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09/12/2014 Caixa 

não­sincronizada do Ford Cargo

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Edição nº 247

Edição 169 ­ Mecânica Diesel

• Caixa não­sincronizada do Ford Cargo  
Mercedes­Benz se
Recomendar 22   fortalece no Pós­
Venda de veículos
comerciais

Confira  a  desmontagem  e  as  dicas  de Portfólio da marca inclui  


nova linha de peças...
manutenção  da  caixa  de  câmbio  que  equipa  os
caminhões da linha Cargo da Ford, cuja principal  
... característica  é  a  ausência  de  anéis
sincronizadores.
E mais:  
Carolina Vilanova

  Os  principais  atributos  que  garantem  a  eficiência  de  uma  caixa  de  câmbio
são  a  sua  facilidade  de  operação,  de  manutenção  e  sua  resistência.  Os Renault Fluence
caminhões  da  linha  Cargo  da  Ford  utilizam  um  tipo  de  caixa  capaz  de 2015: mesmo trem
proporcionar  esses  benefícios  para  o  motorista,  fornecidas  pela  Eaton,  as de força e robustez
transmissões RT têm como característica a ausência de anéis sincronizadores garantida
e são conhecidas no mercado como caixas não­sincronizadas. Sedã da marca francesa
ganha facelift e
Login A  caixa  em  detalhe  nessa  reportagem  é  a  Eaton  RTLO­14918B,  de  dezoito mantém...
marchas  a  frente  e  quatro  a  ré,  equipamento  original  dos  caminhões  Cargo
Usuário ou Email 4331s  e  4432e.  Sem  os  anéis  sincronizadores,  que  fazem  o  trabalho  de  
frenagem  das  engrenagens  na  hora  de  mudar  de  marcha,  a  caixa  RT
Senha trabalha com dois contra­eixos e uma caixa auxiliar, que faz a multiplicação
das marchas (“split”) por meio de um botão na parte da lateral esquerda da
alavanca, e a seleção de caixa alta/baixa, através do botão situado na parte
frontal  da  alavanca.  O  seletor  de  engate  tem  comando  pneumático  e  a
Login  
alavanca  de  mudanças  permite  nove  movimentações  que  efetuam  todo  o
ciclo de engates.
Cadastre­se!
Esqueci minha senha Instrutor  de  Treinamento  de  Serviço  da  Ford,  Eder  Ricardo  Joergensen, Atenção ao comprar
explica  que,  por  não  ter  anel  sincronizador,  o  motorista  deve  trocar  de uma correia!
marcha  no  tempo  certo  da  rotação  do  motor.  “A  vantagem  é  que  a  falta  de
anéis  permite  que  haja  espaço  entre  as  engrenagens,  que  têm  estruturas Fabricante alerta para o
Enquete mais largas, logo, mais resistentes e mais duráveis”, complementa. risco de se instalar
uma...
Na sua opinião, qual é o
sistema mais difícil para
 
se reparar nos carros
atuais?

Motor
Câmbio
Injeção Eletrônica
Eletroeletrônica
embarcada
Direção
(Hidráulica/
Elétrica/
Eletricamente O conjunto da caixa RTLO­14918B é composto por duas partes, ou seja, duas
assistida) caixas de transmissão no mesmo equipamento, através do qual as marchas
se  sobrepõem,  ou  seja,  a  5ª  e  a  1ª  funcionam  a  partir  da  mesma
Freios ABS
engrenagem,  bastando  acionar  o  seletor  de  caixa  alta/baixa.  A  primeira
sessão  tem  seis  engrenagens  acionadas  através  da  alavanca  de  mudanças,
Votar enquanto  a  segunda  caixa  possui  três  conjuntos  de  engrenagens  acionadas
Ver Resultados por pressão de ar.

Funcionamento da caixa

A caixa de mudanças RTLO­14918B tem 18 marchas a frente e 4 marchas a
ré,  sendo  formada  pelas  caixas  principal  e  auxiliar,  que  contém  as
engrenagens  HI  (alta)  e  LO  (baixa)  e  as  engrenagens  de  sobre­marcha
“split” alta e baixa.

O  dispositivo  seletor  de  sobre­marcha  –  tecla  “split”  –  permite  dividir  em


duas faixas de torque – L ou H – cada uma das marchas, seja no regime de
caixa baixa (LO, 1ª, 2ª, 3ª e 4ª), ou no de caixa alta (5ª, 6ª, 7ª e 8ª).

Assim,  cada  uma  das  marchas  no  regime  de  caixa  baixa  (LO)  pode  ser
dividida  em  duas,  alternando  a  posição  da  tecla  “split”,  proporcionando  10
relações  de  marchas  progressivas  para  o  regime  de  caixa  baixa.  Assim,

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como as quatro marchas do regime de caixa alta (HI) também são divididas,
somam mais 8 marchas, totalizando 18 marchas a frente.

