tenho uma família ou uma casa de
verdade para onde ir, caso você tenha esquecido. Eu não tenho nada fora desta escola,
então me perdoe por fazer tudo que pude para ficar. ”
"Eu entendo isso," ela o olhou rapidamente, estendendo as mãos, "- e eu nunca iria
querer causar nenhum problema, mas Remus, você não vê o quão perigoso -"
“Eu tinha onze anos! Eu era apenas uma criança, e um velho aparece e me diz que
estou indo para a escola de magia - o que você teria feito?!”
“Não grite comigo!” Ela franziu a testa, encolhendo-se um pouco. "Eu não vim aqui
para gritar."
"Desculpe." Ele murmurou. "Eu não tive minha chance naquele dia."
"Bom."
Eles ficaram quietos depois disso, ambos olhando para o chão, ambos mexendo nas
mãos. Remus podia ouvir o coração de Marlene batendo forte em um ritmo constante
e ansioso.
"Olha." Ele disse, mantendo a voz baixa e firme, abrindo os punhos. “Se você quiser
que eu saia de Hogwarts, então eu irei. Contanto que você prometa não colocar
ninguém em apuros, eu não vou resistir. "
"Eles não vão importar se você vai contar a todos o quão perigoso eu sou."
977
"Como ele está agora? A carta dizia que ele queria me conhecer?”
"Ele está bem." Ela acenou com a cabeça, seus olhos um pouco brilhantes. "Acho que
o animou, saber que outra pessoa estava passando pela mesma coisa."
“Sim,” Remus concordou, “É algo que eu teria gostado. James, Sirius e Pete... eles
sempre se certificaram de que eu nunca me sentisse sozinho. Então, eu sei a diferença
que isso faz.”
"Estou com raiva." Ela disse, cansada. "Mas não sei se estou com raiva de você. Você
só ... foi um choque tão grande, e não tenho certeza de quantos choques a mais posso
aguentar hoje em dia. "
Ela sorriu fracamente. “Eu não vou dizer nada. Eu não quero que você vá a lugar
nenhum. Danny diz ... ele diz que precisamos nos concentrar em nossas semelhanças,
não em nossas diferenças. Agora mais do que nunca. Lily e Mary disseram o mesmo.
Eu sei que eles estão certos, é apenas mais difícil do que eu esperava. "
"Estou tentando, Remus." Ela piscou para afastar as lágrimas. "Eu juro, vou tentar."
Por uma fração de segundo ele ficou desapontado; estivera tão pronto para uma
mudança. Saber que teria que esperar um pouco mais doeu por um momento, mas o
sentimento se dissipou rapidamente, como uma porta se fechando. Ponto final. Ele
978
terminaria a escola e tiraria a maior nota de todas em História - Aritmancia também,
provavelmente - e assistiria ao jogo final de quadribol, e ficaria bêbado demais
comemorando com seus amigos. Greyback esperaria.
"Posso te ajudar com isso?" Marlene apontou para a sala de aula bagunçada. "Potter e
Black e sua gangue de malfeitores estarão aqui em um minuto para planejar seu ataque
à Sonserina..."
“É, ok,” Remus acenou com a cabeça, e os dois começaram a mover as carteiras. O
confronto parecia ter acabado e, por enquanto, os dois estavam satisfeitos. Ele estava
feliz, havia sido horrível não ter Marlene como amiga.
Remus e Chris geralmente usavam magia para mover os móveis da sala de aula para
trás, mas Marlene nunca foi boa em feitiços de locomoção, então ela apenas começou
a levantar e empurrar as coisas. Remus não queria se exibir agora que eles estavam
conversando um com o outro, então fez o seu melhor para se igualar a ela.
"Vou falar com a Mary." Marlene disse de repente, levantando uma cadeira e
empurrando-a para baixo de uma mesa. “Yaz quer que eu fale. Eu já contei a Danny.”
"Isso é bom." Remus sorriu, encorajadoramente. “Tenho certeza de que Mary ficará
bem. Das pessoas que conheço, ela é a que menos julga os outros. "
"Sim, você provavelmente está certo." Marlene o observou pensativa, enquanto ele
colocava a mesa final de volta no lugar. "Remus?"
"Hm?"
"Às vezes mais, depende do dia", respondeu ela com naturalidade. “Eu sempre pensei
... com a sua criação. Sempre pensei que alguém fazia isso com você.”
979
Ele balançou sua cabeça.
“Quando eu tinha treze anos ou mais, acho que algo se encaixou no lugar de forma um
pouco instável.” Ele encolheu os ombros. “Fica um pouco rígido de vez em quando.
Quase não penso nisso agora.”
A porta se abriu e Lily entrou parecendo furiosa, James seguindo atrás dela, Peter e
Sirius logo atrás, ambos sorrindo maliciosamente. “Dissemos que não haveriam
pegadinhas até o final do semestre! Deveríamos ser discretos, você é o monitor-
chefe!"
"Vamos, Evans," James disse, estendendo as mãos, "Aquilo não foi nada, quase nem
foi uma pegadinha, foi ... er ..." ele lançou um olhar suplicante para Sirius.
"Todos os espelhos do banheiro de repente refletindo os rostos dos trolls é algo para
animar os alunos?!" Lily se virou para os dois.
Remus riu também; ele havia feito metade da pesquisa para aquela pegadinha. Na
semana anterior, passou horas procurando retratos em livros de histórias da dinastia
troll para obter todas as características certos. Esperava ter a chance de ver algumas
das reações antes que Flitwick conseguisse quebrar o feitiço que eles usaram.
980
Todos se viraram para olhar para ela e depois para Remus, boquiabertos. Ele fez
questão de sorrir de volta para todos eles, relaxando os ombros e unindo suas mãos.
***
Sirius ainda possuía algumas opiniões sobre Marlene, é claro. Remus se recusou a
ouvi-las. Ele queria encerrar o assunto, queria seguir em frente. E queria conhecer
Danny, o mais rápido que pudesse. Pela primeira vez, para melhor ou para pior,
Remus sentiu que tinha um aliado lá fora. Alguém que era como ele, do lado deles.
Ele escreveu outra carta, depois a descartou e tentou novamente. Então, novamente e
novamente. Havia tanto a dizer que Remus não sabia por onde começar.
"Mas por que você quer falar com ele?" Sirius bocejou uma noite na cama, enquanto
Remus desistia de outra tentativa de se apresentar apropriadamente. "Você sabe mais
sobre ser um lobisomem do que ele, não é como se ele fosse te ajudar em algo."
“Não é realmente sobre isso.” Remus bocejou de volta, apagando a luz de sua varinha
e se deitando. Ele esfregou as juntas e dedos da mão direita. Alguns dias ele sentia
como se nunca tivesse largado a pena, estava sempre escrevendo ou revisando
febrilmente suas anotações para os NIEMs, ou então fazendo cálculos complexos para
ajudar na grande pegadinha, ou escrevendo para Grant, Ferox ou Danny.
"Espere até a escola terminar, então." Sirius aconselhou. "Mais seguro para vocês
dois."
"Há três luas até lá." Remus respondeu, tentando ficar confortável. Os lençóis sempre
acabavam amarrotados na cama de Sirius, ele não tinha ideia de como o outro garoto
conseguia.
"Eu sei disso," Sirius respondeu indignado. "Mas não há muito que você possa fazer,
não é?"
981
"Suponho que não."
"Não." Remus escolheu suas palavras com cuidado. "Mas devo a mim mesmo fazer a
coisa certa, não é?"
"É isso que está na sua cabeça?" Sirius estava emburrado, Remus sabia.
Uma vibração em sua barriga lhe dizia que eles estavam indo em direção a uma briga,
e ele poderia evitá-la agora apenas mudando de assunto.
“O que você quer dizer com 'o que está na minha cabeça' ?!” Remus rebateu.
“Quando você escreveu para Danny em primeiro lugar. Você tem que admitir que foi
um pouco imprudente. "
"Desculpe?!"
"Bem, para alguém que passou sete anos tentando manter cada aspecto de si mesmo
completamente privado, foi um pouco louco simplesmente enviar uma carta para um
estranho -"
"Não tudo!"
“- mas se o objetivo era fazer a coisa certa, então eu suponho que está tudo bem.”
"Olha, se você está puto comigo, então é só dizer, essa merda sarcástica não combina
com você, Black." Remus rolou de lado.
982
"Que bom."
Remus sabia que aquele não era o fim. Ele esperou impacientemente.
“... Só estive pensando, só isso.” Sirius disse finalmente. Remus sorriu para si mesmo,
antes de rolar de volta, franzindo a testa.
"O que?"
“Obviamente eu queria ir” Remus sibilou, entrando na briga “Eu te disse. É inútil, eu
fazer os NIEMs, me preocupando com exames idiotas, clubes e pegadinhas, quando as
coisas estão acontecendo lá fora, agora. Tive a chance de ajudar e aproveitei. E daí se
eu não me importasse com as consequências?! Me chamar de imprudente?! Achei que
você entenderia! O que aconteceu com querer se vingar de sua família? O que
aconteceu com querer acabar com isso?”
“Bem, você não está agindo de acordo. Você parece mais preocupado com aquela
partida de quadribol idiota do que com a guerra. Talvez sejam a mesma coisa para
você. "
"Merlin!" Black respondeu fracamente, "Você não para até sentir o gosto de sangue,
não é?"
983
Capítulo 146 : Sétimo ano: Superego
Oh mine eyes have seen the glory of the theories of Freud,
Psychotherapy' by Melanie.
"E ai!"
"Olá."
“Deus, se anime um pouco, raio de sol! Depois de eu ter passado por todo esse esforço
para marcar uma maldita audiência com você!”
Remus riu apesar de si mesmo. O som ecoou de volta pelo receptor e o fez pensar na
voz de Grant viajando por toda a linha telefônica, desde a Inglaterra até a Escócia. Os
trouxas também eram muito mágicos.
984
"Como você está?" Ele perguntou "Ainda curtindo a praia?"
“Alunos?”
“Na Faculdade de Arte e em Brighton Poly. Tem vários como nós nas escolas de
arte. Eu estava saindo com um engenheiro, um poeta e um pintor”.
"Bem."
"Bem?"
"Bem."
“Senhor, não é outra briga, é? Vou te dizer uma coisa, querido, você precisa controlar
esse seu humor.”
985
“Você é o cara mais temperamental que eu conheço, pior do que uma garota naqueles
dias quando algo te irrita. E você não segura a língua. Já tive costelas quebradas que
doeram menos do que algumas coisas que você disse.”
“Não, bem, eu deixei você se safar porque é mais fácil do que começar uma briga.
Não é sua culpa. Eu sou do mesmo jeito, não sou? Todos nós, crianças
institucionalizadas, somos.”
“Institucionalizadas?!”
Era uma palavra enorme vinda de Grant, mas parecia rude dizê-lo. Deus, Remus
pensou consigo mesmo, quando eu me tornei tão esnobe?
“Sim, aparentemente é isso que somos. O poeta me disse - ele estava fazendo um
curso de psicologia. Disse que tenho medo de ficar com uma pessoa por muito tempo
porque fui muito abandonado quando era pequeno. Larguei ele depois disso,
obviamente. "
"Eu não faço isso." Ele disse, embora já soubesse que Grant estava certo. Desgraçado.
986
"Caramba."
"Sim. Ela é ok."
"Não. Talvez."
“Não culparia você se fosse. Eu fico assim por semanas depois de ver a minha. Adora
me dizer o quanto ela me odeia.” Ele sempre parecia estar sorrindo, mesmo enquanto
dizia isso. Isso tornava tudo mais desagradável de alguma forma.
"Bem. A minha não disse isso.” Disse Remus. "Na verdade, ela disse que me ama."
"Sim."
“Você não tem que dizer isso de volta, sabe. Ela largou você, a vaca insensível, ela
não tem o direito de esperar que você responda.”
“Ela tinha motivos. De qualquer forma, não é como se eu não sentisse nada por ela. É
difícil dizer. Acho que seu amigo psicólogo pensaria que isso se deve ao fato de eu ser
'institucionalizado'.”
"Se você não acha que transar com todo rapaz que me olha de soslaio é um problema."
987
Remus não podia continuar, a risada de Grant estava abafando tudo.
“Você é um homem complicado, maldito Remus Lupin. É por isso que eu te amo.”
Isso fez Remus rir, e por alguns minutos aquela risada foi tudo o que se passou entre
eles, por quilômetros e quilômetros de fio telefônico.
