Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DIRETORIA DE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA LETRAS/PORTUGUÊS – EaD


LITERATURA INFANTOJUVENIL - LET18 - 2021.1

ATIVIDADE 03

VIANA-MA

2021
AVALIAÇÃO 01

1. Como surgiu a literatura infanto juvenil? Explique

R: Os estudos mostram que no século XVII aconteceram algumas mudanças. Nesse


momento, o sistema feudal foi abolido e a sociedade começou a se concentrar na
família, logo, o poder centralizador associou-se à camada burguesa capitalista que
valorizava o individualismo, a privacidade e o afeto entre pais e filhos. Nesse contexto,
a criança começou a assumir um novo papel social. Nessa época, a descoberta da
infância mostrou ares de desenvolvimento, a família passou a se organizar em torno
da criança, dando importância aos seus estudos e cuidados: “Um novo sentimento da
infância havia surgido, em que a criança, por sua ingenuidade, gentileza e graça, se
tornava uma fonte de distração e de relaxamento para o adulto, um sentimento que
poderíamos chamar de ‘paparicação’” (ARIÈS, 1981, p. 158). As novas relações
familiares estabeleceram novos comportamentos. É então que, de acordo com Peres
(1999, p. 25), dois aspectos se destacaram: a inocência da criança devia ser
resguardada e a ignorância abolida. Essa mudança no modo de conceber a criança
motivou o surgimento de brinquedos, livros, bem como novos rumos da ciência, como
a psicologia infantil, a pediatria, a pedagogia, direcionados à infância. Os textos
destinados à infância podem ter surgido a partir do século XVII, mas foi o século XVIII
que presenciou a passagem completa da literatura infantojuvenil para o centro das
discussões. Nesse século, a literatura para crianças e jovens propagou o hábito da
leitura considerado, de acordo com Zilberman (2003, p. 54), como uma das metas
prioritárias do ensino e da arte literária. Como resultado, viu-se a expansão do
mercado editorial, a ascensão da rede escolar, o crescimento das camadas
alfabetizadas e a veiculação de normas de percepção estética necessárias à
composição de um texto literário para leitores infantis e juvenis.

2. Zilberman (2003, p. 46) entende que a literatura infanto juvenil: “se compromete
com o interesse da criança, transforma-se num meio de acesso ao real, na medida
em que facilita a ordenação de experiências existenciais, pelo conhecimento de
histórias, e a expansão de seu domínio linguístico”. A partir do entendimento da autora
comente o papel da literatura infanto juvenil na formação da criança.

R: Como mostra o material estudado, assim como nós adultos temos a necessidade
de consumir informação, as crianças e adolescentes tem esse mesmo direito, visto
que, o conhecimento é parte primordial para a formação de um ser. Porem, uma vez
que a linguagem é diversa e acompanha todos os níveis da vida de diferentes formas
(uma criança de 5 anos não tem o mesmo vocabulário que um adulto de 50), se
apresentarmos um artigo acadêmico para ensinar uma criança, por exemplo, como
nasce uma arvore, o assunto se tornará maçante e desinteressante para a mesma,
agora, com a literatura infantojuvenil, a assimilação da informação se torna dinâmica
e estigaste, de forma que, o público alvo se sente apto e receptivo a buscar
conhecimento, pois a linguagem usada para apresentar a informação é similar à que
o mesmo usa no cotidiano.

3. “Contos de fada são a expressão mais pura e mais simples dos processos psíquicos
do inconsciente coletivo. Consequentemente, o valor deles para a investigação
científica do inconsciente é sobejamente superior a qualquer outro material. Eles
representam os arquétipos na sua forma mais simples, plena e concisa. [...] eles
espelham mais claramente as estruturas básicas da psique” (FRANZ, 1990, p. 9).
Justifique.

R: Os estudos psicanalíticos apontam as raízes da simbologia presente nos contos


de fadas. Consideram que tais contos pertencem ao mundo dos arquétipos, são
simbólicos e cumprem a função de expor pela criança as suas fantasias. Sendo assim,
acreditam que os contos de fadas pensam o real mediante a cultura do imaginário.

4. “As adaptações são ações antigas na sociedade; manifestaram-se, ao longo dos


tempos, como uma estratégia adotada pelos escritores para transporem suas
narrativas da oralidade para a escrita ou mesmo da escrita para outras manifestações
artísticas.” (ALBUQUERQUE; MAGALHÃES; SÁ, 2013, p. 27). Comente o conceito
dado pelas autoras.

R: Para Coelho (1996), as adaptações acontecem porque algumas obras ultrapassam


sua natureza literária, convertendo-se em obra mítica, assim, para a autora referida,
os procedimentos adaptativos e reprodutivos de textos literários podem dar às obras
primeiras a garantia de sua força. Entretanto, o processo de adaptação na literatura
infantojuvenil nem sempre é entendido como uma ação válida e importante, pois,
alguns estudiosos, ao veem nesse processo uma estreita relação com a pedagogia e
a indústria cultural, o relegam à margem dos estudos literários. Para alguns autores,
as alterações no conteúdo bem como na estrutura de uma obra literária resultam na
perda de sua qualidade. Segundo Benjamin (1996, p.170), a reprodução da obra de
arte significa o declínio de suas especificidades e particularidades, uma vez que a
reprodutibilidade, para o autor referido, faz desaparecer o caráter único de uma obra,
tornando-a apenas mais próxima das massas.

Você também pode gostar