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Intervenção comportamental para casais: um estudo de caso

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Alessandra Turini Bolsoni-Silva


São Paulo State University
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Revista Psicolog
Ano 2, Volume 2, Número 1
ISSN 1983-6872

Editor
Carlos Henrique da Costa Tucci

Ribeirão Preto - SP - Brasil 2009


Revista Psicolog 5

Intervenção comportamental para casais: um estudo de caso


Alessandra Turini Bolsoni-Silva1
1
Doutora, Docente do Departamento de Psicologia e do
Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem
Faculdade de Ciências (FC) da Universidade Estadual Paulista - UNESP - Bauru.
bolsoni@fc.unesp.br

Resumo. As intervenções realizadas com casais são recentes na literatura in-


ternacional e nacional, parecendo ser relevante promover comportamentos re-
lacionados a comunicação, expressão de sentimentos e resolução de proble-
mas, de forma a aumentar a coesão conjugal, satisfação, empatia e reduzir o
estresse. Diversas abordagens têm sido utilizadas nos trabalhos com casais,
a comportamental tem se mostrado efetiva nas poucas iniciativas conduzidas
com essa população. Este trabalho busca descrever, na forma de estudo de
caso, uma experiência que avalia e intervém junto a um casal com queixas de
conflitos interpessoais. A intervenção foi conduzida a partir do referencial ana-
lítico comportamental e foram utilizadas medidas de pré e pós-teste através de
dois instrumentos: Inventário de Habilidades Sociais Conjugais e Questioná-
rio de Relacionamento Conjugal. São descritas as queixas relatadas pelo casal
e o procedimento de intervenção é apresentado brevemente, o qual conta com
treino em comunicação, expressividade e resolução de problemas, através da
promoção de diversas habilidades sociais. Os resultados indicaram melhoras
nesses comportamentos treinados, sugerindo que o procedimento foi adequado
às demandas individuais e conjugal. Discute-se a relevância do diagnóstico
comportamental e aponta-se perspectivas futuras de intervenções e de pesqui-
sas.
Palavras-chave: relacionamento conjugal, habilidades sociais, terapia compor-
tamental, avaliação, intervenção..

Introdução dos cônjuges de se influenciarem mutua-


mente. Os procedimentos de intervenção
Ferez-Carneiro e Neto (2008) afirmam
com maior sucesso focam diversos fatores,
que os modelos de psicoterapia de casal
de ordem genética, biológica, ontológica,
surgiram no final do século XX e início do
cultural e econômica. Na mesma direção
XXI, sendo, portanto recentes. Ao analisar tratamentos multidisciplinares têm obtido
estudos de 1980 a 2006 (indexados na Psi- melhores resultados quando comparados
clit) as autoras afirmam terem existido qua-
aos unidisciplinares (FEREZ-CARNEIRO;
tro fases: (a) aconselhamento matrimonial
NETO, 2008).
(décadas de 30 a 60) utilizando abordagens
ecléticas e indiferenciadas; (b) aplicação Bolsoni-Silva, Bitondi e Marturano
do método e de teorias psicanalíticas (dé- (2008) e Marçal (2005) afirmam que os tra-
cada de 40 a 60); (c) introdução do método tamentos a partir da perspectiva analítico-
sistêmico familiar na década de 60 até a dé- comportamental devem avaliar e esta-
cada de 80; (d) atualidade: diversificação e belecer objetivos individuais de atendi-
articulação de modelos e abordagens distin- mento, o que é uma tendência dos es-
tas. As pesquisadoras afirmam também que tudos acerca do relacionamento conjugal
tem ocorrido intensificado interesse do in- (FEREZ-CARNEIRO; NETO, 2008).
dividual no casal, bem como da capacidade
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Adicionalmente, Ferreira (2005) aponta na avaliação de seguimento (sete semanas),