***
Remus voltou para Hogsmeade com o coração mais leve do que há uma hora atrás. Só
em falar com alguém de fora de Hogwarts, alguém de fora da guerra, foi um alívio
maravilhoso.
(“Eu gostaria que houvesse um telefone na escola que eu pudesse usar”, ele disse, se
desculpando, “Eu ligaria para você o tempo todo”.
"Não vejo como isso poderia funcionar," Remus franziu a testa, "Onde plugaríamos os
fios do telefone?"
“Me diga você, não sou eu que estou numa escola chique.”)
988
legais um com o outro. Não sendo desagradáveis, mas não estavam felizes. Era
cansativo, mas ceder parecia um trabalho ainda mais difícil.
O menino tímido parou, viu quem estava gritando e se aproximou - com certa
relutância.
“Olá, Remus,” Chris acenou com a cabeça, parecendo agitado. Ele não tinha sua bolsa
usual de livros e suas roupas estavam mais elegantes do que o normal. Ele cheirava
um pouco diferente também - um sabonete novo, ou... não poderia ser colônia?!
"Sim, estive tão ocupado ... então tive um resfriado, lembra?" Christopher não olhou
bem em seus olhos. Ele estava corando, mas Christopher estava sempre corando, então
Remus não deu muita importância a isso.
“Sim, obrigado.
989
“Oh ... não, desculpe, Remus, hum. Estou com alguém...”
“Erm. Ninguém que você conheça ... desculpe, mas ... você se importa? Vou me
atrasar."
Ok.
Ele sorriu caminhando até eles, abaixando a cabeça sob as vigas pretas do teto e
levantando a mão em saudação.
“Meus pais disseram que pode ser lá em casa.” Disse James. “Vamos convidar todos
do ano. A maioria deles, de qualquer maneira ...”
990
As coisas estavam estranhas entre todos eles, porque era dolorosamente óbvio que ele
e Sirius estavam brigando. Lily tentou ser prática e agir como se estivesse acima de
tudo, mas James estava perpetuamente preso entre eles e nunca sabia para onde olhar.
“Oi,” ele sorriu, abaixando a cabeça para que seu cabelo caísse em seus olhos e ele
tivesse que empurrar os cachos para trás. Estava uma bagunça, precisava cortar.
"Oi." Sirius baixou a bandeja com um estrondo. "Eu vou voltar e pegar para você -"
"Remus pode ficar com o meu," disse Mary, saindo, "Samuel do meu grupo de
Feitiços tem me jogado olhares a tarde toda ... senta aí, Black." Ela o cutucou no
assento, e Sirius cautelosamente tomou seu lugar ao lado de Remus.
Marlene sorriu e balançou a cabeça para Yaz, que riu e apertou a mão dela em cima da
mesa. O coração de Remus saltou e ele olhou ao redor furtivamente.
Ninguém mais estava olhando - a pequena mesa ficava em um canto estranho da sala,
longe das janelas e mal iluminada por lâmpadas a gás. Sem dúvida, foi pela
privacidade que eles escolheram, Remus viu agora que todos os seus amigos estavam
com as bochechas rosadas e os olhos vidrados por causa da cerveja. Lily estava
991
praticamente sentada no colo de James, e a mão direita dele havia desaparecido na
parte de trás do suéter dela.
"Que bom."
"Sim." Sirius bebeu também, ainda sem realmente olhar para Remus, embora o canto
de seus lábios tenha se erguido quando ele inclinou a cabeça para trás.
O lampejo de pele branca em seu pescoço enquanto ele engolia chamou a atenção de
Remus, que se mexeu no assento, mais perto de Sirius.
"Eu sinto muito." Ele sussurrou, de forma que apenas Sirius pudesse ouvi-lo.
"Eu não posso falar com você às vezes sem que você arranque minha cabeça
fora." Black resmungou. "Você fica com esse humor e eu não consigo alcançá-lo."
"Eu sei..." Remus disse, tentando não se distrair muito com a forma como o pomo-de-
adão de Sirius balançava, ou a forma como sua veia palpitava naquela depressão
acima de sua clavícula, ou seus adoráveis pulsos finos, ou como ele adoraria segurar
eles rápido e...
Remus olhou em volta mais uma vez, só para garantir, antes de se inclinar ainda mais
perto, empurrando o cabelo de Sirius para trás com os dedos e beijando aquele lindo
pescoço, movendo a língua para cima, logo atrás do lóbulo da orelha. Ele ouviu a
992
inspiração aguda de Sirius, e o sangue correndo tão rápido em suas veias que parecia
efervescente, e a temperatura de Remus começou a subir.
“Eu realmente sinto muito”, disse ele novamente, “É minha culpa e eu vou melhorar”.
"Melhorar?" Sirius murmurou, sua cabeça baixa para que seu cabelo caísse sobre seu
rosto.
A cabeça de Sirius se inclinou em direção a ele e Remus se afastou para que eles
pudessem se olhar nos olhos. Ele não estava mais com raiva, ou cauteloso, o que foi
um alívio.
"Suponho que não seja realmente meu trabalho dizer a você o que fazer em primeiro
lugar..." Sirius disse, cedendo tão facilmente. Ele não conseguia guardar rancor,
exceto talvez por sua família. Ele era muito bom, por dentro e por fora. Remus sentiu
outra pontada de culpa devido a isso, o que fortaleceu sua determinação: faria de tudo
para mudar, para merecer a lealdade cega de Sirius.
"Não, mas eu não tenho que ser tão idiota sobre isso," Remus rebateu, se afastando um
pouco mais e pegando sua bebida. "Eu vou te compensar, eu prometo."
"Ah é?" Black ergueu uma sobrancelha. Com todas as coisas perdoadas, sua mente
havia claramente retornado à sua preocupação usual.
993
“Ah, só conversamos,” Remus disse, engolindo sua cerveja levemente, “Ele ainda está
trabalhando em Brighton, tem seu próprio apartamento; quer comprar um carro para
os fins de semana.”
“Nós poderíamos ir lá, depois que as aulas terminassem.” Sirius sugeriu, “Se você
quisesse? Se houver tempo para férias.”
“- então eu disse a ele que o azararia se ele me perguntasse mais uma vez.” Yaz estava
apenas dizendo, Marlene rindo e escondendo o rosto nas mãos,
"Você é horrível!"
"Ugh, Lockhart," Yaz sacudiu a cabeça com altivez, balançando o rabo de cavalo.
"Ele está incomodando você de novo?" James franziu a testa, “Eu disse a ele para ficar
longe do meu time! Vou contar ao Flitwick...”
"Não se preocupe, ele entendeu a mensagem desta vez", Marlene riu, "Yaz é
convincente."
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Lily deu uma cotovelada nas costelas dele, o que só fez James rir.
Todos riram dele e Remus fez cara feia, bebendo mais cerveja.
"De qualquer forma, ele não está interessado no time de quadribol." James balançou a
cabeça, sorrindo, "É a outra coisa." Ele disse isso de forma muito ameaçadora, as
sobrancelhas franzidas e lançando olhares suspeitos ao redor do pub. Ah, Remus
pensou: a pegadinha.
“Isso é porque você engana todo mundo”, respondeu Marlene. "A escola inteira de
alguma forma pensa que você é o mais manso desse grupo."
"Você está sugerindo que eu não sou?" Ele ergueu uma sobrancelha, ainda sorrindo
para ela.
Ao lado dele, Sirius fez um pequeno ruído tenso no fundo da garganta. Seu pulso
ainda não tinha se estabilizado.
"Certo," Lily se levantou, esvaziando sua bebida e limpando os lábios na parte de trás
da manga, "Temos duas horas antes de começar a reunir os monitores de volta, e
preciso ir à papelaria antes que feche. Potter?"
995
"Nós dois precisamos de polimento de vassoura, se você quiser vir, Pete?" Marlene
disse, gentilmente. Wormtail estava sendo deixado bastante de fora ultimamente; até
Dorcas o estava ignorando.
“Quando é garantido que o dormitório ficará vazio por pelo menos duas
horas?!” Sirius lambeu os lábios.
“Provavelmente só uma hora e meia pelo tempo que levaremos até chegar lá ...”
"Ei," Remus sorriu, levantando-se, as mãos nos bolsos. "Pensei ter dito que não gosto
que me digam o que fazer."
Eles saíram da fila do pub e Remus segurou a porta aberta. Enquanto Sirius passava
por ele, arrastando-se para o seu lado, Black se inclinou sutilmente e sussurrou.
Remus sorriu.
996
Capítulo 147: Sétimo ano: Noite e dia
A potential H bomb.
“Entre o barulho dos seus dentes, o ronco do Prongs e o Wormtail levantando a cada
cinco minutos, como é possível?!”
“Ei!” Uma voz veio do outro lado do quarto "Estou com a bexiga nervosa!"
997
"Você não deveria beber tanto antes de dormir!" Sirius sibilou de volta.
"Desculpe, mãe." Peter respondeu, mal-humorado "Não sabia que você estava
monitorando minha biologia."
Ele não acendeu a luz na tentativa de ficar semi-adormecido, mas não adiantou.
Quando se levantou, cruzou o quarto, fez xixi e lavou as mãos, Remus já estava
totalmente acordado. E sua mandíbula doía, então Sirius devia estar certo sobre os
rangidos. Era pelo mesmo motivo que Peter ficava para cima e para baixo a noite toda,
e provavelmente o mesmo motivo pelo qual Sirius não conseguia dormir. Os NEWTs
começariam na próxima semana.
Ao sair do pequeno banheiro, Peter correu para entrar novamente, alcançando o painel
de interruptores na parede enquanto o fazia, e apertando o errado. Remus estremeceu,
sentindo como se suas retinas tivessem explodido quando o brilho artificial
surpreendente encheu o quarto.
"Wormtail, seu imbecil!" Sirius rosnou da cama. Remus tinha deixado as cortinas
meio abertas, e a luz atingiu seu rosto como um raio laser.
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"Desculpe, desculpe!" Peter disse, pulando de um pé para o outro enquanto se
atrapalhava com os interruptores na parede, "Eu não queria apertar aquele..."
"Eu não posso esperar até que eu não tenha mais que dividir o quarto com você, seu
pequeno roedor," Sirius cuspiu, sentando-se, "Você nunca pensa em mais ninguém?!"
"Cale a boca, idiota," Peter respondeu, parecendo sonolento e chateado, "Acha que
gosto de compartilhar com você e Moony?!"
"Sirius!" Remus retrucou, com aquela voz autoritária que sempre funcionava, "Pare de
choramingar."
"Bom garoto," Remus sorriu de lado. Ele esfregou a nuca, olhando para o relógio na
mesa de cabeceira de Peter. Três e meia. "Vou descer, não vou conseguir dormir
agora. E você pode ter um pouco de paz."
Eles andavam compartilhavam a cama de Remus nas últimas noites e, embora fosse
grande, não era para dois meninos adultos. Infelizmente, eles não tinham mais
escolha, já que a própria cama de Sirius havia desaparecido no início da semana. Os
marotos estavam praticando para a pegadinha e estavam tendo um pouco o problema
com o encantamento principal. Sirius permanecia alegremente otimista de que a cama
apareceria de novo eventualmente, mas Remus tinha menos certeza.
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Remus amava a sala comunal quando estava vazia; estava cheia de algumas de suas
memórias mais felizes de Hogwarts.
Ele se aproximou e abriu a grande janela. Remus sempre se sentia muito quente, e
sempre gritavam com ele por abrir as janelas para deixar o ar frio entrar, mas ninguém
estava por perto para reclamar dessa vez. Remus inalou o cheiro da floresta e do
castelo; o céu noturno e a neve das montanhas; a água lisa aveludada do lago e cada
folha de grama no campo de quadribol. Hogwarts. Ele se perguntou se algum dia se
sentiria tão em casa em qualquer lugar novamente.
Remus balançou a cabeça, percebendo o quão bobo e sentimental estava sendo. Ele
deixou as janelas abertas e voltou para a sala, acomodando-se no grande sofá de
veludo e abrindo seu livro. Ele acenou com a varinha para a chaleira pendurada sobre
o fogo, e ela começou a esquentar enquanto folheava seu livro, tentando encontrar
aonde tinha parado.
Onde conseguiria seus livros depois de Hogwarts? Era fácil se filiar a uma biblioteca
trouxa - mas os bruxos também as tinham? Outra pergunta para Sirius - ou talvez
Chris, quando Remus o visse novamente. Christopher estava sendo muito esquivo
desde que se encontraram em Hogsmeade.
