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São Luís – MA
2021
TEODORO VICTOR MONTENEGRO
São Luís – MA
2021
DOCUMENTÁRIO GRAFITE.MP4: uma construção educomunicativa
Monografia apresentada ao Curso de Comunicação Social da Universidade Federal
do Maranhão para obtenção de grau de Bacharel Comunicação Social com
habilitação em Rádio e TV.
Aprovada em / /
BANCA EXAMINADORA
Examinador 01
Examinador 02
“Não há diálogo, porém, se não há um
profundo amor ao mundo e aos homens”
-Paulo Freire.
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo que habita neste planeta, existe um Deus que nos quer
ver bem e felizes, e por isso a minha eterna gratidão a essa oportunidade que Ele
me deu, de experienciar a vida mais uma vez.
Obrigado a todos que colaboraram para que eu tivesse o conforto para
poder terminar os meus estudos de forma dedicada, e que trabalham arduamente
para ver o meu sucesso como se fosse deles mesmos. Aqui, se encaixam minha
mãe Edna, meu pai Enock, Cleide, Francisca e Jurana. Ah, e meu irmão João
Gabriel.
Muito obrigado aos meus amigos, aos que trocaram experiências comigo
durante toda minha vida, cada pessoa que cruzou meu caminho são todos, sem
exceção, responsáveis pelo que me tornei, principalmente no meu tempo de
graduação na UFMA. Estes, representados desde as tias do salgado, do caldo, os
funcionários da instituição, e, principalmente, minhas fiéis companheiras: Carla
Renata, Gabi Trindade, Vilma Santos, Mirela Nunes e Ana Luiza Galves.
Partindo para a parte principal deste agradecimento, o meu maior
agradecimento vai aos professores. Não apenas pelo carinho, ensinamentos e
diálogos, mas também por me fazerem enxergar em mim mesmo o meu maior
propósito de vida, algo que carrego comigo desde muito tempo e, ainda sim, não
sabia exatamente o que significava: ser como vocês. Portanto, para fazer jus ao
tamanho do meu amor e emoção que é está aqui neste momento, sendo quem sou,
tendo encontrado minha paixão de viver, minha motivação de trabalho e o meio ao
qual quero fazer a transformação no mundo, aqui vai minha devida homenagem.
Um carinhoso obrigado à:
Vovó Nete, quem me ensinou a ler e escrever
professora Ana Flávia (maternal)
professora Raphaela (1º série)
professora Ivanilde (artes)
professora Ana Cláudia (2º série)
professora Daniele e professora Andréia (3º série)
professora Samyra (4º série)
professora Virgínia Napoleão (redação e português)
professora Daniela Pestana (história)
professora Ana Lourdes Bogea (ciências)
professora Flávia Moura, quem me apresentou o curso de comunicação da UFMA
professora Ingrid Assis
professora Patrícia Azambuja, a quem eu devo minha iniciação na pesquisa
professora Carolina Libério
professora Rakel Castro
professor Ed Wilson
professor Ramon Bezerra
e professora Rose Ferreira, quem segurou na minha mão, mesmo a distância, para
que eu pudesse alcançar mais essa conquista, e estar aqui escrevendo estes
agradecimentos. Do fundo da minha alma, obrigado professora Rose.
Obrigado também, para deixar registrado, aos colegas que se doaram para que eu
pudesse concluir essa pesquisa: professor Francisco, Gegê, Breno, Kamila e
Jéssica! Como disse Gegê na entrevista para esse trabalho: “nenhuma conquista é
individual”.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 10
2 COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIA............................................ 14
2. Comunicação................................................................................................... 14
1
2. Experiência....................................................................................................... 18
2
2. Educação.......................................................................................................... 22
3
3 EDUCOMUNICAÇÃO........................................................................................ 25
4 A ORIGEM DO “DOCUMENTÁRIO 27
GRAFITE.MP4”........................................
5 METODOLOGIA................................................................................................ 30
5. Coleta de 32
1 dados................................................................................................
5. Leitura de 34
2 dados...............................................................................................