serem poucos os estudos que se referem es- reiterando a necessidade do treino em co-
pecificamente ao processo terapêutico com municação. Foram utilizadas 4 sessões de
família e/ou com casais. Em seu estudo 3-4 horas.
de revisão sobre a produção nacional, o
autor encontrou apenas 14 artigos que tra- Outros autores também atestam a efeti-
vidade da terapia comportamental. Byrne,
tavam especificamente da psicoterapia com
Carr e Clark (2004) revisaram 22 estudos
casais, sendo quatro de natureza teórica e
(1982-2002) sobre tratamentos para ca-
dez empíricos; 70% não especificavam o
delineamento utilizado e os demais utiliza- sais, 13 avaliaram terapias comportamen-
vam na mesma proporção o método qua- tais para casais e sete avaliaram terapia fo-
cada emocionalmente. As terapias compor-
litativo, quantitativo ou misto. Quanto à
tamentais conseguiram resultados de curto
abordagem teórica, também a maioria não
e longo prazo para casais com problemas
fazia referência (n = 8) e os que informavam
moderado ou severo. Os programas com-
dividiam-se em teoria comunitária (n =1),
cognitivismo (n =1), behaviorismo (n =1) e portamentais, confirmando a tendência da
área, trabalharam comunicação e solução
psicanálise (n =3). As sessões variaram de
de problemas. No entanto, os resultados
8 a 30 encontros.
indicaram que os tratamentos focados emo-
Vanderbergh (2006) acredita que, no cionalmente foram mais efetivos que os
caso do atendimento de casais, tanto a te- comportamentais e menos efetivos quando
rapia comportamental como a cognitiva- havia terapia de sistema integrado. Adici-
comportamental tem utilizado com sucesso onalmente, a terapia cognitiva combinada
o treino em comunicação e em solução de aos outros tratamentos não aumentou a efe-
problemas, no entanto, na opinião de Silva tividade. Esta pesquisa sinaliza que o treino
e Vanderbergh (2008) há mais relevância o em comunicação e em solução de proble-
treino em comunicação (escuta ativa, treino mas é importante, mas que ensinar os casais
expressivo), de forma a auxiliar a aprendi- a melhorar a expressão de afeto e a empatia
zagem quanto a negociar aspectos do rela- também é de fundamental importância.
cionamento, enfrentamento de problemas e
Na mesma direção, Cornelius e Alessi
convivência em geral, além de favorecer a
(2007) avaliaram experimentalmente 30
empatia.
participantes a partir de observação direta
Witkin et al. (1983) compararam dois e de instrumentos de relato em uma inter-
procedimentos em terapia de casal preocu- venção em comunicação com o uso da Téc-
pados em treinar comunicação, resolução nica “Orador-Ouvinte” (do inglês Speaker-
de problemas e satisfação no relaciona- Listener technique). Encontraram que a
mento junto a 54 participantes, distribuí- técnica foi efetiva para reduzir compor-
dos randomicamente em três grupos, sendo tamentos negativos na comunicação (re-
dois de intervenção (Communication Skill clamações, críticas, demonstração de in-
Workshop – CSW; Couple Communication satisfação, negativismo, hostilidade, falas
Program – CCP) e um de controle. Os re- que indicam que certo comportamento não
sultados mostraram que o CSW foi mais irá mudar, falas que indicam que a pessoa
efetivo que o CCP e o controle quanto a au- não irá mudar sua opinião), mas não foi
mentar mensagens verbais positivas; ambos suficiente para aumentar a ocorrência de
treinamentos reduziram mensagens verbais comportamentos positivos na comunicação
negativas. Os resultados foram mantidos (comportamentos que envolvem admiração
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e proximidade conjugal) independente do zendo um total de 18 horas de treinamento.


tema da discussão. Os autores afirmam en- Angera e Long (2006) avaliaram a efeti-
tão que a afetividade e a admiração pelo vidade de uma intervenção para promover
cônjuge deve estar intacta antes de iniciar o empatia em 42 casais (10 horas de treina-
treino em comunicação. mento), cujos resultados foram positivos e
mantidos por 6 meses.
Ainda que cada abordagem trabalhe as-
pectos condizentes aos seus pressupostos Davis e Piercy (2007a) afirmam que para
teóricos, Davis e Piercy (2007a) encontra- além dos procedimentos de intervenção há
ram aspectos comuns a três teorias avali- aspectos da interação terapêutica que favo-
adas (terapia focada emocionalmente, te- recem o sucesso da terapia de casais: va-
rapia cognitivo-comportamental, teoria de riáveis do cliente (humildade para assumir
sistemas internos familiares): relação tera- responsabilidade pelas mudanças e pelos
pêutica, variáveis do cliente, do terapeuta problemas; compromisso e empenho; variá-
e variáveis de expectativas. Também iden- veis do terapeuta (paciência - respeitando o
tificaram intervenções comuns para os três tempo do cliente; oferecer cuidado ao cli-
modelos: (a) considerar o ciclo de intera- ente; devem ser responsivos a diversidade
ção, com cada parceiro influenciando-se de religião e de cultura), aliança terapêutica
mutuamente (desacelerar o processo, no (confiança e respeito mútuo; considerar ca-
sentido de que os problemas podem ser re- racterísticas individuais), processo terapêu-
solvidos paulatinamente; estabelecer metas; tico (equilíbrio entre estrutura e flexibili-
encorajar responsabilidade pessoal; fazer dade; neutralidade; repetição de conteúdos
uso de metáforas); (b) considerar a origem e de problemas; terapeuta deve fomentar
da família como um contexto para o ciclo: colaboração e acomodação; terapeuta deve
comportamentos, cognições e afetos que fomentar sentimento de segurança), fatores
colaboram para problemas atuais podem ter motivacionais (perceber o terapeuta como
origem na família e/ou com outros relaci- competente; oferecer explicações ao cliente
onamentos. Portanto, para os três modelos sobre o modelo de atendimento; considerar
trabalha-se, em algum grau, a cognição, o as crenças e experiências dos clientes).
afeto e o comportamento para alterar o ci-
Outro aspecto a ser considerado diz
clo coercitivo.
respeito à estruturação do procedimento.
Ao melhorar a interação conjugal pode Wright et al. (2006) descobriram, a par-
haver mudanças em outras áreas, tais como tir de um estudo de revisão (50 artigos),
redução de estresse e melhoria da satisfação que ocorre maior efetividade na terapia de
conjugal. Bodenmann e Shantinath (2004) casal quando o procedimento é menos es-
descrevem um programa de treinamento truturado e quanto maior for a competência
para casais (Couples Coping Enhancement do terapeuta. Na mesma direção Russel e
Training – CCET) e três estudos empíricos Listel (1992) concluem que os programas
que confirmam sua eficácia. O programa padronizados precisam ser sensíveis e fle-
é baseado na teoria de estresse e enfrenta- xíveis em relação às necessidades do casal.
mento e de pesquisas junto a casais. Para Por outro lado, Block-Lerner et al. (2007)
tanto treinam habilidades de comunicação, afirmam que procedimentos padronizados
resolução de problemas, satisfação conjugal parecem ser eficientes para o treino de em-
e redução do estresse conjugal. Os resulta- patia, sobretudo os que buscam o treino de
dos indicam redução do estresse e aumento repertório interpessoal, através da promo-
da satisfação. Utilizou 6 encontros perfa- ção de habilidades sociais.
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casais em um Centro de Psicologia Apli-