"Achei que você quisesse dormir." Disse suavemente, enquanto Sirius andava pelo
carpete ainda enrolado em seu cobertor e se sentava no lugar quente que Remus havia
deixado no sofá.
"Prongs ainda está roncando." Sirius bocejou, puxando o cobertor para mais perto
enquanto Remus trazia o chá. "Puta merda, está congelando aqui."
1000
“Vou fechar a janela -”
Remus se sentou com seu chá, sussurrando “ Levio liber ” em seu livro, para que
pudesse lê-lo com o chá em uma das mãos e um braço em volta de Sirius, que se
apoiava sonolento em seu ombro. Será assim? Remus se perguntou, depois de
Hogwarts? Noites no sofá sem ninguém nos incomodando.
"O que você está lendo?" Sirius perguntou, observando o livro pesado levitando logo
acima do colo de Remus.
"É?" Sirius ergueu a cabeça, formando uma pequena carranca. "Por que?"
"Apenas fiquei interessado." Respondeu. “Queria ler algo fora dos meus textos
centrais para os NIEM, e pensei - leitura de mentes, legal. Quem não gostaria?”
“Eu acho que deveria ser ilegal.” Sirius disse, repentinamente espinhoso, embora
Remus não soubesse por quê. “É uma invasão de privacidade - praticamente magia
negra.”
"Eu não quis dizer que você iria..." Sirius suspirou, voltando a se sentar. Vendo que
isso o aborreceu, Remus permitiu que o livro parasse de levitar e acariciou seu cabelo
gentilmente, porque ele sempre gostava, mesmo que fingisse que não. Ele sentiu
Sirius relaxar contra si novamente, antes de ouvi-lo dizer em uma voz estranha
"Desculpe, eu não queria explodir. É que minha mãe consegue fazer isso. Ela é uma
legilimens. "
"Oh…"
1001
“Para que ela pudesse descobrir o que estávamos fazendo - onde estava nossa
'lealdade'.”
"Sinto muito, Padfoot." Remus apertou seu braço. Aquela sensação protetora voltou,
fria e doce como adrenalina.
"Não sinta. Eu estou cheio dela, morcega velha louca. E eu meio que aprendi a desviar
disso, no final. O que a deixava com tanta raiva. ” Ele soltou uma risada vazia.
"Não exatamente..." Sirius franziu a testa novamente, mas desta vez Remus sabia que
era porque ele estava pensando muito. Ele se sentou, afastando-se de Remus, e se
inclinou para colocar seu chá na mesa de centro.
“É mais como ... você aprende a não pensar nas coisas que ela quer que você pense.
Piorou quando éramos adolescentes, você sabe, ela estava preocupada com
‘pensamentos impuros’. Tojours pur. Então, eu só ... a distraia pensando em outra
coisa. "
"Para que ela não descobrisse sobre Mary?" Remus perguntou, "Ou as outras garotas
nascidas trouxas?"
"Hum." Sirius mexeu suas mãos, desviando o olhar, “Sim, isso. E ... bem, tanto faz,
qualquer coisa que eu não queria que ela soubesse. O problema é que você acaba se
confundindo. É como amarrar seus próprios pensamentos em nós. Difícil de solta-
los... você meio que teve que encarar as consequências ruins disso, um pouco.”
Então, ele encontrou seus olhos e parecia tão envergonhado e arrependido, que Remus
percebeu exatamente o que ele quis dizer. Foi por isso que tudo foi tão difícil, no
começo? Por que Sirius havia insistido tanto em fingir que nada estava acontecendo
entre eles?
1002
Remus largou seu próprio chá e abraçou Sirius com força. Ele a odiava. Ele odiava a
guerra e odiava a si mesmo por não ser capaz de dizer as palavras certas. Esta era uma
daquelas ocasiões em que isso poderia realmente fazer a diferença.
"Sirius ..." ele disse, o coração batendo forte quando eles finalmente se soltaram, "Eu
sinto..."
“Está tudo bem, Moony. Acabou agora." Sirius sorriu para ele corajosamente.
"Eu sei, mas eu quero que você saiba, eu quero te dizer ... eu realmente ... de
verdade... eu ..."
"Eu sei." Sirius o beijou gentilmente, envolvendo os braços ao redor dele mais uma
vez e apertando-o de volta. "Eu também."
***
"Eu falhei." Marlene sussurrou enquanto eles saíam da sala de exames, torcendo as
mãos.
1003
"Você não falhou." Mary colocou o braço em volta do ombro da amiga.
"Não, você está me deixando toda emotiva." Mary riu. "E você, Lupin?" Ela estendeu
a mão para enlaçar seu braço com o dele enquanto os três caminhavam pelo corredor
em direção ao terreno aberto.
"Como você acha que foi?" Mary esclareceu “Eu sei que você é estoico”.
“Ok, eu acho. A pergunta sobre os basiliscos me confundiu um pouco, mas acho que
consegui.”
"Eu tenho que ir", disse Marlene, quando eles viraram uma esquina, "Desculpe, eu
disse que me encontraria ..."
"Yasmin." Mary terminou por ela, um pouco maliciosamente. Ela soltou Marlene
debaixo do braço. "Vá logo, então."
"Vaca mal-humorada", Marlene mostrou a língua, "Você sabe que eu te amo para
sempre."
"Tchau, Marlene," disse Remus, educadamente. Eles eram amigos de novo, mas ainda
parecia estranho.
1004
"Você não vai me abandonar por um jogador de quadribol de cabelos negros também,
não é?" Ela perguntou "Honestamente, é como um clube em que vocês estão
completamente dentro."
“Ah, cale a boca,” ele riu, “E não. Ele tem seu exame de estudos trouxas. "
"Todo seu." Ele assentiu. Ela sorriu e beijou sua bochecha. Eles continuaram andando
em direção ao sol.
“Eu acho que estraguei um pouco as cockatrices,” Mary pensou, “Eu nunca poderia
levá-las a sério o suficiente para estudar - quero dizer, pelo amor de Deus, meio
dragão, meio galinha?! Bobagem do caralho. Mesmo assim, acho que fui ok. ”
"Tenho certeza que sim," disse Remus, "Você se esforçou muito - todos nós nos
esforçamos."
"Deus, eu também," Remus respondeu casualmente, fazendo Mary cair na risada. Ele
gostava de chocá-la; o que era difícil de fazer, na maioria das vezes. Veja bem, ela
levava tudo com calma. Assim que eles dobraram a última esquina, Mary parou no
meio do caminho, um olhar de desgosto cruzando seu rosto.
"Ugh, é Rotherhide."
Remus seguiu sua linha de visão. Eles estavam na última arcada que dava para o
terreno aberto. Era um dia ensolarado, embora um pouco frio, e depois de um início de
ano chuvoso, todos os alunos que não estavam nas aulas ou exames estavam
aproveitando o clima. Roman Rotherhide, o arrasador de corações da Corvinal do
sétimo ano, estava vadiando com alguns de seus amigos à alguns metros. Ele e Mary
estavam entrando e saindo de um relacionamento há anos e, a julgar pela expressão
em seu rosto, eles estavam definitivamente "desligados" agora.
1005
"O que ele fez?" Perguntou Remus.
"Nada, ele só me irrita." Ela disse. “Alguns dias todos eles me irritam.”
"Rapazes?"
“Bruxos.”
"Me beije!" Mary se virou para ele: "Vá em frente, isso vai deixá-lo louco. Rápido, ele
está olhando!”
"Por favor!"
"Não!"
“Ugh, que grande amigo você é,” ela resmungou. "Venha, então…"
"Você é maluca." Remus balançou a cabeça, seguindo-a. Ele suspirou e colocou a mão
na dela. "Pronto, isso serve?"
“Meu herói,” ela sorriu para ele, apertando sua mão de volta, balançando-a para frente
e para trás para que Roman notasse.
Eles se acomodaram debaixo de uma grande árvore de faia perto do lago. Remus
deitou-se de costas com os braços atrás da cabeça, observando os galhos rangerem
lentamente acima, enquanto Mary começava a lixar e pintar as unhas.
Sirius fez Remus prometer não começar a revisar nada depois que seu exame de Trato
das Criaturas Mágicas fosse concluído e, pela primeira vez, Remus não discutiu.
Estava no ponto ideal entre as luas cheias, onde se sentia mais saudável e humano -
além disso, as aulas haviam terminado para sempre, o que significava que ele não teria
1006
dever de casa e todos estavam de bom humor ultimamente - por que se trancar na
biblioteca?
"Deus, mal posso esperar para que tudo acabe." Mary disse "Vou sentir saudades de
todos vocês, obviamente, mas estou de saco cheio da escola."
"Você sabe o que vai fazer depois?" Remus perguntou, fechando os olhos e encarando
as veias vermelhas brilhantes de suas pálpebras.
"Você poderia se quisesse," Remus ponderou, "Você poderia enfeitiçar uma máquina
de escrever fácil."
"Lily disse que vocês iam ajudar Dumbledore." Mary disse de repente.
Remus abriu os olhos e virou a cabeça, semicerrando os olhos para ela. Ela estava
usando um par de óculos de sol com armação branca tipo gatinho, então ele não podia
ver seus olhos, mas sua boca estava séria, não mais alegre.
"E aí? Vocês todos vão terminar a escola e salvar o mundo? "
1007
"Remus, por favor, não."
"Porque Lily perdeu todo o senso de razão desde que ela está com Potter. Potter e
Black pensam que são intocáveis de qualquer maneira e Peter não consegue pensar
por si mesmo. Você é o sensato. "
“Eu só ... eu penso sobre os ataques no Natal. O irmão de Marlene. A maneira como
as pessoas olham umas para as outras atualmente. Estou com medo. Vai piorar.”
"Sim, vai." Sua voz é dura. "A menos que alguém faça parar."
“Mas por que tem que ser você? Qualquer um de vocês?! Deixe Dumbledore lutar, se
ele é tão poderoso como todos dizem. Por que ele precisa de crianças para ajudá-lo?”
“Não somos crianças. Mary, isso não é sobre Dumbledore, ou mesmo Voldemort, é ...
é sobre todo o mundo mágico. A comunidade; é sobre tornar ela um lugar onde todos
nós podemos - ”
"Desculpe?"
"Veja. Você sabe por que minha família acabou no Reino Unido? Meu avô lutou na
guerra. Ele ganhou medalhas e toda aquela merda, "a gratidão do império". Eles
disseram que não poderiam ter derrotado Hitler sem os soldados da comunidade. Você
quer saber o que aconteceu com aquela gratidão quando a guerra acabou? Quando ele
se mudou para cá para ter uma vida melhor? Você sabe como o chamavam? " Ela
balançou a cabeça com raiva. “As coisas não mudam por causa de atos heroicos
estúpidos. As pessoas não mudam. Mesmo se vencermos a guerra, mesmo se aquele
1008
cara assustador Lorde das Trevas for preso, ou derrotado, ou o que seja. Potter e Black
podem conseguir os desfiles da vitória, mas ninguém vai ... você vai ser um excluído
para sempre. Veja como Danny está sendo tratado.”
"Mary." Remus disse, seu tom muito frio agora. Como eles entraram nisso? Eles
nunca brigaram, "Não vou discutir mais sobre isso."
"Não fique com raiva de mim." Ela disse "Estou apenas tentando ..."
“Por que não praticamos alguns feitiços? O exame é em dois dias.” Ele se levantou,
puxando sua varinha. Mary permaneceu sentada na grama. Ela olhou para ele,
baixando os óculos escuros, seus olhos castanhos em reprovação, franziu os lábios e
deu de ombros.
1009
Capítulo 148: Sétimo ano: A final
Dirty tricks.
Ah foda-se. Inferno de merda. Como diabos isso aconteceu?! Como havia deixado isso
chegar tão longe?! A boca de Remus estava seca, as palmas das mãos úmidas e quanto
menos falasse sobre suas entranhas, melhor. Ele gostaria de ter Sirius por perto, ou até
mesmo James, para ajudá-lo a se acalmar. Mas ninguém poderia ajudá-lo agora. Ele
estava sozinho.
Ele engoliu em seco e acenou com a cabeça. Era hora de jogar a merda no ventilador.
1010
***
"São onze e meia," Sirius bocejou, "Vamos, não acho que meu cérebro possa absorver
mais conhecimento esta noite."
"Eu não acho que seu cérebro já absorveu qualquer --- ow!" James estremeceu quando
Sirius o chutou por baixo da mesa.
