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MODELO DE PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA AO PLENO DO

CRSSi
<O PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA PODERÁ SER
REQUERIDO EM CASOS CONCRETOS, PELAS PARTES DO PROCESSO, DIRIGIDO AO
PRESIDENTE DO RESPECTIVO ÓRGÃO JULGADOR, CONFORME ART. 63 DO
REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO DE RECURSOS DO SEGURO SOCIAL>.

ILUSTRÍSSIMO(A) SENHOR(A) CHEFE DA AGÊNCIA DO INSTITUTO NACIONAL DO


SEGURO SOCIAL

NOME DO SEGURADO(A), nacionalidade, estado civil, residente e domiciliado(a) na


Rua, Bairro, Cidade/Estado, CEP, NB 000.000.000-0, com DIB de 00.00.2000, vem, por
meio desse, apresentar PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA, nos
termos do art. 63 do Regimento Interno do Conselho de Recursos do Seguro Social
(RICRSS).

Requer ainda o cumprimento das formalidades de estilo, com o encaminhamento para a


apresentação de contrarrazões e posterior remessa ao Conselho Pleno para julgamento,
conforme disposto no §2º do art. 63 do RICRSS.

Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.

Cidade e data.

Segurado(a)/representante legal.

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RAZÕES DO INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA

NOBRES JULGADORES

Recorrente:

Recorrido: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Assunto:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO

RAZÕES DO RECURSO

1. HISTÓRICO BREVE E NECESSÁRIO <ADEQUAR AO CASO CONCRETO. SEGUE


EXEMPLO:>

Através da presente demanda o(a) Recorrente buscou, em síntese, o reconhecimento e


conversão do tempo de atividade especial de 00.00.1990 a 28.04.1995 com a consequente
revisão de sua aposentadoria por tempo de contribuição.

O enquadramento especial do período se deu pela atividade desenvolvida pela parte, de


médico. Vale ressaltar que o segurado recorrente trabalhou em atividade profissional
especial elencada nos Decretos n.º 53.831, de 25.03.1964, e n.º 83.080, de 24.01.1979, o
que garante seu cômputo como tempo de serviço especial, independentemente de laudo
pericial, até 28.04.1995, data do advento da Lei n.º 9.032/1995, que passou a exigir prova de
efetiva submissão aos agentes nocivos

Ao analisar os autos, a Xª Junta de Recursos julgou os pedidos improcedentes.


Inconformada, a parte Recorrente apresentou Recurso Especial à Câmara de Julgamentos.

A Xª Câmara de Julgamentos negou o direito requerido, entretanto, tal entendimento


está em descompasso com a jurisprudência das Câmaras de Julgamento em casos
semelhantes.

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Assim, indispensável a interposição do presente pedido de uniformização de
jurisprudência, para que se possa corrigir o dano causado e se garanta o cumprimento da
Lei no caso concreto.

2. DA DECISÃO IMPUGNADA
A decisão impugnada é divergente na interpretação da matéria de direito discutida no
presente processo do que a posição adotada em outas Câmaras de Julgamento do CRSS,
em sede de Recurso Especial <OU ENTRE COM AS RESOLUÇÕES DO CONSELHO
PLENO>.

Da decisão combatida destacamos <NESSE ITEM, O ADVOGADO DEVE EXPOR


PARTES DIVERGENTES DO ACÓRDÃO COMBATIDO>:

Entretanto, em outras Câmaras de Julgamentos do CRSS, o entendimento é diferente.


Nesse sentido destacamos <AQUI O ADVOGADO DEVE DEMONSTRAR A DIVERGÊNCIA
MEDIANTE A INDICAÇÃO DO AO MENOS UM ACÓRDÃO DIVERGENTE, PROFERIDO
NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS POR OUTRO ÓRGÃO JULGADOR, COMPOSIÇÃO DE
JULGAMENTO, OU, AINDA, POR RESOLUÇÃO DO CONSELHO PLENO>:

Está demonstrada, portanto, a inapropriada interpretação adotada pelo e. Relator e


demais julgadores que o acompanharam.

3. DO MÉRITO DISCUTIDO NO PRESENTE INCIDENTE


<INCLUIR DADOS REFERENTES AO MÉRITO DA QUESTÃO QUE DEU CAUSA AO
INCIDENTE, COM DOUTRINA, SE POSSÍVEL> Exemplo:
É sabido que a lei previdenciária assegura a possibilidade de converter-se o tempo
prestado em atividade especial para atividade comum, de acordo com certos multiplicadores
legais.

