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Farmácia–Teoria e Exercícios
Fármacos antidiabéticos, insulinas e fármacos que
atuam nas dislipidemias.
Professora Cá Cardoso
Prof. Cá Cardoso
Farmacologia do Diabetes. Farmacologia das dislipidemias
Aula 16.2 – Fármacos antidiabéticos, insulinas e fármacos que atuam nas dislipidemias
Prof. Cá Cardoso
O Diabetes Melitus é definido por níveis elevados de glicemia, associados a uma secreção
pancreática de insulina inadequada ou ausente.
No Diabetes Tipo I, há uma destruição das células-beta pancreáticas que leva à deficiência
GRAVE ou ABSOLUTA da insulina (já que a insulina é produzida nessas células). É dividida
ainda em duas subclasses: idiopática e autoimune (esta última, mais comum). No geral, os
pacientes têm menos de 30 anos.
Já no Diabetes tipo 2, há uma resistência dos tecidos à ação da insulina, e assim, em longo
prazo, há uma deficiência relativa na secreção deste hormônio. No geral, tratam-se de
indivíduos mais velhos, existindo relação com o sobrepeso e obesidade.
A terapia nestes pacientes é iniciada com antidiabéticos orais que, de maneira geral, devem:
Além dos antidiabéticos orais, 30% dos indivíduos com Diabetes tipo II também precisam fazer
uso da Insulina para controle glicêmico. Por quê? Uma vez que existe a resistência à insulina
nos tecidos periféricos, em um primeiro momento, o pâncreas secreta mais insulina
(mecanismo de compensação). Com o decorrer do tempo, ocorre a exaustão das células-beta
pancreáticas, levando a uma secreção insatisfatória de insulina.
Perceba a diferença:
• No Diabetes tipo I, o uso da Insulina é OBRIGATÓRIO – A vida depende disso,
já que as células-beta pancreáticas estão DESTRUÍDAS;
MECANISMO DE AÇÃO
As sulfoniluréias possuem 2 principais mecanismos de ação. Vejamos cada um deles:
Para entendermos como as sulfoniluréias aumentam a secreção de insulina, temos que lembrar
de como ocorre a secreção da insulina fisiologicamente.
Quando há aumento dos níveis de glicose na célula, aumenta a produção de ATP e isso faz
com que haja o fechamento dos canais de potássio, levando à despolarização da célula. A
despolarização da célula leva à abertura dos canais de cálcio regulados por voltagem. Com
mais cálcio na célula, há a exocitose da insulina, e assim, mais insulina é secretada. Observe
a figura abaixo:
Entrada
de cálcio
Fechamen
Aumenta (abertura Liberação
Aumenta to dos Despolariz
produção de canais de
a glicose canais de ação
de ATP voltagem insluina
potássio
dependen
tes)
REPRESENTANTES
• 1ª geração: Tolbutamida, Clorpropamida e Tolazamida;
• 2ª geração: Glibenclamida, Glimepirina e Glipizida;
• Megletinidas – Replaglinida;
• Derivado da D-Fenilalanina – Nateglinida;
(A) bloqueando os canais de potássio sensíveis ao ATP (KATP) na membrana plasmática das
células B, o que causa despolarização, entrada de Ca+2 e secreção de insulina.
(B) ativando a proteína quinase ativada por AMP (AMPK) nos hepatócitos, o que leva a um
aumento da expressão de genes importantes para a gliconeogênese hepática.
(C) ligando-se ao receptor nuclear ativado por proliferadores de peroxissomo (PPARᵧ), com
consequente aumento da lipogênese e estímulo da captação de ácidos graxos e glicose
(D) inibindo competitivamente a enzima dispeptidil- -peptidase-4 (DPP-4) e, com isso,
reduzindo a glicemia pela potencialização de incretinas endógenas.
(E) inibindo a α-glicosidase intestinal, o que retarda a absorção de carboidratos e reduz a
glicemia pós- -prandial.
COMENTÁRIO: Questão simples que cobra que o candidato saiba unicamente o mecanismo
de ação das sulfoniluréias. Conforme vimos: FECHAMENTO dos canais de potássio, levando
a despolarização e consequente entrada de cálcio e liberação de insulina.
GABARITO: A
BIGUANIDAS
REPRESENTANTE: METFORMINA
MECANISMO DE AÇÃO
• DIMINUI NÍVEIS DE GLICOSE SÉRICA E;
• AUMENTA A SENSIBILIZAÇÃO DO RECEPTOR DE INSULINA TECIDUAL.