6 COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIA: ANÁLISE DE
DADOS.............................................................................................................. 37
7 CONSIDERAÇÕES 40
FINAIS...............................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 41
8 ANEXOS…………………………………………………………………………… 41
ÍNDICE DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
1
Documentário produzido em 2019 como um produto da disciplina Educação e Tecnologia que
integra a matriz curricular do Curso de Rádio e Televisão da Universidade Federal do Maranhão -
UFMA . Disponível em DOCUMENTÁRIO GRAFITE.MP4
2
Professora do Curso de Rádio e Televisão da Universidade Federal do maranhão.
11
nos ajudam na reflexão proposta. Um deles foi Jorge Bondía Larrosa, quando esse
quando afirma: “eu creio no poder das palavras, na força das palavras, creio que
fazemos coisas com as palavras e, também, que as palavras fazem coisas conosco”.
(LARROSA 2002, pg.21)
Portanto, é no campo dos sentidos que encontramos nossas justificativas.
Ora, é possível educar sem comunicar, ou comunicar sem educar? É possível ser
“imparcial”? No sentido de simplesmente existir e não produzir sentido? Buscamos,
então, autores que contribuem para construção do nosso pensamento. A escolha da
escola e consequentemente a produção do documentário tornaram-se base para
pesquisa apresentada: O Centro Educa Mais 3 João Francisco Lisboa, CEJOL,
localizado no “Canto da Fabril”, possui seus muros grafitados, assim como outras
escolas da região, nos arredores da Praça Deodoro em São Luís-Ma.
“Logo quando eu assumi a direção da escola, eu fui informado que o muro
grafitado sofria muito menos agressão por parte das pichações, já era prática das
outras gestões”. Afirma o diretor Fábio Carvalho em entrevista para o documentário,
confirmando a hipótese de que os grafites nos muros externos da escola
representam uma posição administrativa dos diretores da escola. As grafitagens e
intervenções acabaram se tornando uma constante das disciplinas eletivas 4 do
professor de sociologia Francisco José Ferreira Carvalho (Francisco Jansen).
Posteriormente, a contribuição do professor de artes Gleydson Rogerio Linhares dos
Santos Coutinho (Gegê Grafite) ampliou as práticas das disciplinas eletivas no
CEJOL e em outras escolas, pois a experiência do Hip Hop como ferramenta
educativa e política, foi carregada do pertencimento do arte educador e militante
pelo Quilombo Urbano5.
Essas disciplinas eletivas fazem parte da metodologia do Ensino Integral,
presente no CEJOL desde 2018. Segundo Guará (2006), a escola de ensino integral
3
Institutos (IEMA) são escolas técnicas e os Educa Mais são científicos, de acordo com o professor
Jansen
4
“Oferecem a possibilidade de diversificação das experiências escolares e de expansão de estudos
relativos às áreas de conhecimento contempladas na Base Nacional Comum Curricular, sempre em
articulação com os interesses dos alunos”. (https://inova.educacao.sp.gov.br/wp-
content/uploads/2019/05/Inova_Educacao_Jornalistas.pdf)
5
Movimento organizado de Hip Hop que surgiu em 1989 no Maranhão
12
p.16)
2.1 Comunicação
foi muito interessante trabalhar com o espaço da escola sem fugir de uma
certa cadência. (Jéssica Ellen Gomes do Santos, entrevista concedida em
22/04/2021).
Figura 4 - Intervenção de uma das disciplinas eletivas de sociologia anteriores a pesquisa na escola CEJOL
Figura 5 - Gravação da eletiva de sociologia com o professor Gegê durante o processo de pesquisa na escola
(Gleydson Linhares)
2.2 Experiência
Ela (narrativa) tem sempre em si, às vezes de forma latente uma dimensão
utilitária. Essa utilidade pode consistir seja num ensinamento moral, seja
numa sugestão prática, seja num provérbio ou numa norma de vida – de
qualquer maneira, o narrador é um homem que sabe dar conselhos.