"Vamos," ele repetiu, "Vai ser toque de recolher em breve, de qualquer maneira."
"Estamos com o monitor-chefe, não acho que o toque de recolher seja importante."
Remus respondeu, escrevendo tão rápido quanto sua pena permitia.
Mas James pegou o bocejo de Sirius. Ele tirou os óculos e esfregou os olhos,
afastando-se da mesa.
"Nah, Padfoot está certo - estamos aqui há horas. Vamos encerrar e fazer uma sessão
de recapitulação amanhã?”
Peter estava olhando para Remus com esperança, claramente extremamente entediado.
Remus franziu a testa para todos eles.
"Vocês vão, se quiserem, mas vou me odiar se perder tempo - é nosso último exame!"
"Você quase não está perdendo tempo", disse Sirius, "Você esteve tanto na biblioteca
neste semestre que estão considerando colocar uma placa em sua homenagem."
"É necessário." Remus disse, "Eu quero me sair melhor que Snape."
1011
"E você vai." Sirius o acalmou, "Vamos, você está ficando com olheiras sob os olhos."
"Oh, não," Remus suspirou sarcasticamente, guardando seus papéis, "Minha aparência
arruinada..."
"Cale a boca, seu idiota bonito." Sirius deu uma leve cotovelada nele.
Eles juntaram o resto de seus livros, limparam as migalhas de comida o melhor que
puderam e se dirigiram para a saída da biblioteca. Ainda havia muitos alunos
estudando, todos em diferentes estados de angústia.
"Mal posso esperar para que tudo acabe", sussurrou Peter, "Imaginem! Chega de dever
de casa para sempre! ”
Remus deve ter parecido chocado com isso, porque Sirius berrou de tanto rir e jogou
um braço em volta de seus ombros (era um gesto fraternal, Remus havia decidido,
então permitiu que fizessem em público).
"Você ainda terá prazos para cumprir," James pensou, bocejando novamente quando
eles entraram nos corredores mal iluminados do castelo. “Se você quiser trabalhar no
ministério. Papai reclama deles o tempo todo.”
"Duvido que algum dia serei tão importante quanto seu pai", respondeu Peter,
enfiando as mãos nos bolsos.
"Ah. Bem. Mamãe disse que meu padrasto pode ser capaz de me colocar em bons
termos... você sabe, caso eu não tenha uma resposta de qualquer lugar. "
“Não será sua culpa, Wormy”, disse James, “Eles estão fazendo cortes em todos os
lugares - por causa da guerra. As coisas estão difíceis.”
1012
Sirius balançou a cabeça em desaprovação, mas não disse nada.
"Eu não vou ser um jogador de quadribol", disse James levemente, "Não até que a
guerra seja vencida."
O que não estava sendo dito aqui, Remus pensou, era o fato de que James não
precisava realmente de um emprego, com guerra ou sem guerra, com talento ou não.
O mesmo com Sirius, que era tão rico que nunca falava sobre dinheiro. Embora ele
não concordasse com sua amargura, Remus simpatizava com Peter nesse quesito; os
Pettigrew eram firmemente de classe média e, embora ele sempre tivesse tido uma
vida suficientemente confortável, esperava-se que ele começasse a ganhar dinheiro o
mais rápido possível. No que dizia a respeito de Remus, que mal era da classe
trabalhadora mesmo em um dia bom -
Ele foi interrompido de seus pensamentos por um ruído estranho à frente e parou no
meio do caminho. Os outros pararam também.
“Tem alguém virando a esquina.” Ele podia ouvi-los respirando, mas não estavam se
movendo - nem indo nem vindo, o que era extremamente suspeito, dada a hora da
noite.
"Oh, olá ... hum ... Remus?" Christopher sorriu para ele atordoado.
Ele não estava fazendo nada. Estava apenas parado ali, encostado na parede, olhando
para o nada.
1013
"Você está bem?"
“Ah sim,” o menino mais novo acenou com a cabeça novamente, enfaticamente,
“Muito bem, obrigado. Muito bem. Muito bem mesmo. ”
"Ele está... chapado?" Sirius já estava ao lado de Remus e examinava Chris com uma
diversão mal disfarçada.
"Acho que não ..." Remus franziu a testa. Ele estendeu a mão e tocou gentilmente o
braço de Chris, falando devagar, “Christopher? O que você está fazendo? É quase
hora do toque de recolher, você está patrulhando? "
"Ele está confuso." Disse James. “Christopher? Alguém lançou um feitiço em você
esta noite? Ou perto de você e saiu pela culatra? "
“Talvez ele tenha feito isso a si mesmo,” Wormtail sugeriu. "Eu fiz isso uma vez,
lembra?"
"Não, Chris não tentaria confundir ninguém." Remus balançou a cabeça. "Chris, quem
foi a última pessoa que você viu?"
“Não,” Remus colocou as mãos em seus ombros, encontrando seus olhos e tentando
prender sua atenção, “Não, eu não. Concentre-se. Antes de eu chegar aqui, o que você
estava fazendo?”
"Não, quero dizer ... ah, vamos, vamos voltar para a torre, hein?" Remus manteve a
mão no ombro de Christopher e começou gentilmente, mas com firmeza, a conduzi-lo
pelo corredor, lançando olhares ansiosos para os outros.
1014
"Devemos contar a alguém?" Sirius perguntou a James, "Ou ... não sei, leva-lo para a
Madame Pomfrey?"
"Eu não sei. Vamos perguntar a Lily, ela saberá o que fazer. "
Lily não sabia o que fazer. Ela ficou com a mão no quadril e um olhar cético no rosto,
e fez algumas perguntas a ele, mas estava tão perplexa quanto os meninos. Ele se
sentou diante dela em uma poltrona, muito feliz enquanto sorria para a ruiva. Ele não
pareceu se importar com o interrogatório e, embora não pudesse dar-lhes nenhuma
informação real, respondeu a tudo com uma polidez alegre e vazia. Desistindo, Lily
estalou a língua.
"Quero dizer, ele parece bem ... e não parece chateado ... Christopher? Você brigou
com alguém? Alguma discussão?"
"Acho que não." Christopher disse pensativo, sua voz grossa e sonhadora. Ele
bocejou. "Acho que vou para a cama, se estiver tudo bem para vocês."
“Leve-o para cima, sim? Apenas certifique-se de que ele não se perca no caminho.”
Potter acenou com a cabeça, feliz por poder agir, e deu um tapa nas costas de
Christopher.
1015
“Não que eu tenha visto,” disse Remus. "Mas Deus sabe quanto tempo ele ficou
parado ali."
"Bem, ele estava na escala de patrulha esta noite", disse ela, puxando seu pequeno
caderno de capa de couro para verificar. “Eu sempre digo aos monitores para andarem
em pares, então ele não deveria estar sozinho. Chris geralmente é tão confiável. Vou
falar com ele pela manhã, talvez esteja um pouco mais esperto. "
"Não parece que ele sofreu algum dano", disse Peter casualmente, folheando um
exemplar antigo do Quadribol Semanal, "Talvez ele estivesse bêbado, ou drogado ou
o que seja, e só esteja tentando encobrir seus rastros."
Remus discordou - era totalmente fora do personagem. Mas então, ele não tinha visto
muito Chris ultimamente, os dois estavam tão ocupados. Ele se lembrava de ter se
encontrado com o garoto mais novo em Hogsmeade há um tempo - ele estivera agindo
estranho também, mas Remus tinha acabado de presumir que ele estivesse em um
encontro e não queria que soubesse com quem. Se alguém respeitava a privacidade
das outras pessoas, era Remus.
James voltou, dizendo que Chris parecia bem uma vez que entrou em seu quarto, e
eles não conversaram muito sobre isso pelo resto da noite. Em uma escola cheia de
adolescentes aprendendo a usar magia, não era totalmente fora do comum que
acidentes acontecessem.
"Moony, vamos, hora de dormir." Sirius o acordou meia hora depois. Droga.
1016
Remus piscou, sua visão turva, olhando para seu livro. Ele mal tinha passado do
primeiro parágrafo antes de adormecer, sua pena ainda equilibrada entre os dedos.
Sirius riu.
Remus apenas bocejou para ele, levantando-se. A sala comunal estava quase
completamente vazia agora, exceto por James e Lily, que estavam "se despedindo" no
sofá. Isso geralmente demorava um pouco, então os outros três marotos os deixaram
por conta própria, subindo as escadas para a cama.
***
Na manhã seguinte, Remus foi acordado por Sirius - ou melhor, pela ausência de
Sirius. Ele estava rastejando para fora da cama e tentando ser sorrateiro.
"Mmm, fique aqui..." Remus o alcançou sonolento, tentando puxá-lo de volta. Suas
mãos correram sobre a pele da parte superior do braço do moreno. Sirius possuía uma
pele fantástica, era tão lisa e imaculada em todos os lugares, exceto na parte de trás de
suas pernas. Ele insistia em falar sobre querer tatuagens, um pensamento que
horrorizava Remus.
"Desculpe, Moony," Black sorriu, gentilmente se soltando, "Grande jogo em dois dias,
tenho que praticar."
1017
"Sim." Sirius riu, "Volte a dormir, vejo você mais tarde."
Ele saiu com cuidado, fechando as cortinas atrás de si. Remus rolou para o vazio
quente que o corpo dele havia deixado para trás, inalou o cheiro em seu travesseiro e
voltou a dormir.
Ele acordou bem a tempo de pegar o resto do café da manhã e voltou para a biblioteca,
onde encontrou Lily para mais estudos de Aritmancia.
"Vou sentir falta disso," Remus respondeu, "Gosto dos gráficos, eles são relaxantes."
"Bem, estou feliz por não haver nada assim nas poções."
“Talvez,” Lily deu de ombros. “Eu gostaria de fazer algo assim. Talvez pesquisar para
o St Mungus. Slughorn se ofereceu para escrever recomendações para mim. Mas as
coisas vão ficar complicadas por um tempo, eu acho. James está otimista, mas...”
"Sim." Remus acenou com a cabeça. “Nós apenas teremos que esperar para ver.”
"Vamos descer para almoçar?" Ela fechou o livro, jogando o cabelo sobre um ombro,
"Os meninos terminarão logo, podemos encontra-los."
"Vamos, então."
Assim que eles estavam se levantando para sair, as portas da biblioteca se abriram e
Madame Pince gritou "Não corra!"
1018
"Lily! Remus! Eu preciso de ajuda!" Christopher veio correndo na direção deles tão
rápido que suas pernas bateram na mesa, jogando todos os livros para frente.
“Eu ... eu fiz algo estúpido. Por favor, só venham? " Chris implorou. Seu rosto estava
vermelho e brilhante de tanto correr e, embora ele definitivamente parecesse mais
alerta do que na noite anterior, ele estava claramente chateado. Então eles foram.
Ele os levou para o corredor de Feitiços, e por todo o caminho até lá ficou tagarelando
sobre como havia sido um acidente e como não queria que tivesse acontecido. Lily
continuava tentando fazê-lo se acalmar dele, mas Chris nem ao menos lhes dava uma
pista do que estava acontecendo.
Finalmente, ele parou diante da porta fechada da sala de Feitiços. O professor Flitwick
realmente deveria começar a tranca-la, Remus pensou consigo mesmo, enquanto
Christopher os encarava, pálido e trêmulo. Ele mexeu nas mangas de suas vestes,
olhando para baixo.
"Christopher, apenas nos mostre, ok?!" Lily rebateu, batendo o pé no chão de pedra.
Christopher pulou com seu tom autoritário, normalmente reservado para alunos que
estavam se comportando mal, respirou fundo e empurrou a porta, conduzindo-os para
dentro e batendo-a atrás deles.
O que estava diante deles era uma geleia azul enorme, trêmula e brilhante. Era
facilmente do tamanho da mesa de Flitwick, e apenas estava ali no meio da sala de
1019
aula, translúcida e oscilante. Remus sufocou uma risada. Em sete anos em Hogwarts,
esta era definitivamente uma das coisas mais ridículas que ele já viu.
“Remus, olha a boca” Lily deu uma cotovelada nele. "Christopher, quem é esse?"
“É o Roy. Gilderoy. ”
“Lockhart??”
"Eu vou ter problemas?" Chris piscou para os dois, seus olhos castanhos enormes e
assustados.
"O que você... como você fez isso?!" Lily estava boquiaberta.
"Mas por que você fez isso, Chris?" Lily perguntou, ainda encarando.
