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Resumo
A proposta deste trabalho é apresentar os resultados preliminares de uma pesquisa que está sendo
realizada junto ao Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás. O objetivo
do trabalho é realizar uma análise integrada do meio físico da bacia do Ribeirão Sozinha e avaliar a
suscetibilidade a erosão decorrentes do tipo de uso e ocupação do solo. Foi feita a caracterização do
meio físico da bacia com a elaboração dos mapas de geomorfologia, hipsometria, solos e geologia. A
partir da análise integrada desses parâmetros foram identificados três compartimentos
morfopedológicos (CM-I, CM-II, CM-III). Com a definição dos compartimentos fez-se uma avaliação
das fragilidades levando em consideração o tipo de solo, a declividade do relevo e o tipo de uso. Os
tipos de uso identificados foram: agricultura, pastagem, área urbana e vegetação e a classificação dos
solos quanto a suscetibilidade a erosão são: Gleissolos – nula; Latossolos e Plintossolos Pétricos –
baixa; Argissolos – média e Cambissolos e Neossolos Litólicos - alta. Os mapas temáticos foram
confeccionados em uma escala de 1:100.000 e as fontes utilizadas forma: SRTM da NASA, Agência
Rural de Goiás, SIEG-GO e Imagens de Satélite Landsat 5.
Abstract
The purpose of this paper is to present preliminary results of a search being conducted with the
Instituto de Estudos SocioAmbientais da Universidade Federal de Goiás. The objective is to achieve
an integrated analysis of the physical environment of the basin of river Sozinha and assess the
susceptibility to erosion resulting from the type of use and occupation of the soil. Was performed to
characterize the physical environment of the basin and the intersection of information,
geomorphology, hypsometric, soils and geology identified three compartments morphopedologics
(CM-I, CM-II, CM-III). With the definition of the compartments has become an assessment of the
weaknesses taking into account the type of soil, slope of the topography and type of use. The types of
use were identified: agriculture, grazing, urban and vegetation and classification of soils for
susceptibility to erosion are: Gleisols - null; Latosols and Plinthosols Petric - low; Argisols - average
and Cambisols and Neosols Lithol – high. The thematic maps were prepared on a scale of 1:100,000
and sources used form: SRTM- NASA, Agencia Rural de Goiás, SIEG-GO and Satellite Images of
Landsat 5.
Introdução
O solo é um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem e é um dos que mais apresenta
impactos em função do uso não planejado. Com o processo de expansão das atividades
humanas sobre o mesmo, como a agricultura, pecuária, construção de cidades entre outros, os
processos erosivos tem se acelerado causando sérios impactos.
Nas regiões tropicais em função da concentração das chuvas em determinado período do ano
e do intenso e múltiplo uso do solo, tem se deflagrado a ocorrência de erosão hídrica de
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Materiais e Métodos
Para a confecção dos mapas hipsométrico e de declividades foi utilizada como base
cartográfica o SRTM, desenvolvido pela NASA. O mapa hipsométrico foi elaborado com o
fatiamento do relevo em 9 classes que variam de 658 a 1158 metros de altitude. Para o mapa
de declividades foram definidas seis classes (0 – 3%, 3,1 – 8%, 8,1 – 12%, 12,1 – 20%, 20,1 –
45 e > 45 ). A drenagem utilizada foi elaborada pela Agência Rural do Estado de Goiás.
Para a elaboração dos mapas de solo, geologia e geomorfologia utilizou-se a base do SIEG
(Sistema de Informações Estatísticas e Geográficas do Estado de Goiás). Os mapas foram
confeccionados em uma escala de 1:100.000, no software ArcGis 9.2.
A classificação dos tipos de uso do solo se deu através da composição RGB das bandas 5, 4 e
3 das imagens Landsat 5, segmentada e classificada no SPRING 5.0. Foram definidas 4
classes: pastagem, agricultura, área urbana e vegetação.
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Geologia
A geologia da bacia hidrográfica do Ribeirão Sozinha é formada em seu alto curso por
granulitos orto e paraderivados e granitóides do Complexo Granulítico Anápolis-Itaúçu,
datados do Arqueano e Proterozóico e cobertura laterítica formada no Terciário. O complexo
está em contato tectônico, marcado por extensas zonas de cisalhamento transcorrentes
contracionais, com o grupo Araxá e zonas de cisalhamento transcorrentes com a sequência
Silvânia e o granito Jurubatuba (MOREIRA, et. al., 2008).
No médio e baixo cursos da bacia estão as formações Proterozóicas do Grupo Araxá Sul de
Goiás formado por rochas metassedimentares, compostas principalmente por quartzitos,
xistos, filitos, anfibolitos, gnaisses, granadas, ortognaisses, migmatitos, metacalcário e outras
(MOREIRA, et. al., 2008).