ASPECTOS CLÍNICOS
• É o fármaco de ESCOLHA como terapia de primeira linha para o Diabetes tipo II;
• Por NÃO aumentar o apetite e NÃO aumentar o peso corporal trata-se do fármaco de
ESCOLHA para pacientes OBESOS (desde que não haja comprometimento hepático e
renal).
Atenção!!!
Fármaco de escolha em
pacientes obesos ou com Biguanida (Metfomina)
sobrepeso
ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS
• Meia vida de 1,5 a 3 horas;
• Não se liga a proteínas plasmáticas;
• Não é metabolizada pelo citocromo P450 – POUCAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS.
• É excretada pelos rins intacta (na forma de composto ativo);
EFEITOS ADVERSOS
• Principal: EFEITOS GASTROINTESTINAIS (diarreia, desconforto abdominal, anorexia,
náuseas e vômitos). É relacionado à dose e geralmente é transitório. Em alguns casos é
necessário suspender o uso. Para diminuir desconforto: fármaco pode ser administrado
após as refeições.
• Outros efeitos:
o Diminuição de vitamina B12 (necessária dosagem anual);
o Acidose lática – rara, mas fatal. Assim, o fármaco não deve ser administrado a
pacientes com doença renal ou hepática, doença pulmonar ou hipóxia (já que esses
pacientes estão mais predispostos à acidose lática por diminuição da excreção do
fármaco ou por menor oxigenação tecidual).
CONTRA-INDICAÇÕES:
▪ Situações com tendência a desenvolver acidose láctica;
▪ Disfunção renal;
▪ Caso haja necessidade de administração de contraste, a metformina deve ser
suspensa - risco de comprometimento da função renal.
▪ Gravidez e lactação.
I. Antidiabéticos orais são indicados para pacientes com diabetes tipo 2 não controlada.
II. Sulfonilureias são consideradas a primeira escolha para adultos obesos com diabetes tipo
2.
III. Metformina é o antidiabético oral preferencial em diabéticos adultos obesos ou com
sobrepeso.
Quais estão corretas?
A) Apenas II.
B) Apenas I e II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
GABARITO: C
A) biguanida e sulfoniluréias
B) meglitinida e tiazolidinodiona
C) tiazolidinodiona e biguanida
D) sulfanilureia e biguanida
E) tiazolidinodiona e meglitinida
GABARITO: A
(2009 / CAFAR - AERONAUTICA) - Quanto aos medicamentos de uso oral, prescritos para o
tratamento do diabetes. Analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
1. A ação farmacológica das sulfonilurérias está no aumento da ação da insulina nos
músculos periféricos.
2. As biguanidas provocam a liberação de insulina no pâncreas.
3. A metformina deve ser administrada após as refeições, para reduzir possível desconforto
intestinal, náuseas ou diarréia.
4. A repaglinida pertence ao grupo das biguanidas.
COMENTÁRIO:
1. ERRADA – Lembre-se que as sulfoniluréias aumentam a liberação de insulina pelo
pâncreas, através do bloqueio dos canais de potássio dependentes de ATP;
2. ERRADA – Descrição do mecanismo de ação das sulfoniluréias. As biguanidas não agem
aumentando insulina (lembre-se que uma vantagem sobre as sulfoniluréias é não provocar
hipoglicemia). O mecanismo de ação, no geral, é pela diminuição da glicose sérica;
3. CORRETO – Um dos principais efeitos adversos da metformina é o desconforto
abdominal, o qual é diminuído com o fármaco sendo administrado após as refeições;
4. ERRADA – Repagilinida trata-se de um sulfaniluréia de 3ª geração.
GABARITO: A
TIAZOLIDINEDIONAS
MECANISMO DE AÇÃO
• São ligantes do receptor gama ativado por proliferador peroxissomo (PPAR-ϒ);
• Esses receptores PPAR-ϒ, que estão presentes no músculo, no tecido adiposo e no
fígado, modulam a expressão dos genes envolvidos no metabolismo de lipídios e da
glicose, na transdução de insulina e na diferenciação dos adipócitos a outros tecidos.
EFEITOS:
• Aumentam a captação de glicose pelo músculo através do aumento da EFETIVIDADE da
insulina ENDÓGENA (reduzem a resistência a insulina);
• Reduzem a produção hepática de glicose;
• Reduzem a quantidade de insulina EXÓGENA necessária para manter um determinado nível
de glicemia.