(BENJAMIN, 1994 pg. 200)
Além desse, o radical “peri” também tem suas derivações que nos ajudam
a encontrar mais sentido advindo de “experiência”:
Ele também afirma que a palavra “pirata” possui esse mesmo radical, e
faz uma relação dessa palavra com “experiência”: “O sujeito da experiência tem algo
desse ser fascinante que se expõe atravessando um espaço indeterminado e
20
perigoso, pondo-se nele à prova e buscando nele sua oportunidade, sua ocasião”
(LARROSA 2002, p.25).
Portanto, Larrosa apresenta os três princípios da experiência
subliminarmente inscritos através de uma frase: “isso que me passa”. O primeiro é o
princípio de alteridade, que está representado pelo “isso” da frase, cuja explicação:
“Se lhe chamo de ‘princípio de alteridade’ é porque isso que me passa tem que ser
outra coisa que eu. Não outro eu, ou outro como eu, mas outra coisa que eu. Quer
dizer, algo outro, algo completamente outro, radicalmente outro.” (LARROSA, 2011,
p.6). O segundo é o princípio de reflexividade, representado pelo “me”, ao qual ele
explana:
Se lhe chamo “princípio de reflexividade” é porque esse me de “o que me
passa” é um pronome reflexivo. Poderíamos dizer, portanto, que a
experiência é um movimento de ida e volta. Um movimento de ida porque a
experiência supõe um movimento de exteriorização [...] E um movimento de
volta porque a experiência supõe que o acontecimento afeta a mim, que
produz efeitos em mim, no que eu sou, no que eu penso, no que eu sinto,
no que eu sei, no que eu quero, etc. (LARROSA, 2011, p.6 e 7)
Por isso, ele também afirma que se o singular não pode haver ciência
(experimento), mas pode, sim, haver paixão, ou melhor, do singular, só pode haver
paixão. É aqui que cruzamos com Sodré (2018) quando ele aponta a necessidade
de ampliar as possibilidades para se fazer comunicação, visto por um ponto em que
se distancie de limitações racionais, não as excluindo, mas optando por perspectivas
que consigam abarcar os verdadeiros sentidos das trocas humanas, melhor dizendo,
estudar os caminhos por onde se produz sentidos além dos meios puramente
técnicos e mecânicos, pois esses, a priori, compreendem mais facilmente as
mensagens fora da singularidade, comum ao conhecimento (como na citação acima,
seria o “ponto de vista do texto”). Por isso, o que se propõe neste trabalho é pensar
como a comunicação possibilita o acesso ao desconhecido, ao novo, ao crítico
(“ponto de vista da leitura”) e, assim, educando.
2.3 Educação
julga útil serem passadas através do ensino, o qual os autores conceituam como
“atividade em que a Escola fala pela sociedade e é por esta legitimada” (BRAGA e
CALAZANS, 2001, p. 37).
Portanto, existe uma relação direta entre o que é caracterizado pela
sociedade como “aprendizagem” e o que é ensinado nas escolas, visto que ela
determina o que não pode ficar sob total domínio do que a própria sociedade
reconhece como espaços não submissos diretamente às instituições educacionais,
como afirmam Braga e Calazans: a família, a cultura e a vida prática. Logo, os
autores afirmam que a diferença principal entre a Escola e esses espaços não
submissos é que “na Educação há direcionamento e intencionalidade social
expressa, enquanto nos demais espaços os processos são ‘espontâneos’ ou
eventuais. A Sociedade coloca questões de aprendizagem - a Escola propõe
encaminhamentos” (p.38).
Ao mesmo tempo, os autores afirmam que “A Educação é então o campo
em que se articulam, intencionalmente, o ensino e a aprendizagem” (p.38). Portanto,
é visível que independentemente do ensino, da Educação, no que se refere a suas
delimitações necessárias, a aprendizagem ainda é possível, mesmo sem a
espontaneidade de outros circuitos.
