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ESTADO DO RIO DE JANEIRO


PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO


SÉTIMA CÂMARA CÍVEL
Agravo interno no Agravo de instrumento nº 0073375-97.2021.8.19.0000
Agravante: JULIENE DA SILVA RIBEIRO
Agravado: UNIMED RIO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO
DO RIO DE JANEIRO LTDA.
Relator: Desembargador Luciano Saboia Rinaldi de Carvalho
(Classificação:01)

Agravo interno em agravo de instrumento. Decisão


agravada proferida por este Relator que defere o
pagamento das despesas processuais em seis
parcelas com a integralização em momento anterior
à prolação da sentença. Reconsideração.
Hipossuficiência demonstrada. Agravante
portadora de doença grave (câncer de mama em
estágio avançado), passando por tratamento
dispendioso, conforme devidamente demonstrado, o
que permite o deferimento integral do benefício.
Exercício do juízo de retratação, na forma do art.
1.021, §2º, do CPC, para deferir a gratuidade de
justiça.

LUCIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO:31933 Assinado em: 09/11/2021 12:44:46


Local: GAB. DES LUCIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO
DECISÃO MONOCRÁTICA 85

(Juízo de retratação, art. 1.021, §2º do CPC/15)

Trata-se de agravo interno interposto por JULIENE DA SILVA


RIBEIRO em face da decisão monocrática de fls. 17/24, que deu provimento
parcial ao recurso interposto pela Agravante para dividir em seis parcelas o
pagamento das despesas processuais, nos termos do art. 98, §§ 5º e 6º, do CPC,
com a integralização em momento anterior à prolação da sentença.

Reitera a Agravante o pedido de deferimento de gratuidade, uma


vez que se encontra em tratamento de doença grave (câncer de mama-neoplasia
maligna), estando afastada pelo INSS. Requer a reconsideração da decisão
agravada e o provimento do recurso.

É o relatório. Passo a decidir.

O recurso é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de


admissibilidade.

Ante as alegações trazidas aos autos, e em especial o desequilíbrio


econômico atual decorrente do momento de pandemia, reconsidero meu
posicionamento anterior.

O benefício da gratuidade está previsto no art. 5º, LXXIV da Carta


Magna e art. 98 do CPC e constitui direito fundamental, corolário da garantia
constitucional do acesso à justiça, também assegurada constitucionalmente –
inciso XXXV do mesmo dispositivo.

Os documentos juntados pela Agravante, às fls. 45/80, comprovam


a gravidade da sua doença (câncer de mama em estágio avançado), bem como o
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tratamento a que vem se submetendo. Ademais, verifica-se que está recebendo 86
do INSS o auxílio-doença, situação fática que permite o deferimento da
gratuidade.

Por tais fundamentos, na forma do art. 1.021, §2º, do CPC5, exerço


o juízo de retratação para, na forma do artigo 932, V, “a”, do CPC, dar
provimento ao recurso e deferir a gratuidade de justiça à Agravante.

Comunique-se ao julgador a quo.

Rio de Janeiro, na data da assinatura eletrônica

LUCIANO SABOIA RINALDI DE CARVALHO


Desembargador Relator

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