1020
Christopher balançou a cabeça, encolhendo-se com o temperamento de Lily. Ele
estava envergonhado, Remus percebeu, e olhava para os próprios pés.
“Ele fez isso outro dia, mas saiu pela culatra, acho que tentei desviar. Talvez ele já
tenha feito isso antes, não sei.
“Contasse o que?!"
"Christopher, pelo amor de Deus!" Lily cruzou os braços com raiva. Remus sentiu
uma pontada de simpatia quando as bochechas de Chris ficaram com um tom de
vermelho mais profundo.
"Olha, Lily, isso não importa agora, importa?" Ele disse, virando-se para ela para
tentar desviar o foco de Christopher. "Devemos fazer com que Lockhart seja
examinado, primeiro..."
Ele não tinha certeza de como conseguiu, mas no final convenceu Lily a ir buscar
Madame Pomfrey, enquanto ele e Christopher esperavam com o Lockhart gelificado.
Depois que ela saiu, Christopher pareceu ficar ainda mais ansioso.
"Não, você não vai," Remus se encostou na parede casualmente, puxando sua caixa de
cigarros. Ele ofereceu um a Chris, que balançou a cabeça, enquanto se remexia e
enrolava os punhos das mangas. "James e Sirius já fizeram coisa pior do que isso."
1021
"Sério?!" Remus ergueu as sobrancelhas enquanto acendia o cigarro, “Bem, não é tão
ruim assim. Você vai sobreviver. Então... você quer me dizer o que está acontecendo?
"
"Suponho que seja essa a pessoa que você estava encontrando em Hogsmeade daquela
vez?" Remus perguntou, tentando tornar mais fácil.
“Ok,” Remus exalou fumaça. Ele estava surpreso, obviamente, e mais do que
intrigado, mas tinha que tentar não demonstrar se quisesse ouvir mais alguma coisa de
Chris. "Então, vocês se encontraram algumas vezes?" Outro aceno de cabeça, “E
então...” Remus tentou juntar as peças, “Algo deu errado? Vocês brigaram? "
"Olha, Chris, eu não me importo, ok? Ele é um idiota que merecia isso de qualquer
maneira, e se você e ele ... bem, não importa, não é? "
"Eu não quero que você pense que eu sou estúpido, ou ... ou ingênuo ou algo assim.
Eu nem gostava tanto dele, eu juro, era só ... apenas beijar, e eu só ... você sabe, ele
mostrou interesse, e eu pensei - bem, esta pode ser minha única chance. "
"Oh..." O coração de Remus se apertou. Ele tocou seu ombro, segurando-o no que
esperava ser um gesto reconfortante. “Claro que não é sua única chance. As pessoas
não têm apenas uma chance...”
"Bem, tanto faz." Chris disse, olhando para o espaço logo acima do ombro de Remus,
mas deliberadamente não para Remus. “Suponho que tenha muito a ver com sorte. De
1022
qualquer forma, ele era um idiota. Acontece que tudo o que ele realmente queria era
descobrir sobre a pegadinha. Ele pensou que você e eu estávamos ... ele achou que eu
poderia dar a ele informações privilegiadas."
"Bem, você poderia," Remus respondeu, "Você fez metade dos estudos comigo, você
sabe mais do que Sirius."
"Eu não disse nada", Chris falou, "Eu não disse nada a ele."
Chris sorriu com isso e encontrou os olhos de Remus adequadamente pela primeira
vez.
“Eu disse a ele para parar de tentar descobrir. Ele ficou irritado e me chamou de algo
horrível. Então eu fiquei com raiva e disse a ele que contaria a todos o que estávamos
fazendo, e ele deve ter entrado em pânico. "
Chris suspirou profundamente. “Eu não teria dito nada, eu juro. Eu não seria tão
horrível. Eu estava com raiva, só isso.”
“Eu sei, cara,” Remus o tranquilizou. "Então ele tentou confundir você para que você
não contasse a ninguém?"
“Tudo o que consigo lembrar é que devo ter tentado m defender de alguma forma, o
que enfraqueceu o feitiço. Provavelmente por isso eu estava agindo de forma tão
estranha ontem.”
“Quando acordei esta manhã um pouco mais da minha memória tinha voltado. Eu
percebi o que ele tinha feito e vim confrontá-lo. Eu ... er ... perdi um pouco a
paciência. "
1023
"Bem." Remus apagou o cigarro, "Eu não vou ficar irritado com você por isso."
Lily, porém, já era outro assunto. Ela voltou com a Madame Pomfrey e a Professora
McGonagall. A essa altura, Remus já havia decidido o que fazer.
"Um de vocês, rapazes, pode explicar o que aconteceu aqui?" A chefe da casa da
grifinória perguntou, seus olhos prateados e afiados. Remus estava um pouco mais
alto do que ela agora, mas de alguma forma McGonagall sempre parecia maior do que
a vida, especialmente quando ela estava prestes a repreendê-lo.
"Nenhuma ideia." Remus disse prontamente, ignorando o olhar de horror de Lily por
trás do ombro de McGonagall. "Chris acabou de encontrá-lo assim, não é, Chris?"
Christopher olhou desesperadamente para Remus, então para McGonagall, sua boca
abrindo e fechando como um peixe. Finalmente, ele apenas acenou com a cabeça.
"Sim." Ele acenou com a cabeça, as mãos nos bolsos, tentando parecer casual.
"O Sr. Barley simplesmente encontrou o Sr. Lockhart já neste" ela gesticulou para a
enorme geléia, que Madame Pomfrey estava circulando lentamente, murmurando
baixinho, "... estado alterado?"
"Sim." Remus acenou com a cabeça com firmeza. Ele teria gostado de outro cigarro,
mas não era assim tão descarado.
"Então, por favor, explique," os lábios de McGonagall se curvaram nos cantos, "Como
o Sr. Barley sabia que este era o Sr. Lockhart?"
"Hum." Remus olhou de volta para a grande geleia azul. "Bem. Se parece com ele,
não é? "
1024
"Isso não vai demorar muito, Minerva," Madame Pomfrey disse animada, "Nenhum
dano de longo prazo, mas ele ficará fora de ação por alguns dias." Ela começou a
acenar sua varinha e murmurar encantamentos.
Isso não foi um alívio para Remus. Ela ainda estava sorrindo, o que significava que
sabia exatamente a melhor forma de puni-lo, e ele não iria gostar.
“Não, eu acho que tenho a coisa certa. Com o Sr. Lockhart fora de ação, acredito que
temos uma vaga para comentarista de quadribol.”
Remus praticamente sentiu a cor sumir de seu rosto. A mulher era claramente um
gênio do mal. Qualquer coisa menos isso. Por cima do ombro de McGonagall, Lily
sorriu.
***
James e Sirius acharam a coisa toda hilária, é claro, depois que terminaram de xingar
o nome de Lockhart. Eles adoraram a ideia de Remus - que sabia tanto sobre quadribol
quanto sabia sobre futebol, ou física quântica - ter que comentar sua partida final.
"Eu simplesmente não vou fazer isso." Remus continuou dizendo. "Vou ficar sentado
com a boca fechada, não há nada que eles possam fazer.
“Não seja ridículo!” Sirius o cutucou, "Você precisa cantar nossos louvores!"
"Na verdade, trata-se apenas de seguir a goles", disse James, "Se você puder ficar de
olho nisso, você ficará bem."
1025
“Ei, pensem nos batedores!” Marlene ligou.
"Sinto muito, Pete," Remus tentou, após horas sendo ignorado, "Eu sei que você
gostaria de fazer isso, mas lembre-se de que isso é um castigo para mim."
"Eu seria muito bom nisso." Peter murmurou, os braços cruzados sobre o peito. “Eu
sei tudo sobre a equipe, você nem assistiu a nenhum dos treinos.”
"Eu sei, você teria sido incrível," Remus assegurou-lhe. "Você vai me ajudar?"
"Ponha-me em dia," encorajou Remus, "Me dê suas anotações, pela primeira vez."
"Ok!" Peter acenou com a cabeça parecendo entusiasmado agora. "Sim, você precisa
saber muito... Vou começar agora, Moony, não vou decepcioná-lo!"
No final, Peter produziu mais anotações sobre a final da Grifinória vs. Sonserina de
1978 do que ele já havia escrito para qualquer uma de suas aulas. Havia resmas e
resmas de pergaminhos com diagramas rotulados, listas de jogadores e seus números,
formações de voo e uma explicação detalhada do que parecia ser o equivalente em
quadribol da regra do impedimento. Ele até escreveu um pequeno script de frases que
Remus poderia usar se ficasse confuso.
1026
Então, mesmo depois do exame de aritmancia de Remus (ele estava bastante confiante
de que havia feito um trabalho perfeito nele, tinha sido moleza), ele ainda tinha outro
teste para o qual estudar.
Ainda assim, nada poderia prepará-lo para como se sentia agora, sentado em uma torre
bem acima do campo, um mar de alunos com mantos vermelhos e verdes abaixo dele,
esperando que falasse.
Ele se sentiu enjoado e desejou não ter comido um café da manhã tão farto. Também
havia tomado uma dose de firewhisky (cortesia de James) e meio baseado com Mary
antes do jogo começar, na esperança de que isso acalmasse seus nervos. Infelizmente,
parecia ter tido o efeito oposto, e o conselho extremamente inútil de Sirius de
‘imaginar todos de cueca’ ficou preso em sua cabeça, então agora Remus não sabia
para onde olhar.
Peter tinha uma caligrafia muito bonita e redonda, mas a cabeça de Remus estava um
pouco nebulosa agora - o uísque o deixara mais aguçado no início, mas isso
combinado com o baseado estava fazendo com que ele se sentisse um pouco tonto e
quente. Ele beliscou a parte interna do pulso para maior clareza.
"Oh! Desculpe!" Ele piscou, assustado, olhando para a grama abaixo e pigarreando.
Ele leu cuidadosamente o pergaminho à sua frente, "Olá ... er, quero dizer... bem-
vindos, todos, à final da Copa de Quadribol de Hogwarts, 1978..."
Sua voz soou estranha, ecoando pelo estádio oval, mas ele podia ouvir os aplausos
enquanto falava, o que lhe deu um pouco de coragem. Ele olhou para McGonagall,
1027
que sorriu e acenou com a cabeça encorajadoramente. Remus voltou seu foco para o
solo abaixo e tentou fazer alguns comentários.
“Certo, um. Então, vamos lá ... as equipes estão em campo. É a Grifinória de vermelho
- Capitão James Potter e a Sonserina de verde - Capitã Kerensa Smythe. Hum ... quero
dizer, não tenho de muito a dizer, na verdade, até que todos estejam no ar... ”Ele olhou
para as anotações de Peter novamente ‘ apresente os jogadores e seus pontos fortes ’,“
Oh, ok, então os jogadores ... bem, obviamente James. Ele é o artilheiro ... ele é muito
bom, me disseram. Quero dizer, foi ele quem me disse... "
“Hum. O goleiro da Grifinória, Yasmin Patel, também muito boa, suponho, quero
dizer, pelo que sei, não sou nenhum especialista... Sirius Black e Marlene McKinnon,
batedores - bons batedores ... Quer dizer, todo o time é muito bom, sabe."
Ele ouviu Peter gemer, sentado atrás dele, e uma gargalhada da multidão. McGonagall
estava dando a ele um olhar cínico, mas tudo o que ele podia fazer era encolher os
ombros impotente e listar os jogadores da Sonserina com igual inépcia.
(No entanto, teve grande prazer em anunciar ‘apanhador da sonserina, Reggie Black’ -
ele tinha certeza de que viu os ombros de Regulus se encolherem com isso.)
"Oh, ótimo, parece que eles estão prestes a começar," Remus continuou, acomodando-
se, "Sim, lá vai o apito e - sem surpresas aqui - Potter está com a goles. Caramba, ele é
rápido, olhe para ele! Eeeeee é um gol! Dez - zero para a Grifinória! Boa, Prongs! ”
A multidão aplaudiu e James disparou pelo campo, com os braços erguidos em vitória.
Ele ergueu um polegar para cima para Remus enquanto voou pela torre do
comentarista, então cumprimentou Sirius no ar, antes de voltar seu foco para o jogo.
Isso não era tão ruim, Remus pensou; tudo o que ele realmente precisava fazer era
observar o que acontecia e então apenas dizer em voz alta. Um idiota poderia fazer
isso.