Quanto a utilizar procedimento padroni-
cada (CPA) de uma universidade estadual
zado Lavee e Avisar (2006) chamam aten-
paulista. Maria tinha 34 anos e Antonio,
ção, a partir de uma amostra de 163 tera-
37; ela era comerciante e ele, mecânico. O
peutas de família e conjugais de Israel, que casal tinha dois filhos, um de quatro anos e
apenas 27,6% utilizavam instrumentos pa- outro de 11 anos.
dronizados para colher dados, os quais se
mostraram mais preditivos para obter dados Instrumentos
acerca de atitudes positivas, treinamento e
Foi utilizado o Inventário de Habilidades
setting terapêutico.
Sociais Conjugais (IHSC) composto por 31
A partir da revisão apresentada pode-se itens (VILLA, 2002). Esse instrumento foi
concluir: (a) é importante treinar comporta- reelaborado por Villa (2005), que passou
mentos envolvidos na comunicação conju- a ter 32 itens, que podem ser organizados
gal, expressão de sentimentos, resolução de em seis fatores: Comunicação e expressi-
problemas, de forma a aumentar a coesão vidade; Asserção de auto-defesa; Expres-
conjugal, satisfação e empatia e reduzir o são de intimidade; Autocontrole empático;
estresse; (b) diversas abordagens tem sido Assertividade pró-ativa e Evitação de con-
utilizadas em intervenções com casais e, flitos. O instrumento apresentou alphas,
dentre elas, a comportamental tem se mos- considerando os seis fatores, variando de
trado efetiva a partir da literatura interna- 0,53 a 0,68, explicando 45,4% da variância
cional (BYRNE; CARR; CLARK, 2004) e (VILLA, 2005). A partir de uma amos-
no Brasil há o registro de apenas um proce- tra de 54 pessoas, foi encontrada estabi-
dimento (FERREIRA, 2005), indicando a lidade temporal para o instrumento (DEL
necessidade de novos estudos; (c) o proce- PRETTE et al., 2008). Para este trabalho
dimento pode ser estruturado, mas precisa foi utilizada a versão do IHSC constante
garantir flexibilidade as demandas indivi- em Villa (2002), pois a sua versão atuali-
duais de cada cônjuge; (d) outras variáveis zada encontra-se indisponível.
também são importantes e referem-se a in-
O outro instrumento de coleta foi o
teração terapêutica, seja as do cliente, seja
Questionário de Relacionamento Conju-
as do terapeuta; (d) o tempo e o número de
sessões utilizados em programas efetivos gal – QRC, elaborado por Bolsoni-Silva
variaram de 4 até 30 encontros, de duas até (2003), tratando-se de um instrumento com
sete conjuntos de informações: definição do
quatro horas cada.
parceiro(a), expressividade de carinho entre
Diante do exposto, este trabalho busca os parceiros(as), comunicação estabelecida
descrever, na forma de estudo de caso, uma entre o casal, identificação e estabilidade de
experiência que avalia e intervém junto a características positivas e negativas do(a)
um casal com queixas de conflitos interpes- parceiro(a) e avaliação do relacionamento
soais. A intervenção foi conduzida a partir conjugal. Foi aplicado primeiramente em
do referencial analítico-comportamental e forma de entrevista (BOLSONI-SILVA;
foram utilizadas medidas de pré e pós-teste. MARTURANO, PRELO), cujas respostas
espontâneas permitiram transformá-lo em
Método
auto-aplicado. Cada tópico é iniciado com
Participantes questões que permitem três alternativas de
Participaram do estudo um casal deno- resposta: frequentemente, algumas vezes,
minado de Maria e Antonio (nomes fictí- nunca ou quase nunca. O participante tam-
cios) que procuraram o atendimento para bém tem a opção de anotar outras respostas
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na opção outros do protocolo. O instru- de estudo de caso. Os participantes e as