REPRESENTANTES
• PIOGLITAZONA;
• ROSIGLITAZONA
EFEITOS ADVERSOS
• Retenção Hídrica (edema periférico) por promoverem retenção de sódio – Contraindicação
para pacientes ICC;
• Ganho de peso ponderal;
• Perda de densidade mineral óssea – aumento do risco de fraturas (principalmente de mãos
e pés).
INIBIDORES DA α-GLICOSIDASE
MECANISMO DE AÇÃO
EFEITO
• Retardam a absorção de carboidratos, reduzindo o aumento pós prandial da glicemia.
REPRESENTANTES
• ACARBOSE;
• MIGLITOL;
EFEITOS ADVERSOS
INCRETINOMIMÉTICOS
Incretinas:
• São, peptídios intestinais liberados durante a digestão que aumentam secreção
de insulina.
• Quem são? GIP e GLP-1.
• São degradadas pelas enzimas dipeptidil peptidase IV (DPP-IV).
MECANISMO DE AÇÃO
Mimetismo do polipeptídeo semelhante ao glucagon (GLP1), já que no Diabetes tipo 2,
ocorre diminuição pós prandial de GLP1.
EFEITOS:
REPRESENTANTES
• EXENATIDA;
• LIRAGLUTIDA (Victoza®);
• DULAGLUTIDA, entre outros.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
• Todos são administrados por via parenteral (administração subcutânea),
EFEITOS ADVERSOS
• GRAVE: Pancreatite.
• COMUNS: Distúrbios gastrointestinais;
Características
diferenciais dos
agonistas de GLP1
Administração:
Levam à PERDA
parenteral
de peso.
(subcutânea)
MECANISMO DE AÇÃO
A DDP-4 é uma enzima que degrada as incretinas. Assim, tais fármacos diminuem a glicemia
por potencializarem as incretinas endógenas (GLP-1);
REPRESENTANTES
• SITAGLIPTINA, SEXAPLIGTINA, LINAGLIPTINA, ALOGLIPTINA, entre outros.
EFEITOS ADVERSOS
• Aumento da taxa de infecções (trato respiratório superior e urinário);
• Cefaleia e reações de hipersensibilidade;
INIBIDORES DA SGLT-2
• São Inibidores potentes e seletivos da proteína SGLT-2 dos rins: reduz a reabsorção de
glicose.
↑ eliminação
Inibidores da ↓ reabsorção ↓ glicose
de glicose na
SGLT-2 de glicose sérica
urina
• Quem são?
• DAPAGLIFLOZINA (Forxiga)
• CANAGLIFLOZINA (Invokana®)
• EMPAGLIFLOZINA (Jardiance®)
• Efeitos adversos:
o Infecções urinárias (em função da glicosúria).
o Desidratação.
o Redução da PA, tontura.
o Entre outros
A tabela abaixo apresenta os principais pontos de cada uma das classes dos antidiabéticos
orais vistos:
Classe Fármacos Efeito / Mecanismo de ação
Glibenclamida Fecham os canais de K+ na célula beta,
Sulfoniluréias Glimepirida aumentando a liberação de insulina
Glipiza (secretogogos).
Diminui níveis de glicose sérica e aumenta a
Biguanidas Metformina
sensibilização do receptor de insulina tecidual.
Pioglitazona Regula expressão gênica por meio de ligação ao
Tiazolidinedionas
Rosiglitazona PPAR ϒ, diminuindo a resistência à insulina.
Análogo dos receptores de GLP1 (reduzem
Agonista do receptor Exanitina
glicemia após refeição estimulando a liberação de
semelhante ao glucagon Liraglutina
insulina, diminuindo glucagon e retardando o
(GLP-1) Dulaglutida
esvaziamento gástrico).
Inibidores Da Dipeptidil Sitagliptina Inibem a DDP-4, que é uma enzima que
Peptidase 4 (Dpp-4) Sexapligtina DEGRAGADA a GLP-1, impedindo, dessa forma, a
Linagliptina degradação de GLP1.
Inibidores da Α- Acarbose Retardam a absorção de carboidratos, reduzindo o
Glicosidase Miglitol aumento pós prandial da glicemia.
Dapagliflozina
Inibição da SGLT-2 dos rins: reduz a reabsorção
Inibidores da SGLT-2 Canagliflozina
de glicose.