Manutenção

O  técnico  da  Ford  afirma  que  a  manutenção  e  a  durabilidade  dependem  da


operação na qual o caminhão trabalha. “As trocas de óleo e filtros devem ser
realizadas  dentro  dos  prazos  determinados  pelo  manual  do  proprietário,
lembrando que cada aplicação tem seu plano de manutenção específico”.

A  durabilidade  da  caixa  depende  muito  de  como  o  motorista  opera  o


caminhão e a revisão do conjunto é necessária quando existir dificuldades de
engatar uma marcha.

Se  o  problema  estiver  no  engate  da  caixa  alta  para  caixa  baixa,  o  defeito
pode  estar  no  filtro  secador  e  regulador  do  sistema  pneumático,  lembrando
que  umidade  no  circuito  pode  causar  contaminação.  A  limpeza  da  peça  ­  se
estiver entupida – deve ser feita com querosene e ar comprimido para secar.

Sempre  que  o  caminhão  chega  numa  oficina  com  sintomas  de  avarias  no
câmbio, o primeiro procedimento é checar a pressão do sistema pneumático
e das válvulas.

Se  for  constatado  vazamento  de  óleo,  antes  de  desmontar  o  conjunto,
verifique  o  respiro  está  em  ordem.  Para  isso,  selecione  a  caixa  alta  e
observe se não há vazamento de ar pelo respiro.

A recomendação da montadora é drenar todo o ar e fluído do sistema antes
de  trabalhar  nessa  transmissão.  Também  é  extremamente  importante
observar  a  plaqueta  de  identificação,  localizada  na  parte  lateral  inferior  da
caixa,  que  traz  todas  as  informações  sobre  o  modelo,  tipo  e  identificação
para peças de reposição. Além disso, é imprescindível o uso de componentes
originais,  ferramentas  especiais  e  equipamentos  apropriados.  Todas  as
juntas devem ser substituídas por novas.

“Outra característica importante é a facilidade de trocar as engrenagens, pois
não  tem  como  montar  errado,  é  fácil  de  retirar  e  de  recolocar”,  afirma  o
instrutor.

Mãos na caixa

Case  seja  necessária  a  desmontagem  do  conjunto,  o  primeiro  passo  é


preparar  o  caminhão  para  que  o  técnico  possa  trabalhar  com  segurança,
além de ter em mãos as ferramentas adequadas. Siga essas instruções:

• Calce as rodas e aplique o freio de estacionamento.

• Certifique­se de que a alavanca está em Neutro.

• Desconecte o cabo negativo da bateria.

• Libere o ar comprimido do reservatório de freio.

• Remova o escapamento.

•  Retire  os  parafusos  de  fixação  da  árvore  longitudinal  à  árvore


secundária  da  caixa  de  mudanças  –  não  esqueça  de  marcar  com  tinta
sua  posição,  com  uma  linha  coincidente  entre  a  luva  deslizante  e  o
corpo da árvore.

1)  Com  a  caixa  apoiada  adequadamente  num  cavalete,  comece  a


desmontagem dos componentes, com a retirada do filtro e da válvula auxiliar
da carcaça. Em seguida, retire as molas do seletor.

Obs.:  cuidado  para  não  deixar  cair  as  esferas  alojadas  nos
compartimento das molas.

2)  Solte  os  parafusos  e  remova  o  seletor  pneumático  da  caixa  e  as


mangueiras de ar. O torque para montagem é de 11 a 16 Nm.

3)  Agora,  desencaixe  o  pino  do  seletor,  que  impede  que  marchas  erradas
sejam selecionadas com o carro fora do ponto morto. É necessário remover
esse  pino  antes  de  abrir  a  tampa  e,  na  hora  da  instalação,  ele  deve  ser
encaixado antes de montar o conjunto.

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4) Desaperte os parafusos da tampa. Observe que na montagem a seqüência
de aperto é de fora para dentro e de maneira cruzada. O torque é de 47 a 61
Nm.

Obs.:  na  hora  de  desmontar,  retire  os  parafusos  e  mantenha  essa
ordem  na  instalação,  pois  eles  têm  tamanhos  diferentes,  alguns  são
mais longos para suportar os ganchos de apoio.

5) Ao remover a tampa da caixa, cuidado para não derrubar as esferas que
estão alojadas no compartimento das molas que já foram retiradas. Remova
as esferas e guarde­as num lugar seguro.

6)  Utilize  a  “guitarra”  para  auxiliar  o  desaperto  do  flange  da  caixa  auxiliar
antes de remover (a guitarra fica calçada no chão). Para retirar, recoloque a
abraçadeira da cruzeta e solte os parafusos. Desloque a peça com o guincho
e apóie­a no gabarito (ferramenta 205­668), ou numa base apropriada. Não
esqueça que, antes de apoiá­la, o conjunto do “split” deve ser retirado. Para
isso, vire o garfo para o lado e remova sua luva de engate.