mento permite obter um escore total e tam- terapeutas assinaram um Termo de Con-
bém escores para cada uma das áreas. sentimento Livre e Esclarecido de forma a
permitir a utilização dos dados para a con-
Para verificar a fidedignidade teste- dução de pesquisa. O projeto conta com a
reteste do QRC foram colhidos dados com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa
12 pais e 12 mães (BOLSONI-SILVA, da universidade em que foi conduzido.
2003), cujas medidas foram obtidas com
um mês de intervalo; cujo o teste de corre- Para esta pesquisa os instrumentos uti-
lação de Spearman por postos, encontrou as lizados foram o IHSC e o QRC que foram
seguintes correlações: a) QRC mães: rho = tabulados atribuindo-se escores conforme
0,84, p < 0,025; b) QRC pais: rho = 0,94, p orientações próprias, no caso do IHSC os
< 0,01. A partir dos dados de Bolsoni-Silva escores variam de 0 a 4 e para o QRC va-
(2003) foi conduzida uma análise fatorial riam de 0 a 2; os itens negativos de ambos
exploratória, a qual obteve dois fatores (ex- os instrumentos foram invertidos de forma
plicando 61,7% da variância) sendo que o a deixar os dados na mesma direção e, por-
primeiro, denominado de Características tanto, quanto maior o escore maior o reper-
positivas do relacionamento conjugal, in- tório. Os resultados são expressos na forma
cluiu a definição/percepção do cônjuge, ca- de tabelas e figuras para comparar as medi-
racterísticas positivas, sentimentos expres- das de pré e de pós-teste.
sos e sentimentos recebidos e o segundo,
Caracterização da Intervenção
características negativas atribuídas ao côn-
juge. O alpha obtido para o Fator 1 foi de A intervenção, conforme a Tabela 1, pos-
0,63. sui 12 encontros que ocorrem uma vez por
semana com duração entre uma hora e meia
Procedimentos
e duas horas cada. É conduzida vinculada
Esta pesquisa é parte de um projeto ao Estágio Supervisionado de Terapia Com-
maior que conta com a caracterização da portamental em Grupo por um terapeuta e
população que procura pelo serviço bem um co-terapeuta que revezam nos papéis.
como estudos condizentes à avaliação da Um possível esquema para as sessões é
efetividade do mesmo. O programa para apresentado a seguir:
casais é divulgado na rádio da universi-
(a) A primeira parte de cada sessão in-
dade e as pessoas interessadas inscrevem-
se junto ao CPA. Na sequência o terapeuta vestiga tarefas de casa e acontecimentos da
avalia queixas e variáveis relacionadas atra- semana, buscando descrever antecedentes,
respostas e consequentes, identifica dificul-
vés de um roteiro de entrevista individual
dades, realiza análises funcionais e treina
(BOLSONI-SILVA; BITONDI; MARTU-
repertórios (através de diversas técnicas,
RANO, 2008) que foi primeiramente utili-
zado em grupos para pais e, então, adaptado tais como, modelação, modelagem, reforça-
para casais, permitindo uma avaliação fun- mento, role-playing). As tarefas recebidas
por escrito são devolvidas com feedbacks
cional da queixa, de outros problemas apre-
dos terapeutas;
sentados e de repertórios já existentes. O
(b) Na sequência são ampliadas habilidades
próximo passo consiste em aplicar os dois
(das mais fáceis para as mais difíceis – vide
instrumentos acima mencionados. A co-
leta de dados permite obter um diagnóstico Tabela 1) que são identificadas a partir da
literatura da área e a partir dos diagnósticos
comportamental e objetivos individuais de
realizados na fase de avaliação;
tratamento que são sistematizados na forma
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(c) O próximo passo da sessão terapêutica Maria