Empagliflozina
Sulfoniluréias • Hipoglicemia;
Agonista do receptor
• Pancreatite;
semelhante ao glucagon
• Perda de peso.
(GLP-1)
COMENTÁRIO:
A- ERRADA: Sulfoniluréias aumentam a liberação de insulina pelo pâncreas;
B- ERRADA – Glipizida e Gliburida são Sulfoniluréias;
C- ERRADA – Os secretogogos de insulina são as Sulfoniluréias;
D- CORRETA
GABARITO: D
COMENTÁRIOS:
A- CORRETA;
B- ERRADA – Agem nos canais de K+ e não cálcio;
C- ERRADA – Exerce sua ação ligando-se aos receptores PPAR ϒ e não α;
D- ERRADA - Sitaglipitina e vildaglipitina são Inibidores Da Dipeptidil Peptidase 4 (Dpp-4);
E- ERRADA – Edema é o principal efeito adverso das Tiazolidinedionas;
GABARITO: A
INSULINOTERAPIA
Como disse a vocês no início da aula, para os pacientes com diabetes tipo I, não tem outro
jeito: é necessária a reposição hormonal de insulina. Por quê? Porque as células pancreáticas
estão destruídas, logo, não há secreção do hormônio.
E no Diabetes tipo II?
Lembre-se que no Diabetes Tipo II há uma resistência à insulina dos tecidos. Ou seja, no
início da doença há insulina sendo secretada, porém, esta não consegue fazer sua ação. Com
o tempo, o pâncreas passa a secretar mais insulina (pois como não há efeito desse hormônio,
ele entende que tem que secretar mais). Secretando mais e mais, há um momento que há a
exaustão das células beta pancreáticas, diminuindo assim os níveis de insulina produzidos.
Logo, geralmente, em uma situação um pouco mais tardia, o paciente com Diabetes tipo II
também pode precisar fazer a reposição de insulina.
SÍNTESE E SECREÇÃO
A insulina é sintetizada como precursor (pré-pró-insulina) no Retículo Endoplasmático
Rugoso. A pré-pró-insulina é transportada ao complexo de Golgi, sendo clivada em pró-
insulina e depois em insulina.
A insulina, então, é armazenada em grânulos nas células beta pancreáticas.
Assim, o aumento de glicose leva a secreção de insulina. Além disso, a insulina vai alterar a
dinâmica dos processos de forma a diminuir a glicose circulante pelos seguintes
mecanismos:
• Aumento da captação de glicose pelos tecidos;
• Aumento da síntese de glicogênio (armazenamento de glicose);
• Diminuição da glicogenólise (quebra de glicogênio em glicose);
• Diminuição da gliconeogênese (síntese de glicose);
Além desses efeitos, lembre-se que a insulina é um hormônio anabolizante que atua no
metabolismo tanto de carboidratos, como de lipídios e proteínas.
AA
Para fixar:
• Gliconeogênse – síntese de glicose no fígado, a partir de precursores (geralmente
ocorre no jejum);
• Glicogenólise – Degradação de glicogênio (reserva) em glicose com consequente
aumento glicose.
• Glicogênese – Síntese de glicogênio (reserva);
• Lipogênese- Síntese de lipídios;
• Lipólise – Degradação de lipídios;
RECEPTOR DE INSULINA
• Para exercer sua ação, a insulina liga-se aos seus receptores nas células-alvo.
• Tais receptores são do tipo transmembrana e se auto-fosforilam (fosforilação mútua
de resíduos de tirosina), dando início a uma cascata complexa, que culmina com a
expressão de GLUT na superfície das células, que permite a entrada da glicose. Ou seja:
glicose passa da corrente sanguínea para o interior das células.
GABARITO: C
LISPRO e ASPART • ação rápida, com ação muito rápida e duração curta
O tratamento do diabetes do tipo II que passa a necessitar de insulina se inicia com a Insulina
NPH. Geralmente, é iniciada uma dose noturna (antes de dormir – bed time). Após, as doses
podem ser fracionadas ao longo do dia (geralmente uma no café da manhã e outra no
almoço). Com a progressão da doença, outros tipos de insulina podem passar a ser utilizadas.