1028
"Sonserina agora de posse da goles ... er ... acho que é Timothy Bulstrode ... sim, ok ...
hm, não tão rápido quanto James, não é? Não importa, ele está quase lá - argh! Não,
bloqueado por um balaço de McKinnon, muito bem Marlene, parece que doeu! "
"Desculpe, professora ... ok, então, Potter de volta à posse, ele passa para Eriksson ...
Eriksson está realmente voando, ela está quase --- ah, merda. Sonserina de volta à
posse. "
"Desculpe! Bulstrode indo para as traves agora ... ah, vamos, até eu sou mais rápido
do que isso ... ele joga e --- BLOQUEADO pela goleira da Grifinória Patel! Vejam, eu
disse que ela era boa! "
Vivas subiram de um lado da multidão, vaias de outro. Yaz fez um loop de vitória,
radiante, e Sirius passou voando pela caixa dos comentaristas, sorrindo para Remus
enquanto o fazia. Remus teve que admitir, quadribol era mais emocionante do que ele
se lembrava.
"Eriksson de volta à posse da goles agora, passa para Potter, Potter está atacando - está
vendo, Bulstrode?! É assim que se voa, porra - desculpe professora - GOL! Vinte -
zero para a Grifinória! ”
"Regulus!" Peter guinchou atrás de Remus, seu dedo apontando por cima de seu
ombro para o irmão Black mais novo de manto verde, que agora estava voando muito
rápido, um olhar de concentração em seu rosto enquanto ia em direção a um quadrado
vazio do céu.
"Parece que o apanhador da sonserina Black pode ter visto o pomo," disse Remus
apressadamente no microfone, esperando que o apanhador da Grifinória estivesse
ouvindo. "Sim, ele definitivamente viu algo, ele está acelerando, ele está --- ah, que
azar, bloqueado por um balaço do batedor da Grifinória, Black."
1029
Remus sorriu e poderia jurar que Sirius piscou para ele do outro lado do campo.
Regulus, que teve que frear e mergulhar de repente, parecia furioso, assim como o
resto do time da Sonserina. As coisas ficaram bastante desagradáveis depois disso -
tanto no jogo quanto nos comentários de Remus.
“Eriksson está com a goles de novo, ela vai passar para o Potter..? Não, parece que ela
mesma vai tentar um gol - VAMOS, ERIKSSON! OH POR - quero dizer, que
chatisse! Isso foi desnecessário! Eriksson atingida por um balaço de Avery -
Sonserina, e Knott agora tem a posse. Eriksson parece atordoada... ela está ... não, isso
é um polegar para cima, boa menina! "
"Certo, então Knott tem a goles ... ele atira ... dez pontos para a Sonserina - mas ainda
é o jogo da Grifinória! Potter tem a goles, ele está voando ... ele está quase lá, ele está
- MERDA, CUIDADO, JAMES! "
"Puta merda!" Remus gritou, “Muito bem, McKinnon! Aquela garota é brutal - oh,
vamos, Hooch, isso tem que ser um pênalti para a Grifinória, apite a porcaria da
partida! Uh oh, parece que o pequeno Reggie Black está de olho no pomo de novo...”
"Manda ver!", ele ofereceu, sorrindo para ela. Ela balançou a cabeça, resmungando.
Remus voltou ao jogo, “Então, agora estamos - o que é? Ah, certo, sessenta - vinte
para a Grifinória - só mostra que trapacear não vai valer a pena - espero que você
esteja ouvindo, Black - quero dizer, o Black mais jovem, obviamente... ”
"Remus!" Peter sibilou atrás dele. "Se acalme! Você deveria estar dando um equilíbrio
- Oh Merlin! "
1030
"Puta que pariu, essa foi perto!" Remus gritou, enquanto Regulus e o apanhador da
Grifinória alcançavam o pomo ao mesmo tempo, apenas para que ele se arremessasse
tentadoramente para fora do alcance, mandando os dois jogadores para as
arquibancadas, Regulus se recuperou um pouco mais rápido do que o apanhador da
Grifinória, mas ambos permaneceram milagrosamente em suas vassouras.
“Eles o quê? eles - merda, desculpe, pessoal! Sonserina marcou de novo, devo ter
perdido aquele..."
Remus se desculpou com a multidão que gritava, metade rindo, a outra metade agora o
vaiando.
“Não vai acontecer de novo!” Ele assegurou-lhes alegremente: "Certo, Potter de volta
em busca da goles, desvia de um balaço de Avery aí - Jesus, este jogo é violento -
Black – o Black bom - alcança o balaço e mira em... sim, Regulus Black mais uma vez
tem que se esquivar. Sorte que ele está tão acostumado a fugir de problemas... "
"Detenção, Lupin," McGonagall estava murmurando, "Você ficará detido pelo resto
de sua carreira escolar."
“Completamente loucos!” Remus ficou boquiaberto, "Sério, não tenho ideia de por
que alguém joga isso - ah, mas jogo limpo, Regulus se distraiu o suficiente para ...
espere ... Sim! SIM! PORRA. SIM! É A GRIFINÓRIA COM O POMO! NÓS
GANHAMOS, CARALHO! AH MEU DEUS PORRA, OBRIGADO POR ISSO, EU
REALMENTE - ”
1031
Ele sorriu para ela novamente, muito entusiasmado com a vitória para se preocupar
muito em ter se metido em encrenca. Peter estava pulando para cima e para baixo atrás
dele também, o que não ajudou.
"Sim, professora." Remus baixou a cabeça e tentou parecer arrependido, mas não
conseguiu evitar que seus lábios se contraíssem um pouco. Mal podia esperar para ver
Sirius. Ele correria até os vestiários se seu quadril (e inibições) permitissem.
Felizmente, se havia algo que McGonagall amava mais do que aplicar as regras da
escola, era a vitória da Grifinória no quadribol.
Elogio ou insulto, Remus não se importou. Pela primeira vez, nem mesmo uma
menção a seu pai afetaria o bom humor de Remus.
1032
Capítulo 149: Sétimo ano: Legado - Parte 1
"Você poderia roubá-lo, aposto que não seria difícil." Sirius disse, parado ao lado de
Remus na frente da estante de troféus. "Apenas faça o vidro desaparecer por um
segundo."
"O professor Flitwick notaria." Remus ergueu uma sobrancelha, distraído agora pelo
reflexo fantasmagórico de Sirius no vidro. “Ou um dos corvinos.”
"Nah", o outro garoto chamou sua atenção e sorriu para ele, os dentes brancos
perolados, "Ninguém vai perceber isso."
“Eu acho que” Remus respondeu, lambendo os lábios e voltando seu olhar para a
pequena figura dourada em cima do troféu, “Lyall teria preferido que ele ficasse aqui.
Assim, sempre haverá um pedaço dele em Hogwarts. ”
"Ahh, você está todo sentimental porque é a última semana?" Sirius o provocou.
Remus sorriu, imperturbado.
"Sim, um pouco."
"Eu também."
Remus fez uma careta para ele. “Vamos então, estou com fome. Almoço."
1033
Os dois seguiram pelo corredor em direção ao Salão Principal. Além da sequência de
detenções de Remus após a final da partida de quadribol, todos eles tiveram uma
semana muito relaxante, sem nada para fazer a não ser planejar o futuro. O que, é
claro, significava que eles não haviam feito absolutamente nenhum planejamento para
o futuro.
“Não vamos deixar nada para trás.” Remus disse pensativo, enquanto caminhavam.
"Que?" Sirius perguntou, distraído por um grupo de garotas que haviam passado
rindo. Remus bateu em sua orelha. "Ai!" O moreno se abaixou, "Elas estavam olhando
para você, Remus “Nós Ganhamos, Caralho” Lupin . O que você estava dizendo?"
"Ah sim. Deve ser apenas eu, então. " Remus suspirou, desamparado.
Remus apenas fez uma careta para ele. Bem, ele supôs. Isso é o que você ganha por
tentar não ser notado. Ele permaneceu neste estado contemplativo durante todo o
almoço - que era peixe com batatas fritas, com ervilhas moles ou inteiras como
acompanhamento (Remus experimentou uma combinação de ambos).
"Tudo bem aí, Moony?" James perguntou, entre garfadas. "Você está muito quieto."
"Ele está preocupado com seu legado," Sirius anunciou. "Ele quer um troféu."
1034
Remus sorriu, se sentindo um pouco melhor. Ele estava desfrutando silenciosamente
de seus quinze minutos de fama. Havia recebido cigarros e chocolates suficientes para
durar o verão inteiro. O que era bom, ele supôs, porque em poucos meses ele teria que
começar a se sustentar.
"Não se preocupe, Remu, você sabe o que vai acontecer na sexta-feira," James
sussurrou, inclinando-se, “Ninguém vai nos esquecer tão depressa."
"Achei que a questão era que ninguém fosse saber quem fez?" Remus ergueu uma
sobrancelha.
Ainda assim, Remus não pode evitar ficar um pouco perturbado. Ele não queria que
seu único monumento fosse o salgueiro-lutador ou aquele barraco esquecido por Deus.
“Merlin, Moony, anime-se,” Sirius gemeu, a boca cheia de batatas fritas, “Você teria
que estar morto para se tornar um fantasma. E suponho que você teria que morrer aqui
também, no terreno da escola. ”
"Um retrato, então." Ele disse. "...Na verdade, não. Eu não quero ser capaz de falar
comigo mesmo, isso é assustador. ”
“Eles também são muito caros”, disse James, “Nossa família nunca se importou com
isso”.
1035
"Típico dos Potter" disse Sirius, com altivez. Com o prato vazio, ele colocou a faca e o
garfo cuidadosamente no centro, que logo desapareceu. “É claro que os Black são
todos preservados para a posteridade na galeria da família.”
"Eu não." Sirius balançou a cabeça com um pequeno sorriso, “Eu não estava lá
quando atingi a maioridade, mas acho que o de Reggie já tenha sido terminado a essa
altura. Idiota. ”
"Remus!" Marlene veio correndo até a mesa de jantar. Ela parecia corada e animada.
“Posso ter você por um minuto? Eu tenho uma coisa para você!" A menina estava
pulando de um pé para o outro, claramente muito ansiosa para lhe dizer algo.
"Er...ok..." Remus olhou ao redor nervosamente. Ele não gostava de surpresas, mas
confiava em Marlene por enquanto, e ela parecia muito feliz.
"É privado! Vamos, Remus! " Ela praticamente o arrastou para fora do Salão,
aparentemente não se importando que ele fosse perder o pudim.
"Ugh, vá devagar, tudo bem?" Ele ofegou, sentindo seu quadril estalar quando eles
começaram a atravessar o primeiro lance de escadas.
"Mostrar o quê?!"
"É privado!"
1036
Ele suspirou e apenas se concentrou em tentar acompanhá-la. Às vezes Remus sentia
que havia passado a vida inteira sendo arrastado pelo castelo por pessoas que eram
mais atléticas do que ele. Quando chegaram à sala comunal da Grifinória, Remus
olhou para ela com expectativa, e a loira de repente ficou tímida, roendo a unha do
polegar.
"O que?" Ele disse: "Não é privado o suficiente?!" Ele gesticulou para a sala vazia -
todos os outros estavam jantando, provavelmente saboreando o pudim. Não serviam
maçã crumble há anos, a sorte de Remus seria grande se eles estivessem servindo esse
prato hoje e ele tivesse perdido.
"Acho melhor subirmos para o seu dormitório." Marlene disse, partindo novamente.
"Por precaução."
"Jesus Cristo, Marls, o que está acontecendo?" Remus a seguiu escada acima.
“Ah, de repente eu decidi que gosto de caras, então eu te atraí até aqui para te
seduzir,” ela casualmente jogou o cabelo por cima do ombro.
Uma vez que eles estavam no quarto, ela fechou a porta, e Remus foi se sentar em sua
cama, com as pernas doloridas. Marlene olhou em volta furtivamente,
Marlene apenas balançou a cabeça como uma mãe excessivamente indulgente. Ela
enfiou a mão no bolso de suas vestes e puxou um pequeno frasco raso, e o estendeu
para Remus.
"Desculpe?!"
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“É para o seu quadril!” Ela abriu o jarro com entusiasmo, os olhos brilhantes e
ansiosos, "Eu fiz para você e Danny já testou e tudo!"
"O que ... o que isso faz?" Ele olhou para dentro do frasco com cautela. O que quer
que estivesse dentro parecia vaselina, semitransparente com uma consistência grossa e
pegajosa.