diz respeito a uma exposição teórica dia-
Maria queixou-se do marido encontrar
logada acerca do tema, momento em que
pouco tempo para o casamento e para a fa-
novamente são identificadas dificuldades,
realizadas análises funcionais e treinados mília, pois trabalhava inclusive de finais de
repertórios; semana. Também queixou-se de Antonio
deixar de conversar e de expressar afeto,
(d) Para que o repertório seja treinado, são
bem como de sua ausência na educação
realizadas atividade de discussão e/ou role-
dos filhos e divisão de tarefas domésticas.
playings. Interessante chamar a atenção
Quanto as suas próprias características, re-
para o fato das avaliações diagnósticas per-
mitirem conhecimento prévio dos partici- latou se auto perceber como crítica, mal-
humorada, sisuda, impaciente e pouco ca-
pantes, o que facilitará, aos terapeutas, a
rinhosa; teme que seu marido não a ame e
realização de estratégias de intervenção (so-
preocupa-se em ficar sozinha devido as suas
licitação de modelo, por exemplo);
características.
(e) Os participantes recebem uma pasta na
primeira sessão e também os conteúdos teó- Diante dessas queixas foram definidos os
seguintes objetivos para Maria: promo-
ricos trabalhados em cada encontro. Estes
ver autoconhecimento (SKINNER, 1974),
conteúdos estão parafraseados de forma a
comunicar-se, expressar sentimentos positi-
garantir a plena compreensão dos mesmos;
vos, negativos e opiniões, solicitar mudança
(f) As sessões são finalizadas com a avalia-
ção dos procedimentos e com a solicitação de comportamento, consequenciar compor-
tamentos apropriados do esposo, controlar-
de tarefas para casa, que poderão ser ge-
se para evitar agredir, negociar regras de
rais e/ou específicas para cada participante.
convívio conjugal e de divisão de tarefas.
Procedimento semelhante foi testado em
intervenções com pais obtendo-se resulta- Antonio
dos satisfatórios (BOLSONI-SILVA; CAR-
RARA; MARTURANO, 2008; BOLSONI- Ele relatou que a procura pelo grupo
SILVA; SILVEIRA; RIBEIRO, 2008). era mais uma demanda da esposa que de
si mesmo, pois ele acreditava que o casa-
Como mencionado, a Tabela 1 apresenta mento era bom e sem brigas. Ele também
os temas que foram trabalhados em 12 en- apontou que a esposa queixava-se de que
contros, o qual teve por objetivo esquemati- ele chegava tarde do trabalho. Descreveu a
zar didaticamente a sequência do trabalho. esposa como estressada e a si próprio como
Entretanto, os mesmos temas inevitavel- ausente em relação aos filhos devido ao ex-
mente são trabalhados também em outras cesso de trabalho.
sessões, por serem pré-requisitos para ha-
bilidades mais complexas. Importante lem- Os objetivos para Antonio foram:
brar que todos os assuntos são trabalhados autoconhecer-se, comunicar-se, expressar
contingentemente às dificuldades encontra- sentimento positivo, negativo e opinião, so-
das, pelos participantes, no seu cotidiano. licitar mudança de comportamento, nego-
Após o término do programa foram realiza- ciar regras de convívio conjugal e de divisão
das duas sessões de seguimento que foca- de tarefas, consequenciar comportamentos
ram, sobretudo, a expressão de sentimento apropriados da esposa.
positivo e a divisão de tarefas (trabalho x Resultados
casa).
Essa seção é iniciada com a apresentação
Queixas e objetivos individuais dos resultados obtidos com o IHSC (Figura
Revista Psicolog 11

Tabela 1. Temas que nortearam os encontros com o casal.


Temas
1. Apresentação, verificação de expectativas. História de relacionamento. O que
gosto e o que não gosto? Expectativas que podem ser atendidas pelo grupo.
2. Iniciar e Manter Conversação e Fazer e Responder Perguntas;
3. Direitos Humanos e Cidadania;
4. Comportamento Habilidoso, Não habilidoso Passivo e Não habilidoso;
5. Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agrade-
cer;
6. Expressar sentimentos positivos, elogiar, dar e receber feedback positivo, agrade-
cer;
7. Expressar e ouvir opiniões;
8. Expressar sentimentos negativos, dar e receber feedback negativos, solicitar mu-
dança de comportamento;
9. Fazer e Lidar com Críticas, admitir próprios erros;
10. Fazer e Lidar com Críticas, admitir próprios erros;
11. Tema livre: por exemplo Relacionamento com outros familiares, rotina doméstica.
12. Tema livre: por exemplo Relacionamento pais e filhos etc.