• Benefícios:
o Pode ser administrada imediatamente antes da refeição, sem prejudicar o controle
glicêmico;
o Duração de ação pequena (4 a 5 horas) -> Diminui risco de hipoglicemia;
• É A ÚNICA QUE PODE SER ADMINISTRADA POR VIA INTRAVENOSA, sendo útil em
ambiente hospitalar em casos de emergência, como cetoacidose.
• É a inicial em pacientes com diabéticos do tipo II que iniciam tratamento com insulina.
Geralmente, inicia-se o tratamento com uma dose 1x ao dia antes de dormir (bed time).
Após, as doses podem ser fracionadas até 3x ao dia, conforme glicemia;
• Forma farmacêutica: Suspensão turva em pH neutro, com protamina em tampão fosfato;
• Tem início e ação prolongados, pois são combinadas com PROTAMINA;
• Após administração por via subcutânea, primeiro as enzimas teciduais DEGRADAM a
Protamina e depois a insulina é absorvida;
• Tem início de ação entre 2 e 5 horas e duração de 4 a 12 horas;
• Problema: Farmacocinética – Variabilidade de absorção de 50%;
Obs: As insulinas Glargina e Detemir NÃO podem ser misturadas com outras insulinas,
pois a mistura levará à mudança de pH.
Glargina
NPH
Regular
Lispro
GABARITO: E
MISTURAS DE INSULINA
• A glargina e a determir NÃO pode ser misturada, para que não haja contaminação. Lembre-
se que se trata de uma solução ácida.
• Para maior comodidade posológica, as duas insulinas (NPH e REGULAR ou NPH e Lispro)
podem ser preparadas na MESMA seringa. Porém, deve-se obedecer à ordem de
ASPIRAÇÃO:
Evita-se assim a contaminação da Insulina de ação MAIS RÁPIDA pela mais LENTA.
Finalizamos aqui esse primeiro momento de nossa aula. Na próxima seção veremos os
fármacos que atuam nas dislipidemias. Vamos lá?
As lipoproteínas LDL, IDL e VLDL são as responsáveis por carregar lipídeos nas paredes das
artérias (contribuem para eventos ateroscleróticos). Já a HDL, exerce efeito ANTIaterogênico,
já que, participa da retirada de colesterol das paredes das artérias.
AGENTES HIPOLIPEMIANTES
Quanto aos fármacos, são 5 as classes dos agentes hipolipemiantes, conforme abaixo:
Sequestradores Inibidor da
Inibidores da
Fibratos de ácidos absorção de Niacina
HMG-Coa
biliares esteróis
Vamos discutir os principais aspectos de cada uma dessas classes. De maneira geral, um
fármaco hipolipemiante deve DIMINUIR LDL ou VLDL e/ou AUMENTAR HDL.
Inibidores da HMG-Coa
inibição da etapa
Inibição competitiva ↓ conversão da HMG- inicial e limitante na
da HMG-CoA redutase CoA em mevalonato biossíntese do
colesterol
• Efeitos clínicos:
o Diminuição da síntese de colesterol;
Resumindo, as estatinas:
• Diminuem LDL (PRINCIPAL EFEITO);
• Diminuem de maneira modesta os TG;
• Aumentam de maneira modesta o HDL.
• Uso clínico:
o Diminuição de LDL;
o Prevenção primária de doença arterial em pacientes de alto risco em razão de
concentração elevada de colesterol sérico (principalmente se houver outros fatores de
risco para aterosclerose tais como diabetes ou insuficiência renal).
o Prevenção secundária de infarto do miocárdio e de AVC em pacientes com doença
aterosclerótica sintomática.
• Farmacocinética
o Administração:
▪ Em função da existência de um PICO de síntese de colesterol entre meia-noite e 2 h
da manhã, as estatinas devem ser administradas a NOITE (para que esse pico seja
evitado), quando em dose única. Exceções: atorvastatina e rosuvastatina.
o Meia vida:
▪ A meia vida varia de 1 a 3 horas.
• Exceções: atorvastatina (14 horas) e rosuvastatina (19 horas).
o Metabolização:
▪ Todas são metabolizadas pelo fígado, sofrendo extenso metabolismo de primeira
passagem.
▪ Atenção: a sinvastatina é um PRÓ-FARMACO inativo de lactulona – é metabolizada
no fígado, dando origem à sua forma ATIVA.
▪ Agem como INIBIDORES de CYP-3A4 – Atenção às interações medicamentosas!
o Excreção:
▪ A maior parte é excretada na BILE. Apenas de 5% a 20% são excretadas na urina.