Nos períodos acima mencionados, o(a) recorrente trabalhava em circunstâncias


inadequadas, com comprometimento de sua incolumidade física e/ou psíquica, afigura-se
imperiosa a conversão do tempo de atividade sob condições especiais em tempo de
atividade comum, em consonância com o que estabelece o Decreto n.º 3.048/1999, em seu
artigo 70, parágrafo único, com nova redação dada pelo Decreto n.º 4.827/2003, in verbis:
Art. 70. A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum

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dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:

TEMPO A MULTIPLICADORES
CONVERTER
MULHER (30) HOMEM (35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

§ 1.º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao


disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço.
§ 2.º As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade
comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período.
Sobre a inexistência de limite temporal para a conversão e a possibilidade de conversão
de tempo especial em tempo comum, mesmo após 28.05.1998 (Lei n.º 9.711/1998), cabe
destacar o entendimento do STJ:

PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL APÓS 1998. MP N.º 1.663-14,


CONVERTIDA NA LEI N.º 9.711/1998 SEM REVOGAÇÃO DA REGRA DE CONVERSÃO.
1. Permanece a possibilidade de conversão do tempo de serviço exercido em atividades especiais
para comum após 1998, pois a partir da última reedição da MP n.º 1.663, parcialmente convertida na
Lei n.º 9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido § 5.º do
art. 57 da Lei n.º 8.213/1991.
2. Precedentes do STF e do STJ.
(STJ, REsp 1.151.363/MG, 3.ª Seção, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 05.04.2011).

A TNU também tem seguido essa orientação com base na Súmula n.º 50, do seguinte
teor: “É possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalho prestado
em qualquer período”.

A conversão também é possível na via administrativa, mesmo depois de 28.5.1998,


sendo possível a conversão do tempo de serviço especial em comum, uma vez que o § 5.º
do art. 57 da Lei 8.213/1991 não teria sido revogado, tendo a Lei n.º 9.711/1998, que
remeteu seus efeitos a 28.5.1998, disciplinando situação transitória.

No caso concreto, uma vez convertido o tempo especial da Parte Autora, percebese que
o fator previdenciário aplicado pelo INSS sobre o salário de benefício em muito difere do
devido legalmente.

Destaca-se que a exigência legal da comprovação de exposição a agentes nocivos, por

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meio de laudos técnicos, não pode existir para períodos trabalhados antes da Lei nº
9.032/1995, sendo inclusive presumida a especialidade nos casos de categorias
profissionais enquadradas nos anexos dos Decretos nos 53.831/1964 e 83.080/1979.
Vejamos o posicionamento do STJ a esse respeito:

PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. CERTIDÃO DE


TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM.
MÉDICO. VÍNCULO DE EMPREGO E AUTÔNOMO. COMPROVAÇÃO NA FORMA DA LEGISLAÇÃO
EM VIGOR À ÉPOCA DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. ENQUADRAMENTO DAS CATEGORIAS
PROFISSIONAIS. PRESUNÇÃO LEGAL DE EXPOSIÇÃO A AGENTES NOCIVOS À SAÚDE ATÉ O
ADVENTO DA LEI N.º 9.032/1995. INCIDENTE PROVIDO EM PARTE.
1. Ação previdenciária na qual o requerente postula o reconhecimento da especialidade das atividades
desempenhadas na função de médico (empregado e autônomo), com a consequente conversão do
tempo de serviço especial em comum a fim de obter Certidão de Tempo de Contribuição para averbar
no órgão público a que está atualmente vinculado.
2. A controvérsia cinge-se à exigência, ou não, de comprovação da efetiva exposição aos agentes
nocivos pelo médico autônomo enquadrado no item 2.1.3 dos anexos dos Decretos n.º 53.831/1964 e
n.º 83.080/1979, no período de 1.º.3.1973 a 30.11.1997.
3. Em observância ao princípio tempus regit actum, se o trabalhador laborou em condições especiais
quando a lei em vigor o permitia, faz jus ao cômputo do tempo de serviço de forma mais vantajosa.
4. O acórdão da TNU está em dissonância com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que
reconhece o direito ao cômputo do tempo de serviço especial exercido antes da Lei n.º 9.032/1995,
com base na presunção legal de exposição aos agentes nocivos à saúde pelo mero enquadramento
das categorias profissionais previstas nos Decretos n.º 53.831/1964 e n.º 83.080/1979, como no caso
do médico.
5. A partir da Lei n.º 9.032/1995, o reconhecimento do direito à conversão do tempo de serviço especial se
dá mediante a demonstração da exposição aos agentes prejudiciais à saúde por meio de formulários
estabelecidos pela autarquia até o advento do Decreto n.º 2.172/1997, que passou a exigir laudo técnico
das condições ambientais do trabalho.
6. Incidente de uniformização provido em parte.
(STJ, Pet 9.194/PR, 1.ª Seção, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 03.06.2014).