1) e, na sequência, encontram-se as compa- escore envolviam negociar tarefas, conver-


rações das avaliações de pré e de pós-teste sar e expressar afeto de natureza sexual,
do QRC (Tabela 2 e Figura 1). elogiar, expressar sentimento positivo, li-
dar com críticas e expressar sentimento de
Para Maria identificam-se no pré-teste desagrado (2, 9, 10, 11, 15, 16, 23, 29, 31
18 itens (51%) que foram avaliados com respectivamente). Por outro lado, os que ele
o escore máximo 4, distribuídos nos seis relatou maior dificuldade envolviam agra-
fatores avaliados, portanto, ela identifica
decer elogio, conversar, expressar opinião
dificuldade em pouco menos de 50% dos
contrária, pedir ajuda e cobrar tarefas (itens
itens. Desses, nove melhoraram após a in-
3, 4, 5, 13, 22 respectivamente). Os resul-
tervenção (3 – agradece elogio, 6 – elogia, tados apontam para melhora nos seguintes
7 – expressa carinhos, 15 – lida com crítica itens: 3 – agradece elogio, 5 - lembra o côn-
recebida, 16 e 25 – expressa sentimento
juge de compromissos, 12 – lida com críti-
positivo, 17 e 24 – nega fazer tarefas que
cas, 19 – expressa sentimento de desagrado,
são do cônjuge, 26 – leva na esportiva brin-
22 – pede ajuda, 25 – expressa contenta-
cadeiras), porém sete deles permaneceram mento, 26 – leva na esportiva brincadeiras;
com escore abaixo da média (3, 6, 7, 15, 16, destes itens apenas o 5 permaneceu abaixo
17 e 25). Três outros itens mantiveram-se do escore médio 2. Por outro lado, após a
com escore baixo após a intervenção: (11 –
intervenção ele piorou ou manteve baixos
agradece elogio, 21 – elogia e 31 – conversa
escores (abaixo de 2) para 10 dos itens ava-
sexualidade). Pioram para abaixo da média liados (4 - conversa, 8 – expressa opinião,
2 os itens 4 e 9, que envolvem comunicação 13, 28 e 30 – expressa opinião, 17 – nega
e sexualidade. fazer tarefas do cônjuge, 18 – faz pergun-
Já Antonio apresentava antes da inter- tas, 21 - elogia, 29 – expressa sentimento
venção apenas 9 itens com escore máximo de desagrado).
e 9 com valores abaixo do escore médio
Pela Tabela 2 verifica-se manutenção
2. Os itens que Antonio já apresentava alto
Revista Psicolog 12

Figura 1. Escores por itens e total para Maria e Antonio nas medidas de pré e de pós teste

dos escores quanto à definição do cônjuge. ele já manteve o escore, o qual já era alto no
Como esta questão é composta por 21 itens, pré-teste, coerentemente com o seu relato
o escore máximo possível é o de valor 42. inicial (queixa). Esta questão é composta
Portanto, pode-se afirmar que ambos os por 13 itens que referem-se a expressão de
cônjuges já se avaliavam positivamente, o afeto, tempo que passam juntos, ofereci-
que foi mantido após a intervenção. mento de ajuda, etc. E, assim, o máximo
possível seria obter o valor 26. Na opinião
Notam-se melhoras para o comporta- de Maria o esposo fazia poucas coisas de
mento de expressar carinho, para ambos que ela gostava, o que melhorou um pouco
os participantes, seja em relação ao próprio após a intervenção. Já Antonio pratica-
comportamento, seja na avaliação do côn-
mente avaliou a esposa com o escore total
juge. Os itens avaliados quanto a carinho
em ambas as avaliações. Houve melhora
são: toca, abraça, beija, diz que ama, ofe-
também quanto às características da comu-
rece presentes, conversa, telefona, elogia e nicação, as quais são detalhadas na Figura
ajuda. Sobretudo para Maria a expressão 2.
de afeto do esposo, que inclui o ajudar, era
algo que identificou como déficit em sua A Figura 2 avalia tanto características
interação conjugal. positivas quanto negativas da comunicação
conjugal, ora acerca do próprio comporta-
Maria relatou melhora quanto a Antonio
mento, ora do cônjuge. As perguntas com
apresentar comportamentos que ela gosta,
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Tabela 2. Escores das questões do QRC referentes às características do relacionamento conjugal,


nas medidas pré e pós-teste para os dois participantes.
Participantes Maria Antonio
Escore Escore
Questões do QRC Antes Depois Antes Depois
Definição do cônjuge (21 itens) 33 33 35 35
Você expressa carinho (7 itens) 6 10 7 11
O(a) cônjuge expressa carinho (12 itens) 8 9 19 22
Características da comunicação (20 itens) 19 24 25 31
O(a) cônjuge faz coisas que gosta (13 itens) 11 14 23 23
Total 77 90 109 122