Miopatia
Hepatotoxicidade
(rabdomilólise).
Fibratos
• Quem são? Bezafibrato, ciprofibrato, genfibrozila, fenofibrato;
• Maior efetividade: Diminuição de VLDL.
Fibratos
↓ VLDL ↓ triglicerídeos
o Dislipidemia mista (p. ex., elevação dos triglicerídeos séricos, bem como do
colesterol), desde que essas taxas não tenham sido causadas por consumo
excessivo de álcool.
o O fenofibrato é uricosúrico, o que pode ser útil quando coexistir hiperuricemia com
dislipidemia mista.
o Em pacientes com baixo nível HDL e alto risco de doença ateromatosa.
o Combinados com outros redutores de lipídeos em pacientes com dislipidemia grave
resistente a tratamento.
• Uso clínico:
o Hipercolesterolemia primária (níveis de LDL aumentados isoladamente).
o Diminuem prurido em pacientes que apresentam colestase e aumento de sais biliares
e, por ligarem-se aos digitálicos, são uteis na intoxicação por tais fármacos;
• Uso clínico:
o Hipercolesterolemia primária e fitosterolemia.
o Usada como coadjuvante à dieta e ao uso de estatinas na hipercolesterolemia.
• Efeitos adversos
o diarreia, dor abdominal ou cefaleia; rash e angioedema.
• Mecanismo de ação:
o É convertido em nicotinamida, que inibe a secreção hepática de VLDL, com
consequente redução de triglicerídeos e LDL circulantes e aumento do HDL.
o No tecido adiposo, a niacina inibe a lipólise dos triglicerídeos, pela lipase sensível a
hormônio, reduzindo o transporte de ácidos graxos livres para o fígado e a síntese
hepática de triglicerídeos.
Veja abaixo os locais de ação de cada uma das classes de fármacos (exceto a niacina):
Acetil-coA
Inibidores de
HMG-COA
Colesterol
Colesterol Ezetimiba
Ácidos Biliares
Resinas
GABARITO: A
Aumentam a atividade
Fibratos enzimática da Liproteína
Lipase
GABARITO: E
Resinas
Colestipol e
colestiramina
Só podem ser usadas com aumento Não são absorvidas, assim, não têm
ISOLADO de LDL efeitos sistemicos
GABARITO: E
GABARITO: C
a) elevação da glicemia
b) aumento da creatinina
c) proteinúria
d) neutropenia e eosinofilia
e) elevação das concentrações de enzimas hepáticas
COMENTÁRIOS: Temos aqui uma questão que trata dos EFEITOS ADVERSOS das
estatinas. São dois os principais efeitos adversos: Hepatotoxicidade e Miopatia
(rabdomiólise).
A hepatotoxicidade mediada pela sinvastativa pode ser monitorada por meio da elevação das
concentrações de enzimas hepáticas. Uma elevação até 3x o normal que seja
INTERMITENTE, não está associado a hepatotoxicidade, sendo que, a medicação pode ser
mantida nesses pacientes se houver ausência de sintomas e se os níveis de
aminotransferases forem estáveis.
Porém se houver: elevação de 3x o normal CONTÍNUA em pacientes assintomáticos OU
aumento superior a 3x o normal (principalmente em pacientes de uso de álcool ou doença
hepática prévia), o fármaco deve ser suspenso, pois tais achados denotam hepatotoxicidade
grave!
Já a miopatia, pode ser monitorado por meio da medição de CPK (creatinino quinase), sendo
que, tal aumento acompanha dor e fraqueza muscular. Nessa situação o fármaco também
tem que ser interrompido, pois há risco de mioglobinúria e consequente lesão renal.
Importante saber também que a Sinvastatina é metabolizada pelo CYP3A4. O que isso
importa? São VÁRIOS os fármacos que interagem com esse fármaco em nível de
metabolização. Assim, é importante que se note quais outros fármacos o paciente está em
uso e se tais fármacos levam ao aumento dos níveis séricos de sinvastatina, aumentando o
risco de efeitos adversos (trabalho de clínica farmacêutica ;) ).
Já que estamos falando de efeitos adversos, vamos aproveitar para lembrar principais efeitos
adversos de cada uma das classes de hipolipemiantes:
GABARITO: E
Caro aluno, finalizamos aqui essa aula. Não deixe de resolver questões da lista abaixo, para
fixação dos conteúdos.