7)  Em  seguida,  desencaixe  a  engrenagem  que  faz  o  acoplamento  do  “split”
na  caixa  com  a  ajuda  do  alicate,  para  tirar  o  anel  antes  de  afrouxar  os
parafusos.

8)  Retire  a  engrenagem  da  luva  de  engate  do  “split”  e  sua  arruela.  Na
montagem, por ter duplo contra­eixo, todas as engrenagens são folgadas no
eixo, é uma característica desse tipo de caixa.

9)  Agora,  o  técnico  deve  remover  o  eixo  da  ré,  a  começar  pela  trava  e
depois, com a ajuda do extrator 205­672, retire o eixo do alojamento.

Obs.: Não bata na peça com martelo.

10) Tire o anel que segura o rolamento traseiro antes de tirar o eixo de ré e
o  rolamento.  Remova  o  anel  da  trava  do  eixo  de  saída.  Esse  anel  é
chanfrado  e  deve  ser  instalado  com  o  lado  cônico  voltado  para  a  parte
traseira da caixa.

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11)  Agora,  empurre  a  engrenagem  para  frente  da  caixa  e  retire  a
engrenagem intermediária da marcha ré por cima. Cuidado para não deixar
as arruelas caírem dentro da caixa.

Obs.:  Na  hora  de  montar  a  peça,  preste  atenção  na  marca  “FRONT”
estampada na engrenagem, que deve ficar voltada para o eixo principal
(parte frontal da caixa).

12)  Retire  o  rolamento  do  eixo  intermediário.  Depois,  remova  o  anel  do


rolamento  para  ter  acesso  ao  contra­eixo.  Solte  o  parafuso  que  serve  de
trava do lado interno do mesmo eixo.

13)  Remova  o  rolamento  traseiro  da  árvore  secundária  e,  em  seguida,
posicione  o  extrator  308­475  para  retirar  o  contra­eixo.  Com  muito  cuidado
bata  com  um  martelo  de  bronze  ou  de  plástico  para  empurrar  o  rolamento.
Remova agora o rolamento traseiro.

14)  Ainda  no  contra­eixo,  coloque  a  ferramenta  308­649  para  segurar  o


contra­eixo  contra  a  parede  lateral  da  parte  dianteira  da  caixa  e,  assim,
deslocar a árvore secundária.

15)  Depois  disso,  vire  a  caixa  na  posição  vertical  e  remova  o  eixo
secundário.

16) Para retirar o eixo piloto ou a árvore primária, remova o flange e a capa.
Em  seguida,  bata  com  cuidado  com  o  martelo  na  ponta  do  eixo,  retire  a
trava, o rolamento e a arruela interna, que está dentro da engrenagem. Tire
o eixo piloto por fora, bem como a engrenagem e apóie a peça na morsa.

17)  O  pino  trava  da  chaveta,  alojado  na  parte  da  frente  da  árvore
secundária, deve ser verificado se não está quebrado ou muito baixo.

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Obs.: Desmonte as engrenagens do eixo removendo­as uma por uma e
colocando­as em ordem numa bancada apropriada. Na hora de montar,
coloque a arruela com a parte cônica voltada para o lado das luvas de
engate.  Então,  recoloque  a  engrenagem,  a  arruela  intermediária  e
assim  por  diante,  na  ordem  inversa  da  desmontagem.  Utilize  um  guia
no  lugar  da  vareta  e,  depois  que  colocar  a  arruela  da  ré,  introduza  a
vareta enquanto remove o guia. Por último, encaixe a luva de ré.

Ponto de sincronismo

18) Para garantir o perfeito funcionamento da caixa é necessário encontrar o
ponto  de  sincronismo  antes  de  terminar  o  serviço  e  fechar  a  caixa.  O
procedimento  é  o  seguinte:  determine  o  ponto  morto  do  contra­eixo,  onde
todas  as  engrenagens  estão  alinhadas.  Essa  posição  deve  coincidir  com  a
marcação da engrenagem do eixo primário, que é dividida ao meio. Encaixe
o eixo piloto com o anel e acerte a marca determinada.

19) Monte o eixo piloto e recoloque a árvore secundária e a árvore de saída.
Em  seguida,  encaixe  o  rolamento  da  parte  traseira  e  encontre  o  ponto  de
sincronismo com o contra­eixo.

Desmontagem da caixa auxiliar

Afrouxe  os  garfos  da  sessão  auxiliar  para  poder  encaixar  a  ferramenta  no
eixo  de  saída  da  caixa  auxiliar  e  remover  o  rolamento  de  saída.  Remova  a
carcaça, os garfos e separe os eixos.

Essa  peça  não  tem  como  montar  errado,  o  segredo  da  montagem  dessa
caixa  é  acertar  o  ponto  de  sincronismo.  Na  caixa  auxiliar,  encontre  as  
marcações  “0”  nos  contra­eixos  e  divida  a  engrenagem  no  meio  com  uma
marcação. Depois, encaixe nos pontos laterais.

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