Essa apresentação teórica nos serve de base para refletir sobre as
influências que o campo institucional pode receber dos espontâneos e vice-versa. É
o que vimos acontecer na experiência educativa em nossa pesquisa: O Hip Hop
surge de um conhecimento dentro dos campos não subordinados pela instituição
mas ainda sim é método de ensino, ou seja, é condutor de aprendizagem dentro do
espaço escolar. O próprio Gegê afirma:
Podemos aqui fazer uma relação com o que foi explicitado anteriormente
por Braga e Calazans no que se refere a Educação ser um reflexo de aprendizagens
significadas pela e para a sociedade. É evidente que o Hip Hop é um movimento
6
Cantor de Rap de Brasília
24
cultural que surge nas periferias urbanas, e diante a “mídia burguesa”, como afirma
o professor, é retirado todo o seu aparato sócio-educador. Porém, o próprio Gegê
nos exemplifica com experiências próprias o impacto que o Hip Hop pode ter,
associado a educação e a apropriação dos meios de comunicação:
Teve uma escola que nós fizemos um trabalho, que era em São José de
Ribamar, e a gente começou em uma série, que uma professora nos
convidou, mas teve uma repercussão muito grande na escola. [...] Então
decidimos fazer uma aula pública, então eu estava lá no meio de um círculo
gigante de alunos na escola, e passei alguns vídeos. Um desses vídeos foi
o clipe chamado ‘Que droga!’ que é uma música que a gente fez depois de
ter lançado uma campanha pelo fim do crack na periferia, que depois teve
repercussão nacional [...] Só que teve um episódio durante essa aula, que
não foi de um estudante, foi de um professor: ele discordou, questionou que
a gente tava usando aquele material ali, que as pessoas que estavam
participando do clipe estavam usando droga. Aí os próprios estudantes
foram explicar, que ali na verdade era uma encenação, não era real, e eu fui
explicar que inclusive nesse vídeo tem participação de pessoas que
passaram pelo processo da campanha, das oficinas, e que o vídeo na
verdade é o resultado do resultado, porque antes desse vídeo teve todo um
processo, fizemos várias atividades nesse bairro, nós já fizemos festivais.
Acabou que deu certo, mas aí volta a questão do estranhamento, de não ter
o conhecimento, a questão do estereótipo (Professor Gleydson Rogério
Linhares em entrevista concedida em 08/04/2021)
3 EDUCOMUNICAÇÃO
25
7
https://demodeatelie.com/post/m-a-n-i-f-e-s-t-o
28
5 METODOLOGIA
Lopes (APUD 1990) para, dentro das específicas ciências, mostrar o que representa
a metodologia, afirmando assim que a metodologia da pesquisa indica “a
investigação ou teorização da prática da pesquisa”, e a metodologia na pesquisa
indica “o trabalho com os métodos empregados”. Logo, metodologia na pesquisa
seria “um conjunto de decisões e opções particulares que são feitas ao longo de um
processo de investigação'' (pg. 129). O percurso metodológico deste trabalho foi
baseado nas seguintes etapas : contato com a escola; planejamento de visita;
presença nas atividades desenvolvidas que foram feitas por método observativo;
entrevistas e gravações complementares.
O documentário grafite.mp4, surge com o objetivo de realizar gravações
para o trabalho da disciplina Educação e Tecnologia, ministrada pela professora
Rakel Castro no primeiro período de 2019, porém, no desenrolar das atividades,
percebemos que havia naquele projeto uma relação que envolvia processos
comunicativos e educacionais. Passamos, então, a nos envolver mais com a tarefa,
que a princípio se resumia a um registro audiovisual. O envolvimento com os alunos,
a escuta dos professores e mesmo a permanência no ambiente, nos levou perceber
que para além da comunicação e educação, observávamos uma relação de
afetividade advinda dos professores que tinham um prazer em transmitir a arte
através da vivência, militância social e pertencimento de cada um.
