Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Acácio Mateus
Código:708212311
Disciplina: História
IºAno
1.3. Metodologia
Desde o século XVIII, quando a História passou a ser notada como ciência, os métodos
de se escrever e pensar sobre História conquistaram grande evolução. A historiografia
passou por grandes modificações metodológicas que permitiram maior conhecimento do
cotidiano do passado, através da incorporação de novos tipos de fontes de pesquisa.
Ainda assim, no início do século XX, questionava-se muito sobre uma historiografia
baseada em instituições e nas elites, a qual dava muita relevância a fatos e datas, de uma
forma positivista, sem aprofundar grandes análises de estrutura e conjuntura.
A Escola dos Annales deixou sua marca bem notável da historiografia desde então e
continua existindo até hoje. Desde seu surgimento, passou por quatro fases e teve
grandes nomes como representantes de cada uma. A primeira delas, a fase de fundação,
é identificada por seus criadores Marc Bloch e Lucien Febvre. A segunda fase, já em
torno de 1950, é caracterizada pela direção e marcante produção de Fernand Braudel. A
partir da terceira geração a Escola dos Annales passou a receber uma identificação mais
plural, na qual destacaram-se vários pesquisadores como Jacques Le Goff e Pierre Nora.
A quarta geração da Escola dos Annales é referente a um período que se inicia em 1989,
neste momento há um desenvolvimento notório da História Cultural e os grandes nomes
que a representam são, por exemplo, Georges Duby e Jacques Revel.
a. Gerações
A primeira geração dos Annales é composta por seus fundadores, Marc Bloch e Lucien
Febvre que vão inaugurar no campo historiográfico o conceito de história-problema.
Contestavam a chamada história política, narrativa e dos acontecimentos. A partir de
múltiplas abordagens no campo social, os Annales vão estabelecer uma renovação
historiográfica. Bloch passou a relativizar o apreço aos documentos e fontes e a
valorizar à problemática, as interrogações feitas à fonte, de modo muito mais a
compreender o presente do que apenas organizar e sistematizar cronologicamente o
passado.
A terceira geração dos Annales foi composta por diversos historiadores, entre eles,
Jacques Le Goff e Pierre Nora. Le Goff,aluno de Febvre, Bloch e Braudel,afirma que os
interessaes de Bloch e Febvre com a revista Annales d’historie économique et sociale
era construir uma nova história de esfera internacional. Mesmo reconhecendo que os
Annales tiveram inspiração em diversas revistas como Revue Historique, a Revue de
Synthèse, e a Vierteljahrschrift fur Sozial-und Wirtschaftsgeschichte, Le Goff afirma
que o trabalho de Bloch e Febvre na construção dos Annales é de grande originalidade e
produziu uma ruptura historiográfica. Eles teriam estabelecido um novo paradigma
historiográfico. Divergindo em partes com Le Goff, Peter Burke afirma que este novo
fazer historiográfico já vinha sendo pensado e produzido em trabalhos na Alemanha
com Gustav Schmoller e Karl Lamprecht, e na França com Henri Sée, Henri Hauser e
Paul Mantoux. Segundo Peter Burke, a revista dos Annales foi pensada com intuito de
exercer liderança intelectual no campo da história e sua principal inovação está na
abordagem interdisciplinar. Le Goff e Pierre Chaunu afirmam que há história enquanto
ciência é fruto do trabalho dos Annales e que se inicia em 1929.
iv. Quarta geração
Com as ciências sociais no início do século XX, o homem deixou de ser considerado
pelo pensamento como sujeito e tornou-se objeto. Na perspectiva de Simiand, a
constituição de uma verdadeira ciência social passaria por exigências conceituais como
da escolha de hipótese para a realização de uma pesquisa.
Diferente do que propunham os sociólogos, a partir dos anos 30 e por mais de uma
geração, o que ocorre é que a História será o centro das atenções entre as ciências
sociais, ou as ciências do Homem, como costuma-se denominar na França. A partir dos
Annales, a História deixa de ser uma disciplina preocupada com os meandros políticos,
para assumir a questão do social. Procurar entender a sociedade, as formas de
sociabilidade, nos diversos tempos vividos pelo homem, que caracteriza-se por ser um
ser social.
O termo “História Nova” ou “Nova História” foi lançado em 1978 por alguns membros
do chamado grupo dos Annales, conforme Guy Bourdé e Hervé Martin. Enquanto
proposta teórica, nasceu, de acordo com Peter Burke, juntamente com a fundação da
revista Annales, criada para “promover uma nova espécie de História”, por isso os
historiadores ligados à Nova História são vistos como herdeiros da Escola dos Annales.
No presente ensaio discutimos a historiografia dessa tendência teórica, seus conceitos,
como também sua aplicação prática como teoria para compreensão histórica.
1. Democratização;
3. Novas fontes;
4. Multidisciplinaridade;
5. Multicausalidade.
Eventual
Conjuntural
Estrutural
2.. O quotidiano do Homem comum que antes era excluído dos registos históricos,
tornou-se um objecto de estudo precioso para compreender e estudar melhoras
condições em que o povo vivia, o que comia, quanto ganhava, quanto gastava na
alimentação etc.
3.. Novas
4.. Multidisciplinaridade;
5.. Multicausalidade.
Por tanto, quando há um grupo de historiadores ou, mesmo, duas ou três gerações de
historiadores que trabalham em torno de uma instituição específica, tal como uma
universidade ou uma revista universitária especializada, escrevendo sobre temas afins e
com um tipo de abordagem que esteja em sintonia, dá-se a esse grupo o nome de
“escola histórica” ou “escola de historiografia”. No século XX, uma das mais notáveis
escolas históricas foi a chamada Escola dos Annales, cuja atividade começou em 1929.
6. Bibliografia
BURKE, Peter. A Escola dos Annales: 1929-1989. São Paulo: Edit. Univ. Estadual
Paulista, 1991.
Reis, José Carlos – “Escola dos Annales – A inovação em história”. São Paulo , Paz e
Terra, 2000