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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 3ª VARA DO

TRABALHO DE PASSO FUNDO – 4ª REGIÃO

Processo nº 1234

Aeroportos Públicos Brasileiros, já qualificado nos autos do processo acima


descrito, por seu advogado que está subscreve, na Reclamação Trabalhista proposta
por Pedro da Macieira, vem, tempestiva e respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, interpor RECURSO ORDINÁRIO com base no artigo 895,
inciso I da CLT, de acordo com a razões em anexo, as quais requer que sejam
recebidas e remetidas ao Egrégio Tribunal Regional da 4ª Região.

Segue comprovante do recolhimento das custas e depósito recursal.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local e data.......

ADVOGADO......

OAB n.º........
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

Recorrente: Aeroportos Públicos Brasileiros

Recorrido: Pedro da Macieira

Processo n.º: 1234

Origem: 3ª VARA DO TRABALHO DE PASSO FUNDO

EGRÉGIO TRIBUNAL

COLENDA TURMA

NOBRES JULGADORES,

1 – DOS FATOS

Foi proposta reclamação trabalhista em desfavor do recorrente requerendo o


pagamento de horas extras e reflexos, adicional de periculosidade, reversão da justa
causa, condenação subsidiária da ré, além de danos morais devido a uma suposta
doença profissional obtida no curso da relação trabalhista.
Porém, a respeitável Vara do Trabalho julgou a ação procedente, determinando
a condenação da reclamada de forma subsidiária nas verbas supra citadas.
Assim sendo, a mencionada decisão não é digna de prosperar, razão pela qual
deve a sentença ser reformada, de acordo com as razões que a seguir serão
apresentadas:

2 – PRELIMINARMENTE

2.1 PRESCRIÇÃO BIENAL

A decisão recorrida declara que não há prescrição, pois o curso dessa teria sido
interrompido.
Entretanto, a prescrição só se interrompe uma vez, como se expõe no artigo 202
e artigo 206 ambos do Código Civil, combinado com o artigo 8º, parágrafo
único da CLT. Tendo sido o marco temporal, a extinção da 1ª ação - em 10.01.2009 e
o ajuizamento da presente demanda – em 30.05.2011.
Requer assim a reforma da sentença com o acolhimento da prescrição bienal,
nos termos do artigo 7º, inciso XXIX da Constituição Federal.

3 – MÉRITO

3.1 – ILEGITIMIDADE E AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE

A sentença condenou a recorrente subsidiariamente afirmando que a ré foi a


tomadora dos serviços, todavia tal decisão não é merecedora de prosperar.
A recorrente é parte ilegítima, pois não empregou o reclamante, por isso, não
responde pelos créditos pedidos.
Apesar de a recorrente ser a tomadora, ela adotou todos os meios legais,
cumprindo a realização de regular processo licitatório, nas condições do  § 1º do
artigo 71 da Lei n.º 8.666/93 e nas condições da Lei nº 13.429/17, sendo que a
recorrente sempre fiscalizou a empresa terceirizada, não havendo então em se falar na
Súmula 331, item V do TST.
Requer seja o processo extinto sem resolução de mérito, nos termos do
artigo 485, inciso VI, aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho por força do
artigo 769 da CLT.

3.2 – JUSTA CAUSA

O desconto das faltas não caracteriza dupla punição, existindo permissivo legal
no artigo 473 da CLT para a dedução de faltas injustificadas.
Os documentos juntados e não impugnados demonstram as ausências não
justificadas, várias advertências e suspensões pela conduta frequente de faltas
injustificadas do recorrido, constatando a desídia a que se menciona o artigo  482,
alínea e, da CLT.
Não havendo o principal, não há acessório. Por consequência, infundados os
pedidos de aviso prévio, férias vencidas e proporcionais + 1/3, FGTS + 40%, seguro
desemprego.
São, por conseguinte, descabidas as indenizações dos artigos 467 e 477
da CLT.
Descabida, além disso, a multa diária por ausência de baixa na CTPS, pois o
recorrido se recusou a fornecer a CTPS para anotação.
Requer a reforma da sentença outorgando justa causa ao caso em tela, como
também a improcedência das verbas rescisórias e das multas derivadas da dispensa
imotivada.

3.3 – DANO MORAL E ESTABILIDADE

Improcedem os pedidos de danos morais e reintegração com base em


estabilidade acidentária por doença profissional.
O recorrido não evidenciou a ligação entre a doença alegada e a função que
realizava, nos termos da Súmula 378, II do TST. A simples argumentação de que
carregava malas não evidência que a hérnia de disco tenha ocorrido resultante do
trabalho.
Assim como não houve nenhum pedido para que fosse realizada perícia médica
ou seja, ausentes provas técnicas, requer dessa forma a reforma da sentença para
julgar improcedente o pedido de indenização pelo reconhecimento da estabilidade,
pois não foram provados os exigências referentes à sua caracterização.

3.4– HORAS EXTRAS

As horas extras não são cabíveis, visto que o recorrido trabalhava em sistema
de compensação de jornada de 12h por 36h, prevista em norma coletiva de sua
categoria, encontrando-se de acordo com a Súmula 85, I do TST, artigo  7º,
inciso XIII da Constituição Federal, e da OJ 323 SDI-1 do TST.
Sendo válido o sistema de compensação não há que se falar em horas
extraordinárias, pelo que requer a reforma da decisão neste particular.

3.5 – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

Improcedente, o adicional de periculosidade, pois o autor não evidenciou que


ficava em área de perigo, como determina o artigo 818 da CLT.
Não bastasse, o deferimento do adicional de periculosidade requer prova
pericial, nos termos do artigo 193 da CLT. Não sendo permitido a utilização por
analogia da Súmula 39, TST.
Requer a reforma da sentença que concedeu o adicional de periculosidade por
sua inconsistência.

4 - CONCLUSÃO

Diante das arguições acima apresentada, requer o conhecimento e o provimento


do presente Recurso Ordinário, com os respectivos acolhimentos de preliminar e de
mérito, com a consecutiva reforma da decisão, abrangendo na integralidade os pleitos
acima referidos e julgando improcedentes os pedidos da inicial.

Local e data.

ADVOGADO.......

OAB n.º.......

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