A pesquisa teve como lócus a escola, tendo duas gravações: a entrevista
com o diretor Fábio Carvalho e o professor Francisco Jansen, e posteriormente a
gravação de uma intervenção parte da disciplina eletiva de sociologia que,
realizadas para o trabalho, tomaram outro sentido e acabaram servindo,
posteriormente, como dados de pesquisa. Ao decidirmos realizar este trabalho, o
que nos interessou foi a discussão em torno da tríade já mencionada: comunicação,
educação e experiência, por isso tratamos aqui de uma pesquisa qualitativa que de
acordo com Bauer e Gaskell (2008), “lida com interpretações das realidades sociais”
(pg.23). Para realizar uma pesquisa qualitativa, à princípio, é importante entender
que a mesma não tem como objetivo “dar poder”, ou “dar voz aos oprimidos” -
“embora estes possam ser entusiasmos louváveis, no contexto de grande parte da
prática da pesquisa qualitativa, eles são, no mínimo, ingênuos e possivelmente mal
encaminhados” - assim como queremos considerar dados para análise qualitativa
“outros tipos de texto, bem como imagens e materiais sonoros” (pg.15).
Esta análise deve se comportar de forma com que todos os sujeitos do
31
“na parceria que tivemos com o prédio de ciências sociais (CCH-UFMA) nós
conhecemos o Gegê, que é professor de artes, e ele passou a história da
grafitagem, que até muita coisa eu não sabia: o que é hip hop, o que é grafitagem, o
que é muralismo…”. E foi assim que conseguimos contato com ele e despertamos
interesse em entrevistá-lo, já que ele foi responsável pela parte prática da
experiência educomunicativa registrada no documentário em 2019, através dos
grafites desenvolvidos com os alunos dentro da escola, com suas mediações
educativas. Portanto, nossa entrevista com professor Gleydson Coutinho teve como
objetivo explorar a sua visão acerca da comunicação, educação e experiência, tríade
que suporta este trabalho, ocupando o papel de professor e também de militante do
coletivo Quilombo Urbano9.
Já para os alunos, quisemos que a entrevista nos mostrasse os
resultados práticos das metodologias apresentadas pelos dois professores
entrevistados. Esses alunos, a Kamila, Jéssica e o Breno, foram da primeira turma a
entrar no modelo integral do CEJOL, em 2018, e quando gravamos a eletiva, em
2019, eles estavam no segundo ano do ensino médio. Começamos perguntando (e
quem quisesse responder poderia falar livremente) como foi a experiência de
estudar numa escola de modelo integral, visto que as disciplinas eletivas eram um
“braço” de toda a estrutura pedagógica que formava a experiência na escola.
9
Coletivo de arte urbana; Movimento organizado de Hip Hop que surgiu no Maranhão em 1989
37
Se você perguntar para outro professor de integral se ele quer voltar pro
ensino parcial ele vai dizer que não. [...] A produção que tem no integral, eu
sou tão realizado, que eu estou lá e digo ‘meus alunos estão aprendendo o
que eu estou dando na aula’. Você vê a mudança [...] As escolas públicas
que eu dava aula parecia uma cela de delegacia, a parede toda rasurada,
pichada, depredada. Aí você chega no integral, as turmas disputam, sem
ninguém mandar, quem deixa a sala mais limpa no final do dia. (Professor
Francisco Jansen, entrevista concedida em 16/04/2021)
38
É muito legal porque hoje em dia eu consigo estudar e trabalhar, não é uma
rotina que me cansa, e a escola integral me ajudou a ajeitar meu tempo. E
também quando eu saísse do ensino médio eu já ia saber o que eu ia fazer,
então eu não fiquei uma pessoa perdida, porque eu era muito indecisa do
que eu ia fazer. Então a escola integral me ajudou demais. Agora, em
relação às críticas, sempre vai existir, né? Mas quem souber aproveitar a
escola integral, vai sair vitorioso. (Jéssica Ellen Gomes dos Anjos em
entrevista concedida no dia 22/04/2021)
profundamente com cada sujeito envolvido, pode-se não saber concretamente o que
é, mas se sabe que transforma.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAUER, Martin W., GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto: imagem e
som: um manual prático. 7.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido, 17º. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra,
1987.
SOARES, Ismar de Oliveira. Comunicação & Educação, São Paulo, (19): 12 a 24,
set./dez. 2000
ANEXOS