“Eu pensei sobre o que você disse sobre como uma mistura de medicina trouxa e
mágica funciona melhor,” ela explicou, “Então eu fiz alguns experimentos.
Experimentei valeriana, confrei e açafrão ... descobri que o gengibre funciona melhor,
quem diria? Em seguida, basta combiná-lo com a quantidade certa de cataplasma
antiinflamatório e um pouco de ditamno para dar força extra. Vamos! Passe! "
“Você não deve precisar de muito,” Marlene gritou do quarto, fazendo-o pular e
caminhar para o mais longe que pôde da porta. "Basta passar na pele sobre a área
dolorida."
“Ok,” ele respondeu, rouco. Isso era estranho. Mas ele devia isso a Marlene, se isso
fosse uma oferta de paz, ele tinha que tentar.
Ele desabotoou a calça e puxou-as até a coxa, cueca e tudo. Em seguida, equilibrando
o pote com cuidado ao lado da banheira, ele tirou uma pequena porção da mistura - do
tamanho de uma uva - com os dedos e cuidadosamente esfregou na pele nua.
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"O que?! Você está bem?!" Ela respondeu ansiosamente.
"Se você ainda quiser me seduzir, provavelmente faria qualquer coisa que você me
pedisse agora."
"Funciona, então?"
"É a porra da magia, seu idiota", respondeu ela. "Saia daí, então!"
Seu quadril o incomodava há tanto tempo que ele mal conseguia se lembrar de como
era andar sem estar ciente de suas limitações. Ele sorriu para Marlene, agarrou-a pela
cintura e a girou.
Ela gritou.
“Você é muito mais forte do que parece,” ela riu, corando, colocando o cabelo atrás da
orelha, “Ah, estou tão feliz que funcionou! Eu queria pedir a ajuda da Madame
Pomfrey tantas vezes, mas achei que você preferia que eu mantivesse isso para mim. "
"Obrigado", disse ele novamente. “Você é... você é incrível! Eu gostaria de ter algo
para te dar em troca! ”
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“Você já me deu” ela balançou a cabeça, “Você ajudou Danny, embora nunca o tenha
conhecido e embora soubesse o quão perigoso era. E ... você me ajudou, no final,
também. Eu sei o que quero fazer agora. Vamos vencer esta guerra e, quando acabar,
vou começar a fazer pesquisas adequadas sobre a licantropia, sabe, montar clínicas de
verdade para que as pessoas tenham a ajuda de que precisam. Se todo mundo puder
ver o que eu vejo em você e no meu irmão, então talvez ... eu não sei, talvez as coisas
possam ser melhores. ”
Ela estava olhando para os próprios pés timidamente enquanto dizia isso, mas Remus
não conseguia parar de sorrir, mudando de um pé para o outro apenas para provar a si
mesmo que não doía. Nada doía. Ele tinha que contar a Sirius.
“Você vai ser uma curandeira incrível, Marls,” ele a abraçou novamente. "Posso ficar
com isso?" Ele voltou ao banheiro para pegar o frasco, segurando-o.
"Claro que pode!" Ela balançou a cabeça vigorosamente, “Eu não sei quanto tempo os
efeitos duram ... se você não se importasse de anotar isso, cada vez que você
reaplicar? Será útil saber... ”
“É melhor eu ir encontrar Yaz - ela não tem ideia de onde estive o dia todo, eu disse a
ela que era por causa da pegadinha, mas acho que ela não acredita em mim ...”
"Eles estão na sala comunal, todos eles, acabaram de voltar do jantar," Remus
respondeu casualmente, ainda olhando para o pote com admiração.
"Er ..." ele olhou para cima, sem jeito ... "Bom olfato… tipo, realmente muito bom."
1040
"Vamos lá", ele riu, dando tapinhas em seu ombro, "Uma coisa de cada vez ..."
***
Sirius foi um verdadeiro cavalheiro quando Remus contou a ele a boa notícia sobre a
pomada de Marlene, e não disse 'Eu te avisei' nem uma vez. Black estava apenas
muito feliz ouvindo Remus balbuciar sobre como ele se sentia muito melhor.
"Eu não sei o que eu já fiz." Remus suspirou depois que eles foram para a cama mais
tarde naquela noite.
"Você sabe. Você aprendeu lenticular magna por mim, lá no primeiro ano. E Lily me
fez aquele auxiliar para leitura, e você, Peter e Prongs se tornaram animagos, só para
poder passar um tempo comigo. ”
"Eu não sei o que eu fiz," Remus respondeu, encolhendo os ombros, "Para merecer
isso."
"Moony," Sirius deu a ele um olhar engraçado. "Você está fazendo aquela coisa de
novo."
"Hm?"
“Nós somos seus amigos! Amigos ajudam uns aos outros! Como se você não tivesse
feito coisas por Lily e Marlene, Wormtail, James e por mim ... Merlin, por mim mais
do que qualquer um. ”
“Eu sei,” Remus respondeu, ainda sorrindo, “Eu sei. Acho que me sinto muito
sortudo. ”
1041
"Você está sentimental esses dias’" Sirius sorriu, cruzando os braços atrás da cabeça.
“É assim que vai ser morar com você? E eu sempre pensei que você fosse um cara
resistente ”
Os olhos de Sirius estavam fechados, mas ele estava sorrindo. Agora parecia um
momento tão bom quanto qualquer outro.
“Quero dizer ... não apenas com os pais de James. Em nosso próprio lugar. ”
"Eu ..." Remus procurou as palavras certas. Ele estava muito confortável perto de
Sirius agora, sentindo que poderia dizer quase qualquer coisa. Porém, às vezes era a
mesma luta de sempre. “Eu não tinha certeza. Você sabe que não tenho muito
dinheiro... ”
"E você sabe que estou rolando em dinheiro," Sirius deu de ombros, fazendo os
lençóis dobrarem. "O que é meu é seu, não quero que você se preocupe com essas
merdas chatas."
"Só é chato para você porque você nunca teve que pensar sobre isso."
“Bem, agora você não tem que pensar sobre isso também. Entendeu?"
"Ok." Remus acenou com a cabeça. Algo para revisitar mais tarde, talvez, quando não
houvesse uma guerra iminente e eles pudessem ter conversas sobre coisas normais do
1042
dia a dia. Por enquanto, se eles não estivessem falando sobre a guerra, Sirius preferia
falar sobre sonhos. Remus se acomodou, "Onde devemos morar, então?"
"Não." Sirius balançou a cabeça, franzindo a testa um pouco, “Eu não gosto de casas
grandes, muitos quartos vazios. Se formos apenas dois de nós, não precisamos de todo
esse espaço. ”
Essa foi uma consideração extremamente sensível, mas Remus não disse nada. Ele
entendeu. Mas já que estavam sendo sensíveis...
"Eu quero que você conheça Hope." Ele disse. Sirius abriu os olhos novamente,
"O que?"
“Ela está morrendo,” disse Remus, com naturalidade, “Câncer de pulmão - uma coisa
que os trouxas têm. De qualquer forma, não tem cura, e não acho que ela tenha mais
de um ano. ”
“Está tudo bem” Remus respondeu, “Eu sei disso desde a primeira vez que a conheci.
Eu sabia que não teria muito tempo. Ela não é perfeita, mas se preocupa comigo. Eu
quero que ela veja que eu tenho alguém. Que eu não estou sozinho. ”
“Moony…”
"Não," Sirius esticou o braço e colocou a mão suavemente no peito de Remus. “Essa é
uma das coisas mais legais que já ouvi.”
1043
Remus virou a cabeça também, e eles se olharam por um momento, ambos sorrindo na
escuridão da noite silenciosa. Quando seus olhos começaram a arder, Remus riu de
novo, desviando o olhar.
"Cristo", disse ele, "olha isso, somos piores do que Potter e Evans."
"Não conte a ninguém!" Sirius riu, enxugando os olhos rapidamente. “Faltam apenas
três dias para acabarmos a escola, temos reputações a manter.”
1044
Capítulo 150: Sétimo ano: Legado - Parte 2
So here we are...
Don't
Pish
“Tivemos sorte com o tempo,” Remus comentou, olhando para o céu azul claro.
"Teria sido um pesadelo trazer todos eles para o lado de fora se estivesse chovendo."
"Não tire sarro de mim, ok?" Christopher sussurrou, olhando para o terreno das janelas
altas abertas "Mas esta é a coisa mais emocionante que já fiz."
Remus sorriu para ele com ternura e apertou sua mão rapidamente.
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“Aposto que isso é apenas o começo. Você vai fazer tantas coisas emocionantes, eu
sei disso. ”
“Eu não sei, vai ficar tudo quieto com vocês indo embora,” Chris respondeu, olhando
para o gramado abaixo deles, “Eu aposto que eles vão fazer Regulus ser o monitor-
chefe... ooh! Esse é o sinal! ”
Uma fonte de faíscas douradas disparou de trás das estufas, e Remus pôde ouvir o
coração de Christopher começar a bater mais rápido com a excitação.
Os dois se viraram para olhar para as corujas, centenas delas empoleiradas em fileiras
ao longo das paredes da torre até as vigas. Ao lado deles havia uma pilha de cartas -
todas em branco, exceto pelo endereço. E todas elas tinham o mesmo endereço.
Chris parecia que estava prestes a explodir de emoção com tudo isso, e Remus deu um
passo para trás, dando-lhe espaço.
"Mesmo?!"
"Sim," Remus sorriu, "Haverão muitas travessuras para fazer depois disso..."
Remus nunca havia visto nada tão magnífico; cada coruja em Hogwarts abriu suas
asas e voou para fora da janela, cada uma pegando uma carta em branco ao passar.
Deve ter levado dois minutos inteiros para que todas conseguissem fazê-lo e, quando
1046
acabou, Remus e Christopher correram em direção a janela para vê-las desaparecer em
direção ao pátio, através dos arcos até seu destino.
"Uau!" Chris ficava dizendo, como um cachorrinho barulhento "Uau, uau, uau!"
"Vamos!" Remus disse, agarrando o braço de Chris, "Podemos alcançá-las e ver todas
elas voando."
Eles desceram a escada em espiral juntos (Remus pulando os degraus de dois em dois,
ainda saboreando sua recém-descoberta mobilidade) e foram para o corredor principal,
onde o pandemônio reinava supremo.
Cada retrato estava cantando o mais alto que conseguiam - de canções populares
trouxas a canções infantis de bruxos, o que quer que o terceiro ano tenha imaginado
quando lançou o feitiço, Remus assumiu. As armaduras deixaram seus postos e
começaram a seguir os alunos. Remus esperava que isso não fosse muito ameaçador -
elas não estavam fazendo nada, afinal, apenas imitando seus movimentos. Havia sido
ideia de James - rei dos feitiços de locomoção.
1047
“Mal posso esperar pelo grande final!”
O aluno do quarto ano acenou com a cabeça e saiu em direção ao terreno aberto
enquanto a espuma rosa inundava o corredor.
“Você ensinou a tantas pessoas coisas que elas nunca teriam aprendido”, Christopher
se maravilhou enquanto caminhavam. O grande relógio do lado de fora do Salão
Principal girava loucamente, os ponteiros girando - assim como todos os outros
relógios, se o feitiço do sexto ano tivesse funcionado corretamente.
“Ah sim,” Remus bufou, “Explodir banheiros e levitar mesas. Muito útil."
"Não se esqueça de todos os feitiços defensivos", Christopher franziu a testa, "Eu teria
ficado confuso de novo se não fosse por você."
Eles seguiram o fluxo constante de alunos saindo do prédio. Remus só esperava que
eles tivessem causado confusão suficiente em áreas suficientes do castelo para levar
todos para o gramado. Não seria divertido se metade da escola perdesse o evento
principal.
"Bom. Suponho que você possa lidar com ele se ele o fizer. "
"Sim." Eles haviam chegado ao pátio agora e estavam à vista do terreno. Christopher
apertou os olhos sob o sol forte de verão e olhou para Remus, parando por um
momento. "Eu realmente sentirei sua falta, no entanto."
“Você só estará aqui por mais um ano,” Remus respondeu, “Estará muito ocupado
com os NIEMs para pensar em qualquer outra coisa. Confie em mim."
1048
"Não, eu ainda vou sentir sua falta." Chris disse, com firmeza. “Vou manter o grupo
de estudos em andamento - mas não será o mesmo. Todo mundo gosta tanto de você,
você é paciente com eles. ”
Remus não sabia como responder a isso, então ele não o fez. Havia um nó engraçado
em sua garganta, mesmo assim.