Até nosso próximo encontro!
Prof. Cá Cardoso
LISTA DE QUESTÕES
D) Apenas II e III.
E) I, II e III
9. (SES-DF -2010)- JR, 46 anos, sexo masculino, obeso, hipertenso, com Doença Vascular
Periférica, Trombose Venosa Profunda recorrente e hiperglicemia, apresenta fadiga e
nocturia. Fuma 2 maços de cigarros por dia há 15 anos e possui histórico familiar de
cardiopatia. Em duas ocasiões, sua glicemia foi maior que 200 JR, glicemia em jejum de 150
mg/dl e hemoglobina glicosilada de 9,2% l. Medicação em uso inclui: enalapril, sinvastatinas.
Os dados confirmam diagnóstico de diabetes melitus tipo 2. O fármaco de escolha para tratar
esse paciente é:
A) Glipizida
B) Insulina NPH
C) Clorpropamida
D) Metformina
E) Glicazida
11. (2009 / CAFAR - AERONAUTICA) Quanto aos medicamentos de uso oral, prescritos
para o tratamento do diabetes. Analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
1. A ação farmacológica das sulfonilurérias está no aumento da ação da insulina nos
músculos periféricos.
2. As biguanidas provocam a liberação de insulina no pâncreas.
3. A metformina deve ser administrada após as refeições, para reduzir possível desconforto
intestinal, náuseas ou diarréia.
13. (2010 / Pref. Nova Lima/MG - FUNDEP) - A escolha de um tipo de insulina depende de
sua farmacocinética, espécie de origem e grau de purificação. No Brasil, alguns dos tipos
disponíveis são a insulina regular, a NPH (Neutral Protamine Hagedorn), a lispro e a glargina.
Os princípios utilizados na escolha de insulinas e na composição dos horários de
administração tentam mimetizar a secreção endógena normal. Analise as seguintes
afirmativas referentes à utilização das insulinas e assinale com V as verdadeiras e com F as
falsas.
( ) A regular é indicada quando há necessidade de um controle mais rápido da glicemia, por
exemplo, em cetoacidose ou na coma hiperosmolar.
( ) A lispro é usada para cobrir as necessidades insulínicas durante todo o dia, e a dose única
diária propicia insulinemia basal mais estável e com ausência de picos.
( ) A glargina é indicada imediatamente antes das refeições e apresenta o início de ação mais
rápido e a duração de ação mais curta do que a NPH.
( ) A NPH é usada à noite para reduzir a hiperglicemia matinal, em combinações com
antidiabéticos orais diurnos, para o tratamento da diabete tipo 2.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de letras CORRETA.
A) (F) (V) (F) (V)
Considerando os dados da tabela acima, que contém o perfil de ação dos principais tipos
de insulina utilizados no controle da glicemia em pacientes diabéticos, assinale a opção
correta, com relação à insulinoterapia para controle do diabetes melito
A) Associações entre os vários tipos de insulina não são recomendadas de forma alguma,
pois podem ocasionar casos graves de hipoglicemia.
B) A vantagem da insulina Lispro em relação à regular vem do fato de poder ser injetada
poucos minutos antes das refeições, ao passo que a regular deve ser injetada
aproximadamente trinta minutos a uma hora antes do início da refeição.
C) A insulina é indicada para pacientes com diabetes tanto do tipo 1 quanto do tipo 2,
sendo contraindicada em casos de diabetes melito gestacional e controle perioperatório de
pacientes com diabetes.
D) Nenhum dos quatro principais tipos de insulina é capaz de mimetizar a secreção basal
do hormônio ao longo do dia.
E) A glicemia de jejum tende a ser maior com o uso da insulina regular do que com o uso
da insulina de ação ultrarrápida.
17. (UFPR – Pref. Município de Araucária – 2012) - As estatinas representam uma classe
de drogas que podem baixar efetivamente os níveis séricos de colesterol, por meio da inibição
da síntese do colesterol no fígado e outros tecidos. Com relação a esse assunto, identifique
as afirmativas a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) A sinvastatina é considerada um pró-farmaco.