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Geomorfologia
Segundo Goiás (2006), todo o relevo da bacia se insere nas superfícies regionais de
aplainamento (IIA e IIIA) associadas a um sistema denudacional (figura 5). Nesse
mapeamento foram identificadas duas áreas distintas: o alto e médio cursos caracterizados
como Superfície Regional de Aplainamento (IIA) com cotas entre 900 a 1158 metros, que se
desenvolve sobre as formações proterozóicas menos resistentes. Há a ocorrência de morros e
colinas com forte controle estrutural e dissecação de média a forte. No baixo curso ocorre a
Superfície Regional de Aplainamento (IIIA) com cotas entre 600 e 800 metros com padrão de
dissecação médio, desenvolvida sobre rochas do Grupo Araxá Sul de Goiás. Ocorrem crostas
lateríticas e colúvios nas vertentes dos vales e áreas de sedimentação restrita onde se
acumulam sedimentos aluviais.
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Solos
Os solos da bacia do Ribeirão Sozinha são constituídos pelos Latossolos Roxo e Vermelho-
Escuro ambos distróficos e de textura argilosa que são predominantes em relevos plano e
suave ondulado; Argissolos Vermelho-Escuro e Vermelho-Amarelo, ambos eutróficos de
textura media/argilosa e em relevos ondulados; Cambissolos, a classe mais representativa da
bacia, e os Neossolos Litólicos, ambos distróficos, de textura média argilosa que predominam
em relevos forte ondulado e montanhoso; Gleissolos que são distróficos com textura argilosa
e muito argilosa em relevo plano e suave ondulado e os Plintossolos Pétricos que estão nas
cotas mais altas da bacia em relevos plano e suave ondulado (Figura 6).
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Resultados e discussão
Nas pesquisas de campo pode-se observar alguns pontos de degradação do solo como
processos de ravinamento na cabeceira de drenagem em conseqüência do desmatamento para
expansão urbana e para o cultivo de lavouras e processos erosivos em área de empréstimo
abandonada em relevos de altos declives (Figura 8). Foi observado também o processo de
compactação dos solos por pisoteio de gado e/ou pelo trânsito de maquinas pesadas.
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A. B.
Compartimentos Morfopedológicos
Com o cruzamento das informações de erodibilidade dos solos, da declividade das encostas e
do tipo de uso, faz-se a seguinte análise quanto à suscetibilidade a erosão:
A classe de gleissolos foi considerada nula em função do alto teor de argila, por estar em
declividades de 0 a 5%, e pelo uso que varia de cobertura vegetal a pequenas lavouras. Esta
classe de solos é encontrada somente no compartimento CM-III nas mais baixas cotas da
bacia acompanhando o leito do rio, configurando assim áreas de agradação.
Os Latossolos e Plintossolos Pétricos apresentam-se com baixa suscetibilidade a erosão. São
encontrados na bacia o Latossolo Roxo e o Vermelho-Escuro ambos de textura argilosa. Estas
classes de solos estão em declividades que variam de 0 a 5% e o uso predominante é
agricultura e pastagem. As áreas que são usadas para a agricultura são potencialmente mais
susceptíveis em função do solo ser revolvido no mínimo uma vez por ano em caso de
agricultura de ciclo curto, deixando o mesmo exposto aumentando a suscetibilidade. Os
principais cultivares são o milho e a soja. Estas classes de solo são encontradas nos três
compartimentos sendo que as áreas mais representativas estão nos compartimentos CM-I e
CM-II.
Na bacia ocorrem duas classes de Argissolos, o Vermelho-Escuro e o Vermelho-Amarelo
ambos de textura média e argilosa, estes solos estão em declividades que variam de 8 a 11 % e
foram considerados com média suscetibilidade a erosão. Eles ocorrem nos compartimentos
CM-I e CM-II sendo que no CM-II as ocorrências são mais extensas. Os usos predominantes
variam de pastagem a agricultura, sendo que nestes solos são mais comuns as culturas de
ciclos curtos como os hortifrutigranjeiros. Nesse tipo de uso o solo comumente é revolvido
duas vezes ao ano, aumentado assim o potencial erosivo da chuva. Estes solos ocorrem na
bacia, em sua maioria, mais próximos as drenagens facilitando assim a deposição dos
sedimentos diretamente nos canais agravando os casos de assoreamento.
Os Cambissolos e os Neossolos Litólicos são as classes identificadas com alta suscetibilidade
à erosão. Os Cambissolos são de textura média e argilosa e as declividades variam de 24 a
35%, os Neossolos Litólicos estão em declividades que vão de 35 a 45%. Os Cambissolos são
encontrados nos compartimentos CM-I e CM-III sendo predominantes no compartimento
CM-III. Os Neossolos Litólicos são encontrados em pequenas extensões nos compartimentos
CM-II e CM-III. Os usos nestas classes de solos são: área urbana (Bonfinópolis e Senador
Canedo); agricultura de ciclo longo e curto e pastagens. Há também significativas áreas de
vegetação tipo Cerradão e Cerrado Típico. Estas classes de solos estão nas áreas mais bem
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Conclusões
Referências