"A aldrava da Corvinal está falando bobagem, não deixa ninguém entrar."
"Definitivamente."
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"Vocês!" Snape veio correndo, gotas de gosma verde ervilha pingando de seu cabelo,
da ponta de seu nariz. Ele apontou um dedo longo para Remus, o rosto contorcido de
raiva. "Você fez isso! Você e seus amiguinhos imundos! ”
"Vocês! Vocês!" Snape balbuciou, risadas explodindo ao seu redor enquanto os alunos
mais jovens se reuniam para ver.
"Ei, Prongs, olhe, eles pegaram o Snivellus!" Sirius apareceu no meio da multidão
sorrindo, seguido por James e Peter, "Excelente!"
"É uma boa aparência, se você quer minha opinião," James sorriu, dando um tapinha
no ombro de Remus como forma de saudação.
"Quando Dumbledore descobrir que você está por trás disso, ele vai-" Snape se
enfureceu.
"Você vai pagar!" Snape rosnou. Ele se virou e começou a voltar para a escola, suas
vestes ainda pingando.
1050
“Vai com calma, Snivellus!” Peter gritou, mal conseguindo conter sua empolgação:
"Você não quer perder o grand finale!"
"Vamos, está quase na hora," disse Remus, tentando afastá-los de Snape. Ele estava
obviamente prestes a enlouquecer, e Remus não confiava nos outros para não
empurrá-lo até o limite.
De forma preocupante, eles acabaram bem próximo de Regulus e sua gangue, perto do
lago - mas estava ficando lotado e não havia muitos lugares para ficar. Remus nunca
foi de demonstrações públicas de afeto, mas ele realmente gostaria de poder segurar a
mão de Sirius naquele momento, apenas para impedi-lo de fazer qualquer coisa
estúpida.
"Sirius." Regulus respondeu, olhando para frente, a cabeça erguida. Ele era como uma
estátua de alabastro, uma versão de mármore frio de seu irmão de sangue quente. "Eu
esperava que você tivesse aprendido a deixar esses jogos infantis para trás." Regulus
falou lentamente, parecendo entediado como sempre. “Travessuras e esquemas bobos
não serão úteis para você uma vez que a guerra for vencida. O Lorde das Trevas exige
ordem. "
"Dane-se seu velho estúpido lorde das trevas," Sirius resmungou, cruzando os braços.
Remus percebeu que os dois irmãos estavam imitando a linguagem corporal um do
outro.
1051
repetindo o que havia feito no corujal. Marlene, Mary e Yaz estavam rindo entre si, e
um pouco mais adiante estava Emmeline Vance, ainda uma donzela de gelo perfeita,
flertando com o pobre Roman Rotherhide. Uns alunos mais jovens do grupo de estudo
praticavam o encantamento que estavam prestes a fazer, e ao lado de Remus, Lily e
James estavam de mãos dadas, varinhas em punho.
Pareceu a Remus que todos eles estavam prendendo a respiração por alguns instantes,
e ele agarrou sua própria varinha com mais força, jogando um sorriso rápido para
Sirius, antes de voltar sua atenção para o lago - e o que havia abaixo.
1052
Eles conseguiram. Os alunos começaram a rir e apontar, os sonserinos gritavam, um
por um, estúpidos de tanto choque. Até a boca de Regulus caiu aberta.
Lá, pairando a poucos metros acima das águas paradas, diretamente sobre as
masmorras, pairava cada cama e baú dos dormitórios da Sonserina. Era bonito.
Absolutamente perfeito em todos os sentidos. O layout de cada dormitório foi
preservado; tudo o que precisaram fazer foi transportar tudo cerca de um quilômetro
para cima. O feitiço de barreira (ideia de coração mole da Lily) estava funcionando
bem também - o que significa que os pertences de ninguém corriam o risco de se
molhar. Eles apenas teriam que trabalhar no contra-feitiço, e tudo voltaria ao normal -
desde que todos os sonserinos trabalhassem juntos, é claro.
Os músculos de Remus ainda estavam contraídos de canalizar toda aquela magia. Ele
era um fio elétrico; a estática zumbia na ponta dos dedos. Felizmente, muito poucas
pessoas notaram, estavam muito ocupados torcendo ou gritando de consternação com
a visão diante deles. Fogos de artifício voavam por cima das camas agora, soletrando;
"Você está bem, Moony?" Sirius olhou para ele, estendendo o braço.
"Não me toque!" Remus retrucou, dando um passo para trás e encolhendo os ombros,
apressadamente. Ele não sabia o que aconteceria; mas não se sentia seguro de estar
por perto.
1053
"Ladrões!" Ele sibilou, olhando feio para James e Sirius, “Devolvam minhas coisas!
Abaixe-as de UMA VEZ! ”
Sirius e James estavam fora de si de tanto rir, o que não ajudava em nada, mas Snape
realmente tinha provocado isso. Ninguém mais estava reclamando e delirando como
um lunático.
Mas era tarde demais. Snape já havia se virado para o lago e apontando sua varinha
para qualquer cama que fosse sua. Ele estava tentando um feitiço básico de
levitação,mas não ia funcionar - os Marotos haviam projetado o feitiço
especificamente para proteger contra esse tipo de medida.
Mas é claro que Snape nunca ouviu; não quando ele sentiu que foi injustiçado.
Pareceu funcionar por um momento; uma das camas estremeceu um pouco e
balançou. Porém, apenas por um microssegundo. A próxima coisa que viram foi que
ela se soltou, despencando nas águas cintilantes abaixo com um barulho alto.
Severus ficou olhando; sua boca malvada era uma linha reta e dura, o cabelo escuro e
oleoso caindo em seus olhos.
Ele se virou, a varinha erguida, e Remus sentiu um cheiro - um cheiro que ele havia
reconhecido apenas duas vezes antes; como carne carbonizada. Magia negra. Uma
maldição. Outra torção em seu intestino, desta vez bem menos agradável, e Remus
sentiu uma mudança dentro dele.
1054
Remus nem mesmo precisava de sua varinha; ele tinha poder mais do que suficiente e,
sem pensar, deu um passo à frente de James, levantando a mão enquanto Severus
lançava a maldição.
O mundo pareceu assumir um tom estranho tom, de vermelho, e o vento rugia nos
ouvidos de Remus, de modo que ele ouviu apenas o grito de Lily, e James e Sirius
gritaram, "Moony!"
A maldição atingiu Remus - mas ele não sentiu nada. Pareceu simplesmente se
dissipar assim que tocou sua pele, deixando-o com nada pior do que uma leve
sensação de queimadura de sol. Ainda sim, ele estava mais fraco agora do que há dois
minutos. Como se a força da barreira que ele criou o tivesse minado de todas as suas
outras magias.
Ele piscou e tudo voltou ao normal. Snape ainda estava de pé na frente dele,
parecendo apavorado e furioso na mesma medida. A mão de Sirius estava no braço de
Remus, e James agora estava avançando em direção a Snape.
"Moony?!"
"Estou bem."
"Que porra foi essa?!" Sirius sussurrou com urgência. Ele parecia assustado.
“Foi apenas uma contra-azaração!” Lily gritou de repente, e Remus percebeu que ela
estava se dirigindo aos alunos que se reuniam ao redor, curiosos. Sempre rápida em
seus pés, aquela garota, “Snape tentou amaldiçoar Potter, todos vocês viram! Lupin
pegou a tempo. "
1055
"Você pode se levantar?" Sirius estava perguntando, puxando seu cotovelo. "Nós
iremos para a Madame Pomfrey-"
"Ok..." Sirius estava olhando para ele com cautela. Lily estava no controle da
multidão, e James parecia ter afugentado Snape - ou então ele foi até Slughorn para
reclamar formalmente sobre a pegadinha.
O equilíbrio se restaurou. Remus deu a Sirius seu melhor sorriso e um aperto suave
em seu braço para mostrar que estava tudo bem agora. Sirius relaxou um pouco,
assentindo.
Todos eles ficaram para ver o drama se desenrolar mais um pouco. Uma tentativa
particularmente hilária de restaurar a ordem resultou em mais uma cama sendo
levantada alguns metros mais alto. Outro feitiço fez com que todas se voltassem para
o oeste, sem nenhuma razão perceptível. Depois de uma hora, um grupo de corvinos
se interessou e começou a trabalhar mais ideias com os desesperados sonserinos.
1056
A esse ponto, Remus estava se sentindo normal novamente, o que significava apenas
uma coisa.
“O banquete será em meia hora,” disse Lily, distraída pela lula, que estava brincando
com uma das mesinhas de cabeceira de um sonserino, tentando rebatê-la com seu
tentáculo mais longo.
Enquanto eles voltavam para o castelo, sorrindo e rindo juntos, Remus estava ciente
dos olhos de Sirius ainda nele, mas ainda não conseguia oferecer nenhuma explicação.
O que quer que tenha acontecido, só aconteceu uma vez antes - naquela tarde na
floresta com Castor e Livia. E essa não era uma lembrança agradável para ele ou
Sirius.
"Oi, Black", disse Marlene, do lado deles, "Já conseguiu sua cama de volta?"
"Hm?" Sirius franziu a testa, “Ah, não, eu nunca tentei. Já se foi, suponho. Boa sorte,
cama velha. ” Ele suspirou melancolicamente.
"Você não está preocupado que a escola vá cobrar de você por isso?" Marlene disse.
"Moleque mimado."
"Bem, não sabemos para onde foi." James respondeu, rindo da memória.
1057
"Nem mesmo um feitiço de convocação básico?"
"Cama Accio! " Sirius gritou com toda a força de seus pulmões, acenando com a
varinha.
O lago atrás deles começou a borbulhar, e todos se viraram a tempo de ver a cama de
dossel de Sirius surgindo da água como um grande submarino de mogno. Envolto em
algas marinhas e pesadas cortinas de veludo encharcado, ela se ergueu no ar e voou na
direção deles de modo que eles tiveram que se espalhar e mergulhar no chão, cobrindo
as cabeças. A cama caiu no local para o qual Sirius a convocou com um baque pesado
e estridente, e prontamente se estilhaçou em vários pedaços.
Silêncio por alguns segundos, enquanto Lily, Marlene, Mary, Yaz, James, Peter,
Remus e Sirius levantam suas cabeças mais uma vez, se levantando em espanto.
Depois, risadas de todos os lados - especialmente os sonserinos ainda se reuniam na
beira do lago.
Ainda estava pingando. Os lençóis estavam verdes de algas, areia e grãos empilhados
no colchão.
"Oi, seu idiota!" James disse, se aproximando da cama resgatada e pegando uma pilha
retangular de cobertura morta acinzentada, "Esta é a minha revista de quadribol?!"
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"Er ... talvez ..." Sirius sorriu - então, percebendo o brilho assassino nos olhos de
James, começou a correr a toda velocidade de volta para o castelo, James o
perseguindo.
“Suponho que agora seja um momento tão bom quanto qualquer outro,” Peter
sussurrou para Remus, “Mas, er ... Filch me pegou com o mapa mais cedo. Ele o
confiscou. ”
"O que?!" Remus se virou para ele, com raiva. Esse mapa era dele! Sua ideia, sua
magia!
"Não fique com raiva de mim, Moony!" Peter se encolheu, “Estava trancado e tudo, eu
prometo! Ninguém pode descobrir o que tem lá a menos que não façam nada de bom -
e eles teriam que invadir o escritório de Filch! ”
Remus parou com essas palavras. Ele estava certo sobre isso. Depois de tudo,
qualquer um que pudesse realizar essas duas façanhas certamente seria digno do
mapa. E ele queria deixar algo para trás; um verdadeiro legado. Dessa forma, talvez os
Srs. Moony, Wormtail, Padfoot & Prongs possam ser lembrados, um dia.
Ele apertou os olhos para ver os dois garotos de cabelos escuros perseguindo um ao
outro e gritando de tanto rir. Ele olhou para as quatro garotas, que estavam de braços
dados e voltavam alegremente para o castelo, com vozes leves e despreocupadas.
Por que Remus Lupin estava com raiva? Com o que ele deveria se preocupar? Seu
coração inchou e ele se lembrou de algo que Sirius havia lhe contado alguns meses
atrás. O amor era algo que você fazia , não algo que você dissesse; e cada uma dessas
pessoas havia provado isso a ele.
“Tudo bem, Wormy,” Remus jogou o braço em volta dos ombros de Peter, sorrindo,
“Você está perdoado. Vamos lá, vamos conversar. "
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