sentido negativo tiveram seus escores in- após a intervenção. Quanto à avaliação do
vertidos, de forma que todos os itens fi- relacionamento conjugal Maria o avaliou
caram com os escores na mesma direção como regular em ambas as medidas, já An-
e, portanto, quanto maior o escore, mais tonio o avaliou como regular no pré-teste e
freqüente o comportamento avaliado. como satisfatório após a intervenção.
Maria avaliou com escore inferior a um Nas duas sessões de seguimento foi
oito dos 20 itens (40%) e relatou melhora abordada na primeira a maior permanên-
para: 1 – você o escuta, 4 – você permite cia de Antonio em casa (queixa de Maria
que ele fale, 10 – você consegue pedir algo a que permaneceu) e também a expressão de
ele, 11 – ele considera o que você pensa, 15 sentimento positivo. No segundo encontro
– conversam para tomar decisões/resolver o casal relatou ter resolvido o primeiro pro-
problemas, 17 – expressa opinião e 20 – blema, mas não conseguiram implementar
dividem tarefas. Abaixo da média 1 per- a tarefa quanto a expressão de sentimento
maneceram os itens: 5 – você fala demais, positivo.
8 – solicita mudança de comportamento, 9
– discutem assuntos delicados e 16 – ex- Discussão
pressa opinião; destaca-se que antes da in- Essa seção discute primeiramente os da-
tervenção o escore para o item 15 (resolver dos obtidos com o IHSC e, na sequência, os
problemas) era zero o qual passou ao valor condizentes ao QRC. Quanto ao primeiro
máximo no pós-teste. Antonio relatou es- instrumento, conclui-se que Maria já apre-
core inferior a um para apenas três itens e sentava, antes da intervenção, bom reper-
identificou melhora para os comportamen- tório em habilidades sociais e melhoraram
tos expressos nos itens: 1 – você o escuta, itens que envolvem lidar com críticas, elo-
4 – você permite que ele fale, 5 – você fala giar, expressar sentimentos e negociar tare-
demais, 8 - solicita mudança de comporta- fas, ainda que algumas dificuldades tenham
mento, 9 – discutem assuntos delicados e permanecido, sobretudo quanto a conversar
itens 6, 17 e 18 – expressa opinião. sobre sexualidade.
No que se refere às características de que Já Antonio apresentava maiores dificul-
não gostavam no cônjuge, Antonio deixou dades interpessoais que a esposa, melho-
de mencioná-las em ambas as avaliações. rando em habilidades sociais que ele já
Maria, por outro lado, disse que havia mo- apresentava em seu repertório, as que en-
mentos em que o esposo parecia não ouvi- volvem expressão de sentimentos positivos
la, o que, segundo ela, melhorou em parte e negativos, lidar com críticas e cobrar tare-
Revista Psicolog 14

Figura 2. Escores por itens e total para Maria e Antonio nas medidas de pré e de pós teste

fas. Os resultados também indicam que dos


itens que sinalizou como sendo os de maior Por outro lado, em alguns itens esses
comportamentos foram avaliados com me-
dificuldade, a habilidade de expressar opi-
nor escore, sugerindo que dependendo do
nião permaneceu com baixo escore após a
contexto e do grau de asserção exigida os
intervenção.
participantes mantiveram dificuldade em
De maneira geral a intervenção aju- se expressar. A partir do IHSC conclui-se
dou Maria e Antonio, no sentido espe- que a intervenção foi parcialmente efetiva
rado pela literatura, a melhorar habilida- para resolver os problemas interpessoais,
des sociais envolvidas na resolução de pro- no entanto, considerando as queixas apre-
blemas (BODENMANN; SHANTINATH, sentadas pelo casal parece que Maria me-
2004; BYRNE; CARR; CLARK, 2004; lhorou em habilidades que favorecem que
SILVA; VANDERBERGH, 2008; WIT- o cônjuge torne-se mais participativo, co-
KIN et al., 1983), negociação de tarefas municativo e afetivo, por exemplo pedindo
(BOLSONI-SILVA, 2003), comunicação ajuda (solicita mudança de comportamento)
(BODENMANN; SHANTINATH, 2004; e não fazendo as tarefas destinadas a ele,
BYRNE; CARR; CLARK, 2004; SILVA; agradecendo elogio e expressando conten-
VANDERBERGH, 2008; WITKIN et al., tamento (consequenciar comportamentos
1983; VANDERBERGH, 2006) e expres- apropriados). Antonio, na mesma direção,
são de afeto (BLOCK-LERNER et al., aumentou o elogiar e a expressão de con-
2007; BOLSONI-SILVA, 2003; CORNE- tentamento, passou também a pedir ajuda
LIUS; ALESSI, 2007; DAVIS; PIERCY, e a cobrar da esposa regras estabelecidas,
2007; PEÇANHA; RANGÉ, 2008). aumentou também o lidar com críticas e
Revista Psicolog 15