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ATIVIDADE ESPECIAL. PRESUNÇÃO DE EXPOSIÇÃO


A AGENTES NOCIVOS ATÉ A EDIÇÃO DA LEI N.º 9.032/1995. MEDIDA PROVISÓRIA N.º
1.523/1996. EXIGÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO PERICIAL. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO.
1. A partir da vigência da Lei n.º 9.032/1995 (28.04.1995), a comprovação da efetiva exposição do
segurado aos agentes nocivos passou a realizar-se por intermédio dos formulários SB-40 e DSS-8030.
Somente com a edição da Medida Provisória n.º 1.523/1996 (14.10.1996) houve a necessidade de
laudo técnico no intuito de comprovar referida exposição.
2. Não foi trazido argumento capaz de infirmar as razões consideradas no julgado agravado, razão
pela qual deve ser mantido por seus próprios fundamentos.
3. Agravo regimental desprovido.
(STJ, AgRg no REsp 1.267.838/SC, 5.ª Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 23.10.2012).

<NESSE PONTO PODEM SER DESTACADOS ASPECTOS SOBRE A ATIVIDADE


EXERCIDA, A FORMA DE ENQUADRAMENTO (SE POR ATIVIDADE OU AGENTE

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NOCIVO) E OS DADOS PREVISTOS NOS DECRETOS QUE GARANTEM O DIREITO A
CONTAGEM ESPECIAL. É IMPORTANTE, AINDA, QUE SEJAM JUNTADAS, SEMPRE
QUE POSSÍVEIS, JURISPRUDÊNCIAS ESPECÍFICAS SOBRE A ATIVIDADE OU AGENTE
DISCUTIDO>

Requer, portanto, a uniformização da jurisprudência assim o consequente


reconhecimento da atividade especial do período 00.00.1990 a 28.04.1995, determinando-se
ao INSS que revise o benefício de aposentadoria com o recálculo da RMI e o pagamento
dos valores devidos, desde a DER.

4. DA NECESSIDADE DA UNIFORMIZAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA <ADEQUAR AO


CASO CONCRETO>
Resta claro que a matéria necessita ser uniformizada, tendo em vista a divergência
jurisprudencial encontrada nos acórdãos supramencionados, onde se deu interpretação e
aplicação totalmente antagônica e divergente sobre o mesmo tema.
Requer assim que seja uniformizada a jurisprudência de forma a se garantir a conversão
de tempo especial sem a necessidade de comprovação de exposição a agentes nocivos
caso o segurado se enquadre na presunção legal de especialidade prevista nos casos de
categorias profissionais enquadradas nos anexos dos Decretos n.º 53.831/1964 e n.º
83.080/1979, não necessitando de comprovação por meio de laudos ou formulários.

5. DOS REQUERIMENTOS <ADEQUAR AO CASO CONCRETO>


Diante de todo o exposto e à luz das divergências e contrariedades cabalmente
demonstradas, requer-se o conhecimento e provimento do presente Incidente de
Uniformização, com a consequente (§ 6º do art. 63 do RICRSS):

a) edição de Enunciado, com força normativa vinculante, se houver aprovação da


uniformização por maioria absoluta dos membros dessa nobre corte administrativa e
havendo deliberação do colegiado para sua emissão;
b) edição de Resolução para o caso concreto, se houver aprovação da maioria
simples dos membros dessa nobre corte administrativa.

Requer ainda, no caso de provimento do presente Pedido de Uniformização de


Jurisprudência, que o <ÓRGÃO JULGADOR DO CRSS QUE PROFERIU O ACÓRDÃO
INFRINGENTE> seja notificado do resultado deste julgamento, com a determinação de que
seja revista a decisão, de ofício, e seja adequado o julgado à tese fixada pelo Pleno.

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Nesses termos,
PEDE DEFERIMENTO.

Cidade e data.

Assinatura do(a) segurado(a) ou de seu representante legal

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MODELO EXTRAÍDO DO LIVRO

LAZZARI, João Batista e outros. PRÁTICA PROCESSUAL PREVIDENCIÁRIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL, 10ª Ed, Editora
Forense

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