( ) A sinvastatina é administrada sob a forma de uma lactona farmacologicamente inativa,
devendo ser hidrolisada principalmente no fígado, para o beta-hidroxidoácido correspondente
– um potente inibidor da HCMG CoA redutase
( ) A sinvastatina é altamente solúvel em água e possui grupos hidrofílicos ligados a uma
cadeia lateral.
a) V – F – V
b) V – V – F
c) F – V – V
d) F – F – V
e) V – F – V – F.
a) elevação da glicemia
b) aumento da creatinina
c) proteinúria
d) neutropenia e eosinofilia
e) elevação das concentrações de enzimas hepáticas
22- (2017- AMEOSC- Pref. Paraíso/SC)- As estatinas são agentes hipolipemiantes que exercem
os seus efeitos através:
A) Do sequestro de ácidos biliares no intestino e impedem a sua reabsorção e circulação
enterohepática.
B) Da inibição seletiva da absorção de colesterol proveniente da dieta e de origem biliar.
C) Do estímulo dos PPAR-a, promovendo um incremento na transcrição de alguns genes
relacionados com o metabolismo lipídico.
D) Da inibição da HMG-CoA redutase, enzima fundamental na síntese do colesterol, levando
a uma redução do colesterol tecidual e um consequente aumento na expressão dos
receptores de LDL.
25- (2016 – UEPB - Pref. Sapé/PB) - A metformina é um agente antidiabético de uso oral,
derivado da guanidina. Ao contrário das sulfamidas, a metformina não estimula a secreção de
insulina, não tendo, por isso, ação hipoglicemiante em pessoas não-diabéticas. Em
diabéticos, a metformina reduz a hiperglicemia, sem o risco de causar acidentes
hipoglicêmicos. Assim sendo, a forma correta de administração oral da metformina é:
a) Com suco
b) Em jejum
c) Com bastante água
d) Junto com Alimentos
29- (2016- MÁXIMA – Prefeitura de Fronteira/MG)- Dos medicamentos abaixo quais são
usados para o tratamento do Diabetes Melittus:
I. Insulina glargina
II. Gliclazida
III. Benzoato de Alogliptina
IV. Maleato de Rosiglitazona
a) Apenas II;
b) Apenas I, II e IV;
c) Todos;
d) Apenas I e II.
31- (2019-Fundação CEFETBAHIA - MRN – BA) A Síndrome Metabólica (SM) pode ser
definida como um grupo de fatores de risco inter-relacionados, de origem metabólica, que
diretamente contribuem para o desenvolvimento de doença cardiovascular e/ou diabetes
mellitus (DM) do tipo 2. Esses fatores incluem pressão arterial alterada, altas taxas de glicose
no sangue, elevado nível de triglicerídeos, baixo nível de lipoproteína de alta densidade (HDL)
e obesidade. Algumas medidas não-medicamentosas são indicadas para controle do peso
corporal e da glicemia, porém, quando os pacientes com hiperglicemia não respondem ou
deixam de responder adequadamente às medidas não-medicamentosas, devem ser inseridos
um ou mais agentes antidiabéticos, com a finalidade de controlar a glicemia e promover a
queda da hemoglobina glicada. Sobre os agentes antidiabéticos utilizados no tratamento
medicamentoso do DM relacionado à SM, é correto afirmar que
a) Ezetimiba
b) Rosuvastatina
c) Niacina
d) Ciprofibrato
35. (CESPE - 2013 - SESA-ES) --Com relação aos fármacos utilizados nas dislipidemias,
assinale opção correta.
(b) as estatinas agem inibindo a enzima HMG-CoA redutase, sendo empregadas para reduzir
os níveis de colesterol sanguíneo.
(c) os fibratos têm como principal efeito a inibição da enzima HMG-CoA redutase, sendo
empregados para reduzir os níveis de triacilgliceróis sanguíneos.
(d) as resinas sequestradoras de ácidos biliares são consideradas a medicação ideal para a
redução dos níveis de triacilgliceróis.
(e) os principais efeitos das estatinas na população em geral são: aumentar os níveis
sanguíneos de LDL-colesterol e reduzir significativamente os níveis de HDL-colesterol e
triacilgliceróis.
E. Nenhuma das alternativas, pois a dor muscular não pode estar relacionada ao uso dos
medicamentos.
GABARITO
1-A 2-A 3-D 4-A 5-A
6-D 7-A 8-C 9-D 10-C
11-A 12-E 13-B 14-D 15-B
16-A 17-B 18-E 19-C 20-E
21-B 22-D 23-C 24-C 25-D
26-C 27-D 28-A 29-C 30-B
31-E 32-D 33-D 34-E 35-B
36-D 37-B 38-A 39-A