a expressão de sentimentos de desagrado, do casal pode ser identificada desde o relato


além de levar na esportiva brincadeiras. das queixas, em que para ela haviam pro-
blemas conjugais e para ele não e também
Interessante notar que Maria foi bas-
a exigência dela em relação a si mesma e
tante crítica consigo mesma e com o esposo ao esposo são variáveis que podem interfe-
quando relatou suas queixas, por outro, ao rir na avaliação realizada. De todo modo,
avaliar a checklist do QRC (itens apontados
ainda que Antonio tenha melhorado no sen-
pela literatura como relevantes) avaliou po-
tido esperado por Maria, restaram compor-
sitivamente o cônjuge, sinalizando que pos-
tamentos que a incomodavam, como “não
sivelmente essas características passassem ouvi-la”, sinalizando que o casal necessita
despercebidas antes da intervenção e que de maior tempo de intervenção para resol-
foram alvo de intervenção no que se refere
ver todos os seus problemas. Para Russel e
à promoção de autoconhecimento (SKIN-
Listel (1992) e para Norgren, Souza e Kas-
NER, 1974), até mesmo na identificação de
low (2004) aspectos que colaboram para
sentimentos de afeto do esposo. O escore melhorar a satisfação no relacionamento e a
total aumentou para ambos os cônjuges. O coesão conjugal envolvem, dentre outras, as
QRC também encontrou melhoras quanto à estratégias de comunicação e de resolução
comunicação e a expressão de afeto.
de problemas, as quais melhoraram após a
A partir dessa questão sobre comunica- intervenção, o que pode estar refletindo no
ção no QRC conclui-se que o casal relatou relato de ambos cônjuges acerca da melho-
melhoras sobre si mesmo e sobre o côn- ria da satisfação.
juge condizentes com as queixas trazidas Quanto à intervenção de seguimento à
para o atendimento. Por outro lado, parece luz dos dados obtidos com os instrumentos
que para Maria restou alguma dificuldade é possível hipotetizar que a tarefa atribuída
quanto a solicitar mudança de comporta-
tenha sido inapropriada para a realidade do
mento e a expressar opiniões, que são com-
casal (escrever carta de amor), a qual deverá
portamentos que exigem maior grau de as- ser ajustada em intervenções futuras. Ou-
serção. tro aspecto a ser mencionado diz respeito à
Tal resultado tem respaldo da literatura, importância de avaliar cada pessoa que fre-
por exemplo, Ronan et al. (2004) avaliaram quentará a intervenção, de forma a estabe-
24 casais com história de violência que fre- lecer objetivos individuais de atendimento
quentaram uma intervenção para reduzi-la, (MARÇAL, 2005). O uso de instrumen-
envolvendo o treino de controle de raiva, re- tos validados (LAVEE, AVISAR, 2006) e
solução de problemas e lidar com situações de uma intervenção estruturada (BLOCK-
de conflitos. Quando os casais discutiam LERNER et al., 2007) que garante flexibi-
situações de baixo conflito, as habilidades lização (RUSSEL; LISTEL, 1992) também
efetivas excederam as inefetivas e quando foram importantes para a avaliação positiva
discutiam situação de alto conflito, ao con- do procedimento.
trário, as habilidades inefetivas excederam
Concorda-se com Block-Lerner et al.
as efetivas. (2007) que ainda faltam estudos experimen-
Antonio avaliou o relacionamento con- tais com distribuição aleatória, bem como
jugal como regular no pré teste e o classi- a utilização de relato combinado com ob-
ficou como satisfatório após a intervenção. servação direta enquanto método de coleta
Para Maria o relacionamento permaneceu de dados. Entretanto, pela literatura na-
como regular. Essa avaliação diferenciada cional ser escassa (FERREIRA, 2005) no
Revista Psicolog 16

que se refere às intervenções com casais,


BOLSONI-SILVA, A. T.; BITONDI,
o presente estudo trouxe resultados interes-
F.; MARTURANO, E. M. Intervenção em
santes, ainda que sejam exploratórios e não
grupo para pais: a importância do diag-
generalizáveis. Estudos futuros poderão
nóstico comportamental individual. Em R.
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Agradeço a France Matos de Oliveira, Roca, 2008.
Nathália Pinheiro e Fabiane Ferraz Silveira
BOLSONI-SILVA, A. T.; CARRARA,
por terem conduzido a intervenção e dispo-
M.; MARTURANO, E. M. Intervenção em
nibilizado os dados obtidos para a realiza-
ção deste estudo. grupo para pais: o que atentar quanto à in-
tervenção e habilidades terapêuticas Em R.
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